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PRESTAÇÃO DE CONTAS

José Victor Mascarello Pagotto (jvictor_mp@hotmail.com)

Tatiana Lima Figueiredo(thatylima81@hotmail.com)

Contabilidade Pública – Edgar Antonio Goroncio

Resumo

O presente artigo apresenta uma síntese teórica de prestação de contas em organizações com e
sem fins lucrativos com o intuito de demonstrar sua importância e necessidade.

Palavras-chave: Prestação de Contas. Accountability. Prefeitura. LRF.

Introdução

A prestação de contas é algo que se tornou comum em nosso dia a dia, não só através
de exigências do trabalho, mas também no núcleo familiar. Não é difícil uma mãe preocupada
com seus filhos, exigir que eles prestem contas de suas atitudes.

Segundo o dicionário Michaelis (2010), prestação é o ato de dar ou fazer o que se

ajustou em um contrato, e que é um dos modos de este se resolver, e o termo conta é
atribuição, cuidado, encargo, responsabilidade e ainda o registro e confrontação dos débitos e
créditos ou de receita e despesa.

1. Conceito

Prestação de contas significa fazer alguém a outrem, pormenorizadamente,parcela por

parcela, a exposição dos componentes de débito e crédito resultantes de determinada relação
jurídica, concluindo pela apuração aritmética do saldo credor ou devedor, ou de sua
inexistência.
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A prestação de contas apresentada por uma organização compreende o ato de

demonstrar que esta cumpriu sua missão, aplicando corretamente todos os recursos a ela
destinados, confrontando suas receitas e despesas para justificar o uso do recurso recebido,
atendendo às exigências legais, morais e contábeis.

Seria então a justificação de que suas responsabilidades e atribuições foram

cumpridas. Por esse motivo a prestação de contas é mais do que uma demonstração
econômico-financeira das origens e aplicações de recursos, ela se expande quanto à
necessidade de demonstrar que alcançou seu objetivo final.

Todos os recursos devem ser bem aplicados para que maximizem os resultados
esperados, e se desenvolva uma prestação de contas adequada, que demonstrará credibilidade
da organização, desenvolvendo uma maior capacidade de captação recursos.

Existem, basicamente, dois tipos de prestação de contas:

• Financeira: se refere a forma, destino, distribuição e uso dos recursos financeiros;

• Não financeira: tem foco nos resultados obtidos com a aplicação destes recursos.

Preferencialmente as prestações de contas devem ser elaboradas de forma a permitir a

comparabilidade com outros períodos e organizações similares, para que fique evidente o
desempenho de seus administradores. Portanto, é imprescindível, por exemplo, a
especificação correta do período em que foram realizadas as ações.

Accountability é um termo da língua inglesa, sem tradução para o português que

surgiu em meados dos anos 80 em países de língua inglesa e não definido de nome uniforme.
Alguns pontuam o dever de transparência, alguns enfatizam o dever de prestar contas e ainda
como dever de eficiência daqueles responsáveis pela realização da atividade.

Na visão de Kluvers (2003), accountability tem definido em termos de interpretação e

explicação das ações decisões tomadas; sem uma accountability adequada, o gerenciamento
dos recursos pode, na melhor das hipóteses, ser ineficazes e incompetentes e , na pior das
hipóteses, corrupta.
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E segundo Aucoin e Heintzman (2000, p. 47):

A função de controle da accountability reside no âmago da democracia, na

maioria dos modelos constitucionais, porque cada uma à sua forma, busca
assegurar que o Estado não abuse ou faça mau uso, de seus poderes
coercivos.

2. Prestação de contas anual das Prefeituras

De acordo com a LEI 101/2000 LRF, os Artigos 56, 57, 58 dizem que devem prestar
contas o prefeito e o presidente da Câmara Municipal, sendo dada ampla divulgação a essas
prestações de contas. Os Municípios encaminharão suas contas ao Executivo da União até 30
de abril, com cópia para o Executivo do respectivo Estado.

O descumprimento do prazo impedirá, até que a situação seja regularizada, que a

prefeitura receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as
destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária. Os Tribunais de Contas emitirão parecer
prévio conclusivo sobre as contas – se outro não estiver estabelecido nas Constituições
estaduais ou nas leis orgânicas municipais – no prazo de 60 dias do recebimento ou, no caso
das capitais e Municípios que tenham menos de 200 mil habitantes, o prazo será de 180 dias.

Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas pendentes

de parecer prévio. No prazo de 60 dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas
Constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais, será dado o parecer pela comissão
da Câmara Municipal que trata de orçamento e finanças, sobre o parecer do Tribunal de
Contas relativo às contas do município.

A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à

previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e do
combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e
judicial, bem como as demais medidas para o incremento das receitas tributárias e de
contribuições.
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A Lei de Responsabilidade Fiscal dá destaque especial à gestão das receitas próprias

municipais, reforçando a avaliação de que parte importante do ajuste fiscal dos Municípios
poderá ocorrer por meio de melhor aproveitamento de seu potencial tributário. Por isso, é
importante o Município desenvolver uma política tributária responsável, cobrando
efetivamente todos os tributos que são de sua competência.

Os artigos da Lei 101/2000 que falam a respeito das prestações de contas dizem o
seguinte:

Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão,

além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art.
20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do
respectivo Tribunal de Contas.

Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as

contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver
estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.

Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em

relação à previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da
fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de
créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais
medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições.

3. Prestação de contas não financeiras

As prestações de contas não financeiras são relatórios normalmente desenvolvidos por

organizações sem fins lucrativos. Nesse relatório, a organização descreve como, o que e para
quem foram realizadas sua atividades.

Este relatório pode ser elaborado por qualquer indivíduo da organização, sendo ideal
que a alta administração esteja envolvida em sua elaboração, pois é necessário conhecimento
suficiente das atividades desenvolvidas, por esse motivo, é ideal que a organização mantenha
registros de suas atividades
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4. Prestação de contas financeiras

As prestações de contas financeiras podem ser apresentadas num formato simples,

evidenciando um checklist das receitas e despesas realizadas pela organização. Sendo assim,
não precisa ser elabora por um contador. No entanto, podem carecer de credibilidade em
virtude da ausência de um profissional responsável.

Referências

OLIVEIRA, IRANI MARIA DA SILVA. Uma investigação sobre a prestação de contas

das entidades do terceiro setor brasileiro. Recife, 2009.

KLUVERS, R. Accountability for Performance in Local Government. Australian Journal

of Public Administration. P. 57-69, 2003.

AUCOIN, P.; HEINTZMAN, R. The dialets of accountability for performance in public

management reform. International review of administration sciences, p. 45-55, 2000.

KHAIR, Amir Antônio. Brasília. 2000. (080807_PUB_LRF_guiaOrientacao.pdf). Disponível

em: <http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/publicacao/lrf>. Acesso
em: 19 nov. 2010.