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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

Soldador

2
emprego

m e t a l u r g i a

S o lda d o r

2
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin
Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,


CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Rodrigo Garcia
Secretário

Nelson Baeta Neves Filho


Secretário-Adjunto

Maria Cristina Lopes Victorino


Chefe de Gabinete

Ernesto Masselani Neto


Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência e Tecnologia

Coordenação do Projeto FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA


CETTPro/SDECT Presidente
Juan Carlos Dans Sanchez João Sayad
Fundação do Desenvolvimento Vice-Presidentes
Administrativo – Fundap Ronaldo Bianchi
José Lucas Cordeiro Fernando Vieira de Mello
Apoio Técnico à Coordenação Diretoria de Projetos Educacionais
Fundação do Desenvolvimento Diretor
Administrativo – Fundap Fernando José de Almeida
Laís Schalch Gerentes
Monica Gardelli Franco
Apoio à Produção
Júlio Moreno
Fundação do Desenvolvimento
Coordenação técnica
Administrativo – Fundap
Maria Helena Soares de Souza
Ana Paula Alves de Lavos
Emily Hozokawa Dias Equipe Editorial
Isabel da Costa M. N. de Araújo Gerência editorial
José Lucas Cordeiro Rogério Eduardo Alves
Karina Satomi Produção editorial
Laís Schalch Janaina Chervezan da Costa Cardoso
Maria Helena de Castro Lima Edição de texto
Selma Venco Lígia Marques
CETTPro/SDECT Marcelo Alencar
Bianca Briguglio Revisão
Cibele Rodrigues Silva Conexão Editorial
Identidade visual
Textos de referência
João Baptista da Costa Aguiar
Edison Marcelo Serbino
Arte e diagramação
Irineu de Souza Barros
Paola Nogueira
Luiz Cláudio Paula
Pesquisa iconográfica
Marcos Antonio Batalha
Elisa Rojas
Eveline Duarte
Ilustrações
Bira Dantas
Luiz Fernando Martini
Consultoria
Marcos Antonio Batalha

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Carla Cruz dos Santos, Empresa Servimig, Empresa Signo Arte, Empresa Starrett, Fundição TUPY S.A., Graziele da
Silva Santos, Grupo Voith, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Neise Nogueira, Valdemar Carmelito dos Santos.
Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa


Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional
para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio
negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou
quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência
e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis-
sional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico,


Ciência e Tecnologia
Caro(a) Trabalhador(a)

Aqui continua o nosso caminho para um novo aprendizado.


Você já conheceu as origens do seu ofício. Observou a evolução de uma metalurgia
que acompanha a evolução do mundo. Descobriu quais aspectos envolvem a rotina
de uma indústria. Entendeu, por fim, como funciona o setor metalúrgico, cujos
segmentos apresentam oportunidades para os novos profissionais.
A proposta, agora, é que, com o segundo volume desta coleção, você possa aprender
os saberes específicos da ocupação que escolheu exercer. O objetivo do curso é formar
um profissional que possua uma visão organizada daquilo que um bom soldador
precisa.
Com esse pensamento, a primeira unidade deste volume lhe oferece a oportunidade
de aprender uma atividade que estará presente em qualquer trabalho metalúrgico: a
verificação de medidas. No restante do livro, temas que irão ajudá-lo no momento
de buscar inserção no mercado também serão comentados, sem se esquecer de tratar
de alguns fatores, como qualidade e produtividade, que influenciarão (e muito!)
seu trabalho.
Por isso, aproveite esta nova etapa do curso para refletir, perguntar, discutir e interagir
com colegas e professores. Agora é a sua hora de buscar uma nova carreira!
Vamos voltar aos estudos?
Sumário
Unidade 4
9
metrologia

Unidade 5
33
a soldagem com eletrodo revestido

Unidade 6
87
segurança e prevenção de acidentes

Unidade 7
103
qualidade e produtividade

Unidade 8
109
ingresso no mercado de trabalho
dados internacionais de catalogação na publicação (cip)
(bibliotecária silvia marques crb 8/7377)

P964
Programa de qualificação profissional: Metalurgia /
Soldador. -. – São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2011.
v.2, il (série: arco ocupacional)
Vários autores
Programa de qualificação profissional da Secretaria do
Emprego e Relações do Trabalho - SERT
ISBN 978-85-8028-002-9
1. Ensino profissionalizante 2. Metalurgia-técnico
3. Metalurgia – laboratório I. Título II. Série

CDD 371.30281
Unidade 4
Metrologia
Em metalurgia, a tarefa de verificar as medidas de um produto
sempre estará presente. Como soldador, fará parte de seu dia a
dia realizar medidas nas peças metálicas antes de fazer a solda.
Por isso, você precisa ter noções básicas da chamada metrologia,
a ciência que estuda as medidas e as medições.

Grandeza física é Mas qual a diferença entre medida e medição?


um atributo de um
corpo que pode ser Medida é um valor expresso em números (valor numérico) que
percebido e quanti-
ficado. Por exem-
representa as dimensões ou o tamanho de um determinado objeto
plo: o tamanho de (unidade física). Dizemos, por exemplo, que a medida de uma peça
uma pessoa, a mas-
sa de um livro, o
metálica é 10,01 mm (dez milímetros e um centésimo de milímetro).
volume de um copo,
a temperatura de Medição é o ato de medir, ou seja, a operação que realizamos
um corpo, a veloci- para obter a medida. É comparar a grandeza a ser medida com
dade de um carro...
outra adotada como padrão.

Os instrumentos
Para realizar cada medição, é preciso utilizar um instrumento.
A escolha do instrumento depende da situação, pois cada um
atende a determinada necessidade. Os principais instrumentos
de medição com os quais o soldador contará são:
• escala (régua);
ivan carneiro

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 9


• trena;

Você sabia?

starret
A régua graduada e a trena
são os mais simples instru-
mentos de medida linear
(horizontal, em linha).
• paquímetro;
starret

• calibre de solda;
ivan carneiro

• micrômetro;
starret

10 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


• transferidor; e

carneiro
an
iv

Você sabia?
O goniômetro não é utili-
zado apenas na metalur-
• goniômetro. gia. Existem outras áreas
que também precisam
desse instrumento de me-
dições angulares. Uma
delas é a medicina. Assim
como os soldadores, os
médicos também usam
goniômetro, mas para
acompanhar a recupera-
ção de pacientes que so-
frem fraturas. Com ele, é
possível verificar a evolu-
ção do movimento de uma
articulação, por exemplo.
ivan carneiro

Como realizar as medições?


A escolha do instrumento que será utilizado para fazer
uma medição específica dependerá do que será medido e
da exatidão (precisão) desejada dessa medida.
Há instrumentos que permitem maior ou menor exatidão.
Imagine, por exemplo, uma balança. Será que um fei-
rante pode pesar uma porção de bananas com o mesmo
tipo de balança que um farmacêutico usa no preparo da
mistura de produtos para fazer um medicamento? Qual
necessita de um instrumento de medição mais preciso?

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 11


Em vez de falar em exatidão, também podemos dizer que a margem de erro admissível
em uma determinada medição é diferente do erro aceitável em outra. Chamamos
de erro admissível o desvio máximo que se pode tolerar para mais ou para menos.

30 +
_ 0,1

10 f7
25 +
_ 0,1

_ 0,1

20,06
20 +

Margem de erro: nas medições da peça acima, o desvio máximo é de Escala 1:1
0,1 mm para mais ou para menos.

A medida (também chamada de cota) 30 + ou – 0,1, mostrada na imagem acima,


indica que o desvio máximo que se pode admitir, nesse caso, é de 0,1 (um décimo
de milímetro) para mais ou para menos. Isso quer dizer que, na prática, essa peça
será aceita ou poderá ser utilizada se medir:

30,0 – 0,1 = 29,9 mm


até
30,0 + 0,1 = 30,1 mm

Essa indicação (30 + ou – 0,1) também informa que o instrumento que será usado
para medir a peça real deverá ter uma exatidão (ou uma resolução mínima) de um
décimo de milímetro.

Importante: resolução
A resolução de um instrumento é a menor medida que você pode ler
nele. A régua abaixo, por exemplo, tem resolução de 1 milímetro, porque
essa é a menor divisão que ela possui.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Régua comum: os números indicam centímetros. A resolução mínima é de 1 milímetro.

12 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Portanto, se você precisa medir uma peça com um lado
de 30 mm, para a qual se admite uma variação de 0,1
mm (de 29,9 mm a 30,1 mm), o instrumento utilizado
deve ter a resolução mínima de 1 décimo de milímetro.
No entanto, se você deve medir uma peça na qual a va-
riação máxima permitida é de 0,05 mm, será necessário
um instrumento com resolução mínima de 5 centésimos
de milímetro.
Reflita: qual dos dois instrumentos será mais exato?
Você sabia?
Antes da instituição do sis-
tema métrico decimal, as
Os números deci- 0,15 unidades de medida eram
definidas de maneira arbi-
mais servem para trária, ou seja, sem regras
ou normas, variando de um
indicar valores que centésimos
país para outro. As unida-
de milímetro
não são inteiros. des de comprimento, por
exemplo, eram, normal-
Para representá- décimos de milímetro mente, derivadas das par-
-los, utilizamos a tes do corpo do rei de cada
milímetro país. Foi assim que surgi-
vírgula. O algaris- ram medidas padrão como
mo que vem antes dela é chamado de unida- a polegada, o palmo, o pé,
a jarda, a braça e o passo.
de. Os que seguem a vírgula são chamados O sistema inglês, inclusive,
foi baseado nas medidas
de casas decimais. A primeira casa é a dos estabelecidas pelos reis
décimos (nela, o algarismo 1 representa um ingleses. A tarefa de mu-
dar essa situação ficou pa-
décimo de uma unidade, ou um inteiro divi- ra os professores Méchian
dido por dez), e a segunda, dos centésimos e Delambre, ambos da
Academia de Ciências de
(nela, o algarismo 5 representa cinco centé- Paris. Eles instituíram o
simos de uma unidade). sistema métrico decimal
no dia 7 de abril de 1795.

Veja a seguir, em detalhes, os instrumentos de medição


usados pelo soldador.

Escala (régua)
As escalas existem para organizar e hierarquizar valores:
do menor para o maior, do menos importante para o mais
importante, da menor dureza para a maior, do menor grau

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 13


para o maior etc. São muitos os instrumentos de medição
que podem conter uma ou mais escalas.
Por isso, nada melhor do que começar a nossa lista com
a escala, ou régua graduada, que geralmente é feita de
aço inoxidável. Normalmente, na parte inferior, ela
DICA apresenta as medidas em centímetros (cm) e milímetros
No Brasil, adota-se o sistema (mm) – conforme o sistema métrico – e, na superior,
métrico decimal. Por isso, neste
caderno, aprenderemos a usar os apresenta as medidas em polegadas e frações – conforme
instrumentos para fazer medições
utilizando esse sistema. o sistema inglês.

1 2 3 4
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Sistema Métrico
1 metro = 10 decímetros = 100 centímetros = 1.000 milímetros

Sistema Inglês
1 polegada = 2,54 centímetros

Trena
A trena é constituída por uma fita de aço cujas graduações são semelhantes às da
escala, isto é, obedecem ao sistema métrico e ao sistema inglês. A leitura das medições
segue o mesmo procedimento da régua graduada.
Porém, diferentemente da escala, a trena possui em sua extremidade uma pequena
chapa metálica, dobrada em ângulo de 90o, chamada encosto de referência ou
gancho de zero absoluto.
Essa chapinha mede 1 mm de espessura. Isso tem grande utilidade: o encosto de refe-
rência é usado para compensar as medições externas (deslocando o encosto de 1 mm
para fora da fita) e internas (somando a espessura da medição de 1 mm do encosto).

14 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


encosto de referência
starret

Trena: fita de aço com graduações semelhantes às da escala.

Paquímetro
O paquímetro também é formado por uma régua graduada no sistema métrico
e no sistema inglês. Sobre essa régua com encosto fixo, desliza uma régua menor
chamada cursor. O cursor – a parte móvel do paquímetro – fica ajustado à régua e
se movimenta livremente sobre ela com um mínimo de folga.
starret

orelha fixa orelha móvel

nônio ou vernier em polegadas


parafuso de trava
cursor escala fixa de polegadas

impulsor escala fixa de milímetros haste de profundidade


encosto fixo nônio ou vernier em milímetros
encosto móvel

bico fixo bico móvel

O paquímetro e seus componentes.

O cursor é dotado de uma escala auxiliar, graduada, chamada nônio ou vernier.


Este permite a leitura de frações da menor divisão da escala fixa. O nônio possui
uma divisão a mais que a unidade usada nessa escala. Então, se 10 mm na escala
principal estão divididos em 10 partes, 10 divisões de nônio corresponderão a 9 mm
da escala principal.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 15


Para melhor compreensão, observe abaixo como verificar a resolução do paquímetro
e, em seguida, como fazer uma medição usando esse instrumento.

Como verificar a resolução do paquímetro em milímetros


• Nônio com 10 divisões – as 10 divisões do nônio equivalem a 1 mm da escala
1 = 0,1 mm (em outras palavras, cada divisão do nônio cor-
principal. Portanto, 10
responde a 1 décimo de milímetro).
• Nônio com 20 divisões – as 20 divisões do nônio equivalem a 1 mm da escala
1 = 0,05 mm (em outras palavras, cada divisão do nônio
principal. Portanto, 20
corresponde a 5 centésimos de milímetro).
• Nônio com 50 divisões – as 50 divisões do nônio equivalem a 1 mm da escala
1
principal. Portanto, 50 = 0,02 mm (em outras palavras, cada divisão do nônio
corresponde a 2 centésimos de milímetro).

Como fazer uma medição usando o paquímetro


O paquímetro pode ser usado para medir uma peça metálica em suas várias dimensões:
ivan carneiro

ivan carneiro

Medição interna Medição de ressalto


ivan carneiro

ivan carneiro

Medição externa Medição de profundidade

16 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Como “ler” as medidas no paquímetro
A leitura das medidas (ou seja, a medição de uma deter-
minada peça metálica) é feita em duas partes: primeiro,
pela escala fixa da régua e, em seguida, pela escala
auxiliar do nônio.
Os dois valores devem ser considerados ao final do pro-
Você sabia?
cedimento de medição. Isso é feito da seguinte maneira:
O nônio também pode
ser chamado de vernier.
1º passo: cálculo da resolução Sabe por quê? Esses dois
nomes vêm de seus dois
inventores: o português
menor divisão da escala fixa Pedro Nunes e o francês
Pierre Vernier.

Resolução = 1 mm = 0,05 mm
20

no de divisões do nônio

2º passo: leitura
1a leitura (escala fixa): você deve considerar – ou “ler” – o
número que vem antes do zero do nônio. DICA
Nesta unidade, você aprenderá a
2a leitura (escala do nônio): você deve considerar (ler) o realizar a leitura do paquímetro na
versão tradicional, ou seja,
primeiro traço do nônio, que coincide totalmente com mecânica. Mas, atualmente, já é
possível contar com esse
algum traço da escala fixa. Depois, deve contar quantos instrumento na versão eletrônica.
O chamado paquímetro digital
traços tem do zero até chegar nele. No caso da foto abai- apresenta algumas vantagens:
• Simplifica a leitura, diminuindo
xo, são 13 traços. Em seguida, é só multiplicar o número a probabilidade de erro.
• Pode ser usado em polegadas
de traços medidos (13) pela resolução do paquímetro, ou milímetros, sendo preciso
apenas mudar o modo de
que foi calculada anteriormente. apresentação do resultado.
ivan carneiro

ivan carneiro

1a leitura 2a leitura

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 17


Ou seja: 13 traços x 0,05 (resolução do paquímetro) = 0,65 mm
Portanto, a medida da peça é:
1ª leitura = 73,00 mm
2ª leitura = 0,65 mm
Leitura final = 73,65 mm

Atividade 1
E xercite a leitura com um paquímetro no
sistema métrico com resolução de 0,05 mm

Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os


resultados ao lado dos desenhos.
Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram
a resultados diferentes, procurem discutir a razão dessas diferenças.
Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.

a)

0 4 8 0 4 8
1/128 in. 1/128 in.

1 2 3 4 5
20 30 40 50 60 70 90 100 110 120 130 140

0,05 mm 0,05 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

b)

00 44 88 0 4 8
1/128
1/128 in.in. 1/128 in.

3 2 4 3 5 4 5 6 in.
70 4090 50 100 60 110 70 120 80 13090 140
100 120 130 140 150 mm

05 mm 0,05
0,05mm
mm 0,05 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

18 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


0,05 mm 0,05 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

c)

000 444 888 0


0 4
4 88
1/128
1/128in. 1/128
in. in.
1/128 in.in. 1/128

3 1 2 4 23 5 43 5 4 6 5 in.
4020
90 50 30
100 60 40
110 70 50
120 80 60
130 90 70
140
100 90
120 100
130 110
140 120
150 130 140
mm

0,05mm
0,05
0,05 mm
mm 0,05
0,05 mmmm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 99 10
00 11 22 33 44 55 66 77 88 9 10
10 00 11 22 33 44 55 6
6 7
7 8
8 99 10
10

d)

0000 4444 8888 1/128 in.


0 4 88
1/128 in.in.
1/128
in.in.in.
1/128
1/128 1/128

43 52 43 63 54 in. 4 5 1 6 2 in.

100 40
60 90
120 5070100 6080140
130 110 7090 120 80
150 100 13090110mm140
100
120 120 10 130 20 140 30 150 40 50 mm 60

0,05 mm
0,05 mm 0,05
0,05mm
mm
00 11 22 33 44 55 66 77 88 99 10
10 0,05
0,05
mmmm
00 11 22 33 44 55 66 77 88 99 10
10 00 11 22 33 44 55 66 77 88 99 10
10

e)

000 444 88 0 4 8
1/128
1/128 in.
in.in.
1/128 1/128 in.

4 5 3 1 6 4 2 in. 1 2
100
120 60120 10 70
130 20 80140 3090150 40100 50110mm 60
120 10 20 30 40 50 60

0,05 0,05 mm
0,05 mm
mm 0,05 mm
0 1 2 3 4 555 666 7 88 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0 11 2 33 44 7 8 9 10
10

f)

0 4 8
1/128 in.

1 2
120 10 20 30 40 50 60

0,05 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 19


Paquímetro de resolução 0,02 mm
Há paquímetros com diferentes graus de resolução. Além do anterior (0,05 mm),
é bastante comum o que tem resolução de 0,02 mm. O nônio, neste caso, tem
50 divisões.
ivan carneiro

1º passo: cálculo da resolução

menor divisão da escala fixa

Resolução = 1 mm = 0,02 mm
50

no de divisões do nônio
2º passo: leitura
1a leitura (escala fixa) = 5,00 mm
2a leitura (escala do nônio) = 0,44 mm (22 x 0,02)
Leitura Final = 5,44 mm
A medição, ou “leitura das medidas”, é feita da mesma maneira, independen-
temente da resolução do paquímetro.

20 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Atividade 2
E xercite a leitura com um paquímetro no
sistema métrico com resolução de 0,02 mm

Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os


resultados ao lado dos desenhos.
Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram
a resultados diferentes, procurem discutir a razão dessas diferenças.
Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.

a)

0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 2 3 4 5 6 7 8.0019in 2 1 2 3 4 5 6
2 3 10
4 5 6 7 208 9 1 1 302 3 4 5 406 7 8 9 2 50 1 2 3 604 5 6
2 3 10
4 5 6 7 208 9 1 1 302 3 4 5 406 7 8 9 502 1 2 3 604 5 6
10 20 30 40 50 60
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm

b)

0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8
.001 in 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9
2 3
5 40
6 7 8 9 50 1 604 7 708 9
3 80
2 3 5 6 1 2 3 4 5906 7 8 100
9
2
5 406 7 8 9 502 1 2 3604 5 6 7 708 9
3
1 802 3 4 906
5 7 8 100
9

40 50 60 70 80 90 100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm

c)

0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
.001 in
0 5 10 15 20 25
2 3 4 5 6 7 8 9
3 1 2 3 4 5 6 7 .001
8 in9
4 1 2 3 4 5 6
2 3 604 5 6 7708 9
3 1802 3 4 5906 7 8 100
9
4 1 2 110
3 4 5 6
2 3 604 5 6 7 708 9 80 5906 100 110
3 1 2 3 4 7 8 9
4 1 2 3 4 5 6
60 70 80 90 100 110
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0,02 mm

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 21


Micrômetro
É um instrumento que permite fazer medições em casos que exigem resoluções ainda
menores do que as do paquímetro. Ou seja, quando o paquímetro não consegue mais
alcançar exatidão para uma determinada medição, o micrômetro entra em cena.
Alguns micrômetros usam o mícron, unidade de medida que corresponde a um
milésimo de milímetro. Por isso, o instrumento tem esse nome.
starret

batente fuso bainha

arco faces de
medição
tambor

O micrômetro e seus componentes.

Micrômetro de resolução 0,01 mm (1 centésimo de milímetro)


O micrômetro tem dois importantes componentes: a bainha, que apresenta duas
escalas em milímetros; e o tambor, cuja escala está dividida em centésimos de
milímetros.
Considerando essas escalas, a leitura do micrômetro é feita em três partes. A pri-
meira, na bainha com escala de 1 em 1 mm; a segunda, na escala dos meios; e a
terceira, no tambor.

22 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


starret

1a leitura 3a leitura

2a leitura

Exemplos de leitura
a)
20

0 5 15

10

5
Você sabia?
20 O paquímetro e o micrô-
metro, instrumentos bas-
0 5 – escala dos15milímetros) = 8,00 mm
1a leitura (bainha tante usados na indústria
15
metalúrgica, também são
2 leitura (bainha 35= 0,50 mm
5– escala
10 dos
15 meios
10 20 milímetros)
a
0 muito úteis para medir a
espessura de revestimen-
30
3a leitura (tambor) = 0,10 mm5 tos na construção civil.

25
Leitura final = 8,60 mm
20

b) 15

35
0 5 10 15 20
30

25
20
Você sabia?
O micrômetro foi inven-
tado, em 1848, pelo fran-
1a leitura (bainha – escala dos milímetros) = 23,00 mm cês Jean-Louis Palmer.
Com o decorrer do tem-
2a leitura (bainha – escala dos meios milímetros) = 0,00 mm po, ele foi aperfeiçoado
e possibilitou medições
mais rigorosas e exatas
3a leitura (tambor) = 0,28 mm do que aquelas obtidas
pelo paquímetro.
Leitura final = 23,28 mm

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 23


30

25
20

Atividade 3
E xercite a leitura com um M icrômetro no
sistema métrico de resolução de 0,01 mm

20
Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os
resultados ao lado dos desenhos. 15
0 5
Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram
10 a razão dessas diferenças.
a resultados diferentes, procurem discutir
Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.
5

a)

45

40
0
35

30
25

b)

20

0 5 10 15 20 15

10
5

5
0 5 10 15 0
24
45
A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2
10
5 10
5
5

c)

5
5
0 5 10 15 05
0 5 10 15 0
0 5 10 15 0
45
45
4045
40
40

d)
20
20
0 5 1520
0 5 15
0 5 15
10
10
5 10
5
5

e) 0
0
0
0 450
45
0
4045
40
35
40
35

35

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 25


Micrômetro de resolução 0,001 mm (1 milésimo de milímetro)
Este micrômetro possui, além das escalas na bainha e tambor, uma terceira escala –
chamada de nônio – na parte superior da bainha. Nela vamos ler os milésimos de
milímetros.
ivan carneiro

4a leitura 3a leitura

2a leitura
1a leitura

Exemplos de leitura:
a) b)

50 50 0 0
15 15
0 0
8 8 8 8
6 6
6
4
6
4 45 45 4 4 5 5
2 2 2 2

40 40 0 0
0 05 5 0 0
35 35 45 45

1a leitura (bainha – escala dos 1a leitura (bainha – escala dos


milímetros) = 9,000 mm milímetros) = 2,000 mm
2a leitura (bainha – escala dos meios 2a leitura (bainha – escala dos meios
milímetros) = 0,000 mm milímetros) = 0,000 mm
3a leitura (tambor) = 0,410 mm 3a leitura (tambor) = 0,010 mm
Leitura no nônio (primeiro traço Leitura no nônio (primeiro traço
coincidente com a escala no tambor) = coincidente com a escala no tambor) =
0,003 mm 0,004 mm
Leitura final = 9,413 mm Leitura final = 2,014 mm

26 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


15
0
8
6
4
10
2

Atividade 4
0
5
E xercite a leitura com um M icrômetro
0 5 10 no
0
sistema métrico de resolução de 0,001 mm
15
Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas
8
6
a seguir
10 e anote os
0

4
resultados abaixo dos desenhos. 2
0
5
Compare os números que obteve com os do seu colega ao0 lado. Se vocês
5 10
0
chegaram
a resultados diferentes, procurem
15
discutir a razão dessas diferenças. 20
0 0
8 8
Em seguida,64 o monitor discutirá
10 com a classe o trabalho642 realizado. 15
2 0
0
5 10
a) 0 5 10
b) 25 30 35
0 5

15 20
0 0
8 8
6
4
10 6
4 15
2 2
0 0
5 10
0 5 10 25 30 35
0 5

20 5
0 0
8 8
6
4 15
6
4 0
2 2
0 0

10 45
25 30 35 0 10
5
5 40

20 5
0 0
8 8
6
4 15 6
4 0
2 2
c) 0

10
d) 0
45
25 30 35 0 10
5
5 40

5 25
0 0
8 8
6
4 0 6
4 20
2 2
0 0

45 15
0 10
5 25 5 1
10
40 10

5 25
0 0
8 8
6
4 0 6
4 20
2 2
0 0
45 15
0 10
5 25 5 1
10
40 10

25
0
8
6
4 20
2
0
15 Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 27
25 5 1
10
10
Transferidor
As medidas angulares são feitas com a ajuda desse instrumento. Por isso, antes de
tudo, é importante entender como é medido um ângulo.

Um ângulo é a medida – em graus – formada pelo encontro entre dois


segmentos de reta.
Todo ângulo está dividido em minuto ( ’ ) e segundo ( ” ), sendo que
um grau tem 60 minutos e um minuto, 60 segundos. Usando os sím-
bolos dessas medidas, temos:
1o = 60’ e 1’ = 60”

Você provavelmente se lembra do transferidor, que fez parte do seu material escolar.
Ele é composto, basicamente, por uma escala circular dividida e marcada em ângulos
espaçados regularmente, tal qual uma régua.
O transferidor pode ser usado nas aulas de Matemática, Engenharia, Topografia ou
em qualquer outra atividade que exija a medição precisa de ângulos.
ivan carneiro

escala graduada

articulação corpo
lâmina

O transferidor e seus componentes.

28 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Goniômetro
Outro instrumento de medição muito utilizado nas indústrias metalúrgicas é o
goniômetro. Assim como o transferidor, ele é utilizado para medições angulares, ou
seja, para medir ângulos.
Na prática, trata-se de um transferidor com uma resolução melhor. Por isso, pode
ser usado para qualquer atividade que exija uma medição mais precisa. Ele também
contém, basicamente, uma escala circular dividida e marcada em ângulos regulares,
tal qual numa régua.

Como usar o goniômetro


Para se chegar à medida de um ângulo usando esse instrumento, duas leituras devem
ser feitas.
Na primeira, o grau inteiro, que pode ser observado na graduação superior do disco,
deve coincidir com o traço zero da escala inferior (o nônio). Essa leitura pode ser feita
tanto no sentido horário quanto no anti-horário, dependendo do posicionamento
da peça medida.
A segunda leitura é a dos minutos, que, por sua vez, pode ser realizada a partir do
zero nônio, seguindo a mesma direção escolhida na leitura dos graus.
ivan carneiro

esquadro
1a leitura
disco vernier (nônio)

2a leitura
articulador

disco graduado régua

O goniômetro e seus componentes.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 29


Exemplos de leitura
a)
Sentido de leitura

2e0ntido de leit3u0ra
S 40
10

20 30
10 40
15 0 15
30 30 45
45
60
15 0 15
30 30 45
45
60
1a leitura (escala superior) = 24o
2a leitura (escala inferior) = 10’
Resultado final = 24o 10’
Sentido de leitura
b)
50 60
40 Sentido de leitura
70
30
50 60
40
15 15 70
30 0 30 45
45 30
60
15 15
0 30 45
45 30
60

1a leitura (escala superior) = 50o


2a leitura (escala inferior) = 15’
Resultado final = 50o 15’

30 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Atividade 5
P ratique o uso do goniômetro

Com base no que você aprendeu, faça a leitura nos goniômetros a seguir. O zero
corresponde à medida em grau e o traço mais escuro corresponde ao complemento
do ângulo em minutos.

10 0 10
a) 0 20
2
10 0 10
20 20
30
10 00 3100
60 6200
20 0
30 30
60 60
30 0 30
60 60

b)
0 10 20
10 30
0 10 20
10 30
03
0 100 2300
60 6300
10 0
30 30
60 60
30 0 30
60 60

c)

10 0 10
20 20
10 0 10
20 20
30
10 00 3100
60 620
20 0
30 0 30
60 60
30 0 30
60 60

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 31


d)
20 10
30 0
40 20 10 10
30 0
40 10
30 0 30
60 60
30 0 30
60 60

e)

20 10 0
30 10
20 10 0
30 10
30 0 30
60 60
30 0 30
60 60

Gabarito de solda
O soldador ainda conta com um ins-

ivan carneiro
3 0 20 10
4trumento
0 específico. O gabarito
20
0 de
3 0 1 0
solda, também chamado de calibre
40 0
de solda, 0é utilizado
0 para
30 verificar a
3
forma
6 0 e a dimensão 6
da solda. 0
30 0 30
6 0 60
O calibre é como se fosse um pa-
químetro que já vem com abertura
determinada, ou seja, com a medida
da abertura fixa. No começo de sua
carreira como soldador, você vai uti-
lizar muito esse instrumento por ele
ser mais 10 0
20 fácil de manusear. Gabarito de solda: o instrumento do soldador.
30 10 10
20 0
30 10
15 0 15
45 30 30 45
15 0 15 60
45 30 30 45
60

32 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Unidade 5
A soldagem com
eletrodo revestido
No Caderno 1, você descobriu um dos processos de união mais
utilizados na metalurgia: a soldagem. Também aprendeu que exis-
tem várias maneiras de unir um metal ao outro, ou seja, existem
vários processos de soldagem possíveis, que podem ser divididos
em dois grandes grupos:
1. Soldagem por pressão: processo no qual as partes são pressio-
nadas uma contra a outra.
2. Soldagem por fusão: processo no qual as partes são fundidas
(derretidas) por meio de aplicação de calor, com ou sem apli-
cação de pressão.
A partir desses dois grupos, você conheceu um pouco mais so-
bre a soldagem por fusão, que utiliza o calor e oferece diversas
possibilidades – Arco submerso, eletrodo revestido, MIG/MAG,
Oxigás e TIG. No entanto, desse grande grupo, um processo
chama a atenção: o eletrodo revestido.
Por isso, esta unidade mostrará, especificamente, o processo que
utiliza o eletrodo revestido e a corrente elétrica para a soldagem
de peças metálicas. Essa escolha tem uma razão: o eletrodo re-
vestido é uma ótima maneira de começar os seus estudos no
campo da soldagem e adquirir conhecimentos que facilitarão o
aprendizado dos demais processos.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 33


ivan carneiro

Você sabia?
Além da energia elétri-
ca, a soldagem por fusão
pode utilizar outra fonte
de calor: o gás. É o caso
do processo de soldagem
chamado de oxiacetilênica.

Na soldagem com eletrodo revestido, as partes são unidas por meio de aplicação de calor.

Descrição do processo
Para explicar o processo de soldagem com eletrodo reves-
tido nesta unidade, dividiremos o tema em cinco partes:
1. máquina;
2. matéria-prima;
3. método;
4. parâmetros de soldagem; e
5. o soldador.
Cada uma delas apresentará dados e conceitos que irão
ajudá-lo a compreender e, posteriormente, realizar uma
soldagem com sucesso! Por isso, o dia a dia do soldador
ficará por último. Antes de aprender como realizar uma
soldagem com eletrodo revestido é necessário entender
por que utilizamos determinadas máquinas, matérias-
-primas, métodos e parâmetros de soldagem nesse pro-
cesso. Afinal, antes de partir para a prática é sempre bom
ficar de olho na teoria.

34 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


1. Máquina
Para iniciar o processo de eletrodo revestido, é necessário
produzir calor. E, para isso, precisamos da ajuda de uma
fonte de energia.

Fontes de Energia DICA


A soldagem não pode ser
Atualmente, no mercado, existem três tipos de fontes de realizada utilizando a tensão
diretamente da rede elétrica, pois
energia capazes de produzir o calor necessário ao processo ela é muita alta (110 V a 440 V).
Por isso, é necessário reduzi-la.
de soldagem:
Tomadas de Força Padrão
220 V – cor azul
• o transformador; 380 V – cor vermelha
440 V – cor preta
ivan carneiro

• o retificador; e
ivan carneiro

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 35


• o gerador.

Volodymyr Krasyuk/Shutterstock

transformador

retificador

gerador

Corrente contínua (CC)


Corrente alternada (CA)

DICA
É muito importante saber qual Essas fontes de energia podem gerar dois tipos de correntes:
tipo de corrente será utilizada em
cada soldagem que você executar.
A diferença entre as correntes • a corrente contínua (CC); e
influenciam (e muito!) a
soldagem. Por isso, na hora de
escolher a corrente, é preciso • a corrente alternada (CA).
pensar no tipo de material a ser
soldado e nas características
específicas da operação. A diferença entre elas é o sentido do fluxo de elétrons.

36 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Elétrons
Para entender o que são os elétrons, vamos relembrar um tema abor-
dado na unidade 3. Vimos que toda a matéria existente pode ser divi-
dida em partículas muito pequenas, as quais chamamos de átomos.
Só que os átomos também podem ser divididos, basicamente, em três
partículas: os prótons, os elétrons e os nêutrons. No núcleo do átomo,
estão os prótons e os nêutrons e, girando em torno desse núcleo, estão
os elétrons, que são as partículas responsáveis por carregar energia.

Elétron

Próton Nêutron

Os elétrons, portanto, ficam como que flutuando ao redor do núcleo


do átomo. Por estarem assim “soltos”, são eles que se movimentam,
gerando a corrente elétrica.

A corrente contínua (CC) ocorre se o fluxo de elétrons segue um único sentido.


Já a corrente alternada (CA) ocorre se o fluxo de elétrons segue dois sentidos, ou
seja, vai e volta.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 37


Fonte Fonte
CC CA

Peça Peça

Corrente Contínua: elétrons seguem sentido único. Corrente Alternada: elétrons seguem dois sentidos.

A corrente contínua perde força quando percorre grandes distâncias. Isso já não
acontece com a corrente alternada. A energia que chega às nossas casas, por exemplo,
é de corrente alternada.
Para os processos de soldagem é necessária uma corrente elétrica de alta intensidade
e de baixa voltagem.
Por isso, contamos com a ajuda de equipamentos que, para serem fontes de energia
– ou seja, para produzirem a fonte de calor necessária ao processo de soldagem –,
transformam, retificam e geram o tipo de energia adequada para cada situação.
Existem, como você já observou, três tipos de equipamentos que fazem isso.

Transformador
É o equipamento que, como o próprio nome indica, transforma a energia que recebe
da rede elétrica, de alta tensão, em uma energia de baixa tensão. Ao mesmo tempo,
ele transforma a corrente de baixa intensidade para uma de alta intensidade.

Transformador
energia de ALTA TENSÃO energia de BAIXA TENSÃO
corrente de BAIXA INTENSIDADE corrente de ALTA INTENSIDADE

A corrente produzida pelo transformador é alternada (CA). Por isso, somente os


eletrodos revestidos apropriados para CA podem ser utilizados com esse aparelho.

38 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Retificador
O retificador é um transformador com algo a mais: ele
possui componentes eletrônicos capazes de converter a
corrente alternada (CA) em corrente contínua (CC).

Retificador
Corrente Alternada (CA) Corrente Contínua (CC)

Assim, pelo fato de permitir a passagem da corrente elétrica


contínua (CC), o retificador aceita qualquer tipo de eletrodo.

Gerador
Como o próprio nome indica, o gerador é uma máqui-
na rotativa capaz de gerar energia. Com um motor que
tanto pode ser alimentado por eletricidade, quanto por
combustão, ele produz corrente elétrica contínua (CC).
Assim como o retificador, por produzir corrente elétrica
contínua (CC), o gerador é capaz de utilizar qualquer
tipo de eletrodo.

A corrente contínua no processo de soldagem


A corrente contínua (CC), quando comparada à alternada
(CA), apresenta um conjunto de vantagens para o processo
de soldagem:
• Solda qualquer material.
• Proporciona uma solda de melhor qualidade.
• Proporciona uma solda com polaridade direta ou inversa. Arco elétrico é uma espé-
cie de arco que surge entre
• Tem um alto fator de potência. o eletrodo e o material a ser
soldado. Ele é o responsável
• Proporciona maior flexibilidade. pelo derretimento do metal
e, consequentemente, pela
• Gera arco elétrico mais estável. solda. Releia, no Dicionário
do Soldador (Caderno 1), a ex-
plicação sobre o arco elétrico.
• É mais adaptável às diversas situações de trabalho.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 39


Ainda nesta unidade, você poderá aprender mais sobre
as vantagens citadas na página anterior.
Há também, no entanto, uma desvantagem: o custo do
equipamento e de sua manutenção é maior.

A corrente alternada no processo de soldagem


Você sabia? A corrente alternada (CA) é a mais indicada nas soldagens
Só é possível medir o diâ-
metro se tivermos uma
que exigem eletrodos de maior diâmetro e, consequente-
circunferência, isto é, um mente, correntes mais altas.
círculo. O diâmetro é qual-
quer segmento de reta Aumentando a corrente de soldagem é possível conseguir:
que passe pelo centro des-
se círculo e chegue às bor- • Fusão mais rápida do eletrodo.
das da circunferência.
• Maior penetração.
• Volume maior da poça de fusão.
diâmetro
• Cordão de solda mais largo.

CA
Penetração e taxa
Penetração e taxade fusãointermediárias
de fusão intermediárias

Ainda nesta unidade, você poderá aprender mais sobre


as vantagens citadas acima.

Polaridade direta e inversa


Além do conceito de corrente, há outro que influencia
diretamente o processo de soldagem. Trata-se da polari-
dade. A polaridade depende da ligação da peça que será
soldada ao equipamento, ou seja:

40 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


• Polaridade direta (CC-): a peça está ligada ao polo
positivo do equipamento e o eletrodo, ao negativo.
• Polaridade Inversa (CC+): a peça está ligada ao polo
negativo do equipamento e o eletrodo, ao positivo.

A polaridade no processo de soldagem


DICA
A escolha da polaridade está diretamente relacionada ao Ainda nesta unidade,
estudaremos os tipos de
tipo de revestimento que o eletrodo terá. revestimentos de eletrodos.

A polaridade direta (CC-), quando utilizada nas soldagens


manuais com corrente contínua, produz:
• uma menor penetração; e
• uma maior taxa de fusão.

CC-
Menor penetração/Maior
Menor taxa
penetração/maior taxa de de fusão
fusão

A polaridade inversa (CC+), quando utilizada nas solda-


gens com corrente contínua, produz:
• uma maior penetração; e
• uma menor taxa de fusão.

CC+
Maior penetração/Menor
Maior taxa
penetração/menor taxa de de fusão
fusão

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 41


Escolhidas a corrente e a polaridade, resta falarmos dos cabos que estão envolvi-
dos no processo – o cabo do eletrodo e o cabo terra – e que fecham o circuito da
seguinte maneira:

Fonte
CA ou CC

Cabo do eletrodo

Porta-elettrodos
Porta-eletrodos

Eletrodo
o

Cabo terra
Peça

Cabo do Eletrodo
Conduz a corrente elétrica do equipamento ao porta-eletrodo.
ivan carneiro

42 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Porta-eletrodo
É conectado na extremidade do cabo de solda para con-
duzir a corrente elétrica de soldagem ao eletrodo.
ivan carneiro

Cabo Terra Você sabia?


Metal base é o material da
Conduz a corrente do metal base de volta ao equipamento, peça que passa por um
processo de soldagem. A
fechando, assim, o circuito. Na sua extremidade possui seguir, veremos mais de-
um terminal que o conecta à peça ou à bancada. talhes sobre esse metal.
ivan carneiro

DICA
CUIDADO!
Para não provocar resistência
ao fluxo de energia e queda
de tensão, o comprimento do
cabo deve ser proporcional ao
seu diâmetro.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 43


2. Matéria-prima

Eletrodo Revestido

Revestimento

Núcleo metálico (alma)

Extremo não revestido (pega)

O eletrodo revestido é formado por três elementos:


• um núcleo metálico, chamado de alma metálica;
• um revestimento, composto de elementos orgânicos
Você sabia? e minerais; e
Os metais podem ser se- • uma extremidade, não revestida, que serve para fixar
parados em dois grandes
grupos: os ferrosos, que o eletrodo no porta-eletrodo.
possuem ferro na sua
composição, e os não
ferrosos. Entre os me-
tais não ferrosos (aqueles
Alma Metálica
que não contêm ferro), o
alumínio, como vimos na
A alma metálica pode ser de material ferroso ou não fer-
unidade 3, é o que mais roso, dependendo de sua aplicação, ou seja, dos materiais
cresce em importância.
Nesta figura, podemos
que você pretende unir.
observar uma alma me-
tálica de alumínio.
Revestimento
ivan carneiro

O revestimento é constituído por diversos elementos


orgânicos e minerais que têm funções específicas. Ele
também deve ser escolhido em função dos materiais que
serão unidos.

44 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Funções do Revestimento

Elétrica:
• Facilita a passagem de corrente elétrica entre o
eletrodo e a peça metálica.
• Proporciona um arco elétrico mais estável.
Desoxidante é um produto
especialmente formulado pa-
Metalúrgica: ra eliminar as partes oxidadas
de qualquer superfície.
• Adiciona elementos de liga que permitem a repo-
sição dos elementos queimados do metal base.
• Adiciona desoxidantes que diminuem as im-
purezas.

Física:
• Direciona o metal fundido para a poça de fusão.
• Forma uma escória protetora, assegurando o re- Alguns elementos não con-
tardamento do resfriamento do cordão de solda. seguem se dissolver no
metal fundido. A escória é,
• Melhora as propriedades mecânicas da região justamente, a união desses
elementos que ficam sobre
soldada. a solda. Se não removida,
ela pode provocar um tipo
• Forma gases, durante a fusão (soldagem), que de defeito na junta soldada
promovem uma atmosfera protetora e impedem chamado de inclusão.

a entrada de oxigênio e hidrogênio do ar no


local da solda.
• Facilita a soldagem em posições difíceis, como
solda vertical ou sobre cabeça, em razão de
alguns elementos químicos adicionados ao re-
vestimento. DICA
O cordão que conhecemos no
nosso dia a dia (um cordão de
sapato, por exemplo) é formado
Existem, basicamente, cinco tipos de revestimento, sendo por um conjunto de fios. O cordão
da solda é formado por um
alguns mais utilizados que outros: conjunto de passes ou camadas de
eletrodo revestido. Explicando
melhor: cada passe é uma camada
• Revestimentos mais utilizados: rutílico, básico e ce- de eletrodo revestido fundido que
preenche o espaço onde a solda é
lulósico. depositada. Esse espaço é
chamado de chanfro e falaremos
mais sobre ele no item 3
• Revestimentos pouco utilizados: ácido e oxidante. desta unidade.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 45


ivan carneiro

Revestimentos básico, celulósico e rutílico: os mais utilizados.

Rutílico
O revestimento rutílico é utilizado em trabalhos que não exigem grande esforço como
chapas finas e médias, serralheria, peças de pequeno porte e peças para enchimento.
É um tipo de revestimento que:
• Possui média penetração.
• Forma uma escória viscosa que se solidifica e pode ser facilmente destacada.
• Torna mais fácil o processo de soldagem.

Básico
O revestimento básico é utilizado para soldar aços comuns, aços baixa liga, aços com
alto teor de enxofre e ferros fundidos que não necessitem de usinagem posterior.
Esse revestimento:
• Possui média penetração.
• Oferece formação de escória fluida, que é facilmente destacável.
• É indicado para aços que são difíceis de soldar.
• Apresenta custo elevado.

46 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Celulósico
Por possuir celulose na sua constituição, é muito utilizado
na execução de passes de raiz. Esse tipo de revestimento:
• Permite que se opere em todas as posições.
• Pode ser usado tanto em corrente contínua (CC), quan- DICA
to em corrente alternada (CA). O passe de raiz é o primeiro
passe de solda. Falaremos disso,
• Possui alta penetração. com mais detalhes, logo adiante.

• Possui uma pequena quantidade de escória de difícil


remoção.
• Apresenta um aspecto do cordão de solda com escamas
irregulares.

Identificação do Eletrodo
Não existe apenas um tipo de eletrodo e são várias as nor-
mas técnicas que nos ajudam a identificá-los. As mais uti-
lizadas, mesmo no Brasil, são as normas norte-americanas:
• ASME – American Society for Mechanical Engineers
(Sociedade Norte-americana de Engenheiros Mecânicos);
• API – American Petroleum Institute (Instituto Ame-
ricano do Petróleo);
• AWS – American Welding Society (Sociedade Ameri-
cana de Soldagem);
• ASTM – American Society for Testing and Materials
(Sociedade Americana para Testes e Materiais);
• AISI – American Iron and Steel Institute (Instituto
Americano do Ferro e do Aço);
• ANSI – American National Standards Institute (Ins-
tituto Americano de Padrões Nacionais);
• ISO – International Organization for Standardization
(Organização Internacional para Padronização).

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 47


E a brasileira:
• ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
Como soldador, você terá que se acostumar com as siglas!
Mas, independentemente da sigla utilizada, o importante
é saber que os eletrodos são identificados com base em:
Você sabia?
A norma brasileira, defi- • tipo de corrente;
nida pela ABNT, para a
identificação de eletrodos • tipo de revestimento;
é a ABNT NBR 10614/89 –
ELETRODOS REVESTI- • posição de soldagem;
DOS DE AÇO-CARBONO
PARA A SOLDAGEM A • composição química do metal depositado; e
ARCO ELÉTRICO.
Ela tem como objetivos:
• classificar os eletrodos
• propriedades mecânicas do metal depositado.
revestidos de aço-car-
bono para a soldagem
a arco elétrico; e AWS – American Welding Society
• indicar os critérios para
utilização desses eletro-
(Sociedade Americana de Soldagem)
dos consumíveis.
A Sociedade Americana de Soldagem (cuja sigla em in-
glês é AWS) desenvolveu um padrão para a identificação
dos eletrodos revestidos que, conhecido em quase todo o
mundo, é o mais utilizado pelos soldadores. Para definir
esse padrão, contou com a ajuda dos fabricantes de con-
sumíveis, dos usuários, da indústria de soldagem e dos
membros de universidades e laboratórios.
Segundo essa especificação todos os eletrodos revestidos
(de aço-carbono, de aço de baixa liga e de cromo-níquel)
devem ter a sua classificação identificada na ponta de pega
do próprio eletrodo.
Para a soldagem com eletrodo revestido, temos as seguintes
normas AWS, sempre indicadas por números e letras:
• AWS A5.1 – Eletrodos de Aço-Carbono para o Processo
de Soldagem Eletrodo Revestido.
• AWS A5.4 – Eletrodos de Aço Inoxidável para o Pro-
cesso de Soldagem Eletrodo Revestido.

48 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


• AWS A5.5 – Eletrodos de Aço tipo Baixa Liga para o
Processo de Soldagem Eletrodo Revestido.
Na ponta da pega, você vai encontrar a identificação do
eletrodo (tipo de corrente, tipo de revestimento, posição
de soldagem, composição química do metal deposita-
do e propriedades mecânicas do metal depositado) da
seguinte maneira:
ivan carneiro

Resistência a tração (x 1000 psi)

Processo Eletrodo

Posição de Soldagem

Tipo de corrente e Revestimento

Exemplos de Leitura
Acompanhe, nos exemplos abaixo, como é realizada a
leitura do código:
E 7018
E = Processo Eletrodo Revestido
70 = Resistência à tração de 70 Ksi ou 70.000 Psi
DICA
1 = Possibilidade de soldar em todas as posições Na unidade 4, você aprendeu um
pouco mais sobre a metrologia.
8 = Tipo de corrente CA/CC+ Também descobriu que existem
vários sistemas de medidas.
Entre eles, o métrico e o inglês.
Penetração Média As unidades Ksi e Psi são
unidades do sistema inglês,
utilizadas para expressar a
Revestimento básico (baixo hidrogênio), pó de ferro grandeza física da pressão.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 49


E 6027
E = Processo Eletrodo Revestido
60 = Resistência a tração de 60 Ksi ou 60.000 Psi
2 = Possibilidade de soldar nas posições Plana e Horizontal
7 = Tipo de corrente CA/CC-/CC+
Penetração Média
Revestimento ácido
Na tabela abaixo, você pode identificar os códigos e as características correspondentes.
Dessa forma, você mesmo será capaz de fazer a leitura completa.

Eletrodo Corrente Penetração Revestimento Posição


EXX10 CC+ Profunda Celulósico – sódio Todas as posições
EXX11 CA/CC+ Aço Celulósico – potássio Todas as posições
EXX12 CA/CC- Média Rutílico – sódio Todas as posições
EXX13 CA/CC-/CC+ Leve Rutílico – potássio Todas as posições
EXX14 CA/CC-/CC+ Leve Rutílico – pó de ferro Todas as posições
EXX15 CC+ Média Básico – sódio Todas as posições
EXX16 CA/CC+ Média Básico – potássio Todas as posições
EXX18 CA/CC+ Média Básico – pó de ferro Todas as posições
EXX20 CA/CC- Média Ácido – sódio Plana, horizontal
EXX22 CA/CC-/CC+ Média Ácido – sódio Plana, horizontal
EXX24 CA/CC-/CC+ Leve Rutílico – pó de ferro Plana, horizontal
EXX27 CA/CC-/CC+ Média Ácido – pó de ferro Plana, horizontal
EXX28 CA/CC+ Média Básico – pó de ferro Plana, horizontal
Plana, sobre cabeça, horizontal
EXX48 CA/CC+ Média Básico – pó de ferro
e vertical descendente

As posições da soldagem
Você reparou que uma das características indicadas no código que está na ponta
de pega diz respeito às posições da soldagem? Ela corresponde ao terceiro número:

E 7018

Posição de Soldagem

50 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Existem quatro diferentes números que podem ocupar essa quarta casa do código.
Esses quatro números representam as quatro possibilidades de posições de soldagem:
1 – Indica que, com esse eletrodo, é possível soldar em todas as posições.
2 – Indica que, com esse eletrodo, é possível soldar nas posições plana e horizontal.
3 – Indica que, com esse eletrodo, é possível soldar somente em posição plana.
4 – Indica que, com esse eletrodo, é possível soldar nas posições plana, sobre cabeça,
horizontal e vertical descendente.
Saber soldar em uma ou mais posições será um ponto a mais em seu currículo. Essa
é uma capacidade especial, que faz com que o soldador consiga se destacar em seu
ambiente de trabalho.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 51


Para que isso ocorra, em primeiro lugar, é necessário desenvolver resistência física para
suportar longos períodos de soldagem. No início, o porta-eletrodo não pesa, mas,
após algumas horas de soldagem, o cansaço começa a bater e ele passa a ter um peso
considerável. Para que o cansaço e as posições de soldagem adversas não influenciem
na qualidade da soldagem realizada, esse desenvolvimento físico é necessário.
Depois, é necessário saber que posições são as mais utilizadas. Elas são definidas pelo
posicionamento do eixo de soldagem em relação ao plano de referência. Cada uma
têm as suas características próprias e diferentes graus de dificuldades.
Abaixo, estão ilustradas cada uma das posições:
• plana;

A soldagem é realizada no lado superior da junta. A face da solda é horizontal.


Garganta da solda
na horizontal
• horizontal;

45º

O eixo da soldaHorizontal de
é horizontal, mas a sua facetopo
é inclinada.

52 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


• vertical ascendente e vertical descendente; e

Eixo da solda
na vertical

O eixo da solda é vertical. A soldagem pode ser realizada “para cima”


(vertical-up) ou “para baixo” (vertical-down).

• sobre a cabeça.

O eixo da solda é vertical. A soldagem é realizada do lado inferior.

Alguns processos – como Eletrodo Revestido, TIG, MIG/


MAG – podem ser realizados em qualquer posição, en-
quanto outros são limitados a uma ou poucas posições.
A soldagem a arco submerso, por exemplo, é limitada às
posições plana ou horizontal em ângulo. Você sabia?
Não é à toa que a solda-
Para a soldagem de peças pequenas, a possibilidade de gem plana é mais fácil
soldar em uma ou outra posição pode não ser de grande de ser executada! Como
você pode perceber com
importância, pois os produtos e as peças podem ser giradas a ajuda das ilustrações, as
até a posição mais vantajosa para soldagem. outras posições possuem
uma grande dificuldade:
Para a soldagem de grandes estruturas, porém, não é pos- a gravidade. Ou seja, a
força da gravidade difi-
sível girarmos as peças até a melhor posição. Por isso, na culta a transferência do
maioria das vezes, o processo de soldagem com eletrodo metal de adição para a
poça de fusão.
revestido é mais adequado.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 53


ivan carneiro

A soldagem de peças pequenas pode ser executada em qualquer posição.


ivan carneiro

O processo de soldagem com eletrodo revestido é a melhor opção na hora de soldar grandes estruturas.

54 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


3. Método

O desenho técnico da junta


A profissão de soldador tem mais relação com a de
ajudante de cozinha do que podemos imaginar. Um
ajudante de cozinha, principalmente no início da profis-
são, tem que seguir à risca o que a receita lhe indica. Da
mesma forma, o soldador tem que saber ler, interpretar
DICA
e seguir todas as recomendações do desenho técnico
Junta é o lugar em que você
da junta. Ou seja, se não seguir a “receita”, o resultado deverá soldar.

não será o esperado.

Sempre que você receber um desenho técnico, deve pro-


curar pelas informações que estão na legenda. É ali que
você consegue identificar o trabalho que deve ser feito.
A legenda, localizada à direita do pé da página, contém
informações que serão essenciais para a execução da solda:

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 55


1. título do desenho;
2. número;
3. escala;
4. firma;
5. data e nome; e
6. descrição dos componentes: quantidade, denominações e observações, peça,
material e dimensões e normas.

Quant. Denominações e observações Peça Material e dimensões Normas 6

Data Nome
Des.
5 Assinatura
do chefe (FIRMA) 4
Cop.
responsável
Visto
Escala Em substituição de:
3 (TÍTULO) 1 Substituído por:

(NÚMERO) 2

A elaboração do desenho
A responsabilidade pela elaboração do desenho não é do soldador. Mas, como você
terá que lê-lo e interpretá-lo em sua rotina de trabalho, nada melhor do que saber
como ele é produzido.
O processo de elaboração do desenho técnico mecânico está passando por uma
transição. Nas diversas áreas ocupacionais, cresce o número de usuários de uma
nova ferramenta de trabalho representada pelo CAD – Computer Aided Design – que
significa “Desenho Auxiliado por Computador”. O sistema, para quem sabe utilizar
o seu software, apresenta agilidade e praticidade na elaboração de desenhos além de
dispor de recursos de imagem, cores e posição que facilitam a visualização.
Já o processo tradicional de elaboração do desenho conta com a utilização de ins-
trumentos como a prancheta, a régua e os esquadros.
A prancheta é composta de uma régua que, além de fixar a folha de papel, serve como
elemento de referência para o posicionamento da borda vertical da folha.
Os esquadros são usados para traçar as linhas verticais e horizontais que formam
o desenho.

56 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


ivan carneiro

Desenho produzido com o auxílio do CAD (Computer Aided Design).


ivan carneiro

O processo tradicional de elaboração do desenho conta com a utilização de instrumentos como a régua e os esquadros.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 57


Ao visualizarmos um desenho técnico, notamos que ele apresenta linhas de diversos
tipos e espessuras. Cada tipo de linha – grossas ou finas, tracejadas ou de corte –
comunica ao leitor características do objeto a ser construído.
Como você pode ver na tabela a seguir, as linhas podem ser grossas, médias e finas.
Estipulada a espessura da linha grossa, a linha média deve ser a metade da espessura
da grossa, e a linha fina, por sua vez, a metade da espessura da linha média.

Linha fina

Linha média

Linha grossa

Linhas para arestas e contornos


visíveis são de espessura grossa
e traço contínuo.

Linhas de chamada ou extensão


são de espessura fina e traço
contínuo. Não tocam o desenho e
prolongam-se até a linha de cota.

Linhas de cota são de espessura


fina e traço contínuo. São
limitadas por setas nas
extremidades.

Linhas para arestas e contornos


não visíveis são tracejadas e de
espessura média.

58 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Por fim, o desenho técnico da junta pode ser composto.

60o
Linha contínua fina Linha contínua

13

Linha de chamada
Linha de cota 1,0

Desenho da junta (mm).

As linhas do contorno da peça devem ser contínuas e largas.


As linhas de cota devem ser contínuas e estreitas.
As medidas da solda devem estar indicadas acima da linha de cota.

A simbologia da soldagem
Quem determina a geometria da solda é o projetista. O soldador apenas executa.
Logicamente, com o tempo, o bom e experiente soldador vai conseguir opinar sobre
o assunto. Mas nunca se esquecerá de seguir “a receita” que lhe for passada.
A sua relação, como soldador, com o projetista pode ser comparada à relação do
alfaiate com o estilista. O estilista, ao desenhar a roupa, espera que o alfaiate, ao
confeccioná-la, não deixe a costura aparecer. Mas, para isso, no próprio desenho,
deixa demarcados os cuidados que o alfaiate deve ter com o acabamento.
A sua futura ocupação é muito distante da alfaiataria, mas os cuidados a serem
tomados são semelhantes. O soldador terá que ler e interpretar os símbolos que
indicam o tipo de solda para conseguir atender aos pedidos do projetista. Por isso,
é necessária uma simbologia que indique a geometria de solda para cada aplicação.
As figuras a seguir representam, do lado esquerdo, os símbolos que indicam o tipo
de solda exigido e, do lado direito, o resultado a que se deseja chegar. Na sua rotina de
soldador, você usará as informações da coluna da esquerda.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 59


Tipo de solda exigido Resultado

Solda de filete
mesmo lado

Solda de filete
lado oposto

Solda de filete
ambos os lados

Chanfro em V
mesmo lado

Chanfro em V,
duplo V ou X

Solda de filete
mesmo lado

Solda de filete
lado oposto

Solda de filete
ambos os lados

60 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Chanfro
Chanfrar é recortar as partes das peças que serão unidas, preparando-as para receber o
material que será depositado (a solda). Esse será um trabalho desempenhado pelo soldador.
ivan carneiro

Recortar as partes das peças que serão unidas é a primeira etapa da soldagem.

Quando falamos em chanfro, portanto, estamos falando apenas em uma característica


geométrica. É o nome dado ao V (ao inclinado) do desenho da junta, que é resultado
do trabalho do soldador que cortou as partes de modo a prepará-las para a soldagem.
ivan carneiro

Em destaque, o chanfro da junta. Chanfro é o nome dado ao inclinado da peça.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 61


Preparar o chanfro, para que a junta receba a solda, é tão
importante para o soldador quanto preparar a forma para
fazer um bolo é importante para um ajudante de cozinha.
Um ajudante de cozinha precisa preparar a forma de bolo
com manteiga para que ela receba a massa e possa ir ao
forno. Fazendo isso, a massa não ficará grudada na forma.
Já o soldador prepara o chanfro para que a solda fique
mais segura, seguindo todas as recomendações do desenho
técnico – a “receita” para fazer a solda.

A necessidade de preparação é a mesma, embora os ob-


jetivos sejam opostos: a cozinheira não quer que o bolo
grude na forma, já o soldador espera que a solda fique
DICA bem firme e agarrada ao chanfro.
Chanfrar uma peça que será
soldada é uma etapa muito Várias geometrias (formatos) de solda são possíveis. Tudo
importante da rotina do soldador.
Afinal, um chanfro malfeito pode dependerá de qual será a finalidade da peça, ou, falando
provocar defeitos que só surgirão
no final do processo. Por isso, de outra forma, da função de aplicação. Os chanfros das
antes de realizar a abertura do
chanfro, você deve levar em juntas soldadas podem, portanto, ter diversas formas,
consideração o processo de
soldagem que escolheu executar. que dependerão, na maioria das vezes, de dois fatores:
Cada processo pode exigir um
chanfro diferente. da aparência e do tipo de esforço que o material sofrerá.

62 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Por mais que um soldador se esforce, dificilmente fará uma solda que não apareça.
Sempre será possível perceber que uma peça foi soldada. Por isso, ao escolher o local
em que o chanfro será feito, você deve levar em consideração uma forma de solda
que permita esconder o chanfro.
Mas não é apenas a aparência que conta. É importante considerar que a solda deverá
ser forte o bastante para aguentar o esforço ao qual a estrutura soldada será submetida.

Junta
Depois de ter visto o que é o chanfro, fica fácil entender o que é a junta. A junta é a
região que fica entre as peças que serão unidas. Assim como o chanfro, a junta pode
assumir diversos formatos. E ela é classificada com base na sua forma.
Vamos ver, a seguir, uma série de possíveis tipos de juntas.

Junta de topo de bordas retas


• Não precisa ser preparada.
• A união não precisa receber grandes esforços.
• A espessura máxima de união é de 6 mm.

Em que:
e = espessura da chapa
a = abertura da raiz

a
e ≤ 1/8” < 3 mm
1/8” < e ≤ 1/4” ≤ 3 mm

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 63


Junta de topo chanfrada em V
• É utilizada na união de chapas com espessura entre 6 e 12 mm.

a
b

Em que:
e = espessura da chapa
a = abertura da raiz
b = altura da face da raiz
α = ângulo do chanfro

a b α
1/4” ≤ e ≥ 3/8” ≤ 3 mm ≤ 3 mm 60o
3/8” ≤ e ≥ 1” ≤ 3 mm ≤ 3 mm 60o

Junta de topo com chanfro em X


• É utilizada na união de chapas com espessura maior que 18 mm.
• Pode ser utilizada em todas as posições.

64 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Em que:
e = espessura da chapa
α = ângulo do chanfro

α
5/8” ≤ e ≥ 2” 60o

Junta sobreposta
• Não precisa ser preparada.
• A distância de sobreposição depende da espessura da chapa (chapa de 10 mm e
de 40 a 70 mm).

Em que:
x = varia em função da espessura da chapa

Junta de ângulo em T
• Não precisa ser preparada.

Ângulo externo Ângulo interno

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 65


Junta de quina em meio V

Em que:
e = espessura da chapa
a = abertura da raiz
b = altura da face da raiz
α = ângulo do chanfro

a b α
e ≥ 3/8” 2 a 4 mm 2 a 4 mm 45o
e ≥ 5/8” 2 a 4 mm 2 a 4 mm 45o

A junta e as posições de soldagem


Assim como são utilizados códigos nos eletrodos revestidos que indi-
cam, entre outras características, a posição da soldagem, existe uma
simbologia específica para o tipo de junta em relação à posição de
soldagem. O código é estabelecido pela ASME (American Society for
Mechanical Engineering) da seguinte maneira:

66 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


• posição plana – 1G ou 1F;
• posição horizontal – 2G ou 2F;
• posição vertical – 3G ou 3F; e
• posição sobre cabeça – 4G ou 4F.
Em que:
• G = groove (chanfro aplicado em juntas de topo); e
• F = fillet (filete aplicado em juntas em ângulo).

4. Parâmetros de Soldagem
O termo parâmetro de soldagem está relacionado às características necessárias para a
execução de uma junta soldada que tenha o tamanho, a forma e a qualidade desejados.
Na soldagem manual com eletrodos revestidos, a escolha correta dos parâmetros de
soldagem é essencial para se conseguir uma junta soldada de qualidade.
A seleção dos parâmetros de soldagem deve levar em consideração:
1. tensão;
2. corrente;
3. velocidade; e
4. penetração.

1. Tensão
A tensão a ser utilizada está relacionada ao tipo de revestimento do eletrodo. O com-
primento do arco elétrico deve ser aproximadamente igual ao diâmetro do eletrodo,
pois um arco muito longo provoca respingos e uma baixa taxa de deposição.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 67


Comprimento do arco elétrico
O comprimento do arco elétrico é a distância entre o eletrodo e o metal base.

Cátodo (−)

Avanço do eletrodo

Eletrodo metálico

Poça de fusão

Metal depositado Comprimento do arco

Profundidade
da fusão

Metal base (ânodo +)

A manutenção do comprimento do arco elétrico depende, exclusivamente, da


habilidade do soldador. Um profissional experiente costuma perceber, pelo som
produzido durante a soldagem, se o comprimento do arco está ou não adequado:
• Se o som for uniforme, é sinal de que o arco está estável.
• Se o som for “pipocado”, é sinal de que o arco está instável.
A consequência de um arco instável é a penetração não uniforme de solda. Com
isso, ocorrerá um defeito conhecido como mordedura (falha) no cordão de solda.

68 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


acervo pessoal

Exemplo de mordedura de solda.

Taxa de deposição do eletrodo


A taxa de deposição do eletrodo é a quantidade de metal
de solda depositada por unidade de tempo.
Considerando um mesmo eletrodo, essa quantidade au-
menta à medida em que aumenta a corrente de soldagem.
Assim, um eletrodo com alta taxa de deposição, possibi-
litará um menor tempo de solda. O profissional gastará
menos tempo para fazer a soldagem, o que implicará em
uma redução de custos de mão de obra.

Eficiência de deposição média do eletrodo


Quando o soldador realiza uma solda, parte da massa nela
contida é perdida por causa da escória produzida, dos gases DICA
gerados, da fumaça exalada e das pontas (pedaços de ele- Lembre-se:
escória são os elementos que
trodo que sobram). Esse conjunto de perdas formará outro não conseguem se dissolver no
metal fundido e, por isso, ficam
parâmetro: a eficiência de deposição média do eletrodo. presos à solda.

A eficiência é calculada pelos fabricantes e informada


aos consumidores. Há ainda a perda das pontas, que,
na prática, depende do soldador e de sua habilidade em
utilizar, ao máximo, o eletrodo, evitando o desperdício.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 69


2. Corrente de Soldagem
A corrente de soldagem está relacionada:
• ao tipo de material que será soldado;
• à geometria da junta;
• à posição de soldagem; e
• ao diâmetro do eletrodo.
Normalmente, a corrente de soldagem é igual a 40 vezes
o diâmetro do eletrodo.

Exemplo prático:
Para realizar determinada soldagem, o soldador vai utilizar
um eletrodo de ø 4 mm, ou seja, diâmetro de 4 mm, então:
40 x 4 = 160 A
DICA
Saber a regra prática é essencial.
No entanto, é muito importante
Parâmetros de tensão e corrente de soldagem
seguir as recomendações dos
fabricantes Ø Eletrodo (mm) Tensão (V) Corrente (A)
1,5 20 30 a 50
2,0 22 50 a 80
2,5 23 50 a 110
3,25 24 80 a 180
4,0 26 110 a 230
5,0 28 120 a 280
6,0 30 210 a 390
8,0 36 300 a 500
Você sabia?
A corrente é medida em
ampere, símbolo A; a Como você pode notar, a corrente aumenta muito quando
tensão é medida em volt, aumentamos o diâmetro do eletrodo. Somente o soldador
símbolo V.
será capaz de determinar o melhor valor de corrente.

70 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


3. Velocidade de Soldagem
A velocidade da soldagem está diretamente relacionada à
intensidade da corrente. Basicamente, se a velocidade de
soldagem aumenta, a intensidade de corrente também
deve aumentar. Só assim é possível se manter a taxa
de deposição.

4. Penetração da Solda
A penetração da solda está relacionada a todos os outros
parâmetros. Mas o que mais a influencia é a intensidade
da corrente.

A penetração e o sopro magnético


Tipo de eletrodo, diâmetro do eletrodo, tipo de corrente
e polaridade, todas essas características que você acabou
de ver são importantes para uma boa soldagem. Porém,
todas elas estão diretamente ligadas à forma como tra-
balha o soldador. Isso quer dizer que o profissional faz
a diferença numa boa solda. E a mesma coisa acontece
com o sopro magnético. Você sabia?
O desvio do arco elétri-
O sopro magnético é um parâmetro de soldagem que não co, chamado de sopro
é influenciado pela máquina. Na verdade, ele nada mais magnético, pode ocor-
rer tanto na soldagem
é do que o desvio do fluxo de calor produzido pelo arco com corrente contínua
elétrico. Esse efeito pode ser minimizado, e, para isso, o quanto na soldagem com
corrente alternada.
soldador deve adotar as seguintes medidas:
• deixar o arco o mais curto possível;
• reduzir o máximo possível a corrente de soldagem; e
• inclinar o eletrodo, em relação à peça, na direção do sopro.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 71


Atividade 1
Vamos revisar?

Complete as lacunas.
a) As três fontes de energia capazes de produzir o calor necessário ao processo de
soldagem são: , e
. Essas fontes de energia podem gerar dois tipos de
correntes: e .
b) O eletrodo revestido é formado por três elementos: ,
e .
c) A seleção dos parâmetros de soldagem deve levar em consideração
, , ,
e .

Atividade 2
E letrodo revestido

O revestimento do eletrodo revestido é composto de elementos orgânicos e minerais


que possuem funções específicas. Vamos relembrá-las? Liste duas características
para cada função.

Função Elétrica:

Função Metalúrgica:

72 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Função Física:

Atividade 3
Posições de soldagem

Indique quais são as posições de soldagem mais utilizadas.

O tamanho da peça que será soldada influencia na escolha da posição? Por quê?

Nesta unidade você aprendeu que é na ponta da peça do eletrodo que encontramos
a sua identificação e podemos, por fim, descobrir as suas características (tipo de
corrente, tipo de revestimento, posição de soldagem, composição química do metal
depositado e propriedades mecânicas do metal depositado). O número da quarta
casa do código informa a posição de soldagem que deve ser utilizada no processo.
Indique, em cada exemplo, qual posição de soldagem deve ser adotada:

E 7018

E 7028

E 7038

E 7048

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 73


5. O Soldador
No Caderno 1, vimos que, por ser um processo simples, o eletrodo revestido é o
mais utilizado para iniciar o aprendizado dos profissionais na área de soldagem. Por
essa razão, o escolhemos para que você inicie a sua carreira de soldador. Após ter
passado pelos quatro importantes assuntos que englobam a soldagem, está na hora
de aprender o que, realmente, um soldador de eletrodo revestido faz.
ivan carneiro

Soldagem com eletrodo revestido.

A soldagem com eletrodo revestido é um processo de união de metais que utiliza uma
fonte de aquecimento produzida por um arco elétrico entre um eletrodo revestido
e o metal base.

74 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Você se lembra do metal base? Ele é o material da peça que passa pelo processo de
soldagem. Mas, para isso, conta com a ajuda do metal de adição: o material adicio-
nado, em estado líquido, durante a soldagem por fusão.

Metal de adição
Metal base

O metal base não pode ser escolhido. O metal de adição sim, e isso deve acontecer
com o maior cuidado!
O metal de adição e o metal base devem possuir uma correspondência, uma afini-
dade, para que respeitem as propriedades mecânicas e metalúrgicas exigidas pela
junta soldada. Por essa mesma razão, o eletrodo revestido é composto do mesmo
material da peça que será soldada.
ivan carneiro

ivan carneiro

Material utilizado no eletrodo revestido: alumínio. Peça de alumínio soldada.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 75


O calor produzido pela corrente elétrica funde o metal
base e o eletrodo (metal de adição). O metal fundido é
depositado no metal base formando uma poça de fusão,
que estará protegida da contaminação proveniente da
atmosfera pelos gases produzidos na própria decomposição
do revestimento.

A sequência da soldagem
DICA
Na próxima unidade, veremos os
EPIs necessários para a
soldagem.
Antes de conhecer as três etapas básicas que
formam a sequência da soldagem, é preciso
conhecer uma outra etapa que faz parte do
passo a passo de qualquer processo: a análise
de risco. O soldador, portanto, deve sempre:
• Realizar uma análise de todos os riscos que
envolvem a execução da atividade.
•C
 riar condições que eliminem esses riscos,
tais como: preparação do local, verificação
dos equipamentos de proteção coletivo
(EPCs ), reconhecimento das rotas de fuga,
verificação das condições dos equipamentos
(máquina de solda, cabos, porta-eletrodo).
•U
 tilizar os EPIs adequados: máscara, luvas
perneira e jaleco de couro.

A primeira etapa da soldagem com eletrodo revestido é


conhecida como a etapa da raiz. Assim como a raiz de
uma planta, a raiz da soldagem é de extrema importância
para a fixação da solda no chanfro.
DICA O soldador precisará redobrar a atenção nessa etapa, pois
Lembre-se: a raiz deverá ter uma medida exata, previamente indicada.
os instrumentos e a medição
estão explicados no início deste Para ter certeza de que está respeitando a medida pedida,
livro. Se necessário, consulte a
unidade 4, que trata desse item. ele deverá utilizar os instrumentos de medição.

76 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Antes de começar qualquer processo de soldagem, portanto, você terá que medir o
espaço que será preenchido pelo eletrodo (chanfro). O instrumento de medição a
ser utilizado dependerá da medida a que se deseja chegar.
A segunda etapa da soldagem pode ser chamada de enchimento de solda. Essa é
uma etapa mais fácil que a primeira. Nela, caberá ao soldador preencher o chanfro
até a superfície.

Para preencher o chanfro até a superfície, o soldador deverá “consumir” vários eletrodos. Cada camada indicada no desenho representa um
eletrodo consumido.

Com o que preenchemos esse chanfro?


O preenchimento é feito com o eletrodo, a “cola” que une um metal ao outro. Essa
“cola” é chamada de consumível.

Segundo o Dicionário Houaiss, “consumir” pode tanto significar com-


prar quanto destruir totalmente, gastar até o fim. Pois bem, o consu-
mível não tem esse nome à toa. Dá-se o nome de consumível aos
eletrodos que são utilizados no processo de soldagem e são consumidos,
gastos, ao serem depositados na região soldada.
Temos muitos exemplos de consumíveis no nosso dia a dia. O batom,
por exemplo, é o consumível da maquiagem!

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 77


Como as propriedades químicas, físicas e metalúrgicas da junta devem ser mantidas,
o eletrodo é feito de um metal similar ao das partes que serão soldadas. Vimos, no
Caderno 1, que esse metal similar é chamado de “alma metálica”.
No contato com o calor, a alma metálica vai derretendo até cair, preenchendo o
chanfro. Por ser consumível, o eletrodo pode ser comparado à vela que, com o calor
da própria chama, se desfaz.
ivan carneiro

Na imagem, é possível perceber que o eletrodo revestido já foi, praticamente, consumido por inteiro.

O eletrodo, ao contrário da vela, no entanto, não produz um calor próprio para


derreter. Para tanto, conta com a ajuda do arco elétrico, com o qual você, futuro
soldador, terá muita familiaridade.

Arco elétrico

78 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


O arco elétrico se forma quando o eletrodo e a peça a ser soldada, dois condutores
de corrente elétrica, são aproximados e depois separados. O aumento de resistência
à passagem de corrente entre eles faz com que as extremidades dos eletrodos sejam
levadas a altas temperaturas e comecem a derreter.
A terceira etapa da soldagem é a de acabamento.
No acabamento, será feita a margem da solda.
Da mesma maneira que a água encontra a terra na margem do rio, na margem da
solda, o eletrodo fundido encontra o material da peça soldada.
Outro item do acabamento é a face, como é chamada a parte do eletrodo fundido
que ficou visível.
Por último, encontraremos o reforço que fica acima da altura da peça soldada. Por
isso, quando vemos uma peça soldada, nela percebemos um ressaltado.

Margem
Face
Reforço
Passe

Raiz

Cobre junta

O passo a passo da soldagem


1. Consultar as instruções de soldagem (desenho técnico) para verificar as condições
dimensionais da junta que será soldada, do eletrodo que será usado e dos parâ-
metros de soldagem que serão empregados.
2. Regular a máquina de solda conforme os parâmetros de soldagem predeterminados.
3. Verificar as dimensões do ângulo do chanfro utilizando os instrumentos de
medição.
4. Aplicar removedor para retirar óleos e graxas das peças.
5. Fixar as peças com a dimensão da abertura de raiz segundo as instruções de
soldagem.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 79


6. Abrir o arco elétrico na extremidade esquerda das peças e prosseguir com a altura
do arco e a velocidade de soldagem de forma constante até a extremidade direita
das peças, realizando a deposição do 1o passe.
7. Repetir a operação quantas vezes forem necessárias, até o enchimento total da
junta que será soldada.
8. Realizar uma limpeza geral da região soldada e inspecioná-la.

Enquanto estiver realizando o processo de soldagem com eletrodo


revestido, o soldador não poderá se esquecer de três cuidados:
1. Escovar o final do cordão de solda após o término de cada eletrodo
para, só então, reiniciar a soldagem.
2. Utilizar o martelo picador sempre que a escória não se soltar e, em
seguida, fazer a limpeza com a escova.
ivan carneiro

ivan carneiro

Escova. Martelo picador.

3. Manter os eletrodos no cochicho com a temperatura recomendada


pelo fabricante.
ivan carneiro

Eletrodos organizados no cochicho.

80 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


A solda na posição plana sem chanfro
Nem sempre a solda terá chanfros. A união de duas placas
metálicas, por exemplo, pode ser feita sem o chanfro.
Para isso, você precisa adaptar as etapas da soldagem. Os
passos da solda são praticamente os mesmos. Leia a seguir
e anote as diferenças que você perceber. DICA
O cochicho é uma estufa portátil
que tem como finalidade manter
os eletrodos aquecidos.

Material base: aço carbono 1020


Espessura da chapa: e = 4 mm
1a etapa: Análise de risco
• Realizar uma análise de todos os riscos que envolvem
a execução da atividade.
• Criar condições que eliminem esses riscos: preparar o local,
verificar os equipamentos de proteção coletivo (EPC’s),
conhecer as rotas de fuga, verificar as condições dos equi-
pamentos (máquina de solda, cabos, porta-eletrodo).
• Utilizar os EPI’s adequados: máscara, luvas, perneira
e jaleco de couro.
2a etapa: Preparação das chapas que serão soldadas
• Separar os equipamentos necessários para limpeza das
peças e remoção de escória (martelo picador, escova, tenaz).
• Realizar a limpeza das peças que serão soldadas. As
peças devem estar sem óleo, graxa, oxidação ou tinta.
• Posicionar as chapas, mantendo a distância (a) de 3 mm.
3a etapa: Definição dos parâmetros de soldagem
• Escolher o eletrodo (diâmetro e tipo de revestimento).
• Corrente elétrica.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 81


• Tensão.
• Velocidade de soldagem.
• Comprimento do arco elétrico.
4a etapa: Seleção dos parâmetros
• Regular os parâmetros no equipamento.
5a etapa: Abertura do arco elétrico

Arco Arco
acesso acesso

(a) (b)
Técnicas para a abertura do arco
Técnicas para a abertura do arco

6a etapa: Ponteamento das peças


• Realizar ao menos dois pontos de solda, um em cada extremidade, com o objetivo
de fixar as partes a serem soldadas, garantindo assim o alinhamento entre elas.
7a etapa: Enchimento da junta
• Realizar o cordão de solda, utilizando o número de eletrodos que forem necessários
para o completo enchimento da junta.
• Ao término de cada eletrodo, realizar a limpeza, quebrando e removendo a escória.
Lembre-se de que a maioria dos defeitos em soldas com eletrodos apresentam-se
em forma de porosidade e ocorrem, justamente, nas emendas. Para evitá-los, é
necessário, a cada troca de eletrodo, preparar a solda a fim de reiniciar a deposição
de um novo eletrodo, podendo, para isso, usar talhadeira, esmeril ou lixadeira.
Veja na ilustração a seguir o que é a unha:

Talhadeira

Unha

82 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


8a etapa: Quebrar a escória, remover a escória e limpar
as peças
9a etapa: Limpar o local de trabalho e os equipamentos

Descontinuidades em juntas soldadas


A solda produzida para unir chapas metálicas que farão Você sabia?
parte da fabricação de uma estrutura, equipamento me- O nível de aceitação das
descontinuidades nas sol-
cânico ou máquina poderá conter imperfeições que, na das está definido na norma
metalurgia, chamamos de “descontinuidades”. de fabricação do compo-
nente soldado. As normas
Dependendo das dimensões e da natureza, essas descon- Petrobras N-1738, ISO
6520-1 e ISO 5817 classifi-
tinuidades podem ser consideradas defeitos e tornar a cam e estabelecem a geo­
peça soldada inaceitável, por não satisfazer os requisitos metria das descontinuida-
des em juntas soldadas.
mínimos da norma técnica de fabricação.
As descontinuidades são classificadas basicamente em
três tipos:
• descontinuidades dimensionais;
• descontinuidades na solda; e
• propriedades mecânicas inadequadas.

O último passo
Ao final do trabalho, feita a junta soldada, você ainda terá
que verificar um último item: os defeitos. O defeito é uma
descontinuidade que apresenta um nível de imperfeição
prejudicial à utilização da junta soldada. Ou seja, uma
solda que não pode ser aceita e, portanto, tem que ser
removida (reparada). Ao encontrar um defeito, o soldador
deverá refazer a solda.
Fique tranquilo: apesar de o soldador estar sempre pre-
parado para evitar os defeitos, eles acontecem.
Os defeitos e as dificuldades mais característicos da sol-
dagem com eletrodos revestidos são:

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 83


Falta de penetração

Falta de penetração
Principais defeitos Causas prováveis Dicas de soluções
Falta de penetração
Falta de penetração •V
 elocidade alta de soldagem •D
 iminuir a velocidade
•B
 aixa intensidade de corrente •A
 umentar a intensidade de
•D
 iâmetro do eletrodo corrente
Falta de penetração
inadequado •A
 dequar o diâmetro (Ø) do
• Preparação inadequada da junta eletrodo à espessura da peça
•A
 dequar a junta, corrigir o
Falta de penetração
Falta de fusão
Falta de penetração
ângulo do chanfro

Falta de fusão • Velocidade alta de soldagem •A


 dequar a velocidade
Falta de fusão
• Baixa intensidade de corrente de soldagem
Falta de fusão • Preparação inadequada da junta •A
 umentar a intensidade
de corrente
•A
 umentar o ângulo de chanfro,
Falta de fusão evitando o depósito de material
Falta de fusão fundido fora da junta

Porosidade • Arco muito longo •R


 eduzir o comprimento do arco
Porosidade
Falta de fusão • Velocidade alta de soldagem elétrico
• Falta de limpeza ou limpeza •D
 iminuir a velocidade de
Porosidade
inadequada do metal de base soldagem
• Eletrodos úmidos •R
 ealizar limpeza nas peças
Porosidade
Porosidade
•R
 essecar os eletrodos

Mordedura • Intensidade de corrente muito •D


 iminuir a intensidade de
Porosidade elevada corrente
Mordedura • Arco muito longo •E
 ncurtar o arco
• Ângulo de chanfro muito •A
 umentar o ângulo de chanfro
Mordedura
Porosidade
Mordedura
fechado

Trincas Mordedura
• Eletrodos úmidos •R
 essecar os eletrodos
• Sujeira na superfície da solda •L
 impar a superfície das peças
• Arco muito longo •E
 ncurtar o arco
Mordedura • Diâmetro (Ø) do eletrodo muito •U
 tilizar o maior diâmetro (Ø)
pequeno possível de eletrodo
• Resfriamento muito rápido da •C
 ontrolar o resfriamento
Mordedura
Trincas
solda

Inclusão de escória
Trincas • Remoção inadequada da escória •R
 emover toda escória entre
entre as trocas de eletrodo ou trocas de eletrodo e entre os
Trincas entre um cordão e outro cordões de solda
Inclusão de escoria • Diâmetro (Ø) do eletrodo muito • Utilizar eletrodo com
Trincas grande diâmetros adequados ao
• Velocidade alta de soldagem ângulo de chanfro
Inclusão de escoria • Baixa intensidade de corrente •D
 iminuir a velocidade de
Trincas soldagem
• Preparação inadequada da junta
Inclusão de escoria •A
 justar ângulo de chanfro

Inclusão de escoria
Trincas

84 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Inclusão de escoria
Atividade 4
Vamos revisar?

Complete as lacunas:

a) A soldagem com eletrodo revestido é um processo de união de metais que utiliza


uma fonte de aquecimento produzida por entre um
eletrodo revestido e o .
b) A primeira etapa da soldagem é .
c) A segunda etapa da soldagem é .
d) A terceira etapa da soldagem é .
e) No acabamento, será feita a ,a
eo . Solda de filete
mesmo lado

Atividade 5
Solda de filete
A simbologia
mesmo lado da soldagem
Solda de filete
lado oposto

No dia a dia do soldador existe uma atividade muito importante: ler e interpretar
os símbolos para conseguir atender aos pedidos do projetista. Por isso, é necessário
Solda de filete
saber ler a simbologia que indicalado
a geometria
oposto de solda para cada aplicação. Será que
Solda de filete
você já está pronto para essa tarefa? Abaixo estão dispostas algumas simbologias. ambos os lados
Indique qual é o tipo de solda exigido para cada uma.

Solda de filete Solda de filete


a) ambos os lados b) mesmo lado
Solda de filete
mesmo lado

Chanfro em V
mesmo lado
Solda de filete
lado oposto
Solda de filete
lado oposto
Chanfro em V
mesmo lado
Chanfro em V,
duplo V ou X
c) d) Solda de filete
ambos os lados
Solda de filete
ambos os lados
Chanfro em V,
duplo V ou X
Solda de filete
mesmo lado

Chanfro em V
Solda de filete
Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 85 mesmo lado
mesmo lado
Chanfro em V Solda de filete
mesmo lado lado oposto
Atividade 6
O passo a passo da soldagem

Descreva, com suas palavras, o passo a passo da fabricação de uma peça soldada pelo
processo de soldagem com eletrodo revestido.
Aproveite para verificar os aspectos desse processo que não ficaram claros e tire as
suas dúvidas com o monitor.

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

86 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Unidade 6
Segurança e prevenção
de acidentes
A todo o momento, passamos por situações de risco: podemos
pisar num buraco e levar um tombo na calçada, ou ser atropelados
por um motorista que atravessa um sinal vermelho, por exemplo.
Se todos os pedestres, ciclistas, condutores de carros, ônibus,
motos etc. observarem as regras de trânsito, o risco de acidente
será bem menor, não é mesmo? Porém, se ninguém tomar co-
nhecimento da sinalização, esse risco se torna provável.

No trabalho, os riscos de acidentes também estão presentes em


maior ou menor grau, dependendo da atividade que iremos
desempenhar.
Por isso, é fundamental que se faça uma análise dos riscos que
ela oferece.
Usar equipamentos de proteção individual (EPIs) e verificar se
todos os alarmes de segurança estão funcionando adequadamente
também são passos essenciais para um trabalho mais seguro.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 87


A prevenção de acidentes
A responsabilidade pela garantia de segurança nos locais
de trabalho cabe, em primeiro lugar, à empresa e aos
empregadores. Há ainda as CIPAs (Comissões Internas
de Prevenção de Acidentes) que cuidam dessa questão nas
empresas. No entanto, cada trabalhador também deve ter
sua atenção voltada para essa questão.
DICA
Assim, é importante estar atento a três áreas:
Toda empresa com mais de
20 empregados deve ter uma
CIPA, formada por trabalhadores • local de trabalho;
eleitos pelos colegas. Você pode
se aprofundar no assunto
consultando a unidade “Saúde e • equipamentos; e
segurança no trabalho”, no
Caderno do Trabalhador 5 –
Conteúdos Gerais. • pessoas.

88 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


O local de trabalho
Um dos maiores riscos que a atividade do soldador oferece é o de incêndio, que pode
ser provocado pelo calor do arco elétrico e pela projeção de respingos da solda ou da
escória. A primeira impressão que temos, ao nos depararmos com os equipamentos
de soldagem, é de ser tudo altamente perigoso.
Por isso, assim como os profissionais devem observar procedimentos que minimizem
esses riscos, as fábricas devem ter equipamentos de proteção coletiva (EPCs) e seguir
procedimentos que zelem pela segurança.
Dois deles são essenciais:
• Possuir extintores de incêndio identificados com placas informativas.
ivan carneiro

• Ter rotas de fuga sinalizadas, para minimizar as consequências no caso de incêndio


ou de explosões.
A sinalização para risco de incêndio é composta, basicamente, por informações de
proibição, de alerta e de orientação e salvamento. Conheça, nas próximas páginas,
alguns símbolos que você poderá encontrar no seu ambiente de trabalho.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 89


1. Informações de proibição
Código Símbolo Significado

1 Proibido fumar

2 Proibido produzir chama

Proibido utilizar água para apagar


3
o fogo

Proibido utilizar elevador em caso


4
de incêndio

Fonte: ABNT NBR 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

90 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


2. Informações de alerta
Código Símbolo Significado

5 Alerta geral

6 Cuidado, risco de incêndio

7 Cuidado, risco de explosão

8 Cuidado, risco de corrosão

9 Cuidado, risco de choque elétrico

Fonte: ABNT NBR 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 91


3. Informações de orientação e salvamento
Código Símbolo Significado

12

13 Saída de emergência

14

15 Saída de emergência

16 Escada de emergência

Fonte: ABNT NBR 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

92 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Código Símbolo Significado

Telefone ou interfone de
22
emergência

23 Extintor de incêndio

24 Mangotinho

25 Abrigo de mangueira e hidrante

26

H Hidrante de incêndio

Fonte: ABNT NBR 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

Soldador 2 H
A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 93
Cuidados específicos
Cada processo metalúrgico utiliza máquinas e métodos específicos. O mesmo ocorre
com o processo de soldagem. Por isso, o profissional deve estar atento aos procedi-
mentos de segurança que se relacionam diretamente ao trabalho que exerce. No caso
do soldador, há dois cuidados essenciais:
• O local de trabalho, além de sempre estar organizado e limpo, não deve conter
materiais líquidos ou materiais inflamáveis.
ivan carneiro

• As operações de soldagem e corte a gás devem ser realizadas em biombos com


anteparas para conter as projeções de respingos e de radiação do arco elétrico.
Bogdan VASILESCU /Shutterstock

94 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Equipamentos
Uma das preocupações básicas que todos devem ter é com
as instruções do fabricante nos momentos de instalação
ou operação de máquinas e equipamentos. O manual de
instruções que acompanha as máquinas e os equipamentos
deve sempre ser seguido.
ivan carneiro

DICA
Desligar os equipamentos após a
utilização é uma ação de
segurança.

Os cilindros de gás devem ser mantidos fixados no carro de


transporte ou na parede, presos por uma corrente. Acidentes
envolvendo cilindros de gás não são raros. Na maioria das
vezes, eles ocorrem por falta de conhecimento sobre as for-
mas adequadas de manuseio, transporte e armazenamento.
ivan carneiro

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 95


O aterramento elétrico também merece atenção especial, pois sua função é, justa-
mente, proteger das descargas atmosféricas o usuário dos equipamentos. Embora
importantes, as normas e os procedimentos relacionados a esse processo costumam
gerar dúvidas.
Se for o caso, a CIPA deve ser alertada para verificar se os aterramentos elétricos de
máquinas e equipamentos foram realizados corretamente, pois o desconhecimento
dessas técnicas pode ocasionar a queima do equipamento ou, pior, um choque elétrico
no operador. Enfim, o aterramento elétrico eficiente constitui uma proteção tanto
para o equipamento quanto para quem o manuseia.
Um último cuidado muito importante que o soldador deve ter com os equipamentos
é sempre fazer a ligação da máquina de soldagem por meio de uma chave de parede,
mostrada na figura a seguir.

Chave geral
com tranca A
NoVIS
m nm O:
noon nnon
n nonooo
n om no
noon mnno
n non on
noom n no
n m no
on

Etiqueta
Plugue para de aviso
desligamento
rápido

96 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Pessoas
Já vimos os cuidados que o soldador deve ter com o local
de trabalho e com os equipamentos nele instalados. Mas
o soldador experiente sabe que o mais importante em sua
rotina é saber se cuidar!
Por exemplo, ao utilizar o arco elétrico da soldagem –
que emite raios ultravioletas e infravermelhos – ele corre
risco. Dependendo do grau de exposição às radiações,
pode contrair queimaduras graves. Ao produzir o corte
de materiais, todo cuidado é pouco para não ser atingido
por respingos e para não inalar gases agressivos.
DICA
Todas essas possibilidades devem ser bem analisadas pelo
Profissionais mais experientes
soldador. Antes de começar qualquer processo de solda- podem dar dicas importantes
sobre as condições de risco do
gem, é necessário conhecer os perigos existentes, bem trabalho. Não hesite em consultá-
-los se tiver dúvidas. Em caso de
como as precauções que devem ser tomadas para evitar acidente, mesmo sem sofrer
lesão, comunique ao superior.
acidentes. Só assim ele poderá fazer a análise de riscos Dessa forma estará contribuindo
para uma ação preventiva nos
para qualquer atividade. próximos trabalhos.

Independentemente da atividade que será realizada, para


prevenir acidentes, é necessária a utilização de Equipa-
mentos de Proteção Individual (EPIs) adequados. Os EPIs
que devem ser utilizados no processo de soldagem são:
• Gorro.
• Máscara de proteção de soldagem.
• Filtro de luz.
• Avental de couro.
• Mangas ou mangote de raspa de couro.
• Luvas de raspa de couro.
• Perneiras de raspa de couro. DICA
• Sapato de couro. Cada EPI deve ter o respectivo
Certificado de Aprovação (CA)
fornecido pelo Ministério do
• Protetor auditivo tipo plugue. Trabalho e Emprego (MTE)

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 97


gorro

mangote

luva

avental

máscara
de solda
perneira

sapato ou botina

A máscara de proteção de soldagem protege face, testa e frente do pescoço.


Para a proteção dos olhos, o soldador conta com lentes que atenuam a emissão de
luz nas formas ultravioleta, infravermelho e visível. A eficiência do chamado filtro
de luz é medida pela sua tonalidade e padronizada pela ANSI Z87.1 (Occupational
and Educational, Personal Eye and Face Protection Devices), de acordo com o tipo
de atividade que será desempenhada. O quadro a seguir apresenta a relação entre
processo, corrente e tonalidade da lente.

98 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Processo Corrente Tonalidade
até 500 A 12
Goivagem a arco
de 500 até 1.000 A 14
até 300 A 9
Plasmacorte de 300 até 400 A 12
de 400 até 800 A 14
até 100 A 10
Soldagem a plasma de 100 até 400 A 12
de 400 até 800 A 14
até 160 A (até 4 mm) 10
Soldagem com eletrodo revestido de 160 até 250 A (de 4 a 6 mm) 12
de 250 até 550 A (acima de 6 mm) 14
de 60 até 160 A 11
Soldagem MIG/MAG de 160 até 250 A 12
de 250 até 500 A 14
até 50 A 10
Soldagem TIG de 50 até 150 A 12
de 150 até 500 A 14

Para nos proteger dos raios solares, usamos filtro solar. Para se proteger dos raios
ultravioletas e infravermelhos emitidos pelo arco elétrico, o soldador usa vestimentas
de raspa de couro. Esses raios queimam a pele, assim como os raios solares, mas
com maior intensidade e rapidez.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 99


Por fim, existe um cuidado que não exige o uso de equi-
pamentos de proteção. É preciso estar muito atento com
os fumos e os vapores metálicos gerados durante o corte
de materiais. O soldador, enquanto solda ou corta, deve
manter a cabeça fora da área de geração dos fumos e
vapores metálicos.

Postura errada
Postura errada. Postura correta. Postura correta

Atividade 1
A nálise de risco da Tarefa

Imagine que você irá realizar uma tarefa de soldagem


DICA como a soldagem de uma junta em chanfro pelo processo
Os EPIs são obrigatórios em eletrodo revestido. Essa atividade é composta das seguintes
ambientes de soldagem. Já anéis,
pulseiras e cordões são ações: confecção dos chanfros nas peças, conferência das
terminantemente proibidos!
dimensões e ângulo do chanfro, fixação das peças, ligação
e regulagem da máquina de solda, soldagem e remoção da
escória, controle da temperatura da junta e funcionamento
da identificação do soldador na junta soldada.
Levante os riscos de possíveis acidentes na realização
dessas atividades e como evitá-los. Lembre-se de que
somente o uso de Equipamentos de Proteção não impede
a ocorrência de acidentes.

100 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Atividade 2
E quipamentos de P roteção I ndividual

Uma vez realizada a análise de risco relacionada à atividade do item anterior, especi-
fique os Equipamentos de Proteção Individual que devem ser usados neste trabalho.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 101


Unidade 7
Qualidade e
produtividade
A qualidade
Qualidade é uma característica difícil de ser definida. Para você,
esse conceito pode ser diferente daquele usado pelo seu colega do
lado. E pode ser difícil vocês chegarem a uma mesma opinião.
De qualquer forma, vamos buscar entender o que qualidade
significa no dia a dia de um soldador.
A ideia de qualidade para os profissionais que atuam em uma
indústria metalúrgica está relacionada à necessidade de o pro-
duto atender ao que a indústria requer dele. Assim, a qualidade
compreende um conjunto de requisitos e características com
vistas a satisfazer certas necessidades.
Se nos lembrarmos do Caderno 1, veremos a palavra “qualidade”
e, mais especificadamente, o termo “controle de qualidade”, pre-
sente em toda a história do trabalho e da metalurgia. Os artesãos
e negociantes do século 13 (XIII) trabalhavam em contato di-
reto com os compradores. E seu retorno em relação à qualidade
dos produtos que produziam era, provavelmente, imediato. Os
produtos defeituosos eram jogados fora.
Com a divisão do trabalho por especialização e as mudanças
ocorridas na forma de produção no capitalismo, não foi só o
dia a dia do profissional de metalurgia que mudou bastante. O
mesmo se deu com o controle de qualidade.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 103


Novos desafios seriam colocados àque-

Alamy/Other Images
les que fabricavam e testavam os pro-
dutos fabricados com metal. Agora,
para garantir a qualidade, era neces-
sário especializar-se na verificação da
existência de defeitos no produto.
Ou seja, o que era uma das etapas,
entre tantas pelas quais o artesão pas-
sava, tornou-se, a partir da Revolução
Industrial, incumbência de um profis-
sional especialista.

A produtividade
Produtividade é um conceito que in-
teressa aos empresários – aqueles que
detêm e controlam os meios de pro-
dução e lucram com o capitalismo.
Isso porque significa a associação de
três coisas:
• aumento da produção de bens ou
produtos elaborados;
• manutenção ou melhoria dos níveis
de qualidade; e Artesão medieval: responsável pelo controle de qualidade.

• manutenção (ou melhor, não expansão) do número de trabalhadores e dos recursos


usados na fabricação desses bens ou produtos.
Ou seja, a produtividade é alcançada quando se consegue fazer crescer o volume
de produtos sem aumentar o quadro de empregados, sem aumentar os gastos e sem
descuidar da qualidade.
Se há um aumento da produção e o capitalista mantém os mesmos gastos (mesmo
número de funcionários e a mesma folha salarial), é fácil perceber que há um aumento
de seu lucro, não?

104 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Uma das formas de obter aumento da produtividade é a institucionalização da distri-
buição de lucros entre funcionários. Ou seja, empresas dividem com os empregados
(de tempos em tempos) os lucros resultantes de ganhos de produtividade. Essa é uma
forma de motivar os trabalhadores para que os empresários acresçam seus lucros.
Outra forma de elevar a produtividade é chamar os trabalhadores para opinar sobre
como melhorar processos e/ou participar de cursos de capacitação. Fazer cursos e
discutir processos podem ser experiências importantes para você e também podem
ajudá-lo a progredir na carreira.
Corbis/Corbis (RF)/Latinstock

Ouvir a opinião dos trabalhadores é uma maneira de aumentar a produtividade.

O telefone sem fio


Em uma empresa, os soldadores, ao mesmo tempo que pedem serviços de outros
setores, precisam atender aos pedidos que chegam ao seu setor. Isso ocorre porque
a soldagem é apenas um processo metalúrgico pelo qual a peça irá passar. Antes
e depois do soldador, a peça passará pela mão de outros trabalhadores. É como se
todos os funcionários participassem de uma brincadeira do telefone sem fio. Em um
momento é o soldador quem recebe a mensagem (peça), mas logo precisa repassar a
mesma mensagem para as próximas pessoas da fila.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 105


Na empresa em que você trabalhará, o solicitante da soldagem será sempre aquele
que pertence à sequência anterior à realização da solda. Ele será, portanto, quem
passará a mensagem para você, o soldador.
O solicitante pode ser:
• da área de manutenção de máquinas;
• de determinado departamento que necessite da soldagem de uma peça fraturada;
• da própria área de trabalho do soldador; ou
• da área de usinagem.
O certo é que a mensagem que você irá passar para o próximo da fila, nesse telefone
sem fio da metalurgia, é a de uma soldagem que satisfaça todos os pedidos do cliente
e mantenha, assim, o seu compromisso com a qualidade.
Um produto sem qualidade equivale a uma mensagem enviada de maneira errada. Na
brincadeira do telefone sem fio, se isso ocorre, o objetivo não é alcançado: descobre-
-se que a mensagem final não é igual à original. Na metalurgia, se o trabalho do
soldador não é benfeito, vai prejudicar todas as etapas. As consequências, nesse caso,
não são de brincadeira e toda a equipe sai perdendo!

106 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Por volta de 1940, época em que a soldagem passou a ser mais uti-
lizada, em razão da evolução tecnológica, as primeiras falhas come-
çaram a ocorrer. Os primeiros casos de fraturas frágeis em juntas
soldadas viraram notícia.
Dessa época, são bastante conhecidas as histórias dos navios cons-
truídos durante a Segunda Guerra Mundial, muitos deles desativados
por catastróficas falhas estruturais, causadas por juntas mal soldadas.
Logicamente, tais problemas não eram rotineiros, mas a sua ocorrên-
cia chamou a atenção da metalurgia que criou um novo campo de
investigação e análise de falhas.
Bettmann/CORBIS/Corbis (DC)/Latinstock

Porta-aviões americano (1941).

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 107


O soldador e o dever da qualidade
A perspectiva de desenvolver um trabalho com
qualidade deve estar presente em qualquer ocupa-
ção. No caso da profissão de soldador, garanti-la
não será apenas um dever, mas o objetivo do tra-
balho. Para isso, existem alguns passos dos quais
você, futuro soldador, não poderá se descuidar.
• Confeccionar os chanfros respeitando as me-
didas indicadas.
• Preparar e verificar, com cuidado, as peças
que serão soldadas.
• Realizar a soldagem conforme prescrevem as
instruções da EPS.
• Produzir soldas sem descontinuidades, de acor-
do com a solicitação e no prazo combinado.

Atividade 1
Imagine a seguinte situação: a área que solicitou a soldagem das peças para a fabricação
do equipamento mecânico reclamou do prazo longo para o fornecimento do produto
(três dias). Dessa reclamação, surgem várias perguntas: será que ela tem razão? Esse
prazo está muito longo? É possível diminuí-lo? Como?
Reúna os colegas de sala e faça uma discussão do problema para identificar o maior
número de causas possíveis que possam estar contribuindo para gerar o “prazo longo”
no fornecimento do produto.

108 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Unidade 8
Ingresso no mercado de
trabalho
Agora que você já conhece as bases da ocupação de soldador,
chegou a hora de se preparar para buscar seu emprego.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 109


Atualmente, o mercado de trabalho está bastante promis-
sor. Na primeira década do século 21 (XXI) – isto é, de
2001 a 2010 –, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro
aumentou, em média, 2,2% por ano. A indústria foi res-
ponsável por aproximadamente 29% desse crescimento.
No início de 2011, o IBGE divulgou uma pesquisa se-
Você sabia? gundo a qual o emprego industrial cresceu em 13 de
O Produto Interno Bruto 14 regiões estudadas (“IBGE: emprego industrial cresce
é a soma de toda a rique-
za produzida em um país.
em 13 de 14 regiões”, O Estado de S. Paulo, 08 de abril
de 2011). A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e
Salário (Pimes) apontou, portanto, que a quantidade de
trabalhadores na indústria teve crescimento em 13 dos
14 locais pesquisados. Neste cenário animador, está a
indústria metalúrgica.
Outro importante aspecto desse mercado de trabalho é
a diversidade de oportunidades. Como soldador, você
DICA
será solicitado não só nas indústrias, mas também em
É muito importante que você não
pare de pesquisar sobre o seu outros setores, como o de ensino e o de pesquisa. Poderá
mercado de trabalho. Instituições
como o Seade (Fundação Sistema trabalhar até mesmo como autônomo.
Estadual de Análise de Dados) e o
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) podem Observe o gráfico abaixo. Ele mostra como a indústria de
auxiliá-lo nessa tarefa. Acesse os
sites: www.seade.gov.br e www. transformação – que é apenas um dos componentes do
ibge.gov.br e encontre pesquisas
que irão ajudá-lo na hora de ramo metalúrgico – responde por uma fatia significativa
escolher o melhor caminho
para a sua carreira. da ocupação dos trabalhadores.

Emprego mais aquecido


Geração de vagas formais em janeiro

Saldo em janeiro 2011


Total: 152.091

100.000
80.000 73.231

60.000 53.207
40.000 33.358
20.000 8.324
1.571 1.572
0
−1.042
−20.000
−18.130
−40.000
Extrativa Indústria de Serviços industriais Construção Administração
Comércio Serviços Agropecuária
mineral transformação de utilidade pública civil pública

Fonte: Valor Online. Disponível em: http://static.valoronline.com.br/sites/default/files/imagecache/


media_library_bigimage//gn/11/02/arte25bra-101-emrpego-a3.jpg. Acesso em: 10 out. 2011.

110 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Esses números se refletem em oportunidades de trabalho
para muitas ocupações na indústria e, portanto, significam
boas novas para quem está em início de carreira.
A inserção no mercado de trabalho tem relação com vários
fatores. O crescimento da economia é um deles. No entanto,
escolaridade formal, cursos de qualificação e experiência
também interferem, abrindo ou fechando portas.
Você sabia?
Há, ainda, ações que podem ajudá-lo: inscrever-se no A expressão curriculum
sistema de intermediação do Governo do Estado de São vitae é de origem latina
e significa “currículo da
Paulo – Programa Emprega SP, preparar-se para uma vida”. Ele é um documen-
entrevista de emprego, organizar os seus conhecimentos to no qual constam seus
principais dados pessoais,
e saberes na forma de um currículo, procurar dicas de sua escolaridade, seu his-
locais com amigos e vizinhos. As relações pessoais, em tórico profissional e seus
saberes informais. Suas
geral, são importantes no momento de arrumar trabalho. expectativas e seus de-
sejos em relação a uma
Fazer um currículo pessoal, no qual constem os seus co- colocação no mercado de
nhecimentos, saberes, experiências, é uma forma de você trabalho também podem
ser incluídos.
se apresentar ao mercado de trabalho.
Atualmente, existem locais na internet que auxiliam os
trabalhadores a formularem seus currículos. Há inclu-
sive alguns bancos de dados especializados, nos quais o
candidato pode elaborar seu currículo para determinada
empresa ou para certa função. Da mesma forma, existe
uma tendência, principalmente nas grandes indústrias, de
criar seu próprio banco de dados, guardando informações
sobre trabalhadores para futuras contratações.
As atividades, ao final desta unidade, poderão ajudá-lo a
montar seu currículo.

Salário
A remuneração é uma das principais preocupações no mo-
mento de definir o tipo de ocupação ou emprego que bus-
camos. Uma das primeiras perguntas que nos fazemos é:
“Qual vai ser o meu salário?” Considere essa informação
no momento de decidir se o emprego lhe interessa ou não.

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 111


Atividade 1
D epoimento

Leia os depoimentos a seguir e discuta com seus colegas e com o monitor como
alguns soldadores ingressaram no mercado de trabalho.

Graziele dos Santos


ivan carneiro

Soldadora

Um soldador pode tomar vários caminhos em


sua carreira. Ele pode trabalhar em indústrias,
estaleiros, oficinas mecânicas e serralherias.
Também pode ser registrado ou trabalhar co-
mo autônomo. De qualquer maneira, o certo
é que essa é uma área muito diversificada
para quem quer trabalhar. Mas existe um cui-
dado essencial que todo soldador deve ter:
estudar o local onde vai fazer a soldagem,
seja ele qual for. Esse estudo deve ser feito
com o técnico de segurança do trabalho. Com
ele, o soldador conseguirá avaliar as condições
de trabalho e os riscos de acidentes.

112 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


Wilson Souza Santos

miração
Soldador Autônomo

Eu sou soldador autônomo. Ser autônomo em uma firma


pequena compensa porque você quase divide o lucro com o
patrão. Mas fazer isso em uma firma grande ou particular, não
sei se compensa porque em um dia você ganha muito, mas,
em outros, acaba ficando sem receber. Para mim, esse esque-
ma só compensou porque eu trabalhei muito. Mas, para ser
autônomo, é preciso tomar muito cuidado com o futuro. Eu
por exemplo, não pago INSS. Depois que saí do meu antigo
emprego nunca mais fui registrado. Hoje tenho 52 anos e já
poderia estar aposentado, trabalhando apenas por prazer.
Do resto, normalmente o serviço de soldador é o mesmo,
seja em uma grande indústria ou em uma serralheria, como a
que trabalho. No final, o negócio é soldar. Tem portão, grade
e reforma. O que fica de novidade é que, por exemplo, se um
cliente bate o carro ou um portão quebra, a gente tem que sair
da oficina para fazer manutenção. A rotina é outra! Para mim,
tudo é novidade: cada hora estou em um bairro.

Atividade 2
H istória de vida

1. Para a busca do emprego, é necessário elaborar um documento com algumas


informações fundamentais sobre você: seu perfil, seus conhecimentos e o que você
pretende profissionalmente. Esse documento se chama currículo. No tema “Como
se preparar para o mercado de trabalho”, publicado no Caderno do Trabalhador 1
– Conteúdos Gerais, você encontra dicas preciosas para criar o seu. Depois de
consultar esses conteúdos, você e seus colegas vão exercitar a elaboração de seu
currículo com o auxílio do monitor.
2. Com base no que aprendeu neste curso, o que você considera necessário saber para
ser um soldador? Procure organizar suas ideias começando pelas frases a seguir.
a) Um soldador deve saber:

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 113


b) Um soldador usa em suas atividades:

c) Um soldador necessita cuidar de:

114 A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a So ld a do r 2


d) Um soldador deve também:

Das frases citadas na atividade anterior, procure destacar aquilo que você faz bem.
Tais informações poderão fazer parte do seu currículo.
Boa sorte!

Soldador 2 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 115


Referências bibliográficas
Barbosa, E. F. Gerência da Qualidade Total na Educação. Belo Horizonte:
Fundação Christiano Ottoni/UFMG, 1993.
Callister Jr, W. D. Fundamentals of Materials Science and Engineering. 7th
ed. Nova York: John Wiley and Sons Inc, 2007.
Dieter, E. G. Metalurgia Mecânica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1988.
MorejÓn, M. A. G. A Implantação do Processo de Qualidade ISO 9000 em
Empresas Educacionais. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo,
2005. 330 p.

Sites
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Banas Qualidade. Definindo a qualidade. Disponível em: <http://www.banas-
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Acesso em: 3 abr. 2011.
O Estado de S. Paulo. “IBGE: emprego industrial cresce em 13 de 14 regiões”. Disponível
em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral,ibge-emprego-industrial-
-cresce-em-13-de-14-regioes,62033,0.htm>. Acesso em: 8 abr. 2011.
Lincoln Electric Holdings, Inc. Arc Welding Safety Brochure. Disponível em:
<http://www.lincolnelectric.com/en-us/education-center/Documents/mc1145.pdf>.
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Pascoali, S. Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina: Curso
Técnico em Eletroeletrônica. Disponível em: <http://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/
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UFMG. Técnica Operatória da Soldagem SMAW. Disponível em: <www.demet.
ufmg.br/grad/disciplinas/emt019/pratica_smaw.pdf>. Acesso em: 26 out. 2011.

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