DISCIPLINA: Avaliação Proficiência _Psicologia
c) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
QUESTÃO 1
"Nossas pesquisas em algumas escolas públicas de São
Paulo têm demonstrado a importância da escuta e de um
olhar atento à diversidade étnica e cultural dos alunos, que
deve ser contemplada por todo e qualquer projeto de
renovação do ensino público deste país. A apreensão da
dimensão histórico-cultural das culturas juvenis de protesto
destas populações, cujas formas de expressão estéticas
apresentam forte ressonância da diáspora afro-americana
e afro-indígena-brasileira – uma dimensão pouco
explorada pelos estudiosos das culturas juvenis, porém
incansavelmente lembrada pelos rappers – do movimento
hip-hop e do funk – e evidenciada pelas produções
poético-musicais dos alunos –, permitiu- nos proceder ao
rastrear intransigente do potencial crítico contido no
marginal, no fragmento, no acessório, ou seja, das culturas
que têm sido, senão negadas, negligenciadas pela cultura
escolar".
Sobre as possibilidade de intervenção em grupos pela
Psicologia Social, analise as afirmativas:
I - Antes de propor uma intervenção comunitária torna-se
importante conhecer o contexto e a cultura do grupo ao
qual o psicólogo social busca trabalhar, dessa forma deve-
se compreender o funk como uma estratégia de
manifestação cultural da comunidade, podendo ser
incorporada as atividades grupais como forma de
valorização da experiência dos sujeitos pesquisados.
II - Podemos compreender o funk como estratégia de
diálogo com a comunidade, dessa forma a busca deve ser
orientada para a construção de sentidos por parte dos
participantes, possibilitando que os sujeitos explanem
sobre como essas músicas dialogam com sua realidade,
subjetividade e identidade.
III - O pesquisador quando adentra uma comunidade deve
buscar se misturar aos participantes, sendo o funk uma
estratégia de aproximação que terá como finalidade a
aproximação com as pessoas. Depois de garantida a
confiança poderá inserir outros ritmos musicais que são
mais apropriados, possibilitando que a comunidade se
torne mais culta e portanto mais aceita socialmente.
IV - Potencializar expressões culturais da própria
comunidade possibilita que os sujeitos se vinculem entre si,
fortalecendo a identidade e legitimando o impacto social.
Dessa forma, valorizar o funk dentro de uma comunidade
pode ser o caminho para o empoderamento e o
sentimento de solidariedade.
DO AMARAL, Mônica. O rap, o hip-hop e o funk: a"
eróptica" da arte juvenil invade a cena das escolas públicas
nas metrópoles brasileiras. Psicologia USP, v. 22, n. 3, p.
593-620, 2011.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a correta:
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
e) Apenas afirmativas II e IV estão corretas.
QUESTÃO 2 - (ENADE - Adaptado)
"Recontaremos a história da psicologia com o enfoque nas
pessoas, nas ideias e nas escolas de pensamento. Desde
o início formal da psicologia, em 1879, seus métodos e
objetos de estudo mudavam à medida que cada ideia nova
atraía adeptos, passando a dominar a área durante um
período. Assim, o nosso interesse concentra-se na
sequência evolutiva das abordagens que definiram a
psicologia ao longo dos anos. Discutimos o surgimento de
cada escola de pensamento como um movimento inserido
em um contexto histórico e social. As forças contextuais
compreendem o espírito intelectual de cada época (o
Zeitgeist), além dos fatores sociais, políticos, econômicos,
tais como os efeitos das guerras, do preconceito e da
discriminação. Embora os capítulos estejam organizados
considerando-se as escolas de pensamentos,
reconhecemos que esses sistemas são frutos dos
trabalhos individuais de intelectuais, pesquisadores,
organizadores e promotores das ideias. São seres
humanos, e não forças abstratas, que escrevem os artigos,
realizam as pesquisas, apresentam os trabalhos, divulgam
as ideias e transmitem o conhecimento às gerações
posteriores de psicólogos.
A partir do texto acima, analise as proposições e a relação
proposta entre elas:
I. Para a compreensão de um arcabouço teórico se faz
necessária uma análise integrada sobre os fomentos
sociais e individuais, assim como uma apreensão sobre as
construções históricas que levaram a tal proposição
epistemológica
PORQUE
II. Não é possível isolar da matriz teórica elementos que
compõe o espaço territorial e temporal onde o pesquisador
atua, assim como sua própria subjetividade.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da
psicologia moderna. Editora Cencage. 2014.
Acerca dessas asserções, assinale a opção CORRETA:
a) as asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é
uma justificativa da I.
b) as asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a
II não é uma justificativa da I.
c) a asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma
proposição falsa.
d) a asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma
proposição verdadeira.
e) as asserções I e II são proposições falsas.

QUESTÃO 3 - (ENADE - Adaptado)
Fernando, 19 anos, se encontra em situação de rua e foi
abordado pela psicóloga Rosângela que faz parte da
equipe interdisciplinar de Consultório na Rua. Em
atendimento descobriu-se que antes de se encontrar em
situação de rua morava no bairro Rua Nova, onde sua
família ainda reside. Frente a essa informação, Rosângela
e sua equipe buscaram os dispositivos presentes no
território do bairro e descobriram que Fernando e seus
familiares participaram de várias ações executadas na
saúde, assistência e educação.
Dessa forma, em uma atuação interssetorial, foram
realizadas as seguintes atividades em rede:
I - Em um dia determinado foi marcado na sede da
Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro uma reunião
com representantes das instituições que trabalharam
diretamente com Fernando ou com seus familiares, dessa
forma o grupo buscou reunir informações de forma a
compreender quais dinâmicas interviram no processo o
que permitiu a construção de um histórico do caso. No
final, cada serviço ficou responsável por uma tarefa, sendo
que as informações conseguidas deveriam ser
compartilhadas entre os demais.
II - A equipe marcou uma outra reunião para estudar o
caso de Fernando, chamando a UBS de Rua Nova, o
Centro de Referência de Assistência Social e a
coordenação da escola onde Fernando estudou. Nesse
momento, a equipe levou o prontuário onde eram
anotadas as intervenções com Fernando para que todos
os presentes pudessem folheá-lo, pois havia informações
que tinham sido dadas pelo usuário que foram feitas em
sigilo.
III - A equipe do Consultório na Rua encaminhou Fernando
para ter contato com o Centro de Referência Especializado
para População em Situação de Rua (Centro Pop), para
sanar suas demandas da assistência social, como o
acesso a um serviço de geração de renda. O serviço então
fez contato com o CRAS em busca de maiores
informações sobre a família que era cadastrada no CAD
Único, sendo que essas informações foram compartilhadas
com a equipe que trabalha no Consultório na Rua, visto
que mesmo correspondendo a um serviço da saúde, é
necessário dar retorno sobre o caso em uma atitude de
referência e contra-referência.
IV - A equipe do Consultório na Rua acionou o Programa
de Saúde da Família da UBS, onde por meio das Agentes
Comunitárias de Saúde (ACS) foi realizada uma visita
domiciliar aos familiares de Fernando, sendo que a visita
havia sido autorizada por ele. Nesse momento, as equipes
se aproximaram da família, dialogando sobre como era
compreendida a situação de Fernando pela família, além
dos atritos e os vínculos evidenciados nesse processo.
Após a visita, as equipes então traçaram estratégias para
promover o contato entre os presentes, acionando o CRAS
do território como meio de mediar as relações rompidas.
Compreendendo que as intervenções psicossociais
solicitam uma atuação pautada em um acompanhamento
ético, percebe-se que
a) na intervenção de número II houve uma falha ética,
pois o prontuário de atendimento é um documento
sigiloso, que deve ser de exclusivo acesso aos
profissionais do serviço. Mesmo em reuniões de rede,
devem ser apresentadas apenas as informações
necessárias, resguardando o atendido.
b) na intervenção de número III houve uma falha ética,
pois os profissionais agiram de forma errada quando
solicitam que o sujeito buscasse o Centro Pop. O
correto seria a equipe providenciar a garantia dos
direitos a serem adquiridos, visto que havia grandes
chances do atendido não buscar o dispositivo conforme
encaminhamento.
c) na intervenção de número IV houve uma falha ética,
visto que Fernando não deveria saber sobre a visita.
Com essa atitude, o fator “surpresa” foi corrompido,
possibilitando que o sujeito e seus familiares se sintam
menos pressionados a colaborar com sua saída das
ruas.
d) na intervenção de número I houve uma falha ética,
visto que quando as equipes construíram o histórico do
caso, expuseram Fernando e sua família. Com isso, a
família que poderia se encontrar em situação de
vulnerabilidade social, ficou mais vulnerável a possíveis
preconceitos.
e) na intervenção de número IV houve uma falha ética,
visto que acionaram as ACS para a realização da visita
domiciliar. Como as ACS são cargos que não exigem
curso superior não se apresentam enquanto confiáveis
para a realização de abordagens complexas como as
solicitadas no caso de Fernando.
QUESTÃO 4
Figura disponível em
http://porvir.org/especiais/participacao/wp-
content/themes/Inketa/images/armadilhas/promover-
participacao-pontual.jpg. Acesso em 29 de dezembro de
2017
“É preciso enfatizar que a Oficina [em Dinâmica de Grupo]
não é uma terapia e nem uma aula, mas tem uma
dimensão educativa e uma dimensão clínica, que se inter-
relacionam. Assim, a coordenação buscar articular na
Oficina a reflexão e a emoção, os aspectos conscientes e
inconscientes, em suas dimensões educativa e clínica
AFONSO, L. et al. Como conduzir uma oficina. In: __
Oficinas em dinâmica de grupo na área da saúde. Belo
Horizonte: Edições de Campo, 2010, Texto 6, p. 283-297.
Analisando a charge e as citações acima, no que diz
respeito a coordenação de trabalhos em grupo, marque a
opção que melhor representa a atuação do psicólogo
nessa função:
a) O coordenador deve incentivar o grupo a expor
opiniões e experiências, levando os participantes a
compreenderem que desde o início da atuação não
necessitam de um suporte de um profissional,
garantindo as premissas de autogestão.
b) O coordenador deve apresentar as informações
corretas, compreendendo que os participantes não
possuem tais informações e quando as têm são
errôneas, pois advém do senso-comum.
c) O coordenador deve acolher e respeitar os
participantes no grupo, para que desenvolvam um
sentimento de pertencimento ao grupo e amizade,
devendo os conflitos serem evitados.
d) O coordenador deve questionar o grupo de maneira
ponderada, promovendo a reflexão sobre questões
pertinentes, validando a opinião dos participantes e
possibilitando a análise sobre determinantes sociais
causadores de vulnerabilidades sociais.
e) O coordenador deve solicitar aos participantes
comprometimento, visto que em um processo grupal
todos os participantes tem de assumir uma postura
coletiva, sendo essa sobrepostas as demandas
individuais.
Sobre as características desse grupo, analise as
afirmações abaixo:
I - O grupo guarda em si a característica de ser um grupo
mais homogêneo, de caráter aberto, o que significou em
uma maior participação de membros, permitindo a entrada
de pessoas que não compunham o grupo inicial, mas que
se sentiam identificados com a proposta.
II - A escolha pela formação de uma cooperativa pelos
participantes e a desvinculação do acompanhamento da
equipe do CRAS pode ser entendido como uma
valorização da autonomia do grupo, visto que tal
característica permitiu que os participantes conseguissem
certo grau de empoderamento e auto-gestão.
III - Para a construção de um grupo como esse deve-se
levar em consideração primeiramente os diagnósticos
realizados nacionalmente, para depois analisar as
experiências dos sujeitos atendidos e a realidade local,
garantindo assim a hegemonia das pesquisas de base
quantitativa.
IV - O enquadre escolhido para a realização do grupo,
demonstra que a equipe levou em consideração as
questões de acessibilidade e participação comunitária,
valorizando a opinião das participantes na escolha do local,
alimentação e horário.
Agora, assinale a alternativa correta:
a) Estão somente corretas as alternativas I e II.
b) Estão somente corretas as alternativas I, II e IV
c) Estão somente corretas as alternativas I, III e IV.
d) Estão somente corretas as alternativas II, III e IV.
e) Estão somente corretas as alternativas II e IV

QUESTÃO 5
A equipe da Unidade Básica de Saúde do distrito de
Tabaúna convidou os moradores para a construção de um
grupo que discutisse questões de gênero. Para que a
atividade acontecesse, os coordenadores elegeram como
local de realização o Centro Comunitário que fica ao lado
da única praça da comunidade. A iniciativa foi depois
valorizada pelo grupo, conseguindo o apoio dos produtores
rurais da região que doariam leite e frutas para as
atividades, enquanto as próprias participantes se
ofereceram para levar bolos, biscoitos e pães caseiros. O
grupo seria formado exclusivamente por mulheres, sendo
que as convidadas poderiam levar outras mulheres ao
longo dos encontros. O melhor horário foi escolhido pelos
participantes e os encontros eram construídos ao longo do
processo, sendo que as participantes eram incentivadas a
trazer opiniões e sugerirem temáticas. A atividade contou
com uma média de 15 participantes por encontro,
atingindo o máximo de 30 participantes. Os encontros
duraram cerca de dois anos, até que o Cras decidiu
encerrar o acompanhamento direto do grupo 6 meses
depois que as participantes resolveram montar uma
cooperativa.