Вы находитесь на странице: 1из 147

FORMAS FARMACÊUTICAS ........................3 Compras ................................................

27 Ini bidores seletivos da recaptação de


Princípios ..............................................27 5HT............................................46
SÓLIDOS ......................................................3 Inibidores da recapta ção de 5HT-NE....46
Organograma........................................27
Pós 3 Função de pesquisa ..............................28 FARMACO LOGIA ANTIPSICÓTICA ........ 47
Granulações ............................................3 Qualifi ca ção de compradores...............28 Antipsicoticos típicos .......................... 47
Comprimidos ...........................................3 Solici ta ção de compras.........................28 Antipsicóticos atípicos ........................ 47
Drágeas....................................................4 Fontes de fornecimento .......................29 ESTIMULANTES DO SNC......................... 48
Cápsulas...................................................4 Estimulantes p sico motores................ 48
PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMEN TOS.. 30
Cápsulas de gela tinas (CG) ..................... 4 Metil xantinas........................................49
LÍQUIDOS ....................................................4 Prescrição de medicamento não
FARMACO LOGIA RESPIRATORIA .......... 50
Soluções ...................................................4 padronizado................................ 30 Droga antiasmá tica ............................ 50
Prepa rações otológicas .......................... 5 Inclusão na padronização de Tosse ...................................................... 51
Soluções va ginais e retais ...................... 5 medica men tos............................ 31
FARMACO LOGIA DO TGI........................ 52
Ga rga rejo................................................ 5 Exclusão da padronização de
Prepa rações oftálmi cas.......................... 5 Distúrbios á cido-pépticos................... 52
medica men tos............................ 31 Antiá cidos .............................................52
Prepa rações nasais................................. 5
Medicamentos importados ............... 32 Inibidores H 2.........................................52
Prepa rações orais................................... 5
Uso de medicamentos não Inibidores da bomba de prótons ..........52
Suspensões ..............................................6
dispensados pelo hospital ........ 32 Protetores da mucosa ......................... 53
Emulsões..................................................7
Classificação dos medicamentos em Vomito ................................................... 53
Pomadas ..................................................8
função dos riscos potenciais Anta gonistas dos receptores
Tipos de pomadas .................................. 9
de teratogenicidade .................. 32 mus ca rini cos .............................53
Ceras e cera tos ....................................... 9
Classificação dos medicamentos em Anta gonistas dos receptores
Cremes .....................................................9
dopaminérgi cos ........................53
Pastas .......................................................9 função da amamenta ção ......... 32
Indicação de medicamentos Purgantes.............................................. 53
Gel ou Pomadas-géis .............................9
com risco de fl ebite............. 33 Motilidade gastrointestinal ............... 54
Supositórios.............................................9
COMISSÃO DE FARMACIA Antidiarreicos ....................................... 54
Óvulos ................................................... 10 Loperamida...........................................54
Velas 10 TERAPÊUTICA (CFT) ........................ 33
Di fenoxila to e difenoxina .....................54
Estrutura da CPM ................................ 33
BIODISPON IBILIDADE............................... 11 Competên cia ........................................ 33 FARMACOLOGIA CARDÍACA ................... 55
Determinação de biodisponibilidade11 Atribuições............................................ 34
Inibidores do sistema renina-
Fatores que influenciam a Instruções g erais.................................. 34
angiotensina ............................... 55
biodisponibilidade ..................... 11 MANIPULAÇÃO .......................................... 35 Ini bidores da enzima conversora de
Extensão da absorção ........................ 12 angiotensina (ECA)....................55
Eliminação de primeira passagem ... 12 CÁLCULOS DE CONCENTRAÇÕES ........... 36 Bl oqueadores de receptores de
Ins tabilidade quími ca ........................... 12 angiotensina (BRAs) ..................55
RAZÃO DE CONCEN TRAÇÃO (RC) .......... 37
Na tureza da forma ção do fá rma co ...... 12 Bloqueadores β-adrenérgicos ........... 56
Miligramas po r cento (mg %) ............. 38 Diuréticos .............................................. 56
ESTABILIDADE............................................ 14 Partes por milhão (ppm) e partes Vasodilatadores diretos ..................... 56
Tipos de estabilidades ........................ 14 por bilhão (ppb) ......................... 38 Fárma cos ionotrópicos ....................... 56
Meca nismos mais comuns de Anta gonis tas da aldos terona................56
CONTROLE DE QUALIDADE (CQ) ............ 39
degra dação química dos AGENTES ANTIARRÍTIMICOS................. 57
fá rma cos ................................... 14 Garantia da qualidade (GQ) .............. 39 Classes ................................................... 57
Gestão da qualidade.............................39 Classe 1.................................................57
PRAZO DE VALIDADE ............................... 16
FARMACOLOGIA DO SNC ........................ 41 Classe 2.................................................. 58
Politica de prazo de validade ............ 16 Classe 3.................................................58
SNA 41 Classe 4.................................................59
ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF) ....... 17
SNC 42 ANTIAGINOSO ......................................... 59
CICLO DA ASSISTENCIA PSICOTRÓPICOS...................................... 43 ANTI-HIPERTENSÃO ............................... 60
FARMACÊUTICA (CAF) ................... 18 Hipnóticos e sedativos ........................ 43 Diuréticos .............................................. 60
Seleção .................................................. 18 Ansiolítico ............................................. 43 Reguladores de volu me ...................... 61
Distribuição .......................................... 20 Benzodiazepíni cos ................................44 Ini bidores do sistema renina-
Armazenamento .................................. 23 Barbitúricos .......................................... 45 angiotensina .............................61
Condi ções de a rma zena mento ............ 23 AGENTES ANTIDEPRESSIVOS ................ 45
Es tocagem ............................................ 23 FARMACOLOGIA DA DOR........................ 62
Inibidores da MAO .............................. 45
Inventá rio físi co.................................... 24 Inibidores da recapta ção ................... 46 OPIÓIDES.................................................. 62
Dispensação ......................................... 24 Antidepressivos tri cícli cos (ADT´s) .......46 Morfina ................................................. 62
Eta pas25
PARACETAMOL ....................................... 63 Inibidores do descasca mento viral ... 82 Número necessário para tra tar
Inibição da replicação do genoma (NNT*).....................................113
ANTIINFLAMATÓRIO ................................ 64 Numero necessário para ca usar dano
viral .............................................. 83
Prostaglandinas (PG´s) ....................... 64 (NNCD*) ..................................113
Inibição da libera ção viral .................. 83
Uso das medidas de associação na
FARMACOLOGIA AN TIFÚN GICA ............ 66 Moduladores do sistema imune ....... 84
farmaco epidemiologia ............113
Inibição da matu ração viral ............... 85
Inibidores da síntese de DNA ............ 66 Viés 113
Inibidores da mitose ........................... 66 ANESTÉSICOS ............................................. 86 Viés de seleçã o ...................................114
Viés da informação .............................114
Inibidores da memb rana.................... 67 INTERAÇÕES MEDICAMEN TOSAS.......... 90
Viés de confusão.................................114
Inibidores do ergosterol ..................... 67
Inibidores da esqualeno epoxidase ..... 67 INTERAÇÕES FARMACODINAMICAS ... 90 Hi stória natural da doença ......115
Ini bidores da 14α-esterol das INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS ...... 91 Conceito de prevenção .............116
metilase.................................... 68 Absorção ............................................... 91
LOGISTICA HOSPITALAR ........................117
Inibidores da parede celular.............. 68 Distribuição .......................................... 91
Metaboliza ção ..................................... 91 Razões de interesse ...........................117
FARMACOLOGIA AN TIMICROBIANA .... 69 Dimensionamento e controle ..........117
Excreção ................................................ 91
Mecanismo de ação ............................ 69 Politicas de estoques.........................117
FARMACOEPIDEMIOLOGIA ..................... 92
Inibição da parede celular ................. 69 Previsão de estoque ..........................118
β-la ctâmi cos ......................................... 69 PROCESSO DE APROVAÇÃO DE Métodos de previsão de consumo .....119
Inibidores da β-la ctamase.................... 71 FARMACOS NOS EUA ..................... 92 Controle de estoque ..........................120
Inibidores da topoisomerase............. 71 Ensaios clínicos .................................... 93 Níveis de estoque...............................120
Inibidores da transcrição ................... 71 Fa s e 4 93 Elementos de p revisão de estoque .120
Inibidores da tradução ....................... 72 Sistema de relato de eventos
FARMÁCIA HOSPITALAR ........................122
Subunidade 50S.................................... 72 adversos ...................................... 94
Ami noglicosídios (30S) ......................... 72 Desenvolvimento da ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF) ....122
FARMACOLOGIA AN TI-HEL MÍN TICA..... 74 farmaco epidemiologia .............. 94 FARMACOVIGILÂNCIA ....................124
EPIDEMIOLOGIA ..................................... 95
Inibidores da polimerização Estudos ecológicos ...................... 97 Farmacovigilância hospitalar .124
tubulinica .................................... 74 Inquéritos tipo corte-transversal Relação de queixas técnicas sobre
Desacopladores da fosforilação (seccionais) ...........................98 medica men tos..........................124
oxidativa ..................................... 75 Estudo de caso controle................99 Notificação de reações
Coordenação neuro muscular ............ 75 Estudo de coorte .............................99 adversas a
PROCESSO EPIDÊMICO ........................101 medicamentos (RAM) .......125
FARMACOLOGIA AN TIPRO TOZOARIA .. 77
INDICADORES DE SAÚDE .....................103 Notificação de suspeitas de
AMEBÍASE................................................ 77 Morbidade ..........................................103 inetividade terapêutica ....126
Classificação dos medicamentos ...... 77 Incidência............................................103
Prevalência .........................................105 VIGILANCIA EPIDEMIOLÓGICA
Amebi cidas mis tos ............................... 77
Rel ação entre i ncidência e INFECÇÃO HOSPITALAR...................127
Amebi cida luminais .............................. 77
Amebi cidas sistêmicos ......................... 77 prevalência..............................106 Classificação de a rtigos ....................127
FARMACO LOGIA DA MALARIA............. 78 Inci dência e prevalência na
Limpeza ...............................................128
Esquizonticida tissula r........................ 78 fa rma coepidemiologia............107
Desconta minação ..............................128
Esqui zonti cida no sangue..................... 78 Mortalidade........................................108
Esterilização .......................................128
Ta xa de letalidade (TL*)......................110
FARMACO LOGIA TRIPANOSSOMÍASE. 80 Antisépsia ...........................................129
Mortalidade proporcional (MP*) .......110
FARMACO TERAPIA LEISHMANIOSE .... 81 Infecção comunitária ........................130
Morta l idade na
Tratamento Leishmaniose visceral Infecção hospitalar............................130
fa rma coepidemiologia............110
(LV) ............................................... 81 Ris co rela ti vo (RR*).............................111
Anti moniais .......................................... 81
Razão de chance (Odds ratio) .........111
FARMACOLOGIA AN TIVIRAL .................. 82 Medindo efeitos terapêuticos .........112
Redução de ris co relati vo (RRR*) .......112
Inibição de fixação e entrada dos
Redução do ris co absoluto (RRA*) .....112
vírus ............................................. 82
FORMAS FARMACÊUTICAS (FF´s)  Substituem outras preparações da mesma
São formas de veicular os PA´s,em várias formas droga;
e situações, que facilite a administração,  Teor mais elevado de PA do que outras
estabilidade e solubilidade, usando adjuvantes formas farmacêuticas;
farmacêuticas ou excipiente.  Obtenção mais econômica e rápida, sem
Formas farmacêuticas ou preparação necessidade de recorrer a dissolvente e a
medicamentosa é como o medicamento se aparelhagem é menos complicada.
apresenta para ser usado, como resultado da
mistura de substância adequado para serem Granulações
administradas com finalidade terapêutica. A São formas farmacêuticas sólidas constituídas
ANVISA conceitua a forma farmacêutica por um ou mais PA, adicionados com adjuvantes,
substâncias que após uma ou mais operações sob a forma de grânulos homogêneos, destinados
farmacêuticas executadas com ou sem a adição à administração oral, ou como intermediários nas
de excipientes apropriados, a fim de facilitar o seu preparações de drágeas, cápsulas e comprimidos.
uso e obter o efeito terapêutico desejados, com São constituídos por substâncias medicamentosas
características apropriadas a uma determinada via associadas a açúcares ou outros adjuvantes,
de administração. As formas farmacêuticas são as apresentando-se formados por pequenos grãos ou
formas físicas de apresentação de medicamentos grânulos irregulares, cujo conjunto tem aspecto
(comprimido, xarope, supositório etc.). E são homogêneo.
classificados em sólidas, líquidas, pastosas e
gasosas.
 Vantagens:
 Delineamento: Termo usado nas ciências  Não liberam pós durante sua armazenagem e
farmaceuticas para ab ranger uma ampla gama de
areas, todas associadas às etapas a que um farmaco é administração;
sub metido, do começo ao fim de seu desenvolvimento.  Os grãos constituintes não aderem entre si;
Resumindo, delinear formas farmaceuticas significa  São mais agradáveis de ingerir do que os
transformar uma droga ou um farmaco em pós, e a posologia é facilmente mantida
medicamento. porque a sua quantidade pode ser medida
Os medicamentos são sistemas de liberação de
por meio de colheres;
fármacos, ou seja, cosntituem um meio de administrar  Quando preparamos sob as formas
um fármaco de forma segura, eficaz, precisa, efervescentes são susceptíveis de melhor
reprodutivel e prática ao organismo. Raramente os conservação do que os pós-correspondentes,
fármacos são administrados na sua forma química tendo menor área de superfície, são menos
pura, sendo comum sua administração como afetados pela umidade;
formulações ou medicamentos. Estes ultimos podem  Ao contrário dos pós, podem ser revestidos
variar de soluções simples de adjuvantes de com envolvimentos protetores.
formulações ou excipientes.
Comprimidos
SÓLIDOS São preparações farmacêuticas sólidas, de
formas variadas, cilíndrica ou lenticular, obtidas
Pós agregando-se por pressão, varias substâncias
São partículas sólidas, livres e secas, mais ou medicamentosas secas, e podendo ou não
menos finas, com um ou mais PA adicionados ou encontrar-se envolvidas por revestimentos
não adjuvantes e, se preciso com corante e especiais, formando as drágeas. Sua grande
aromatizante. São resultados da divisão das maioria é destinada à via oral, sofrendo
formas farmacêuticas sólidas, constituindo uma desagregação na boca, estômago ou intestino.
forma de administração direta ou destinada à  Vantagens:
obtenção de outras formas. Para prepararmos  Maior precisão de dosagem e menor
comprimidos, hóstias, pastilhas, pílulas, etc. variabilidade de conteúdo;
Precisamos pulverizar as drogas constituintes das  Facilidade de manuseio, administração e
respectivas fórmulas, que só depois serão transporte pelo usuário;
trabalhadas no sentido de se obter o medicamento  Maior estabilidade física e microbiológica;
desejado. A redução dos fármacos a pó apresenta  Melhor adequação à produção em escala
várias vantagens, a pulverização não diminui a industrial e menor custo.
atividade dos fármacos e cria-lhes condições para  Desvantagens:
que apresentem um efeito farmacológico mais  Não é uma forma farmacêutica emergencial;
rápido e regular. Muitos fármacos se dissolvem  Impossibilidade de adaptação de posologia
depois de pulverizados e, de um modo geral, a individual;
sua extração, é mais eficaz à medida que diminui
 Impossibilidade de obtenção econômica de
suas partículas.
quantidades reduzidas, dado ao custo
 Vantagens:
elevado do equipamento;
 Impossibilidade de administração a lactantes  O tamanho e forma das capsulas devem ser
e idosos. adequados à administração.

Drágeas LÍQUIDOS
Embora possamos revestir os granulados, as Podem conter uma ou mais substâncias químicas
pílulas e as capsulas, os comprimidos são as dissolvidas num solvente adequado, ou em uma
formas farmacêuticas com maior aplicação desse mistura de solventes miscíveis, ou dispensáveis
processo. Comprimidos revestidos são chamados no que diz respeito às preparações. Representam
de drágeas. a maior parte das formas farmacêuticas, quando
 Vantagens: comparada com a concentração do ativo.
 Administração de medicamento com PA de  Soluções:
aromas ou sabor desagradável;  Simples e Composta;
 Possibilita o uso de substâncias que  Xaropes;
atacariam as mucosas;  Elixires.
 Permite, com o envolvimento adequado, que  Dispersões:
os comprimidos resistam à ação do suco  Emulsões;
gástrico;  Suspensões.
 Promove fácil deglutição dos comprimidos
que desliza melhor para o estômago, já que
suas arestas foram arredondadas. Soluções
São misturas de duas ou mais substâncias do
Cápsulas ponto de vista químico e físico são homogêneas.
São formas farmacêuticas sólidas, com invólucro As soluções farmacêuticas são sempre líquidas e
duro ou mole, de várias formas e tamanhos, obtidas da dissolução de um sólido ou líquido em
contendo uma dose unitária de PA. Os invólucros outro líquido. Os fatores que influenciam na
são formados de gelatina de origem animal, dissolução são:
também podem ser de amido.  pH: Dependendo do pH do soluto, há maior
ou menor dissolução do mesmo em função
Cápsulas de gelatinas (CG) do pH do solvente;
São preparações feitas por invólucros gelatinosos  Agitação: Em geral, quanto maior a agitação
ocos, de forma esférica, ovoide, coradas ou melhor a dissolução;
brancas, contendo PA sólidos, pastosos ou  Tamanho do soluto: Quanto menor a
líquidos. As cápsulas duras tem o invólucro é partícula do soluto a ser dissolvido, melhor
constituído por gelatina. As cápsulas moles ou sua dissolução.
elásticas são formadas por gelatinas adicionadas  Temperatura: Em geral o aumento da
de emoliente. As CG duras são consideradas, a temperatura facilita a dissolução.
melhor forma para acondicionar PA, pois  Vantagens:
protegem contra ação da luz, da associação de  Flexibilidade de dosagem;
substâncias incompatíveis, impedido a percepção  Facilidade de administração;
de sabor e odor desagradável dos fármacos, com  Rápida absorção;
pouco volume, conservam-se bem e de boa  Homogeneidade na dosificação independente
aparência. Por outro lado, as substâncias da agitação, quando comparada à forma de
administradas na forma de CG orais são suspensão;
rapidamente liberadas quando em contato com o  Possibilidade de adição de co-solventes para
suco gástrico, mas podemos revesti-las com princípios ativos pouco solúveis no veículo
envolvimento gastrorresistentes, fazendo principal.
degradar-se no intestino. Sob a forma de CG  Desvantagens:
podemos administrar medicamentos destinados a  Maior possibilidade de alterações físico-
proporcionarem uma ação farmacológica líquida, químicas;
sejam acondicionados no invólucro gelatinoso  Maior possibilidade de contaminação;
pequenos grânulos com tempos de desagregação  São mais difíceis de serem transportados
diferente. As CG podem ser administradas por pelo paciente do que as formas sólidas.
vias diferentes da bucal preparando-se cápsulas  O paciente pode não ter acesso a sistema de
para aplicação retal, nasal e vaginal. Para medida de volume preciso e uniforme,
satisfazer os requisitos, é preciso ter as seguintes podendo haver variação de uma dose para
qualidades: outra.
 Os PA´s devem ser estáveis;  Sistema homogêneo: É caracterizado por
 Os receptores gelatinosos não devem sofrer apresentar somente uma fase, podendo ser
alterações; constituída por uma substância pura ou uma
 As cápsulas devem ser administradas sem mistura homogênea:
qualquer incomodo causado pelo cheiro ou  Água e sal, água e açúcar;
pelo sabor dos seus componentes;
Sempre que não podemos distinguir as fases de aquoso formado pela conjuntiva. Trata
um sistema a olho nu ele é classificado como condições superficiais ou intraoculares:
homogêneo.  Incluindo infecções bacterianas, fúngicas e
virais dos olhos ou pálpebras;
Preparações otológicas  Conjuntivites alérgicas ou infecções;
São preparações destinadas à aplicação na  Síndrome do olho seco.
cavidade auricular, apresentadas sob formas As soluções oculares são administradas em
líquidas ou semi-sólidas. São produtos semi- pequenas quantidades, são usadas soluções em
estéreis, veículo viscoso, para aderir às paredes gotas e pomadas aplicadas, em finas camadas na
do conduto auditivo. É usado para remoção de margem das pálpebras. Os colírios devem ser
cerume em excesso, tratamento de infecções, estéreis e com boa conservação. Podemos usar
inflamações ou dores nos ouvidos. conservantes para manter a esterilidade durante o
 Líquidas: São formas destinadas à instilação uso, quando livre de conservantes devem ser
no conduto auditivo; acondicionados em embalagem de dose unitária.
 Pomadas óticas: São preparações semi-
sólidas aplicadas no exterior do ouvido.

 Pós de uso ótico ou insuflações: São


preparações preparadas com pó ou misturas Preparações nasais
de pós finamente divididos que são São preparações destinadas à aplicação na
administrados no conduto auditivo. mucosa nasal, sendo apresentadas sob formas
líquidas ou semi-sólidas.
Soluções vaginais e retais  Errinos: Forma farmacêutica destinada ao
 Duchas: São preparações farmacêuticas tratamento da mucosa nasal é geralmente de
líquidas destinadas a serem introduzidas em ação tópica. A maior parte contem agentes
cavidade do corpo com finalidade de limpeza e adrenérgicos e são usadas por sua atividade
assepsia: descongestionante. Os descongestionantes
 Enema: Forma farmacêutica líquida destinada nasais são soluções aquosas, isotônicas em
a ser instilada no reto com fim laxativo ou para relação aos fluidos nasais, tamponados, com
produzir outro efeito local ou ainda sistêmico conservantes se preciso. É usado no
aplicação visando à ação sistêmica com efeito tratamento de renite e sinusite. Os errinos
rápido. podem ser veiculados com solução aquosa,
 Colutórios: São medicamentos que agem solução oleosa e pomadas. A maioria das
diretamente na gengiva e na mucosa bucal, soluções nasais são preparações aquosas,
ajudam a eliminar o mau hálito e também isotônicas e tamponadas para manter a
podem ter efeito antibacteriano anticárie. A estabilidade. As soluções oleosas mantêm o
maioria deles é apresentada em forma de principio ativo mais tempo em contato com a
spray ou elixir e fazem parte da rotina de mucosa e ainda protege do ressecamento,
higiene oral de muitas pessoas. porém, alteram a viscosidade dificultando o
movimento ciliar. As pomadas apresentam alta
Gargarejo viscosidade, prejudicando o movimento ciliar.
São soluções aquosas à lavagem e assepsia da Alguns descongestionantes nasais podem ser
boca e garganta. Suas principais características administrados na forma de inalantes. O PA
são: cores fortes, veículo aquoso ou hidroalcoólico, volátil é colocado junto com o inalante que se
pode conter mel, glicerina e flavorizantes. volatiliza lentamente a temperatura ambiente
Fármacos como anticépticos, antibióticos e liberando o PA.
anestésicos locais.
Preparações orais
Preparações oftálmicas São formas farmacêuticas líquidas destinadas ao
São preparações destinadas à aplicação na uso oral e podem ser classificados em: xarope,
mucosa ocular sendo apresentada sob formas elixir e gotas.
líquidas ou semi-sólidas.  Vantagens: Os líquidos são deglutidos mais
 Colírios: São preparações farmacêuticas facilmente que sólidos, sendo indicado para
aplicada nos olhos. É um medicamento para uso pediátrico, os fármacos devem estar em
ser aplicado nos olhos e pálpebras, de uso soluções para serem absorvidos e quando
tópico. Soluções ou suspensões aquosas ou administrados nessa forma estarão
oleosas contendo uma ou várias substâncias prontamente disponíveis para serem
medicamentosas destinadas à instilação absorvidos. A administração de fármacos
ocular. O fármaco vai se dissolver no filme solução pode diminuir o efeito irritante de
certos fármacos como aspirina e cloreto de
potássio, pois serão rapidamente diluídos nos que se for usada em seguida não precisa de
fluidos corporais. conservante.
 Desvantagens: Os líquidos são volumosos
apresenta o inconveniente de transporte e
estocagem. Casos de quebra do frasco
perde o produto, tratando de estabilidade,
sob a forma de solução os componentes
são menos estáveis do que quando estão
sob a forma sólida.
 Elixir: Forma farmacêutica líquida
hidroalcóolica aromatizada e edulcorada com
sacarose ou sacarina para uso oral. São
preparações líquidas límpidas, hidroalcoolicas
apresentando teor alcoólico na faixa de 20 a
50%. Pode ser um veículo para outras
preparações, os elixires são preparados por
dissolução simples e devem ser envasado em
frasco de cor âmbar e mantidos em lugar
fresco e ao abrigo da luz. Suspensões
 Vantagens: A razão para se optar por São formas farmacêuticas que contêm partículas
suspensões são: do PA numa dispersão uniforme, num veículo no
 Aumento ou controle da biodisponibilidade; qual o PA apresenta uma solubilidade mínima.
Correção ou atenuação de sabor São preparações líquidas que contem uma ou
desagradável; mais substâncias químicas dissolvidas num
 Aumento da estabilidade química em solvente ou numa mistura de solventes, que, de
solução; acordo com as suas características, usamos as
 Possibilidade de administrar fármacos soluções para via oral, ótica, oftálmica ou tópica.
insolúveis na forma líquida;  Vantagem: No uso da suspensão em
 Maior facilidade na correção de sabor qualquer forma, para um líquido a maior parte
desagradável de certos fármacos; limitada para preparações de um sólido, um
 Retarda o tempo de absorção de fármacos líquido, e frequentemente um gás solúvel
por via injetáveis; num liquido.
 Desvantagens: São sistemas heterogêneos em que a fase
 Baixa estabilidade física; externa é líquida ou semissólida, e a fase interna é
 Menor uniformidade; constituída por partículas sólidas insolúveis no
 Menor velocidade de absorção. meio usado. O fármaco é conhecido como fase
dispersa, enquanto que o veículo é chamado fase
 Xaropes: São preparações aquosas dispersante, juntos produzem um sistema
concentradas em açúcar ou outra substância disperso. Usamos as suspensões para três
que o substitua, com ou sem adição de finalidades:
flavorizantes ou PA. Xaropes que contem  Para uso oral;
flavorizantes e não fármacos são chamados de  Para aplicação tópica na pele e mucosas;
veículos não medicamentosos, apresentam a  Para administração parenteral.
finalidade de ser usado como veículo de sabor Algumas suspensões orais já vêm prontas para o
agradável para os fármacos que lhe serão uso, estão dispersas num veículo líquido com ou
acrescentados. sem estabilizantes e outros aditivos farmacêuticos.
 Xaropes com e sem açúcar: O açúcar mais Outras estão disponíveis para o uso na forma de
usado na preparação de xaropes é a pó seco, destinado a serem misturado com veículo
sacarose, podendo ser substituído por outros líquido. Este tipo de produto geralmente é uma
não açúcares como sorbitol, glicerina e mistura de pós que tem fármacos, agentes
propilenoglicol. Muitas vezes a sacarose não suspensores e conservantes. A fase dispersa é
é usada na preparação dos xaropes para que insolúvel na fase líquida, mas, através de agitação
esses possam ser administrados. Aos podem ser facilmente suspensas. Esta mistura ao
pacientes diabéticos, compostos como ser diluída e agitada com uma quantidade de
sorbitol, glicerina e propilenoglicol não devem veículo forma uma suspensão apropriada para a
contar na formulação do xarope, sendo administração, chamada de suspensão
substituídos por compostos não glicogênicos extemporânea. Esta forma é ideal para veicular
como metilcelulose e hidroxietilcelulose. os fármacos instáveis em meio líquido. Deve ter a
 Xarope simples: É preparado pela seguinte palavra: AGITE ANTES DE USAR.
dissolução de 85g de sacarose em água
suficiente para obter 100ml de solução, sendo
estabilização das emulsões devem apresentar
valores de EHL adequados e ser compatíveis
com uso interno ou externo.
 Componentes: São constituídos por duas
fases uma de natureza aquosa e outra oleosa,
e os agentes emulsivos sempre entre elas.
 Fase aquosa: A H2O fase obrigatória em
todas as emulsões podem ter em dissolução
várias substâncias, como produtos
medicamentosos, conservantes, corantes,
edulcorantes e aromatizantes.
 Fase oleosa: A fase oleosa de uma emulsão
pode ser constituída por óleos, resinas,
goma-resina, ceras e gorduras, além de
substâncias lipossolúveis, como o salicilato
de fenilo, cânfora, vitaminas óleos solúveis,
antioxidantes e anticépticos, etc.

Emulsões
São dispersões de duas fases líquidas
constituída por um líquido imiscível num outro
líquido sob a forma de gotículas. Sua estabilidade
depende do tipo de agentes emulsionantes
usados, e da película interfacial capaz de formar-
se rapidamente, impedindo a aproximação e união
da fase dispersa. Figura 2: Emulsão. (a) fase oleosa; (b) fase aquosa.
A partir dos componentes e da viscosidade
podemos separá-las como líquidos para uso  Tipos de emulsão: A fase em que o
internos ou externos, ou semissólidos para uso tensoativo for mais solúvel determina a fase
externo. As formas de uso externo são chamadas externa. Sendo assim, as emulsões se dividem
loções quando líquidas, de cremes quando em simples e múltiplas.
sólida. São classificadas pelo:  Simples:
 Tamanho das gotículas: microemulsões e  o/a: fase interna formada por gotículas de
emulsões; óleo envoltas pela fase aquosa, são
 Número de fases: bifásica, trifásica e múltipla; facilmente lavadas;
 Dispersão das fases: emulsões (a/o) ou (o/a).  a/o: fase interna formada por gotículas de
 A maioria das emulsões é do tipo o/a: laváveis H2O, envolta por uma fase oleosa contínua.
e facilmente removidos da pele ou das roupas,  Múltiplas
apresentando melhor biodisponibilidade.  a/o/a: Água em óleo, em água: fase mais
interna aquosa, circundada por uma fase
intermediária oleosa, e por fim, envolvida
pela fase aquosa;
 o/a/o: Óleo em água, em óleo: fase mais
interna oleosa, circundada por uma fase
Figura 1: Emulsão. (a) tensoativos (agente emulsificante);
intermediária aquosa, e por fim, envolvida
(b) óleo; (c) água; (d) agitação; (e) emulsão. pela fase oleosa.

 Vantagens:
 Aumento da estabilidade química da solução;
 Solubilização do fármaco na fase interna ou
externa;
 Mascaramento de sabor e odor desagradável
de certos fármacos pela solubilização;
 Biocompatibilidade com a pele humana. Figura 3: (1) emulsões o/a: (a) água; (b) óleo. (2) emulsões
 Desvantagens: a/o: (a) óleo: (b) água. (3) emulsão o/a/o. (a) água; (b) óleo; (c)
 Baixa estabilidade física ou físico-química; água. (4) emulsão o/a/o; (d) óleo.

 Menor uniformidade.
 Uso interno e externo: O interesse da
 Pré-requisitos: As emulsões devem farmacotécnica nas emulsões vem da
apresentar viscosidade adequada ao uso possibilidade da administração, numa mistura
tópico ou oral. Os tensoativos usados na substâncias hidro e lipossolúveis, o que,
conforme ao seu fim, podem ser uma emulsão
de uso interno ou externo.
 Uso interno: Uma emulsão para uso interno
pode ser administrada oralmente ou por via
endovenosa.
 Via oral: As emulsões administradas por VO
pertencem ao tipo o/a, tornando palatáveis
óleos intragáveis, visto que a dispersão é
feita em veículo aquoso edulcorado e
flavorizado, e a fase interna passa pelas
papilas gustativas sem entrar em contato
com elas, indo direto para o estômago. Os
agentes molhantes devem ser
hidrossolúveis, pois tais substâncias devem
ficar concentradas na fase externa da
emulsão, uma vez que poderão disfarçar o
gosto da droga que queremos corrigir.
O tamanho reduzido dos glóbulos de óleo pode Semi-solidas
torná-lo mais digerível e acelerar sua absorção. São classificados como pomadas, cremes e geis,
Em alguns casos podemos corrigir o gosto sendo estas destinadas à aplicação tópica. Pode
desagradável de algumas substancias ser administrada a pele, na superfície dos olhos,
hidrossolúveis que figuram na mesma emulsão o/a via nasal, via vaginal ou retal as preparações
recorrendo a uma dupla emulsão. Conseguimos tópicas podem ser usadas buscando efeitos
encobrir o gosto amargo de um produto solúvel na tópicos ou efeitos sistêmicos; com isso,deve-se
água incorporando-o primeiro na fase interna de considerar para qual paciente será administrado,
uma emulsão do tipo a/o por adição de um agente pois como pode atingir a corrente sanguínea, o
emulsivo do tipo hidrófilo, resultando que a cuidado na administração em gestante deve
substância amarga fica situada na parte mais existirpara que não chegue a corrente sanguínea
interna da fase aquosa da dupla, emulsão a/o/a, em gestante deve existir para que não chegue à
conseguindo-se, assim, disfarçar o seu paladar corrente sanguínea do feo e ne do recem-nascido,
desagradável. através do leite materno.
 Uso externo: Para aplicação externa as
emulsões podem ser do tipo o/a ou a/o, Pomadas
podendo ser preparada uma fórmula de Formas farmacêuticas plásticas deformáveis, de
consistência variável. As soluções de uso consistência mole, destinada ao uso externo, para
externo, aplicáveis sobre a pele, podem ser a ação tópica, dotadas de propriedades plásticas
preparadas na forma o/a ou a/o dependendo que permitem, mediante um esforço mecânico,
de fatores, como natureza dos agentes que a sua forma se modifique, adaptando-se às
terapêuticos, necessidade de um emoliente, e superfícies da pele ou às paredes das cavidades
situação da superfície cutânea. Na pele mucosas que se aplicam.
íntegra, as emulsões de a/o geralmente podem As pomadas são usadas para ações epidérmicas,
ser aplicadas com mais uniformidade, pois a já que a penetrabilidade dos fármacos que
pele está coberta por uma fina película de transportam é pouca. Nestas circunstâncias são
sebo, e essa superfície é mais facilmente especialmente usados como veículos de fármacos
umedecida por óleo do que por água. As antissépticos e adstringentes. São classificadas
emulsões de a/o também são mais emolientes quanto à sua composição ou em relação ao tipo
para a pele, pois resistem mais à secagem e de ação terapêutica, em:
são resistentes à retirada pela água. Por  Epidérmicas: Pomadas que possui fraco ou
vezes, a emulsificação de um medicamento nenhum poder de penetração cutânea;
numa base provoca a diminuição do ritmo de  Endodérmicas: Pomadas que penetram na
absorção dessa substância através da pele e epiderme, atuando nas camadas mais
das membranas mucosas e tal propriedade profundas, mas sem que os fármacos
pode ser aproveitada para obtenção de veiculados cheguem à circulação.
fórmulas de ação retardada. Assim a efedrina, De acordo com o aspecto, consistência ou
na forma de emulsão o/a, é mais lentamente composição do excipiente:
absorvida pela mucosa nasal do que aplicada  Pomadas propriamente ditas: São untuosas
em solução oleosa, o que torna possível e preparadas com excipientes gordurosos ou
prolongar seu efeito vasoconstritor local. com PEG;
 Cremes: São preparados com excipientes
emulsivos do tipo o/a ou a/o;
 Cerelos ou Cerotos: Contém uma % de propriedade favorece o contato com a superfície
ceras; do tecido epitelial e permite a mistura, por
 Unguentos: Quando contém resinas; emulsificação, com conteúdo dos sacos pilo-
 Pasta dérmica: Apresentam-se espessas, sebáceos. Esses cremes combinam-se, pelos
com muitos pós-insolúveis; seus constituintes emulsivos, com as proteínas
 Glicerídeos: Excipiente constituído de gel de celulares, sendo mais intensa a fixação quando os
amido com um poliol, como a glicerina; emulgentes forem catiônicos.
 Pomadas-geleia: Quando os seus excipientes Os cremes de o/a são bem tolerados nas
são géis minerais ou orgânicos. epidermes, podendo ser irritantes, em especial os
de aniões ativo, quando a pele apresenta solução
de continuidade. Nesses casos, tem-se procurado
reduzira a irritação provocada adicionando sais
tampões ao creme.
Uma das principais vantagens dos cremes o/a é o
fato de serem facilmente removido da pele ou das
roupas por simples lavagem.

Pastas
Tipos de pomadas O termo pasta dérmica, designa preparações
 Pomadas propriamente ditas (PPD): São para aplicação cutânea que tem uma quantidade
preparadas com excipientes gordurosos ou de substâncias pulverulentas.
com PEG, apresentam-se moles e untuosas. A presença de altas concentrações de pós torna
São preparações anidras ou com pouca as pastas completamente diferentes das pomadas
quantidade de água incorporada. Em regra, propriamente ditas, pois apresentam um ligeiro
são congestivas, pois não permitem a efeito secante, absorvendo os exsudados
respiração cutânea. A PPD que contém cutâneos, o que se deve à adsorção ou à
resinas é designada por unguentos. O termo capilaridade, não causando congestão dos
unguento vem do latim Ungere=untos e é hoje tecidos, como acontece com as pomadas.
tomado no sentido, de qualquer tipo de Podemos usa-lo para superfícies cutâneas úmidas
pomada. Unguentos são preparações de ou molhadas, estando indicado, neste caso, o uso
consistência firme, mais espessa do que a dos de pasta formada por excipientes hidrófilos
ceratos, que além de, conterem natureza miscíveis com as secreções da pele.
resinosa, podem apresentar ceras.
 PPD hidrófobas: formas semi-sólidas, Gel ou Pomadas-géis
translucidas, pegajosas, e consistentes São constituídos por géis minerais ou orgânicos.
que absorvem pouca água; As pomadas géis tem um efeito emoliente e
 PPD hidrófilas: formas miscíveis na água, refrescante, mas a sua rápida secagem
composta de polímeros hidrófilos (PEG) de transforma-os numa película quebradiça quando
pesos moleculares distintos. São aplicadas na epiderme. Por outro lado, estas
consistentes, removidas por água e de pomadas são susceptíveis de não apresentarem
aparência translucida. poder de penetração cutânea, já que os seus
excipientes, formados por grandes moléculas
Ceras e ceratos coloidais, não podem atravessar a epiderme
Dentro das PPD temos aquelas que contêm intacta e, não mostram qualquer espécie de
ceras e podemos designar por ceratos. O termo afinidade as proteínas da pele.
cerato ou ceroto provém da designação dada, em
latim, as preparações untuosas que apresentam Supositórios
elevada quantidade de ceras. Consideramos como São preparações farmacêuticas sólidas, com um
ceratos as pomadas com 20% ou mais de ceras, ou vários PA, de forma e peso variado. A sua
podendo possuir uma pequena quantidade de forma (cônica ou ovoide), volume, consistências
água, mas que, não formam emulsões são adaptadas à administração retal. No reto
verdadeiras, mas pseudoemulsões. devem fundir-se, dissolver-se, emulsionar ou
desagregar-se. Normalmente com peso
Cremes aproximado de 2,5g, para adultos 1,5g para
Cremes são emulsões com substâncias crianças e 1g para lactantes. Os PA são triturados
medicamentosas dissolvidas ou suspensas nas e tamisados, em seguida dispersos ou dissolvidos
suas fases aquosa ou oleosa. A maioria são num excipiente simples ou composto, solúveis ou
emulsões de o/a, também são preparados vários disperso na água ou que funde à temperatura
cremes de a/o. Por vezes, a fase oleosa pode corporal. Assim, os supositórios podem destinar-
apresentar elevado poder de penetração na pele, se a um tratamento local (adstringentes,
em especial molhantes, que permitem atravessar desinfetantes, anestésicos, anti-inflamatório,
a barreira lipídica cutânea que emulsionam. Esta laxativos por efeito osmótico, etc.), ou substituírem
as preparações que eram por via oral (fármacos
irritantes, nauseosos, com cheiro e sabor
desagradável; existência de lesões gástricas,
impossibilidade de deglutição, tratamento em
pediatria, etc.). Os supositórios também podem
substituir as medicações parenterais,
hipodérmicas e intramusculares, sempre que os
fármacos determinem reações locais, como
endurecimento, infiltração dolorosa, tumefação,
etc. Ou quando as substâncias medicamentosas
influenciam o metabolismo, ou seja, inativados
pelas enzimas da região.

Óvulos
Conhecidos como supositório vaginal, são
preparações farmacêuticas de forma ovoide, de
consistência sólida, em regra mole, destinado a
serem introduzidos na vagina. Obtidas por
solidificação ou compressão em moldes, são
obtidos por incorporação de PA num excipiente
Hidrodispersíveis, como a glicerina-gelatinada. Em
geral destinado à ação local, sendo antibióticos,
antiparasitários, antissépticos, entre outros, os
fármacos mais usados em óvulos são:
 Mercurocromo (antisséptico), Tanino
(adstringente), Ópio (calmante), Penicilina e
sulfamidas (bactericida e bacteriostático).

Velas
São preparações farmacêuticas consistentes de
forma cilíndrica destinada à aplicação uretral. São
cilíndricos arredondados numa das extremidades,
eram preparadas com lactose, goma arábica e
mel, hoje são obtidos com gelatina-glicerinada,
manteiga de cacau e glicerídeos semissintéticos.
Devem ser sólidos, mas elásticas para resistir,
sem ruptura, as deformações inerentes a sua
aplicação.

1. Para uso parenteral:


 Grandes volumes:
 Nutrição parenteral prolongada;
 Pequenos volumes (ampolas, injeções);
 Intramuscular;
 Intravenoso;
 Intrarraquidiano.
 Contraste radiológico;
 Intradérmico (pellets),
Figura 5: Curvas e tempo de concentração no sangue,
ilustrando como mudanças na velocidade de a bsorção e
extensão da biodisponibilidade pode influenciar tanto a
duração da ação como a efetividade da mesma dose total de
um fármaco, administrado em três formulações diferentes. A
linha tracejada indica a CA do fármaco no sangue: ( 1)
concentração do fármaco no sangue; (2) tempo; (A) fármaco
BIODISPONIBILIDADE rápida e completamente disponível; (B) somente metade da
disponibilidade de A, mas velocidade igual a A; (C) fármaco
A biodisponibilidade mede a quantidade de um completamente disponível, mas velocidade somente metade
medicamento contido em determinada forma de A.
farmacêutica que, ao ser administrada por
qualquer via num organismo vivo, atinge a
circulação sanguínea de forma inalterada. A
biodisponibilidade é também a quantidade de
medicamento que atinge não só a circulação Determinação de biodisponibilidade
sanguínea como também o local de ação. Os A biodisponibilidade é determinada pela
dados de biodisponibilidade são usados para comparação dos níveis plasmáticos do fármaco e
determinar: de uma via particular de administração (ex.:
 A quantidade de um medicamento absorvido a administração oral) com os níveis plasmáticos do
partir de uma determinada forma farmacêutica; fármaco obtidos por injeção IV, na qual o fármaco
 A velocidade de absorção do medicamento; entra na circulação rapidamente. Quando o
 A permanência do medicamento nos líquidos fármaco é administrado por via oral somente parte
do organismo e sua correlação com as da dose aparece no plasma. Lançando a
respostas farmacológicas ou tóxicas. concentração plasmática do fármaco contra o
Estas informações tem importância para a tempo, podemos mensurar a área sob a curva
determinação da posologia de um medicamento e (ASC). Essa curva reflete a extensão da absorção
da sua forma farmacêutica. do fármaco. A biodisponibilidade de um fármaco
administrado por via oral é a relação da área
calculada para a administração oral comparada
com à área calculada para a injeção IV quando a
dosagens são equivalente.

Figura 4: A duração da ação e concentração plasmática de


uma droga pode ser afetada pela sua velocidade de absorção.
Na figura há 3 medicamentos com taxas de absorção
diferentes. O medicamento A é absorvido rapidamente, o
medicamento C sofre absorção lenta, a velocidade de
absorção do medicamento B está entre as dos medicamentos
A e C. o medicamento A alcança a maior concentração
plasmática máxima. O medicamento C é absorvido Figura 6: Determinação de bi odisponibilidade: (1)
lentamente e nunca alcança uma concentração plasmática concentração plasmática do fármaco; (2) tempo; (a) ASC
elevada, ficando mais tempo no plasma que os medicamentos injetada; (b) ASC oral; (c) fármaco administrado; (d) fármaco
A e B. injetado; (e) fármaco administrado por via oral.

Fatores que influenciam a biodisponibilidade


Em contraste com a administração IV, que confere
100% de biodisponibilidade, a administração oral
de um fármaco envolve metabolismo de primeira
passagem. Está biotransformação, além das
características físicas e químicas dos fármacos,
determina a quantidade de fármaco que alcança a
circulação e a que velocidade. A ÁREA SOB A 𝐶𝐿𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜
ER
CURVA (ASC) do tempo de concentração no 𝑄

sangue é proporcional à extensão da Onde Q é o fluxo sanguíneo hepático,


biodisponibilidade de um fármaco, se a eliminação normalmente cerca de 9L/h numa pessoa que
for de primeira ordem para uma dose intravenosa, pesa 70Kg.
presume-se que a biodisponibilidade seja igual à A biodisponibilidade sistêmica do fármaco (F)
unidade. No caso de um fármaco administrado por pode ser prevista a partir da extensão de
via oral, a biodisponibilidade pode ser menor que absorção (f) e da razão de extração.
100%, por quatro razões principais: F=fx(1-ER)
1. Extensões incompletas da absorção através Um fármaco como a morfina é quase
da parede intestinal; completamente absorvida (f=1), de modo que a
2. Eliminação na primeira passagem pelo fígado. perda no intestino é irrisória. Contudo, a razão de
3. Instabilidade química. extração hepática para a morfina é a depuração
4. Natureza da formação do fármaco. da morfina (60L/h/70Kg) dividida pelo fluxo
sanguíneo hepático que a biodisponibilidade da
morfina seja cerca de 33%, o que está próximo do
valor observado.

Instabilidade química
Alguns fármacos, como a benzilpenicilina são
Extensão da absorção instáveis no pH gástrico. Outros, como a insulina,
Depois da administração oral, um fármaco pode são destruídos no TGI pelas enzimas.
ser absorvido incompletamente, por exemplo,
somente 70% de uma dose de digoxina alcançam Natureza da formação do fármaco
a circulação sistêmica. Isso se deve à falta de A absorção pode ser alterada por fatores não
absorção do intestino. Outros fármacos são relacionados com a sua estrutura química. Por
demasiadamente hidrofílico (Atenolol) ou lipofílico exemplo, o tamanho da partícula, o tipo de sal, o
(aciclovir) para serem absorvidos com facilidade, e polimorfismo cristalino, o revestimento entérico e a
sua baixa biodisponibilidade também se deve à presença de excipiente (como os agentes
absorção incompleta. aglutinantes e dispersantes) podem influenciar a
Se muito hidrofílico, o fármaco não pode facilidade da dissolução e, por isso, alterar a
atravessar a membrana lipídica celular; se velocidade de absorção.
lipofílico demais, o fármaco não é solúvel o
Ex.: 1: Sobre biodisponibilidade, analise as
bastante para cruzar a camada de água adjacente
à célula. Fármacos podem não ser absorvidos por afirmativas a seguir.
causa de um transportador inverso associado à 1. A biodisponibilidade é menor do que 100%
glicoproteína-P. esse processo bombeia para fármacos que não são administrados por
ativamente o fármaco fora das células da parede via intravenosa.
intestinal e de volta ao lúmen do intestino. A 2. A ÁREA SOB A CURVA (ASC) é o parâmetro
inibição da glicoproteína-P e do metabolismo da farmacocinético usado para avaliar a
parede intestinal, por exemplo, por suco de biodisponibilidade absoluta.
toranja, pode se associar aumento da absorção do 3. Medicamentos de uso oral cujos fármacos não
fármaco. sejam absorvidos no trato gastrintestinal não
necessitam de estudos de biodisponibilidade
Eliminação de primeira passagem relativa.
Após a absorção através da parede intestinal, o 4. A biodisponibilidade traduz a velocidade e a
sangue da veia porta leva o fármaco ao fígado extensão de absorção de um fármaco a partir
antes da entrada na circulação sistêmica. Um de uma forma de administração.
fármaco pode ser metabolizado na parede Assinale:
intestinal (ex.: pelo sistema enzimático CYP3194), a. Se apenas a afirmativa 2 estiver correta.
ou mesmo no sangue da porta, porem, é mais b. Se apenas as afirmativas 2, 3 e 4 estiverem
comum, o fígado metabolizar antes do fármaco corretas.
atingir a circulação sistêmica. Além disso, o fígado c. Se apenas as afirmativas 2 e 3 estiverem
excreta o fármaco na bile. Qualquer desses corretas.
lugares contribui para a redução da d. Se apenas a afirmativa 4 estiver correta.
biodisponibilidade, e o processo geral é conhecido e. Correta: Se todas as afirmativas estiverem
como eliminação de primeira passagem o efeito corretas.
da eliminação hepática na primeira passagem
sobre a biodisponibilidade é expresso como a Ex.: 2: Com relação a biodisponibilidade de um
razão de extração (ER): fármaco é INCORRETO afirmar que:
a. Incorreta: Para uma dose, por via oral, de um c. O polimorfismo genético.
fármaco a biodisponibilidade pode ser superior d. O polimorfismo do fármaco.
a unidade ou 100%. e. O fluxo sanguíneo.
b. A biodisponibilidade é a fração do fármaco
inalterado que alcança a circulação sistêmica Ex.: 5: A biodisponibilidade indica a velocidade e
após sua administração por qualquer via. a extensão de absorção de um princípio ativo em
c. Para uma dose intravenosa de um fármaco, a uma forma de dosagem, a partir de sua curva de
biodisponibilidade é igual à unidade ou 100%. concentração/tempo na circulação sistêmica ou de
d. Para uma dose, por via oral, de um fármaco a sua excreção na urina. A clorpromazina,
biodisponibilidade pode ser inferior a unidade antipsicótico de amplo uso, apresenta uma
ou 100%. biodisponibilidade em torno de 30%. Outras
características farmacocinéticas deste fármaco
são a elevada metabolização (inclusive de
primeira passagem), 90% de ligação a proteínas
plasmáticas e elevado volume de distribuição
(VD). Comparando a dose máxima administrada
pela via oral (VO) e pela via intramuscular (IM) da
clorpromazina, é CORRETO afirmar que:
a. A dose IM é maior devido ao metabolismo de
Ex.: 3: De acordo com as definições técnico- primeira passagem.
científicas e legais, dois medicamentos serão b. A dose VO é maior devido à forte ligação com
considerados bioequivalentes quando, proteínas plasmáticas.
apresentados sob a mesma forma farmacêutica e c. A dose IM é maior devido ao elevado volume
contendo idêntica composição qualitativa e de distribuição.
quantitativa de princípios ativos, apresentarem d. Correta: A dose VO é maior devido à
comparável biodisponibilidade quando estudados diminuída biodisponibilidade.
num mesmo desenho experimental. A respeito do
assunto, assinale a alternativa CORRETA. Ex.: 6: É CORRETO afirmar que O termo
a. A biodisponibilidade é uma característica biodisponibilidade pode ser considerado como
exclusiva do fármaco, correspondendo à sinônimo do termo bioequivalência.
fração de uma dose oral que chega na a. Se considera biodisponibilidade como sendo a
circulação sistêmica na forma de fármaco taxa e a extensão na qual uma molécula ativa
intacto. é absorvida e torna-se disponível no sítio de
b. Correto: Variações na atividade enzimática da ação da droga.
parede intestinal ou do fígado, no pH gástrico b. A biodisponibilidade é determinada através da
ou na motilidade intestinal podem afetar a medida da concentração do princípio ativo da
biodisponibilidade de medicamentos. droga no sangue total, e não em outro líquido
c. Para que dois medicamentos possam ser biológico.
considerados intercambiáveis, será suficiente
apresentar os estudos de biodisponibilidade de
cada um deles. c. Biodisponibilidade absoluta é a fração da dose
d. Quando se estuda biodisponibilidade de que é efetivamente absorvida após
determinado medicamento em determinado administração extravascular de um
indivíduo, considera-se possível a medicamento. É calculada tendo como
extrapolação dos resultados obtidos para um referência a administração do mesmo fármaco
período de até 15 anos de vida. por via intravascular, que possui por definição
e. Em relação à biodisponibilidade de biodisponibilidade igual a 0%.
determinado fármaco, considera-se que esse d. Correto: A biodisponibilidade relativa entre
medicamento terá um efeito mais acentuado medicamentos administrados por via
quando a sua absorção for mais lenta, quando intravascular pode ser avaliada pela
comparado a condições em que sua absorção comparação de parâmetros farmacocinéticos
seja mais rápida. relacionados à quantidade absorvida e à
velocidade do processo de absorção.
Ex.: 4: Os principais fatores capazes de alterar a
biodisponibilidade de medicamentos estão Ex.: 6: Assinale, dentre as alternativas abaixo, a
relacionados ao indivíduo e as características do que melhor conceitua bioequivalência:
medicamento. a. Bioequivalência consiste na apresentação de
Assinale a alternativa que indique um fator que duas drogas diferentes que apresentam a
NÃO interfere na biodisponibilidade. mesma disponibilidade após serem
a. Incorreta: O tamanho do medicamento. administradas em concentrações e doses
b. A técnica de granulação e compressão do diferentes, que apresentam a mesma
fármaco.
funcionalidade no organismo, mas que podem maioria das incompatibilidades químicas
trazer efeitos adversos. resultantes de interações que promovem
b. Correta: Bioequivalência consiste na alterações ou rearranjos moleculares não são
demonstração de equivalência farmacêutica visivelmente observáveis. A degradação química
entre produtos apresentados sob a mesma de fármacos pode ocorrer por diferentes
forma farmacêutica, contendo idêntica mecanismos:
composição qualitativa e quantitativa de  Oxidação: quimicamente a oxidação envolve a
princípios ativos, e que tenham comparável perda de elétrons de um átomo de uma
biodisponibilidade, quando estudados sob um molécula. Cada elétron perdido é aceito por
mesmo desenho experimental. algum outro átomo ou molécula, de tal modo a
c. Bioequivalência consiste na biodisponibilidade promover a redução do átomo ou molécula
de determinada droga ao ser administrada por recipiente. Em compostos inorgânicos a
vias diferentes e que tem a mesma função oxidação é acompanhada por aumento da
fisiológica no organismo, independente da valência de um elemento, por exemplo, os íons
dose utilizada sem que isso provoque efeitos ferrosos (Fe+2) em íon férrico (Fe+3). Em
adversos. compostos orgânicos o processo oxidação
d. Nenhum das alternativas. frequentemente envolve a perda de hidrogênio
(desidrogenação).
A deterioração de drogas por oxidação requer a
ESTABILIDADE presença de oxigênio e procede sob determinadas
É a extensão de tempo na qual o produto condições. O oxigênio existe não só sobre a forma
mantém, dentro de limites específicos, através do de oxigênio molecular O 2, mas também como um
período de armazenamento e uso, as mesmas dirradical O-O. Esta espécie de radical possui dois
propriedades que possuía no momento da sua elétrons desemparelhada os quais podem iniciar
fabricação. Estes termos indicam o período para o reações e cadeia resultando a quebra das
qual um mínimo de 90% em relação ao valor de moléculas da droga, articuladamente se a reação
teor da droga (principio ativo) que permanece ocorre na presença de catalizadores tais como a
intacto e disponível para cumprir sua ação luz, calor, alguns íons de metais e peróxidos.
terapêutica. A estabilidade e compatibilidade são A autoxidação é uma reação espontânea que
elementos críticos na precisa e apropriada acontece sob condições ambientais de exposição
administração de medicamentos aos pacientes. ao oxigênio atmosférico. Compostos fenólicos tais
como aminas simpaticomiméticas são
Tipos de estabilidades rapidamente oxidadas e pH neutro ou alcalino.
 Estabilidade química: Cada ingrediente ativo Esta reação ocorre muito mais lentamente em pH
contido na preparação, mantém sua menor que 4,0 para o controle deste processo de
integridade e potência rotulada, dentro de degradação são normalmente usados agentes
limites específicos; antioxidantes e sequestrantes.
 Estabilidade física: As propriedades físicas  Drogas suscetíveis a oxidação:
originais, incluindo aparência, palatabilidade,  Substâncias fenólicas: Morfina, fenilefrina,
uniformidade, sustentabilidade (aplicável a catecolamina (adrenalina, noradrenalina),
suspensões) são mantidas; hidroquinona, resorcinol, paracetamol,
 Estabilidade microbiológica: Ou resistência salbutamol;
ao crescimento microbiano é mantida de  Aminas aromáticas;
acordo com o requerimento especificado e  Compostos polinsaturados: Óleos,
aplicação do produto. Os agentes gorduras, vitaminas lipossolúveis (vitamina
antimicrobianos que estão presentes mantem A, E), ác. Retinóico e flufenazina;
sua efetividade dentro de limites especificados.  Fenotiazínicos (tioéteres): Clorpomazina,
 Estabilidade terapêutica: O efeito terapêutico mometazina, trifluporazina, tioridazina e
(farmacodinâmico) permanece inalterado; flufenazina;
 Estabilidade toxicológica: Não ocorre  Substâncias esteroidais: Corticosteroides;
nenhum aumento significante da toxicidade.  Estatinas: lovastatina, imipramina,
amitriptilina, etc.;
Mecanismos mais comuns de degradação  Antidepressivos tricíclicos: Imipramina,
química dos fármacos amitriptilina, etc;
Existem vários mecanismos de degradação das  Outras substâncias: Vitamina C,
moléculas dos fármacos, hidrólise, redução, anfotericina B, nitrofurantoína, tetraciclina,
fotólise ou fotodegradação e racemização e furosemida, ergotamina, sulfacetamida,
epimerização. Embora muitos processos de captopril.
degradação química de fármacos possam ser  Hidrólise: É um processo de solvólise no qual
observados através de mudanças de cor, a molécula de uma substância interage com
formação de precipitados e evolução de gases, a moléculas degradando-a. A hidrólise
geralmente envolve o ataque pela água das  Racemização e epimerização: Pode ocorrer
ligações lábeis de molécula da droga com drogas que são opticamente ativas, pelas
dissolvidas, resultando em mudanças existências de um carbono quiral central na
moleculares. O processo hidrolitico é molécula. Se um isômero é mais
provavelmente a causa mais importante e farmacologicamente ativo que o outro, este
frequente de degradação de fármacos, devido processo pode resultar em perda da atividade
ao grande número de fármacos com terapêutica. Isto ocorre, por exemplo, com a
grupamentos funcionais susceptíveis a epinefrina, cujo isômero é 15 vezes mais ativo
hidrólise, tais como os ésteres e amidas. do que o d-isômero. Se a molécula da droga
 Drogas suscetíveis à hidrólise: possui somente um centro quiral na molécula,
 Ésteres: Ácidos acetilsalicílicos, procaína, um isômero pode ser favorecido mais do que o
benzocaína, atropina, digitoxina, pilocarpina, outro.
ácido ascórbico;  Epímeros são compostos que possuem a
 Tio ésteres: Espironolactona; mesma configuração em todos os carbonos,
 Amidas: Nicotinamida, paracetamol, exceto num carbono. A tetraciclina em
procainamida; solução epimeriza, antibacteriana; a
 Imidas: Fenitoina, barbitúricos, riboflavina; pilocarpina pode epimerizar em
 Amidas cíclicas (anéis tipo lactâmicos): isopilocarpina.
penicilinas, cefalosporinas; Esta epimerização também pode resultar em
 Desidratação: assim como a umidade perda da atividade farmacológica. As reações de
favorece a degradação de várias moléculas de racemização e epimerização são influenciadas
fármacos, promovendo a instabilidade destas pelo pH e catalisada por ácidos e bases,
ou da forma farmacêutica que as conte, a condições ótimas de pH são necessárias para
remoção da água uma molécula da droga ou maios estabilidade.
do produto pode ser considerado um processo  Polimerização: é um processo no qual duas
de degradação. ou mais moléculas de um fármaco se unem,
 Desidratação por disolvação: é a perda da formando um complexo, este processo ocorre
umidade da forma farmacêutica ou da água durante o armazenamento de soluções
de cristalização da molécula. aquosas concentradas de aminopenicilinas,
 Ex.: Perda de água em cremes, pomadas, como por exemplos: Amipicilina sódica e
suspensões, desolvação da teofilina amoxicilina.
monohidratada e da ampicilina trihidratada.  Reversão polimórfica: algumas drogas
 Desidratação por remoção de um próton e de apresentam a propriedade de existirem em
um grupo hidroxila. mais de uma forma cristalina, chamadas
 Ex.: tetraciclina, prostaglandinas. polimorfos. Os polimorfos têm a mesma
estrutura química, mas diferentes
 Fotólise ou fotodegradação: é a catalise pela propriedades físicas, tais como a
luz de reações de degradação tais como a solubilidade, densidade, dureza, ponto de
oxidação ou hidrólise, uma variedade de fusão, etc. quando uma forma polimórfica
mecanismos de decomposição de luz por uma muda para outra reversivelmente, ela é
molécula produz sua ativação, a partir da qual chamada de enantiotrópica se a transição de
a molécula ativada pode emitir energia de uma forma para outra ocorrer de forma
frequência diferente da recebida (fenômeno irreversível, dizemos ser uma transição
chamado florescência ou fosforescência) ou monotrópica. No prepara de produtos
também pode provocar a decomposição das farmacêuticos estáveis, o polimorfismo
moléculas (fotólise). As reações de representa um indesejável e importante fator
fotodegradação dependem de onde a luz. no crescimento cristalino em preparações
Quanto maior a intensidade e o comprimento farmacêuticas, caking de suspensões
de onda da luz, maior será a velocidade e os (suspensões que não podem ser facilmente
graus de fotodegradação dependem tanto da ressuspendidas), cremes e pomadas.
intensidade como do comprimento de onda da Portanto, o polimorfismo pode ser um fator de
luz. Quanto maior a intensidade e o instabilidade em preparações farmacêuticas.
comprimento de onda luz, maior será deletéria  Drogas que podem ter polimorfismos:
que a luz visível (s raios solares são mais  Clorafenicol;
deletérios do que a luz fluorescente) um  Ampicilina;
grande número de fármacos são sensíveis à  Metilprednisona;
luz permitindo a degradação fotolítica, tais  Hidrocortisona;
como:  Sulfonamidas;
 A amfotericina B; a furosemida, vitamina A.  Barbitúricos.
nifedipina, hidrocortisona, prednisolona,
ácido fólico dentre vários outros.
substância farmacopeica, o prazo de validade
não deverá exceder a 6 meses.
 Formulação contendo água: preparações
obtidas a partir de ingredientes na forma
sólida, o prazo de validade não deverá
ultrapassar 14 dias quanto estocado em
temperaturas baixas;
 Para todas as outras formulações: próxima
de 30 dias ou a duração da terapia. Se houver
suporte cientifico válido informando
apropriadamente a estabilidade da formulação
em especifico, o prazo de validade proposto
acima poderá ser excedido.

PRAZO DE VALIDADE
É a data após a qual a preparação farmacêutica Politica de prazo de validade
manipulada não deverá ser usada, é determinada Levando em conta as características físico-
a partir da data de preparação do produto. químicas das drogas, da forma farmacêutica e
Fatores à serem analisados para se estabelecer o consequente suscetilidade aos principais
prazo de validade em formulações magistrais. processos de degradação química, sugerimos a
 Formas farmacêuticas: sólidos ou líquidos seguir um critério de prazo de validade para
que não contenham água na sua composição, formulações magistrais. Embora empírico, o
normalmente apresentam uma estabilidade critério é baseado nas recomendações da
bem maior quando comparadas com formas farmacopeia americana na 24º edição e projetado
farmacêuticas que contenham água. Portanto de forma geral porem racional e fundamentada
pós, comprimidos, cápsula, tabletes e outras cientificamente, um presumível período de tempo
formas sólidas ou líquidos que não contenham em que uma forma magistral apresentaria uma
água (veiculo oleoso) são mais estáveis e estabilidade adequada. Todavia. É recomendável
portanto poderão apresentar um prazo de que se faça estudos de estabilidade ara as
validade maior comparadas com as formas formulações consagradas pela prescrição
farmacêuticas que contêm agua como por frequente e que faça parte de estoques
exemplo xaropes, suspensões aquosas, estratégicos.
soluções aquosas, emulsões, etc.
 Material de embalagem: a embalagem para
produtos farmacêuticos deve proteger a
preparação da umidade, da luz e da atmosfera
(oxigênio).
 Duração do tratamento: o prazo de validade
deve ser suficiente para abranger o período do
tratamento para o qual formulação foi
prescrita;
 Dados científicos: laboratoriais (estudos de
estabilidade) ou de alguma referência
bibliográfica.
Os prazos de validade, recomendadas para
preparações magistrais embaladas em recipiente
hermeticamente fechada e protegidos da luz, na
temperatura ambiente controlados são:
 Formulações sólidas e líquidas não
aquosas: se a fonte do ingrediente é um
produto manufaturado (industrializado), o
prazo de validade não deve exceder a 25% do
tempo remanescente para a data de expiração
do produto original, ou 6 meses, o que formas
precoce. Se a fonte de ingrediente é uma
As etapas do ciclo da Assistência Farmacêutica
são:
a. Seleção, aquisição, armazenamento e entrega.
b. Aquisição, armazenamento e dispensação.
c. Correta: Seleção, programação, aquisição,
armazenamento, distribuição e dispensação.
d. Aquisição, armazenamento, distribuição e
entrega.

Ex.: 2: A Política Nacional de Assistência


Farmacêutica é aprovada pelo Conselho Nacional
de Saúde através da Resolução no. 338, de 06 de
maio de 2004. Sobre essa política avalie o
conceito apresentado abaixo e assinale a
alternativa correta:
 “Trata de um conjunto de ações voltadas à promoção,
proteção e recuperação da saúde, tanto individual como
coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial
e visando o acesso e ao seu uso racional. ”
Assinale a alternativa à qual pertence a definição
acima:
a. Atenção Farmacêutica.
b. Correto: Assistência Farmacêutica.
c. Farmacovigilância.
d. Dispensação.

 Objetivo: Apoiar as ações de saúde


promovendo o acesso da população aos
medicamentos e seu uso racional;
 Estruturação: Para viabilizar os serviços de
AF, é preciso que ela esteja estruturada nos
âmbitos federal, estadual e municipal. Para
tanto, alguns requisitos são essenciais:
a. Estrutura organizacional: A AF deverá fazer
parte da estrutura organizacional formal da
secretaria de saúde, com suas funções e
ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF) competências devidamente definidas;
A AF é um grupo de atividades relacionadas com b. Infraestrutura:
o medicamento, destinadas a apoiar as ações de  Área física e instalação: Dispor de
saúde demandadas por uma comunidade. Envolve condições adequadas para o pleno
o abastecimento de medicamentos em todas e em desenvolvimento das atividades da AF;
cada umas de suas etapas constitutivas,  Equipamentos e acessórios: Dispor dos
conservação e controle de qualidade, a segurança mesmos de forma adequada e em
e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o quantidade suficiente;
acompanhante e a avaliação do uso, a obtenção e  Recursos humanos: Desenvolver as
a difusão de informação sobre medicamentos e a atividades da AF, sob a coordenação de um
educação permanente dos profissionais de saúde, profissional farmacêutico, auxiliado por
do paciente e da comunidade para assegurar o técnicos habilitados e treinados. Como
uso racional de medicamentos. elemento fundamental para o desempenho
Para implantar efetivamente a AF é fundamental das atividades a serem desenvolvidos e
ter como principio básico o CICLO DA AF, que é necessários; identificar necessidades de
um sistema constituído pelas etapas de: recursos humanos, definir perfil, capacitar
1. Seleção; acompanhar e avaliar suas ações.
2. Programação;  Organização: Para a organização da AF é
3. Aquisição; preciso identificar cada um dos seus
4. Armazenamento; componentes e elementos, os quais deverão
5. Distribuição e dispensação; ser capazes de promover maior
resolutividade das ações. A organização está
Ex.: 1: A assistência Farmacêutica no SUS é relacionada com a finalidade dos serviços, e
organizada de forma a garantir a população o tem objetivo o gerenciamento eficiente e
acesso a medicamentos essenciais padronizados. eficaz.
 Aspectos a serem considerados: Para medicamentos, sendo uma medida decisiva para
organização dos serviços, é preciso conhecer assegurar o acesso aos mesmos.
a realidade da situação de saúde local, A conferência de Alma-Ata, no Cazaquistão em
buscando subsídios ara implementação um 1978, declara a necessidade do abastecimento de
plano de ação, deve-se: medicamentos essenciais como um dos pilares
 Conhecer a estrutura organizacional da para o fortalecimento da atenção primária em
secretaria de saúde e suas inter-relações saúde:
área técnica, normas e procedimentos
existentes, metas estabelecidas para a  Medicamentos essenciais são aqueles que satisfazem
às necessidades de saúde prioritários da população
saúde; (OMS, 1978).
c. Plano de ação: Realizar o diagnóstico da
assistência farmacêutica. A necessidade de que cada país formulasse uma
 Operacionalizar o plano de ação: Definir o politica de suprimento de medicamento com a
que fazer, como, quando, quem e quais os garantia de fornecimento de medicamentos
recursos necessários. essenciais. E o acesso a estes medicamentos
 Definir as atividades a serem pela população, conduziu a criação de uma
desenvolvidas: Definir as tarefas, prazos e relação de medicamentos essenciais.
designar responsáveis pela execução. Em 1981, o Management Science Health
d. Interfaces: Para identificar necessidades e estabelece que no âmbito da saúde pública a
buscar solução para os problemas, é preciso existência de um formulário terapêutico racional
conhecer o ambiente que nos cerca, (FNT) são os principais instrumentos para que os
procurando compreender de que forma ele medicamentos tenham impacto positivo sobre a
afeta e influencia positivamente ou prescrição, contemplando os interesses de
negativamente o desenvolvimento das ações. segurança, efetividade e economia. Este
A AF, por ser uma atividade multidisciplinar e documento destaca como beneficio obtidos a
devido à sua complexidade, necessidade de partir da existência e uso destes instrumentos:
articulação permanentes com outros áreas,  Benefício terapêutico: Por promover uma
como vigilância sanitária, epidemiológico, melhora da qualidade do uso, administração,
coordenação de programas estratégicos de informação, comprimento e controle do
saúde, programa saúde da família (PSF) e medicamento;
programas de agentes comunitários de saúde  Benefício econômico e administrativo: Por
(PAC), área administrativa-financeiro, diminuir o número de medicamentos a serem
planejamento, material e patrimônio, licitação, comprados armazenados, analisados e
auditoria, setor jurídico, contra e avaliação. distribuídos possibilitando maiores descontos
por compras em maior quantidade e
diminuição de custo para realizar inventário.
e. Avaliação da qualidade do serviço: A
O processo de seleção deve implicar a
qualidade é à base de qualquer processo de articulação entre diferentes atores, principalmente
trabalho e engloba conhecimentos, uso de gestores e profissionais da saúde, tanto em nível
ferramentas adequadas de trabalho, nacional, quanto local. Cada estado possui a
instrumentos e procedimentos que conduzem prerrogativa de determinar quais medicamentos
à sua garantiam visando à redução de perda e serão selecionados para compor o seu elenco,
custos, adequação de serviços e maximização com base no perfil de morbi-mortalidade e nas
de resultados. prioridades estabelecidas, de modo a contribuir na
resolubilidade terapêutica, no custo-benefício dos
CICLO DA ASSISTENCIA FARMACÊUTICA tratamentos, na racionalidade da prescrição, no
(CAF) correto uso dos fármacos, além de propiciar maior
As atividades do CAF ocorrem numa sequência eficiência administrativa e financeira. Para tal,
ordenada. As gerências/coordenações estaduais deverá fundamentar a seleção em critérios
têm a responsabilidade de coordenar as técnico-científicos, entre eles, a adoção de
atividades do CAF, que abrange a seleção, protocolos de tratamento e critérios
programação, aquisição, armazenamento, administrativos e legais.
distribuição e dispensação de medicamentos, O principal produto desse processo é uma lista
além do acompanhamento, da avaliação e da de medicamento (LME), da qual deve derivar os
supervisão das ações. formulários terapêuticos e a diretriz clinica. A LME,
com base numa perspectiva epidemiológica, deve
Seleção
conter medicamentos prioritários para a saúde
A seleção (ou padronização) de medicamentos é pública, sendo eficazes, seguros e de qualidade
o eixo orientador do CAF, pois todas as outras prescritos e usados racionalmente. A CFT é uma
atividades lhe são decorrentes. É a atividade instancia colegiada, de caráter consultivo e
responsável pelo estabelecimento da relação de deliberativo, que tem a finalidade de assessorar o
gestor e equipe de saúde em assuntos referentes  Realizar a seleção de antibiótico em conjunto
a medicamentos. Para que ocorra de forma com a C/SCIH verificando a ecologia
adequada, a seleção deve cumprir alguns hospitalar quanto a microrganismos
requisitos a implantação do CFT, cuja prevalentes, padrões de sensibilidade,
responsabilidade é a condução técnica, politica e selecionando aqueles antibióticos que
administrativa do processo. permitam suprir as necessidades
A seleção deve ser realizada por uma terapêuticas;
Comissão/Comitê Estadual de Farmacologia e  Reservar novos antibióticos para o tratamento
Terapêutica, com o objetivo de estabelecer a de infecções causadas por microrganismos
relação estadual de medicamentos (REME), resistentes a antibióticos padrões ou para
definindo os medicamentos a serem infecções em que o novo produto seja
disponibilizados pela SES para a atenção básica, superior aos anteriores, fundamentado em
média ou para a alta complexidade. ensaios clínicos comparativos;
Os trabalhos da CPM devem ser regulamentados,  Usar sempre as DCB, decreto nº 793/93.
estabelecendo-se os critérios de inclusão e
exclusão de medicamentos, metodologia aplicada,  Método:
periodicidade de revisão, entre outros. a. Levantamento de análise de dados:
A seleção de medicamentos deve ser formalizada verificar as necessidades terapêuticas
por meio de portaria ou resolução específica, com relacionadas às patologias tratadas no
a divulgação dos critérios técnicos utilizados para hospital, aos hábitos de prescrição;
inclusão e exclusão dos medicamentos, dando a b. Padronização de medicamentos: A partir da
necessária transparência ao processo. análise dos dados coletados, e segundo os
No hospital, estas ações estão vinculadas às critérios de seleção, devem-se eleger os
atividades desenvolvidas pela CFT. Muitas vezes, medicamentos necessários ao arsenal
o processo é realizado pela farmácia hospitalar, terapêutico do hospital. Segundo a política
tendo a necessidade de participação adotada pela CFT, os medicamentos
multidisciplinar, visando maio alcance de selecionados podem estar relacionados numa
resultados. lista contanto, no mínimo, com:
Objetivos:  Medicamentos agrupados segundo
 Implantar politicas de uso de fármacos com classificação fármaco terapêuticos;
base em correta avaliação, seleção de  Forma farmacêutica de apresentação e
resultados; dose;
 Promover a atualização e reciclagem em  Índice geral segundo a classificação
termos relacionados à terapêutica hospitalar; farmacoterapêutica;
 Índice remissivo dos medicamentos listados.
 Reduzir custos, visando obter a disponibilidade
dos fármacos essenciais à cobertura dos A apresentação pode ser realizada como um
tratamentos necessários aos pacientes. guia farmacoterapêutico. Onde, para cada
medicamento, exista uma pequena monografia
 Critérios: que conste no mínimo de:
 Considere as necessidades epidemiológicas  Forma farmacêutica de apresentação e dose;
da população atendida;  Indicação e contraindicações;
 Incluir medicamentos de comprovada  Reações adversas;
eficácia, baseando-se em ensaios clínicos  Dose recomentada e via de administração;
controlados que demonstrem efeito benéfico  Observações quanto à utilização no hospital.
à espécie humana;
 Eleger, os fármacos de menor toxicidade, c. Estabelecimento de normas: A CFT deve
menor custo e maior comodidade posológica; fixar e avaliar normas e, para o uso de
 Esclarecer entre os fármacos de mesma ação medicamentos não padronizados e para a
farmacológica, um representante de cada inclusão ou exclusão dos mesmos. Além
categoria química ou com características que destas, deverá determinar quais
represente vantagens no uso terapêutico; medicamentos terão o seu uso restrito e o
 Evitar a inclusão de associação fixa, exceto mecanismo adequado de avaliação de uso
quanto os ensaios clínicos justifiquem o uso e correto. No caso de antibióticos, o processo de
o efeito terapêutico da associação for maior restrição de uso é necessariamente realizada
que a soma dos efeitos dos produtos com à participação da C/SCIH.
individuais; d. Informação de medicamentos
 Priorizar formas farmacêuticas que padronizados: O correto uso está relacionado
proporcionam maior possibilidade de com a adequada divulgação da seleção de
fracionamento e adequação à faixa etária; medicamentos. Portanto, a CFT é responsável
pelo estudo de melhor forma de fazer chegar a
todos os profissionais de saúde do hospital
estas informações, é de primordial importância d. Correta: A Seleção, e a elaboração de uma
à divulgação de normas de uso racional de lista de medicamentos essenciais baseada em
medicamentos, através de boletins critérios técnicos é o primeiro passo para
informativos, seminários, participações em estruturar as demais etapas.
reuniões clinicas e outras, para que a
padronização em forma de lista ou guia Ex.: 3: Com relação a AF na atenção básica a
farmacoterapêutica possa ser mais adequada saúde, julgue os próximos itens.
ao uso.  O CAF inicia-se com a seleção de medicamentos,
e. Avaliação da seleção: Pelo menos a cada realizada com ob jetivo de evitar compras e perdas
desnecessárias e a descontinuidade no suprimento
dois anos deverão ser efetuados a revisão da de produtos farmacêuticos.
padronização de medicamentos, através da
análise de alguns indicadores de qualidade ( ) errado ( ) certo. Resp.: Errado.
com a quantidade de solicitações de
medicamentos não padronizados, perfil de Ex.: 4: No processo de revisão da lista de
consumo dos medicamentos (verificar por que padronização, a CFT solicitou o parecer para
algumas apresentações ou medicamento não seleção de antimicrobianos do grupo dos
foram usados), as novas alternativas macrolídeos. Os medicamentos avaliados foram a
terapêuticas, o grau de conhecimento e o uso claritromicina 500 mg e a azitromicina 500 mg.
padronizado e outros. Para tomada de decisão, foram avaliados
aspectos de custos, efetividade, posologia,
Ex.: 1: O processo de seleção de medicamentos administração, eventos adversos, tempo de
é uma etapa importante do CAF, pois deve tratamento, desfechos clínicos, entre outros. A
orientar as várias ações que compõem o ciclo. decisão final foi à padronização da claritromicina.
Porém, a seleção de medicamentos é realizada, É CORRETO afirmar que uma das atribuições do
muitas vezes, pela experiência do profissional farmacêutico na CFT é:
prescritor. Entretanto, essa avaliação é imperfeita. a. Participar da divulgação do guia
Dessa forma, tentando diminuir esse problema, o farmacoterapêutico.
processo de seleção de medicamentos, b. Estimular a utilização de indicadores
inicialmente, pode contar com três critérios farmacológicos como critério do processo
básicos para seleção; assinale-os. decisório de seleção.
a. Correta: Fontes de informação, busca de c. Correta: Participar da elaboração de diretrizes
evidências e avaliação. clínicas e protocolos terapêuticos.
b. Fontes de informação, busca de evidências e
propagandas medicamentosas. d. Participar apenas do estabelecimento de
c. Informações de artigos científicos, evidências normas para dispensação de medicamentos.
profissionais e informações de laboratórios e. Estimular a realização de estudos de utilização
oficiais. de medicamentos.
d. Resultados laboratoriais experimentais,
informações sobre medicamentos na clínica e Ex.: 5: Com relação à assistência farmacêutica na
evidências clínicas. atenção básica à saúde, julgue os próximos itens.

Ex.: 2: O CAF é constituído por etapas com  É atrib uição da Comissão de Farmácia e Terapêutica
aspectos técnicos, científicos e operativos emitir parecer técnico e relatório dos processos de
compras relacionados aos produtos sob sua
específicos. Caracterizadas como seleção,
responsab ilidade.
programação, aquisição, armazenamento,
distribuição e utilização (prescrição, dispensação e ( ) Certo ( ) Errado. Resp.: Errado.
uso) são essenciais para a correta gestão do
medicamento no âmbito municipal. De acordo com
Distribuição
as diretrizes da OMS, o eixo do CAF é:
Alguns dos erros possíveis de ocorrer na
a. A aquisição, sendo o processo licitatório e o
administração de medicamentos em pacientes
cálculo do aporte financeiro para a compra de
hospitalizados estão relacionados ao sistema de
medicamentos a etapa inicial do ciclo e
distribuição dos mesmos. Quanto mais eficiente o
norteadora das demais.
sistema de distribuição, maior contribuição será
b. A Utilização é o primeiro passo do ciclo inicia-
prestada para garantir o sucesso das terapêuticas
se com o processo de dispensação, pois o
e profilaxia instauradas. O controle de distribuição
perfil de prescrição determinará a seleção e
de germicidas, conforme o nível de atividade
demais etapas.
determinadas pelas rotinas instituídas pelos
c. O Armazenamento, que se constitui como
serviços de CIH, é fundamental, para que somente
primeira etapa, pois a capacidade de guarda e
pessoas treinadas tenham acesso aos mesmos.
armazenamento instalada deve direcionar as
Um sistema de distribuição de medicamentos
demais fases do ciclo.
deve ser racional, eficiente, econômico, seguro e
deve estar de acordo com o esquema terapêutico anteriores, pois existe a adequação da
prescrito. Quanto maior a eficácia do sistema de terapêutica, redução de erros, racionalização
distribuição, mais garantido será o sucesso da da distribuição e aumento do controle dos
terapêutica e da profilaxia instaurada no hospital. medicamentos.
O sistema a ser escolhido e implantado no As principais características de cada sistema de
hospital pelo profissional farmacêutico deve seguir distribuição são:
alguns critérios, de acordo com os aspectos  Coletivo: Suas principais características são
relacionados a seguir. estoques nos setores assistenciais, onde a
 Garantir o comprimento da prescrição; farmácia fornece medicamentos e produtos de
 Racionalizar a distribuição dos saúde em suas embalagens originais
medicamentos; atendendo solicitado pelo pessoal de
 Garantir a administração correta do enfermagem, ou segundo estoque mínimo e
medicamento; máximo para cada unidade solicitante, feito em
 Diminuir os erros relacionados com a nome da unidade e não de pacientes. É um
medicação (administração de medicamentos sistema mais caracterizado como distribuição
não prescritos, troca da via de administração, do que de dispensação, pois a farmácia
erros de doses etc.); apenas transfere os produtos para as unidades
 Monitorar a terapêutica; que formam seus estoques. A farmácia se
 Reduzir o tempo de enfermagem dedicado ás torna um distribuidor de medicamentos, não
tarefas administrativa e manipulação dos tento contato com a prescrição médica,
medicamentos; impedindo o acompanhamento da
 Racionalizar os custos com a terapêutica. farmacoterapia. Outras desvantagens deste
A organização Panamericana de saúde indica sistema estão nas dificuldades no controle
como objetivo de um sistema racional de logístico dos estoques, com altos, custos de
distribuição de medicamentos, as seguintes: estocagem, maior probabilidade de erros de
 Diminuir erros de medicação: Estudos administração de medicamentos, perdas por
relacionados aos sistemas tradicionais uma caducidade e ou má armazenagem e desvios,
elevada incidência de erros, que incluem entre outros.
desde a incorreta transcrição de prescrição até  Vantagens:
erros de vias de administração e planejamento  Rápida disponibilidade de medicamentos na
terapêutico; unidade assistencial;
 Mínimas atividades de devolução à farmácia;
 Racionalizar a distribuição de  Redução das necessidades de recursos
medicamentos: O sistema de distribuição humanos e infraestruturas da farmácia
deve facilitar a administração, dos hospitalar;
medicamentos, através de uma dispensação  Mínima espera na execução da prescrição;
ordenada, por horários e por paciente, e em  Ausência de investimento inicial.
condições adequadas para a pronta  Desvantagens:
administração;  Aumento potencial de erros de medicação;
 Aumentar o controle sobre os  Perdas econômicas devido à falta de
medicamentos: Acesso do farmacêutico às controle: caducidade, mas condições de
informações sobre o paciente, tais como: armazenagem e outros;
idade, peso, diagnóstico e medicamentos  Aumento de estoque de medicamentos na
prescritos, permite efetuar avaliação da farmácia hospitalar e nas unidades
prescrição médica, monitorizara duração da assistenciais;
terapêutica, informar sobre possíveis reações  Incremento das atividades do pessoa de
adversas, interações, não cumprimento do enfermagem;
plano terapêutico, melhor forma de  Facilidade de acesso aos medicamentos por
administração e outros. qualquer pessoa;
 Diminuir os custos com medicamentos:  Difícil integração do farmacêutico à equipe de
Com a dispensação por pacientes, e no saúde.
máximo por 24 horas, diminuem-se os custos
de estoques e evitam-se gastos
desnecessários de doses excedentes. Estudos
neste sentido demonstraram que 25% do
consumo de medicamentos podem ser
reduzidos em hospitais que adota o sistema de
distribuição de medicamentos por dose
unitária.
 Aumentar a segurança para o paciente: É
obtido pela consecução dos objetivos
Pode ser feito de duas formas, direta ou indireta,
de acordo com o documento de solicitação:
a. Indireta: Neste caso, a farmácia recebe as
solicitações de medicamentos por meio de
uma transcrição de prescrição médica feita
pela enfermagem (requisição em nome do
paciente). Podem ocorrer erros de transcrição,
prescrições adulteradas e outros.
b. Direta: A farmácia recebe as solicitações de
medicamentos através de uma cópia da
prescrição médica, com a possibilidade do
contato com a prescrição e,
consequentemente, possível intervenção
farmacêutica minimizando erros citados
anteriormente.
O Sistema de distribuição por prescrição
individualizada pode ser implementado na forma
de sua distribuição, de duas formas:
1. Os medicamentos são dispensados num único
Figura 7: M odelo de dispensação coletiva. compartimento, podendo ser um saco plástico
identificado com a unidade de internação, o
 Individualizado: Existe a necessidade de um número eleito, nome do paciente, contendo
investimento inicial em infraestrutura e todos os medicamentos de forma desordenada
recursos humanos, com necessidade de igual do sistema coletivo para um período de
plantão da farmácia para atendimento das 24 horas.
demandas, mas reduz os custos com 2. Os medicamentos são fornecidos em
medicamento reduz o tempo da enfermagem embalagens, disposto segundo o horário de
quanto às atividades com medicamento e administração constante na prescrição médica
permite aumento da integração do individualizada e identificada para cada
farmacêutico com a equipe assistencial. O paciente e para o máximo de 24 horas. Sua
fornecimento de medicamento individualizado distribuição pode ser feita em embalagem
por pacientes, não determina, em larga escala, plástica, com separações obtidas por
a diminuição do tempo de preparo de doses, termossolda ou em escaninhos adaptáveis a
erros de administração, perdas por carros de medicamentos adequados ao
deterioração, desvio e outros, mas assegura sistema de distribuição.
maior qualidade da farmacoterapia pela
participação efetiva do farmacêutico no
processo do medicamento.
 Vantagens:
 Diminuição do estoque nas unidades
assistenciais;
 Redução potencial de erros de medicação;
 Facilidade para devoluções à farmácia;
 Reduz o tempo do pessoal de enfermagem
quanto às atividades com medicamentos;
 Aumento da integração do farmacêutico com
a equipe de saúde. Figura 8: Modelo de dispensação por prescrição individual.
 Desvantagens:
 Aumento das necessidades de recursos A modalidade 2 reduz erros e perdas,
humanos e infraestrutura da farmácia propiciando facilidade para a instalação de
hospitalar; controle da dispensação, ou seja, a revisão de
 Exigência de investimentos inicial; todas as prescrição atendidas para verificar erros
 Incremento das atividades desenvolvidas de dispensação e propicia a verificação da
pela farmácia; interações e aumento da capacidade de controle
 Necessidade de plantão na farmácia de estoques tanto m nível de farmácia hospitalar,
hospitalar; como das unidades de internação.
 Permite ainda potenciais erros de A união desses sistemas é chamada sistema
medicação; combinada de distribuição de medicamentos,
 Não permite controle total sobre as perdas em que, para as unidades de internação, o
econômicas (caducidade, doses não sistema de distribuição é por prescrição
administradas, desvios e outros). individualizada, e para as áreas fechadas como
centro cirúrgico ambulatorial, o sistema é coletivo O armazenamento tem como objetivo básico
ou de estoque por unidade assistencial. garantir a conservação dos medicamentos,
 Dose unitária: Os elementos que distinguem germicidas, correlatos e outros materiais
o sistema de distribuição por dose unitária das adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas
tradicionais são medicamentos contidos em específicas que assegurem a manutenção das
doses unitárias, dispostos conforme o horário características e qualidade necessárias à correta
de administração e prontos a serem utilização.
administrados segundo a prescrição médica, Todos os produtos são armazenados
individualizados e identificados para cada obedecendo às condições técnicas ideais de luz,
paciente. É o sistema que permite maior temperatura e umidade numa central de
contato do farmacêutico com a prescrição e abastecimento farmacêutico.
com toda equipe multiprofissional e, também, Os produtos devem ser dispostos de forma a
pelo controle que proporciona a farmácia, no garantir inviolabilidade, características físico-
que se refere ao uso de medicamentos. Neste químicas, observação dos prazos de validade,
sistema ocorre o melhor controle e com a manutenção da qualidade dos produtos.
racionalização no uso de medicamentos Uma boa armazenagem e fator de suma
através da monitorização terapêutica. Para importância em todo processo da assistência
esta implantação, é preciso, um investimento farmacêutica hospitalar, gerando redução de
financeiro em infraestrutura e equipamentos de custos, a manutenção do tratamento ao paciente e
acordo com as legislações específicas, além uma organização nas varias atividades da
de uma adequação do quadro de farmácia.
colaboradores da farmácia atendendo as
necessidades das atividades a serem Condições de armazenamento
implantadas. Uma das áreas necessária para a  Estrutura física: o armazenamento de
efetivação desse sistema é a farmacotécnica medicamentos, produtos farmacêuticos e
de medicamentos orais e de injetáveis, pois os dispositivos médicos devem ser feito de modo
medicamentos são dispensados após o a garantir as condições necessárias de
preparo para administração. O preparo de espaço, luz, temperatura, umidade e
doses unitárias e unitarização de doses de segurança dos medicamentos, produtos
medicamentos de formas farmacêutica. farmacêuticos e dispositivos médicos.
Contribui para a redução de procedimentos  Medicamentos sujeitos a controle especial:
definidos e registro. Deve existir plano de Recomenda-se que haja uma sala reservada
prevenção de trocas ou misturas de para o armazenamento destes medicamentos
medicamentos em atendimentos à legislação e, neste caso, a esma deve atender as
vigente. especificações sobre a ventilação,
temperatura, condições de luminosidade e
umidade.
 Medicamentos termolábeis: Devem ser
armazenados em equipamentos apropriados
para a conservação a frio (câmara fria ou
refrigerador). A escolha de qual deles será
usada depende do volume de medicamentos
que precisam ser armazenados.

Estocagem
A estocagem de medicamentos deve ocorrer de
forma a garantir a segurança e as características
de qualidades dos medicamentos estocados, para
Figura 9: M odelo de distribuição por dose unitária. realizar o armazenamento, de modo que se
atentam as boas práticas, são necessários
Armazenamento conhecimentos técnicos sobre os produtos a
É a etapa do ciclo da AF que visa garantir a armazenar e sobre gestão de estoques. Para a
qualidade e a guarda segura dos medicamentos correta estocagem dos medicamentos,
nas organizações da área da saúde. Constitui-se acompanha as orientações a seguir:
como um conjunto de procedimentos que  Observe os medicamentos que exigem
envolvem o recebimento a estocagem, guarda cuidados especiais de armazenamento, como
segurança contra danos físicos, furtos ou roubos, termolábeis e psicotrópicos;
a conservação, o controle de estoque e a entrega.  Estoque os medicamentos por nome genérico,
O armazenamento deve levar e consideração a lote e validade de forma a partir fácil
similaridade dos itens, a rotatividade, o volume e o identificação.
peso dos produtos, bem como a ordem de entrada
e saída.
 Não arraste caixas, nem arraste ou coloque outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a
muito peso sobre elas; influência dos alimentos, a interação com outros
 Os medicamentos devem ser conservados nas medicamentos, o reconhecimento de reações
embalagens originais. Ao serem retiradas das adversas potenciais e as condições de
caixas, as embalagens devem ser conservação dos produtos. Nesse conceito, o
identificadas. aspecto comercial da atividade é excluído, dando-
lhe um caráter profissional na medida em que
Inventário físico deixa claro que o farmacêutico é responsável não
Toda movimentação de estoque deve ser só pelo fornecimento do medicamento, como
registrada por documentação adequada, visando à também pela orientação para o seu uso
prescrição de controle. Periodicamente, a adequado. Além disso, insere a atividade num
empresa deve efetuar contagens físicas de seus grupo multiprofissional de assistência à saúde,
itens de estoques para verificar: mais especificamente a assistência farmacêutica.
 Discrepância em valor, entre estoque físico e Com a criação da ANVISA em 1999, surgiu outras
o estoque contábil; normas sanitárias complementares à legislação
 Discrepância entre os registros e o estoque federal relativas aos estabelecimentos
físico (quantidade real nas prateleiras); farmacêuticos para colocar em pratica a PNM. A
 Apuração do valor total do estoque (contábil), resolução 328/99, dispõe sobre requisitos
para efeitos de balança; neste caso, o exigidos para a dispensação de produtos de
inventário é realizado próximo ao interesse à saúde em farmácias e drogaria entre
encerramento do ano fiscal. outras coisas, institui o regulamento técnico sobre
Fazem parte da preparação e do planejamento as boas práticas de dispensação de
para o inventario: medicamentos em farmácias e drogarias. Como
 Folhas de convocação e serviços, definido: podemos ver as atribuições do farmacêutico, ao
convocados, datas, horários e locais de dispensar medicamentos, tomaram uma dimensão
trabalho; muito maior, hoje a dispensação não significa
 Fornecimento de meios de registro de apenas entregar o medicamento prescrito ou
qualidade e quantidade adequada para uma indicado pelo farmacêutico, mas se trata da
correta contagem; atuação clínica do farmacêutico, com o objetivo de
 Nova analise da arrumação física; proporcionar ao paciente, não só o medicamento,
 Método de tomada de inventário e como também os serviços clínicos que o
treinamento; acompanham, promovendo o uso racional de
 Atualização e analise dos registros; medicamentos e a proteção do paciente e a
 Cut-off (data de corte) para documentação e prováveis PROBLEMAS RELACIONADOS AO
movimentação de materiais a serem USO DE MEDICAMENTOS (PRMs).
inventariados.

Dispensação A dispensação de medicamentos é uma atividade


Conforme a lei 5991/73, que rege o controle técnica de orientação ao paciente de importância
sanitário do comércio de drogas, medicamentos, para a observância ao tratamento, portanto, eficaz
insumos farmacêuticos e correlatos, no Brasil, quando bem administrado a implantação de um
sistema racional de dispensação de
 Dispensação é o ato de fornecimento ao consumidor de medicamentos e de outros produtos para a saúde
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e deve ser priorizada pelo estabelecimento de
correlatos, a título remunerado ou não.
saúde e pelo farmacêutico, de forma a buscar
Esta lei exige a presença do farmacêutico ou processos que garantam a segurança do paciente,
substituto, sem, contudo, garantir a assistência a orientação necessária ao uso racional do
medicamento, sendo recomendado pela portaria
efetiva deste profissional no ato de dispensar e
4283/10, a adoção de um sistema individual ou
nas outras atividades realizadas pelas farmácias e
unitário de dispensação. Dependendo das
drogarias, deixando transparecer apenas o
características e objetivos do estabelecimento de
aspecto comercial do ato, com interesse principal
saúde a dispensação também poderá ser
centrado no lucro.
A PNM regulamenta através da portaria 3926/98, descentralizada, através das farmácias satélites.
definiu a dispensação como o ato do profissional Estas poderão estar localizadas em blocos
farmacêutico de proporcionar um ou mais cirúrgicos, unidades de terapia intensiva, outras
unidades de assistência ao paciente como pronto
medicamentos a um paciente, geralmente como
atendimento e pronto socorro. É a atividade dos
resposta à apresentação de uma receita
farmacêuticos com mais visibilidade e onde mais
elaborada por um profissional autorizado. Neste
se estabelece o contato com os serviços clínicos
ato o farmacêutico informa e orienta o paciente
do hospital. O farmacêutico deve considerar como
sobre o uso adequado do medicamento. São
elementos importantes da orientação, entre característica para um sistema adequado a
racionalidade eficácia, economia e, sobretudo se
oferece segurança ao paciente. A dispensação de ou menor proximidade do paciente com o
medicamentos só deverá ser efetuada perante a farmacêutico.
apresentação de uma prescrição médica que pode  Análise da prescrição: Nesta fase serão
ser informatizada, manual com copia original, observados os aspectos farmacodinâmicos,
fotocópia, carbonada, digitalizada, onde devem farmacocinéticos e legais da prescrição. O
constar, no mínimo, os seguintes elementos. farmacêutico deve iniciar, perguntando ao
 Identificação do paciente; portador da receita se é ele o paciente que
 Registro hospitalar; fará uso daquela prescrição, pois, caso não
 Leito e unidade de internação; seja, deve-se atentar para a relação existente
 Data da prescrição; entre o comprador e o usuário, garantindo que
 Designação de medicamentos a informação prestada seja repassada com o
preferencialmente por DCB ou nome de maior cuidado ao usuário daquele
registro e indicação de dose, forma medicamento. Antes, de repassar informações
farmacêutica, intervala de dose e via de ao usuário do medicamento, deve munir‑se de
administração; alguns dados referentes ao usuário do
 Identificação do médico prescritor e assinatura. medicamento, tais como a idade, peso,
Para minimizar erros e importante evitar a existência de outras doenças ou de
transcrição médica em casos necessários é manifestações alérgicas. Estes dados visam a
recomendada a solicitação da prescrição médica auxiliar o farmacêutico na analise da
original para a conferência do farmacêutico. aplicabilidade da medicação e da posologia
 Aspecto legal: Conforme o art. 2o da prescrita, evitando problemas relacionados ao
resolução CFF357/01, a presença e atuação medicamento devido, tanto pela efetividade
do farmacêutico é requisito essencial para a quando pelas doses usadas.
dispensação de medicamentos, sendo esta Ainda nesta fase, o farmacêutico avalia a
uma atribuição indelegável, não podendo ser legibilidade, a data e os aspectos legais da
exercida por mandado nem representação. De prescrição tomando-se por base as normas legais
acordo com essa resolução, ao dispensar existentes, citando-se o capítulo 6 da lei 5991/73,
medicamentos, o farmacêutico deve explicar das boas práticas de prescrição, das boas práticas
clara e detalhadamente ao paciente o em farmácia descritas na resolução CFF 357/01 e
beneficio do tratamento. na portaria 344/98, ainda há RDC 44/09, da
ANVISA.

Etapas  Exame físico do medicamento: O


É classificada em quatro etapas distintas: farmacêutico deve realizar o exame físico do
abordagem do paciente, análise da restrição, medicamento, antes da entrega, do mesmo ao
exame físico dos medicamentos e orientação ao paciente. Nesta questão, ele irá observar
paciente: atentamente se as características físicas do
 Abordagem ao paciente: A dispensação tem medicamento estão mantidas e se a validade é
inicio com a acolhida do paciente, ao procurar compatível com o tempo proposto do uso da
atendimento farmacêutico, espera encontrar terapia. Na oportunidade, o paciente deve ser
um profissional com conhecimento técnico e orientado para a importância da correta
postura profissional. A abordagem ideal pode conservação deste produto durante e após seu
contribuir para a adesão ou não ao tratamento uso evitando desta forma o uso ou reutilização
proposto, e o farmacêutico deve aproveitar de um produto impróprio para consumo.
essa oportunidade para estabelecer uma
relação de confiança com o paciente, devendo Dispensação e controle dos medicamentos
ouvi-lo, respeitá-lo e compreende-lo. Nessa psicotrópicos e entorpecentes: A portaria
etapa, são coletadas as informações gerais do 344/98 é a legislação sobre comércio de
paciente, tais como dados pessoais, estado medicamentos sujeito a controle especial. Nelas,
atual de saúde, hábito de vida e as substâncias estão distribuídas em listas que
comportamento adotados quando de uso de determinam a forma como devem ser prescritas.
medicamentos, sendo esta uma grande Estas listas são atualizadas através de RDC da
oportunidade de conquista da confiança do ANVISA e devem ser acessadas por todos os
paciente. Recomenda-se que as farmácias profissionais que trabalham com substancia
tenham uma área reservada para atendimento, sujeita a controle especial.
uma vez que o ambiente propiciará uma maior As substâncias de controle especial e os
medicamentos que as contem devem ser
guardadas sob chave ou outro dispositivo que  Validade:
ofereça segurança, em local exclusivo para este  Prazo: excetuando-se as prescrições de
fim e sob a responsabilidade do farmacêutico. Sua medicamentos da lista C3, as demais têm
dispensação deve ser feita exclusivamente por validade por até 30 dias a partir da data do
farmacêuticos, sendo proibida a delegação da preenchimento.
responsabilidade sobre o controle dos  Local de aquisição: Prescrições contendo
medicamentos a outros funcionários. substância das listas B e C2 só podem ser
atendidas dentro da unidade federativa (UF)
em que foram emitidas. Já os medicamentos
sujeitos a NRA podem ser dispensada em
outra UF desde que seja apresentada receita
com justificativa do uso. RCE (para substância
da lista C1 e C5) são válidas em todo território
nacional, não sendo necessário apresentar
justificativa para aquisição em outra UF.
Estabelecimentos de outras UF devem
apresenta-las à autoridade sanitária local em
até 72 horas para averiguação e visto.
 Quantidade para dispensação: Como regra,
medicamentos contendo substâncias das listas
Tabela 1: Denominações das listas de substâncias sujeitas a A, B2 (exceto sibutramina) e C2 podem ser
controle especial . dispensados em quantidade de até cinco
ampolas (no caso de formulações injetáveis)
 Receituário: as prescrições de substâncias ou quantidade suficientes para até 30 dias de
sujeitas a controle especial (SSCE) devem ser tratamento (no caso de outras formas
realizadas em receita de controle especial farmacêuticas, incluindo as formas líquidas).
(RCE) ou notificação de receita (NR*). A RCE Medicamentos contendo substância da lista
é usada para a prescrição de substancias da B1, C1 e C5 podem ser dispensados em
lista C1 e C5 e adendos das listas A1, A2 e quantidade de até cinco ampolas (no caso de
B1. Deve ser preenchida em duas vias, formulações injetáveis) ou quantidade
manuscritas ou informatizada e apresentar em suficiente para até 60 dias de tratamento (no
destaque os dizeres. caso de outras formas farmacêuticas, incluindo
 1ª via: Redenção da farmácia ou drogaria; as forma líquida).
 2ª via: Orientação do paciente.
A NRE é o documento que, acompanhado da  Ob s.: medicamentos antiparkinsonianos e
receita, autoriza a dispensação de medicamentos anticonvulsivantes podem ser prescritos em quantidades
contendo substância das listas A, B e C2. suficientes para até seis meses de tratamento.
A NRE para dispensação de medicamentos de
uso sistêmico contendo substâncias da lista C2 Para a aquisição de medicamentos contendo
deve ser acompanhada do termo de substâncias das listas A, B1, C1 e C5 em
consentimentos pós-informação. quantidades acima das citadas, o prescritor deve
Conforme determina a lei federal nº 9965/2000, preencher uma justificativa datada e assinada
as receitas de medicamentos contendo contendo o CID ou diagnóstico e posologia.
substâncias anabolizantes devem trazer a Cada NR B2 deve ser usada para no máximo 30
identificação do profissional, o número do registro dias de tratamento, com exceção da sibutramina,
no conselho profissional, o número de CPF, o para a qual pode ser dispensada quantidade
endereço e o telefone profissionais, além do nome suficiente para até 60 dias de tratamento.
e endereço do paciente e o CID. Para os anorexígenos, a legislação determina
A prescrição de medicamentos contendo uma dosagem máxima diária acima da qual não é
substância da lista B2 deve ser realizada em permitida a dispensação. A NR pode conter
notificação de receita B2, conforme modelo apenas uma substância das listas A, B ou C2,
disponível na resolução RDC nº 58/2007 da enquanto as RCE podem conter até três
ANVISA. Para a prescrição da sibutramina, é substâncias das listas C1 e C5.
necessária apresentar o termo de responsabilidade
do prescritor para uso de medicamentos contendo Doses máximas diárias para substâncias
as substâncias anfepramona, femproporex e psicotrópicas anorexígenas.
mazindol. Os modelos estão disponíveis na RDC  Sibutramina: 15,0mg;
50/2014 e devem ser, preenchida em três vias,  Fempropanona: 50,0mg;
sendo uma arquivada no prontuário do paciente,  Anfepranona: 120,0mg;
uma arquivada na farmácia e uma devolvida ao  Mazindol: 3,0mg.
paciente. 
Para o cálculo da duração de um frasco de  Objetivos:
medicamento em gotas, deve-se levar em  Manter um fluxo contínuo de suprimentos, a
consideração a dose a posologia que constam na fim de atender à demanda;
receita e a concentração e o volume da  Coordenar o fluxo de maneira que seja
apresentação farmacêutica. aplicado um mínimo de investimento, sem
afetar a operacionalidade da empresa;
Ex.:  Comprar materiais e insumos pelos menores
Informação da receita: preços, obedecendo a padrões de quantidade
 Fluoxetina gotas (20mg/ml): usar 20 gotas definidas.
uma vez ao dia.  Procurar sempre dentre de uma negociação
Informação do produto: justa e honesta, as melhores condições para
 Frasco contendo 20ml, em que 20 gotas a empresa, sobretudo quanto a condições de
correspondem a 1ml. pensamentos.
Calculo: Comprar bem é um dos principais meios para a
 O paciente usara 20 gotas redução dos custos hospitalares. Isso significa
verificar cuidadosamente preços, prazos e
qualidades do material e do serviço. A seleção de
fornecedores é considerada ponto chave no
processo de compra. A potencialidade do
fornecedor deve ser confirmada, assim como suas
instalações e seus produtos. É importante
estabelecer critérios para o cadastramento de
fornecedores, assim como são recomentados
visitas periódicas e programadas de auditoria, em
especial no caso de fornecedores que interferem
com a qualidade dos serviços prestados pelo
hospital.

Princípios
Autoridade para comprar, registro de compra,
registro de preço, registro de estoque e consumo,
registro de fornecedores, arquivos de
especificações e arquivos de catálogos.
Atividade:
1. Pesquisa de fornecedores: estudo do
mercado, estudo dos materiais, analise dos
custos, investigação das fontes de
fornecimento, desenvolvimento de fontes de
materiais alternativos;
2. Aquisição: conferencia de requisição, análise
das cotações, decisão sobre compras por meio
de contratos ou no mercado aberto, entrevista
com vendedores, negociação de contratos,
efetivação das encomendas e de compras, e
acompanhamento de recebimento de
materiais;
3. Administração: manutenção de estoques
mínimos, transferência de materiais, evitar
excessos e obsolescência de estoques,
padronização de todos os aspectos possíveis.
4. Diversos: estimativa de custo, descarte de
materiais desnecessários, obsoletos ou
excedentes, preservação das relações
comerciais recíprocas.
Compras Organograma
 Função compras: É um segmento essencial 1. Chefe de compras: Subordina-se ao gerente
do departamento de materiais ou suprimentos. de materiais ou suprimentos; estuda e analisa
Tem a finalidade de suprir as necessidades de as solicitações de compras; coordena
materiais ou serviços planeja-los pesquisa de fornecedores e coleta preços;
quantitativamente e satisfaze-las no momento organiza concorrência e estuda os respectivo
certo com as quantidades corretas: resultados; mantém contato com fornecedores;
solicita testes de qualidade de materiais e
medicamentos; presta assessoria as varias saber ouvir os argumentos apresentados pelos
seções com informações e soluções técnicas; vendedores; estar identificados com a politica e o
controla prazo de entrega e elabora previsão padrão de ética definidos pelo hospital, como,
periódica de compras. exemplo, manutenção de sigilo em negociações
2. Acompanhador de compras (Follow-up): que envolvam mais de um fornecedor, ser
acompanha, documenta e fiscalizas as dotado de iniciativa e visão de oportunidade de
encomendas e observância aos respectivos novos negócios que vissem à economia das
prazos de entregas, informa ao comprador o finanças do hospital.
resultado do acompanhamento e efetua
cancelamento, modificações e pequenas Solicitação de compras
compras conforme determinação da chefia. É o documento que autoriza o comprador a
executar uma compra. Informa o que se deve
Função de pesquisa comprar, a quantidade, o prazo de entrega, o local
A pesquisa é o elemento fundamental da de entrega e, em casos especiais, os prováveis
operação de compras cabem a ela as funções a fornecedores.
seguir:
1. Estudo dos materiais: avaliação das Cotação
necessidades da empresa para períodos que É o registro do preço obtido da oferta de vários
variam de um a dez anos; tendência a curto e fornecedores em relação ao material cuja compra
longo prazo das ofertas e demandas; foi solicitada não deve ter rasuras e deve
tendência de preço; melhorias tecnológicas e apresentar o preço, a quantidade e a data do
perspectivas para possíveis substitutos e recebimento na seção de compras.
desenvolvimentos de padrões e Deve-se manter a cotação sempre à mão para
especificações. eventuais consultas e análises de auditoria e,
2. Análises econômicas: efeitos do ciclo também, para melhor visualização dos dados, a
econômicos sobre os materiais comprados; serem transcritos num mapa, o qual e copia das
tendência dos preços gerais; influência das cotações recebidas.
variações econômicas sobre fornecedores e Condições mais usuais oferecidas pelos
concorrentes; fornecedores por meio de propostas:
3. Análises econômicas: Qualificação dos  As propostas ficam sujeitas a confirmação;
fornecedores ativos em potencial; estudo das  Os preços indicados são liquidas, para
instalações dos fornecedores; avaliação de entregar na fábrica;
desempenho e análise da condição financeira;  Em caso de atraso na entrega sem culpa do
4. Análise do Custo e do preço: Estudo fornecedor, as datas do pagamento
comparativo de materiais similares (análise permanecerão as mesmas.
farmacoeconômico); análise de custo e da
margem de lucro do fornecedor; Pedidos de compras
5. Análise das embalagens e do transporte: É o contrato formal entre a empresa e o
efeito da localização dos fornecedores sobre o fornecedor, devendo representar todas as
custo; métodos alternativos de despacho; e condições e característica da compra
sugestões de alteração de embalagens; estabelecida. O pedido de compra aceito pelo
6. Análise administrativa: fornecedor implica o atendimento de todas as
 Controle de formulário: Análise de condições estipuladas como:
organização e método; simplificação do  Especificações;
trabalho; uso de processamento eletrônico de  Quantidade;
dados e elaboração de relatórios  Frequência de entregas;
 Prazos;
 Preço;
 Local e horário de entrega.
No pedido de compras de hospitais, é comum
constarem as condições da compra, como a
seguir:

1. Mercadorias devem ser entregues no prazo


Qualificação de compradores
combinado. O não comprimento garante o
O profissional responsável pelas compras deve
direito de cancelar o pedido de compra, total
apresentar as seguintes características:
ou parcial, sem prejuízo de nossa parte;
 Ter experiência na área; ter escolaridade de 2. Todo material deverá estar de acordo com o
nível superior (desejável) formação em farmácia pedido, e sua aceitação está sujeitas à
ou em administração hospitalar; conhecer as aprovação de nossa inspeção. Qualquer
características de medicamentos e correlatos;
despesa de transporte, em casos de rejeição, seguir os preceitos legais, possíveis de alteração
ficará por conta do fornecedor; por lei, portaria ministeriais, resoluções e outros
3. Reservamo-nos o direito de recusar, à custo dispositivos legais que regulamentam o comércio
do fornecedor, qualquer parcela do material farmacêutico e correlato.
recebido em quantidade superior ao pedido;
4. A presente encomenda não poderá ser
efetuada por preços mais altos do que os
estabelecidos;
5. Não será aceitos responsabilidades de
pagamento referentes a transportar,
embalagens, seguros etc.
6. Fica entendido que o fornecedor será
considerado responsável por qualquer
obrigação ou ônus decorrente da venda de
qualquer produto que viole leis, decretos ou
direitos de patentes;
7. Não assumimos nenhuma responsabilidade
por mercadorias cuja entrega não tenham sido
devidamente autorizada por um pedido de
compras aprovadas.

Acompanhamento de compras (Follow-up)


Um comprador deve manter um arquivo para
registrar a ``vida´´ do produto, controlando todas
as fases do, processo de compra, as variações de
preço, as modificações das quantidades
solicitadas, as entregas recebidas e o
cumprimento das condições acertadas.

Controle de qualidade e inspeção


São condições importantes para o processo de
compra:
 Prazo: o setor de compras deve divulgar o
tempo preciso para completar, o processo
de compras, de modo que se evitem
problemas de abastecimento;
 Frete;
 Embalagens;
 Condições de pagamentos e descontos,

Fontes de fornecimento
Incluem-se entre os fornecedores de um hospital:
laboratórios farmacêuticos, distribuidoras de
medicamentos, fabricantes e distribuidoras de
correlatos (chamados de cirúrgico).
Os fornecedores podem ser selecionados e
avaliados quanto aos seguintes aspectos:
 Preço;
 Qualidade;
 Condições de pagamento;
 Condições de embalagem e transporte;
 Cumprimento dos prazos de entrega
estabelecidos;
 Manutenção dos padrões de qualidade
estabelecida;
 Politicas de preços determinados;
 Assistência técnica;
 Atendimento;
 Programa de qualidade.
E importante acentuar que a seleção além de
obedecer a uma mistura desses critérios, deve
ser realizada com a participação da comissão de
controle de infecção hospitalar (CCIH).
A padronização facilita os processos de
aquisição, armazenamento, distribuição e
gerenciamento do estoque, pois racionaliza a
quantidade de itens,
Apenas os produtos inclusos na relação de
medicamentos padronizados são adquiridos de
forma programada pelo hospital, estando
consequentemente disponível para uso, ao
contrário dos medicamentos não padronizados
que passam por um processo de compra
especifica.
Objetivos:
 Racionalização do uso de medicamentos;
 Adquirir somente produtos com valor
terapêutico comprovado;
 Diminuir o número de medicamento em
estoque;
 Aumentar seu controle e agilizar a
dispensação;
 Racionalizar espaços de armazenamento;
 Viabilizar a distribuição pelo sistema de dose
unitária.
Constituindo os estoques das farmácias
hospitalares, esse tipo de relação objetiva o
atendimento médico hospitalar de acordo com as
necessidades e peculiaridades de cada instituição.
Assim, os itens selecionados devem ser de amplo
aproveitamento, desde que seja de forma
equilibrada e qualitativa. Tais medidas acarreta o
uso racional, proporcionando como vantagens:
 Reduzir o custo terapêutico sem prejuízo para
a segurança e a eficácia dos medicamentos;
 Racionalizar o número dos medicamentos,
com consequente redução dos custos de
aquisição do arsenal terapêutico;
 Facilitar as atividades de planejamento,
aquisição, armazenamento, distribuição e
controle dos medicamentos;
 Disciplinar o receituário médico-hospitalar e
uniformizar a terapêutica;
 Aumentar a qualidade da farmacoterapia e
facilitar a vigilancia farmacológica;
 Disciplinar a inclusão ou exclusão de
medicamentos quando necessário;
 Possibilitar o uso de uma mesma linguagem
(nome genérico) por todos os membros da
equipe de saúde;
 Propiciar a sistematização de informações
sobre o arsenal terapêutico.

Prescrição de medicamento não padronizado


PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS Normas:
É a constituição de uma relação básica de  Conhecimento da padronização. O medico
produtos que atendem aos critérios propostos pelo deve estar ciente de que o medicamento que
MS. Para programar a seleção de medicamentos ele está prescrevendo não é padronizado no
faz-se necessário a instalação de uma CFT que é hospital. Para isso terão disponível o manual
uma equipe multidisciplinar composta por farmacêutico disponibilizado na intranet.
médicos, enfermeiros, farmacêuticos,
 O hospital terá um prazo de 12 horas para a
administradores e demais profissionais envolvidos.
entrega do medicamento.
A seleção de antimicrobianos e germicidas deve
Para providenciar medicamento não padronizado. mesmas estão dentro dos padrões
Farmacêutico aborda médico: estabelecidos pelo programa oficial)
 Informa norma/critérios da padronização de pertinente.
medicamentos e sugere alternativa Critérios:
terapêutica.  Evitar multiplicidade de princípios ativos
 Médico acata sugestão e substitui o destinados ao mesmo fim (a inclusão de um
medicamento: medicamento devera estar sempre atrelado à
Ou possibilidade de exclusão de um representante
 Médico não aceita sugestão e solicita compra de classe, anteriormente padronizado).
do item.  Padronizar medicamentos de fornecedores
Farmacêutico indaga sobre necessidade de que já tenham passado pela avaliação técnica;
padronização. Caso o médico julgue necessário a  Padronizar prioritariamente medicamentos
sua padronização, deve seguir as normas de com sistema que garanta sua rastreabilidade
inclusão na padronização de medicamentos. (data matriz);
 Evitar, sempre que possível, as associações
Inclusão na padronização de medicamentos medicamentosas, priorizando medicamentos
Normas: com um único principio ativo, em que o médico
Preenchimento do formulário de inclusão: possa associar os medicamentos
 A solicitação de inclusão deverá ser feita considerando necessários nas doses
através do preenchimento do formulário de convenientes para cada caso.
inclusão de medicamento na padronização, A padronização de associações de fármacos só
onde o solicitante deverá expor os motivos se justifica quando:
pelos quais está encaminhando esta 1. A documentação clinica justifica o uso
solicitação. Além disso, devem estar anexadas concomitante de mais de um fármaco;
ao formulário referências bibliográficas de 2. O efeito terapêutico da combinação é maior
origem reconhecida e independente, que a soma dos efeitos de cada um
confirmando a justificativa e mostrando: isoladamente;
 Eficácia/segurança do medicamento em 3. O custo da combinação é menos que a soma
questão (para os casos em que não há dos custos dos vários produtos em separado;
similar ou equivalente padronizado). 4. Facilitar a posologia para o paciente.
 Vantagens terapêuticas (para casos em que  Resguardando-se a qualidade, padronizar os
já exista similar ou equivalente padronização, medicamentos, levando-se em consideração
destinado ao mesmo fim). o menor custo de aquisição, armazenamento,
dispensação e controle;
1ª farmácia:Estes dados devem ser  Padronizar formas farmacêuticas,
encaminhados ao serviço de informações sobre apresentações e dosagens considerando o
medicamentos (SISM)/farmácia hospitalar, que menor custo de aquisição, armazenamento,
verificará se todos os critérios e normas de dispensação e controle;
inclusão definidos pela CFT estão sento  Padronizar formas farmacêuticas,
respeitados e fará a revisão bibliográfica, bem apresentações e dosagens considerando:
como a análise econômica da solicitação, comodidade de administração aos pacientes;
indicando o possível incremento de gastos com a faixa etária; facilidade para calculo de dose a
inclusão do medicamento na padronização. ser administrada, facilidade para
2ª avaliação médica: Após análise do SISM, este fracionamento ou multiplicidade das doses.
envia a solicitação ao médico consultar a classe
que ele emita seu parecer a respeito;
3ª oficialização pela CFT: O ultimo passo é a
apresentação do processo para a CFT, que
oficializará a decisão final sobre o assunto. Caso
seja aprovada a inclusão, esta contará no manual
farmacêutico. Exclusão da padronização de medicamentos
Nota: Antes do produto ser efetivamente colocado Critérios:
em estoque, para dispensação, ainda será  Medicamentos que tiveram sua
necessário que sejam obedecidos os seguintes comercialização proibida ou descontinuada por
requisitos: órgão competente;
 Cadastramento do fornecedor: Se o  Medicamento que poderão ser substituídos
fornecedor do produto em questão com vantagens, quando da inclusão de outro
(fabricante/distribuidores/etc.) não for fármaco;
cadastrado no hospital deverá ter suas  Consumo, em período considerado, que não
instalações inspecionadas (através da justifique a padronização.
farmácia hospitalar) a fim de verificarem-se as
Medicamentos importados informações sobre teratogenicidade publicadas na
O hospital possui alguns medicamentos literatura para adaptá-las as categorias definidas
importados padronizados em que são adquiridos pelo FDA. Estes medicamentos estarão indicados
por importação direta e que, em virtude de com a letra correspondente à classificação do
alternação na legislação regulamentadora deste FDA mais um asterisco.
tipo de comercialização por parte da secretaria
nacional de vigilância sanitária do ministério da
saúde do Brasil, não podem ter a garantia total e
constante manutenção de seu estoque. Por este Figura 10: Os dois asteriscos (**) indicam que a informação
motivo, poderão eventualmente sofrer não foi localizada.
desabastecimento ou mesmo serem retirados da
lista de padronizados. Classificação dos medicamentos em função
As eventuais prescrições de medicamentos da amamentação
importados não padronizados que, não têm O aleitamento materno é o principal meio de
registro nem autorização do ministério da saúde nutrição do recém-nascido e atualmente é
para comercialização no país, serão avaliadas preconizado como a alimentação exclusiva do
pelo farmacêutico que orientará o paciente quanto lactante até 6 meses de idade, dados os
aos trâmites para viabilizar sua importação. benefícios em termos do binômio mãe-filhos,
prevenção de alergia, infecções e distúrbios
Uso de medicamentos não dispensados pelo nutricionais. Pela possibilidade de passagem de
hospital substância presentes no organismo materno para
O hospital, através da comissão de farmácia o RN e lactente através do leite materno devemos
terapêutica, mantém em seu estoque, dentro de estar atentos para a repercussão de
padrões técnico necessários e sob medicamentos usados pela mãe que podem afetar
responsabilidade da farmácia, os produtos o bebê. Varias fontes compilaram dados da
constantes da relação de medicamentos no HIAE. literatura médica que podem nos auxiliar a
Se, por qualquer motivo, um paciente trouxe identificação de quais drogas é passível de uso
consigo um medicamento para ser administrado durante a amamentação, porém até o momento
no hospital, este procedimento poderá ser não dispomos de uma referência completa, que
realizado mediante cumprimento da seguinte abranja todas as drogas usadas no Brasil e
rotina: O farmacêutico é acionado e faz a exterior e que conte com um mecanismo de
verificação das condições do medicamento atualização dinâmica. Disponibilizamos de
conforme rotina institucional. maneira simples, informações sobre essa relação,
com o objetivo e auxiliar o profissional e condutas
Classificação dos medicamentos em função referentes aos medicamentos padronizados na
dos riscos potenciais de teratogenicidade instituição. Como as drogas estão classificadas e
Nenhum medicamento está isento de risco, relação á amamentação.
independente da via de administração. O efeito
potencial dos medicamentos sobre o feto e
neonato varia de acordo com a idade gestacional.
Portanto, deve-se valorizara relação risco-
beneficio, considerando que o fato de não tratar
determinada patologia pode ser tanto ou mais
perigoso para o feto que o medicamento em
questão. O FDA estabeleceu 5 categorias para
indicar o potencial de teratogenicidade do
medicamento:
Figura 11: O símbolo ao lado do código indica que há
alguma observação relativa à amamentação.

Para indicar o potencial de teratogenicidade dos


medicamentos padronizados neste hospital e que
não foram classificados pelo FDA (muitos não
comercializados nos EUA), usamos as
Indicação de medicamentos com risco de COMISSÃO DE FARMACIA TERAPÊUTICA
flebite (CFT)
A flebite é caracterizada por uma inflamação na É a junta deliberativa designada pela diretoria
íntima de uma veia caracterizada que em geral clínica com a finalidade de regulamentar a
está associada a dor, eritema, endurecimento do padronização dos medicamentos usados no
vaso ou presença de cordão fibroso. Vários receituário hospitalar.
fatores têm sido associados ao desenvolvimento  Objetivo: Padronizar a lista de medicamentos,
desta complicação. Estes fatores causais são divulgar, alterar e elaborar estudos; registrar
classificados em físicos, químicos e infecciosos informações e manter arquivo da
tais como: documentação pertinente.
1. Flebite mecânica: Inflamação da parede do  Critérios:
vaso causada por estimulação mecânica,  Padronizar medicamentos pelo nome
principalmente relacionada à utilização de genérico, conforme a DCB;
cateteres de tamanho inapropriado para o  Padronizar medicamentos com único
tamanho do vaso e fixação inadequada do princípio ativo, excluindo-se, sempre que
cateter. possível, as associações.
2. Flebite química: Inflamação da parede do  Padronização de medicamentos que
vaso decorrente de administração de resguardem a qualidade, considerando o
substância irritante, medicações não diluídas menor custo, armazenamento, dispensação e
apropriadamente, administração de drogas controle;
com pH baixo, infusão muito rápida de  Padronizar, formas farmacêuticas que
substâncias e presença de partículas na permitam a individualização na distribuição;
solução.  Padronizar formas farmacêuticas,
3. Flebite bacteriana: inflamação da parede do apresentação e dosagem, considerando:
vaso associada à contaminação  A comodidade de administração aos
microbiológica. pacientes;
 Alguns aspectos podem influenciar o  A faixa etária da clientela;
desenvolvimento de flebite:  A facilidade para cálculo das doses
 Material do cateter e calibre, a inserção, usualmente ministrada;
tempo de permanência do cateter, fatores  A facilidade de fracionamento ou
intrínsecos ao pacientes ao paciente, como multiplicação de doses.
idade, condição da rede venosa, local da
punção, vulnerabilidade biológica individual Estrutura da CPM
e aspecto relacionadas aos medicamentos e Tem uma estrutura básica, garantindo um caráter
formas de infusão tais como; pH, velocidade multidisciplinar e dinâmico ao processo de seleção
de infusão, concentração e osmolaridade da de medicamentos.
solução a ser infundida: Desta forma, nesta Devem ser compostos de:
edição do manual farmacêutico incluímos o  1 Médico que atuara como presidente;
 1 Médico de cada especialidade;
ícone indicativo de risco de flebite.  1 Membro da comissão de controle de
Para os medicamentos injetáveis, ou seja, infecção hospitalar (CCIH);
aqueles medicamentos em que há descrito  1 Farmacêutico;
como reações adversas associação ao rico  1 Enfermeiro.
de desenvolvimento de flebite. O farmacêutico deve ser o secretário da
comissão os demais membros não devem ser
escolhidos em função de motivação e experiência
na área de terapêutica e farmacológica. A equipe
de saúde deve ser rotineiramente comunicada das
decisões da CFT por meio de reuniões ou
informativos é recomendável que a CFT se reúna
pelos menos 6 vezes ao ano.

Competência
Cabe à CFT:
 Estabelecer critérios para inclusão e exclusão
de medicamentos;
 Elaborar a lista de medicamentos
padronizados, divulga-la periodicamente e
determinar seu uso como instrumento básico
para prescrição médica;
 Rever e atualizar a lista de medicamentos  Para cada reunião realizada, deve ser lavrada
padronizados anualmente; ata subscrita pelos presentes;
 Estudar os medicamentos do ponto de vista  As resoluções da CFT terão caráter normativo
clínico, biofarmacêutico e químico, emitindo e deverão ser cumprida pela equipe de saúde;
parecer técnico sobre sua eficácia, como  Os casos omissos serão resolvidos pela
critério fundamental de escolha; diretória clínica, e reunião convocada para
 Registrar dados farmacológicos e clínicas esse fim.
relativas a novos medicamentos ou agentes
terapêuticos propostas para uso no hospital;
 Divulgar informações relacionadas a estudos
clínicos relativos a medicamentos incluídos e
excluídos;
 Servir como órgão assessor à equipe de saúde
e administração do hospital em assuntos
relacionados a medicamentos.

Atribuições
 Do presidente:
 Convocar e presidir reuniões da comissão;
 Dirigir os trabalhos da comissão;
 Indicar seu substituto entre os membros da
comissão;
 Representar a comissão perante a diretoria
clínica;
 Subscrever os documentos e a resolução da
comissão;
 Estabelecer a ordem do dia para as reuniões
ordinárias e extraordinárias;
 Distribuir as tarefas para os membros da
comissão.

 Do secretário:
 Registra e atas as resoluções da comissão;
 Receber e expedir a documentação da
comissão;
 Manter arquivos de documentação;
 Registrar em fichas individuais, para cada
medicamento padronizado, informações
pertinentes às ocorrências relativas a seu
uso.

 Dos membros da comissão:


 Comparecer às reuniões convocadas;
 Colaborar com os trabalhos da comissão
quando solicitado pelo presidente.

Instruções gerais
 A CFT deve subordinar-se à diretoria clínica;
 Os membros serão designados pelo diretores
clínicos;
 O presidente é eleito por seus pares na
primeira reunião da comissão;
 O diretor clínico designa o farmacêutico, como
membro nato da CFT, o qual desempenhará,
entre outras funções a de secretário executivo;
 O mandato dos membros da CFT corresponde
ao período de mandato da diretoria clínica do
hospital;
 A CFT deve reunir-se a cada 30 dias, ou
quando necessário, para avaliar solicitações
de inclusão ou exclusão de medicamentos;
MANIPULAÇÃO
Os processos de manipulação devem ser feitos
por mão de obra especializada e acompanhada de
perto pelo farmacêutico responsável. Questões a
serem consideradas antes da manipulação de
uma prescrição:
 Racionalidade da prescrição: ingrediente,
intenção de uso, dose e modo de
administração;
 Propriedade físico-química, medicinal e uso
farmacêutico das substâncias prescritas;
 Absorção e via de administração adequada:
preparação do produto manipulado de acordo
com o proposito da prescrição;
 Excipiente adequado: risco de alergia,
irritação, toxicidade ou resposta organoléptica
indesejável do paciente;
 pH: ideal para maior estabilidade ou
adequação ao uso;
 Ingredientes da formulação: identidade
adequada do manipulador (cálculos
matemáticos, controle de qualidade: peso
médio, pH, observação visual);
 Equipamentos e ingredientes disponíveis: e
em quantidade suficiente;
 Referencias bibliográfica: uso, preparação,
estabilidade, administração e embalagem do
produto;
 Validade: projeção razoável e racional da
validade do produto;
 Quantidade dispensada: equivalente ao
prazo de validade do produto;
 Correto armazenamento do produto por parte
do paciente.
CÁLCULOS DE CONCENTRAÇÕES
Densidade
Densidade (d) é massa por unidade de volume
de uma substância. A densidade é normalmente
expressa como por centímetro cúbico (g/cc).
Como o grama é definido como a massa de 1cc
de água a 4ºC, a densidade da água é d 1g/cc.
Para nossos propósitos, é considerado que 1ml
pode ser usado como equivalente. A 1cc,a
densidade da água pode ser expressa como
1g/ml. Por outro lado, um mililitro de mercúrio
pesa 13,6g. Consequentemente, sua densidade
é de 13,6/ml. A densidade pode ser calculada
dividindo-se a massa elo volume.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
 Densidade =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
Assim, se 1ml de ácido sulfúrico pesam 18g,
sua densidade é:
18(𝑔)
 Densidade = = 1,8g/ml.
10𝑚𝑙
 Expresse 0,02% como uma RC ;
0,02% 1 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒
= = 1:5000
100% 𝑥 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒𝑠
RC = 1: 5000.

 Expresse 1:4000 como uma PC:


4000 (𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒𝑠) 100%
= = 0,0025%
1 (𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒) 𝑥%
PC= 0,0025%.

Para alcançar uma RC para uma porcentagem, é


RAZÃO DE CONCENTRAÇÃO (RC) conveniente converter os dois últimos zeros da
As concentrações de preparações farmacêuticas razão para o sinal (%), alterar o valor
muito diluídas (soluções peso-volume) remanescente para uma fração comum, então,
frequentemente são expressa em função de suas expressar a fração decimal em porcentagem.
RC. A RC constitui outra forma de expressar a  1:100= 1/1% = 1%;
porcentagem da concentração.  1:200= ½ % = 0,5%;
 3:500= 3/5% = 0,6%;
 Uma solução 1% (p/V) é uma RC 1:100 (p/V) são
equivalentes.  1:2.500= 1/25% = 0,04%;
 1:10.000= 1/100% = 0,01%.
A forma mais adequada de expressar a RC é Os problemas abaixo demonstram o cálculo da
atribuir 1, para o valor numérico do soluto. RC de uma solução ou preparação líquida,
Podemos fazer isso quando calculamos a RC quando o peso do soluto ou do componente é
estabelecendo-se uma proporção a partir dos dado num volume especifico de solução ou
dados: preparação líquida.

1𝑔 𝐱𝑔  Uma solução injetável contém 2mg de fármacos por ml


= de solução qual é a RC (p/V) da solução.
10000𝑚𝑙 100 𝑚𝑙
2mg=0.002g
0,002𝑔 1𝑚𝑙
O x resulta em porcentagem: = = 500ml
1𝑔 𝑥 (𝑚𝑙)
Resolvendo por proporção: RC = 1:500.
1𝑔 𝐱𝑔 
= Qual é a RC (p/V) de um solução preparada por meio da
10000𝑚𝑙 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡 . 𝑚𝑙 dissolução de 5 comprimidos, cada um contendo de 2,25g
de cloreto de sódio, em água suficiente para preparar
1800ml?
X = g em ml dado.
2,25g x 5=11,25g de cloreto de sódio.
11,25𝑔 1800𝑚𝑙
As concentrações de soluções muito diluídas são = =160ml.
1𝑔 𝑥 𝑚𝑙
expressas com base na RC. Como as RC = 1:160.
porcentagens de soluções ou preparações
líquidas. Por exemplo, 5% significa 5 partes por Ao resolver problemas nos quais os cálculos são
100 ou usar o número inteiro 1 precedendo os baseados na RC, algumas vezes é conveniente
dois pontos : assim, 5:100 = 1:20. Por exemplo, transformar a RC na correspondente
quando uma RC 1:1000 e usada para designar porcentagem.
uma concentração, ela é interpretada da seguinte  Quantos gramas de permanganato de potássio
deveriam ser usados para preparar 500ml de uma
forma: solução de 1:2500?
 Sólido em líquidos = 1g de soluto em 1000ml
de solução ou preparação líquida; 1:2500 = 0,04%
 Líquidos em líquidos = 1ml do componente 500g x 0,0004 = 0,2g
em 1000ml e solução ou preparação liquida
 Sólidos em sólidos = 1g de componentes em Ou
1000g de mistura.
As razões e PC de qualquer solução ou mistura 1:2500 significa 1g em 2500ml de solução
de sólidos são proporcionais, podendo ser
facilmente convertidos uma nas outras pelo uso de 2500ml= 1g
proposição. 500ml = xg x = 0,2g
 Cálculo de RC:
 Quantos mg de violeta genciana seria preciso para de um agente por 1 milhão ou 1 bilhão de partes
preparar a seguinte solução?
Solução de violeta genciana: 500ml
do total.
1:10000
Posologia: usar externamente, conforme indicado.  A quantidade de flúor na água potável, usada para
reduzir as cáries, frequentemente é de 1 parte de flúor
por 1 milhão de partes de água (1:1000000).
1:10000 0,01%
= = 0,05g ou 50mg.
500𝑔 0,0001
O conteúdo expresso em partes por milhão ou
partes por bilhão também pode ser usado para
Ou
10000𝑚𝑙 1𝑔 descrever a quantidade de traços de impureza em
= = 0,050g ou 50mg. amostras e de elementos em amostras biológicas.
500𝑚𝑙 𝑥𝑔

Dependendo das formas físicas dos traços de


 Quantos mg de hexaclorofeno deveriam ser usados para substâncias e do produto final, uma concentração
manipular a seguinte prescrição? expressam em ppm ou ppb pode, teoricamente,
Hexaclorofeno: 1:400 .
Pomada hidrofílica QSP: 10g .
ser calculada com base no p/V, volume-volume
Posologia: aplique: (v/v) ou peso-peso (p/p). Em termos práticos, as
unidades de soluto e da solução são geralmente
1:400 = 0,25% consideradas iguais.
10g x 0,0025 = 0,025g ou 25mg.
 Expresse 5 ppm de ferro na água em PC e RC.
Ou 5 ppm = 5 partes em 1000000 de partes.
= 1:200000 RC;
= 0,005% PC
1:400 significa 1g por 400g de pomada.
 A concentração de um aditivo numa ração animal é de
400𝑔 1𝑔 12,5 ppm. Quantas mg da sub stância deveriam ser
= x=0,025g ou 25mg.
10𝑔 𝑥 (𝑔) usadas para preparar 5,2kg de ração?
12,5 ppm = 12,5g (sub stância) em 1kg ou 1000g de
Conversão simples de concentrações para (ração).
1000𝑔 5,200𝑔
mg/ml: Em algumas situações os farmacêuticos =
12,5𝑔 𝑥𝑔
precisam converter rapidamente concentrações de X=0,065g = 65mg.
produtos expressas como porcentagem de
concentração, RC ou g/l para mg/ml.
 Para converter a PC de um produto para mg/ml,
multiplique a PC, expressa como um número inteiro, por
10.
4 x 10 = 40mg/ml.

 Para converter a RC de um produto para mg/m, divida a


RC por 1000.
1:10000 (p/V) para mg/ml.
10000 ÷ 1000 = 1mg/10ml.

 Para converter as concentração de um produto


expressa em g/l para mg/ml, converta o numerador para
mg e divida-o pelo número de ml do denominador.
Converta a concentração de um produto de 1g/250ml
para mg/ml.
1000 ÷ 250 = 4mg/ml.

Miligramas por cento (mg%)


O termo mg% expressa o número de mg da
substância por 100ml de líquido. Ele é usado para
indicar a concentração de um fármaco ou
substancia natural num fluido biológico, como o
sangue. Dessa forma, a afirmação de que a
concentração de nitrogênio não-proteico no
sangue é de 30mg%, significa que cada 100ml de
sangue contem 30mg de nitrogênio não-proteico.

Partes por milhão (ppm) e partes por bilhão


(ppb)
As concentrações de solutos muito diluídas são
geralmente expressas em ppm, ou seja, o número
estar harmoniosamente correlacionadas e serem
geridos como um todo, originando o que
conhecemos por gestão da qualidade.

CONTROLE DE QUALIDADE (CQ) Gestão da qualidade


Ao estudarmos o CQ nos deparamos com uma É o conjunto de atividades gerenciais que
disciplina que retém conceitos teóricos e determinam a politica da qualidade, seus objetivos
aplicações de varias áreas da ciência e responsabilidades implementos por meio do
farmacêutica, como química analítica, química planejamento, garantia controle e melhoria
orgânica, microbiologia, bioquímica e deontologia. contínua da qualidade. Gerenciamento da
O termo CQ aplicada a medicamentos, cosmético qualidade é o aspecto da função que determina e
e correlato é um atributo que vai além da esfera implementa a politica de medicamentos ou seja,
comercial da competitividade agregando valores as intenções, e direções globais relativas à
jurídicos, éticos e até culturais. qualidade formalmente expressa e autorizada pela
Devemos considerar a legislação referente ao administração superior da empresa. Na
CQ dos medicamentos, cosméticos e correlatos. fabricação, no fornecimento de medicamento, o
Várias resoluções e guias da ANVISA têm sido termo gestão de qualidade é um instrumento
publicas e outras revogadas. É importante lembrar fiscalizador e normadizador, servindo de
que as resoluções são documentos com poder de gerenciamento para uma infraestrutura apropriada
lei devem ser obedecidos, e guias são ou sistema de qualidade, englobando a estrutura
documentos que sugerem uma linha a ser organizacional, os procedimentos, os processos e
seguida, interpretado e até adaptada. os recursos.
Conjunto de atributos que se deseja para um  Ferramentas de gestão da qualidade: A
determinado produto. A satisfação das qualidade total é uma filosofia de gestão
expectativas do cliente e o cumprimento de baseada na satisfação dos clientes internos e
aspectos técnicos e de performance legalmente externos envolvidos na empresa, ou seja, é um
exigidos são dois fatores determinantes para o meio para atingir os objetivos e resultados
conceito. desejados, e como tal, faz uso de um conjunto
A evolução dos mecanismos de CQ passou por de técnicas e ferramentas integradas ao
três fazes históricas: modelo de gestão. Considerando a qualidade
 Era da inspeção; total, um sistema de qualidade eficiente deve
 Era do controle estatístico; conter com a efetiva de todos os envolvidos no
 Era da qualidade total. processo produtivo.
A GQ baseia-se nos princípios da qualidade total,  PDCA/SDCA: O ciclo foi muito difundido nas
sendo necessário o controle de toda a cadeia áreas de engenharia industrial. Trata-se de
produtiva, deste a qualidade dos fornecedores até um método simples para organizar e
os SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AO sequenciar a busca por soluções de
CONSUMIDOR (SAC), que a partir da lei de problemas e melhorias de processos.
defesa do consumidor 878/90 tornaram-se  Plano: Primeiramente devemos fazer um
obrigatórios. plano onde deverão ser investigadas as
causas e consequências dos problemas.
Garantia da qualidade (GQ) Após o levantamento feito em cada área
É uma estratégia de diferenciação e de levantando os principais pontos
sobrevivência. Garantir a qualidade é primar pela relacionados abaixo, é elaborado um plano
prevenção de defeitos, evitando qualquer para que o problema deixe de acontecer ou
retrabalho. Deste modo, a manutenção e a que pelo menos se possa isolar o problema.
melhoria continuada qualidade permeia a redução  Problema: por que está acontecendo o
de custo, que por sua vez, é essencial num problema? Que são enfrentados pela
mercado muito competitivo, enfim, a GQ é um empresa e alguma área;
conjunto de ações sistematizadas necessárias e  Causas: por que está acontecendo e
suficientes para promover a confiança em que os problema? Tem a ver com material,
requisitos da qualidade de um produto ou serviços métodos, mão de obra, máquina, medida?
sejam atendidos. Para a GQ, essas ações devem Tem origem em outras áreas? Quais?
 Consequências: o que irá acontecer se o O 5´S assim como qualquer outro sistema de
problema não for resolvido? Vai influir em gestão participativo o segredo do sucesso na
outras áreas ou clientes? Quais? implantação está ligada ao fato de as mudanças
 Soluções possíveis: quais são as soluções serem feitas por todos os envolvidos (desde o
possíveis para a resolução do problema? A diretor até o faxineiro), criando assim um senso
obtenção do maior número de informação de responsabilidade, que nos primeiros 4´S é
depende de amigos, funcionários etc. após a moldado, e a disciplina é apenas a
sugestão deve ser feita uma análise consequência do gosto de participar em
criteriosa sobre todas as alternativas. decisões, por isso, todo cuidado é pouco,
 Tempo estimado para a resolução do devemos incentivar mas nunca impor, sob o risco
problema: defina um temo certo para de não alcançar os objetivos.
resolve-lo;
O ciclo da PDCA possuía quatro letras que
representam as seguintes palavras em inglês:  Seis sigmas: Visa detectar e eliminar as
 P=Plan (plano): Consiste nas etapas acima; causas dos erros ou falhas ocorridas durante
 D=Do (fazer): É o estagio de implementação os processos, focalizando resultados
do plano, onde é determinado o que fazer e relevantes aos clientes. É uma metodologia
quem irá fazer e quando deverá agir. inovadora centrada na eliminação dos
 C=Check (verificar): É o estágio onde as defeitos de processos dentro de uma
pessoas envolvidas para resolução do organização e quem o objetiva de
problema ou melhoria do método atuarão para proporcionar aos seus clientes um
saber se as medidas tomadas para eliminação serviço/produto, próximo da perfeição. O
do problema ainda estão sendo tomadas. termo 6 sigmas, representa a variação
 A=Action (ação): É o momento em que, mínima desejada no decorrer dos processos
percebendo que o problema (falha) voltou, que têm impacto sobre o cliente. Entende-se
tomam-se as medidas necessárias para assim que, ao reduzir a probabilidade de
correção. folhas e defeitos é otimizada a relação com o
O ciclo da PDCA é sequencial, ou seja, cada vez cliente e consequentemente performance da
que e chega à letra A, começa tudo de novo, na empresa em termos operacionais e
letra P. financeiros. Em termos práticos, as
Sempre que completamos um ciclo considera-se organizações que desenvolvem sistema 6
que alguma melhoria no processo aconteceu. sigma na sua estrutura, tem como meta
Portanto, toda vez que se roda o ciclo PCDA, atingir 3,4 defeitos por cada milhão de
algum novo problema será descoberto e o oportunidades, assumindo-se uma
processo (empresa) encontrará um novo nível de oportunidade como todos os momentos em
excelência. que uma empresa falhar durante um
 Programa 5´S: A ferramenta 5´s não é apenas processo. A aplicação desta metodologia
um programa, mas uma filosofia de vida. Com o assenta na implementação de um sistema
objetivo de tornar o ambiente de trabalho mais baseado na mensuração e monitoria de
agradável e seguro, algumas empresas vem processos, para que os desvios a
aplicando os princípios japoneses do 5´S. este normalização, sejam evitados ao máximo, por
trabalho é considerado a base para se atingira mais que as consequências nefastas que dai
qualidade total mediante treinamento e possa advir sejam igualmente evitadas. A
conscientização. Os colaboradores são aplicação da metodologia passa pelas
incentivados a implementarem ações de seguintes fases:
melhorias para cada um dos princípios do 5´S.  Definição: Identificação de problemas e
1. SEIRI = Organização e senso de uso; processos;
2. SETON = Arrumação e ordenação;  Medição: Caracterização atual e desejada
3. SEISON = Limpeza; do processo;
4. SEIKETSO = Padronização;  Análise: Estudo do impacto de cada
5. SHITSUKE = Disciplina. variável sobre o processo;
Através do 5´S os colaboradores são envolvidos  Melhoria: Realização de experiência
na melhorias de tudo o que os rodeia e rodeia através de modelos matemáticos;
seu trabalho, são convidados a usar sua  Controle: Acompanhamento do processo
criatividade e dar soluções pessoais e em grupo, de melhoria.
para pequenas melhorias localizadas. Com isso, Trata-se de uma metodologia que atravessa
as pessoas começam a se sentir autorizadas a toda a empresa e requerem responsáveis cuja
gerar mudanças, a gostar de realizar mudanças, responsabilidade passe unicamente pelo
e a tomar gosto por esta participação em desenvolvimento de melhorias contínuas.
melhorias que as afetam diretamente.
Os fármacos que afetam o SNA são divididos em
dois grupos, de acordo com o tipo de neurônio
envolvido no seu mecanismo de ação. Os
fármacos colinérgicos atuam em receptores que
são estimulados pela Noe e Epi. Os fármacos
colinérgicos e adrenérgicos atuam estimulando ou
bloqueando receptores do SNA.
 Neurônio colinérgico: A fibra pré-ganglionar
que termina na suprarrenal, o gânglio
autônomo e as fibras pós-ganglionares da
divisão parassimpática usam Ach como
neurotransmissor. A divisão pós-ganglionar
simpática das glândulas sudoríparas também
FARMACOLOGIA DO SNC usa ACh.
O conhecimento hoje adquirido, sobre a estrutura Além disso, neurônios colinérgicos inervam os
da sinapse, demonstra que ela pode explicar as músculos no sistema somático SS e também
ações de praticamente todas as drogas que agem desempenha função importante no SNC.
no SNC e no SNA, com exceção, dos AL´s que  Neurotransmissão: Envolve 6 etapas
bloqueiam a condução axonal de forma seletiva. sequenciais:
Podemos classificar a ação das drogas em 1. Síntese de ACh: A colina vai para o LEC
colinérgicas e adrenérgicas através das várias para o citoplasma do neurônio colinérgico por
etapas em que elas atuam no ciclo dos um sistema carregador dependente de
neurotransmissores. No nível dos energia que o transporta sódio e pode ser
neurotransmissores, podem exercer sua atividade inibido por hemicolinio. A captação da colina
nos seguintes pontos: é o passo limitante da síntese de Ach. A
 Interferindo na síntese do neurotransmissor; colina-acetiltransferase catalisa a reação da
 Competindo com a via metabólica pertencente colina com a acetilcoenzima-A (CoA) para
à síntese do neurotransmissor; formar Ach (um éster) no citosol. A acetil-CoA
 Bloqueando o sistema de transporte da é originada da mitocôndria e é produzida pela
membrana axonal; oxidação de piruvato e de ácidos graxos.
 Bloqueando o sistema de transporte da 2. Armazenamento: A Ach é empacotada em
membrana das vesículas pré-sinápticas; vesícula pré-sináptica por um processo de
 Estimulando a liberação dos transporte ativo acoplado ao fluxo de prótons.
neurotransmissores das suas vesículas de A vesícula contém também ATP e
estocagem; proteoglicano. A cotransmissão nos
 Evitando a liberação dos neurotransmissores; neurônios autônomos é uma regra, não a
 Imitando a ação dos neurotransmissores pela exceção. Significa que a maioria das
ação agonista nos receptores pós e pré- vesículas contém o neurotransmissor primário
sinápticos; (a Ach), e o cotransmissor que aumenta ou
 Bloqueando a ação dos neurotransmissores ao diminui o efeito de neurotransmissor primário.
nível dos receptores pós-sinápticos ou pré- Os neurotransmissores em vesículas são
chamados varicosidades.
sinápticos, por competição farmacológica;
3. Liberação: Um potencial de ação, propagado
 Inibindo as enzimas que inativam os
por canais de sódio voltagem-dependentes,
neurotransmissores.
chega ao terminal nervoso, abrem-se canais
SNA de cálcio voltagem-dependente de cálcio
O SNA junto com o sistema endócrino coordena a intracelular. Níveis altos de cálcio promovem
a fusão das vesículas sinápticas com a
regulação e a integração das funções corporais. O
membrana celular e a liberação de seu
sistema endócrino envia sinais aos tecidos-alvos,
conteúdo no espaço sináptico. A toxina
variando os níveis de hormônios na corrente
botulínica pode inibir essa liberação.
sanguínea.
4. Ligação da Ach ao receptor: A Ach liberada
O SN exerce a sua influência pela rápida
das vesículas sinápticas difunde-se através
transmissão de impulsos elétricos nas fibras
do espaço e se liga a um dos dois receptores
nervosas, ha liberação de substâncias
neurotransmissoras. Fármacos que produzem seu pós-sináptico na célula-alvo, ao receptor pré-
sináptico na membrana do neurônio que
efeito terapêutico primário, mimetizando ou
liberou a ACh a outros receptores alvos pré-
alterando as funções do SNA, são chamados
fármacos autonômicos. Esses fármacos sinápticos. Os receptores pós-sinápticos
colinérgicos na superfície dos órgãos efetores
autonômicos atuam estimulando porções do SNA
são divididos em duas classes.
ou bloqueando as ações dos nervos autônomos.
 Os RECEPTORES NICOTÍNICOS são término da ação dos neurotransmissores. Outros
ionotrópicos, são canais iônicos de Na/K fármacos podem ativar ou bloquear os receptores
ativados pela Ach. pós-sinápticos.
 Os RECEPTORES MUSCARÍNICOS são
metabotrópicos em que o efeito final é
dependente de segundos mensageiros.
A ligação ao receptor leva a uma resposta
fisiológica no interior da célula, como o inicio
de um impulso nervoso na fibra pós-
ganglionar ou a ativação de enzimas
específicas nas células efetora mediadas por
moléculas segundo mensageiras.

5. Degradação do neurotransmissor na fenda


sináptica: O sinal no local efetor pós-juncional
termina rápido devido à hidrólise da Ach pela
AChE formando colina e acetato na fenda
sináptica.
6. Reciclagem de colina e acetato: A colina
pode ser recortada pelo sistema de transporte
de alta afinidade, acoplado ao sódio, que a
leva de volta para o interior do neurônio, onde
ela é acetilada a ACh e armazenado até ser
liberada por um potencial de ação
subsequente.

Figura 12: Via de síntese, armazenamento, liberação e


degradação de Ach e agentes farmacológicos que atuam
sobre essas vias. (1) neurônio colinérgico; (2) fenda
sináptica; (3) célula pós-sináptica. (a) vesamicol; (b)
hemicolina; (c) toxina botulínica; (d) SMLE (auto-anticorpo);
(e) inibidores da Ache.

SNC
A maioria dos fármacos que atuam no SNC altera
alguma etapa do processo de neurotransmissão.
Podem atuar pré-sinapticamente influenciando a
produção, o armazenamento, a liberação ou o
Os hipnóticos e os sedativos produzem sedação
e incentivam o sono. Para ser efetivo um fármaco
sedativo deve reduzir a ansiedade e exercerem
efeitos calmantes. Um hipnótico deve causar
sonolência e estimular o início do estado do sono.
Agentes dessa classe, como os
benzoadizepinas, são usados para produzir
sedação e amnésia antes ou no decorrer de
procedimentos diagnósticos ou cirúrgicos, outros
como os barbitúricos, são usados em altas doses
para induzir ou manter a anestesia cirúrgica.

PSICOTRÓPICOS  Farmacocinética: A taxa de absorção oral dos


Deste 1950 os medicamentos usados para tratar hipnótico-sedativos difere, dependendo de
transtornos psiquiátricos figuram entre a classe de fatores, incluindo lipofilicidade. Todos os
medicamentos mais prescritos. A eficácia do hipnóticos-sedativos atravessam a barreira
psicoativo é apenas parcialmente previsível e placentária durante a gravidez. Se forem
depende das propriedades e da biologia do administradas durante o período pré-parto,
paciente. podem contribuir para a depressão das
 Reações e efeitos adversos: Geralmente, os funções vitais do recém-nascido.
medicamentos psicotrópicos são seguros,  Reações adversas: As reações adversas
sobretudo em curta duração. mais comuns são: sonolência, letargia e
 Precauções: Antes de usar um medicamento, ressaca. Coma e até morte, causadas pela
é importante estar preparado para lidar de depressão dos centros medulares vitais do
forma segura com qualquer dos efeitos cérebro, resultam da superdose. O uso
adversos. prolongado, mesmo em doses terapêuticas,
 Efeitos adversos: É um risco inevitável do pode causar dependência física e psíquica. A
tratamento medicamento. Embora seja retirada abrupta desses fármacos pode
impossível ter um conhecimento de todos os resultar em síndrome de abstinência,
efeitos adversos do medicamento, os clínicos caracterizada por convulsões e delírio,
prescrevem por estar familiarizados com os podendo ocorrer come e também morte. a
mais comuns, bem como com as intoxicação é tratada por indução ao vômito, se
consequências médicas mais graves. possível, se não, por lavagem estomacal e
 Efeitos colaterais: Podem ser explicados por manutenção da respiração e circulação
suas interações com vários sistemas de adequada.
neurotransmissores, tanto no cérebro quanto
em regiões periféricas. Os medicamentos Ansiolítico
psicotrópicos mais antigos, por exemplo, A ansiedade é um estado desagradável de
produzem efeitos anticolinérgicos ou se ligam tensão, apreensão e inquietação, um medo de
a receptores dopaminérgicos, histaminérgicos origem às vezes desconhecida. Os sintomas
e adrenérgicos. Os agentes mais novos físicos da ansiedade são similares aos do medo e
costumam ter uma atividade mais especifica envolvem a ativação simpática. Os sintomas da
sobre os neurotransmissores ou uma ansiedade intensa crônica e debilitante podem ser
combinação de efeitos que os torna mais bem tratados com fármacos ansiolíticos ou com alguma
toleradas que os agentes mais antigos. forma de tratamento comportamental ou psíquica,
como muito dos fármacos ansiolíticos causam
Hipnóticos e sedativos alguma sedação, eles, com frequência funcionam
Um fármaco hipnótico-sedativo indica que ele tanto como ansiolíticos quanto hipnóticos, além
tem a capacidade de produzir sedação ou de disso, alguns têm atividades anticonvulsivantes.
incentivar o sono. Para um fármaco sedativo Os fármacos ansiolíticos são usados no
(ansiolítico) ser efetivo ele precisa exercer um tratamento dos sintomas da ansiedade, e os
efeito calmante. Um fármaco hipnótico deve fármacos hipnóticos são usados no tratamento da
produzir sonolência e estimular o início e a insônia. Apesar dos objetivos clínicos serem
manutenção de um estado de sono. Os efeitos diferentes, as mesmas drogas são frequentemente
hipnóticos envolvem uma depressão mais usadas para ambas as finalidades, variando-se
pronunciada do SNC. somente a dose para cada fim.
o uso terapêutico normal; tolerância e
dependência.
 Toxidade aguda: A super dosagem aguda
são consideravelmente menos perigosa que
outros ansiolíticos/hipnóticos na
superdosagem causam soo prolongado sem
depressão grave da respiração ou da função
cardiovascular. No entanto, na presença de
outros depressores do SNC, particularmente
o álcool, eles pode causar depressão
respiratória grave ou até que ameaça a vida.
.

Benzodiazepínicos  Efeitos colaterais durante o uso


São fármacos mais usados como ansiolíticos e terapêutico: os efeitos colaterais principais
hipnóticos, não exercem efeitos antidepressivos. são sonolência, confusão, amnésia e
Eles substituíram os barbitúricos e o meprobamato comprometimento da coordenação, o que
no tratamento de ansiedade por serem fármacos afeta consideravelmente as habilidades
mais seguros e eficazes. manuais, como o desempenho ao volante.
Os benzodiazepínicos atuam seletivamente nos Intensificam os efeitos depressores de outros
receptores GABAa que medeiam a transmissão fármacos, incluindo o álcool, num modo mais
sináptica inibitória em todo o SNC. Os somatório.
benzodiazepínicos intensificam a resposta GABA  Tolerância e dependência: ocorre tolerância
facilitando a abertura de canais de cloreto ativado com todos os benzodiazepínicos, assim como
pelo GABA. Eles se ligam especificamente a um dependência, que é seu principal
sítio regulatório do receptor, e atuam inconveniente. Eles produzem dependência
alostericamente, aumentando a afinidade do em indivíduos normais e em pacientes,
GABA pelo receptor. Os benzodiazepínicos não suspender abruptamente o tratamento com
afetam os receptores para outros aminoácidos. benzodiazepínicos depois de semanas ou
O Diazepam e o Alprazolam são usados para meses causa aumento dos sintomas de
aliviar a ansiedade, depressão e à esquizofrenia. ansiedade, juntamente com tremores, tonturas,
Pelo possível desenvolvimento de tolerância. O perdas de peso e sono perturbado devido ao
uso dos benzodiazepínicos deve ser intermitente. aprofundamento do sono REM. Com o
Para o tratamento da insônia é usado diazepam, os sintomas da retirada podem
benzodiazepínico como Estazolam, o demorar até 3 semanas para se tornarem
Flurazepam, o Quazepam, o Temazepam, o aparentes. O triazolam, um fármaco de ação
Triazolam, e o Zolpidem. Podem ser muito curta e que já não é usado, o efeito da
administrados por via oral, transmucosa, retirada ocorria em algumas horas, mesmo
intravenosas e intramusculares. Eles facilitam o depois de uma dose única, produzindo insônia
início do sono e aumentam a duração global do no inicio da manhã e ansiedade durante o dia,
sono. O flurazepam é de duração longa, que quando fármaco era usado como hipnótico. Os
facilitam o início e a manutenção do sono e sintomas de abstinência física e psicológica
aumenta sua duração. O Triazolam é de início tornam difícil para os pacientes deixar de
rápido, que diminui o tempo necessário para o tomar benzodiazepínicos, mas o desejo
sono. O Clonazepam é usado para efeito compulsivo, que ocorre com muitos fármacos
antiepilético, porque os efeitos anticonvulsivantes de abuso, não é o principal problema.
não são acompanhados de comprometimento
psicomotor.
O uso crônico de benzodiazepínicos induz o
desenvolvimento de tolerância, que se manifesta
na forma de uma redução na eficácia dos
benzodiazepínicos.
Os benzoadizepinas são usados como
ansiolíticos, sedativos, antiepiléticos, relaxante
muscular, bem como para a ansiedade associada
a alguma forma de depressão e esquizofrenia. Os
benzoadizepinas facilitam o inicio do sono e
também aumentam a duração global do sono.
 Efeitos adversos: Podem ser divididos em:
efeitos tóxicos decorrentes da superdosagem
aguda; efeitos adversos que ocorrem durante
AGENTES ANTIDEPRESSIVOS
Os antidepressivos são drogas capazes de
Barbitúricos elevar o humor. Acredita-se que a depressão é
Afetam várias áreas do SNC, incluindo a medula causada por déficit funcional dos transmissores
espinal, o tronco encefálico e o cérebro. Todos os das monoaminas (noradrenalina (NE)/ serotonina
barbitúricos exercem atividades depressoras (5HT)) e certos locais do cérebro, ao passo que a
sobre o SNC, produzindo efeitos parecidos aos mania resulta de um excesso funcional. O
dos anestésicos de inalação. Causam morte por aumento de neurotransmissores na fenda
depressão respiratória e cardiovascular se forem sináptica se dá através do bloqueio da recaptação
administrados em grandes doses. Os barbitúricos da NE e da 5HT no neurônio pré-sináptico ou
mais usados são os que exibem propriedades ainda, através da inibição da monoamina oxidase
especificas, como o fenobarbital, usado por sua (MAO) que é a enzima responsável pela
atividade anticonvulsivante, e o tiopental, inativação destes neurotransmissores. Será nos
amplamente usado como anestésico intravenoso sistemas noradrenérgico e serotoninérgico
ele assim como o benzodiazepínicos sistema límbico local de ação das drogas
potencializam a ação da GABA. antidepressivas usados na terapia dos transtornos
 Efeitos adversos: além do risco de da afetividade. Foram classificados em dois
superdosagem perigosa, as principais grupos os: Tricíclicos e Inibidores da
desvantagens dos barbitúricos residem no fato monoamina oxidase.
de que induzem um alto grau de tolerância e
de dependência, e induzem à síntese do Inibidores da MAO
citocromo P-450 hepático e das enzimas de Os primeiros IMAO a serem usados no
conjugação. Aumentam a velocidade de tratamento da depressão foram derivados da
degradação metabólica de muitas outras hidrazina, substância altamente hepatotóxica.
drogas dando origens a varias interações Os IMAO são bem absorvidos por VO. Sua
farmacológicas potencialmente incomodas. distribuição no organismo de acordo com a
 Tolerância: consiste numa diminuição da localização da MAO, bem como a composição
responsabilidade a determinada droga após lipídica dissular, o que explica as concentrações
exposição repetida, constitui uma mais altas no fígado, coração e cérebro.
característica comum dos A principal via de degradação da 5HT é mediada
sedativos/hipnóticos. A tolerância ocorre pelo pela MAO. O principal efeito dos IMAO consiste
metabolismo da droga no caso dos em aumentar as concentrações citoplasmáticas
barbitúricos, e devido a infra-regulação dos das monoaminas (5HT, NE e Dop) nas
receptores de benzodiazepínicos no cérebro. terminações nervosas, sem afetar as reservas
 Dependência: pode ser descrida como um vesiculares que formam o reservatório passível de
estado fisiológico alterado que exige a liberação com a estimulação nervosa. Empessoas
administração contínua da droga para impedir sadias, os IMAO causam aumento imediato da
o aparecimento de uma síndrome de atividade motora, e verifica-se o aparecimento de
abstinência. No caso dos sedativos/hipnóticos euforia e de excitação no decorrer de poucos dias.
essa síndrome caracteriza-se por estado de A ação desses medicamentos é de longa duração
maior ansiedade, insônia e excitabilidade do (semanas), em virtude da inibição irreversível da
SNC, que podem progredir para convulsões. MAO.
Os sedativos/hipnóticos são em sua maioria Os principais efeitos colaterais são a hipotensão
capazes de produzir dependência fisiológica postural (bloqueio simpático), efeitos parecidos ao
quando usado de modo crônico. da atropina, aumento do peso corporal,
estimulação do SNC, causando inquietação,
insônia, lesão hepática (rara). A superdosagem
aguda causa estimulação do SNC, e algumas
convulsões.
desse tipo incluem Citalopram, Fluroxamina,
Paroxetina, Sertralina e os Escitalopram. Os
ISRS assemelham-se aos tricíclicos, em seu
mecanismo de ação, com exceção de que os
ISRS são mais seletivos para os transportadores
da 5HT. A inibição da recaptação da 5HT aumenta
os níveis sinápticos da 5HT, produzindo aumento
Figura 13: local de ação dos fármacos antidepressivos.
de ativação do receptor de 5HT e intensificação
(a) IM AO. Os IM AO inibem a enzima mitocondrial, a MAO. das respostas pós-sinápticas. Aplicação clínica:
Aumentando as monoaminas citosólicas levando a um depressão maior, transtornos de ansiedade,
aumento da captação vesicular de neurotransmissores e
a um aumento de sua liberação durante a exocitose.
transtorno depressivo, transtorno do pânico,
transtorno obsessivo compulsivo, transtorno da
Inibidores da recaptação alimentação.
Os fármacos desse tipo incluem a fluoxetina, Os inibidores seletivos da recaptação de 5HT
paroxetina, citalopram, escitalopram sertralina, aumentam o tônus serotoninérgico, não apenas no
são os mais prescritos. Apresenta seletividade em cérebro, mas em todo, o corpo. O aumento
relação á captura da 5HT sobre a NE, são menos serotoninérgico no SGI: diarreias e outros
propensos a causar efeitos adversos colinérgicos sintomas gastrointestinais. O aumento dos tônus
que os ADT´s apresentam menos risco de super serotoninérgicos em nível da medula espinal e
dosagem. Esses fármacos aliviam os sintomas de acima está associado a uma diminuição da função
uma variedade de transtorno psiquiátricos e interesse sexuais. Também podemos incluir
comuns, incluindo depressão, ansiedade e como efeitos colaterais o aumento da cefaleia e
transtorno obsessivo compulsivo. São usados três insônia ou hiper-insônia. A sertralina está
classes de inibidores da recaptação: associada com diarreia, enquanto a paroxetina
está associada com constipação.
Antidepressivos tricíclicos (ADT´s) Efeitos adversos: aumento agudo da atividade
Inibem a recaptação da 5HT e NE da fenda sináptica serotoninérgica, alterações mais lentas
sináptica através do bloqueio dos transportadores em várias vias de sinalização e atividade
de recaptação da 5HT e da NE, respectivamente. neutrófica.
Os ADT´s com aminas secundárias afetam o
sistema da 5HT. É sugerido que a melhora dos
sintomas emocionais reflete uma potencialização
da transmissão medida pela 5HT, e o alivio dos
sintomas biológicos resultada da facilitação da
transmissão noradrenérgica.
Efeitos adversos: Em indivíduos não
depressivos, os ADT´s causam sedação, confusão
e falta de coordenação motora. Esses efeitos
ocorrem também nos pacientes cm depressão nos
primeiros dias de tratamento, as tendem a ir Figura 14: local e mecanismo de ação dos fármacos
antidepressivos. (a) inibidores seletivos da recaptação de
desaparecendo em 1 a 2 semanas, quando se serotonina (ISRS), inibem especificamente a recaptação da 5HT
desenvolve o efeito antidepressivo. Os efeitos mediada pelos transportadores de 5HT (SERT) resultando em
atropinicos incluem boca seca, visão embaçada, níveis altos de NoE e 5HT na fenda sináptica.
constipação e retenção urinária. Ocorre
hipotensão postural com os ADT´. Outro efeito
adverso comum é a sedação, e a longa duração
de ação significa que o desempenho diurno
costuma ser afetado por sonolência e dificuldade Inibidores da recaptação de 5HT-NE
para se concentrar. Os ADT´s particularmente em Existem algumas pessoas que não respondem a
superdosagem podem causar arritmias esses fármacos, uma classe mais recente de
ventriculares associadas ao prolongamento do fármacos, os inibidores da recaptação de 5HT-NE
intervalo QT. As doses terapêuticas habituais dos que inclui a Venlafaxina e a Duloxetina. A
ADT´s aumentam pouco, porem de forma Venlafaxina bloqueia o transportador de recaptar
significativa, o risco de morte súbita de causa de 5HT e o transportador de recaptação de NE
cardíaca. Os ADT´s produzem acentuada através de um mecanismo que depende de sua
potencialização dos efeitos do álcool por motivos concentração, em baixas concentrações, o
não bem esclarecidos. fármaco comporta-se como um ISRS, ao passo
que, em concentrações elevadas, aumenta
Inibidores seletivos da recaptação de 5HT também os níveis de NE. A duloxetina também
O primeiro ISRS introduzido foi à Fluoxetina, que inibe a recaptação de NE e de 5HT, e o seu uso
contínua sendo muito prescrita. Os fármacos foi aprovado para o tratamento da dor neuropática
e de outras síndromes de dor, além do tratamento antieméticas, mas não para sua ação
de depressão. antipsicótica. Quando bloqueiam receptores
muscarinicos reduzem vários efeitos periféricos,
inclusive, secura na boca e nos olhos,
constipação e retenção urinária.

Antipsicoticos típicos
Os antipsicóticos típicos bloqueiam os
FARMACOLOGIA ANTIPSICÓTICA receptores D2 em todas as vias dopaminérgicas
Os fármacos usados para a esquizofrenia do SNC, seu mecanismo de ação como agente
também são usados para tratar manias e outras antipsicótico envolve o antagonismo dos
alterações do comportamento. O termo receptores D2 mesolímbicos e mesocorticais.
antipsicóticos denota a capacidade desses Os antipsicóticos típicos são divididos em
fármacos de abolir a psicose e aliviar a Fenotiazinas e as Butirofenonas. O
desorganização do processo mental nos pacientes Clorpromazina é o protótipo das Fenotiazinas,
esquizofrênicos. A maioria caracteriza-se como enquanto o Haloperidol é a butirofenona mais
antagonista dos receptores da Dop, muitos deles usada. Apesar de diferenças na estrutura e na sua
atuam sobre alvos, particularmente nos receptores afinidade pelo receptor D 2, todos os antipsicoticos
5HT, contribuindo para eficácia clínica. São típicos possuem eficácia clínica parecida em
também chamados de neurolépticos ou doses padrões. Os antipsicóticos devem seus
antiesquizofrênicos, ou ainda, tranquilizantes. efeitos terapêuticos ao bloqueio dos receptores
Os fármacos antipsicóticos são divididos em dois D2.
grupos: Os efeitos antipsicóticos exigem cercar de 80%
1. Os primeiros a serem desenvolvidos de bloqueio dos receptores D 2. Os compostos de
(Clorpromazina, Haloperidol) chamados de 1ª geração mostram preferência por D 2 em relação
antipsicóticos típicos ou de 1ª geração, ou aos receptores D1, enquanto alguns dos agentes
convencionais; mais modernos (Sulpirida, a Missulprida) são
2. E os agentes mais recentemente altamente seletivos para receptores D 2. Acredita-
desenvolvidos (Clozapina e Risperidona) se que o antagonismo dos receptores D 2 na via
chamados de antipsicóticos atípicos ou de 2ª mesolimbica aliviam os sintomas positivos da
geração. esquizofrenia.
Efeitos adversos:
 Alterações motoras extrapiramidais: Antipsicóticos atípicos
produzem dois tipos de alteração motora no Os cinco principais antipsicoticos são a
homem: Distonia aguda e discinesia tardias, clonazina, a olanzapina, a quetiapina, a
coletivamente chamadas efeitos adversos ziprasidona e a risperidona. Esses fármacos são
extrapiramidais. Todos eles resultam direta ou mais efetivos do que os antipsicóticos típicos no
indiretamente de bloqueio do receptor D2 por tratamento dos sintomas negativos da
via nigroestriatal. Esses efeitos adversos esquizofrenia. Os antipsicóticos atípicos produzem
constituem uma das principais desvantagens sintomas extrapiramidais, significativamente, mais
dos antipsicoticos de primeira geração. leve do que os antipsicóticos típicos em geral,
 As Distonias agudas: São movimentos esse efeito adverso só aparece quando os
involuntários. Ocorrem nas primeiras fármacos são administrados em altas doses.
semanas e diminuem com o decorrer do Os antipsicoticos atípicos possuem afinidade
tempo, é reversível quando se suspende o seletivamente baixa pelos receptores D 2, ao
tratamento; contrário dos antipsicoticos típicos sua afinidade
 As Discenesia tardia: consistem em pelos receptores D2 não se correlaciona com a
movimentos involuntários, muitas vezes da sua dose clinicamente efetiva.
face e da língua, mas também do tronco e da
extremidade, podem ser intensamente
incapacitante.
A sonolência e a sedação, que tendem a
diminuir com o uso contínuo, ocorrem com
muitos antipsicóticos. A atividade anti-histamínica
(H1) é uma propriedade de alguns fenotiazinas e
contribui para suas propriedades sedativas e
elevação dos níveis de catecolaminas nas
fendas sinápticas. Possuem efeitos liberando
estoques intracelulares de catecolaminas. Ela
também inibe a MAO, altos níveis de
catecolaminas são facilmente liberadas para
as fendas sinápticas.
 Farmacocinética: É rapidamente absorvida
do TGI, porém para aumentar a intensidade
da ``onda´´ ela pode ser aspirada ou injetada,
a base livre da metafetamina pode ser
queimada e tomada de modo semelhante a
cocaína.
ESTIMULANTES DO SNC Atravessa livremente a BH, o que explica, por que
Estão distribuídos em duas categorias: produz efeitos centrais mais acentuados que
1. As substancias da primeira categoria aqueles fármacos. É eliminada inalterado na urina,
(estimulantes psicomotores) tem acentuado a taxa de eliminação aumenta quando a urina se
efeito sobre a função mental e o torna mais ácida. Sua meia-vida varia de cerca de
comportamento, produzindo excitação e 5h a 20 a 30h, dependendo do fluxo urinário e do
euforia, redução da sensação de cansaço e pH urinário.
aumento da atividade motora.  Efeitos adversos: Incluem irritabilidade e
2. As substâncias da segunda categoria inquietação, à medida que as reservas
(Substâncias psicomimética (alucinógenas)) energéticas do corpo vão se esgotando. Em
afetam principalmente os padrões de doses altas, as anfetaminas podem induzir o
pensamentos e a percepção, distorcendo a pânico e paranoia.
cognição de modo complexo.
Várias dessas substâncias não possuem usos  Metilfenidato (ritalina): Estimulante do SNC
clínicos, mas são usados para objetivos parecido com a anfetamina e também pode
recreacionais, e como tais, são reconhecidos levar ao abuso. São fármacos mais prescritos
como fármacos de abuso. para crianças. É usado para o tratamento do
distúrbio de hiperatividade e déficit de
Estimulantes psicomotores atenção (DHDA).
As anfetaminas e o dextroisómero ativo, a  Mecanismo de ação: Crianças com DHDA
dextroanfetamina, junto com a metafetamina e o produzem sinais fracos de DoP, fazendo com
metilfenidato (ritalina), grupo de fármacos com que atividades geralmente de interesse para
propriedades semelhantes. Atuam nas liberações as crianças não ofereçam gratificação. Ele é
de monoaminas, sobretudo DoP e NoE, nas um inibidor do transporte de DoP e atua no
terminações nervosas cerebrais. São substratos aumento da DoP na fenda sináptica.
para os transportadores da captura de amina  Farmacocinética: O metilfenidato e o
neuronal e causam liberação desses mediadores, dextrotilfenidato são absorvidos por VO. O
produzindo os efeitos agudos. O uso prolongado, produto desesterificado, ácido ritalínico, é
são neurotóxicos, causa degeneração das excretado na urina.
terminações nervosas que contem aminas e,  Efeitos colaterais: Efeitos no TGI são os
finalmente, morte celular, efeitos causados pelo mais comuns e incluem dor abdominal e
acumulo de metabolitos reativos dos compostos náuseas. Outros efeitos incluem anorexia,
de origem nas terminações nervosas. insônia, nervosismo e febre. E contra
Seus efeitos centrais são: Estimulação indicado em pacientes com glaucoma.
locomotora, Euforia e excitação, Insônia, Aumento
de disposição e Anorexia.  Cocaína: Encontrada nas folhas de um
arbusto sul-americano, a coca. Essas folhas
 Anfetaminas: Têm ações simpatomiméticas são usadas por sua propriedade estimulante
periféricas, produz elevação da pressão por nativos da América do sul, reduzem o
arterial da motilidade gastrintestinal. Causa cansaço durante o trabalho em grandes
euforia, pela VI, tão intensa, que foi descrita altitudes.
como ``orgasmica´´. Os indivíduos tornam-se  Mecanismo de ação: Os efeitos
confiantes. Estudos mostraram melhoras no comportamentais resultam da estimulação do
desempenho mental e físico nos muitos córtex e do tronco cerebral. A cocaína liga-se
fatigados, embora não naqueles após repouso aos transportadores responsáveis pela
adequado. O desempenho mental melhora captura da DoP e da NoE nas terminações
para tarefas simples, tediosas, muito mais do nervosas e os inibe. Potencializando os
que para tarefas difíceis. efeitos periféricos da atividade nervosa
 Mecanismo de ação: Seus efeitos no SNC e simpática e produz acentuado efeito
no SNP são indiretos ambos dependem da
estimulante psicomotor. Produz euforia,
loquacidade, aumento da atividade motora e
ampliação do prazer. Seus usuários se
sentem em alerta, energética e fisicamente
fortes e acreditam que possuem capacidades
mentais melhoras.
 Farmacocinética: É administrada por VO,
por inalação, fumo ou por injeção IV. A
duração da ação da cocaína, é cerca de 30
minutos, é rapidamente metabolizada pelo
fígado.
Sendo desesterificada e desmetilada à
benzoilectonina, que é excretada na urina, a
detecção dessas substancia na urina nos permite
identificar o usuário. Um metabolito é depositado
no cabelo, com ele podemos monitorar o consumo
da cocaína.
 Efeitos colaterais: A resposta tóxica à
ingestão aguda pode provocar reações de
ansiedade que incluem hipertensão,
taquicardia, sudoração e paranoia. Como
todos os fármacos estimulantes, a estimulação
do SNC é seguida por um período de
depressão mental. Pode causar convulsões e
arritmias cardíacas.

Metilxantinas
Varias bebidas como chá, café e cacau, contêm
metilxantinas, que possuem efeitos estimulantes
centrais leves. Os principais compostos são a
cafeína e a teofilina.

 Cafeína: Atua no SNC, nos músculos


estriados, no miocárdio e nos rins. No SNC
produz estado de alerta mental e aumenta à
atividade mental, facilitando a capacidade de
trabalho muscular.
 Mecanismo de ação: Vários mecanismos
foram propostos para as ações dos
metilxantinas, incluindo translocação de
cálcio extracelular, aumento de monofosfato
cíclico de adenosina e de guanosina causado
por inibição da fosfodiesterase e bloqueio dos
receptores de adenosina.
 Farmacocinética: São bem absorvidas por
VO, se distribui no organismo, incluindo o
cérebro. Também atravessam a placenta e
são secretados no leite materno. São
biotransformados no fígado, e os metabolitos
são excretados na urina.
 Efeitos colaterais: são náuseas, cefaleia e
insônia. Doses altas podem causar
inquietude, excitação, tremores musculares,
tinida, ecotoma, taquicardia e extrassistite.
Aumenta a secreção gástrica podendo
provocar ulceração gástrica.
 Inibidores dos Leucotrienos: O
Leucotrienos β4 é um quimioatrativo potente
de neutrófilos, e LTC 4 e LTD4 exercem efeitos
que ocorrem na asma, inclusive
broncoconstrição, aumento da reatividade
brônquica, edema de mucosa e
hipersecreção de muco. São estudadas duas
abordagens para interromper a via dos
Leucotrienos:

FARMACOLOGIA RESPIRATORIA 1. A inibição da 5-lipoxigenase, impedindo a


Fármacos usados para o tratamentos das síntese dos Leucotrienos, e a inibição da
doenças respiratórias podem ser aplicadas ligação do LTD4ao seu receptor nos tecidos-
topicamente na mucosa nasal, inaladas ou alvo, evitando sua ação;
administradas por via oral, como os nebulizadores 2. Foi demostrada eficácia no bloqueio da
ou inaladores, são preferidos, pois o fármaco resposta das vias respiratórias a exercício e à
atinge o tecido-alvo e minimiza os efeitos provocação antigênica com fármacos de
adversos sistêmicos. Os fármacos clinicamente ambas categorias.
úteis aliviam a patologia especifica por A zileutona inibidor da 5-lipoxigenase, e com a
relaxamento de músculos lisos bronquiais ou zafirlucaste e montelocaste, antagonistas do
modulação da resposta inflamatória. receptor de LTD4. Todos se mostraram capazes
. de melhorar o controle da asma e reduzir a
Droga antiasmática frequência das crises em pacientes ambulatoriais.
A asma é uma doença inflamatória das vias Efeitos adversos: O mais comum é o tremor,
aéreas caracterizada por episódios de outros efeitos indesejáveis são taquicardia e
broncoconstrição aguda causando encurtamento arritmia cardíaca.
da respiração, tosse, tensão torácica, respiração
ruidosa e rápida. Esses sintomas podem se  Anti-inflamatório:
resolver com exercícios de relaxamento ou com  Glicorticoides: São os principais fármacos
fármacos de alivio rápido, como um agonista β2- usados por ação anti-inflamatória na asma.
adrenérgico de ação breve. O objetivo do Eles evitam a resposta inflamatória do
tratamento da asma é reduzir o agravamento, organismo são eficazes para reduzir os
diminuindo a frequência dos sintomas e o grau de sintomas da asma. Não relaxam a
limitação que o paciente apresenta devido a estes musculatura lisa das vias respiratórias e, por
sintomas. Reduzir o risco, diminuindo os essa razão, tem pouco efeito na
resultados adversos associados a amas e o seu broncoconstrição aguda. Não são
tratamento. broncodilatadores, mas impedem a
Há duas classes de fármacos antiasmáticos; progressão da asma crônica e são eficazes
broncodilatadores e anti-inflamatórios. Os na asma grave aguda. Eles diminuem a
broncodilatadores revertem o broncoespasmo da formação de citocinas, em particular das
fase imediata; os anti-inflamatórios inibem ou citocinas TH2, que recrutam e ativam
previnem os componentes inflamatórios de ambas eosinófilos e são responsáveis por promover
às fases. a produção de IgE e a expressão de
 Broncodilatadores: Os principais são receptores de IgE. Os principais compostos
agonistas β2-adrenérgico; outros incluem a usados são beclometasona, budesonida,
teofilina, antagonistas dos receptores de fluticasona, mometasona e ciclesonda.
cisteinil-leucotrienos e antagonistas Administrada por inalação por meio de um
muscarinicos. inalador com válvula mediadora de dose ou
 Fármacos β2-seletivos: Os fármacos inalador de pó seco, sendo atingindo o efeito
agonistas seletivos dos receptores β 2, pleno sobre a hiper-responsabilidade
(Salbutamol) são os agentes brônquica somente depois de semanas
simpatomiméticos mais usados no tratamento depois de semanas ou meses de terapia. São
da broncoconstrição asmática. São efetivos ais usados profilaticamente para controlar a
quando inalados ou administrados por via oral asma, em vez de reverter os sintomas
e apresentam maior duração de ação. agudos da doença. Ao estabelecer a dose
Broncodilatadores como o salbutamol, ideal do fármaco, deve-se ter em mente que
quando inalado são efetivos e seguros, e de o grau máximo de melhora da função
baixo custo. Os pacientes asmáticos que pulmonar pode ocorrer apenas depois de
fazem uso de β 2-adrenérgicos inalados os varias semanas de tratamento.
usam apenas quando precisam.  Efeitos adversos: são incomuns os efeitos
indesejáveis graves com esteroides
inaladores. Pode ocorrer candidíase
orofaríngea (sapinho), bem como irritação
da garganta e voz rouca, mas o uso de
espaçador que diminuem a deposição
orofaríngea do fármaco e aumenta a
deposição nas vias aéreas, reduz esses
problemas.

Tosse
É um reflexo protetor que retira material
estranho e secreções dos bronquíolos. Os
antitussígenos são todos anestésicos opioides
que atuam no tronco encefálico, deprimindo um
centro da tosse. Eles suprimem a tosse em
doses abaixo da necessária para alivio da dor. A
codeína é o opióide fraco com tendência
consideravelmente menor de causar
dependência do que a dos opioides principais e
é um supressor moderado da tosse. Diminuem
as secreções nos bronquíolos, o que espessa o
escarro, e inibe a atividade ciliar. É comum a
constipação.
consequente alteração na dissolução ou
solubilidade do fármaco.

Inibidores H2
Os antagonistas dos receptores H2 inibem
competitivamente as ações da histamina em todos
FARMACOLOGIA DO TGI os receptores H2, porem sua aplicação clinica
As principais condições patológicas nas quais é consiste na sua atuação como inibidores da
útil reduzir a secreção ácida são a ulceração secreção de ácido gástrico. Esses agentes
péptica, e a esofagite de refluxo. reduzem a secreção ácida basal é estimulada por
alimentos, além de promoverem a cicatrização das
Distúrbios ácido-pépticos úlceras duodenais. São seletivos e não alteram os
O controle da acidez gástrica é fundamental no receptores H1 e H3. Ocorre redução do volume de
tratamento desses distúrbios, embora esta secreção gástrica e da concentração da pepsina.
abordagem não trate o processo fisiológico A redução da secreção de ácido pela histamina,
fundamental. gastrina e pepsina ocorre por dois mecanismos:
 Úlcera péptica: A terapia antissecretória da  1º a histamina liberada pelas células ECL
úlcera péptica e da esofagite de refluxo pela gastrina ou por estimulação local tem a
envolve a diminuição da secreção de ácido sua ligação ao receptor H2 da célula parietal
com antagonistas dos receptores H2 ou bloqueada;
inibidores da bomba de prótons ou  2º a estimulação direta da célula parietal pela
neutralização do ácido secretado com gastrina bloqueada Ach exercem um efeito
antiácidos. O tratamento da ulcera péptica diminuindo sobre a secreção de ácido na
deve incluir a erradicação do H. pylori com uso presença de bloqueio dos receptores.
de antimicrobianos, como a amoxicilina e São usados quatro H2-antagonistas:
metronidazol. A bactéria H. pylori produz a Cimetidina, Ranitidina, Femotidina e Nizatidina.
enzima uréase, que converte a ureia em
amônia e CO 2 que posteriormente é convertida Inibidores da bomba de prótons
em bicarbonato. Os fármacos usados no Agem através da inibição irreversível do
tratamento dos distúrbios ácido-péptico podem H+/K+ATPase, que constituí a etapa final na via de
ser divididos em duas classes: secreção ácida. Temos seis inibidores da bomba
1. Fármacos que reduzem a acidez de prótons para uso clínico: Omeprazol,
intragástrica; Esomeprazol, Dexlansoprazol, Rabeprazol e
2. Fármacos que promovem a defesa da Pantoprazol. Todos são benzimidazólicas
mucosa. substituídos, parecidos com receptores H2 na sua
Pacientes com esse problema podem tomar estrutura mas com mecanismo de ação diferente.
antiácidos ou H2-antagonistas. Como é Todos esses fármacos estão disponíveis em
proporcionada uma rápida neutralização do ácido, formulações orais. Eles são administrados na
os antiácidos produzem alivio sintomático mais forma de pró-fármacos inativos. Uma dose diária
rápido do que os antagonistas dos receptores H2. única afeta a secreção ácido durante 2 a 3 dias,
devido ao seu acúmulo nos canalículos.
Antiácidos (omeprazol, lanoprazol e pantoprazol). O
Os antiácidos são bases fracas que reagem com tratamento crônico com omeprazol reduz a
o HCl gástrico, formando sal e água. O absorção de vitamina B12. Para proteger o pró-
bicarbonato de sódio reage rapidamente com o fármaco de sua rápida destruição no TGI. Os
HCl formando dióxido de carbono e cloreto de inibidores da bomba de prótons são bases fracas
sódio. A formação de dióxido de carbono resulta lipofílicas que, após absorção intestinal, sofrem
em distensão em distensão gástrica e eructações. rápida difusão pela membrana lipídica para os
Atuam ao neutralizar o ácido gástrico, elevando, o componentes acidificados.
H1 gástrico para inibir a atividade péptica, que
cessa com um valor de pH de 5. Os antiácidos
comuns consistem de sais de magnésio e de
alumínio. Os sais de magnésio causam diarreia,
enquanto os sais de alumínio provocam
constipação. Todos os antiácidos podem afetar a
absorção de outras medicações por causa de sua
ligação ao fármaco ou aumento do pH, com
Vomito
Vomitar é um processo complexo e exige
atividade coordenadas dos músculos respiratório
somáticos e abdominais, bem como dos músculos
involuntários do TGI através do esôfago relaxado,
associado a contração sustentadas de diafragma
e músculos abdominais, e o aumento da pressão
intra-abdominal. A náusea é a de urgência de
vomitar, ocorrendo simultaneamente a perda de
tônus e peristalse gástrica, contração de duodeno
e refluxo de conteúdo intestinal para o estomago.
A estrutura anatômica integrada do vomito é o
centro bulbar do vômito, localizado na formação
reticular lateral. São usados diferentes agentes
antieméticos para condições diferentes.

Antagonistas dos receptores muscarinicos


A serotonina atua como neurotransmissor do
vômito. Antagonista seletivo dos receptores da
serotonina, por exemplo, a ondansetrona, a
granisetrona e a tropsetrona, são usadas na
prevenção e no tratamento dos vômitos causados
por agentes citotóxicos.

Antagonistas dos receptores


Figura 15: mecanismo de ação do omeprazol, um inibidor da
bomba de prótons. (a) célula parietal; (b) canalículo; (c) dopaminérgicos
omeprazol; (d) atravessa livremente a membrana plasmática; A metoclopra é antagonista dos receptores
(e) citoplasma; (f) sangue; (g) omeprazol (pró-fármaco); (h)
exposto ao ambiente acido do canalículo da célula parietal; (i)
dopaminérgicos, que atuam na ZGQ. Elas também
sulfenamida ativa; (j) reage rapidamente formando um possuem ações periféricas, aumentando a
dissulfeto covalente; (l) complexos sulfenamida (enzima motilidade do estômago e do intestino, sem
inativa)
estimulação concomitante da secreção gástrica, o
Protetores da mucosa que contribui para seu efeito antiemético, podendo
ser usada na terapia de distúrbios gastrintestinais.
Dispomos de vários mecanismos de defesa da
mucosa para a prevenção e para o tratamento dos Purgantes
distúrbios ácido-péptico. Os agentes que Neles é apropriado para evitar a constipação com
promovem a defesa da mucosa são usados para o uma alimentação rica em fibras e liquido.
alivio sintomático da doença ulcera péptica. Esses Vários medicamentos podem acelerar o transito
fármacos incluem agentes de revestimentos e de alimento, por diferentes métodos:
prostaglandina.  Aumentando-se o volume dos resíduos
 Sucralfato: é um sal de sacarose complexado sólidos não absorvíveis com laxativos de bolo
com hidróxido de alumínio sulfatado. Em água fecal;
ou soluções ácidas, forma uma pasta viscosa  Aumentando-se o conteúdo de agua com
e de consistência firme, que se liga laxativos osmóticos;
seletivamente às ulceras e erosões por até 6  Alterando-se a consistência das com
horas. Possui pouca capacidade de modificar emolientes fecais;
o pH gástrico. O gel formado protege a  Aumentando-se a motilidade e a secreção
superfície luminal do estômago da degradação (purgativos estimulantes).
pelo ácido e pela pepsina. Os laxativos podem ser classificados de acordo
 Bismuto: é um agente de revestimento usado com seus mecanismos de ação em:
na doença péptica. Os sais de bismuto  Formadores de bolo fecal: incluem a
combinam-se com glicoproteínas do muco, metilcelulose e algumas resinas vegetais,
formando uma barreira que protege a úlcera como, agar, farelo e casca de spaghula. Esses
lesão adicional pelo ácido e pela pepsina. É agentes são polímeros de polissacarídeos, que
um medicamento que não precisa de são degradados pelos processos normais da
prescrição médica. É um complexo de cristal digestão. Atuam em virtude da sua capacidade
consistindo em bismuto trivalente e salicilado em reter agua na luz intestinal, promovendo
suspenso numa mistura de argila de silicato de assim o peristaltismo. Levam vários dias para
magnésio e alumínio. Acredita-se que o exercer ação, mas não apresentam efeitos
bismuto tenha efeito antissecretório, anti- indesejáveis.
inflamatório e antimicrobiano; pode aliviar
náuseas e cólicas abdominais.
 Laxantes osmóticos: Eles mantem por Antidiarreicos
osmose um volume aumentado de liquido na Podem ser usados com segurança em pacientes
luz do intestino o que acelera a transferência com diarreia aguda leve a moderada. Não devem
do conteúdo intestinal através do intestino ser usadas em pacientes com diarreia
delgado, resultando por chegada de um sanguinolenta, febre alta ou toxicidade sistêmica.
volume inusitadamente grande no cólon. Isto Aumentam a atividade de segmentação do colo
provoca distensão e consequentemente pela inibição dos nervos colinérgicos pré-
purgação em cerca de uma hora. Os principais sinápticos nos plexos submucosos e mioentérico e
sais usados são o sulfato de magnésio e o resultam em aumento do tempo de transito
hidróxido de magnésio. É insolúveis, colônico e absorção da água fecal. Opiáceos são
permanecerem na luz e retem a agua, muito usados no tratamento da diarreia e podem
aumentado o volume das fezes. São agir por vários mecanismos diferentes, são
compostos solúveis, que resultam num preferidos a outros agentes devido à sua
aumento da liquefação das fezes, devido a um capacidade limitada de penetrar no SNC A
aumento da água fecal. O leite de magnésia é loperamida é um agonista opióide, que não
um laxativo osmótico de uso comum. O atravessa a BHE e não tem propriedade
sorbitol e a lactulose são açúcares não analgésica.
absorvíveis que podem ser usadas na
prevenção o no tratamento da constipação Loperamida
intestinal. Esses açúcares são metabolizados É um antidiarreico de ação oral. Aumenta o tempo
por bactérias colônias, produzindo intensa de transito entre a boca e o ceco. A loperamida
flatulência e cólica. também aumenta o tônus do esfíncter anal, efeito
 Emolientes fecais: O docusato de sódio é um que pode ter uso terapêutico para alguns
composto tensoativo, que atua no TGI de pacientes com incontinência anal. Também possui
modo semelhante a um detergente, a atividade antissecretória contra a toxina da
produzindo fezes de consistência mole. cólera e algumas outras formas de toxinas de E.
 Purgativos estimulantes: O sene possui coli. A loperamida é eficaz contra a diarreia do
atividade laxativa, visto que contém derivados viajante, usada sozinha ou isolada a
de andraceno (emodina) em combinação com antimicrobianos.
açucares, formando glicosídios. A droga passa
de modo inalterado pra o colón, onde as Difenoxilato e difenoxina
bactérias de hidrolisam a ligação glicosídicas, São derivados piperidinicos estruturalmente
liberando os derivados de antracenos livres, relacionados com a meperidina. A difenoxina é o
que são absorvidos e exercem efeitos metabolito ativo do difenorréia. Como
estimulantes direto sobre o plexo mioentérico, antidiarreicos, o difenoxilato e a difenocina são
resultando em atividade da musculatura lisa e, pouco mais potentes que a morfina.
portanto, defecação;
 Amolecedores: amolecem o material fecal,
permitindo a penetração de água e lipídeos.
Os mais comuns são o docusato e os
supositórios de glicerina.

Motilidade gastrointestinal
As drogas que aumenta a motilidade
gastrointestinal são a Domperidona, a
Metoclopramida que exerce um efeito estimulante
local significativo sobre a motilidade gástrica,
causando acentuada aceleração do esvaziamento
gástrico, sem estimulação concomitante da
secreção ácida gástrica. É útil no tratamento do
refluo gastroesofágico e no distúrbio do
esvaziamento gástrico.
FARMACOLOGIA CARDÍACA  Ações sobre o coração: Os inibidores da
Insuficiência cardíaca (IC): É uma alteração ECA diminuem a resistência vascular, o tônus
progressiva no qual o coração é incapaz de venoso e a pressão arterial. Diminuem a pré e
bombear sangue suficiente para suprir as pós-carga, resultando aumento do débito
necessidades do organismo. Seus sintomas são cardíaco. O uso de inibidores da ECA no
dispneia, fadiga e retenção de liquido. Ela é tratamento da IC diminui significativamente a
decorrente de uma redução da capacidade do morbidade e a mortalidade.
coração em encher-se de sangue ou ejetá-lo de  Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA
forma adequada. É frequentemente acompanhada são absorvidos de forma adequada, não
por aumento anormal do volume de sangue e de completamente, após a administração por via
líquido intersticial. Objetivos farmacológicos na oral. A presença de alimentos pode diminuir a
IC: São de aliviar os sintomas tornar lenta a absorção dos fármacos, eles devem ser
progressão da doença e aumentar a sobrevivência tomados com estomago vazio.
temos seis classes de fármacos usados para isso:  Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão
postural, insuficiência renal, hiperpotassemia,
Inibidores do sistema renina-angiotensina angiodema e tosse seca persistente. A
A IC causa ativação do sistema renina- possibilidade de hipotensão sintomática com o
angiotensina por dois mecanismos: uso de inibidores da ECA requer monitoração
a. Aumento da liberação de renina pelas células cuidadosa. Os inibidores da ECA não devem
justaglomerulares nas arteríolas aferentes ser usados em mulheres gestantes, pois estes
renais em resposta à diminuição da pressão fármacos são tóxicos para o feto.
de perfusão renal, resultante do coração
insuficiente; Bloqueadores de receptores de angiotensina
b. Liberação de renina pelas células (BRAs)
justaglomerulares promovida por estimulação São compostos ativos por via oral que são
simpática e ativação dos receptores β. A antagonistas competitivos potentes do receptor
produção de angiotensina 2, um potente tipo 1 de angiotensina. A Losartana é o fármaco
vasoconstritor, e a subsequente estimulação protótipo. Os BRAs têm a vantagem de bloqueio
da liberação de aldosterona que causa mais completo da ação de angiotensina, pois os
retenção de sal e água levam ao aumento da inibidores da ECA inibem somente uma enzima
pré-carga e da pós-carga, que é característica responsável pela produção de angiotensina 2.
da insuficiência cardíaca. Além disso, níveis Além disso, eles não afetam os níveis de
altos de angiotensina 2 e aldosterona têm bradicinina.
efeitos prejudiciais direto no músculo cardíaco,  Ações sobre o coração: Todos os BRAs são
favorecendo o remodelamento, a fibrose e as aprovados para o tratamento da hipertensão
alterações inflamatórias. com base na sua eficácia clinica em reduzir a
Dependendo da gravidade da IC e de fatores pressão arterial e diminui a morbidade e a
individuais do paciente uma ou mais classes de mortalidade associada a hipertensão. Seu uso
fármacos são usados. Os benefícios da na IC é como substituto dos inibidores da ECA
intervenção farmacológica incluem redução da por pacientes com tosse intensa ou
carga do miocárdio, diminuição do volume de angiodema.
líquido extracelular, aumento da contratilidade  Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA
cardíaca e redução da velocidade remodelamento são absorvidos de forma adequada, mas não
cardíaco. completamente, após a administração via oral.
A presença de alimentos pode diminuir a
Inibidores da enzima conversora de absorção dos fármacos, eles devem ser
angiotensina (ECA) tomados com estomago vazio. Com exceção
São os fármacos de escolha na IC. Eles do captopril, os inibidores da ECA são pró-
bloqueiam a enzima responsável pela fármacos que precisam de ativação por
transformação de angiotensina 1 no potente hidrolise pelas enzimas hepáticas. A
vasoconstritor angiotensina 2. Também diminuem eliminação renal da molécula ativa é
a velocidade de inativação da bradicinina pela importante para a maioria dos inibidores da
redução dos níveis de angiotensina 2 circulante, ECA;
os inibidores da ECA também diminuem a  Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão
secreção de aldosterona, resultando em menor postural, insuficiência renal, hiperpotassemia,
retenção de sódio e de água. angiodema e tosse seca persistente. Os
inibidores da ECA não devem ser usados em
mulheres gestantes, pois são tóxicos para o
feto.
Bloqueadores β-adrenérgicos  Glicosídeos digitálicos: são frequentemente
O benefício dos β-bloqueadores é atribuído, em chamados digitálicos ou digitálicos cardíacos,
parte, à sua propriedade de prevenir as mudanças pois a maioria dos fármacos é proveniente da
que ocorrem em virtude da ativação crônica do planta digitalis (dedadeira). São compostos
SNP, incluindo diminuição da frequência cardíaca quimicamente parecidos que podem aumentar
e inibição da liberação de renina dos β- a contratilidade do músculo cardíaco, vista
bloqueadores são aprovados para uso na IC: o disso, são muito usados no tratamento da IC.
carvedilol e o metoprolol de ação prolongada. O Os glicosídeos no músculo cardíaco, e dessa
carvedilol é um antagonista de β-adrenorreceptor forma, aumenta a contração do miocárdio atrial
não seletivo que também bloqueia β- e ventricular (ação ionotropica positiva). O
adrenorreceptor, o metoprolol e um antagonista β1 digitálico mais usado é a digoxina.
seletivo. O carvedilol e o metoprolol diminuem a  Farmacocinética: Todos os glicosídeos
morbilidade e a mortalidade associada à IC. O digitálicos possuem as mesmas ações
tratamento deve iniciar com baixas dosagens e farmacológicas, mas variam em potencia e
gradualmente ser titulada a dosagem eficaz com farmacocinética. A digoxina é muito potente,
base na tolerância do paciente. com índice terapêutico estreito e longa meia
vida de cerca de 36 horas. A digoxina é
Diuréticos eliminada de forma inalterada pelos rins.
Aliviam a congestão pulmonar e o edema Tem amplo volume de distribuição porque
periférico. Esses fármacos são úteis na redução acumula nos músculos. A digoxina tem
dos sintomas da sobrecarga de volume, incluindo tempo de meia-vida muito longo e é
ortopneia e dispneia paroxística noturna. Os extensamente biotransformado pelo fígado
diuréticos diminuem o volume plasmático, e, antes da excreção nas fezes, e os pacientes
subsequentemente, diminuem o retorno venoso ao com doenças hepáticas podem precisar
coração, diminuindo a carga de trabalho cardíaca reduzir as doses.
e a demanda de oxigênio. Os diuréticos podem  Efeitos adversos: A toxidade da digoxina é
diminuir também a pós-carga pela redução de uma das reações adversas a fármaco mais
volume plasmático, reduzindo, assim, a pressão comum encontrada. Os efeitos adversos
arterial. Os diuréticos tiazílicos são relativamente podem ser controlados suspendendo o uso
fracos e perdem eficácia em pacientes com do glicosídeo cardíaco, medindo o nível
depuração de creatina inferior a 50ml/min. Os sérico de potássio, e, se indicado,
diuréticos de alça são usados em pacientes que administrando suplemento de potássio. Os
necessitam diurese intensa e em pacientes com tipos de efeitos adversos são:
insuficiência renal. Os diuréticos de alça são os  Efeitos cardíacos: o mais comum é a
diuréticos mais usados na IC. arritmia caracterizada por tonar lenta a
condução átrio ventricular associado com
Vasodilatadores diretos arritmia arterial. Diminuição do potássio
A dilatação de vasos sanguíneos venosos leva a intracelular é o fato predisponente primário
uma diminuição na pré-carca cardíaca pelo nesse efeito.
aumento da capacitância venosa; dilatadores
arteriais reduzem a resistência arteriolar sistêmica Antagonistas da aldosterona
e diminuem a pós-carga. Os nitratos são os Pessoas com doenças cardíacas avançadas
dilatadores venosos mais usados e pacientes com apresentam níveis altos de aldosterona devido à
IC congestiva. Se o paciente é intolerante aos estimulação da angiotensina 2 e à redução da
inibidores da ECA ou aos β-bloqueadores, ou se depuração hepática do hormônio. A
necessária uma resposta vasodilatadora adicional, espironolactona é um antagonista direto da
pode ser usado à associação de hidralazina e aldosterona; desta forma previne a retenção de
dinitrato de isossorbida. Esta associação é muito sal, a hipertrofia miocárdica e a hipotassemia.
eficaz em pacientes negros com IC. A hidralazina Como ela promove retenção de potássio, os
diminui a pós-carga e o nitrato orgânico reduz a pacientes não devem receber suplementação de
pré-carga. potássio. Os efeitos adversos incluem distúrbios
gástricos, como gastrite e ulcera péptica, efeito
Fármacos ionotrópicos sobre o SNC, como letargia e confusão, e
Aumenta a contratilidade do músculo cardíaco e, alterações endócrinas, como ginocomastia,
dessa forma aumenta o débito cardíaco. Embora diminuição do libido e irregularidade menstrual.
esses fármacos atuem por diferentes
mecanismos, em todos os casos a ação inotrópica
é o resultado do aumento da concentração de
cálcio citoplasmático, o qual aumenta a
contratilidade do musculo cardíaco.
AGENTES ANTIARRÍTIMICOS Classes
A meta da terapia arrítmica é reduzir a atividade Os antiarrítmicos podem ser classificados de
do marca-passo ectópico e modificar a condução acordo com seu efeito predominante sobre o
ou refradariedade nos circuitos de reentrada para potencial de ação (PA). Os antiarrítmicos são
desabilitar o movimento em circulo. Os principais organizados em quatro classes de acordo com
mecanismos farmacológicos para isso são: seu mecanismo de ação. Os agentes
1. Bloquear os canais de sódio; antiarrítmicos de:
2. Bloquear os efeitos autônomos simpáticos no 1. Classe 1: São bloqueadores dos canais de
coração; Na+;
3. Prolongar o período refratário efetivo; 2. Classe 2: São bloqueadores dos receptores β-
4. Bloqueadores dos canais de cálcio. adrenérgicos;
Os antiarrítmicos diminuem a automaticidade dos 3. Classe 3: São bloqueadores dos canais de K+;
marca-passos ectópicos mais do que a do nó SA. 4. Classe 4: Bloqueiam os canais de Ca2+.
Também reduzem a condução e a excitabilidade e
aumentam o período refratário em maior extensão Classe 1
no tecido despolarizado do que no tecido normal As drogas de classe 1 exercem bloqueio direto
polarizado. Isso é feito ao bloquear seletivamente nos canais de Na+, com tendência variável, e se
os canais de sódio ou de cálcio das células diferenciam nas subclasses:
despolarizadas.  1A: Depressão moderada da fase 0 e da
O efeito específico de determinado bloqueador velocidade de condução, com bloqueio
dos canais decorre da função da corrente adicional dos canais de K+ e de retardo de
transportadora pelo canal específico no potencial repolarização;
de ação cardíaca.  1B: Depressão discreta a moderada da fase 0
+ 2+
e sem efeito nos canais de K+;
Ex.: Os b loqueadores dos canais de Na e Ca alteram o  1C: Depressão acentuada da fase 0 e da
+
potencial limiar, enquanto os b loqueadores dos canais de K
tendem a prolongar a duração do potencial de ação. condução, com pouco ou nenhum efeito nos
canais de K+.
+
Esses fármacos podem ter acesso ao canal Em consequência do bloqueio de Na , há um
iônico ao atravessar os poros do canal ou ao menor número de canais disponíveis para
difundir-se através da dupla camada lipídica abertura, em resposta à despolarização da
dentro da qual se encontra o canal. Os membrana elevando, assim, o limiar para o
bloqueadores dos canais iônicos dependente do disparo do potencial de ação e lentificando a taxa
estado constitui um importante conceito na ação de despolarização. Ambos os efeitos estendem à
dos fármacos antiarrítmicos. Os canais iônicos são duração da fase 4 e, diminuem a frequência
capazes de assumir vários estados de cardíaca.
conformação, e as mudanças na permeabilidade
da membrana a determinado íon são mediadas
por alterações conformacionais nos canais através
dos quais este íon passa. Com frequência, os
agentes antiarrítmicos exibem afinidades
diferentes por diferentes estados de conformações Figura 16: efeitos dos agentes antiarrítmicos da classe IAM ,
dos canais com maior afinidade do que outras IB e IC sobre o potencial de ação ventricular. (a) bloqueio
conformações do canal com maior afinidade. Esse moderado dos canais de Na +, (1) classe 1A; (b) repolarização
prolongada; (c) bloqueio leve dos canais na +; (2) classe 1B;
tipo de ligação é conhecido como ``dependente (d) repolarização encurtada; (e) acentuado bloqueio dos
do estado´´. Um bom exemplo são os canais de Na +; (3) classe IC; (f) nenhuma alteração na
+
bloqueadores dos canais de Na . repolarização.

O canal de Na + sofre alterações de seu estado (ab erto-  Classe 1A: Os antiarrítmicos da classe 1A
fechado-inativo) enquanto dura um potencial de ação. o canal exercem bloqueio moderado sobre os canais
torna-se inativo durante a fase de platô e modifica=se de Na+ e prolongam a repolarização tanto das
novamente para a conformação em repouso (fechado)
quando a memb rana é repolarizada para o seu potencial em células do nó AS* quanto dos miocitos
repouso. ventriculares. Através dos bloqueios dos
canais de Na+, esses agentes diminuem a
Os bloqueadores dos canais de Na+ ligam-se, velocidade de ascensão da fase 0, o que
preferencialmente ao canal de Na+ nos estados diminuem a velocidade de condução através
abertos e inativado, mas não do canal no seu do miocárdio.
estado de repouso (fechado). Dessa forma, os
fármacos tendem a bloquear os canais durante o
potencial de ação e a dissociar-se deles durante a
diástole.
 Procainamida: Ao bloquear os canais de O labetalol e o carvediol induzem a
sódio, ela prolonga a elevação do PA e a vasodilatação ao antagonizar a vasoconstrição
condução, e prolonga a duração do QRS do mediada pelos receptores α-adrenérgicos,
ECG. O fármaco também bloqueia a APD enquanto o pindolol é um agonista parcial nos
(uma ação de classe 3) por meio do bloqueio receptores β2-adrenérgicos.
inespecífico dos canais de potássio. A
procainamida possui ações depressoras Classe 3
diretas sobre os nodos SA e AV, as quais são Bloqueiam os canais de K+; Dois tipos de
contrabalanceadas apenas discretamente correntes determinam a duração da fase do platô
pelos bloqueios vagais induzidos por do PA* cardíaco: As correntes de Ca2+
fármacos. despolarizantes para dentro da célula e as
 Efeitos extracardíacos: Possui correntes de K+ hiperpolarizantes para fora da
propriedade de bloqueio ganglionar. Tal célula. Durante um PA* normal, as correntes de K+
ação a resistência vascular periférica e hiperpolarizantes diminuem a duração do platô,
pode provocar hipotensão, em particular com retorno mais rápido do PM, a seu valor em
como uso intravenoso. repouso, enquanto as correntes de K +
 Toxidade: Os efeitos cardíotóxicos da hiperpolarizantes menores aumentam a duração
procainamida incluem o prolongamento do platô e retardam o retorno do PM para o seu
excessivo do PA, o prolongamento do valor de repouso.
intervalo Q-T e a indução da arritmia A Ibutilida é um agente de classe 3 que prolonga
torsades de pointes e sincope um efeito a repolarização através da inibição da corrente de
colateral preocupante da terapia com K+ retificação tardia. Esse agente também
procainamida á longo prazo é uma intensifica a corrente de Na+ lenta dirigida para
síndrome que se assemelha ao lúpus dentro da célula, que prolonga ainda mais a
eritematoso e que, comumente, consiste repolarização.
em artralgia e artrite. A Dofetilida é um agente de classe 3 apenas
 Farmacocinética: Podem ser administrada disponível por VO. Inibe o componente rápido da
por via intravenosa e intramuscular, sendo corrente retificadora de K+ tardia e não exerce
absorvida por VO. Ela é eliminada por nenhum efeito sobre a corrente de Na+ para dentro
metabolismos hepáticos e pelos rins. Tem da célula. A dofetilida aumenta a duração do PA*
meia vida de 4 a 3 horas, exigindo e prolonga o intervalo QT de forma dependente da
dosagem frequente ou uso de forma de dose.
liberação lenta. O Sotalol é um agente antiarrítmico misto das
classes 2 e 3. Esse fármaco antagoniza não
Classe 2 seletivamente os receptores β-adrenérgicos e
São os antagonistas β-adrenérgicos, atuam também aumentam a duração do PA* ao bloquear
através da inibição dos influxos simpáticos para as os canais de K+.
regiões de regulação do ritmo do coração. A A Amiodarona é o principal agente antiarrítmico
estimulação simpática libera NoE, que se liga aos da classe 3 mas também atua como antiarrítmico
receptores β-adrenérgicos nos tecidos nodais. da classe 1, 2 e 4. A capacidade da amiodarona
Essa ativação desencadeiam um aumento na de exercer essa diversidade de efeitos pode ser
corrente marca-passo que aumenta a frequência explicada pelo seu mecanismo de ação: Alteração
de despolarização da fase 4 e, leva a um disparo da membrana lipídica na qual se localizam os
mais frequente do nó. Os antagonistas β- canais iônicos e os receptores. Em todos os
adrenérgicos não seletivos que antagonizam os tecidos cardíacos, a amiodarona aumenta o
receptores tanto β 1-adrenérgicos quanto β2- período refratário efetivo através do bloqueio dos
adrenergicos. São amplamente usados no canais de K+ responsável pela repolarização, esse
tratamento da taquiarritmias causadas por prolongamento da duração do potencial de ação
estimulação das catecolaminas durante o diminuindo a reentrada.
exercicio físico ou o estresse emocional.
 Propanolol: Reduz a incidência de arritmias
súbitas fatais depois do infarto do miocárdio.
Reduzem a taxa de mortalidade no primeiro
ano após uma taque cardíaco, em parte devido
a sua capacidade de prevenir arritmias
ventriculares;
 Metoprolol: Antagonista β-adrenérgico mais
usado no tratamento de arritmias cardíacas,
ele reduz o risco de broncoespasmo. É
extensamente biotransformado e tem ampla
penetração no SNC.
Classe 4 ANTIAGINOSO
Atuam nos tecidos nodais AS* e AV, pois eles A doença aterosclerótica das artérias coronária,
dependem das correntes de Ca2+ para a fase de é a causa mais comum de mortalidade em todo o
despolarização do Pa*. A principal ação mundo. Os pacientes comumente morrem por
terapêutica dessa classe é lentificar a ascensão insuficiência da bomba devido a um infarto do
do PA* nas células do nó AV, resultando em miocárdio ou devido à arritmia fatal. A doença das
diminuição da velocidade de condução através do artérias coronárias pode e apresentar de
nó AV. (verapamil e diltiazem). diferentes formas, como angina de peito, síndrome
 Verapamil: Apresenta maior ação no coração coronária aguda, arritmias respiração curta.
do que no músculo liso vascular, ao passo que Angina pectoris é um quadro repentino e grave
o nifedipino, um bloqueador de canal de cálcio caracterizado por dor comprimindo o peito que se
usado no tratamento de hipertensão, exerce irradia pelo pescoço, pela mandíbula, pelas costas
um efeito mais intenso no musculo liso pelos braços. É causada pelo fluxo sanguíneo
vascular do que no coração. O diltiazem tem coronário é insuficiente para suprir a demanda de
uma ação intermediária. oxigênio do miocárdio, levando à isquemia.
 Farmacocinética: O verapamil e o diltiazem São usados três classes de fármacos,
são absorvidos após administração por VO. O isoladamente ou em associações, são usados no
verapamil é extensamente biotransformado tratamento de pacientes com angina estável. Eles
pelo fígado: portanto, deve-se ter cuidado diminuem a demanda de oxigênio pelo coração
quando esse fármaco é administrado em afetando a pressão arterial, o retorno venoso, a
paciente com disfunção hepática. frequência e a contratilidade cardíaca.
 Efeitos extracardíacos: Bloqueia os canais  Nitratos orgânicos (nitroglicerina): usados
de cálcio do tipo L ativados e inativados. no tratamento da angina pectoris são ésteres
Assim, seu efeito é mais acentuado nos simples ácidos nítricos e nitrosos com glicerol.
tecidos que se despolarizam com frequência, Esses compostos causam rápida redução na
naquelas que estão menos completamente demanda miocárdica de oxigênio, seguido por
polarizados em repouso, e naqueles em que alivio rápido dos sintomas. Os nitratos inibem a
a ativação depende apenas da corrente de vasoconstrição ou espasmo coronariano
cálcio, como os nodos AS e AV. o verapamil aumentando a perfusão do miocárdio e assim
lentifica o nodo SA e AV por meio de sua aliviam a angina vasoespaticas também
ação direta, mas sua ação hipotensora relaxam as veias, diminuindo a pré-carga e o
ocasionalmente resulta num pequeno consumo cardíaco da angina de esforço. A
aumento do reflexo da frequência SA. nitroglicerina diminui o consumo de oxigênio
 Efeitos adversos: Tem propriedades pelo miocárdio em virtude da diminuição do
inotrópicas negativas e, podem ser trabalho cardíaco.
contraindicado em pacientes com função  Farmacocinética: O tempo de
cardíaca deprimida preexistente. Ambos os estabelecimento da ação varia de um minuto
fármacos também podem diminuir a pressão para a nitroglicerina a mais de uma hora para
arterial devido à vasodilatação periférica um o mononitrato de isossorbida. Ela sofre
efeito que é até benéfico no tratamento da biotransformação de primeira passagem no
hipertensão. fígado. Dessa forma, é comum o seu uso por
via sublingual ou adesiva transdérmico,
evitando, assim, essa via de eliminação.
 Efeitos adversos: O efeito adverso mais
comum é a cefaleia, doses altas também
causam hipotensão postural, rubor facial e
taquicardia. Os inibidores da fosfodiesterase-
5 como sildenafila, potencializam a ação dos
nitratos.
ANTI-HIPERTENSÃO Diuréticos
A hipertensão é definida como uma pressão Os fármacos que bloqueiam as funções de
sanguínea sistólica contínua maior do que transporte dos túbulos renais são ferramentas
140mmHg ou uma pressão sanguínea diastólica clinicas valiosas no tratamento desses distúrbios.
contínua maior do que 90mmHg. A hipertensão Um diurético aumenta o volume de urina, em
resulta do aumento do tônus do músculo liso quanto um natriurético provoca aumento na
arteriolar vascular periférico, que leva ao aumento excreção renal de 11Na, e um aquarético aumenta
da resistência arteriolar e à redução da a excreção de água sem solutos. Reduzem a
capacitância do sistema venoso. pressão arterial, sobretudo ao produzirem
O objetivo do tratamento é reduzir a morbidade depleção das reservas corporais de 11Na.
cardiovascular e renal e a mortalidade. Os Inicialmente, reduzem a pressão arterial ao
fármacos usados no tratamento da hipertensão diminuírem o volume sanguíneo e o débito
são classificados em quatro categorias com o cardíaco, pode ocorrer aumento da resistência
objetivo de orientar o tratamento. vascular periférica. Os diuréticos são efetivos na
Todos os agentes anti-hipertensivos atuam num redução da pressão arterial em 10 a 15mmHg na
ou mais dos quatro locais anatômicos de controle: maioria dos pacientes, e, com frequência, os
como rim, coração, artérias e veias. Produzindo diuréticos usados isoladamente proporcionam um
efeitos ao interferirem nos mecanismos normais tratamento adequado para a hipertensão leve ou
da regulação da pressão arterial. Esses fármacos moderada. Os diuréticos tiazídicos são
são divididos de acordo com o principal local apropriados para maioria dos pacientes com
regulador ou mecanismos comuns de ação. As hipertensão leve ou moderados, e com
categorias incluem: normalidade das funções cardíaca e renal. Os
1. Diuréticos: Reduzem a pressão arterial por diuréticos poupadores de 19K são úteis tanto para
meio da depleção de 11Na corporal, diminuição evitar a depleção excessiva de 19K quanto para
do volume sanguíneo, talvez, outros aumentar os efeitos natriuréticos de outros
mecanismos; diuréticos. O tratamento com doses baixas de
2. Agentes simpaticoplégicos: Baixam a diuréticos e seguro, barato e eficaz na prevenção
pressão arterial por meio da redução da de derrame, infarto do miocárdio e IC congestiva,
resistência vascular periférica, inibição da todos os quais podem causar morte.
função cardíaca e aumento do acúmulo  Diuréticos tiazilicos: Todos os diuréticos
venoso nos vasos de capacitância. Esses orais são eficazes no tratamento da
agentes são ainda subdivididos de acordo com hipertensão, mas os tiazilicos tem sido os mais
seus supostos locais de ação no arco-reflexo usados. Os tiazílicos, como a hidroclorotiazida
simpático; e a clortalidona, diminuem a pressão arterial
3. Vasodilatador direto: Reduzem a pressão ao inicialmente por aumentar a excreção de sódio
relaxarem o músculo liso vascular, relaxando, e água. Isso causa uma redução do volume
os vasos da resistência e, aumentando extracelular, resultando em diminuição do
também a capacitância; debito cardíaco e do fluxo sanguíneos renal.
4. Agentes que bloqueiam a produção ou  Farmacocinética: Os diuréticos tiazílicos
ação da angiostensina: Reduzem a são ativados por VO. A velocidade de
resistência vascular periférica e o volume absorção e eliminação vária embora
sanguíneo. nenhuma vantagem nítida exista entre eles.
Todos os tiazilicos são substratos ar o
sistema excretor de acido orgânico do
néfron e, como tal, podemos competir com o
ácido úrico pela eliminação.
 Efeitos adversos: Os diuréticos tiazilicos
induzem hipotassemia e hiperuricemia em
70% dos pacientes e hiperglicemia em 10%.
Podem causar ataque agudo da gota.
 Agentes que diminuem a reabsorção renal Reguladores de volume
de Na+: O rim modifica a composição iônica do Inibidores do sistema renina-angiotensina
filtrado glomerular através da ação combinada Usa 3 estratégias para a interromper o sistema
de transportadores e canais iônicos nas renina-angiotensina-aldosterona (RAA):
membranas. Esse transporte pode ser 1. Os inibidores da ECA reduzem a pressão
modulado farmacologicamente pelas ações de arterial reduzindo a resistência vascular
agentes diuréticos para regular o volume e a periférica sem aumentar reflexamente o débito,
composição da urina. A inibição da reabsorção a frequência ou a contratilidade cardíaca. Eles
de íons leva a uma redução da força bloqueiam a ECA que hidrolisa a angiotensina1
propulsora osmótica que favorece a para formar a angiotensina2. Também é
reabsorção de H2O nos segmentos do néfron responsável pela degradação da bradicinina
permeáveis à H2O. Os diuréticos atuam sobre que aumenta a produção de óxido nítrico e
a reabsorção de 11Na ao longo dos 4 prostaciclina nos vasos sanguíneos. Diminuem
segmentos dos néfron. O rim concentra e os níveis de angiotensina2 e aumenta os de
secreta esses fármacos na luz tubular, bradicinina ocorre vasodilatação de arteríolas
permitindo que os diuréticos alcancem e veias como resultado de combinação de
concentrações mais altas no túbulo do que no efeitos de vaso constrição diminuída causada
sangue. pela redução dos níveis de angiotensina2 e
 Diuréticos de alça: Atuam no ramo vasodilatação devido ao aumento da
ascendente da alça de Henle, causando bradicinina. Reduzindo os níveis de
inibição competitiva do co-transportador de angiotensina2, os inibidores da ECA diminuem
Na+ e -K+, na membrana apical das células do a secreção de aldosterona, resultando em
ramo ascendente da alça. Ocorre também menor retenção de 11Na e H2O. Os inibidores
inibição da reabsorção no túbulo contorcido da ECA diminuem a pré-carga e a pós-carga
distal, podendo resultar em aumento do aporte cardíaca, reduzindo, assim, o trabalho
de 20Ca e 12Mg luminal nos locais distais de cardíaco.
reabsorção no túbulo contorcido distal, 2. Os antagonistas dos receptores de
resultando em excreção aumentada de 20Ca e angiotensina: Como a Losartana e a
de 12Mg. Valsartana, inibem a ação da AT2 em seu
 Diuréticos do ducto coletor (poupadores de receptor. Aumenta indiretamente a atividade
potássio): Aumentam a reabsorção de 19K no do relaxamento vascular dos receptores AT2.
néfron. Os agentes pertencentes a essa classe Tanto os inibidores da ECA quanto os
interrompem a reabsorção de Na+ das células antagonistas AT1 aumentam a liberação de
principais do ducto coletor através de 2 renina como mecanismo compensatório, no
mecanismos. Os agentes como a caso do bloqueio AT1, o aumento da AT2
espirolactona inibem a biossíntese de novos resulta em sua interação aumentada com
canais de Na+ nas células principais, enquanto receptores AT2.
os agentes como a amilorida bloqueia a 3. Os antagonistas do receptor de minérios ou
atividade dos canais de Na+ na membrana corticoides bloqueiam a ação da aldosterona
luminal dessas células. A espironolactona inibe no ducto coletor do néfron.
a ação da aldosterona através de sua ligação
ao receptor de mineralocorticoides, impedindo
a sua translocação nuclear e amilorida é um
inibidor competitivo do canal de Na+ epitelial
na membrana apical das células epiteliais.
 Diuréticos osmóticos: Como o Manitol, são
pequenas moléculas filtradas no glomérulo,
mas que não sofrem reabsorção subsequente
no néfron. Consequentemente, representam
uma força osmótica intraluminal que limita a
reabsorção de H2O através dos segmentos do
néfron permeáveis à H2O. Os efeitos dos
agentes osmóticos são maiores no túbulo
proximal, onde ocorre a maior parte da
reabsorção isosmótica de H2O.
 Diuréticos inibidores da anidrase
carbônica: É encontrada em locais do néfron,
onde catalisam a desidratação do H3CO3 à
CO2 na membrana luminal e a reidratação do
CO2 a H3CO3 no citoplasma. Ao bloqueá-la os
inibidores reduzem a reabsorção de NaHCO 3 e
causam diurese.
FARMACOLOGIA DA DOR A morfina ou a diamorfina (heroína) administradas
A dor é subjetiva, difícil de definir, embora por via intravenosa, o resultado será um ``ímpeto
saibamos o que significa. É a resposta direta a um súbito´´ que se assemelha a um orgasmo
evento indesejável ligado a lesão tecidual, como abdominal. A euforia produzida depende das
trauma, inflamação ou câncer, as dores intensas circunstâncias. Nos pacientes angustiados, é
podem originar-se de qualquer causa pronunciado, as nos pacientes acostumados a dor
predisponente obvia ou persistir por muito tempo crônica, a morfina causa analgesia com pouca ou
depois que a lesão esteja resolvida. Também nenhuma euforia. Alguns pacientes relatam
pode ocorrer em consequência de lesão cerebral agitação, e não euforia, sob estas circunstâncias.
ou de nervo. As afecções dolorosas do segundo  Depressão respiratória: Resultando em
tipo são geralmente descritos como dores aumento da PCO 2 arterial, ocorre com uma
neuropáticas. São causa comuns de incapacidade dose normal analgésica de morfina ou
e angustia e, em geral, respondem menos aos compostos relacionados, embora em pacientes
analgésicos convencionais que as afecções em com dor grave o grau de depressão
que a causa imediata está clara. respiratória produzido possa ser menor do que
E condições normais, a dor associa-se à o antecipado. A depressão respiratória e
atividade de impulsos em fibras aferentes mediada por receptores μ. O efeito depressor
primárias dos nervos periférico. Estes nervos está associado à diminuição da sensibilidade
possuem terminações sensitivas nos tecidos do centro respiratório à PCO 2 arterial e à
periféricos e são ativados por estímulos de vários inibição da geração do rito respiratório.
tipos (mecânicos, térmicos e químicos). A maioria  Depressão do reflexo da tosse: A supressão
dos neurônios de fibras não-mielinizadas (C*) é da tosse surpreendentemente, não se
associado as terminações nociceptivas polimodais relaciona com as ações analgésicas e
e transmite dor profunda, difusa e em queimação, depressoras dos opióides, e seu mecanismo
enquanto as fibras mielinizada (Aδ) transmitem ao nível dos receptores não está claro. A
dor aguda bem localizada. As fibras C* e Aδ codeína e a folcodina suprimem a tosse em
transmitem a informação nociceptiva proveniente doses subanalgésica, porém causam
do musculo e das vísceras, assim como as da constipação como efeito adverso.
pele. A lesão tecidual é a causa imediata da dor e  Náuseas e vômitos: Ocorrem em até 40%
resulta e liberação local de uma variedade de dos pacientes a quem se administra morfina, e
substâncias químicas que atuam sobre as não parecem ter efeitos separáveis do efeito
terminações nervosas, seja ativando-as analgésico entre uma variedade de analgésico
diretamente, ou potencializando sua sensibilidade opioides. O local de ação é a área postrema,
a outras formas de estimulação. região do bulbo e que muitos tipos de
estímulos químicos podem iniciar os vômitos.
OPIÓIDES Náuseas e vômitos após a injeção de morfina
O ópio é um extrato do suco da papoula, que geralmente são transitórios e persistem e
contém morfina e outros alcaloides relacionados. possam limitar a adesão do paciente. A
São usados para fins medicinais a milhares de administração aguda da morfina-6-glucuronida,
anos, como agente promotor de euforia, analgesia um metabolito ativo da morfina, pode produzir
e para evitar a diarreia. náuseas e vômitos, devido ao fato de ser mais
polar e não penetrar na área postrema, como a
Morfina morfina.
Os efeitos, mas importantes da morfina ocorrem  Constrição pupilar (miose): É causada por
no SNC e no TGI, embora tenham sido descritos estimulação do núcleo do nervo oculomotor
vários efeitos de significativos menores sobre mediado pelos receptores μ e k. Pupilas
outros sistemas. puntiformes são características para
 Efeitos no SNC: diagnosticar intoxicação por opioides, porque a
 Analgesia: Tem efeito na maioria dos tipos maioria das causas de coma e depressão
de dores agudas e crônicas, em geral, menos respiratória produz dilatação pupilar. A
eficaz nas síndromes de dor neuropática do tolerância não se desenvolve à constrição
que nas dores associadas à lesão tecidual, induzida pelos opioides e, portanto, pode ser
inflamação ou crescimento tumoral. Ela observado em usuários de drogas
também reduz o componente afetivo da dor. dependentes de opioides que estejam usando
 Euforia: A morfina causa potente sensação opióide por tempo considerável.
de contentamento e bem estar. É um  Efeitos no TGI: Os opióides aumentam o
componente importante de seus efeitos tônus e reduz a motilidade em muitas pares do
analgésicos, porque a agitação e a ansiedade sistema do TGI, resultando em constipação, eu
associadas a uma doença dolorosa ou pode ser grave e problemática para o paciente.
trauma, são assim reduzidos. O atraso resultante nos esvaziamento gástrico
pode retardar a absorção de outros fármacos.
A pressão no trato biliar aumenta em razão da
contração da bexiga e constrição do esfíncter PARACETAMOL
biliar. Os opioides devem ser evitados em Os fármacos anti-inflamatórios não esteroidais
pacientes que sofrem de dores biliares devido (AINEs) são usados para tratar afecções
a cálculos, nos quais pode ser aumentada ao inflamatórias dolorosas e para reduzir quadros
invés de aliviadas. febris. Ele difere dos outros AINEs por produzir
 Outras ações dos opióides: A morfina efeitos analgésicos e antipiréticos, enquanto lhe
libera histamina dos mastócitos através de faltam os efeitos anti-inflamatórios. Não possui a
ação não relacionada aos receptores opióide. tendência de outros AINEs para causar ulceração
A liberação de histamina pode causar efeitos gástrica e sangramento. O paracetamol é bem
locais, como urticária e prurido no local da absorvido por VO, e sua meia vida plasmática é
injeção, ou efeitos sistêmicos, chamados de cerca de 3 horas. É metabolizado por
broncoconstrição e hipotensão. O efeito hidroxilação, conjugação principalmente como
broncoconstritor pode ter serias glicuronideo e eliminado na urina. A
consequências para os pacientes asmáticos superdosagem de paracetamol causa grave lesão
,aos quais a morfina não deve ser hepática, comumente fatal, e o fármaco costuma
administrada. A hipotensão e a bradicardia ser usado em tentativas de suicídios.
ocorrem com doses elevadas da maioria dos
opioides, devido à ação sobre a medula. Com
a morfina e fármacos similares, a liberação
de histamina pode contribuir para a
hipotensão. Os efeitos no músculo liso são
leves embora possam ocorrer espasmos
uterinos, da bexiga e dos ureteres. Os
opioides exercem efeitos imunossupressores
complexos, e podem ser importantes, como
ligação entre o SN e a função imunológica.
 Tolerância e dependência: Os diferentes
mecanismos adaptativos celulares são
responsáveis pela tolerância e dependência.
Estes fenômenos ocorrem, sempre que os
opioides são administrados por mais que
alguns dias.
 Tolerância: A tolerância às muitas ações dos
opioides desenvolve-se em alguns dias, como
administração repetitiva. A rotatividade de
fármaco e frequentemente usado na clinica
para superar a perda da eficácia.
 Dependência física: Refere-se a
determinado estado em que a retirada do
fármaco causa efeitos fisiológicos adversos,
ou seja, síndrome de abstinência.
 Farmacocinética: A absorção da morfina por
VO é variável. A própria morfina é absorvida
sendo comumente administrada por via
intravenosa ou intramuscular para tratar dor
aguda, intensa, a morfina por via oral, costuma
ser usada para aumentar sua duração de
ação. A codeína é bem absorvida e
administrada por via oral. A maioria dos
fármacos parecidos à morfina passa por
considerável metabolismo de primeira
passagem, e, portanto, eles são muito menos
potentes quando usado por VO, e não
injetados. A meia vida plasmática da morfina é
de 3 a 6 horas. O metabolismo hepático é a
principal modalidade de inativação, geralmente
por conjugação com glicuronideo.
 Efeitos adversos: A superdosagem aguda
com morfina resulta em coma e depressão
respiratória, caracteristicamente com
constrição pupilar.
ANTIINFLAMATÓRIO As duas enzimas são homologas; no entanto, a
A inflamação é uma resposta normal de conformação para os sítios de ligação ao
proteção às lesões teciduais causadas por trauma substrato e regiões catalíticas é um pouco
físico, agentes químicos ou microbiológicos diferente.
nocivos. A inflamação é a tentativa do organismo
de inativar ou destruir os organismos invasores, Ex.: A COX2 apresenta um canal de sub strato maior e mais
flexível do que a COX1 que apresenta um espaço maior no
remover os irritantes e preparar o cenário para o
sítio de ligação dos inib idores.
reparo tecidual. Quando a recuperação está
completa, normalmente o processo inflamatório 2. Via da lipoxigenase: Alternativamente, muitas
cessa. Entretanto, pode ocorrer ativação impropria lipoxigenases podem agir sobre o ácido
do sistema imune resultando em inflamações e
araquidônico para formar 5HPETE, 12HPETE
causando doenças imunomediadas, como a artrite
e 15HPETE, que são derivados peroxidados
reumatoide (AR*) A reação inflamatória está
instáveis e se convertem nos correspondentes
presente em quase todas as lesões produzidas no derivados hidroxilados (Os HETES) ou em
organismo humano. As manifestações clínicas do
leucotrienos ou lipoxinas, dependendo do
processo inflamatório são dor, hiperalgésia, tecido. Os fármacos antileucotrienos, como o
eritema, edema e limitação funcional. Os fármacos zileutona, o zafirlucaste e o montelucaste, são
AINEs e celecoxibe (inibidor do COX2). uteis no tratamento da asma alérgica
moderada.
Prostaglandinas (PG´s)
Todos os AINEs inibem a síntese das PG´s.
 Bimatoprosta e latanoprosta: A latanoprosta
Assim, para entender os AINEs, precisamos
é um análogo da PGF2 indicado para o
compreender a atividade e biossíntese da PG´s.
tratamento do glaucoma de ângulo aberto e
As PG´s e os compostos relacionados são
pressão intraocular alta. O bimatoprosta
produzidos em mínimas quantidades por
mimetiza as prostamidas endógenas
praticamente todos os tecidos. Geralmente atuam
resultando na mesmo redução da pressão
localmente nos tecidos, onde são sintetizados,
intraocular eficaz. Assim, o bimatoprosta
sendo rapidamente metabolizados em produtos
aumenta a proeminência, o comprimento e a
inativos nos seus locais de ação. Eles não
pigmentação dos cílios e também esta
circulam em quantidades significativas no sangue.
aprovado para o tratamento da hiposicose dos
 Síntese: O ácido araquidônico é o principal
cílios.
precursor da PG´s e dos compostos  Mecanismo de ação: Fixando-se ao receptor
relacionados. Está presente em componentes
FP das PG´s, latanoprosta e travoprosta
dos fosfolipídios das membranas celulares. O
aumenta o efluo uveoescleral diminuindo a
acido araquidônico livre é liberado dos
pressão intraocular. O efeito do bimatoprosta
fosfolipídios teciduais pela ação da fosfolipase
é similar.
A2 e outra acidrolases por um processo  Efeitos adversos: As reações oculares
controlado por hormônios e outros estímulos. incluem visão turva, alteração na coloração
Existem duas vias para a síntese de íris (aumenta a pigmentação marrom),
eicosanoides a partir do ácido araquidônico: aumento do número e pigmentação dos
1. Via da ciclo-oxigenase: Todos os
cílios, irritação ocular e sensação de corpo
eicosanoides com estrutura de anéis (PG´s,
estranho,
tromboxanos e prostaciclinas) são
sintetizados pela via da ciclo-oxigenase.
Temos duas isoformas relacionadas das
enzimas ciclo-oxigenase.
a. Ciclo-oxigenase 1 (COX1): Responsável
pela produção fisiológica de prostanóides. A
COX1 é uma enzima constitutiva, regulando
os processos celulares normais, como a
citoproteção gástrica, a homeostase
vascular, a agregação plaquetária e as
funções reprodutiva e renal.
b. Ciclo-oxigenase 2 (COX2): Provoca a
produção elevada de prostanóides que
ocorrem em locais de doença e inflamação
crônica. A COX2 é expressa de forma
constitutiva em tecidos, como cérebro, rins e
ossos. Sua expressão em outros locais
aumenta durante os estados inflamatórios
crônica.
 Ação terapêutica: As PG´s tem papel  Ibuprofeno: Possui atividade anti-inflamatória,
principal na modulação da dor, inflamação e analgésica e antipirética, além disso, podem
febre. Também controla funções, como alterar a função das plaquetas e prolongar o
secreção ácida e a produção de muco no TGI, tempo de sangramento. São inibidores
a contração uterina e o fluxo de sangue nos irreversíveis da ciclo-oxigenase, inibindo a
rins. As PG´s também estão entre os síntese de PG´s, mas não de leucotrienos. É
mediadores químicos liberados nos processos bem absorvido por VO, ligando-se quase que
alérgicos e inflamatórios. totalmente à albumina plasmática. Sofrem
 Ação anti-inflamatória: Os AINEs inibem a biotransformação hepática e são excretados
ciclo-oxigenase e, consequentemente, pelos rins.
provocam a redução das PG´s vasodiladoras  Efeitos adversos: Os mais comuns são no
(PGE2 e PGI2) e que está associado a menor TGI, variando desde dispepsia até
vasodilatação e, indiretamente, menos sangramento. Também foram registrados
edema. Não há redução de acumulo de efeitos adversos envolvendo o SNC, como
células inflamatórias, porem os AINEs cefaleia, zumbidos e tonturas.
impedem a saída do exsudato (enzimas,  Piroxicam e Meloxicam: Usados no
células de defesa, citocinas, proteínas do tratamento da AR* da espondilite anquilosante
complemento) o paracetamol não possui e da osteoartrite, apresenta meias-vias longas,
ação anti-inflamatória considerável. o que permiti a administração uma vez ao dia.
 Ação antipirética: Devido, a diminuição da O fármaco original e os metabólitos são
PGE2 que é responsável pela elevação do excretados pelos rins na urina. o meloxicam
ponto de ajuste hipotalâmico para o controle inibe a COX1 e a COX2, com ligação
de temperatura na febre. Os anti-inflamatórios preferencialmente a COX2 e em doses baixas
ativam o hipotálamo e este induz a expressão a moderadas, provoca menos irritação do TGI
de COX2 que produz as PG´s. do que o piroxicam. A excreção do meloxicam
 Ação analgésica: A diminuição de PG´s é realizada principalmente na forma de
significa menos sensibilização das metabolitos e ocorrem igual proporção na urina
terminações nervosas nociceptivas a e nas fezes.
mediadores inflamatórios, como a bradicinina.
O alivio da cefaleia é devido à menor
vasodilatação cerebral mediada pelos PG´s.
as PG´s são responsáveis por diminuir o
limiar de excitabilidade dos nociceptores das
fibras C e Ag responsáveis pela sensação de
dor.
 Salicilatos (AAS): O ácido salicílico foi
descoberto devido às suas ações antipiréticas
e analgésicas. A aspirina provoca inativação
irreversível da COX1 e COX2. Também é eficaz
em baixas doses, em distúrbios
cardiovasculares devido a sua ação
antiplaquetária. Os tipos de dores que são
aliviadas pelos salicilados são de pouca
intensidade e originam-se mais de estruturas
tegumentares que das vísceras, especialmente
cefaleia, mialgia e artralgia.
 Efeitos adversos: Desconforto epigástrico,
náuseas, vômitos. Não pode ser usados em
pacientes hemofílicos ou que usam heparina
ou anticoagulantes orais, devido ao risco de
hemorragias. A ingestão de salicilados causa
o prolongamento do tempo de sangramento.
Este efeito é devido à acetilação irreversível
da cicloxigenase plaquetária e a consequente
redução da formação de tromboxano A2.
FARMACOLOGIA ANTIFÚNGICA Inibidores da síntese de DNA
Os fungos são células eucarióticas sem  Flucitosina (5FC): Agente antifúngico sintético
mobilidade. Diferente das plantas eles não fazem que, administrado por VO, mostra-se ativo
fotossíntese e são de natureza parasitária. Tem contra uma gama limitada de infecções
parede celular rígida composta de quitina, um fúngicas sistêmicas, sendo eficaz em
polímero de N-acetil-glicosamina, em vez de infecções causadas por leveduras.
peptideoglinao. As membranas celulares fungicas Administrado só desenvolve resistência à
contém ergosterol, em vez de colesterol, droga durante o tratamento razão pela qual é
encontrados nas membranas de mamíferos. comum ser associada com anfotericina para
Essas características químicas são úteis no infecções graves, como a meningite. Isto se dá
tratamento das infecções bacterianas, e, ao devido ao fato de ocorrer mutações na citocina
contrário, as bactérias são resistentes aos permease ou citosina desaminase do fungo.
fármacos antifúngicos.  Mecanismo de ação: A 5FC é convertida no
As infecções fúngicas são chamadas de antimetabólito 5-fluoracil (5FU) por células
micoses, podem ser dividida em infecções dos fungos, mas não em células humanas. O
superficiais e sistêmicas. 5FU inibe a timidilato sintetase e, portanto a
 As infecções fúngicas superficiais: Podem síntese de DNA. Em geral, a flucitosina é
ser classificadas em dermatomicoses e administrada por infusão intravenosa, mas
candidíase. também pode ser usado por VO.
 As dermatomicoses são infecções da pele,  Farmacocinética: A 5FC é bem absorvida
dos cabelos e das unhas causadas por por VO. Distribui-se por toda a água corporal
dermatófitos. e penetra bem no LCR. A 5FC é detectável
 A candidíase superficial, o microrganismo em pacientes e resulta da biotransformação
leveduriforme infecta as mucosas da boca da 5FC pelas bactérias intestinais. A
(afta) ou da vagina ou pele. excreção do fármaco e seus metabolitos é
 As infecções sistêmicas (micoses por filtração glomerular, a dosagem precisa
profundas): Podem envolver órgãos internos ser ajustada em pacientes com função renal
ou acometer todo o organismo do hospedeiro, comprometida.
produzindo variado quadro anatomopatológico.  Efeitos adversos: A 5FC causa neutropênia,
Os fungos dimórficos estão muito associados a trombocitopenia reversível e depressão dose-
esta condição. dependente da medula óssea. Deve-se ter
Os agentes antifúngicos devem possuir quatro cautela e pacientes submetidos à radiação ou
características: quimioterapia com fármacos que deprimem a
1. Amplo espectro de ação contra uma variedade medula óssea. Pode ocorrer disfunção
de fungos patógenos; hepática reversível com elevação das
2. Baixa toxicidade farmacológica; transaminases êmese e diarreia, são comuns,
3. Múltiplas vias de administração; e pode ocorrer também grave enterocolite.
4. Excelente penetração no líquido
cefalorraquidiano. Inibidores da mitose
Os principais alvos moleculares da terapia  Griseofulvina: Agente antifúngico de pequeno
antifúngica consistem em enzimas e outras espectro. Interfere na mitose pela ligação com
moléculas envolvidas na síntese de DNA, na os microtúbulos fúngicos, pode ser usado para
mitose, na síntese de membrana plasmática e na tratar as infecções desmatofiticas da pele ou
síntese das paredes celular dos fungos. das unhas, quando o tratamento local é
ineficaz, tratamento precisa ser prolongado.
 Farmacocinética: é administrado oralmente
é pouco hidrossolúvel, e absorção varia com
o tipo de preparação; em partículas, o
tamanho da partícula. Ela é cantada
seletivamente pela pele recém-formada e
concentrada na queratina. A meia vida
plasmática é de 24 horas, porém ela fica
Figura 41: Os fármacos antifúngicos atualmente disponíveis retida na pele por muito mais tempo. Ela
atuam sobre alvos moleculares distintos. (a) núcleo; (b) As induz potencialmente as enzimas P450 causa
alilaminas, as benzilaminas, osimidazólicos e os triazólicos
inibem a via de síntese do ergosterol no retículo varias interações farmacológicas importantes.
endoplasmático. (c) As equinocandinas inibem a síntese da  Efeitos adversos: São frequentes, porém o
parede celular dos fungos. (d) Os polienos ligam-se ao
ergosterol na membrana fúngica e, portanto, rompem a
fármaco pode causar alterações gástricas,
integridade da membrana plasmática. A anfotericina é um cefaleia e fotossensibilidade. Reações
polieno representativo. (e) A flucitosina inibe a síntese de alérgicas (erupções cutâneas, febre) também
DNA do fungo. (f) A griseofulvina inibe a mitose dos fungos
através da ruptura do fuso mitótico. podem ocorrer. Não deve ser usado em
gestantes.
Inibidores da membrana Inibidores do ergosterol
 Nistatina: É um antibiótico macrolídeo Constituem um grupo de agentes fungistáticos
poliênico de estrutura semelhante à da sintéticos, com amplo espectro de atividade. Eles
anfotericina e com o mesmo mecanismo de inibem as enzimas P450 fúngicas responsáveis
ação, ela também atua mediante ligação ao pela síntese do ergosterol, o principal esterol
ergosterol e formação de poros nas encontrado na membrana das células fúngicas. A
membranas celulares dos fungos. Seu uso depleção de ergosterol altera a fluidez da
limita-se a infecções fúngicas da pele e do TGI membrana, interferindo na ação das enzimas
da pele da vagina. associadas à membrana. O efeito global consiste
 Anfotericina: É um antibiótico de estrutura em inibição da replicação.
complexa, caracterizada por um anel de átomo
de carbono com múltiplos membros. Ela liga- Inibidores da esqualeno epoxidase
se às membranas celulares e interfere na Estes fármacos atuam inibindo a esqualeno
permeabilidade e nas funções de transporte. epoxidase, resultando no bloqueio da biossíntese
Forma um poro na membrana, criando com a do ergoesterol, um componente essencial da
parte central hidrofílica da molécula um canal membrana celular dos fungos. Os agentes
iônico transmembranar. A anfotericina é ativa antifúngicos que inibem a esqualeno epoxidase
contra a maioria dos fungos e leveduras. são divididas em alilaminas e benzilaminas, com
Quando administrada por via oral, a bases nas suas estruturas químicas em
anfotericina é pouco absorvida, razão pela Terbinafina e naftifina são alilaminas, enquanto a
qual só é administrada por esta via para butenatina é uma benzilamina. As alilaminas e
infecções fúngicas do trato gastrintestinal. benzilaminas tópicas e mais eficazes que o
 Mecanismo de ação: Varias moléculas de azólicos tópicos contra dermatófitos comuns,
anfotericina se ligam ao ergosterol nas particularmente os que causam tinha do pé.
membranas plasmáticas das células dos  Terbinafina: É o fármaco de escolha para
fungos sensíveis. Ela formam poros (canais) tratar dermatofitose, especialmente da
que precisam de interações hidrofóbicas onicomicose. É bem mais tolerado, a duração
entre o segmento lipofílico do antibiótico do tratamento é menor e mais eficaz do que
polieno e o esterol. O poro desorganiza a com itraconazol.
função da membrana, permitindo o  Mecanismo de ação: Inibe a esqualeno
vazamento de eletrólitos e pequenas epoxidase do fungo, diminuindo, assim, a
moléculas, resultando na morte da células. síntese de ergoesterol, o que acumula
 Farmacocinética: É administrado por infusão grandes quantidades tóxicas e esqualeno,
IV lenta. Ela é insolúvel em água, e a determina a morte da célula fúngica.
preparação injetável precisa de adição de  Farmacocinética: Está disponível para
desoxicolato de sódio, que produz uma administração oral e tópica, embora sua
dispersão coloidal solúvel. A anfotericina se biodisponibilidade seja só 40%. Devido à
liga extensamente às proteínas plasmáticas e biotransformação de 1ª passagem. A
se distribui por odo o organismo, ligando-se absorção não aumenta com a alimentação.
extensamente aos tecidos. 99% da terbinafina liga-se às proteína
 Efeitos adversos: Tem baixo índice plasmáticas, deposita-se na pele, nas unhas
terapêutico. Pequenas doses podem ser e na gordura. Ela se acumula no leite e, por
administrados para avaliar o grau de resposta isso, não deve ser usado em gestantes. Te
negativa do paciente, com o anafilaxia ou longa meia-vida terminal de 200 a 400 horas,
convulsões. o que pode refletir a lenta liberação desses
. tecidos. A terbinafina oral é extensamente
biotransformada, antes da excreção urinária.
 Efeitos adversos: Os mais comuns são
distúrbio do TGI (diarreia, dispepsia e
náusea), cefaleia e urticária foi registrados
distúrbios de gosto e visão, e elevação
temporária das concentrações séricas de
enzimas. Todos esses efeitos adversos
cederam com a interrupção do fármaco.
 Naftifina: É um inibidor da esqualeno
epoxidase com amplo espectro de atividade
antifúngica. Só está disponível na forma
tópica, em creme ou gel.
Inibidores da 14α-esterol das metilase
Um alvo importante na via da síntese do
ergosterol é a 14α-esterol desmetilase, uma
enzima do citocromo P450 que converte o
lanosterol em ergosterol. A diminuição na síntese
de ergosterol e o acúmulo de 14α, etil esteróis
rompem as cadeias acil agrupadas dos
fosfolipídios nas membranas dos fungos. A
estabilização da membrana fúngica leva à
disfunção das enzimas associadas à membrana,
podendo levar, à morte celular. Os azólicos são
agentes antifúngicos que inibem a enzima 14α-
esterol. Os azois são compostos sintéticos que
podem ser classificados como imidazois ou
triazois de acordo com o número de átomo de
nitrogênio no anel zólico de 5 membros. Os
imidazois consistem no cetoconazol, no miconazol
e no clotrimazol. As duas substâncias são usadas
apenas na terapia tópica. Os triazois incluem o
itraconazol o fluconazol, o voriconazol e o
poaconazol.
 Cetoconazol: Foi o primeiro azol a ser
administrado por via oral no tratamento das
infecções fúngicas sistêmicas. É bem
absorvido pelo trato gastrointestinal, seu
principal risco é a sua alta toxicidade.
 Fluconazol: É administrado por via oral ou por
intravenosa. Pode tornar o fármaco de primeira
escolha na maioria dos tipos de meningite
fúngica.
 Itraconazol: Está disponível em formulações
orais e intravenosas. É administrado por via
oral e, após absorção, sofre extenso
metabolismo hepático. Não penetram no
líquido cefalorraquidiano. A hepatoxicidade
constitui o principal efeito adverso associado à
terapia com itraconazol.

Inibidores da parede celular


Os componentes chave da parede celular dos
fungos são as quitinas, o β-(1,3)-D-glicono, o β-
(1,6)-D-glicano e as glicoproteínas da parede
celular. Os componentes da parede celular
representam alvos exclusivos para a terapia
antifúngica, os agentes usados são em geral
atóxicos.
 Equinocandinas: Seu alvo principal é a
síntese da parede celular fúngica através da
não-competitiva da síntese de β-(1,3)-D-
glicanos. A ruptura da integridade da parede
celular resulta em estresse osmótico, lise da
célula fúngica e, morte do fungo. Os três
agentes antifúngicos dessa classe são a
Caspofungina, a Micafungina e a
Anidulafungina, todos lipopeptídios
semissintéticos derivados de produtos animais.
FARMACOLOGIA ANTIMICROBIANA Inibição da parede celular
Antimicrobiano substância que mata ou inibe o O mais importante mecanismo da atividade dos
desenvolvimento de microrganismos, como antibióticos é a interferência com a síntese da
bactérias, fungos, vírus ou protozoários. A terapia parede celular, e classificados como antibióticos β-
antimicrobiana baseia-se em 4 objetivos: lactâmicos, são assim chamados porque
1. Identificar e caracterizar o patógeno e seleção compartilham uma estrutura de anel β-lactâmico.
de droga baseada nos locais de infecções e Outros antibióticos podem interferir com a
nas lesões; construção da parede celular bacteriana, incluindo
2. Obtenção de concentrações efetiva do a vancomicina, doplomicina e a bacitracina.
antimicrobiano indicado por um período no
local da infecção; β-lactâmicos
3. Seleção de frequência e de proporção de Inibe a síntese da parede celular das bactérias,
dosagem e da via de administração do eles inibem a ligações cruzadas dos polímeros de
antimicrobiano, e da duração da terapia; mureína. O elemento chave desse mecanismo de
4. Fornecimentos de terapia de suporte, ação é um anel β-lactâmico de quatro membros os
apropriados para aumentar a capacidade de β-lactâmicos são divididos em quatro famílias.
superar a infecção e as alterações associadas.  Penicilina: Foi o primeiro antibiótico
Interferem nos microrganismos, mantendo-os ou descoberto, atua na síntese da parede celular
inibindo seu metabolismo ou sua reprodução, bacteriana. São os fármacos mais usados e
permitindo que o sistema imunológico destrua o menos tóxicos conhecidos, o aumento da
microrganismo. Os antibióticos bactericidas resistência limitou o seu uso.
destroem as bactérias, enquanto os antibióticos  Mecanismo de ação: É a interferência na
bacteriostáticos evitam apenas que elas se síntese do peptidoglicano da parede celular
multipliquem e permitem que o organismo elimine bacteriana, após se ligarem a proteína de
as bactérias resistentes. ligação da penicilina. Elas interferem nas
enzimas transpeptidases responsáveis pela
Mecanismo de ação formação da ligação cruzada entre o
O objetivo da terapia farmacológica filamento peptidoglicânicos.
antimicrobiana é a toxicidade seletiva, que é a  Farmacocinética: Sua via de administração
inibição e a replicação de patógenos em é determinada pela estabilidade do fármaco
concentração do fármaco abaixo da necessária ao suco gástrico e a gravidade da infecção. A
para afetar as vias do hospedeiro. Os quatro maior parte da penicilina é incompletamente
mecanismos básicos de ação dos antibióticos são: absorbida por VO e alcança o intestino em
1. Ruptura da parede celular: Por inibição da quantidade suficiente para afetar a
síntese de peptídeoglicanos; composição da flora intestinal. É bem
2. Inibição da síntese das proteínas distribuído pelo organismo, todos atravessam
bacterianas: Exerce sua ação antimicrobiana a barreira placentária, mas nenhum
agindo sobre o ribossomo. apresentou teratogênia. A via de excreção é
3. Interferência no metabolismo normal: Inibi por meio do sistema de ácido orgânico no
um precursor na síntese de ácido fólico túbulo renal, bem como filtração glomerular.
necessário para a síntese do DNA e RNA São excretados no leite.
bacteriano.  Reações adversas: As penicilinas estão
4. Interrupção da síntese do ácido nucleico: entre os fármacos mais seguros, e os níveis
Inibi enzimas responsáveis pela transcrição ou sanguíneos não são monitorados. A
a replicação do genoma. hipersensibilidade é o efeito adverso mais
importante das penicilinas. A diarreia é
causada pela ruptura no equilíbrio normal
entre os microrganismos intestinais, é um
problema comum. Todas as penicilinas tem
potencial de causar nefrite intersticial se
injetadas intratecalmente. E observado
diminuição da coagulação.

Figura 43:principais modos de ação dos antibióticos: (1)


inibidores da síntese de folato: sulfonamidas, trietoprina; (2)
inibidores da síntese da parede celular: antibióticos β-
lactamicos: penicilina, cefalosporina, carbanemos e
monobactamicos; (3) inibidores da DNAgirase:
fluoroquinolona; (4) inibidores do RNApolimerase: rifamicina;
(5) inibidores da síntese de proteínas: tetraciclinas,
aminoglicosideos e macrolideos.
 Cefalosporina: São estruturalmente diferentes  Monobactamico (Aztreonam): São ativos
das penicilinas pela presença de um anel contra a maioria das bactérias G-negativas,
acessório. As Cefalosporina de primeira porém carece de atividade contra
geração são ativas contra espécie gram- microrganismos G-positivos. A Aztreonam é
negativas bem como contra os bacilos gram- usada em pacientes alérgicos à penicilina.
negativos como Proteus mirabilis e E. Coli, que  Mecanismos de ação: Interfere na
causam infecção no trato urinário. Esses biossíntese da parede celular bacteriana, é
agentes são sensíveis a muitas β-lactamases. capaz de atravessar facilmente a membrana
 Mecanismo de ação: É idêntico ao da externa das bactérias G-negativas aeróbias e
penicilina, interferem na síntese de apresenta grande afinidade pelo tipo 3 das
peptidioglicanos bacterianos após as ligações proteínas especificas que se ligam às
às proteínas de ligação de β-lactâmicos. penicilinas. Esse tipo de afinidade faz com
 Farmacocinética: Varias cefalosporina que as bactérias se tornem filamentosas,
precisam ser administradas por via IV ou IM percam a capacidade reprodutora e morram.
devido à sua pouca absorção oral. São bem  Farmacocinética: Por não ser absorvido por
distribuído nos líquidos corporais. A VO é administrados por via IM ou IV. Sua
eliminação ocorre por meio de secreção biodisponibilidade e 100% na via IV. Ela se
tubular ou filtração glomerular. lisa as proteínas plasmáticas na taxa de 56%.
 Efeitos adversos: Produzem vários efeitos O aztreonam atravessa a placenta e é
adversos, alguns dos quais são próprio da excretada pelos rins, por filtração glomerular
cefalosporina individuais. As cefalosporina e secreção tubular.
devem ser evitados ou usadas com cautela e  Efeitos adversos: São semelhante a outros
indivíduos que são alérgicos às penicilinas. β-lactamicos. Foi registrados os seguintes
efeitos colaterais: dos e flebite no local da
 Carbanemos: São β-lactâmicos sintéticos, injeção IV, desconforto do TGI, náuseas,
estruturalmente se diferencia das penicilinas, diarreia e exantemas.
porque o átomo de enxofre do anel
tiazolidinico foi externalizado e substituído por  Vancomicina: É um glicopeptídeo adquiriu
carbonos. importância devido a sua eficácia contra
 Mecanismo de ação: Também inibe a microrganismos de resistência múltiplas, como
biossíntese da parece celular bacteriana, os SAMRs e os enterococos.
apresenta certas peculiaridades nesse  Mecanismo de ação: Ela inibe a síntese de
sentido, além de ser rapidamente bactericida fosfolipídios da parede celular bacteriana,
para as bactérias sensíveis. Exerce seu efeito bem como a polimerização do
antibacteriano ligando-se a proteínas pepdideoglicano de modo tempo-dependente,
especificas que acoplam penicilina, em ligando-se cadeia lateral do pentapeptideo
bactérias G-positivas e G-negativas, precursor. Isso impede a etapa de
produzindo esferoplasto, forma de transelicosilação na polimerização do
degradação da bactéria. peptideoglicano, enfraquecendo, a parede
 Farmacocinética: É degrada pelo suco celular e lesando a membrana celular
gástrico e não é absorvido após subjacente.
administração oral por isso é administrados  Farmacocinética: Infusão por IV lenta de
por via IV e penetram bem os tecidos e vancomicina é usada no tratamento de
líquidos corporais, se liga às proteínas infecções sistêmicas ou profilaxia. Como a
plasmáticas na taxa de 50%. São excretados vancomicina não é absorvida pela VO, essa
por filtração glomerular. via só é usada no tratamento da colite. A
 Efeitos adversos: Pode causar náusea, biotransformação do fármaco é mínima, e 90
êmese e diarreia, eosinofilia e neutropênia a 100%. É excretada na filtração glomerular.
são menos comuns que com outro β-  Efeitos adversos: Incluem febre, calafrios ou
lactamicos. Níveis altos podem causar flebite no local da infusão ruborização e
convulsões. choque resulta da liberação de histamina
associado com a infusão rápida.
Inibidores da β-lactamase Antiácidos com alumínio e magnésio interferem
A hidrolise do anel β-lactâmicos, seja por em sua absorção. As meias vidas varias de 3 a
hidrolise enzimática com β-lactamase, ou por 10 horas. A maioria das fluoroquinolonas são
ácidos, destrói a atividade antimicrobiana dos β- eliminados por mecanismos renais, quer secreção
lactâmicos. Inibidores de β-lactamase, como ácido tubular, quer filtração glomerular.
clavulânico, contém um anel β-lactâmicos, mas  Efeitos adversos: Os mais comuns são as
por si não tem atividade antibacteriana. Ligam-se alterações no TGI e as erupções cutâneas.
e inativam as β-lactamase, protegendo, assim, os Também ocorrem sintomas no SNC, coo
antibióticos que normalmente seriam substratos cefaleia e tonturas, assim como, convulsões
dessas enzimas. São formulados em associação associadas e alterações do SNC. Pode
com os antibióticos β-lactamase suscetíveis. comprometer a cartilagem e crescimento e
provocar artropatia.
Inibidores da topoisomerase
Atua através da inibição das topoisomerases, Inibidores da transcrição
são enzimas isomerases que atuam sobre a É efetiva contra bactérias que resistem em
topologia do DNA. Inibição das topoisomerases fagossomos, visto que é bactericida para bactérias
Tipo 1 e Tipo 2 interferem tanto na transcrição tanto intracelulares quanto extracelulares.
quanto na replicação do DNA controlando o super
enrolamento do DNA.  Rifampicina: São ativas contra
 Quinolona: Inibem a topoisomerase tipo 2 microrganismos Gpositivos, algumas cepas de
bacteriana. As fluroquinolonas são muito bactérias Gnegativas.
usadas no tratamento de infecções  Mecanismos de ação: A rifampicina exerce
urogenitais, respiratórias e gastrintestinal sua atividade através da formação de um
comuns causadas por microrganismos G- complexo estável com a RNApolimerase DNA
negativos. dependente bacteriana, inibindo a síntese de
 Mecanismo de ação: O alvo das quinolonas RNA. O fármaco permite o inicio da
consiste na DNA-girase e na topoisomerase 4 transcrição mais bloqueia o alongamento
bacteriana. As fluoroquinolonas são potentes quando o RNA nascente atinge um
bactericidas contra a E. coli e várias espécies comprimento de 2 a 3 nucleotídeos a
de Salmonella, Shigella, Enterobacter. As rifampicina é administrada em associação
quinolonas são bem absorvidas após com outros fármacos antituberculosos.
administração oral e distribuem-se  Efeitos adversos: A rifampicina é
amplamente pelos tecidos do corpo. geralmente bem tolerada e produz poucos
 Farmacocinética: A meia vida sérica varia de efeitos colaterais.
3-5 horas para o norfloxacino e o
ciprofloxacino até 20 horas.  Sulfonamidas: Representam o primeiro grupo
 Efeitos adversos: As quinolonas tendem a de antibióticos usados para tratar infecções
ser neutra, e pode causar convulsões em bacterianas. O termo sulfonamida, ou sufas, é
altas doses, raramente ocorre vômito e usado como denominação genérica dos
diarreia. derivados do p-aminobenzoico (PABA).
 Mecanismo de ação: Sendo um análogo do
 Fluoroquinolonas: São ativos contra varias PABA, precursor essencial na síntese do
bactérias Gpositivas e Gnegativas. Incluem os ácido fólico necessário para a síntese do
agentes de largo espectro ciprofloxacino, DNA e RNA bacteriano, ela compete com o
levofloxacino e norfloxacino. Esses agentes PABA pela enzima di-hidropteroato sintetase.
inibem a topoisomerase 2 (uma DNA-girase As sulfas são bacteriostática.
bacteriana).  Farmacocinética: É administrada oralmente
 Mecanismo de ação: Elas bloqueiam a e, é bem absorvida e bem distribuída pelo
síntese de DNA ao inibir a topoisomerase 2 e corpo, as sulfas são ligadas a albumina
4. Essa inibição impede o relaxamento do sérica em extensão depende do pKa do
DNA superespiralado, o que é necessário fármaco em particular. Em geral, quanto
para a transcrição e replicação normais. A menor o pKa, maior a ligação. Atravessa a
inibição da topoisomerase 4 interfere na barreira placentária e entrar nos tecidos
separação do DNA cromossomial replicado fetais. Sua metabolização ocorre
nas respectivas células filhas durante a principalmente no fígado. São eliminados por
divisão celular. filtração glomerular obrigando ajuste da
 Farmacocinética: depois da administração dosagem quando a função renal está
oral, são bem absorvidas e se distribuem bem diminuída. Também pode ser eliminados no
nos líquidos e tecidos orgânicos, se leite.
acumulam em vários tecidos, principalmente
nos rim, na próstata e no pulmão.
 Efeitos adversos: São sérios, necessitando  Efeitos adversos: Alterações do TGI são
da interrupção de tratamento, incluem comuns e desagradáveis, porem não são
hepatite, reações de hipersensibilidade, graves. Com a eritromicina, foi relatadas:
depressão da medula óssea e falência renal reações de hipersensibilidade, audição e,
aguda devido a nefrite intersticial ou raramente, icterícia. Pode ocorrer infecções
cristalúria. O ultimo efeito resulta da oportunistas do TGI e vagina.
precipitação de metabolitos acetilados na
urina. Pode ocorrer cianose causada pela  Clorafenicol: É um antibiótico de amplo
meta-hemoglobunemia. Efeitos adversos espectro, ele é usado no tratamento da febre
moderados incluem náusea, cefaleia e tifoide, meningite bacteriana e ricktisioses.
depressão.  Mecanismo de ação: O clorafenicol liga-se
ao RNAr 23s e inibe a formação das ligações
Inibidores da tradução peptídicas, aparentemente ao ocupar um sítio
O alvo dos inibidores da tradução é a subunidade que interfere no posicionamento do aminoacil
30S ou 50S do ribossomo bacteriano, além dos do RNAt no sítio A.
efeitos inibitórios sobre os ribossomos  Farmacocinética: Depois da administração
bacterianos, os inibidores da síntese proteica VO, o clorafenicol é absorvido de forma
podem afetar os ribossomos mitocondriais de rápida e completa. Distribui-se amplamente
mamíferos ou ambos. A inibição completa da por quase todos os tecidos e líquidos
síntese proteica não é suficiente para matar uma orgânicos, inclusive para o SNC e para o
bactéria. líquido cérebro espinal. O fármaco é inativado
por conjugação com o acido glicurônico
Subunidade 50S (principalmente no fígado) ou por redução
Os agentes antimicrobianos dirigidos contra as para inativas as aril aminas. O clorafenicol e
subunidades ribossômicas 50S mais usadas são seus produtos da degradação e inativos são
os macrolidios, o cloranfenicol e as linsosimidas, eliminados na urina. Uma pequena
ligam-se a uma pequena região do RNAr 23S quantidade é excretada na bile e nas fezes.
próximos ao contra ativo da peptídeo transferase.  Efeitos adversos: O clorafenicol é muito
tóxico, umas manifestação dessa toxicidade é
 Macrolideos: São muito usados no tratamento a síndrome do bebê cinzento, que pode
de infecções pulmonares, incluindo a doença ocorrer quando se administra clorafenicol em
dos legionários. Os principais macrolideos são altas doses a recém-nascidos.
a eritromicina, a claritromicina e a azitromicina.
 Mecanismo de ação: Os macrolideos são Aminoglicosídios (30S)
antibióticos que bloqueiam a etapa de Usadas no tratamento de infecções causadas por
translocação da síntese proteica ao atuar bactérias G-negativas administrada por VP. Os
sobre o alvo do RNAr 23s da subunidade 50s aminoglicosidios incluem a estreptomicina, a
bloqueando o túnel de saída de onde sai os neomicina, a netilmicina, a tobramicina, a
peptídeos nascentes. gentamicina e a amicacina. Os aminoglicosidios
 Farmacocinética: São administrados por ligam-se ao RNA-16S da subunidade 30S e
VO. Também pode ser administrado produzem efeitos sobre a síntese proteica que
parenteralmente, embora as injeções dependem da concentração de fármaco. Os
intravenosas podem ser seguidas por aminoglicosidios interferem na função da
tromboflebite local. Todos dessa classe subunidade 30S de decodificação do RNAm em
difundem-se pela maioria dos tecidos, porem altas concentrações os aminoglicosidios são
não cruzam a barreira hematoencefalica e há bactericidas, atua de forma sinérgica com outros
pouca penetração no liquido sinovial. A meia agentes, como os β-lactamicos. A explicação para
vida da eritromicina é de cerca de 90 minutos, esse sinergismo é que a inibição da síntese da
a claritromicina e tres vezes maior, a parede celular aumenta a entrada de
azitromicina é 8 a 16 vezes maior. Os aminoglicosidios nas bactérias.
macrolideos entram e, concentram-se nos
fagócitos, as concentrações de azitromicina
nos lisossomos dos fagócitos podem ser 40
vezes maiores que as sanguínea, elas podem
reforçar a destruição fagocítica intracelular
das bactérias. A eritromicina é parcialmente
inativada no fígado, a azitromicina é mais
resistente à inativação, e a claritromicina é
convertida num metabolito ativo. Sua inibição
do sistema citocromo P450 pode afetar a
biodisponibilidade de outros fármacos.
 Tetraciclinas: São antibióticos de amplo
espectro, usado a muito tempo. Como o
próprio nome diz, consiste em 4 anéis
fusionados com um sistema de ligação dupla
conjugada.
 Mecanismo de ação: Atuam inibido a síntese
proteica. Sua entrada nos microrganismos
suscetíveis ocorre por difusão passiva e por
um mecanismo de transporte dependente de
energia exclusiva da membrana
citoplasmática interna da bactéria. Ligando-se
de modo reversível ao rRNA-16S da
subunidade 30S e inibem a síntese proteica
através do bloqueio da ligação do aminoacil
eRNA ao sítio-A sobre o complexo mRNA-
ribossomo, no local aceptor. Por esse
mecanismo, a síntese proteica bacteriana é
inibida.
 Farmacocinética: todas as tetraciclinas são,
mais completamente absorvida por VO. A
administração desses fármacos com
alimentos lácteos diminui a absorção devido a
formação de quelatos não absorvíveis das
tetraciclinas. Com íons cálcio. As tetraciclinas
se concentram no fígado, nos rins, no baço e
na pele e se ligam aos tecidos em
calcificação. A penetração nos líquidos
orgânicos é adequada. Todas se concentram
no fígado, onde parte são biotransformada e
conjugada para formar glicuronideos solúveis.
A tetraciclina e seus metabolitos são
secretados na bile, e a maioria é reabsorvida
no intestino pela circula entéro-hepático e
entram na urina por filtração glomerular.
 Efeitos adverso: Desconforto do TGI, o
distresse epigástrico resulta de irritação da
mucosa e com frequência é responsável pela
não aderência do paciente ao tratamento. O
desconforto pode ser controlado se o fármaco
e ingerido com alimentos, exceto lácteos. A
deposição no osso e na dentição primária
ocorre durante a calcificação nas crianças em
crescimento e causa coloração e hipoplasia
dos dentes e interrupção temporária do
crescimento.
FARMACOLOGIA ANTI-HELMÍNTICA Inibidores da polimerização tubulinica
Os helmintos compreendem dois grupos Os inibidores da polimeração da tubulina são
principais, os nematelmintos (nematoides, vermes compostos que atuam sobre os parasitas por
redondos) e os platelmintos (vermes achatados ou ligação à tubulinica, a subunidade estrutural
planos). O último grupo está subdividido nos proteica dos microtúbulos. A molécula de tubulina
trematódeo (fascíolas e cestóideos (tênias). Os é um heterodímero constituído por duas proteína
seres humanos constituem os hospedeiros muito relacionada a tubulina-β e a tubulina-α. A
primários na maioria das infecções helmínticas. As afinidades desses inibidores é o principal fator que
drogas modernas apresentam larga margem de determina a atividade antiparasitária. Os
segurança, uma atividade considerável contra os microtúbulos, estruturas que compõem o
estágios imaturos ou larvais dos parasitas e um citoesqueleto das células, modificam-se por
amplo espectro de atividade. Os anti-helmínticos processos de polimerização e despolimerização da
devem ter um amplo espectro de atividade contra proteína tubulina. A ligação dos inibidores
os parasitas adultos e imaturos, ser de fácil seletivamente a subunidade de tubulina-β do
administração; ter larga margem de segurança e parasita modifica o padrão da sua
ser compatível com outros compostos, não exigir despolimerização para formação dos microtúbulos,
grandes períodos de retiradas devido a resíduos e interrompendo processos vitais para a função
ser econômicos. celular, como a divisão mitótica, o transporte de
 Mecanismo de ação: Os anti-helmínticos nutrientes e alterações na forma da célula.
precisam ser seletivamente tóxicos ao
parasita. Isso é alcançado por propriedades 1. Benzimidazois: Os benzimidazois inibem a
farmacocinéticas inerentes ao composto, que polimerização tubulinica, e inibição do
fazem com que o parasita fique exposto a transporte e do metabolismo energético é
concentrações mais altas do anti-helmíntico consequência de insuficiência da função
que as células do hospedeiro, ou inibição dos microtubular. São agentes de amplo espectro,
processos de ação fisiológico dos anti- que formam um dos principais grupos de anti-
helmínticos. helmínticos usados na clínica. Exercem ação
 Bases farmacológicas: O tratamento contra inibitória seletiva sobre a função microtubular
helmintos envolvem a interferência num ou dos helmintos. Eles ligam-se à β-tubulina livre
ambos processos energéticos, causando inibindo a sua polimerização e, assim,
inanição de parasita, ou na coordenação interferem na captação de glicose dependente
neuromuscular, levando à paralisia e a de microtúbulos. Esses compostos tem largo
subsequente expulsão do parasita. O fármaco espectro de atividade e são contra larvas
para ter ação precisa, penetrar na cutícula dos adultas e ovos. Neles incluem o mebendazol,
vermes ou ter acesso a seu trato alimentar. Os albendazol e tiabendazol.
anti-helmínticos atuam produzindo paralisia do
verme ou lesar a sua cutícula, resultando em  Mebendazol: Representa progresso no
digestão parcial ou rejeição do verme por arsenal terapêutico anti-helmíntico, tanto por
mecanismos imunológicos. sua eficácia e tolerabilidade e por seu amplo
1. Processos energéticos: Vários anti- espectro de ação contra nematoides.
helmínticos afetam direta ou indiretamente os  Mecanismo de ação: Atua inibindo a síntese
processos energéticos. de microtúbulos, interferindo em sua
2. Inibidores da polimerização tubulínica: montagem, bem como diminuindo a captação
benzimidazóis e pró-benzimidazóis. de glicose. Por inibir a polimerização da
3. Desacopladores da fosforilação oxidativa: tubulina impede a motilidade e replicação do
salicilanilidas e fenóis substituídos. DNA de nematódeo, resultando em
4. Inibidores das enzimas da via glicolítica: alterações degenerativas em células
clorsulona. tegumentares e intestinais de helmintos e
5. Coordenação neuromuscular: pode ocorrer causando, imobilização e morte dos vermes.
uma interferência nesse processo devido a  Farmacocinética: Menos de 10%
inibição do esgotamento ou à mimetização administrado por VO é absorvido. O fármaco
dos neurotransmissores excitados, e resulta absorvido liga-se à proteína (>90%), é
na paralisia espática pela ação peristáltica convertido rapidamente em metabólitos
normal do hospedeiro. inativos e possui meia-vida de 2 a 6 horas. É
6. Inibidores colinesterásicos: organo- excretada em maior parte pela urina. Além
fosfonados, cumafos, crugomato, didorvos. disso, uma parte do fármaco absorvido e de
7. Agonistas colinérgicos: imidazotiazois, seus derivados é excretada na bile. A
levamisol e tetramisol, pirimidinas. absorção é aumentada quando ingerida com
uma refeição gordurosa.
 Efeitos colaterais: A terapia por curto prazo Desacopladores da fosforilação oxidativa
é quase isenta de efeitos adversos. Náuseas  Fenóis fenólicos: Bloqueiam a produção de
brandas, vômitos, diarreia e dor abdominal energia perdida pelo calor. Os fenóis são
raramente foram reportados. Os efeitos desacopladores da fosforilação oxidativa
colaterais raros, comumente com a terapia mitocondrial. Estes compostos impedem o
em doses altas, são reações de aproveitamento das reações de oxirredução
hipersensibilidade (exantema e urticária) para produção de ATP, sendo a energia
agranulocitose, alopécia e elevação das perdida sob a forma de calor. Os fenóis são
enzimas hepáticas. É contra indicado para desacopladores da fosforilação oxidativa, por
gestantes, pois revelou embriotoxicidade e facilitarem o retorno dos íons de H+ para a
teratogenicidade em animais de laboratórios. matriz mitocondrial, desfazendo assim o
gradiente de pH responsável pela síntese de
 Albendazol: É o mais recente fármaco ATP. Após o esgotamento de suas reservas
disponível, é um anti-helmíntico de amplo energéticas, os parasitas morrem por inanição.
espectro. É administrada por via oral. Fármaco Estes medicamentos causam também o
de escolha, aprovado nos EUA para tratar a desprendimento do escólex da mucosa
doença hidática e da cisticercose. Também são intestinal e das proglotes proximais do
usados no tratamento da oxiuríase e de cestódeo.
infecções por tênias, ascaridíase, tricuríase e  Salicilanilidas: Apresentam o mesmo modo
estrongiloidíase. de ação dos substitutos fenólicos, são
 Farmacocinética: Após administração oral, desacopladores da fosforilação oxidativa
ele é absorvido de forma erradica, e, em mitocondrial, interferindo na biotransformação
seguida, sofre metabolismo de primeira energética do parasita.
passagem no fígado, gerando o metabolito
ativo sulfóxido de albendazol. Alcança Coordenação neuromuscular
concentrações plasmáticas máximas em  Praziquantel: É um anti-helmíntico de amplo
cerca de 3 horas após uma dose de 400mg e espectro, trata-se da droga de escolha para o
possui meia-vida de 8 a 12 horas. O sulfóxido tratamento de todas as espécies de
fica, em sua maioria, ligado à proteína, esquistossomo, sendo eficaz na cisticercose.
distribui-se pelos tecidos e penetra na bile, no  Mecanismo de ação: Ele altera a
líquido cerebroespinal e nos cistos hidáticos. homeostasia do cálcio nas células do verme.
Os seus metabólitos são excretados na urina. Provocando contração da musculatura e, por
 Efeitos colaterais: Nos tratamentos de curto fim, resulta em paralisia e morte do helminto;
prazo é quase isento de efeitos colaterais  Farmacocinética: é rapidamente absorvida,
significativos. Desconforto epigástrico brando possui biodisponibilidade de cerca de 80%.
e transitório, diarreia, cefaleia, náuseas, Depois de administrado por VO. Sua
tontura mal-estar e insônia podem acontecer. concentração sérica máxima é alcançada de
Nos tratamentos de longo prazo, pode 1 a 3 horas depois de uma dose terapêutica.
provocar desconforto abdominal, cefaleia, Boa parte do fármaco é metabolizada nos
febre, fadiga, alopécia, aumento de enzimas produtos mono e poli-hidroxilados inativos
hepáticas e pancitopenia. depois de uma primeira passagem no fígado.
A excreção ocorre principalmente nos rins e
 Tiobendazol: Administrado duas vezes ao dia, na bile.
durante três dias, para infecções por  Efeitos colaterais: Consistem em distúrbios
Dracunulus e por estrongiloides, e por um gastrintestinais, tonteira, dor muscular e
período de até cinco dias para a triquinase e articular, erupções cutâneas e febre baixa.
para a larva migrans cutânea.
 Farmacocinética: É insolúvel em água, é  Piperazina: Pode ser usado no tratamento de
facilmente absorvido por VO. Sua infecções pela lombriga e pelos oxiúricos. É
concentração plasmática é 100 vezes maior uma alternativa no tratamento da ascaridíase,
do que a do mebendazol. É hidroxilado no com taxa de cura superior a 90% quando
fígado e excretado na urina. administrado por dois dias, não é recomentado
 Efeitos colaterais: São mais frequentes do para infecções por outros helmintos.
que os do mebendazol. São distúrbios  Mecanismo de ação: A piperazina inibe
gastrintestinais, não são comuns, e não reversivelmente a transmissão neuromuscular
exigem a interrupção do fármaco. no verme, provavelmente ao atuar como o
GABA, o neurotransmissor inibitório sobre os
canais do cloreto operado por GABA no
músculo do nematódeo. Os vermes são
expelidos ainda vivos.
 Farmacocinética: É prontamente absorvida,  Ivermectina: É um agente semissintético
e os níveis plasmáticos máximos são derivado de um grupo de substâncias naturais,
alcançados em 2 horas. Boa parte do obtidos de um actnomiceto. Esse fármaco
fármaco é excretada inalterada na urina e 2 a possui potente atividade anti-helmíntica contra
6 horas, sendo que a excreção está completa microfilárias no homem, constituindo a droga
em 24 horas. de escolha no tratamento da oncocorose, que
 Efeitos colaterais: Os efeitos colaterais causa a cegueira dos rios. O fármaco é usado
brandos ocasionais incluem náuseas, para prevenir a lesão ocular mediada pelas
vômitos, diarreia, dor abdominal, tontura e microfilárias e diminuirá a transmissão entre
cefaleia. Em doses altas irrita a mucosa seres humanos e vetores, não tem a
gástrica, provocando vomito e dor abdominal. capacidade de curar o hospedeiro humano
com infestação por Onchorca volvulos.
 Pirantel: Anti-helmíntico de amplo espectro  Mecanismo de ação: A droga paralisa o
altamente efetivo para tratar infecções por verme ao abrir os canais de cloreto mediado
oxiúros, ascaridíase e trichostrongylos pelo GABA e ao aumentar a condutância do
orientalis. cloreto regulada pelo glutamato. O resultado
 Mecanismo de ação: É um agente consiste em bloqueio da transmissão
bloqueador neuromuscular que provoca a neuromuscular e paralisia do verme.
liberação de Ach e a inibição da  Farmacocinética: administrado por VO, é
colinesterase; resultando na paralisia dos rapidamente absorvido, atinge concentrações
vermes, seguido por sua expulsão. séricas máximas em quatro horas depois de
 Farmacocinética: É mal absorvido no TGI. uma dose de 12mg. Possui uma ampla
Os níveis plasmáticos máximos são distribuição nos tecidos. Sua meia-vida é de
alcançados em 1 a 3 horas. mais da cerca de 16 horas. A excreção do fármaco e
metade da dose administrada é de seus metabolitos é quase exclusivamente
recuperada inalterada nas fezes. por via fecal.
 Efeitos colaterais: São raros, brandos e  Efeitos colaterais: incluem erupções
transitórios. Incluem náuseas, vômitos, cutâneas e prurido, mas em geral o fármaco
diarréira, cólicas abdominais, tontura, é muito bem tolerado.
sonolência, cefaleia, insônia, exantema,
febre e fraqueza.  Oxaminiquina: É ativo contra S. masoni,
afetando as formas maduras e imaturas.
 Niclosamida: Era a droga de escolha para o  Mecanismo de ação: Pode envolver a
tratamento da teníase, foi substituído pelo intercalação no DNA, e sua ação seletiva
praziguantel. pode estar relacionada com a capacidade do
 Mecanismo de ação: Lesa irreversivelmente parasita de concentrar a droga.
o escólex e o segmento proximal. O verme  Farmacocinética: Absorvido por VO deve ser
separa-se da parede intestinal e é expelido. administrado com o alimento. Tem meia-vida
 Farmacocinética: Sua absorção no TGI é de cerca de 2 horas, é muito metabolizado
desprezível. em metabolito inativo e excretado na urina.
 Efeitos colaterais: São raros e transitórios,  Efeitos colaterais: Consistem em tonteira e
podem ocorrer náuseas e vômitos. cefaleia transitória, cuja ocorrência é relatada
em 30 a 95% dos pacientes.
 Levamisol: É eficaz nas infecções por
lombriga, exerce ação semelhante à nicotina,
estimulando e, bloqueando as junções
neuromusculares. Os vermes paralisados são,
então, eliminados nas fezes e os ovos são
destruídos.
 Mecanismo de ação: Possui ação nicotina-
símile, estimulando e, subsequentemente,
bloqueando as junções neuromusculares.
 Farmacocinética: O levamisol atravessa a
barreira hematoencefálica, seus efeitos
indesejáveis são poucos.
 Efeitos colaterais: Tais como distúrbio do
TGI leves, são poucos e desaparecem logo.
Também podem causar tonteira e erupções
cutâneas.
FARMACOLOGIA ANTIPROTOZOARIA velocidade de biotransformação o metronidazol e
As infecções por protozoários são comuns nos seus metabólitos são excretados na urina.
povos subdesenvolvidos tropicais e subtropicais,  Efeitos colaterais: Os mais comuns são os do
onde as condições sanitárias e práticas higiênicas TGI, náuseas êmese, distresse e epigástrica e
e o controle de vetores de transmissão são cólicas abdominais.
inadequados. Por serem eucariotos os
protozoários têm processos metabólicos parecidos Amebicida luminais
ao dos humanos. Por isso, doenças causadas por Após completar o tratamento da amebíase
protozoários, são mais difíceis de tratar, e vários invasiva intestinal ou extraintestinal, deve ser
fármacos causam efeitos tóxicos no hospedeiro, administrado um fármaco luminal, como iodo-
principalmente em células que apresentem quinol, o furoato de diloxanida ou a paromomicina,
atividades metabólicas altas, como as células- para a eliminação de estados de colonização
neuronais, tubulares renais, intestinais e célula- assintomáticos.
tronco da medula óssea.
 Iodoquinol: É amebicida contra E. histolytica e
AMEBÍASE eficaz contra trofozoitos luminais e formas
É uma infecção do TGI causada pela Entamoeba encistadas.
histolytica. A doença pode ser aguda ou crônica,  Mecanismo de ação: É desconhecido, ele é
com grau de variados de intensidade, deste efetivo contra os organismos na luz intestinal,
assintomático à diarreia leve, ou mesmo não contra trofozoitos da parede intestinal ou
desinteria, mas também aos portadores em tecidos extraintestinais.
assintomáticos, pois a E. histolytica dormente  Farmacocinética: Os dados são
pode causar infecções futuras no portador a ser incompletos, mas 90% dos fármacos são
uma fonte potencial de infecção para outros. retidos nas fezes. O restante entra na
circulação, apresenta uma meia-vida de 11 a
Classificação dos medicamentos 14 horas e é excretado na urina como
São classificados em amebicidas luminais, glicuronideos.
sistêmicos ou mistos (luminais e sistêmicos) de  Efeitos colaterais: Alguns podem produzir
acordo com o local de onde são eficazes. Os neurotoxicidade grave com o uso prolongado
amebicidas luminais atuam nos parasitas no em doses maiores que as recomendadas.
lúmem do intestino, e os amebicidas sistêmicos Não se sabe se o iodoquinol produz tais
são eficazes contra as amebas na parede do efeitos em sua dosagem recomendada, e
intestino e no fígado. essa dosagem nunca deve ser excedida.

Amebicidas mistos Amebicidas sistêmicos


São eficazes contra a forma da doença, luminal e São uteis ara o tratamento de abcessos,
sistêmico, embora as concentrações luminais hepáticos e infecções da parede intestinal
sejam muito baixas para o tratamento como causadas por amebas.
fármaco único. (metronidazol e tinidazol).
 Cloroquina: Fármacos usados em associação
 Metronidazol e Tinidazol: Um nitroimidazol com o metronidazol e furoato de diloxanida
amebicida misto de escolha no tratamento das para o tratamento da amebíase.
infecções por amebas, pois mata os trofozoitos  Mecanismo de ação: Inibem a síntese
da E. histolytica. proteica bloqueando o prolongamento da
 Mecanismo de ação: Alguns protozoários cadeia.
possuem proteínas de transporte de elétrons  Farmacocinética: Sua via preferida é a IM,
com baixo potencial redox, tipo ferrodoxina, se concentra no fígado, onde persiste por um
que participa nas remoções de elétrons mês após dose única. A meia vida é de 5
metabólicos. O grupo nitro do metronidazol é dias.
capaz de servir como aceptor de elétrons,  Efeitos colaterais: Dor no local da injeção,
formando compostos citotóxicos reduzidos náusea transitória, cardiotoxicidade, fraqueza
que se ligam às proteínas e ao DNA, neuromuscular, tontura e urticária.
resultando em morte celular.
 Farmacocinética: É completo e rapidamente
absorvido após administração VO. Distribui-
se bem por todos os tecidos do organismo. A
biotransformação depende da oxidação
hepática da cadeia lateral do metronidazol
pelas oxidases de função mista, seguida de
glicuronização. Portanto, o tratamento
concomitante com indutores desse sistema
enzimático, como o fenobarbital, aumenta a
FARMACOLOGIA DA MALARIA  Farmacocinética: É bem absorvida após
Doença infecciosa causada por quatro espécies administração VO e não se concentra nos
de protozoários do gênero plasmodium. É tecidos. é oxidado a outros compostos, sendo
transmitido pela picada do mosquito Anopheles um deles um compostos desaminados. Os
fêmea. O plasmodium falciparum é a mais metabólitos aparecem na urina.
perigosa, causa uma doença aguda, caracterizada  Efeitos colaterais: Tem baixa incidência,
por febre alta persistente, hipotensão ortostática e exceto pela anemia hemolítica induzida em
eritrocitose massiva. A infecção pelo P. falciparum pacientes com baixos níveis de glicose-6-
pode levar à obstrução capilar e morte se o fosfato desidrogenase genética. Outras
tratamento não for instituído prontamente. manifestações incluem desconforto abdominal.
 Ciclo de vida: Quando um mosquito infectado
pica, injeta o esporozoíto na corrente Esquizonticida no sangue
sanguínea. Os esporozoítos migram para o  Cloroquina: É o fármaco de escolha da
fígado, através do sangue, onde formam malária eritrocítica por P. falciparum, exceto
estruturas tipo cisto contendo milhares de em cepas resistentes. É menos eficaz contra a
merozoitos. Após liberação, os merozoitos P. vivax. É altamente especifica contra a forma
invadem os eritrócitos, evoluindo para assexuada dos plasmódios e também eficaz
trofozoitos e usando a hemoglobina como no tratamento.
nutriente. Os trofozoitos se multiplicam e se  Mecanismo de ação: Não é completamente
tornam merozoitos. A célula infectada rompe- entendido. O seguinte processo é essencial
se, liberando a heme e os merozoitos que para a ação letal do fármaco. Após atravessar
podem entrar em outros eritrócitos. A eficácia as membranas dos eritrócitos e dos
do tratamento é relacionada com a espécie plasmódios, a cloroquina se concentra no
particular de plasmódio infectante e o estagio vacúolo alimentar do organismo, por sequestro
do seu ciclo vital que é atingido. iônico. É no vacúolo alimentar que o parasita
Os fármacos que eliminam as formas hepáticas digere a hemoglobina do hospedeiro para
latentes ou em desenvolvimento são chamadas de obter os aminoácidos essenciais. Esse
esquizonticida teciduais; os que atuam sobre os processo também libera grandes quantidades
parasitas eritrocitários são esquizonticidas de heme solúvel, que é toxico para o parasita.
sanguíneos, e aqueles que matam os estágios Para se proteger, o parasita polimeriza o heme
sexuais e impedem a transmissão para os em hemazoina, que é sequestrado no vacúolo
mosquitos são gametocidas. alimentar do parasita. A cloroquina liga-se a
heme do eritrócito, impedindo a polimerização
Esquizonticida tissular em hemazoina. O aumento do pH e o
São usados para tratar a forma aguda, mas acúmulo de heme resulta em lesões oxidativas
também produzem cura supressiva ou clínica. às membranas, levando à lise do parasita e do
Agem na forma eritrocítica dos plasmódios. Nas eritrócito.
infecções pelo P. falciparum ou P. malariae, que  Farmacocinética: Completamente absorvida
não possuem estágios exoeritrociticos, estes após a administração VO. Seu volume de
fármacos efetuam a cura, com o P. vivax ou o P. distribuição muito grande e se concentra em
ovale, os fármacos suprimem o ataque real, mas eritrócitos, fígado, baços, rins, pulmões,
as formas exoritrociticas podem reemergir tecidos que contem melanina e leucócitos.
posteriormente para causar recidivas. Também penetra o SNC e atravessa a
placenta. O fármaco e seus metabolitos são
 Primaquina: Erradicam as formas excretados na urina.
exoeritrocíticas primária do P. falciparum e P.  Efeitos colaterais: São mínimos em
vivax e as foras exoeritrocíticas secundárias dosagens baixas. Em altas dosagens, correm
de malárias recorrentes. As formas sexuadas vários efeitos tóxicos, como distúrbios do TGI,
dos quatro plasmódios são destruídos no prurido, cefaleia e visão borrada.
plasma ou são impedidas de maturas mais
tarde no mosquito, interrompendo, assim, a
transmissão da doença.
 Mecanismo de ação: Não é totalmente
entendido. Acredita-se que os metabolitos da
primaquina atuam como oxidantes
responsáveis pela ação esquizonticida, bem
como pela hemólise e pela
metemoglobinemia verificadas como
toxicidade.
 Mefloquina: Parece promissora como fármaco
único para supressão e cura de infecções
causadas pela forma de P. falciparum
multirresistentes. Não possui efeitos nas
formas hepáticas dos parasitas. Age da
mesma forma que a quinina e é
frequentemente combinada com a
pirimetamina.
 Mecanismo de ação: É desconhecido,
parece lesar as membranas do parasita,
variedades resistentes já foram identificadas.
 Farmacocinética: É administrada por VO e é
rapidamente absorvido. Possui inicio de ação
lenta e meia vida muito longa. Liga-se
intensamente às proteínas, distribui-se de
forma extensa nos tecidos e é eliminada
lentamente, permitindo um regime de
tratamento de dose única. A mefloquina e os
metabolitos do fármaco são excretados, nas
fezes.
 Efeitos colaterais: Distúrbios psiquiátricos,
como insônia, dificuldade de concentração,
depressão, tonturas, alucinações e psicose.
Vômitos, anorexia, dores abdominais e
diarreia podem ocorrer.

 Quinina: Permanece como terapia importante


para a malária por P. falciparum. Derivada da
casca da árvore cinchona, remédio tradicional
para febre intermitente originária da América
do sul. A quinina interfere na polimerização da
heme, resultando na more da forma
eritrocitária do plasmódio.
 Mecanismos de ação: É o mesmo da
cloroquina, porém a quinina não está tão
extensamente concentrada no plasmódio
como a cloroquina, então outros mecanismos
podem estar envolvidos.
 Farmacocinética: Ingerida por VO, é bem
distribuída pelo organismo e pode alcançar o
feto nas gestantes tratadas.
 Efeitos colaterais: O principal é o
cinchonismo, uma síndrome caracterizada
por náuseas, êmese, zumbidos e vertigem.

 Artemisinina: Derivada de uma planta chinesa


usada no tratamento da febre e malárias, a
qinghaoso. Está disponível para trata a malária
grave por P. falciparum multirresistente.
 Mecanismo de ação: envolve a produção de
radicais livres no interior do vacúolo alimentar
do plasmódio, depois da hidrólise da ponte
endoperóxido do fármaco pelo ferro da heme
no eritrócito parasitado.
 Farmacocinética: São absorvidos de forma
rápida, com níveis séricos máximos em 1 a 2
horas e meia vida de 1 a 3 horas depois de
administrada por VO. é biotransformada no
fígado e excretado na bile.
 Efeitos colaterais: Incluem náuseas, êmese
e diarreia, mas é geralmente segura.
FARMACOLOGIA TRIPANOSSOMÍASE  Benznidazol: Derivado nitroimidazolico, não é
Referem-se à doença do sono africana e encontrado comercialmente apenas para
americana, duas doenças crônicas e pesquisa. Seria um tratamento alternativo de
eventualmente fatais causadas por espécies de gases agudas e indeterminadas da doença de
tripanosoma. Na doença do sono africana, os chagas. Todavia é recomendado na profilaxia
agentes causadores, Trypanossoma brucei de infecções causadas por T. cruzi, em
gambiense e Trypanosoma brucei rhodiense, pacientes de transplantes de células-tronco
inicialmente vivem e crescem no sangue. O hematopoiética, pois o tratamento dos
parasita invade o SNC, causando inflamação no doadores potenciais nem sempre é eficaz.
cérebro e da medula espinal, o que produz a  Mecanismo de ação: Inibe a síntese proteica
letargia característica e, eventualmente, o sono e de RNA nas células do T. cruzi.
continuo. A doença de chagas é causada pelo  Farmacocinética: Administrada por VO, a
Trypanosoma cruzi e ocorre na América do sul. biodisponibilidade do fármaco atualmente
esta limitada.
 Melarsoprol: Um arsenical trivalente. Seu uso  Efeitos colaterais: Os mais comuns são:
é limitado ao tratamento das infecções por astenia, dor muscular, tonturas, náuseas,
tripanossoma e é letal para esses parasitas. É febre, erupção cutânea e distúrbios da
usado principalmente quando o SNC for hematopoese. Tais efeitos são reversíveis.
atingido.
 Mecanismos de ação: Reage com o grupo  Pentamidina: e ativa contra várias infecções
sulfidrila de várias substâncias incluindo por protozoários, incluindo muitos
enzimas no microrganismo e no hospedeiro. tripanossomas, contra o qual é usado para
As enzimas do parasita podem ser mais tratar e prevenir o estágio hematológico do
sensíveis do que as do hospedeiro. microrganismo. Alguns tripanossomas como o
 Farmacocinética: É administrado por VI e T. cruzi é resistente.
penetra no SNC em concentrações altas,  Mecanismo de ação: O T. brucei concentra
onde será capaz de destruir o parasita. O a pentamidina por um sistema de captação
fármaco tem meia vida curta e é rapidamente de alta afinidade dependente de energia. Seu
excretada na urina. mecanismo não é definido, há evidencias de
 Efeitos colaterais: Toxicidade ao SNC é o que o fármaco se liga ao DNA do parasita e
mais grave. A encefalopatia pode aparecer interferem na síntese de RNA, DNA
logo após o começo do tratamento, mas em fosfolipídios e proteínas.
geral diminui. Distúrbio do TGI como êmese  Farmacocinética: Soluções de pentamidina
intensa e dor abdominal, pode ser minimizado são administradas por via IM ou como
se o paciente estiver em jejum durante a aerossol. O fármaco é concentrado e
administração e durante várias horas. armazenado no fígado e nos rins por um
longo período. O fármaco não é
 Nifurtimox: Só tem uso no tratamento de biotransformado e é excretado lentamente na
infecções agudas por T. cruzi, embora o urina.
tratamento do estágio crônico dessa doença  Efeito colateral: Pode ocorrer grave
tenha resultados variáveis. disfunção renal, que reverte na
 Mecanismo de ação: Por ser composto descontinuação do fármaco. Outros efeitos
nitroaromático, ele sofre redução e, são hipotensão tontura, urticaria e toxicidade
eventualmente, gera radical livre intracelular ás células do pâncreas.
como radicais peróxidos. Radicais altamente
reativos são tóxicos ao T. cruzi, que não tem
catalase.
 Farmacocinética: São administrados por VO
e rapidamente absorvido e biotransformado a
produtos não identificados que são
excretados na urina.
 Efeitos colaterais: São comuns com
administração crônica, particularmente entre
os idosos. As principais toxicidades incluem
reações de hipersensibilidade imediata, como
anafilaxia, reações de hipersensibilidade
tardia, como dermatite e icterícia e problemas
no TGI, que podem ser graves o suficiente
para causar perda de massa corporal.
FARMACOTERAPIA LEISHMANIOSE  Efeitos colaterais: Registra-se, alta dos
Há três tipos de Leishmaniose: cutânea, resíduos nitrogenados e exacerbação das
monocutânea e visceral. A Leishmaniose visceral manifestações hemorrágicas, cefaleia,
o parasita está na corrente sanguínea e causa inapetência, tosse, náuseas, vômitos,
problemas graves. A Leishmaniose é transmitida artralgias, mialgias e dores abdominais.
dos animais aos humanos pela picada de
mosquitos infectados. O tratamento da
Leishmaniose é difícil, pois a eficácia dos
fármacos é limitada por sua toxicidade e taxas de
insucesso.
 Ciclo de vida: A mosca transfere as formas
pró-mastigotas flageladas dos protozoários
que são fagocitados pelos macrófagos. Nos
macrófagos, os pro-mastigotos se altera para
amastigotas, não flagelados e se multiplicam,
matando a célula. Os novos amastigotas
liberados são novamente fagocitados, e o ciclo
continua.

Tratamento Leishmaniose visceral (LV)


O tratamento específico da LV se faz com os
seguintes medicamentos:

Antimoniais
Não são usados devido às graves manifestações
toxicas que podem produzir.
 Estiboglinato: Junto com a anfotericina é
usada no tratamento de acompanhamento.
 Mecanismo de ação: não está bem claro.
Questiona-se a possibilidade de estimularem
mecanismos imunitários do individuo
parasitado.
 Farmacocinética: Como não é absorvido por
VO, o estiboglinato de sódio deve ser
administrado por VP se distribui no
compartimento extravascular. A
biotransformação é mínima, e o fármaco é
excretado com a urina.
 Efeitos colaterais: Incluem no local de
injeção, indisposição gastrointestinal e
arritmias cardíacas. As funções hepáticas e
renais devem ser monitoradas
periodicamente.

 Glucatime: É o fármaco preferido.


 Farmacocinética: Pode ser usado por VE
para evitar efeitos tóxicos, sobretudo em
casos avançados e graves, e facilitar o seu
uso em áreas rurais endêmicas, tem sido
preconizado esquemas com doses
menores de glucantime. Sua absorção é
escassa e lentamente no TGI. Pela VP, sua
absorção é boa, e, no plasma, atinge níveis
bem mais altos que os dos antimoniais
trivalentes. Significativas concentrações se
verificam no fígado e no baço. A eliminação
se faz pela urina.
FARMACOLOGIA ANTIVIRAL  Enfuvirtida (T20): É um peptídeo que se
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, assemelha a um segmento da gp41, a proteína
sua replicação depende dos processos de síntese do HIV que medeia à fusão da membrana.
da célula hospedeira. Para isso, os agentes  Mecanismo de ação: No vírion nativo a gp41
antivirais devem bloquear a entrada do vírus na é mantida em conformação que impede de se
célula ou a sua saída dela, ou ser ativas no interior fundir-se com a membrana ou de se ligar a
da própria célula hospedeira. O conhecimento dos T20. A infecção do HIV e seus receptores
mecanismos envolvidos na replicação viral fornece celulares desencadeia uma mudança de
uma compreensão das etapas criticas do ciclo de conformação da gp41, que expõe um
vida do vírus, que podem atuar como alvos segmento que pode ser inserido em
potenciais da terapia antiviral. Os agentes membranas, uma região de repetição
antivirais compartilham a propriedade comum de heptada (HR1), e uma região de repetição
serem virustáticos; mostram-se ativos apenas heptada imitada pela T20 (HR2). Em seguida
contra o vírus em replicação e não afetam os vírus ocorre novo dobramento de gp41, de modo
latentes. Enquanto algumas infecções necessitam que os segmentos HR2 ligam-se diretamente
de monoterapia por um breve período prolongado aos segmentos HR1. Se o peptídeo de fusão
de tempo; outras, ainda, necessitam de terapia estiver corretamente inserido na membrana
com múltiplos fármacos por período de tempo celular do hospedeiro, esse novo virion e a
indefinido (HIV). Em doenças crônicas, como a membrana estreita proximidade entre o
hepatite viral e a infecção pelo HIV, a inibição envelope do virion e a membrana celular,
potente da replicação viral é crucial para limitar a possibilitando a fusão da membrana.
extensa da lesão sistêmica. Entretanto, na presença de T20, o fármaco
A replicação viral consiste em varias etapas: liga-se aos segmentos HR1 expostos e
 1. Fixação do vírus a receptores presentes na impede o processo de novo dobramento
superfície da célula hospedeira; 2. Entrada do impedindo, assim, a fusão do envelope do
vírus através da membrana da célula; 3. HIV, com a membrana da célula hospedeira.
Desencapsulamento do ácido nucleico viral; 4.  Farmacocinética: Deve ser administrada por
Síntese de proteínas reguladoras precoces, injeção subcutânea, é o único agente
como, por exemplo, polimerases de ácidos antirretroviral de administração parenteral. O
nucleicos; 5. Síntese do RNA ou DNA viral; 6. metabolismo envolve hidrolise proteolítica,
Síntese de proteínas estruturais tardias; 7. sem a participação do sistema CYP450. A
Montagem (maturação) de partículas virais; 8. meia-vida de eliminação é de 4 horas.
Liberação da célula.  Efeitos colaterais: A maioria se correlaciona
Os agentes antivirais podem atuar com a injeção, incluindo dor, eritema,
potencialmente contra qualquer uma dessas endurecimento e nódulos, que ocorre em
etapas. todos os pacientes. Apesar de sua
frequência, essas reações são de leves a
Inibição de fixação e entrada dos vírus moderada e raramente levam a interrupção
Todos os vírus precisam infectar células para do fármaco. Outros efeitos são insônia,
replicação. Consequentemente a inibição dos cefaleia, tontura e náuseas.
estágios iniciais de fixação e entrada do vírus
proporciona uma medida preventiva contra a Inibidores do descascamento viral
infecção e, assim, pode limitar a disseminação do O espectro terapêutico dos derivados da
vírus pelo corpo. Dois fármacos anti-HIV, adamantina, amantadina e rimantadina está
maraviroque e enfuvirtida atuam nessas etapas. limitada às infecções por gripe A, para a qual
esses fármacos se tem mostrado igualmente
 Maraviroque: Tem como alvo o receptor de eficazes no tratamento e na prevenção. Esses
quimiocina CCR5. O maraviroque bloqueia a fármacos se reduzem a duração e a gravidade dos
infeção por cepas de HIV que usam o CCR5 sintomas sistêmicos, se iniciados dentro das
para sua fixação e entrada. Não é ativo contra primeiras 48 horas da exposição ao vírus.
cepas do HIV que usam o receptor CXCR4. Nenhum deles altera a resposta imune à vacina da
 Mecanismo de ação: Bloqueia o correceptor gripe A, e ambos podem ser administrados como
CCR5 que atua junto com o gp41, facilitando complementares à vacinação dessa forma
a entrada do HIV através da membrana na promovendo proteção até que ocorra a resposta
célula. de anticorpos.
 Farmacocinética: É bem absorvido por VO,
é formulado como comprimido. É
biotransformado pelas enzimas hepáticas
CIP450, e a dosagem deve ser reduzida
quando administrado com a maioria dos
inibidores de protease.
 Mecanismo de ação: O mecanismo  Aciclovir: Fármaco protótipo dos antivírus
antivirótico primário de ação da amantadina e hepáticos, os vírus da Hérpes simples tipo 1
da rimantadina é o bloqueio da matriz proteica e 2 (VHS1 e VHS2) o vírus Zóster da varicela
da membrana viral M2, que funciona como (VZV) e algumas infecções mediadas pelos
canal para íons hidrogênio. Canal necessário vírus Epstein-Barr são sensíveis ao aciclovir. O
para a fusão da membrana viral com a uso mais comum é no tratamento das
membrana celular que por fim, forma o infecções genitais por herpes.
endossomo. Esses fármacos também podem  Mecanismos de ação: O aciclovir é
interferir na liberação de novos vírions. monofosforilado na célula por uma enzima
 Farmacocinética: Ambos os fármacos são codificada pelo Hérpe-vírus, a timidinaquina.
bem absorvidos por VO a amantadina se Dessa forma, células infectadas pelo vírus
distribui por todos os organismos e penetra no são mais sucetivel. O análogo monofosfato e
SNC, e a rimantadina não atravessa a barreira convertido nas formas di e trifosfato pelas
hematoencefálica na mesma extensão. É células de desoxiguanosina como o substrato
excretada na urina e pode se acumular em do DNA-polimerase viral é incorporado no
níveis tóxicos em paciente com insuficiência DNA viral, causando finalização prematura da
renal. cadeia de DNA. A ligação irreversível do
 Efeitos colaterais: Os efeitos colaterais da molde contendo aciclovir com o DNA-
amantadina são associados ao SNC. Os polimerase viral inativa a enzima. O fármaco
sintomas neurológicos menos importantes é menos eficaz contra a enzima do
incluem insônia, tontura e ataxia. Efeitos mais hospedeiro.
graves têm sido registrados como, alucinações  Farmacocinética: A administração do
e convulsões. aciclovir pode ocorrer pelas vias IV, VO ou
VT. A distribuição do fármaco pelo organismo
Inibição da replicação do genoma viral é boa, incluindo a cerebroespinal. E
A maioria dos fármacos que inibem a replicação parcialmente biotransformado a um produto
do genoma viral atua por meio da inibição de uma inativo. Excreção na urina ocorre por filtração
polimerase. Todos os vírus usam uma polimerase glomerular e secreção tubular. Acumula-se
para a replicação de seu genoma. Alguns vírus em pacientes com insuficiência renal.
usam o DNA polimerase celulares; para esses  Efeitos colaterais: Dependem da via de
vírus, os fármacos direcionados contra as administração. Pode ocorrer irritação no local
polimerases também inibem a replicação do DNA na aplicação tópica; cefaleia, diarreia,
celular e seriam inaceitavelmente tóxicos. náuseas e êmese por administração ora.
Entretanto, os vírus codificam, as suas próprias Disfunção renal transitória a com doses altas
polimerases, de modo que essa etapa no ciclo de ou em pacientes desidratados que recebem o
vida do vírus constitui um excelente alvo para fármaco VIV.
fármacos antivirais.
As polimerases serviram de alvos bem-sucedidos Inibição da liberação viral
para fármacos aprovados. Esses fármacos O fundamento lógico para esses inibidores que
constituem, em sua maioria, os chamados bloqueiam a liberação do vírus da célula
análogos nucleosídios. Todos análogos hospedeira provêm do mecanismo de fixação e
nucleosídios precisam ser ativados por liberação viral.
fosforilação, habitualmente à forma trifosfato, para O vírus influenza fixa-se às células por meio de
exercer seus efeitos. Como resultado da interações entre hemaglutina, proteína presente
fosforilação esses agentes são capazes de imitar no envelope viral, componente de acido siálico,
os desoxirribunucleosídios trifosfatos, que são os encontrada em muitas glicoproteína da superfície
substratos naturais do DNA polimerase. células. Após a saída do vírus influenza das
células no final de um ciclo de replicação, a
Os análogos nucleosídios inib em as polimerases ao hemaglutina nos vírions nascente liga-se
competir com os sub stratos trifosfatos naturais; em geral,
esses análogos também são incorporados na cadeia de DNA
novamente às terminações do ácido siálico,
em crescimento, onde eles frequentemente interrompem o fixando, assim, os vírions a superfície celular e
processo de alongamento. impedindo a liberação do vírus. Para superar esse
problema, o vírus influenza codifica uma enzima
Uma ou ambas as características, inibição ligada ao envelope, chamada neuraminidase,
enzimática e incorporação ao DNA, podem ser que cliva o ácido siálico das glicoproteínas de
importantes para a atividade antiviral. membrana, possibilitando, a liberação viral. Na
ausência de neuraminidases, o vírus permanece
fixado e incapaz de se disseminar para outras
células. Quando são liberados de uma célula
infectada, os novos vírus são revestidos pelo
ácido siálico.
 Zanamivir: Evitam a liberação de novos  Imiquimode: Modificador da resposta imune
vírions e sua propagação de célula. Eficaz demonstrou eficácia no tratamento tópico das
contra o vírus da gripe A e B. não interfere na verrugas genitais externas e perianais. Foi
resposta imune contra o vírus da gripe A. aprovado para o tratamento de certas doenças
 Mecanismo de ação: O vírus da gripe usa causadas por HPV.
uma neuraminidase especifica que é inserida  Mecanismo de ação: Ela interage com
na membrana celular do hospedeiro para receptores parecidos a TO11, TLR7 e TLR8,
proporcionar a liberação de vírion recém- para reforçar a imunidade inata, incluindo a
formados. A zanamivir é um análogo do secreção de interferonas.
estado de transição do substrato do ácido  Farmacocinética: O creme a 5% é aplicado
siálico e atuam como inibidores da atividade tres vezes por semana e removido 6 a 10
da enzima. horas após cada aplicação;
 Farmacocinética: Pró-fármaco não é ativo  Efeitos colaterais: Os mais comuns são
por VO ou via intranasal e sua forma ativa, reações cutâneas locais.
deve ser administrado por inalação pelo
fígado e sua forma ativa. É eliminado na  Interferon: compreendem uma família de
urina. glicoproteína indutíveis de ocorrência natural
 Efeitos colaterais: O Zanamivir não tem que interferem na capacidade dos vírus de
efeitos colaterais no TGI, pois é administrado infectarem as células. Embora eles inibam o
por inalação. Porem ocorre irritação do trato crescimento de muitos vírus in vitro, são
respiratório. sintetizados por tecnologia de DNA
recombinantes.
Moduladores do sistema imune  Mecanismo de ação: Não é completamente
Temos três classes de fármacos que explicitam o entendido. Parece envolver a indução de
uso de processos imunes do hospedeiro são enzimas nas células do hospedeiro que
usados no tratamento de infecções virais. Nelas inibem a translação do RNA viral, o que
incluem imunização, interferonas e imiquimode. acaba acarretando na degradação do RNAm
 Imunização ativa e passiva: inibem a e do RNAt do vírus.
infecção viral em decorrência da produção de  Farmacocinética: São ativos por VO, mas
anticorpos dirigidos contra proteínas do podem ser administrado por via intralesional,
envelope viral, as quais bloqueiam a fixação e subcutânea ou IV. Pouco ativo é encontrados
a penetração dos vírions nas células e no plasma, e sua presença não está
aumenta sua eliminação, alguns anticorpos relacionada com as respostas clinicas. A
são diretamente virucida, causando destruição captação celular e o metabolismo pelo fígado
ou inativação dos virions antes que o vírus e pelos rins são responsáveis pelo
possa interagir com seu receptor nas células desaparecimento dos interferons do plasma.
alvos. Ocorre eliminação renal insignificante.
 Interferonas: Fazem uso da resposta imune  Efeitos colaterais: Incluem sintomas
inata e não são diretamente direcionados para parecidos aos da gripe, como febre, arrepios,
produtos gênicos virais. As interferonas foram mialgias, artralgias e distúrbios do TGI.
inicialmente identificadas como proteínas Fadiga e depressão mental são comuns.
produzidas e resposta à infecção viral e
capazes de inibir a replicação do mesmo vírus
ou de outro vírus. Temos dois tipos de
interferonas a do tipo 1 e 2. As do tipo 1, são
produzidos por vários tipos celulares e que
interferem com o mesmo receptor de
superfície celular; As do tipo 2 geralmente
produzidas por células do sistema imune, em
partículas as células T, e que interage com o
receptor distinto. A interação das interferonas
com seus receptores induz uma serie de
eventos de sinalização que ativam ou induze a
expressão de proteínas que combatem as
infecções virais.
Inibição da maturação viral
Muitos vírus, a montagem de proteínas é acido
nucleio em partículas, não é suficiente para
produzir um vírion infeccioso; em vez disso, é
necessária uma etapa adicional, chamada
maturação. Como as proteases virais são
essenciais para a replicação de vários vírus,
muitos esforços foram feitos para descobri
fármacos ativos contra essas enzimas. Grande
parte do estimulo para esses esforços resultou do
sucesso e das experiências adquiridas com o
desenvolvimento dos inibidores da protease do
HIV. Por varias razões, a protease do HIV são
alvos atraentes para a intervenção farmacológica.
1. Essa enzima é essencial para a replicação do
HIV;
2. É suficiente a ocorrência de uma maturação
pontual inativar a enzima;
3. As sequencias clivadas pela protease do HIV
são conservadas e um tanto raras, sugerindo
a necessidade de especificidade e de um
ponto de inicio para o delineamento de
fármaco;
4. A protease do HIV, ao contrário das
proteases humanos mais estreitamente
relacionados. É um dímero simétrico de duas
subunidades idênticas, em que cada uma
contribui para o sítio ativo, sugerindo a
necessidade de especificidade e de um ponto
de inicio para o delineamento de fármacos.
A enzima pode ser hiperexpressa e submetida a
testagem, e sua estrutura cristalina já foi
estabelecida.

 Ritonavir: Não é mais usado como inibidor de


protease isoladamente, mas é usada como um
reforçador farmacocinético de outros inibidores
de protease. É um potente inibidor da CIP3A e,
simultâneo com sua administração, aumenta a
biodisponibilidade de um segundo inibidor de
protease aumentando, com frequência, o
intervalo entre as dosificações.
 Mecanismo de ação: Ligam-se as, proteases
do HIV-1 ou HIV-2, geralmente, é usado em
combinações com outros inibidores de
protease, pois assim potencializa sua ação;
 Farmacocinética: É administrada oralmente,
geralmente duas vezes ao dia. Sua meia vida
está entre 3 a 5 horas, porem alimentos
podem retardar sua absorção. É eliminado,
principalmente nas fezes, e um pouco na
urina.
 Efeitos colaterais: Incluem alterações do
TGI; como, náusea, êmese, dor abdominal,
alterações sanguíneas; anemia ou
neutropênia; e efeitos sobre o SNC; como
insônia, tontura e cefaleia. Assim como o
risco de hiperglicemia.
ANESTÉSICOS µ. Os locais de ação incluem o cérebro, o tronco
Vêm do grego AN=sem e AISTHESIS=sensação. encefálico primário. A morfina é metabolizada no
fígado, e o seu metabolismo de 1ª passagem
ANESTÉSICOS LOCAIS diminui a sua disponibilidade oral. a semelhança
Os anestésicos locais (AL) são um conjunto de da morfina, a codeína é um agonista dos
substâncias químicas aplicadas localmente, com receptores opióides de ocorrência natural. Embora
estruturas moleculares parecidas, capazes de seja menos efetiva que a morfina no tratamento da
inibir as sensações e prevenir o movimento. A AL dor, a Codeína costuma ser usada pelos seus
refere-se à perda de sensação numa região efeitos antitussivo (supressor de tosse) e
limitada do corpo. antidiarreico.
Os AL´s exercem efeito através do bloqueio dos Os compostos semissintéticos Oxicodona e
canais de sódio regulados por voltagem, inibindo, Hidrocodona são análogos a codeína mais efetiva.
as propagações dos potenciais de ação ao longo
dos neurônios a partir desse bloqueio AL inibiram Codeína
a transmissão da informação para o SNC. Referência: Cuidem (Cristália);
As sensações que vêm da periferia para o SNC O que é: antitussígeno e analgésico;
(aferente) e as mensagens que o SNC envia para Para que serve: dor e tosse;
a periferia (eferente) deixam de ser conduzidas Como age: a codeína liga-se a receptores
pelo nervo sob ação do AL, desaparecendo as opiáceos no SNC inibindo a chegada de impulsos
varias formas de sensibilidade (tátil, térmica e dolorosos. Por ação central suprime o reflexo da
dolorosa) e a atividade motora da área em que se tosse.
distribui o nervo ou grupo de nervos bloqueados. Riscos na gravidez: C;
Os AL´s apresentam algumas propriedades Não usar o produto: alergia a opioide, depressão
desejáveis: respiratória aguda, íleo paralítico, criança menor
• Bloqueio reversível do nervo, sem risco de de 4 anos;
produzir lesão permanente; Risco X benefício: abdômen agudo, idoso ou
• Irritação mínima para os tecidos em que são paciente debilitado, insuficiência hepática ou renal,
injetadas; doença de Addison, hipotireoidismo, hipertrofia
• Boa difusibilidade através dos tecidos, para que prostática, colite pseudomembranosa, aumento
sejam atingidos os nervos a que são destinados; prévio intracraniano, lesão intracraniana,
• Baixa toxidade sistêmica; convulsão, trauma craniano, depressão do SNS
• Inicio de ação rápida; etc.;
• Duração do efeito adequado às necessidades Reações mais comuns:
cirúrgicas habituais. • SGI: constipação;
• SNC: sentido confuso, sedação e sonolência;
Analgésico e Anestésico • Outros: suores.
Os analgésicos são inibidores específicos das Atenção ao usar outros produtos. A Codeína:
vias de dor, e os anestésicos locais são inibidores • Pode aumentar o risco de depressão do SNC:
inespecíficos das vias sensoriais periféricas, alcool, outro depressor do SNC;
motoras e autônomas. Em algumas situações • Pode ter sua ação diminuída por: Buprenofina;
clinicas é importante controlar a dor, como • Pode apresentar reações adversas importantes
traumatismo agudo, trabalho de parto ou cirurgia. com: IMAO;
Nesses casos a via da dor pode ser interrompida • Pode ter sua ação antagonizada por: Naloxona
pelo bloqueio da transmissão com AL´s ou com e Naltrexona;
administração de opióides. Varias classes de • Pode causar aumento do risco de hábito com:
fármacos são usados para o alivio da dor: álcool, outro depressor do SNC.
• Agonistas dos receptores opióides; Considerações importantes: não dirigir veículos,
• AINE; nem operar máquinas, até ter certeza de que o
• Antidepressivos tricíclicos; produto não está afetando o estado de alerta ou a
• Anticonvulsivantes; coordenação motora do paciente e não ingerir
• Antagonistas dos receptores NMDA; bebidas alcoólicas, o produto não deve ser usado
• Agonistas adrenérgicas. para as tosses persistentes, como as do cigarro,
• Agonistas dos receptores 5HT1. Asma ou enfisema, nem quando a tosse for
acompanhada secreção excessiva e ingerir
grandes quantidades de líquidos.
Codeína e associações:
Agonistas dos receptores opióides • Codaten: analgésico opioide;
São usados no controle da dor moderada a • Tylex 7,5mg: analgésico opióide associado;
intensa. A Morfina continua sendo muito usada, Uso oral:
nos últimos anos foram usadas na dor crônica não • Comprimido: 30mg e 60mg (Codein);
causada por câncer. Eles produzem analgesia • Solução oral: 3mg/ml (Codein).
através de sua ação sobre os receptores opioides
Morfina Como age: liga-se a receptores opioides no SNC
Referência: Dimorff (Cristalia) e Dimorf Lc inibindo a transmissão do impulso doloroso.
(Cristália); Impede ou atenua sintomas de abstinência
Similar: Dolo Moff (União química); quando administrado em substituição a outros
O que é: analgésico opioide; opioides nos tratamentos de desintoxicação;
Para que serve: dor intensa, dor, sedação pré- Risco na gravidez: B;
operatória e adjunta da anestesia; Risco X benefício: arritmia cardíaca,
Como age: atua sobre receptores opioides no comprometimento da capacidade de manter a
SNC, alterando a percepção e a resposta pressão sanguínea, por diminuição do volume de
emocional à dor. sangue ou uso de determinado medicamentos,
Risco na gravidez: C; diminuição da função hepática, idoso e paciente
Não usar o produto: reação alérgica a opioide, debilitado, predisposição a hipoventilação,
diagnóstica ou suspeita de íleo paralítico e recém- pacientes com inclinação ao vício.
nascido; Reações mais comuns:
Risco X benefício: arritmia cardíaca, • SNC: sonolência e tontura;
comprometimento da capacidade de manter a • Dermatológica: coceira;
pressão sanguínea, por diminuição do volume de • SGI: constipação, náusea e vômito.
sangue ou uso de determinados medicamentos, Não usar o produto: em membranas mucosas, nos
diminuição da função renal, diminuição da função olhos ou em áreas vizinhas a eles;
hepática, idoso e paciente debilitado, Reações mais comuns:
predisposição a hipoventilação. • Dermatológica: coceira, fissuras, irritação local,
Reações mais comuns: maceração, queimadura e vermelhidão.
• Cardiovascular: diminuição dos batimentos Uso tópico:
cardíacos e queda da pressão arterial; • Creme 1%: 10mg/g (Oceral e genérico);
• SGI: constipação, náusea e vômito; • Solução alcoólica: 1%: 10mg/ml (Oceral e
• SNC: confusão mental, febre, pesadelos, genérico).
sedação, sensação de queda iminente, sonolência
e tontura; Agonistas sintéticos
Atenção com outros produtos. A morfina: As duas principais classes de agonistas sintéticos
• Pode aumentar o risco de hábito e de pressão dos receptores µ são as Fenileptilaminas
do SNC com: alcool, outro depressor do SNC; (Metadona) e as Fenilpiperidinas (Fentanil e
• Pode ter sua ação diminuía por: Buprenorfina; Meperidina). A metadona é mais conhecida pelo
• Pode apresentar reações adversas importantes seu uso no tratamento de adição de drogas, mas
com: IMAO; também pode ser usado no controle da dor. O
• Pode ter sua ação antagonizada por: Naxolona Fentanil, um exemplo de agonista opioide sintético
e naltrexona. de ação curta é 75 a 100 vezes mais potente do
Considerações importantes: não ingerir bebida que a morfina. Em virtude de as altas lipofilicidade,
alcoólica, a morfina pode mascarar ou piorar a dor o fentanil é biodisponível através de varias vias
na vesícula biliar, adotar dieta rica fibras, tomar peculiares. O fentanil também pode ser
grande quantidade de líquidos, tomar cuidado ao administrado por via transdermica, na forma de
subir ou descer escadas, levantar devagar da disco que libera lentamente o fármaco,
cama ou da cadeira para evitar tonturas e evitar proporcionando analgesia sistêmica de ação
mudanças bruscas de posição. longa. O alfentanil que é ainda mais potente do
que o fentanil, é o sufentanil, que é menos
potente, estão estruturalmente relacionadas com
fentanil.
O remifentanil, o fenilpiperidina, mais
recentemente desenvolvida, exibe um
Uso oral: comportamento farmacocinético distinto. Outro
• Comprimido: 10mg e 30mg (Dimorf); fenilpiperidina é a meperidina, um agonista µ
• Solução oral: 10mg/ml (dimorf); eficácia analgésica semelhante à morfina. Sua
• Capsula de liberação prolongada: 30mg, 60mg atividade analgésica fica reduzida a metade
e 100mg (Dimorf Lc). quando administrada por VO, e com frequência, o
Uso injetável: fármaco produz disforia. Ao contrário de outros
• Injetável (solução): 0,2mg/1ml, 1mg/1ml e opioides, a meperidina provoca mai midríase do
10mg/1ml (dimorf). que miose.

Oxicodona Metadona
Referência: Oxycontin (Zodiac); Referência: Mytedom (Cristália);
O que é: analgésico opioide; O que é: analgésico opioide;
Para que serve: dor; Para que serve: dor grave, síndrome de
abstinência a opioide;
Como age: liga-se a receptores no SNC inibindo a respiratória considerável, especialmente quando
transmissão do impulso doloroso. Impede ou equipamentos para monitoramento ou
atenua sintomas de abstinência quando ressuscitação não estão disponíveis.
administrado em substituição a outros opioides no Risco x benefícios: arritmia cardíaca,
tratamento de desintoxicação. comprometimento da capacidade de manter a
Risco na gravidez: C; pressão sanguínea, por diminuição do volume de
Não usar o produto: alergia a opioide; sangue ou uso de determinados medicamentos,
Risco X benefícios: arritmia cardíaca, diminuição hepática, idoso e paciente debilitado,
comprometimento da capacidade de manter a predisposição a hipoventilação.
pressão sanguínea, por diminuição do volume de Reações mais comuns:
sangue ou uso de determinado medicamento, • Dermatológico: coceira e suores;
diminuição da função hepática, idoso e paciente • SGI: dor abdominal, constipação, boca seca,
debilitado, predisposição a hipoventilação etc. diarreia, náusea, má digestão e vômito;
Reações comuns: • Respiratório: dificuldade para respirar;
• SGI: náusea e vômito; • SNC: sedação, sonolência, sentidos confusos,
• SNC: sentidos confusos, tonturas, sensação de euforia, confusão mental, fraqueza, ansiedade,
queda iminente, sedação e sonolência. depressão, tontura, dor de cabeça, insônia e
Atenção com outros produtos: nervosismo.
• Pode aumentar o risco de hábito e de Atenção com outros produtos. a fentanila
depressão do SNC com: álcool, outro depressor transdérmica:
do SNC; • Pode aumentar os efeitos depressores do SNC,
• Pode ter sua ação diminuída por: Buprenorfina; os efeitos depressores respiratórios e os efeitos
• Pode apresentar graves reações com: IMAO; hipotensores com: álcool, outro depressor do
• Pode ter sua ação antagonizada por: Naxolona SNC;
e Nalfrexona; • Pode ter seus efeitos opioides reduzidos com:
• Pode aumentar o risco de constipação grave indutor de CY3A4; (Carbamazepina);
com: anticolinérgico ou outro medicamento com • Pode ter seus efeitos opioides aumentados ou
efeito anticolinérgico; prolongados com: inibidor de CY3A4
• Pode apresentar sintomas de abstinência em (Claritromicina);
pacientes tratados por dependência a opióides • Pode ser ineficaz com: Naltrexona.
com: Rifampicina, Fenitoina; Considerações importantes: cuidado ao dirigir ou
• Considerações importantes: não ingerir bebida executar atividades que exijam atenção. o
alcoólica, cuidado ao dirigir ou executar tarefas aumento de temperatura da pele pode aumentar a
que exijam atenção; este produto não é absorção de fentanila de sistema transdérmicos.
recomentado para analgesia obstétrica.

Antagonista dos receptores opióides


São usados para reverter os efeitos colaterais
Uso oral: potencialmente fatais da administração de
• Capsula: 5mg e 10mg (Mytedon); opioides, especificamente a depressão
Uso injetável: respiratória. Analoxona (antagonistas) é um
• Injetável (solução): 10mg/1ml (Mytedon); derivado sintético da Oximorfona, administrado
• Armazenagem antes de aberto: por VO é usado em condição ambulatorial, para
Temperatura ambiente (15-30 ºC); desintoxicação de indivíduos com adição de
Proteção à luz: sim é necessária. opioides. Foram desenvolvidos antagonistas
restritos à periferia, como o Alvimopam, para
Fentalina (transdérmico) reduzir o íleo pós-operatório e melhorar os efeitos
Referência: Durogesic D-trans (Jannsen-Cilag); gastrintestinais do uso crônico de opióides.
Similar: Fentanest;
O que é: opioide, derivado do ópio e agonista Naltrexona
opioide; Referência: Revia (Cristália);
Para que serve: dor crônica. Atenção: deve ser O que é: antagonista opioide, tratamento adjunto
prescrito e ter seu uso monitorado por profissional na dependência opioide, tratamento adjunto no
capacitado e apto a identificar e tratar alcoolismo;
hipoventilanção que possa ocorrer. Para que serve: alcoolismo, dependência opioide,
Riscos na gravidez: C; em indivíduos anteriormente dependente de
Não usar o produto: reação alérgica a opioide, dor opióide e que estejam desintoxicados.
aguda ou pós-operatória dor crônica leve ou Atenção: indivíduos dependente de opioides
intermitente em que possa ser usado um devem ser desintoxicados antes de iniciar o
analgésico menos potente, paciente que nunca tratamento.
recebeu opioide, mas tolerante, depressão
Como age: a naltrexona atenua ou bloqueia
reversivelmente, os efeitos subjacentes dos
opioides administrados por via intravenosas.
Quando a naltrexona é co-administrada com a
morfina, em situações crônica, ela bloqueia a
dependência física à morfina, heroína e outros
opioides. A naltrexona tem poucas ações
intrínsecas além das suas propriedades de
bloqueio aos opioides, mas pode, contudo
produzir alguma constrição da pupila.
Risco na gravidez: C;
Não usar o produto: hipersensibilidade ao produto,
hepatite aguda ou insuficiência hepática, paciente
recebendo agonista opioide, paciente não
desintoxicado fisicamente dependente de
opioides, abstinência aguda de opioide, paciente
em que ocorreu abstinência de opioide após teste
de naxolona, teste de urina positiva para opioides,
pacientes com menos de 18 anos.
Risco x benefício: doença hepática, esquema
posológicos que envolvam doses únicas maiores
que 50mg e diminuição renal.
Reações mais comuns:
Cardiovascular: síncope
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS INTERAÇÕES FARMACODINAMICAS
Um dos fatores que podem alterar a resposta aos Causa modificações dos efeitos bioquímicos ou
fármacos é a administração concomitante de fisiológico do medicamento. Geralmente ocorre no
outros fármacos. Ocorre quando os efeitos de um local de ação dos medicamentos ou através de
fármaco são alterados pela presença de outro, mecanismo bioquímicos específicos, sendo capaz
alimento ou bebida. de causar efeitos semelhantes ou opostos. Podem
Muitos pacientes fazem tratamento contínuo com ocorrer interações tóxicas quando dois
um ou mais fármacos para doenças crônicas, medicamentos ativam vias complementares
como hipertensão, insuficiência cardíaca, resultando em efeitos biológicos exagerados. Um
osteoartrite e assim por diante. O potencial para exemplo é a coadministração de Sildenafil e
interação entre fármacos é, portanto substancial, e Nitroglicerina.
as interações são responsáveis por 5% a 20% das  Interação de efeito: ocorrem quando dois ou
reações adversas aos fármacos. Essas podem mais medicamentos em uso concomitante têm
agravar e podem ser atribuídos erroneamente à ações farmacológicas similares a portas,
história natural da doença. podem produzir sinergias ou antagonismos de
A interação medicamentosa pode ser perigosa ação dos medicamentos farmacocinéticos ou
quando promove o aumento da toxidade de um mecanismos de ação dos medicamentos
fármaco. Algumas vezes a interação envolvidos. Por exemplo, álcool reforça o
medicamentosa pode reduzir a eficácia de um efeito sedativo de hipnóticos e anti-
fármaco. histamínicos.
Os fármacos também podem interagir com  Interações farmacêuticas: Chamadas de
entidades químicas em outras constituintes da incompatibilidade medicamentosa ocorrem in
dieta e fitoterápico. A administração de um vidro, antes da administração dos fármacos no
fármaco (a) pode gerar a ação de outro (b) por organismo, quando se misturam dois ou mais
mecanismos gerais: deles numa mesma seringa, equipo de soro ou
1. Modificação do efeito farmacológico de b sem outro recipiente.
alterar sua concentração no líquido intersticial Pode ocorrer de muitas formas diferentes. Há
(interação farmacodinâmica: absorção, muitos mecanismos e é provável que alguns
distribuição, metabolismo e excreção); exemplos sejam muito uteis que outros.
2. A alteração de b que alcança seu local de  Antagonistas de receptores β-adrenérgico
ação (interação farmacocinética: efeitos diminuem a efetividade dos antagonistas de
aditivos, sinérgicos ou antagônicos). receptores β-adrenérgico. Como salbutamol;
3. Interações farmacêuticas: Ocorre quando um  Muitos diuréticos diminuem a concentração
fármaco é físico ou quimicamente incompatível plasmática de K* e, assim, predispõem à
com outro. São interações físico-químicas de toxicidade da digoxina e à toxicidade com os
um fármaco com uma solução de infusão fármacos antiarrítmicos do tipo 3.
intravenosa ou de dois fármacos na mesma  A sildenafila inibe a isofarma da
solução, resultando em perda da atividade do fosfodiesterase que inativa o GMPc;
fármaco envolvido. consequentemente, ela potencializa, os
Para que tais interações sejam relevantes do nitratos orgânicos, que ativam a guanilil
ponto de vista clínico, é preciso que a faixa ciclase, e pode causar hipotensão grave em
terapêutica do fármaco b seja estreita. Para que pacientes que usam esses fármacos.
as interações farmacocinéticas sejam importantes  Os inibidores a monoamina-oxidase aumentam
sob o aspecto clínico, é também necessário que a a quantidade de NoE armazenado nos
curva concentração-resposta do fármaco b tenha terminais nervosos noradrenérgicos e
inclinação. Para muitos fármacos, essas interagem perigosamente com alguns
condições não estão presentes, mesmo mudanças fármacos, tais como a efedrina ou a tiramina,
muito grandes na concentração plasmática de que liberam a NoE armazenada. Isto pode
fármacos relativamente não tóxicos, como a ocorrer também com alimentos ricos em
penicilina, mostram pouca, probabilidade para dar tiramina, sobretudo queijos fermentados como
inicio a problemas clínicos, porque, há margem de o Camembert
segurança confortável entre as concentrações  A Varfarina compete coma vitamina K,
séricas consequentes de doses usuais em impedindo a síntese hepática de vários fatores
toxicidade, muitos fármacos apresenta relação de coagulação. Se a produção de vitamina K
concentração-resposta muitos sensíveis e no intestino é inibido, a ação anticoagulante da
margem terapêutica estreita e, por isso, as varfarina é aumentada.
interações entre fármacos podem causar
problemas maiores.
INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS Metabolização
Essas interações podem afetar o padrão de Os fármacos podem inibir ou induzir as enzimas
absorção, distribuição, metabolização ou que os metabolizam.
excreção. Ocorre quando um fármaco altera a  Indução: É importante causa de interação
velocidade, a extensão de absorção, distribuição, entre fármacos. A demora na indução e alenta
biotransformação ou excreção de outro fármaco, recuperação após a retirada do agente indutor,
alterando a concentração do fármaco ativo no junto com o potencial para indução seletiva de
organismo. Modificam a magnitude e duração do uma ou mais isoenzimas CYP, contribuem
efeito, mas a resposta final do medicamento é para a natureza insidiosa dos problemas
preservada. Quando dois fármacos são clínicos que a indução possui. Os efeitos
metabolizados pela mesma P450, a inibição colaterais devidos a tais interações são muito
competitiva ou irreversível dessa P450 por um variáveis, incluindo rejeição do enxerto como o
fármaco pode levar a um aumento na resultado da perda de eficácia do tratamento
concentração plasmática do segundo fármaco. Por imunossupressor, convulsões devido à perda
outro lado, a indução de uma P450 especifica por da atividade convulsivante, gravidez
um medicamento pode levar a uma redução na indesejada e trombose ou sangramento.
concentração plasmática dos outros fármacos que  Inibição: Sobretudo as do sistema do P450,
são metabolizadas pela mesma enzima. Além de diminui o metabolismo e, em consequência,
alterar a atividade das P450, os fármacos podem aumenta a ação de outros fármacos inativados
afetar o transporte de outros fármacos para dentro pela enzima. Os efeitos terapêuticos de alguns
e para fora dos tecidos. Um fármaco que se liga fármacos são consequência direta da inibição
às proteínas plasmáticas, como a albumina, pode da enzima. A xantina oxidase usada para
deslocar um segundo fármaco da mesma prevenir a gota; metaboliza muitos fármacos
proteína, aumentando sua concentração citotóxicos e imunossupressores, incluindo a
plasmática livre e, consequentemente, a sua mercaptopurina (o metabólito ativo da
biodisponibilidade para tecidos-alvos e não alvos. azatioprina), ação que é assim potencializada
e prolongada pelo alopurinol.
Absorção
A absorção do TGI é diminuída pelos Excreção
medicamentos que inibem o esvaziamento A maioria dos medicamentos é quase totalmente
gástrico, como a atropina ou narcóticos, ou eliminada pelos rins. Desta forma, a taxa de
acelerada pelos medicamentos que aceleram o excreção de vários agentes pode ser modificada
esvaziamento gástrico (metoclopramida) por através de interações ao longo do néfron. Os
outro lado o fármaco A pode interagir com o principais mecanismos pelos quais um fármaco
fármaco B no intestino de forma a inibir a pode afetar a taxa de eliminação renal de outros
absorção de B., por exemplo, o Ca2+ forma um são por:
complexo insolúvel om a tetraciclina que retarda  Inibição da secreção tubular: A proenecida
sua absorção, a colestiramina, uma resina de foi desenvolvida para inibir a secreção da
ácido biliar ligando-se a vários fármacos penicilina, assim, prolongar sua ação. Ela
impedindo sua absorção se administrado de modo também inibe a eliminação de outros fármacos
simultâneo. Outros exemplos é a adição de têm efeitos incidentais à zidovudina;
epinefrina as injeções de anestésico local, a  Alteração do pH e do fluxo urinário: Os
vasoconstrição resultante retarda a absorção do diuréticos tendem a aumentar a eliminação
anestésico, prolongando, assim, seu efeito local. urinária de outros fármacos e de seu
metabolitos, mas isto raramente é importante.
Distribuição Por outro lado diuréticos tiazídicos e de alça
Um fármaco pode alterar a distribuição de outro, aumentam indiretamente a reabsorção tubular
competindo por um local comum de ligação na proximal do lítio e isto ode causar a toxicidade
albumina plasmática ou proteína do tecido, mas tal do lítio em pacientes tratados com carbonato
interação poucas vezes é importante, a menos de lítio para alterações do humor. O efeito do
que acompanhada por um efeito distinto na pH urinário sobre a eliminação de ácido e
eliminação do fármaco. O deslocamento de um bases fracos é colocado em uso no tratamento
fármaco dos locais de ligação no plasma ou nos da intoxicação por salicilato, mas não é a
tecidos aumenta por algum tempo a concentração causa de interações acidentais.
do fármaco livre. Mas isto é seguido por seu
aumento na eliminação, e, então, novo estado de
equilíbrio é estabelecido no qual as concentrações
plasmáticas similares àquela anterior a introdução
do segundo fármacos deslocados.
FARMACOEPIDEMIOLOGIA PROCESSO DE APROVAÇÃO DE
A farmacoepidemiologia, ou epidemiologia do FARMACOS NOS EUA
medicamento, surgiu da interseção da O Food and Drug Administration (FDA) é a
farmacovigilancia clinica com a epidemiologia. A agência do governo do EUA responsável pela
farmacoepidemiologia compreende tanto o estudo fiscalização dos fármacos e alimentos consumidos
do uso, quanto o dos efeitos dos medicamentos nos EUA.
nas populações, e a farmacovigilância é um dos Nos EUA, a FDA deve aprovar um fármaco antes
seus componentes. Assim definida, de ser comercializado. Depende do centro de
farmacoepidemiologia é composta por duas avaliação de pesquisa de medicamentos seguros
vertentes, complementares que busca conhecer, e eficazes fora do mercado e para fornecer
analisar e avaliar o impacto dos medicamentos informações sobre fármacos para uso apropriado.
sobre a população humana. Tem uma grande pressão para que os fármacos
É uma disciplina em desenvolvimento que aplica sejam aprovados e disponibilizados para uso. Por
técnicas epidemiológicas para estudar o uso dos outro lado, existe uma pressão para que a FDA
fármacos numa grande população. A mantenha a segurança pública.
farmacoepidemiologia combina farmacologia A FDA influência o novo processo de aprovação
clinica com epidemiologia. Combinando os de fármacos pela elaboração e imposição do
interesses da farmacologia e da epidemiologia, a cumprimento das normas federais, todas
farmacoepidemiologia aplica princípios compiladas no código de normas federais dos
epidemiológicos nos estudos dos efeitos dos EUA.
medicamentos nas populações humanas. Os A FDA publica as diretrizes que orientam os
estudos nessa área quantificam os padrões de laboratórios os estudos dos fármacos, que devem
uso e os efeitos adversos dos fármacos. Por mostrar segurança e eficácia. O processo de
exemplo, compreender os padrões de prescrição aprovação do fármaco pode levar vários meses,
dos fármacos, a conveniência do seu uso, os até anos.
padrões de adesão ao tratamento e de A FDA coleta taxas dos laboratórios para ajudar a
persistência no tratamento, bem como pela cobrir custo de supervisionamento dos novos
identificação de fatores prognósticos para o uso fármacos e de expedir o processo de aprovação
do fármaco. São alvos de interesse as reações do fármaco. Isso tem um impacto na linha do
medicamentosas adversas comuns previsíveis, tempo de aprovação do medicamento. Antes de
assim como aquelas raras e imprevisíveis. Termos liberar um novo fármaco, a agência exige
usados sobre a segurança dos medicamentos; evidências de que o produto é seguro para uso
 Evento adverso: Qualquer situação médica nesse estudo. Estudos in-vidro ou em animais,
inesperada que ocorre enquanto o paciente são conduzidos para avaliar os efeitos tóxicos e
está recebendo um fármaco, mas não é regra farmacológicos dos fármacos, e sua
que esse evento tenha relação com o farmacocinética.
medicamento; Quando o laboratório julga ter dados probatórios
 Reações adversas: Refere-se a um desfecho de que o novo fármaco é seguro para ser usado
prejudicial ou indesejado, que ocorre enquanto em experimentos clínicos iniciais, o laboratório
o paciente está recebendo um produto formaliza uma solicitação de pesquisa de nova
farmacêutico, e esse desfecho tem uma droga (IND) à FDA. Essa solicitação é para obter
ligação causal com o medicamento. As a permissão do FDA para iniciar os ensaios
reações adversas podem ser dose- clínicos em humanos. A FDA examinará a IND, e,
dependentes (existe uma relação entre a dose em 30 dias, determinará se os ensaios clínicos
do fármaco e o desfecho observado) e poderão ou não se iniciar.
previsíveis ou mais peculiares e imprevisíveis.
 Efeito colateral: Costuma ser dose-
dependente, é previsível e pode ser desejável
ou irrelevante;
 Erro de medicação: Se refere a qualquer
evento evitável que pode levar ao uso
inadequado ou danos ao paciente.
Ensaios clínicos  Limitações: A aprovação de um fármaco pela
A FDA usa dados clínicos para determinar se o FDA requer ensaios bem elaborados. O
fármaco será aprovado para comercialização. Os processo de aprovação do FDA é rigoroso,
ensaios clínicos aleatórios de fase 1 consistem sendo preciso que os laboratórios forneçam
em pequenos estudos de voluntários saudáveis. O vários dados sobre a segurança e a eficácia do
objetivo é determinar a segurança básica e a produto. Apesar do rigor, existem falhas, por
informação farmacológica em humanos em geral, exemplo, certos grupos de pacientes, como
são ensaios curtos, com duração de 6 a 12 crianças e mulheres em idade fértil podem ser
meses, e podem incluir crianças, mulheres em excluídos dos ensaios clínicos. Existem alguns
idade fértil e outros grupos de pacientes. eventos adversos e outros de segurança que
Após a fase 1, são conduzidos os de fase 2, em só ocorrem na proporção de um para um
que o fármaco é usado num pequeno número e milhão, dificultando a detecção desses casos
pessoas (Ex.: de 100 a 200 pacientes) que sofrem num ensaio clínico. Uma vez que o produto é
da condição indicada, a qual se pretende tratar usado em populações de pacientes não
com o fármaco em estudo. O fármaco é usado estudados ou para uso off-label (indicações
com cautela nas fases 1 e 2 para garantir a clínicas não aprovadas pelo FDA) num grande
segurança nos seres humanos, antes que um número de pessoas é importante que o uso do
grande numero de pessoas seja exposto. A fase 2 fármaco por 10, 20 ou 30 anos não é estudado
fornece dados seguros e dá origem a alguns nos ensaios clínicos.
indícios da eficácia clínica do medicamento.  Supervisão pós-comercialização: Aprovado
Na fase 3 o fármaco é usado num grande grupo o fármaco, os profissionais de saúde começam
de pacientes portadores de doença ou da a prescrevê-los. É possível que, nesse
condição indicada. Os ensaios são aleatórios, momento, haja milhões de pessoas usando o
duplo-cego, placebo-controlados e podem incluir medicamento. Além disso, pessoas com varias
de varias centenas a milhares de participantes que doenças ou que usam outros fármacos usam-
representam a doença ou a condição estudada. no, gerando oportunidades de interações
Em geral, esses estudos tem duração de 1 a 4 medicamentosas adicionais, interações das
anos. doenças ou outros casos de segurança que
Após a conclusão das 3 primeiras fases, o não foram observados nos ensaios clínicos.
laboratório solicitará a aprovação do fármaco a Nesse ponto, eventos adversos raros podem
FDA, submetendo uma solicitação de novo surgir. A FDA definiu vigilancia pós-
fármaco (NDA). comercialização como o processo pelo qual a
A NDA consiste dos resultados dos estudos em segurança de um fármaco é monitorada para
animais e aqueles dos ensaios clínicos, bem como identificar problemas potenciais com seu uso
informações relevantes, como resultados de depois de sua aprovação pelo FDA.
estudos estrangeiros, dados de comercialização,
informações de bula e processo de fabricação. Fase 4
A FDA examinará a NDA para determinar se o A FDA e os laboratórios contam com os
fármaco é seguro e eficaz, como se o rótulo do resultados dos ensaios aleatórios de fase 4 para
produto, sua comercialização e seus processos de obter informações sobre o medicamento. Os
fabricação estão adequados. A FDA pode decidir ensaios dessa fase são feitos depois da
aprovar ou não o fármaco para comercialização ou aprovação do fármaco pelo FDA, com objetivo de
pedir alguns estudos mais detalhados antes dele conseguir informações adicionais sobre o fármaco,
ser aprovado. Notemos que alguns produtos incluindo informações de segurança e sobre seu
passam pelas fases 1 e 2, mas, se na fase 3, uso em outras indicações. O FDA pode ordenar
preocupações serias de segurança ou perda da que o laboratório conduzisse os ensaios clínicos
eficácia forem identificadas, eles não são de fase 4 depois da aprovação do fármaco. A FDA
aprovados. Todo esse processo de aprovação do exige que os laboratórios dos fármacos aprovados
fármaco pode durar de 10 a 15 anos e os custos enviem relatórios anuais sobre o curso dos
variam de US$200 milhões a US$1,3 bilhão por compromissos dos seus estudos de pós-
fármaco aprovado. comercialização
Sistema de relato de eventos adversos Desenvolvimento da farmacoepidemiologia
Por não ser possível aprender tudo sobre o Existem evidências de que o custo dos fármacos
fármaco com os ensaios, a FDA, os laboratórios e está crescendo. Os fármacos são usados para
outras organizações de saúde desenvolveram tratar doenças crônicas, e terapias
processos e sistemas para conduzir a vigilância medicamentosas mais novas e avançadas são
pós-comercialização. Desenvolveram um sistema aprovadas a cada ano. Eles estão interessados
de descrição de eventos adversos para coletar em saber quais produtos apresentam uma boa
relatos espontâneos sobre problemas com os proporção custo-eficácia.
fármacos. A farmacoepidemiologia oferece uma forma de
A FDA estabeleceu o programa de informação responder varias questões sobre o uso do fármaco
e notificação de evento adverso (medwalch) e pode sugerir o desenvolvimento de intervenções
para permitir que os profissionais de saúde e o ou politicas.
público relatem de forma voluntária reações sérias Pela necessidade de estudar o uso do fármaco no
e problemas com os fármacos. mundo real, observa-se o crescimento do uso de
Usando os relatos do Medwalch para identificar e desenhos de estudos observacionais e outros
avaliar o risco com um determinado produto, desenhos de pesquisas farmacoepidemiologicas
desenvolver intervenções com objetivos de para responder a questões sobre o uso do
restringir o risco (fazer alterações no rótulo do fármaco.
produto) e comunicar o risco aos profissionais de Existe a necessidade de vigilancia contínua do
saúde e ao público. uso dos fármacos, além de formas para avaliar
Os laboratórios disponibilizam números de como as características do paciente influenciam o
chamadas gratuitas e websites para os uso do fármaco e o desfecho clínicos, tanto os
profissionais de saúde e os pacientes relatarem desfechos esperados como os inesperados. Essa
problemas com fármacos. Por sua vez, eles necessidade de estudar o uso do fármaco em
transmitem esse problema para a FDA. grandes populações pode ser satisfeita por meio
No Brasil, o instituto Butantã, recebe relatos do uso dos desenhos de pesquisa epidemiológica.
espontâneos de efeitos adversos por meio do SAC A pesquisa farmacoepidemiologica é uma forma
0800-7012859 ou pelo email: para aprender sobre o uso dos fármacos e a
sac@butantan.gov.br e segurança, sem precisarem investir em ensaios
farmacovigilancia@butantan.gov.br. clínicos grandes.
Muitos hospitais usam processos de coleta da O estudo de farmacoepidemiologia costuma ser
história do uso de fármacos dos pacientes menos dispendioso e pode fornecer algumas
internados e tentam identificar as relações entre a evidencias em relação ao uso e à segurança dos
exposição ao fármaco e o motivo da fármacos nas populações.
hospitalização. Todos esses mecanismos de
relatos espontâneos de eventos ajudam na
farmacovigilância. Ela relaciona-se à
identificação, avaliação e prevenção de efeitos
adversos dos fármacos. Os eventos adversos
relatados são usados como alertas de segurança.
Que se refere a um dado relato ou a uma
informação que sugere uma associação potencial
entre um fármaco e um evento adverso.
A partir desse ponto, a FDA poderá usar os
resultados dessas investigações para requerer
alterações na bula, emitir cartas à classe médica
do tipo ``Caro Doutor´´, publicar artigos em
jornais ou, até mesmo, retirar o produto do
mercado.
EPIDEMIOLOGIA Ex.: 1: A disciplina que corresponde ao estudo da
O termo epidemiologia do grego Epi=sobre, frequência, da distribuição e dos determinantes
demos=povo e logos=estudo. Ela propõe estudar dos estados ou eventos relacionados á saúde em
quantitativamente a distribuição dos fenômenos de populações especificas e a aplicação desses
saúde/doença, e seus fatores condicionantes e estudos no controle dos problemas de saúde é:
determinantes, nas populações humanas. a. Toxicologia;
Como ciência, fundamenta-se no raciocínio b. Biologia;
causal, como disciplina preocupa-se em c. Correta: Epidemiologia;
desenvolver estratégias para ações voltadas para d. Antropologia;
a proteção e promoção da saúde da comunidade. e. Bioestatística.
Ela também é um instrumento para o Resp.:
desenvolvimento de políticas no setor da saúde. O  Alternativa (c) correta: Estuda a frequência, a
objetivo principal da epidemiologia é melhorar a distribuição e os determinantes dos estados ou
saúde das populações. Os três principais objetivos eventos relacionados á saúde em populações
epidemiológicos: específicas e a aplicação desses estudos no
1. Descrever a distribuição e a magnitude dos controle dos problemas de saúde.
problemas de saúde das populações
humanas; Ex.: 2: A população que esperamos atingir com as
2. Proporcionar dados essenciais para o ações de saúde é chamada:
planejamento, execução e avaliação das a. Correta: População alvo;
ações de prevenção, para estabelecer b. População espontânea;
prioridades; c. População ativa;
3. Identificar fatores etiológicos na gênese da d. População passiva.
enfermidade. Resp.: Alternativa (a) correta: A população alvo
A área de atuação da epidemiologia é sempre é o objetivo da ação dos serviços de saúde e
uma população humana, que pode ser definida em práticas educativas. Representam o conjunto de
termos geográficos ou outro qualquer. Em geral, a pessoas para os quais os recursos técnicos são
população usada num estudo epidemiológico é elaborados e o grupo de indivíduos que se espera
aquela localizada numa determinada área ou país ser sensibilizado por tais ações.
num certo momento do tempo. Isso forma a base
para definir subgrupos de acordo com o sexo, Ex.: 3: Dentre os diferentes usos da
grupo etário, etnia e outros aspectos. epidemiologia, propostas por Morris, incluem-se:
Considerando que as estruturas populacionais 1. Diagnósticos a situação da saúde de uma
variam conforme a área geográfica e o tempo, isso comunidade;
deve ser levado em conta nas análises 2. Identificar possíveis associações causais de
epidemiológicas. Algumas definições: doenças;
 Estudo: Inclui vigilância, obstrução, teste de 3. Estimar os r individuais e as probabilidades
hipótese, e pesquisas analíticas e de adoecer;
experimentais; 4. Avaliar os serviços de saúde.
 Distribuição: Refere-se à análise quanto ao Desses usos, estão mais vinculados ao
tempo, pessoas, lugares e grupos de planejamento em saúde.
indivíduos afetados; a. Todos;
 Determinantes: Inclui fatores que afetam o b. Correta: Somente 1, 3 e 4;
estado de saúde, dentre os quais, fatores c. Somente 1, 2 e 4;
biológicos, químicos, físicos, sociais, culturais, d. Somente 1 e 4;
econômicos, genéticos e comportamentais; e. Somente 3 e 4.
 Estados ou eventos relacionados à saúde:
Referem-se à doença, causas de óbitos, Ex.: 4: A epidemiologia é uma prática da saúde
hábitos comportamentais (tabagismo), aspecto pública com aplicadores diferenciados, tais como
positivo em saúde (bem-estar, felicidade, etc.), EXCETO:
reações a medidas preventivas, uso e oferta a. Avaliar o quanto os serviços de saúde
de serviços de saúde entre outros; respondem aos problemas e necessidades das
 População: Inclui indivíduos com populações;
características especificas, como exemplo, b. Testar a efetividade e o impacto de estratégia
crianças menores de cinco anos; de intervenção que controlam, previnem e
 Aplicação na prevenção e controle: O tratam os agravos de saúde na comunidade;
objetivo da saúde pública é promover, proteger c. Prever tendências;
e restaurar a saúde. d. Incorreta: Identificar apenas fatores de risco
de forma isolada;
e. Descrever o aspecto clinico da doença e sua
história natural.
Ex.: 6: A epidemiologia visa ao estudo da Costuma expressar como porcentagem variando
frequência e distribuição dos eventos relacionados de 0 a 100%.
à saúde a seus determinantes. A respeito desse
assunto, analise as afirmações abaixo:  Por exemplo, a proporção de pacientes com infarto
agudo miocárdio (IAM) sem contra indicações para β-
1. A epidemiologia permite realizar o diagnóstico
b loqueadores, que receb em prescrição para usar na alta
de saúde de uma população; hospitalar, é usada pelos center for medicare and
2. O objetivo principal dessa ciência é o estudo medicaid services (CMS) como um indicador de
das epidemias e sua propagação; qualidade de pacientes hospitalizados. Neste exemplo,
3. Estudos epidemiológicos não permitem os pacientes com IAM sem contraindicações para β-
b loqueadores, que deixam o hospital com prescrição
conhecer a história natural de uma doença. para tais fármacos, são um sub conjunto de todos os
Após análise das afirmações acima podemos pacientes com IAM sem contraindicações para β-
concluir que: b loqueadores que receb em alta hospitalar. A proporção
a. Todas estão corretas; de pacientes com IAM que receb em alta hospitalar com
b. Corretas: Apenas 1 está correta; um β-b loqueador e a proporção de pacientes com IAM
que receb em alta hospitalar sem β-b loqueador deverão
c. Apenas 1 e 2 estão corretas; somar até 100%, porque essas duas proporções são
d. Apenas 2 e 3 estão corretas. coletivamente exaustivas.

Na epidemiologia a presencia e ausência de O termo distribuição está contido no termo


doença e outros desfechos dicotómicos costumam população e o processo determinação está
ser medido usando taxas, razões e proporções. associado à delimitação da doença que, por sua
 Taxa: É a expressão da frequência em que um vez, abrange concepções derivadas da prática
evento ocorre na população em risco, durante clínica e própria da epidemiologia. Entendem-se
um período específico, como um dia, 6 meses determinantes sociais de saúde como as
ou um ano. A taxa é a comparação de dois condições de vida e trabalho dos indivíduos e de
números e possui 4 componentes: grupos populacionais, que estão relacionadas com
1. Numerador: É a frequência do evento; a situação de saúde. Cabe à epidemiologia
2. Denominador: É a população de risco para o descritiva a avaliação da frequência ou
evento; distribuição das enfermidades e á epidemiologia
3. Período específico; analítica o estudo dos fatores (causais) que
4. Multiplicador. explica tal distribuição, relacionando uma
As taxas são usadas para comparação entre determinada situação de saúde, ou seja, as
subgrupos da população ao longo do tempo. desigualdades dos níveis de saúde entre grupos
populacionais, com a eficácia das intervenções
 Por exemplo, a taxa de mortalidade infantil mede a taxa realizadas no âmbito de saúde política, ou mesmo
anual de ób itos de crianças com menos de 1 ano de
idade para 1000 nativivos num ano específico. A taxa
identificando suas causas no modo como tais
de mortalidade infantil costuma ser usada como iniquidades são produzidas, na forma como a
indicador do nível de saúde das comunidades. sociedade se organiza e desenvolve.
Os estudos descritivos se limitam ao registro
 Razão: É o valor obtido pela divisão de um da frequência de eventos ou agravos patológicos
número por outro. Descreve a relação entre o observando sua variação no tempo e espaço.
numerador e o denominador, que são duas Os estudos analíticos têm como objetivo explicar
quantidades separadas e não associadas. as características dessa frequência ou
Uma característica importante da razão é que associações entre estas e outros fatores
o numerador e o denominador, não estão observados, a exemplo dos estudos que buscam
relacionados. O numerador não está incluído estabelecer um nexo ou relação de causa efeito
no denominador, e vice-versa, a razão pode entre um determinado agente patogênico de
variar de zero até o infinito. causa e um aspecto específico do meio ambiente,
considerando-se a tríade de fatores que intervém
 Por exemplo, qual é a razão de mulheres para homens e condicionam o aparecimento e desenvolvimento
na população norte-americana? A razão é expressa por de uma doença (agentes, hospedeiros e
uma fração, cujo numerador é o numero de mulheres ambiente).
na população e o denominador é o número de homen s.
De acordo com o censo de 2000, havia 143,4 milhões  Casos autóctones: São autóctones, ou seja,
de mulheres e 138,1 milhões de homens nos EUA. A se reproduzem em seus próprios territórios. O
razão de mulheres para homens era e 1,04 em 2000. exemplo da gripe suína.
 Casos alóctones: Quem ou que veio de fora é
 Proporção: É obtida pela divisão de um o caso confirmado que foi detectado em um
número por outro. No entanto, na proporção, local diferente.
diferente da razão, o numerador e o
denominador estão sempre associados. O
numerador é sempre um subconjunto do
denominador.
Ex.: 1: Estudos analíticos são aqueles delineados Estudos ecológicos
para examinar a existência de associação entre Abordam áreas geográficas, analisando
uma exposição e uma doença ou condição comparativamente indicadores globais, quase
relacionada à saúde. Entre os principais sempre por meio de correlação entre variáveis
delineamentos de estudos analíticos NÃO se ambientais (ou socioeconômicas) e indicadores de
inclui: saúde. Em algumas situações, os dados não
a. Ecológicos; estão disponíveis no nível do paciente, mas sim
b. Transversal; no nível de grupo coletivo. Nos estudos
c. Correta: Piramidal; ecológicos, a unidade de observação é um grupo
d. Coorte prospecto; de pessoas, e não indivíduos, como nos outros
e. Casos-controle. tipos de estudos. Esses grupos podem ser turmas
Resp.: de alunos em escolas, fábricas, cidades, países
 Alternativa (a) incorreta: Estudos ecológicos etc. O princípio do estudo é o de que, nas
são também chamados de estudos populações onde a exposição é mais frequente, a
agregados e avaliam associação entre incidência e mortalidade são as medidas mais
exposição e doença numa população, não usadas para quantificar a ocorrência de doenças
considera as associações individuais e, neste nesse estudo. Os estudos ecológicos são
sentido, se difere dos estudos individuais; conhecidos como estudos de correlação são
 Alternativa (b) incorreta: Estudos frequente o uso de dados secundários para os
transversais ou seccionais são aqueles em estudos ecológicos, pois seria muito dispendioso e
que as medições são feitas num único demorado realizar uma pesquisa para obterem-se
momento na linha do tempo (pontuais), não dados primários em grandes grupos. O estudo
existindo período de segmento dos ecológico pode usar dados primários, quando, por
indivíduos. Neste contexto se difere dos exemplo, o propósito do estudo é averiguar
estudos longitudinais como os estudos de difusão de doença infecciosa.
coorte;
 Alternativa (c) correta: Não existe um tipo  Por exemplo, é b astante difícil (logisticamente) para um
pesquisador ob ter dados do paciente de uma cadeia
de estudo chamado piramidal; local de farmácia de uma comunidade ou de um grupo
 Alternativa (d) incorreta: Forma de pesquisa de planos de saúde. Por outro lado, é mais fácil
observacional, longitudinal e analítica que conseguir o número de prescrições dispensadas ou o
numero de solicitações aprovadas para um determinado
objetiva estabelecer um nexo causal entre os
medicamento.
eventos a que o grupo foi exposto e o
desfecho da saúde final dessas pessoas. A
O uso desses dados do nível coletivo resulta em
coorte pode ser prospectiva, retrospectiva ou
estudos ecológicos. Algumas informações de
ambiespectiva;
grupo que costumam ser usados na
 Alternativa (e) incorreta: Estudo
farmacoepidemilogia envolvem o uso do
observacional, longitudinal, retrospectiva, medicamento em âmbito nacional ou estadual.
analítica em que um grupo de caso Embora os estudos ecológicos possam ser úteis, é
(indivíduos com a doença) é comparado importante conhecer suas limitações. Suas
quanto à exposição a um ou mais fatores, a
desvantagens e a possibilidade de o confudimento
grupo de indivíduos semelhantes, os
ser uma fonte de importância significativa de viés,
controles (sem a doença).
uma vez que a informação não é coletada no nível
do paciente.
Ex.: 2: Mesmo após a interrupção da transmissão
autóctone do vírus sarampo, é importante a
manutenção do sistema de vigilância
epidemiológica de doença. Assim, um caso
autóctone é definido como sento:
a. O caso que, segundo informações disponíveis
não se apresenta epidemiologicamente
relacionado a outros já conhecidos;
b. O primeiro entre vários casos, de natureza
similar e epidemiológica relacionado;
c. Correta: O caso contraído pelo enfermo na
zona de sua residência;
d. Caso decorrente de uma transfusão de sangue
ou outra forma de inoculação parenteral.
Inquéritos tipo corte-transversal (seccionais)
É um tipo de estudo que examina as pessoas Prevalência nos expostos
RP* =
num determinado momento, em geral, o presente. Prevalência nos não expostos
Fornecendo dados de prevalência; aplica-se,
particularmente, a doenças comuns e de duração Seguindo o mesmo exemplo da bronquite
relativamente longa. Envolve um grupo de crônica:
pessoas expostas a determinados fatores de
riscos, sendo que algumas dessas apresentarão
desfecho a ser estudados e outras não. A ideia
central do estudo transversal é que a prevalência
da doença deverá ser maior entre os expostos do
que entre os não-expostos, se for verdade que
aquele fator de risco causa a doença. As A razão de prevalência entre fumantes e não
vantagens dos estudos transversais são a fumantes é de:
rapidez, o baixo custo, a identificação de casos e 26,9%
= 2,7%
a detecção de grupos de risco, entretanto algumas 9,9%
desvantagens existem, como, por exemplo, a da
causalidade reversa, exposição e desfecho são Ou seja, os fumantes têm 2,7 vezes mais
coletados simultaneamente e frequentemente não bronquite crônica dos que os não-fumantes.
se sabe qual deles precedeu o outro. Nesse tipo
de estudo, episódio de doença com longa duração Ex.: 1: Considerando os métodos aplicáveis à
estão sob representados e doenças com duração vigilância epidemiológica, preconizados pelo MS,
curta estão sob representadas (o chamado viés quanto à avaliação de todos os pacientes
de sobrevivência). Outras desvantagens é que internados no hospital ou numa unidade num
se a prevalência da doença a ser avaliada for determinado período ou tempo (dia, semana, mês,
muito baixa, o número de pessoas a ser estudada trimestre) trata-se do método:
precisará ser grande. A medida de ocorrência dos a. Prospectivo;
estudos transversais é a medida da prevalência, b. Correta: Transversal;
expressa da seguinte forma: c. Retrospectiva;
d. Horizontal;
e. Global.
Resp.: Devemos ler a portaria 2616/98, que em
nº casos a+c
seu anexo 3 traz os métodos aplicáveis à
Prevalência = = vigilância epidemiológica;
total N
 São indicados os métodos prospectivos, retrospectivos
e transversais, visando determinar taxas de incidência
A pesquisa de bronquite crônica, na cidade de ou prevalência.
Pelotas, no ano de 2000 revelou o seguinte  Alternativa (a) incorreta: O método
(dados não publicados): prospectivo envolve os seguintes aspectos:
 Monitorar a ocorrência de infecção enquanto
o paciente está internado;
 Avaliar o grau de risco no momento de sua
admissão;
308  Visitar periodicamente o paciente;
Prevalência = = 15,5%  Visões globais das afecções que afetam os
1985
indivíduos.
Para obtermos uma melhor estimativa da medida  Alternativa (b) correta: O método transversal
de prevalência, usamos a medida de intervalo de é o método usado para estudos de
confiança de 95% (IC-95%). Ao estudar-se uma prevalência, ou seja, o método usado para se
amostra da população, e, não todos os habitantes, fazer avaliação em certo período de tempo ou
a medida da prevalência pode ter uma variação. um ``recorte no tempo´´, como dia, semana,
No exemplo da bronquite crônica, essa mês ou trimestre. Envolve a observação e
prevalência pode variar de 13,9% a 17,1% dentro avaliação de todos os pacientes no período de
de uma margem de 95% de certeza. tempo analisado. O método transversal possui
IC 95% = P ± 1,96 √(𝑃1 − 9)/𝑁 as seguintes características:
 Reduz o tempo necessário á vigilância;
A medida de efeito comumente usada em  Baixa eficácia;
estudos transversais é a razão de prevalência, ou  Não fornece índices endêmicos;
seja, a expressão numérica da comparação do  Dificuldade para identificar surtos;
risco de adoecer entre um grupo exposto a um  Dificuldade para interpretação dos estados
determinado fator de risco e um grupo não (poucos casos).
exposto.
 Alternativa (c) incorreta: O método  Fontes dos controles podem ser:
retrospectivo, como o nome já sugere, analisa  Controles hospitalares (ou de serviços
a história passada dos doentes. Um aspecto saúde): Pessoas hospitalizadas nos mesmos
marcante neste tipo de método é a analise de hospitais dos casos, mas com outros
prontuário de pacientes pós-alta hospitalar. diagnósticos;
Possui as seguintes desvantagens:  Controles comunitários ou populacionais:
 Dependência da qualidade das informações as pessoas são selecionadas da mesma
escritas pelos profissionais nos prontuários comunidade de onde se originaram os casos,
ou fonte de dados; de forma aleatória.
 Identificação dos pacientes; Os estudos de caso-controle têm como
 Demanda muito tempo para a revisão dos vantagens o fato de que são estatisticamente
prontuários; eficientes, permite testar hipótese, pode ser
 Não detecta o aparecimento de surtos. rápidos e baratos, estudarem doenças raras e
 Alternativa (d) incorreta: Não constitui um comuns e, se forem de base populacional,
dos métodos de vigilâncias epidemiológicas. permitirem descrever a incidência e características
 Alternativa (e) incorreta: A vigilância global é da doença.
um tipo de vigilância epidemiológica e não um A logica do estudo de caso-controle estabelece
método de investigação consiste na avaliação que se o fator de risco causa a doença em estudo,
sistemática de todos os pacientes internados o ODDS de exposição entre os casos será maior
em todas as clínicas do hospital. do que entre os controles. ODDS e uma palavra
inglesa que se refere q um quociente.
Estudo de caso controle
É um estudo retrospectivo onde se procura Estudo de coorte
verificar a frequência de um determinado agravo O termo coorte tem origem no império romano e
na presença ou ausência de um determinado fator designava unidade do exercito que possuíam
condicional/determinante (exposição) distinguindo- equipamentos e uniformes homogêneo. O estudo
se do estudo de coorte pelo fato de que as de Coorte é um tipo de estudo em que um grupo
pessoas foram escolhidas por estar doentes. Ou de pessoas com alguma coisa em comum
seja, no estudo de caso controle o pesquisador (nascimento, exposição a um agente,
investiga a exposição a determinados fatores no trabalhadores de uma indústria etc.). É
passado por pessoas que possuem determinada acompanhado ao longo de um período de tempo
doença e pessoas saudáveis. para observar-se a ocorrência de um desfecho.
O estudo de casos controles parte do desfecho
(do efeito ou da doença) para chegar à exposição.  Por exemplo, uma coorte de nascimento pode ser um
grupo de pessoas que nasceram no mesmo ano, e, a
O grupo, tanto de casos quando de controles, não partir daí são acompanhadas por um período para
pode ser subgrupos de pessoas, desde que avaliar-se um desfecho como a mortalidade infantil, as
atendam aos critérios de elegibilidade previamente hospitalizações no primeiro ano de vida, a duração da
estabelecidos pelo pesquisador. amamentação ou outro desfecho qualquer.

 Por exemplo, o proposito do investigador pode ser o Sendo a dimensão tempo a base do estudo de
estudo de pacientes com asma grave que requeiram coorte, torna-se possível determinar a incidência
hospitalização. A população de origem dos casos, de doenças. O principio lógico do estudo de
portanto, é a população de asmáticos, e desta mesma
população devem originar-se os controles. Os controles coorte é a identificação de pessoas sadias, a
devem representar a população de onde se originara os classificação das mesmas em expostas e não
casos, e não a população geral. expostas ao fator de risco e o acompanhamento
destes dois grupos por um período de tempo
 Definição de casos: Necessita de critérios suficiente longo para que haja o aparecimento da
objetivos, se o projeto pretende estudar câncer doença. A analise do estudo será a comparação
de pulmão, é preciso que os casos sejam da incidência da doença em estudo entre os
confirmados através de laudos indivíduos expostos e entre os não-expostos. Esse
anatomopatológicos, e não casos possíveis ou tipo de coorte é o coorte prospectiva.
prováveis. O outro cuidado nesse tipo de A coorte histórica ou retrospectiva é quando a
estudo, refere-se à duração da doença; se os exposição é medida através de informações
casos estudados forem casos prevalentes na colhidas do passado e o desfecho é medido
amostra com casos incidentes, não ocorre esse daquele momento em diante.
problema. O estudo de coorte é excelente para avaliar
 Uma alternativa se quiser incluir casos várias exposições e doenças ao mesmo tempo;
prevalentes, é estipular que somente poderão estão indicados para doenças frequentes e
entrar no estudo casos que tenham sido doença que levam à seleção dos mais saudáveis
diagnosticados há, no máximo, por exemplo, por outro lado, sendo estudos caros e demorados,
seis meses, e não casos diagnosticados há as perdas de acompanhamento podem distorcer o
muito tempo. estudo, não servem para doenças raras e as
associações podem ser afetadas por variáveis de
confusão.
casos novos
IC* =
poulação inicial

casos novos
DI* =
pessoas (ano em risco)

A medida de efeito no estudo de coorte é a razão


de taxa de incidência, comumente referida como
risco relativo (RR). O RR pode ser interpretado Marque a sequência CORRETA:
como ``quantas vezes maior´´ é o risco entre os a. 4-1-3-4-3-1;
b. Correta: 2-1-1-3-4-2;
expostos é 50% maior [(RR-1)x100%] do que
c. 2-4-1-3-2-3;
entre os não-expostos quando se estudam fatores
d. 1-3-4-1-1-2.
de proteção, o RR será menor que um.
Resp.:
 Por exemplo, o estudo das hospitalizações por  Alternativa 1: Os estudos de Caso-controle
pneumonia até um ano de idade nas crianças da coorte são úteis para avaliação de risco de doenças
de 1993, em Pelotas, mostrou um risco de 0,20 para as raras porque já partem do desfecho. O
crianças de classe social mais alta, e relação ás pesquisador identifica os casos e controles e
crianças de classes b aixas, o que significa que hou ve
uma redução da incidência de 80% nas hospitalizações com o estado é avaliado se uma exposição
por pneumonia nessas crianças [(1-RR)x100%]. está associada a esse desfecho. No caso de
doenças raras, essa modulagem é a ideal, pois
Ex.: 1: Com o objetivo de saber se o uso de já se tem os desfechos (portadores de doença
computador no trabalho acarreta maior incidência rara).
do uso do óculos, o médico do trabalho fez um  Alternativa 2: A incidência É a fração de um
projeto de pesquisa em que seriam grupo de pessoas que inicialmente não
acompanhados dois grupos de indivíduos por dez possuía a doença e que desenvolve num
anos. O estudo era composto por indivíduos que determinado período de tempo. Refere-se
não usavam óculos no inicio do estudo sendo um então a novos casos de uma doença que
grupo composto por odontologistas que não aparecem numa população os estudos de
usavam computador na sua atividade de trabalho coorte, como são estudos longitudinais, de
este tipo de estudo é chamado: acompanhamento;
a. Correta: Coorte;  Alternativa 3: Os estudos de coorte como
b. Caso-controle; são estudos longitudinais e avaliam as
c. Transversal; associação em risco de forma simultânea de
d. Ensaio clinico; varias exposições;
e. Ensaio comunitário.  Alternativa 4: Estudos investigativos
Resp.: clínicos epidemiológicos ou experimentais
 Alternativa (a) correta: Parte da exposição (ensaios clínicos) objetivam descrever
ao fator de risco até o desenvolvimento da fenômenos ou comparar o comportamento de
doença; variáveis em subgrupos de uma população.
 Alternativa (b) incorreta: analisa dois Para tanto, não se realiza o estudo de todo o
grupos (doentes e não doentes)e busca universo populacional, usualmente porque não
identificar as causas do aparecimento da é necessário quando se dispõe de uma
doença; amostra representativa para a realização de
 Alternativa (c) incorreta: Estudo seccional inferências à população alvo;
analisa apenas um ponto na linha do tempo.  Alternativa 5: O estudo transversal pode ser
Não faz acompanhamento de indivíduos; usado como um estudo analítico, ou seja, para
 Alternativa (d) incorreta: Estudo de avaliar hipóteses de associações entre
intervenção muito usado para o estudo de exposição ou característica e eventos;
novas drogas;  Alternativa 6: O viés de memória é
 Alternativa (e) incorreta: Estudo de característica dos estudos retrospectivos, pois
intervenção em grupos. a informação depende da memoria.
Ex.: 3: Sobre as característica dos estudos
epidemiológicos, numere a coluna da direita de
acordo com os tipos de delineamento Ex.: 4: Dentre os diferentes usos da
apresentados na coluna da esquerda. epidemiologia, propostas por Morris, incluem-se:
5. Diagnósticos a situação da saúde de uma
comunidade;
6. Identificar possíveis associações causais de (temporalmente ilimitado), e que mantém uma
doenças; incidência relativamente constante, permitindo
7. Estimar os r individuais e as probabilidades variações cíclicas e sazonais. A endemias é
de adoecer; classificada como endêmica (típica) de uma
8. Avaliar os serviços de saúde. região quando acontece com muita frequência
Desses usos, estão mais vinculados ao no local.
planejamento em saúde.
f. Todos Ex.: 1: Pelo termo ``endemia´´ deve-se entender
g. Correta: Somente 1, 3 e 4; que se trata de doença:
h. Somente 1, 2 e 4; a. Rara;
i. Somente 1 e 4; b. Que ocorre de forma muito além do estipulado
j. Somente 3 e 4. para uma região;
c. Que ocorre dentro de limites estabelecidos
Ex.: 5: A epidemiologia é uma prática da saúde pelos serviços de vigilância em saúde;
pública com aplicadores diferenciados, tais como d. Que ultrapassa a média e dois desvios-padrão
exceto: de limite de segurança para uma área.
f. Avaliar o quanto os serviços de saúde Resp.:
respondem aos problemas e necessidades das  Alternativa (a) incorreta: A endemia não se
populações; refere à raridade de uma doença, antes,
g. Testar a efetividade e o impacto de estratégia refere-se a frequência da doença em
de intervenção que controlam, previnem e determinada região;
tratam os agravos de saúde na comunidade;  Alternativa (b) incorreta: essa
h. Prever tendências; características refere-se à epidemia;
i. Incorreta: Identificar apenas fatores de risco  Alternativa (c) correta: essa características
de forma isolada; refere-se endemia;
j. Descrever o aspecto clinico da doença e sua  Alternativa (d) incorreta: não se refere à
história natural. endemia.
Ex.: 6: A epidemiologia visa ao estudo da 2. Epidemia: É a ocorrência numa comunidade
frequência e distribuição dos eventos relacionados ou região de casos de natureza parecida,
à saúde a seus determinantes. A respeito desse claramente excessiva em reação ao esperado.
assunto, analise as afirmações abaixo: O conceito usado na epidemiologia é uma
4. A epidemiologia permite realizar o alteração espacial e cronologicamente
diagnóstico de saúde de uma população; delimitada, do estado de saúde-doença de
5. O objetivo principal dessa ciência é o estudo uma população, caracterizada por uma
das epidemias e sua propagação; elevação inesperada e descontrolada dos
6. Estudos epidemiológicos não permitem coeficientes de incidência de determinada
conhecer a história natural de uma doença. doença, ultrapassando valores do limiar
Após análise das afirmações acima podemos epidêmico pré-estabelecido para aquela
concluir que: circunstância e doença.
e. Todas estão corretas;
f. Corretas: Apenas 1 está correta; Ex.: 1: A imprensa de uma região noticiou que
g. Apenas 1 e 2 estão corretas; houve o aumento do registro de casos de dengue,
h. Apenas 2 e 3 estão corretas. em números que ultrapassou a incidência normal
prevista. Essa situação epidemiológica e
chamada:
a. Pandemia;
b. Correta: Epidemia;
c. Infestação;
d. Latência;
e. Virulência.

Resp.:
PROCESSO EPIDÊMICO  Alternativa (a) incorreta: A pandemia é uma
1. Endemia: É a ocorrência de determinada espécie de epidemia. A incidência normal de
doença que acomete sistematicamente certa doença numa determinada área
populações em espaços característicos, e geográfica e num determinado período
determinados no decorrer de um longo período
(endemia) é ultrapassada, porém esse  Alternativa (d) incorreta: Também conhecido
argumento se expande para uma grande área coo epidemia de contato ocorre um aumento
geográfica como um continente ou mesmo progressivo de casos, mas a fonte de infecção
todo o planeta. não é a única, sendo representada por
 Alternativa (b) correta: A epidemia é a exposições sucessivas e em cadeia.
concentração de determinados casos de uma
doença num local e época, claramente em 4. Pandemia: Caracterizado por uma epidemia
excesso e relação ao que seria teoricamente com larga distribuição. Se o gráfico atingir
esperado; mais de um continente. Um exemplo é a
 Alternativa (c) incorreta: O termo infestação epidemia da AIDS que atinge todos os
se originou do latim (infestatio) e se refere à continentes do planeta.
localização de parasitas em alguma superfície
externa por exemplo, carrapatos e piolhos; Ex.: 1: Associe os termos de
 Alternativa (d) incorreta: Latência se refere mortalidade/morbidade à sua definição na
a um período de tempo entre o inicio de um alternativa CORRETA:
determinado evento e o momento em que seus 1. É a ocorrência de certo número de casos
efeitos tornam-se perceptíveis; controlado em determinada região;
 Alternativa (e) incorreta: A virulência se 2. É o aumento do número de casos de
refere à capacidade infecciosa de um determinada doença muito acima do
microrganismo, medida pela mortalidade que esperado e não delimitado a uma região;
ele produz ou poder de invadir tecidos do 3. Compreende um número de casos de doença
hospedeiro. acima do esperado, sem respeitar limites
entre paises ou continente. Os exemplos
3. Surto epidêmico: É a ocorrência de dois ou mais atuais são a AIDS e a tuberculose.
mais casos epidemiológicos relacionados, a. 1-epidemia; 2-endemia; 3-pandemia;
alguns autores chamam de surto epidêmico, ou b. Correta: 1-endemia; 2-eppidemia; 3-
surto, a ocorrência de uma doença ou fenômeno pandemia;
restrita a um espaço extremamente delimitado: c. 1-pandemia; 2-epidemia; 3-endemia;
colégio. Quartel, creches, grupos reunidos numa d. 1-pandemia; 2-endemia; 3-epidemia.
festa, um quarteirão etc. Resp.:
 1-Endemia, 2-Epidemia; 3-Pandemia.
Ex.: 1: É um tipo de dinâmica de disseminação de A partir da identificação dos conceitos, segundo a
doença, a qual atinge uma pequena área ordem do enunciado.
geográfica delimitada ou população
institucionalizada (creches, escolas etc.). essa
dinâmica é caracterizada como:
a. Correta: Surto;
b. Uma endemia;
c. Uma endemia progressiva;
d. Uma epidemia progressiva;
Resp.:
 Alternativa (a) correta: Ocorre quando há o
aumento repentino do número de casos de
uma doença numa região especifica passa a
ser considerado surto, o aumento de casos
deve ser maior o que o esperado pela
autoridades;
 Alternativa (b) incorreta: A endemia não
está relacionada a uma questão quantitativa
uma doença é classificada como endêmica
(típica) de uma região quando acontece com
muita frequência no local. As doenças
endêmicas podem ser sazonais;

 Alternativa (c) incorreta: Representa o


aumento de prevalência da doença, ou seja,
aumento do número de casos esperados ara a
dada doença numa determinada região em
cero período de tempo;
INDICADORES DE SAÚDE 2. Intervalo de tempo: Precisamos especificar o
Para quantificarmos a saúde, fazemos tempo a que se referem os coeficientes
comparações na população, usando os estudados. Nas estatísticas vitais, esse tempo
indicadores de saúde. Eles devem refletir é geralmente e um ano, para a vigilância
fielmente, o panorama da saúde populacional. epidemiológica (verificação contínua dos
Muito desses indicadores medem doenças, fatores que determina a ocorrência e a
mortes, gravidade de doenças, o que mostra ser distribuição da doença e condições de saúde),
mais fácil, às vezes, medir doença do que medir pode decidir-se por um período bem mais
saúde. curto, dependendo do objetivo do estudo.
Esses indicadores podem ser expressos em 3. Estabilidade dos coeficientes: Quando
termos de frequência absoluta ou como frequência calcularmos um coeficiente para tempos curtos
relativa, onde incluímos os coeficientes e índices. ou para as populações reduzidas, os
Os valores absolutos são os dados mais coeficientes podem tornar-se imprecisos e não
prontamente disponíveis e, frequentemente, ser tão fidedignos. Gutierrez, no capítulo da
usados na monitoração de ocorrência de doenças epidemiologia da tuberculose, exemplifica de
infeciosas especialmente em situações de que forma o coeficiente de incidência para
epidemia, quando as populações envolvidas estão tuberculose pode variar, conforme o tamanho
restritas ao mesmo tempo e a um determinado da população. Para contornar esse problema,
local, pode assumir-se que a estrutura podemos aumentar o período de observação.
populacional é estável e, assim, usar valores
absolutos. Entretanto, para comparar a frequência  Ex.: ao invés de ob servar o evento por um ano,
ob servamos por 3 anos.
de uma doença entre diferentes grupos, deve-se
ter em conta o tamanho das populações a serem
 Aumentar o tamanho da amostra (observa
comparadas com sua estrutura de idade e sexo, uma população maior) ou usar números
expressando os dados em forma de taxas ou absolutos no lugar do coeficiente.
coeficientes. 4. População em risco: Refere ao denominador
 Coeficientes (taxas ou rates): São as
da fração para o calculo do coeficiente. Nem
medidas básicas de ocorrência das doenças sempre é fácil saber o número exato desse
numa determinada população e período. Para denominador as vezes recorremos a
o calculo dos coeficientes ou taxas, estimativa no lugar de números exatos.
considerando que o número de casos está
relacionado ao tamanho da população que deu
Morbidade
origem. O numerador refere-se ao número de
casos detectados que se quer estudar. É qualquer afastamento subjetivo ou objetivo, de
um estado de bem estar físico ou mental. Temos
 Ex.: mortes, doenças, fatores de risco etc. dois tipos de medidas de frequências da
ocorrência de doença na população: Prevalência
E o denominador, reflete o número de casos e incidência. A incidência mede a ocorrência de
acrescidos do número de pessoas que poderiam novos casos de uma doença ou início da doença,
tornar-se casos, naquele período de tempo. As a prevalência mede o número de casos de uma
vezes, dependendo do evento estudado, doença já manifestada na população.
precisamos excluir algumas pessoas do
denominador. Incidência
A incidência mede o numero de casos novos de
 Ex.: ao calcular o coeficiente de mortalidade por câncer uma doença, episodio ou eventos na população
de próstata, as mulheres devem ser excluída do dentro de um período definido de tempo (em geral,
denominador, pois não estão exposta o risco de adquirir
câncer de próstata. um ano). No inicio, as pessoas do grupo em risco
não apresentam a doença.
1. Escolha de uma constante (denominador): Existem dois elementos críticos na definição da
serve para evitar que o resultado seja incidência:
expresso por um numero decimal de difícil 1. A incidência mede a ocorrência de novos
leitura (ex.: 0,0003), portanto fazemos a casos da doença, verificando a ocorrência da
multiplicação da fração por uma constante doença por pessoas que não apresentava a
(100, 1000, 10000 e 100000). A decisão sobre condição antes;
qual constante deve ser usado é arbitrária, 2. O denominador do cálculo da incidência
pois depende da grandeza dos números deverá incluir todas as pessoas do grupo em
decimais, entretanto, muitos dos indicadores, risco para desenvolver a doença de interesse,
essa constante já esta uniformizado. que costumam ser referidas como
``população em risco´´ ou ``população
 Ex.: para os coeficientes de mortalidade infantil usa-se candidata´´. Qualquer pessoa incluída no
sempre a constante 1000 nascidos vivos. denominador deve apresentar o potencial para
tornar-se membro do grupo no numerador.
 Por exemplo, suponha o cálculo de incidência de câncer
de próstata nos EUA, em 2009: divide-se o número de 𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜
novos casos de câncer de próstata registrada durante 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜
2009 pelo numero total de homens na população dos
TI* = 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠−𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎çã𝑜𝑛𝑎
EUA neste ano, pois as mulheres não correm o risco de 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜.
desenvolver a doença.
O numerador para a TI* e o mesmo daquele para
É um bom indicador para avaliar se está a incidência cumulativa. A diferença ente as duas
diminuindo, aumentando ou permanecendo medidas reside no denominador. O denominador
estável, pois indica o número de pessoas da da TI* é a soma dos períodos com que cada
população que passou de um estado de não- pessoa na população em risco contribui para
doente para doente. Há dois tipos de incidências: desenvolver a doença. Por isso, a TI* mede o
1. Incidência cumulativa (IC*): Quando o numero de pessoas que se tornaram novos casos
denominador é formado por pessoas de da doença, durante o período especificado, como
populações candidatas observadas por todo o uma proporção do tempo total em que as pessoas
período. Mede a proporção da população em na população em risco foram observadas.
risco que desenvolveu a doença de interesse
num período especificado. Todas as pessoas Por exemplo, um estudo de 5 anos. O participante A entrou
no estudo no ano 0 e for acompanhado até o final do ano 3; o
no denominador devem ser observadas por participante B entrou no estudo no inicio do ano 1 e tornou-se
todo o período de acompanhamento. A um caso no final do ano 4; o participante C entrou no estudo
escolha desse período é arbitrária, geralmente no início do ano e desenvolveu a doença no final do mesmo
é usado o de um ano no relato de IC*. Essa ano; o participante D entrou no inicio e foi acompanhado por
incidência é uma medida de risco num grupo todo o período do estudo sem desenvolver a doença de
interesse; o participante E entrou no inicio do ano 1 e tamb ém
de pessoas. Às vezes é referida como foi ob servado até o final do estudo. Uma pessoa em risco
proporção de incidência. É calculado da monitorado por um ano é igual a uma pessoa/ano.
seguinte forma:
Nesse exemplo, os participantes A e B
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜
𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜 contribuíram com 3 pessoas/ano, cada um; o
IC* = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜 𝑒𝑚 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑣𝑒𝑟 participante C contribuiu com 1 pessoa/ano; os
𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜. participantes D e E contribuíram com 5 e 4
pessoas/ano; respectivamente. Isso gera um total
Na equação precedente, o número de novos de 16 pessoas/ano. Observe que o número total
casos e o número de pessoas do grupo em risco de pessoas/ano do acompanhamento obtido pela
devem ser medidas para o mesmo período simples soma de todos os anos contribuídos por
definido. A IC* é usada em populações fixas cada participante. Nesse caso, também surgiram,
quando a imigração iguala-se a emigração e não dois novos casos durante a observação, a TI*
existe perda se seguimento. calculada é de 0,125 pessoa/ano, ou 12,5/100
pessoa/ano. Isso significa a expectativa, na média,
 Por exemplo, entre 80 pessoas ob esas (IMC ≥ 30)
participando de um programa educacional de um ano, 60 de que cerca de 12,5% dos pacientes por ano
não apresentavam diab ete melito tipo 2, no inicio do desenvolveriam a doença de interesse entre os
programa, em janeiro de 2009. Todas as pessoas foram pacientes.
acompanhadas por todo o ano de 2009. No final do
programa, dezemb ro de 2009, 6 dos 60 participantes Ex.:1: Numa determinada região foram notificada
foram diagnosticados com diab etes tipo 2. Isso resulta
numa TI* de 10%, cumulativa, de diab etes tipo 2 entre 150 casos de leishmaniose num ano. A população
os participantes, os quais não tinham a doença no inicio da área contava no mesmo período com 100.000
do programa, ou seja, de cem para mil participantes habitantes. Podemos afirmar que o coeficiente de
durante o período de um ano. incidência da doença foi:
a. 15/1000 habitantes;
2. Taxa de incidência (TI*): Nos estudos b. 1,5/1000 habitantes;
epidemiológicos, nem todos os indivíduos na c. Correta: 150/1000 habitantes;
população em risco são observados por todo o d. 25/1000 habitantes;
período devido a uma série de razões. Alguns e. 50/1000 habitantes.
entram no período de observação depois do
inicio, enquanto outros sofrem pera de
seguimento. Por esse motivo a duração do
acompanhamento não será a mesma. Quando
a população é dinâmica, a TI* será usada para
mediar a velocidade de ocorrência de novos
casos, considerando os vários momentos de
observação para diferentes indivíduos. A TI*
também é retida como densidade de
incidência. É calculada da seguinte forma:
Prevalência O numerador inclui os casos presentes no inicio
É o número de casos existentes (antigos ou do período, bem como os casos desenvolvidos
novos) na população (doente, saudável, de risco e durante esse mesmo período. Pode ser
não de risco). Ela foca o estado da doença de considerada uma série de instantâneos da
interesse e mede proporção da população que população durante um período especifico,
apresenta. Todos eles devem apresentar a sinalizado o quanto determinado doença está
doença de interesse no momento da avaliação presente numa população em certo período. A
são dois os tipos de medidas de prevalência de PP* pode ser calculado ara semanas, mês, ano,
ponto e prevalência de período. década ou qualquer outra unidade de tempo.
1. Prevalência de ponto (PP*): é o número de
pessoas que apresentam a doença de Ex.: 1: Marque a alternativa CORRETA que indica
interesse em instante específico, dividido pelo o significado e conceitos epidemiológico:
numero de pessoas na população nesse a. Incidência de casos notificados prováveis;
mesmo instante, por exemplo, em determinado b. Correta: Casos existentes das doenças na
dia. A prevalência de ponto é calculada da população;
seguinte forma: c. Relação entre o número de eventos reais e os
que poderiam acontecer;
𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 d. Comportamento das doenças ou dos agravos
𝑒𝑚 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜
PP* = 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 à saúde nua população;
𝑛𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. e. Número de casos novos de uma morbidade.
Resp.:
A PP* pode ser considerada como um simples  Alternativa (a) incorreta: Lembre-se que a
instantâneo da população, isto é, o calculo do PP* incidência se refere a casos novos de uma
está baseado no exame em instante especifico, determinada doença;
como uma data ou o dia de internação hospitalar.  Alternativa (b) correta: A prevalência
representa os casos existentes de
Por exemplo, suponha que o interesse seja sab er a
prevalência de ponto da colonização nasal por determinada doença;
Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM) em  Alternativa (c) incorreta: Representa o
todos os pacientes hospitalizados na UTI no estado. conceito de coeficiente/taxa. É a única medida
que informa o risco da ocorrência de um
Em primeiro lugar é necessário obter as culturas evento.
nasais para SARM de todos os pacientes na UTI,  Ex.: número de ób itos por dengue em Salvador, em
inclusive dos pacientes comprovados positivos relação às pessoas que residiam nessa cidade, em
cada ano.
para SARM num determinado dia, para determinar
 Alternativa (d) incorreta: Representa o
o numero de pacientes com culturas positivas para
SARM naquele dia. Depois dividir esse número conceito de morbidade é uma variável
pelo número total de pacientes de UTI no estado características das comunidades de seres
no referido dia. A proporção resultante é a vivos e refere-se ao conjunto dos indivíduos
prevalência de ponto da presença nasal de SARM que adquiram doenças nu dado intervalo de
na UTI no estado, naquele determinado dia. A PP* tempo;
pode ser expressa como o percentual ou número  Alternativa (e) incorreta: Casos nos se
de casos por mil ou 100 mil pessoas na referem à incidência.
população, dependendo da frequência à doença
na população, dependendo da frequência da Ex.: 2: Sem levar em conta a idade das pessoas
doença de interesse. acometidas (ou em risco), seguem abaixo alguns
fatores que determinam redução da taxa de
2. Prevalência de período (PP**): o segundo prevalência EXCETO:
tipo de medida de prevalência é a PP**. a. Severidade da doença;
Refere-se ao número de pessoas de certa b. Imigração de pessoas sadias;
população que manifestem a doença durante c. Emigração de pessoas sadias;
determinado período, dividido pelo número de d. Aumento da taxa de cura da doença;
pessoas dessa população nesse mesmo e. Correta: Imigração de caso.
período. É calculada da seguinte forma: Resp.: Prevalência mede quantas pessoas estão
doentes num determinado período e em
𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑚𝑎𝑛𝑖𝑓𝑒𝑠𝑡𝑒𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 determinado local.
𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
PP** = 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 Casos novos+antigos em certo
𝑛𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. período de tempo e local
Prevalência
população geral
É calculado da mesma forma que a PP**, exceto
pelo fato de o numerador ser o número de
pessoas que apresentaram a doença em
determinado período.
 Alternativa (a) incorreta: doenças mais  Segundo as doenças com curta duração
severas provocaram mais óbitos, diminuindo a podem ter uma prevalência baixa, mesmo que
prevalência; a TI* seja alta, a duração da doença é longa e
 Alternativa (b) incorreta: imigração significa a prevalência é alta.
entrada de pessoas no local. No entanto, se
as pessoas estão sadias (sem a doença) irá  Por exemplo, a TI* da roséola infantil, uma doença viral
que costuma afetar crianças jovens, entre seis meses e
diminuir a prevalência, á medida que aumenta dois anos de idade, é alta. No entanto sua prevalência
o denominador (total da população); pode ser b aixa porque, depois de um b reve período a
 Alternativa (c) incorreta: emigração significa maioria das crianças recupera-se da infecção e saí do
saída de pessoas do local, saindo casos da estado de doença.
doença, a taxa de prevalência diminui;
 Alternativa (d) incorreta: aumentando a taxa  Terceiro, a prevalência também pode ser baixa
de cura da doença a prevalência irá diminuir; para uma doença séria que leva rapidamente
 Alternativa (e) correta: A entrada de pessoas ao óbito, porque a duração é curta.
com a doença na localidade irá provocar
 Por exemplo, a prevalência de parede cardíaca súb ita é
aumento da taxa de prevalência. b aixa, mesmo sua incidência sendo alta, porque
costuma levar ao ób ito se não tratada em minutos.
Ex: 3: A proporção de uma determinada doença
numa população refere-se à(ao): Nesse caso, a prevalência baixa significa que em
a. Correta: Prevalência; momento especifico haverá uma pequena
b. Incidência; proporção de pessoas sofrendo de uma parada
c. Risco relativo; cardíaca subida. Por fim, algumas doenças são de
d. Periodicidades; longa duração, assim, mesmo a TI* sendo baixa a
e. Valor preditivo positivo. prevalência será alta. O mal de Alzheimer e o de
Parkinson são exemplos.
Relação entre incidência e prevalência Um indivíduo que adoece adiciona uma pessoa
A IC*, a TI* a PP* e a PP** apresentam diferença na incidência da doença. Ele também adiciona
significativas: uma pessoa na prevalência da doença para a
 A primeira é que essas medidas refletem a duração da sua doença, até recuperar-se ou
doença. A IC* e TI* medem a ocorrência de morrer. Se a prevalência de uma doença é baixa
uma nova doença, ou uma alteração do estado uma população relativamente estável, a relação
saudável para doente, e a prevalência reflete entre a prevalência e a TI* pode ser expressa
casos existentes, ou o ônus da doença na como:
população. Pr* = TI* x Du*
 A segunda, as medidas diferem no que é A duração média da doença significa que numa
exatamente medido. A IC* mede a população relativamente estável, ou seja, em que
probabilidade de uma pessoa fica doente num o número de pessoas ingressadas e o de
período específico, a TI* mede a velocidade da existentes são iguais durante um momento
ocorrência de novos casos, e as duas medidas especifico, a prevalência de uma doença iguala-se
de prevalência determinam a proporção da ao produto da taxa de incidência pela duração
população com a doença de interesse em média da doença.
instante especifico ou durante determinado
período. Por fim, essas medidas possuem  Por exemplo, se a TI* de uma doença é 2% a incidência
unidades diferentes. A TI* tem unidades de tem sido relativamente estável ao longo dos anos, e se
a duração aproximada da doença é de 15 anos, a
novos casos por unidade de pessoal/tempo, a prevalência da doença seria aproximadamente 30%.
IC* e as medidas de prevalência não tem
unidade. Por exemplo, um estudo de coorte:
A incidência e a prevalência podem estar
relacionadas pelo fato de que a incidência afeta a  O uso de um novo fármaco, o fármaco A, foi estudado
prevalência. Quanto maior a incidência, mais para prevenção de alergias sazonais em pacientes que
pessoas manifestarão a doença de interesse. A já haviam apresentado esse tipo de alergia no passado.
Todos os 50 pacientes que receb eram o fármaco A
prevalência também é influenciada pelas desenvolveram alergias sazonal durante o período de
seguintes situações: acompanhamento. Eles foram ob servados por um total
 Primeira, quanto maior a duração da doença, de 700 pessoa/dia antes da manifestação dos primeiros
maior a prevalência. sintomas alérgicos. No fim do estudo, cerca de 20% dos
pacientes relataram manifestações se sintomas
alérgicos. Sendo assim, a IC* do desenvolvimento de
 Por exemplo, na hipertensão essencial, a TI* é alta, a
alergia sazonal foi de 50/50=1 nesse grupo de
duração da doença é longa e a prevalência é alta.
pacientes, a TI* foi de 50/700, o que significa 0,71
casos por pessoa/dia e 7,1 casos por 100 pessoas/dia,
e a prevalência foi de 20%.
Observe os dados do grupo não tratado: Ex.: 4: A epidemiologia tem contribuído de forma
consistente para a obtenção de respostas as
 Todos os 50 pacientes desenvolveram alergias sazonais, perguntas e indagações relacionadas a vários
assumindo-se que a TC* foi de 0,12 casos por problemas de saúde, como exemplo, as doenças
pessoa/dia. Cerca de 30% dos pacientes do grupo não
tratado relataram manifestações dos sintomas alérgicos. cardíacas, as neoplasias, a tuberculose, o
A IC* de uma pessoa nos grupos de tratados e de não diabetes e os traumas. Quantificar ou medir a
tratados sugere que o tratamento com o fármaco A não frequência com que os problemas de saúde
previne totalmente as alergias sazonais ou reduz o risco ocorram em populações humanas é um dos
do seu desenvolvimento. Entretanto, a T* foi b aixa no
grupo tratado, indicando que o fármaco A atrasou ou objetivos da epidemiologia. Sendo (assim, o
retardou o inicio das alergias sazonais. A prevalência foi conceito epidemiológico fundamental) que
mais b aixa no grupo tratado, sugerindo que os pacientes expressa o número de casos existentes de uma
tratados apresentaram uma prob ab ilidade menos para doença num dado momento é a:
manifestação de sintomas alérgicos na médias dos dias. a. Incidência;
b. Correta: prevalência;
Ex.: 1: Define-se como incidência de um c. Sobrevida;
transtorno em epidemiologia: d. Taxa de mortalidade;
a. O número total de casos de um transtorno na e. Consistência.
população em determinado período;
b. O numero de casos por área assistidos; Ex.: 5: Em epidemiologia, a morbidade é estável
c. Correta: O número dos casos novos de um quando o coeficiente incidência e a duração de
transtorno em determinada população; uma doença permanecem constantes com o
d. A relação entre os óbitos provocados por um tempo. Nesses casos, pode-se afirmar que a
transtorno e a renda média da população; prevalência é igual.
e. A relação entre o número de casos novos e o a. Correta: Ao produto da incidência da doença
número total de casos de uma doença. pela duração da doença;
b. Á soma das taxas de incidências anual da
Ex.: 2: Num hospital, o enfermeiro, ao analisar a doença;
frequência de ocorrência de novos acidentes de c. Aos quocientes entre o número de casos de
trabalho em um ano, está considerando uma uma doença e a população;
média epidemiológica de. d. À diferença entre casos novos e antigos da
a. Prevalência; doença
b. Correta: incidência;
e. À incidência acumulada da doença menos a
c. Razão; mortalidade no ultimo ano.
d. Risco;
e. Padronização.
Incidência e prevalência na
farmacoepidemiologia
Ex.: 3: A epidemiologia usa como medida de
Nela além do uso padrão da epidemiologia, os
frequência de doenças os dados de incidência
conceitos de incidência e prevalência podem ser
acumulada que é definida como:
a. Correta: Número de casos novos durante um aplicados ao estudo do uso e efeitos dos
fármacos. Podem ser usados para medir eventos
período de tempo;
medicamentos, bem como identificar novos
b. Número de casos da doença numa população
usuários de fármacos, medir o uso existente de
num determinado local e em determinado
fármacos e assim por diante. Uma analise
período de tempo;
farmacoepidemiologica do uso do fármaco, está,
c. Proporção de doença acumulada que tem
por natureza baseado na população.
como consequência o óbito em um
determinado período histórico;  Por exemplo, para aumentar o uso de estatina entre os
d. Tempo de duração de uma determinada diab éticos ou com doença arterial coronária sem
doença crônica que se acumula ao longo do prescrição para estatinas nos últimos 6 meses, um
lab oratório de gestão de b eneficio de farmácia enviou
tempo; materiais educacionais para os b enefícios. O estudo
e. Proporções de casos novos de doenças mostra que 12,1% dos memb ros, cujos prescritores
agudas que e recrudescem segundo a receb eram a intervenção, e 7,3% do grupo controle
sazonalidade. iniciaram a terapia com estatina durante u período de
acompanhamento de quatro meses.

Esse é um exemplo de aplicação do conceito de


IC* na farmacoepidemiologia.
Pelo motivo da prevalência ser uma medida de Mortalidade
estado, ela também é usada para descrever a Refere-se à ocorrência de óbito, e os dados de
frequência de outras características diferentes da mortalidade são de interesse na epidemiologia.
doença na população. Essa variação é usada quando o evento de
interesse é a morte e não o adoecimento. Eles
 Em outro estudo de usuários de estatina, os usuários podem ser usados na avaliação de saúde de uma
existentes de estatina foram identificados antes da população ou para comparar a saúde em
admissão hospitalar por pneumonia. Esse estudo relatou
que dos 29.900 pacientes elegíveis hospitalizados por diferentes seguimentos à população. Também é
pneumonia, 1.372 eram usuários ativos de estatina, que um índice de severidade da doença, por isso, seus
foram definidas por, pelo menos, uma prescrição dados podem ser usados pelos profissionais da
dispensada em 125 dias antes da hospitalização por saúde e da saúde pública na identificação da
pneumonia.
doença e condições de saúde na prevenção do
óbito prematuro. Entretanto, o número absoluto de
óbito raramente informa o suficiente para realizar
comparações entre segmentos da população ou
examinar alterações ao longo do tempo, pois ele é
altamente influenciado pelo tamanho da
população.

 Por exemplo, uma população muito grande tende a ter


mais ób ito do que uma população pequena, ou uma
população com um grande seguimento de idosos
tamb ém tente a gerar mais eventos de ób itos.

Como resultado, varias medidas de mortalidade


são usadas para descrever o risco de morte na
população.

Taxa bruta de mortalidade (TBM*): É o número


total de óbitos por qualquer causa para mil
pessoas de uma população durante um período
especifico, dividido pelo número total de pessoas
dessa população durante esse mesmo período.
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
TBM*= X 1000
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

 Por exemplo, em 2006, 2.426.264 ób itos ocorreram nos


EUA em uma população estimada de 299.398,484
hab itantes em 1º de julho de 2006, produzindo uma
taxa b ruta anual de mortalidade de 810,4 para 100 m i
pessoas na população, em 2006.

Em virtude das alterações na população no meio


do ano é usado como o número aproximado de
pessoas na população durante o ano. Observe
que a TBM* são influenciada pela composição
etária da população. Por isso, usar as TBM*na
analise das alterações ao longo do tempo ou para
realizar comparações entre subgrupos na
população costuma conduzir a resultados
enganosos. Dessa forma, a taxa de mortalidade
especifica por idade é usada para comparar os
riscos de mortalidade entre os grupos etários.
Ex.: 1: A taxa de mortalidade geral (ou coeficiente A TMEI* permite comparação dos riscos de
de mortalidade geral) é calculado da seguinte mortalidade para um determinado grupo etário em
forma: subgrupos em populações diferentes.
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 n  Por exemplo, em 2006, a TMEI*para criança entre um e
Taxas de mortalidade = x 10
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 quatro anos foi de 28,4 para 100 mil pessoas de amb os
os sexos nos EUA, e as taxas de mortalidade especificas
por idade, para homens e mulheres, foram de 30,5 e 26,3
Sobre esse indicador de saúde, assinale a para 100 mil pessoas, respectivamente.
alternativa correta.
a. Principal vantagem de saúde da taxa de
 Taxa de mortalidade ajustada por idade
mortalidade é o fato de avaliar o risco de
(TMAI*): Para considerar a variação nas
morrer conforme sexo, idade, raça, classe
distribuições etárias nas comparações das
social, entre outros fatores;
TBM* ao longo do tempo, ou nos seguimentos
b. É útil para comparar a qualidade de vida entre
na população, é preciso ter uma medida
diferentes países;
resumo do risco de mortalidade. Por isso, a
c. É importante para medir a violência em
TMAI*, foi desenvolvida. Ela é definida como a
diferentes regiões;
d. Correta: É um indicar que mede o número de taxa de óbito que ocorreria se a TMAI*
observadas estiverem presentes numa
óbitos numa população num determinado
população com uma distribuição etária igual
período;
aquela de uma população padrão. Calcular
Ex.: 2: O coeficiente (ou taxa) de mortalidade essa taxa exige a escolha de uma população
padrão, é uma população com distribuição
infantil é comumente usado como um indicador do
etária padrão. Essa seleção é arbitrária porque
nível de saúde de uma comunidade sobre esse
não existem muitas populações padrões. O
indicador, assinale a alternativa correta:
método mais usado para computar a TMAI* é
a. Mede o número de óbitos durante o primeiro
o método de padronização direta, embora a
ano de vida pelo numero de nascidos vivos no
padronização indireta também possa ser
mesmo ano;
usados. As TMAI* permitem a comparação dos
b. Esse índice diminuiu em todas as regiões do
riscos de mortalidade entre grupos
mundo, mas persistem ainda grandes
populacionais e de localidade geográficas, elas
diferenças dentro dos países e entre eles;
c. Correto: Seu uso está diretamente também permitem a comparação das
tendências de mortalidade ao longo do tempo.
relacionado ao perfil de renda da população,
Ela não pode substituir a TBM* ou a TMEI*,
ou seja, quanto maior o coeficiente de
porque a TMAI* calculada é baseada na
mortalidade de um país, maior a renda dele;
população padrão e não reflete o risco de
d. O uso desse coeficiente como medida do
mortalidade de uma população real.
estado geral de saúde de uma comunidade é
baseado no pressuposto de que ele é
 Taxa de mortalidade específica por causa
particularmente sensível a mudança
(TMEC*): Mede o número de óbitos por uma
socioeconômica e a intervenção na saúde.
causa específica. Ela restringe a mortalidade a
uma causa ou diagnósticos. Em geral, é
 Taxa de mortalidade específica por idade expressa para mil ou para 100 mil pessoas,
(TMEI*): mede o n´mero de óbitos por para o período de um ano.
qualquer causae entre indivíduos de uma faixa 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜𝑎𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎
etária especifica. Em geral, ela é expressa 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎
𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
para mil ou para 100 mil pessoas de uma TMEC* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠𝑛𝑎𝑟 x 1000
população para o período de um ano. 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎ç𝑎õ 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

 Por exemplo, a taxa de mortalidade em criança com  Por exemplo, doenças cardíacas coronárias causaram
menos de 10 anos de idade pode ser computado usando 425.425 ób itos e 2006, sendo a única causa líder de
a seguinte equação. ób itos nos EUA. Com uma população estimada de
299.398. 484 em 1º de julho de 2006, a taxa de
𝑁º 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎 , 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒
mortalidade anual resultante para doença cardíaca
𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜 ,𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎
𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑑𝑎 coronária foi de 142,1 para 100 mil, em 2006.
TMEI* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 X 1000
𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜. Causas imediatas e subjacentes de falecimento e
outras condições significativas contribuem para os
relatos nos atestados de óbitos, os códigos da
classificação internacional de doença (CID). A
causa subjetiva do óbito refere-se a um único
motivo selecionado de óbito, que é a doença ou
lesão que inicia a série de eventos levando a b. 0,5;
morte. Um evento de morte pode ter múltiplas c. 5,0;
causas, incluindo as subjacentes e não d. 11,1;
subjacentes. A causa subjacente de óbito é usada. e. 5,5.
A má classificação é o erro de codificação podem
afetar a precisão da taxa relatada de mortalidade
específica por causa. De forma similar, é possível Mortalidade proporcional (MP*)
determinar restrições e outras características, É a proporção de óbitos atribuíveis a uma doença
como sexo, raça e áreas geográficas, para especifica.
calculara TME* por características, como TMER*
Por exemplo, de todos os ób itos que ocorreram nos EUA é
Taxa de letalidade (TL*) uma taxa ou razão; ela é uma proporção porque o numerador
é sempre uma parte do denominador. A MP* costuma ser
Mede a propensão de uma doença causar o óbito expressa como uma porcentagem.
de pessoa afetado. Embora quase sempre seja
referida como TL* ela não é uma TL*,mas uma É computada da seguinte forma:
proporção. A TL* costuma ser expressa como uma
porcentagem. Ela é calculada da seguinte forma: 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎
𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎, 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜
MP* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 x 100
𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜.
𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑓í𝑐𝑜
TL*´= 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 x 100
𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜

Em outras palavras, a TL* representa a proporção


de pessoas portadores da doença que morreram. Para encontrar a proporção de óbitos causados
por doenças cardíacas nos EUA, em 2006, basta
 Por exemplo, entre 30 de agosto e 31 de outub ro de dividir o número de óbitos causados por doenças
2009 (inicio da estação de influenza 2009—010), houve cardíacas pelo número total de óbitos em 2006:
672 ób itos associados à virose por influenza confirmada
em lab oratório, relatados, ao centers For disease control 631,636
and prevention (CDC). Durante esse período, ocorreram MP* = X 100 = 26%
2.426.264
45.585 casos de virose por influenza confirmado nos
EUA. A TL* para influenza foi calculada em 1,47% para o
período de 2 meses. Mortalidade na farmacoepidemiologia
A mortalidade é uma medida de referência dos
Observe, no cálculo da TBM* para uma doença, o desfechos de saúde porque avalia os riscos e
denominador inclui todas as pessoas numa benefícios dos tratamentos ou medidas
população que estão em risco para manifestar a preventivas. A terapia medicamentosa pode
doença; entretanto, no cálculo da TL*, o apresentar efeitos intencionais (benéficos) ou
denominador apenas inclui aqueles que não intencionais (benéficos ou adversos) nos
apresentaram doenças de interesse. Algumas pacientes.
doenças como o câncer pancreático, podem ter O óbito pode ocorrer como uma falha na
uma TBM*, em razão de a doença ser rara. No realização total dos efeitos intencionais benéficos
entanto, a letalidade e elevada, uma vez que a dos tratamentos, um efeito adverso não
pessoa seja portadora da doença, a probabilidade intencional do tratamento ou um resultado do não
dessa doença causar o óbito é alta. tratamento. Os efeitos adversos podem variar
quanto à severidade desde triviais até de risco de
Ex.: 1: Define-se letalidade como: ameaça à vida. Na farmacoepidemiologia as
a. O número de óbitos num determinado período medidas de mortalidade são usadas para
numa população; examinar a associação entre exposição ao
b. Correto: O número de óbitos por uma medicamento e o desfecho no paciente.
determinada doença em relação aos que A mortalidade por qualquer causa (MQC*) ou
adoeceram por essa mesma doença; por causa especifica (MCE*) costuma ser usada
c. O número de óbitos ocorridos num período de na literatura farmacoepidemiologica, às vezes,
um ano; com restrições sobre outras características
d. O número de óbitos em relação ao número de individuais, tal como a MQC* para certo grupo
nascimento. etário, ou MQC* para homens versus mulheres.
As medidas de mortalidade são usadas isoladas
Ex.: 2: A empresa X, em 2003, contava com ou combinadas com outras medidas de desfecho.
10.000 empregados, naquele ano, ocorreram na A MCE* apresenta grande especificidade, mas há
empresa 500 acidentes, sendo 50 fatais. O incertezas inerentes da determinação da causa da
coeficiente de letalidade por acidente de trabalho morte. Distorções por erro de classificação podem
naquele ano foi, em % de: ser uma ameaça para a sua validade. A medida
a. Correta: 10,0; de MQC* evita o equívoco na determinação das
causas dos óbitos, mas a análise perde a Um RR* de 1, ou próximo desse valor, indica que
especificidade que as medidas de MCE* o risco do evento (doença ou óbito) é igual nos
fornecem. De preferência, MCE* devera ser dois grupos e que a exposição é improvável de
relatada junto com a TBM* (por qualquer causa) causar o evento de interesse, um RR* acima de 1
ou tratamento (farmacoterapia), em geral, os significa que a exposição está associada ao
epidemiologistas estão interessados na avaliação evento e quanto mais alto o RR* mais forte e a
das associações entre exposição e desfecho. associação. Um RR* de 0, ou próximo, sugere que
de alguma forma, a exposição tem efeitos
 Por exemplo, existe um excesso de risco para protetores contra o evento, ou seja: o risco do
desenvolver a doença X em virtude de uma exposição a
Y?
evento e muito baixo nas pessoas expostas.

O risco relativo (RR*) e a razão de chance Razão de chance (Odds ratio)


(RC*) são as duas medidas mais usadas para É a razão entre a probabilidade de um evento de
associação na epidemiologia. Elas medem a força interesse e a probabilidade de não haver um
da associação entre uma exposição e o desfecho evento. A razão entre duas chances, ou seja, a
de interesse. A magnitude indica a probabilidade, razão de chance e uma medida extremamente
maior ou menor, de o grupo exposto vivenciar o popular da associação nos estudos caso-controle.
desfecho em comparação com o grupo não A RC* de desenvolvimento da doença ou óbito é a
exposto. razão entre o numero de evento e não eventos
nos casos e no grupo controle.
E epidemiologia, está demonstrado que a RC* da
doença (RCd) é matematicamente equivalente à
RC* de exposição (RC e).
Risco relativo (RR*) A RC* é calculada da seguinte forma:
No confronto com um conjunto de fatores de risco 𝑎 /𝑐 𝑎𝑑 𝑎/𝑏
para doença ou mortalidade, é necessário avaliar RCe= = = = RCd
𝑏/𝑑 𝑏𝑐 𝑐/𝑑
a força da associação entre a exposição e o
desfecho. RR* é a RC* do desenvolvimento do A RC* pode ser qualquer número positivo. Uma
evento (doença ou óbito) entre os indivíduos RC* de valor 1 é uma linha basal para
expostos (Re) e não expostos (Ru).
comparação. Uma RC acima de 1 indica que a
𝑅𝑒 razão para o evento está maior no grupo exposto
RR= (á doença) do que no grupo não-exposto (ou
𝑅𝑢
saudável). RC abaixo de 1 sugere que um evento
Na equação, Re é o risco (IC*) no grupo exposto é menos provável no grupo exposto do que no
e Ru ao risco (IC*) no grupo não exposto. Em grupo não-exposto.
epidemiologia RR* também é referido como razão
de risco. Às vezes, termo é usado para descrever
RR* e razões de taxa.

 Por exemplo, um estudo de coorte em que 500


fumantes ativos (grupos expostos) e 500 pessoas que
nunca fumaram (grupo não expostos) foram Tabela 2: estudo de caso-controle de derrame cerebral em
acompanhadas por cinco anos. Assume-se que, depois relação a hipertensão.
desse período, os pesquisadores revelaram 25
participantes do grupo exposto e cinco não expostos  Por exemplo, num estudo de caso controle de
desenvolveram câncer pulmonar. hipertensão e derrame cereb ral, derrame cereb ral
presente no caso e ausente no grupo controle, a
Qual é o RR* para desenvolverem câncer hipertensão no estágio 2 e a pressão arterial normal
pulmonar no grupo Re (fumantes), comparado com são as exposições.
o grupo Ru (não fumantes)?
Com base na definição, o RR* solicitado é A RC*é:
calculada da seguinte forma:
417/83 417𝑥752
RCe = = = 5,08
25/500 744/75 83𝑥744
RR = = 5,0
5/500
Uma RC* de 5,08 sugere que o derrame cerebral
O risco de desenvolvimento de câncer de pulmão é 5,08 vezes mais frequente no grupo hipertensão
no grupo de fumantes é cinco vezes maior do que no estágio 2, comparado o grupo pressão arterial
no grupo de não fumantes, ou seja, existe um normal. A estimativa da RR* e RC* são usadas
aumento de 400%, no risco de desenvolvimento para medir a força da associação entre exposição
de câncer de pulmão no grupo de fumante. e desfecho. Resumindo, ambas as medidas
podem varia de zero ao infinito com a mesma
interpretação geral.
Uma RR* ou RC* igual a 1 indica que não existe
associação entre exposição e desfecho, um valor
de RR* ou RC* acima de 1 significa uma
associação positiva, ou seja, o risco do desfecho é
maior quando exposto ao fator de risco especifico.
Um valor abaixo de 1 indica que a exposição Tabela 3: Resultados de um estudo de coorte para avaliar o
efeito terapêutico de um novo fármaco para prevenção do
reduz o risco ou chance de desfecho, uma infarto do mi ocárdio em população de alto risco.
associação negativa entre exposição e desfecho.
Observe quando a probabilidade do evento é Na tabela acima, a proporção (risco) do grupo
pequena (<10%) esse caso é referido como não tratado para quem teve, pelo menos, um
hipótese de doença rara. infarto do miocárdio foi de 9,5%; a proporção do
gruo tratado para quem teve, pelo menos, um
Medindo efeitos terapêuticos infarto do miocárdio foi de 7,5%.
Existem quatro medidas para efeitos terapêuticos
tradicionais: 9,5% − 7,5%
RRR* = = 21%
1. Redução do risco relativo (RRR); 9,5%
2. Redução do risco absoluto (RRA);
3. Numero necessário para tratar (NNT); Conclui-se que a RRR* com o novo fármaco é de
4. Número necessário para causar dano (NNCD). 21%. Observe que esse exemplo está
Essas medidas também são medidas de simplificado.
associação. Estão presente em separado porque
costumam ser usados para avaliar os efeitos de Redução do risco absoluto (RRA*)
um tratamento ou terapia. Por exemplo, um novo É a medida mais simples do efeito terapêutico. É
medicamento ou procedimento cirúrgico. definida como o valor absoluto da diferença
aritmética nas taxas de evento dos grupos
Redução de risco relativo (RRR*) expostos (ou tratado) e não-exposto (ou não-
Em certas ocasiões, é necessário considerar as tratados). Também é referida como diferença de
consequências de exposição versus não risco e pode ser calculada como segue:
exposição, ou tratamento versus não tratamento.
A RRR* mede a extensão em que a exposição RRA*= |Re - Ru|
(terapia) reduz um risco, comparada com os
indivíduos do grupo não exposto (sem terapia). Na tabela 2, a RRA* foi calculada como 17,5% -
Em geral, a RRR* é expressa como uma 9,5% = 2,0%. Dessa forma, a diferença entre as
proporção do risco no grupo não tratado em outras taxas do infarto do miocárdio nos grupos tratados
palavras, a RRR* é a diferença nas taxas de e não-tratados é de 2,0%. Observe que,
evento expressa como uma proporção da taxa de diferentemente da RRR*, a RRA* não transmite
evento no grupo não exposto. A RRR* é calculada ideia de redução proporcional entre os grupos
da seguinte forma: tratado e não-tratado. Torna-se menos quando as
taxas de evento são baixas em ambos os grupos,
𝑅𝑢 − 𝑅𝑒 e a estimativa da RRR*, em geral, não é
RRR* = influenciada pela magnitude das taxas de evento.
𝑅𝑢
Quando a taxa de vento no grupo tratado e maior
A RR* é a razão do risco do evento do que no outro, essa medida absoluta da
(desenvolvimento da doença ou óbito) em diferença do risco também e referida como
indivíduos expostos para os não-expostos. Sendo aumento do risco absoluto.
assim, a equação RRR* pode ser reescrita como a Observe que RRA*, às vezes é referida como um
seguir: risco atribuível na epidemiologia. Entretanto, o
termo risco atribuível também é usado para
𝑅𝑒 descrever vários outros conceitos diferentes. Para
RRR* = 1-
𝑅𝑢 evitar confusão, recomenda-se que o termo risco
atribuível não seja usado.
Observe a tabela abaixo, ela mostra os resultados
de um estudo de coorte retrospectivo de um novo
fármaco na prevenção primária do infarto do
miocárdio em indivíduos de alto risco. Nesse
estudo, as pessoas do grupo tratado receberam
o novo fármaco por 3 anos, aqueles do grupo não
tratado não receberam. O ponto terminal principal
foi à ocorrência de infarto do miocárdio.
Número necessário para tratar (NNT*) Uso das medidas de associação na
O NNT* é uma medida relacionada com a RRA*. farmacoepidemiologia
É definida como um número de indivíduos que, O uso das ferramentas nos estudos
deve receber o tratamento para que um deles se epidemiológicos e farmacológico ajuda para que
beneficie por um período especificado costuma eles possam gerar conhecimento sobre quem usa
ser expresso como reciproca da RRA*. um medicamento, por quais razões (diagnóstico) e
quando os pacientes usam o fármaco. A
 Por exemplo, quantas pessoas diab éticas teriam de ser farmacoepidemiologia também é capaz de gerar
tratadas com agentes hipoglicêmicos orais, por cinco
anos, para evitar algum ób ito devido às complicações do
conhecimento sobre as associações entre o uso
diab ete? do fármaco e o desfecho em saúde, como os
casos de cura ou melhora, desfecho negativos
O NNT* é útil em grande escala quando o prevenidos, ventos medicamentos adversos e
tratamento é comparado e é útil no nível individual mortalidade.
quando são tomadas as decisões para o
 Por exemplo, num estudo de coorte prospectiva de
tratamento. Quando determinado paciente paciente com 18 ou mais anos de idade e que
recebem uma terapia, o NNT* também reflete a estiveram num grande centro médico acadêmico por
probabilidade de essa pessoa se beneficiar com o três ou mais dias durante 2004 e 2007, Herzing e
tratamento. Um NNT* calculado de 10 indica que, colab oradores examinaram a associação entre o uso do
fármaco supressor de acido gástrico e a pneumonia
para determinado tratamento ser benéfico para
hospitalar. No total de 63.878 admissões hospitalares
uma pessoa se beneficiar com o tratamento. Um elegíveis, eles verificaram que a medicação supressora
NNT* de 10 também indica que, para cada pessoa de ácido gástrico foi usada em 52% dos pacientes e a
que recebeu o tratamento, haveria uma em 1 pneumonia hospitalar foi 1,3 no grupo exposto à
chances de essa pessoa se beneficiar com o medicação supressora de ácido gástrico, o que significa
que o uso dessa medicação foi associado a 30% do
tratamento. aumento na chance de pneumonia hospitalar. Na
Se a RRA* é grande, o NNT* calculado é análise do sub conjunto, a associação foi apenas
pequeno, ou seja, apenas um pequeno número de significativa para inib idores da b omb a de prótons, mas
pessoas precisa ser tratado para que uma delas não para antagonista do receptor de histamina.
se beneficie. Entretanto, deverá ser observado
que os NNT* só podem ser comparados No estudo farmacoepidemiológico de coorte, a
diretamente quanto o mesmo desfecho dos associação entre exposto (uso da medicação
tratamentos é avaliado. supressiva de ácido gástrico) e o desfecho
(incidência) de pneumonia hospitalar foram
 Por exemplo, um NNT* de 5, para um b eneficio menor, medidas usando a RC*, que é uma boa
como o de prevenir pessoas de contraírem um resfriado aproximação do RR*, pois a incidência do evento
comum, pode ser menos importante do que um NNT* de
10 para prevenir uma pessoa ter um infarto do miocárdio.
era baixa (3,5%).

Viés
Numero necessário para causar dano
(NNCD*) Está relacionado aos erros sistemáticos, em
oposição aos erros aleatórios, na realização de
Em medicina, tratamentos, incluindo fármacos e
um estudo um erro sistemático pode ocorrer
outras intervenções terapêuticas, podem causar
quando os grupos do estudo da pesquisa são
danos, de varias formas, aos pacientes. Alguns
danos são brandos e outros severos, resultando selecionados de uma forma ·que trata
em danos ou óbitos. A significância relativa dos consistentemente um dos outros grupos. Nos
danos causados pelos fármacos e outras terapias estudos farmacoepidemiológicos, o interesse está
e estimar a relação entre a exposição a um
depende da condição sendo tratada e da natureza
tratamento ou intervenção medicamentosa e seus
e severidade do dano.
efeitos no estado de saúde ou no desfecho. Nessa
 Por exemplo, numa doença menor, como um simples prática, o desafio é chegar a uma estimativa do
resfriado, um evento adverso com potencial de ameaçar efeito que esteja livre de viés, em especial nos
a vida não seria aceitável, mesmo que a chance de estudos de pós-comercialização, quando muitos
vivenciar o evento fosse pequena. Se uma condição, por fatores podem afetar a associação entre o
si só, é fatal, o risco de ób ito ou dano no tratamento é
aceitável.
tratamento e o desfecho.

 Por exemplo, a prescrição por indicação ou adesão do


A NNCD* é o numero de pessoas que é
paciente ao regime terapêutico seria um fator
necessário para tratar para que uma delas importante na avaliação da associação entre o
apresenta um evento adverso. Seu cálculo é feito tratamento e o desfecho.
dividindo 1 pelo excesso do risco absoluto. Um
NNCD alto indica que os eventos adversos são
raros, e um valor baixo sugere que eventos
adversos são comuns.
Viés de seleção Existem duas situações que podem levar a
Resulta dos procedimentos adotados para situações em que os casos apresentem maior
seleção dos participantes do estudo, quando os probabilidade de lembrar os seus padrões de
participantes selecionados têm mais ou menos doença do que os controles.
probabilidade de apresentar o desfecho do que O viés de detecção pode ocorrer quanto mais
aqueles que são teoricamente elegíveis para importância é dado aos casos do que aos
participar, mas que não foram incluídas no estudo. controles em relação à coleta dos dados, ou
Um tipo de viés de seleção interessante é o viés quando os participantes expostos são
de autosseleção. Esse tipo ocorre quando os acompanhados com mais frequência do que os
próprios participantes decidem participar ou deixar não expostos.
o estudo. As decisões podem ser influenciadas
pela exposição e pelo desfecho. Pode ocorrer nas  Por exemplo, pacientes usando antipsicóticos de
segunda geração são monitorados com mais frequência
situações em que tipos particulares de pacientes
para elevação da glicose sanguínea (um efeito
apresentam menos probabilidade de relatar, colateral) e, por isso, um maior número de diagnósticos
mesmo que estejam recebendo medicamentos de diab etes pode ser ob servado no grupo de
antipsicóticos de segunda geração. Esse tipo de expostos/tratamento quando comparado ao grupo de
viés de autosseleção deverá ser reduzido no nível não exposto.
da análise com o uso de técnicas estatísticas
apropriadas.
Outro tipo de viés de seleção é o viés de Viés de confusão
indicação. Se um participante é indicado para Esse problema e de especial importância nos
outro provedor (hospital, especialista) ou para estudos observacionais. Ele ocorre quando a
exames laboratoriais em virtude da exposição a relação entre a exposição, ou o tratamento, e o
um medicamento, o viés de indicação pode desfecho é afetado por outra variável ou por um
ocorrer. grupo de variáveis. De forma específica, a terceira
variável chamada de confundidora, é um fator de
 Por exemplo, um paciente receb endo antipsicótico de risco para o desfecho de interesse. A distribuição
segunda geração e apresentando historia de níveis altos da variável de confundimento é diferente entre os
de glicose pode ser indicado para teste lab oratorial de diversos níveis de exposição. Um confundidor está
glicose com mais frequência, o que pode resultar na
sob re-estimação da associação entre os antipsicótico da
relacionado à exposição e ao desfecho, sem estar
segunda geração e a incidência de diab etes. na via causal da exposição e do desfecho.

Viés da informação  Por exemplo, a avaliação dos efeitos de risperidona e


de olanzapina nos níveis lipídicos, a idade pode ser
A próxima etapa lógica é realizar uma analise para uma variável confundidora. Isso acontece porque a
estimar o efeito da variável tratamento/exposição. idade mais avançada pode ser um fator de risco para
Para isso, é necessária a coleta de dados dos níveis lipídicos elevados (desfecho), ao mesmo tempo
participantes. Erro na aferição dessas informações em que afeta os padrões de prescrição dos
põe gerar vieses. Esse tipo é chamado de viés da antipsicoticos de segunda geração
(exposição/tratamento). De forma especifica os
informação. O erro que ocorre quando da participantes de grupos de faixa etária a jovem tem
classificação errônea dos participantes do estudo mais chance e receb er indicação para risperidona
em termos dos seus estados de exposição/não devido a sua indicação para o uso pediátrico .
exposição (e vice-versa), ou de doença/não-
doença (e vice-versa) e chamado de má- O confundimento na farmacoepidemiologia pode
classificação. O erro de classificação pode não ser ser de vários tipos. É provável que o
não-diferencial ou diferencial. O erro de confundimento por indicação seja o tio mais
classificação não pode ser naão diferencial ou comum observado nos estudos
diferencial. O erro não diferencial da má farmacoepidemiológicos. As vezes esse tipo é
classificação é a mesma para todos os pacientes, chamado de viés de canal ou viés de indicação.
desconsiderando a exposição a exposição ou o Ele surge quando um médico prescreve
desfecho. Esse tipo de erro pode resultar na medicamentos considerando certas característica
diminuição da associação entre exposição e do pacientes, como severidade da doença, idade
desfecho enviesar os resultados em direção a ou gênero. Também pode haver outros fatores
uma hipótese nula. não relacionados ao paciente que influencia a
O erro de classificação diferencial ocorre quando prescrição médica e que não são de aferição,
equivoco na aferição está relacionado ou depende incluindo a influencia das atividades de promoção
das variáveis de exposição ou desfecho. Quando de vendas de fabricantes do ramo farmacêuticos
os dados coletados dependem, ou o participante
está exposto ou não, ou se o participante está
exposto ou não, ou se o participante está no grupo
dos doentes ou no grupo dos não doentes, o
resultado pode ser um erro diferencial.
 Ex.: Como acontece no movimento ciliar da
arvore brônquica reduzido pelo fumo e
contribuindo, para o aparecimento da
DPOC.

3. Fase clínica: Corresponde ao período da


doença com sintomas.

 Ex.: da DPOC, a fase clínica varia deste os


primeiros sinais da bronquite crônica, como
aumento da tosse e expectoração, até o
quadro de cor pulmonar alecrônica na fase
final da doença.

4. Fase de incapacidade residual: Por último se


a doença não evolui a morte nem foi causada,
ocorrem às sequelas da mesma.

 Ex.: ou seja, aquele paciente que iniciou


fumando, posteriormente desenvolveu um
quadro de DPOC, evolui para a insuficiência
respiratória devido à hipoxemia e passara
apresentar severa limitação funcional.

Ex.: 1: Segundo o modelo de Leavell e Clark, no


período de pré-patogênese podem ser aplicadas
as seguintes medidas preventivas:
a. Promoção de saúde e proteção especifica;
b. Correto: Diagnóstico precoce e tratamento
imediato;
História natural da doença c. Promoção da saúde e diagnóstico precoce;
Leavel e Clarck desenvolveram em 1965, o d. Proteção especifica e diagnóstico precoce;
modelo da história natural da doença e seus três e. Promoção da saúde, proteção especifica e
níveis de prevenção, segundo eles a profunda diagnóstico precoce.
compreensão da história natural da doença, exige
conhecimento das condições naturais e Ex.: 2: Pelo modelo de Leavell e Clark, são
específicas que tais distúrbios aparecem e medidas de prevenção secundária:
persistem. A história natural da doença é o nome a. Promoção da saúde e a proteção
dado ao conjunto de processos interativos especificam;
compreendendo as inter-relações do agente, do b. Correta: A proteção especifica e o
ser suscetível e do meio ambiente que afetam o diagnóstico precoce e tratamento
processo global e seu desenvolvimento, deste as imediato;
primeiras forças que criam o estimulo patológico c. O diagnóstico precoce e tratamento
no meio ambiente, passando pela resposta do imediato e a limitação da incapacidade;
homem ao estimulo, até as alterações que levam d. A limitação da incapacidade e a
a um defeito, recuperação ou morte. reabilitação;
É dividida em quatro fases: e. O diagnóstico precoce e tratamento
1. Fase inicial: Ainda não há doença, mas imediato, a limitação da incapacidade e
condições que a favorecem, dependendo da a reabilitação.
existência de fatores de risco ou de proteção,
alguns indivíduos estarão mais propensos a Ex.: 3: Com relação à história natural da doença,
determinadas doenças do que outros. é INCORRETO afirmar que:
a. Tem desenvolvimento em dois períodos
 Ex.: crianças que convivem com mães sequenciados: o patológico e a
fumantes estão em maior risco de epidemiológica;
hospitalização nos primeiros anos de vida. b. No período epidemiológico, o interesse à
dirigido para as relações suscetíveis-
2. Fase patológica pré-clínica: A doença não é ambiente;
evidente, mas já há alterações patológicas: c. Incorreto: No período patológico,
interessam as modificações que se
passam no organismo vivo;
d. Abrange dois domínios integrados,
consecutivos e mutuamente exclusivos,
que se completam;
e. O meio ambiente é onde ocorrem as pré-
condições enquanto o meio interno é o
lócus da doença.

Conceito de prevenção
O conceito de prevenção é definido como ação
Figura 17: Taxa de m ortalidade por tuberculose padronizada
antecipada, baseada no conhecimento da história por idade na Inglaterra e país de Gales, 1840-1968.
natural a fim de tornar improvável o progresso
posterior da doença. A prevenção apresenta-se Ex.: 1: Em se tratando de prevenção primaria,
em três fases. podemos ciar como medidas de proteção
1. Prevenção primária: Seu objetivo é evitar a especifica.
emergência e estabelecimento de padrões de a. Correta: Imunização/saúde ocupacional
vida, que aumentam o risco de desenvolver /controle dos vetores;
doenças, com ações dirigidas à população ou b. Imunização/controle dos vetores/diagnóstico
grupo selecionado. Suas consequências são precoce;
os efeitos múltiplos em várias doenças: c. Imunização/saúde ocupacional/diagnóstico
 A interrupção do fumo na gravidez seria precoce;
uma importante medida de ação primária, já d. Imunização/diagnóstico precoce/inquéritos
que mães fumantes, no estudo de coorte de epidemiológicos;
pelotas de 1993, tiveram duas vezes maior e. Diagnóstico precoce/tratamento/reabilitação.
risco para terem filhos com retardo de
crescimento intrauterino e baixo peso ao
não sendo esse um dos determinantes mais
importantes de mortalidade infantil.
2. Prevenção secundária: Seu objetivo é a
detecção precoce patológico em doentes, seu
procedimento é o rastreio. Sua consequência é
a diminuição da incidência da doença:
 O tratamento com RHZ para tuberculose
proporciona cerca de 100% da cura da
doença e impede sequelas importantes
como fibrose pulmonar, ou cronicidade da
doença sem resposta ao tratamento da
primeira linha e a transmissão da doença
para o resto da população.
3. Prevenção terciária: Seu objetivo é limitar a
progressão da doença e evitar sua
reintegração no meio social. Seus
procedimentos são as medicinas curativas e
preventivas estreitamente associadas, suas
consequências é o aumento da capacidade
fundamental do indivíduo:
 A bola fungica que, usualmente é um resíduo
da tuberculose e pode provocar hemoptóses
severas, tem na cirurgia seu tratamento
definitivo.
O declínio nas taxas de mortalidade ocorrido no
séc. 19, nos países industrializados deveu-se,
principalmente, à redução nas mortes por doenças
infecciosas. A fig. Abaixo mostra a taxa de
mortalidade por tuberculose na Inglaterra e país
de Gales entre 1840 e 1968, indica o momento de
introdução de medidas especificas de tratamento
e prevenção. A maior parte do declínio na
mortalidade ocorreu antes dessas intervenções e
foi atribuída à melhoria no estado nutricional, nas
condições de habitação e saneamento e em
outras medidas de saúde ambiental.
LOGISTICA HOSPITALAR Os maiores problemas gerados pela imprecisão
A administração de recursos materiais no de dados são:
ambiente do hospital confunde-se com as funções  Má localização dos estoques; armazenamento
desempenhadas pela farmácia hospitalar. inadequado; erros de cálculo nos relatórios de
Empresas da área da saúde entendem que a entrada e saída de materiais; erros de
questão logística é responsabilidade única e recebimentos; esquecimento e atraso na
exclusiva de uma gerência de suprimentos ou de emissão de documentos inadequados de
materiais, podendo ser um profissional contagem física.
farmacêutico. Materiais correlatos chegam a
representar até 75% do que se consome num Dimensionamento e controle
hospital geral. Como empresa, a meta principal de um hospital
Para assumir ações de gerência logística, o é atingir o lucro máximo sobre o capital investido
farmacêutico ou administrador deve possuir na instituição e nos equipamentos, em
vivência e cursos de especialização na área, de financiamentos de melhorias, em reserva de caixa
modo que garanto o uso conveniente das técnicas e em estoque. Para atingir o lucro máximo, deve-
de gestão de materiais. A administração de se investir o capital para que não se torne inativo.
materiais não se limita à administração de Espera-se que o dinheiro investido no estoque
estoque. Pois, é somente uma parcela da extensa seja usado para a conveniente prestação de
matéria pertinente à função. Na realidade, a serviços aos clientes, o que aumentará o retorno
administração de materiais engloba suprimento de dos investimentos efetuados.
materiais e medicamentos, movimentação e A administração de estoque dentro do hospital
controle de produtos, aquisição e padronização de deve reduzir ao mínimo o capital investido no
itens, montagem de custos, estabelecimento do setor, pois é um montante alto e crescente.
preço de venda de materiais e medicamentos Paralelamente, deve elevar ao máximo a
usados por pacientes muitas vezes cobrados de qualidade e a segurança da prestação de
convênios médicos e pelos hospitais. serviços, visando ao bem estar dos pacientes. O
A administração de materiais compõe-se de dois objetivo final é tirar o proveito máximo do
subsistemas: investimento em estoques, incrementando o uso
1. Administração de materiais e distribuição eficiente dos meios internos da empresa e
física: Compras; recebimentos; planejamento; minimizando as necessidades de investimentos de
controle de produção (manipulação); capital.
expedição; trafego e estoque.
2. Coordenação demanda/suprimento: Politicas de estoques
Transporte; armazenamento; movimentação As políticas ou diretrizes de estoques são as
física de materiais; embalagem; controle de seguintes:
estoque; seleção de locais para  Metas das empresas quanto ao tempo de
armazenagem; processamento de pedidos e entrega dos produtos ao cliente;
atendimento ao cliente.  Definição do número de depósitos ou de
almoxarifado e determinação da lista de
Razões de interesse materiais a serem estocados;
O rápido aumento de custo, em particular os de  Estabelecimento do nível até onde deverão
serviços de transporte e armazenagem, tem flutuar os estoques, para atender altas ou
obrigado os hospitais a desenvolver técnicas baixas de vendas ou alterações de consumo;
matemáticas e adquirir equipamentos de  Determinação do ponto até onde será
informática capazes de tratar eficientemente a permitida a especulação com estoques
massa de dados necessários para análise de fazendo compras antecipadas a preços mais
problemas logísticos. baixos ou comprando-se uma quantidade
A complexidade crescente da administração de maior para obter descontos;
materiais e da distribuição física exige sistemas,  Definição da rotatividade de estoque.
mais complexos e disponibilidade de maior gama
de serviços. Princípios
Há atualmente uma forte tendência, em hospitais 1. Determinar o que deve permanecer em
e clínicas, de transferir as responsabilidades de estoque (número de itens);
administração dos estoques, cada uma aplicável 2. Determinar quando se devem reabastecer os
ao estágio em que o hospital se encontra. Uma estoques (periodicidade);
preocupação sempre presente é a precisão das 3. Determinar quanto de estoque será necessário
informações. para um período predeterminado;
4. Acionar o departamento de compras para
executar a aquisição de estoque;
5. Receber, armazenar e atender os materiais
estocados de acordo com as necessidades;
6. Controlar os estoques em termos de 2. Evolução sujeitas à tendência (crescente ou
quantidade e valor, e fornecer informações decrescente): Com o decorrer do tempo, o
sobre posição do estoque; consumo médio aumenta ou diminui. Ele pode
7. Manter inventário periódico para avaliação da ser crescente ou decrescente. Os consumos
quantidade e do estado dos materiais de tendência crescente e decrescente podem
estocados; ser chamados de consumo de tendência
8. Identificar e retirar do estoque os itens ascendente e descendente, respectivamente.
obsoletos ou danificados. a. Tendência crescente: É aquela em que o
consumo aumenta, de forma crescente e
Previsão de estoque ordenada. No gráfico de tendência crescente,
Todo estudo de estoque tem início na previsão de ele não precisa ser uma linha reta. O
consumo do material, cujas características são: importante é que à medida que o tempo
 Ponto de partida de todo o planejamento do avança as quantidades consumidas vão
estoque; aumentando.
 Depende da eficácia dos métodos usados;
 Depende da qualidade das hipóteses
aplicadas para o raciocínio.
A previsão deve sempre ser considerada como a
hipótese mais provável dos resultados. As
técnicas de previsão de consumo podem ser
classificadas em três grupos:
1. Projeção: Admite que o futuro seja repetição
do passado ou que o consumo evoluíra no
futuro;
2. Explicação: Procura explicar o consumo no
passado mediante lei que o relacionem as
variáveis cuja evolução é previsível ou Gráfico 2: (a) consumo (quantidade); (b) consumo médio; (c)
consumo efetivo; (d) tempo (período).
conhecida;
3. Predileção: Funcionários experientes e b. Tendência decrescente: É aquela em que o
conhecedores de fatores influentes em consumo diminui, de forma decrescente e
consumo e no mercado estabelecem a ordenada com o passar do tempo.
evolução do consumo futuro.

Formas de evolução do consumo:


1. Evolução horizontal: No gráfico, os pontos de
consumo efetivo estão muito próximos à reta
que representa o consumo médio. Para traçá-
lo, calculamos a média dos valores de
consumo efetivo. O consumo evolui
horizontalmente e sua tendência é invariável
ou constante.

Gráfico 3: (a) consumo (quantidade); (b) consumo efetivo; (c)


consumo médio; (d) tempo (período).

Gráfico 1: (a) consumo (quantidade); (b) consumo efetivo;


(c) consumo médio; (d) tempo (período).
3. Evolução sazonal: O consumo pode assumir b. Método de média móvel: É a média, aquela
outro padrão: sazonalidade. O exemplo, mais que aprendemos a calcular, na escola. Usando
típico é o consumo sazonal de chocolate na a tabela anterior.
época de páscoa. É bastante óbvio que,
durante esse período, a demanda por
chocolate e, consequentemente, o seu
consumo crescem muito. Essa é a definição de
consumo sazonal: é aquele que possui
oscilações regulares (positivos ou negativos)
e, portanto, um padrão repetitivo de demanda.
Se for pedido o consumo médio do mês de junho,
com base na média móvel para 3 períodos, o seu
calculo será o seguinte:
(70+75+65)
=70
3

Perceba que a soma será dividida por 3 pelo


simples fato de que são 3 valores (a média móvel
para 3 períodos). A fórmula da média é a seguinte:
𝑐 1+ 𝑐 2 + 𝑐 3+⋯𝑐 𝑛
MMS =
𝑛

Gráfico 4: (a) consumo (quantidade); (b) tempo (período). c. Método da média móvel ponderada: É bem
parecido à anterior, à exceção de que, agora,
O tipo de evoluções estuda são uma espécie de alguns períodos podem ter peso ponderado.
consumo regular, já que apresentam um padrão
seguido ao longo do tempo (constante,  Imagine que a sua professora diga que a nota do
ascendente, decrescente ou sazonal). O consumo b imestre será composta por prova e por trab alho. E
regular é identificado quando a variação do mais, a prova terá peso 2 e o trab alho peso 1. Você
consumo entre intervalos de tempo é pequena. tirou 8 na prova e apenas 5 no trab alho qual será a sua
média do b imestre?
Ainda que o consumo não seja exatamente o
mesmo nos intervalos de tempo, a variação entre (8+2+5)
um intervalo e outro e notadamente pequena. O =7
3
regular é aquele tipo de consumo mais simples.
Há ainda o consumo irregular, que se caracteriza Apesar de ter somente duas notas (prova e trab alho) a
por oscilações irregulares, aleatórias, que não soma, no exemplo, deverá ser dividida por 3, já que a
prova possui peso 2.
constituem padrão algum.
É essencial saber, nesse método, que os
Métodos de previsão de consumo
períodos mais próximos recebem peso maior do
a. Método último período: Nada mais é que a
que aqueles mais distantes no tempo. Isso faz
reprodução do valor do consumo do último
muito sentido. Se esta prevendo o consumo para
período. Observe o seguinte exemplo:
dezembro, é bastante lógico que os meses de
novembro e outubro recebam mais peso no seu
cálculo do que os meses de maio ou junho. A
fórmula da média ponderada é a seguinte:
MMP = ∑𝑛𝑖=1 𝑐𝑡−𝑖 𝑥 𝑝𝑡−1

Em que:
Com base na tabela acima, a previsão de  MMP = média móvel ponderada;
consumo para o mês de junho (o próximo mês), se  𝑐𝑡−𝑖 = valor efetivo no período t-i.
o método usado for o do último período. Portanto,  𝑝𝑡−1 = eso atribuído ao valor no período t-1.
a previsão do consumo no mês de junho é de 65
unidades, já que, no último período (no período
anterior ao perguntado, o período do mês de
maio), o consumo foi de 65 unidades.
d. Método da média com ponderação
exponencial: Às vezes chamado de método
da média com suavização exponencial. Esse
método, além de dar maior valor aos dados
mais recentes, apresenta menor manuseio de
informações passadas. Apenas três valores
são necessários para gerar a previsão para o
próximo período.
1. A previsão do último período;
2. O consumo ocorrido no último período;
3. Uma constante que determina o valor ou Gráfico 5: (a) consumo (quantidade); (b) tempo (período).
ponderação dada aos valores mais
recentes.  O eixo X horizontal representa o tempo
Esse modelo procura prever o consumo apenas decorrido (T), em meses;
com a sua tendência geral, eliminando a reação  O eixo Y vertical representa a quantidade de
exagerada a valores aleatórios. Ele atribui parte um produto qualquer em estoque, em
da diferença entre o consumo atual e o previsto unidades.
a uma mudança de tendência e o restante a No instante 0 há 100 peças no estoque. A
causas aleatórias. medida que o tempo passa, a quantidade de peça
vai diminuindo até que, no mês 6, o valor do eixo y
Controle de estoque é 0 e isso significa que já não há mais produto no
A atividade tem o objetivo de manter informação estoque. A reta descendente que vai do instante 0
confiável sobre níveis e movimentação física e ao instante representa, o consumo da peça neste
financeira de estoque ou desabastecimento do intervalo de tempo.
sistema. A informação em rede entre as unidades No instante 6 ocorrem dois momentos:
de saúde e o almoxarifado é essencial para o bom 1. É quando o estoque zera;
controle de estoque. 2. É quando o estoque é imediatamente reposto
 O controle de estoque é fundamental para a e volta a ter 100 produtos.
garantia da qualidade do ciclo logístico da AF; A reta vertical no instante 6 representa, a
 Subsidiar as atividades da AF na reposição do estoque. A partir do momento 6, os
programação, aquisição e distribuição; produtos voltam a ser consumidos, até que, no
mês 12, o estoque zera novamente. Na vida real,
 Assegurar suprimento, garantido a
não existe consumo tão uniforme, falhas
regularidade do abastecimento;
acontecem.
 Estabelecer quantidades necessárias e evitar
perdas; Elementos de previsão de estoque
 Ter procedimentos operacionais da rotina por Para manter um dimensionamento correto dos
escrito; estoques que atentam as necessidades com
 Ter registro de movimentação de estoque; regularidade no abastecimento, recomenda-se o
 Fornecer informações preciosas, clara e a uso dos seguintes instrumentos:
contento, com rapidez, quando solicitada;  Consumo médio mensal (CMM): É a soma
 Manter controle e arquivos das dadas do consumo de medicamentos usados em
organizadas e atualizada. determinado período;
 Estoque mínimo (EMin ): É a soma do
consumo, de medicamentos usados em
Níveis de estoque determinado período; Para o calculo do EMin,
 Curva dente de serra: O planejamento é podemos recorrer à fórmula simples ou ao
essencial na determinação do nível de estoque método de rotatividade.
de uma empresa. É preciso saber quanto de Emin = CMM x K.
estoque se tem atualmente, quando se terá Em que:
após a aquisição de materiais novos, qual o  K = fator de segurança arbitrária para garantia
mínimo de estoque necessário para a contra ruptura (em termos percentuais).
continuação regular das atividades da Ex.:
organização, ainda que algum imprevisto  CMM= 60 caixas.
ocorra etc. Essa determinação é feita por meio  K = 0,9 (90% de garantia).
de cálculos do uso de um gráfico chamado  Média é geralmente indicado em
Curva dente de serra. porcentagem (%) do valor em estoque (
fator de armazenagem).
 Estoque máximo (EMax): É a quantidade Para sabermos quais variáveis estão presentes
máxima que deverá ser mantida, que numa fórmula, é bem simples: notemos quais
corresponde ao estoque da reserva, mais a fatores são importantes para a definição daquele
quantidade de reposição; é a soma do estoque conceito.
mínimo com o lote de compra. Por exemplo, é bastante razoável que o conceito
EMx =EMn + Q de tempo de reposição esteja presente na formula
do calculo do PP.
Em que: Outro conceito na fórmula do PP é o consumo
 EMx = Estoque máximo; médio mensal (CMM). Aqui, a percepção é
 EMn= Estoque mínimo; imediata. Ponto em que o novo pedido será feito
 Q= Lote de compras. depende de quanto é o consumo mensal do
produto. Se muito, os estoques terão de ser
 Tempo de reposição (TR): Para o calculo do resposta mais rapidamente. Se pouco consumido,
estoque mínimo, é necessário informação os estoques demorarão tempo maior para ser
sobre do TR. É o tempo gasto desde a resposta.
verificação de que o estoque precisa de Ex.:
reposição até a chegada efetiva do produto no  CMM = 20 caixas;
estoque. Este tempo pode ser dividido em 3  TR = 2 meses;
partes:  Emin = 20 caixas.
1. Emissão do pedido: Desde a emissão do Então:
pedido do comprador até o pedido chegar PP = (20x2) + 20 = 60 caixas.
ao fornecedor;
2. Preparação do pedido: Tempo que o
fornecedor leva desde o recebimento do  Pontos de reposição (PR): É a quantidade
pedido até os produtos estarem prontos existente no estoque, que determina a
para serem transportados; emissão de um novo pedido;
3. Transporte: Tempo final, desde a saída do
fornecedor até o recebimento ela empresa  Quantidade de reposição (QR): É a
solicitante. quantidade de reposição de medicamentos
O tempo de reposição é também chamado, de que dependente da periodicidade da
tempo de ressuprimento. aquisição.
 QR = (CMM X TR + EMI)-EA.
 Intervalo de suprimento: Intervalo entre dois  EA = estoque atual.
suprimentos (depende da quantidade
comprada, do tempo de entrega dos Ruptura de estoque: Condição caracterizada
fornecedores e do consumo médio). quando o estoque chega a zero e não se pode
atender à necessidade de consumo: Fatores que
 Intervalo de ressuprimento: É o tempo entre causam ruptura do estoque:
dois ressuprimentos consecutivos. Em outras  Oscilação nas épocas de aquisição (atraso
palavras, o intervalo de tempo entre dois no tempo de reposição);
pontos de pedido.  Remessas, por parte do fornecedor,
divergente do solicitado;
 Diferenças de inventário.

Ponto de Pedido (PP): A partir das definições de


estoques mínimos e de TR, chega-se ao conceito
de PP, muito importante e útil no dia a dia. O PP é
aquele ponto que, uma vez atingido, provoca um
novo pedido de compra. A fórmula para cálculo de
PP é:
PP= CMM x TR + Emin.
 PP= Ponto de pedido;
 CMM= Consumo médio mensal;
 TR= Tempo de reposição.
 Emin = estoque mínimo
FARMÁCIA HOSPITALAR Ex.: 1: A assistência Farmacêutica no SUS é
A farmácia hospitalar é caracterizada como uma organizada de forma a garantir a população o
unidade clínica e administrativa devendo ser acesso a medicamentos essenciais padronizados.
contemplada no organograma, com gestão As etapas do ciclo da Assistência Farmacêutica
autônoma e independente, preservando os são:
interesses da instituição. A farmácia hospitalar é a. Seleção, aquisição, armazenamento e entrega;
uma unidade clínica, administrativa e econômica, b. Aquisição, armazenamento e dispensação;
dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente c. Correta: Seleção, programação, aquisição,
à direção de hospitais e integrada funcionalmente armazenamento, distribuição e dispensação;
com as demais unidades administrativas e de d. Aquisição, armazenamento, distribuição e
assistência ao paciente. entrega.
A farmácia hospitalar pode ser dividida entre
farmácia central e satélite. Ex.: 2: A Política Nacional de Assistência
1. A farmácia central tem, o objetivo receber Farmacêutica é aprovada pelo Conselho Nacional
armazenar (estocar) controlar e estoque e de Saúde através da Resolução no. 338, de 06 de
distribuir os medicamentos e materiais para as maio de 2004. Sobre essa política avalie o
farmácias do hospital; conceito apresentado abaixo e assinale a
2. A farmácia satélite é integrada a central, alternativa correta:
porem com autonomia para separar e enviar
medicamentos. Elas atendem individualmente,  “Trata de um conjunto de ações voltadas à promoção,
possibilitando maior agilidade na dispensação proteção e recuperação da saúde, tanto individual como
coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e
de materiais e medicamentos hospitalares.
visando o acesso e ao seu uso racional. ”
As atividades desenvolvidas pela farmácia
hospitalar podem ser observadas sob o ponto de
Assinale a alternativa à qual pertence à definição
vista da organização sistêmica da assistência
farmacêutica. acima:
Em 2010, o MS publicou a portaria 4283, que a. Atenção Farmacêutica;
b. Correto: Assistência Farmacêutica;
estabeleceu diretrizes relacionadas e estratégias,
objetivando organizar, fortalecer e aprimorar as c. Farmacovigilância;
ações de AF em hospitais, tendo como eixo d. Dispensação.
estruturar-se a segurança e a promoção do uso
 Objetivo: Apoiar as ações de saúde
racional de medicamentos e de outras tecnologias
em saúde. promovendo o acesso da população aos
medicamentos e seu uso racional;
ASSISTENCIA FARMACEUTICA (AF)  Estruturação: Para viabilizar os serviços de
A AF é um grupo de atividades relacionadas com AF, é preciso que ela esteja estruturada nos
o medicamento, destinadas a apoiar as ações de âmbitos federal, estadual e municipal. Para
saúde demandadas por uma comunidade. Envolve tanto, alguns requisitos são essenciais:
o abastecimento de medicamentos em todas e em  Estrutura organizacional: A AF deverá fazer
cada umas de suas etapas constitutivas, parte da estrutura organizacional formal da
conservação e controle de qualidade, a segurança secretaria de saúde, com suas funções e
e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o competências devidamente definidas;
acompanhamento e a avaliação do uso, a Infraestrutura:
obtenção e a difusão de informação sobre  Área física e instalação: Dispor de
medicamentos e a educação permanente dos condições adequadas para o pleno
profissionais de saúde, do paciente e da desenvolvimento das atividades da
comunidade para assegurar o uso racional de assistência farmacêutica;
medicamentos. Para implantar efetivamente a AF  Equipamentos e acessórios: Dispor dos
é fundamental ter como principio básico o CICLO mesmos de forma adequada e em
DA AF, que é um sistema constituído pelas etapas quantidade suficiente;
de:  Recursos humanos: Desenvolver as
 Seleção; Programação; Aquisição; atividades da AF, sob a coordenação de um
Armazenamento e Distribuição e dispensação. profissional farmacêutica, auxiliado por
técnicos habilitados e treinados. Como
elemento fundamental para o desempenho
das atividades a serem desenvolvidos e
necessário; identificar necessidades de
recursos humanos, definir perfil, capacitar
acompanhar e avaliar suas ações.
 Organização: Para a organização da AF é
preciso identificar cada um dos seus
componentes e elementos, os quais deverão
ser capazes de promover maior
resolutividade das ações. A organização está
relacionada com a finalidade dos serviços, e
tem objetivo o gerenciamento eficiente e
eficaz.
 Aspectos a serem considerados: para
organização dos serviços, é preciso conhecer
a realidade da situação de saúde local,
buscando subsídios ara implementação um
plano de ação. deve-se: Conhecer a
estrutura organizacional da secretaria de
saúde e suas inter-relações área técnica,
normas e procedimentos existentes,
metas estabelecidas para a saúde.

1. Plano de ação: Realizar o diagnóstico da


assistência farmacêutica.
 Operacionalizar o plano de ação: Definir o
que fazer, como, quando, quem e quais os
recursos necessários.
 Definir as atividades a serem
desenvolvidas: Definir as tarefas, prazos e
designar responsáveis pela execução.

2. Interfaces: Para identificar necessidades e


buscar solução para os problemas, é preciso
conhecer o ambiente que nos cerca,
procurando compreender de que forma ele
afeta e influencia positivamente ou
negativamente o desenvolvimento das ações.
A AF, por ser uma atividade multidisciplinar e
devido à sua complexidade, necessidade de
articulação permanentes com outros áreas,
como vigilância sanitária, epidemiológico,
coordenação de programas estratégicos de
saúde, programa saúde da família (PSF) e
programas de agentes comunitários de saúde
(PAC), área administrativa-financeiro,
planejamento, material e patrimônio, licitação,
auditoria, setor jurídico, contra e avaliação.
3. Avaliação da qualidade do serviço: A
qualidade é à base de qualquer processo de
trabalho e engloba conhecimentos, uso de
ferramentas adequadas de trabalho,
instrumentos e procedimentos que conduzem
à sua garantiam visando à redução de perda e
custos, adequação de serviços e maximização
de resultados.
FARMACOVIGILÂNCIA Os farmacêuticos hospitalares desenvolvem
A OMS define como a ciência e as atividades ações de farmacovigilância, como alterações de
relativas à identificação, avaliação compreensão coloração, dificuldades de reconstituição de pós-
de efeitos adversos ou qualquer outro problema liofilizados, reações adversas apresentadas pelos
relacionado a medicamentos. pacientes, falta de efeito terapêutico.
A farmacovigilancia ganhou destaque após o As notificações RAM adversos a medicamentos
desastre da talidomida no fim dos anos 50. A devem ser analisados e, dependendo do tipo e
talidomida era usada para combater às náuseas e notificação, de haver uma investigação para
vômitos em mulheres gestantes no inicio da apurar a causalidade do evento. Entretanto, falhas
gravidez. O uso do medicamento causou no processo investigativo comprometem a
deformação nos membros superiores e inferiores conclusão dos casos e as ações de melhorias
dos bebes, conhecido como focomelia. contínua, pois vários são os fatores que podem
O fato alertou as autoridades sanitárias para a favorecer a ocorrência de RAM.
necessidade de monitorar os efeitos dos A identificação e análise das falhas potenciais no
medicamentos já e comercialização. E assim a processo investigativo devem ser realizados
OMS criou um programa de vigilância avaliando o CAF que possam influenciar na
internacional de medicamentos, com objetivo de qualidade, segurança e eficácia dos
organizar notificação existente em todo mundo e medicamentos, como procedimentos logísticos
manter atualizada as informações sobre a inadequados, erros de prescrição e administração
segurança dos medicamentos. dos mesmos.
A criação de um sistema de farmacovigilancia Uma ferramenta usada para identificar falhas
possibilita conhecer o perfil de reações adversas potenciais no processo investigativo, avaliar os
dos medicamentos usados na terapêutica, risos da ocorrência de cada falha e propor
tornando possível aos profissionais da área da melhorias para o processo de investigação de
saúde, usar melhor o arsenal farmacológico efeitos adversos aos medicamentos é a chamada
disponível e prevenir muitas reações adversas, analise do efeito e modo de falhas (FMEA),
além de estimular uma maior preocupação com o essa análise permite a determinação de um
ensino da farmacologia clinica e da fluxograma para investigação de cada tipo de
farmacoepidemilogia, subsidiar as ações da notificação, a fim de facilitar o processo
vigilancia sanitária e realizar estudos para testar investigativo.
hipóteses surgidas com base nas notificações
voluntárias. Relação de queixas técnicas sobre
medicamentos
Farmacovigilância hospitalar É uma notificação feita pelo profissional de saúde
Os hospitais constituem local privilegiado para o quando observado um afastamento dos
desenvolvimento de programas de parâmetros de qualidade exigidos para a
farmacovigilancia, pois concentram casos de comercialização ou aprovação no processo de
reações adversas a medicamentos (RAM) como registro de um produto farmacêutico, ou seja,
causa de internação ou de seu prolongamento. quando se suspeita de qualquer desvio de
Nos hospitais a farmacovigilância desenvolve qualidade. Em alguns lugares, é considerada
atividades de relatos e registro de desvio de notificação de queixas técnica aquela em que o
qualidade e RAM, através de análise e desvio da qualidade não lesou o paciente. Isso
estabelecimento de causalidade. não quer dizer que uma queixa técnica não possa
No hospital o monitoramento e realizado por provocar danos aos pacientes, mas, sim que ela
meio de visitas diárias por profissionais foi detectada antes disso. Assim, caso o serviço
capacitados para desenvolver esse tipo de receba uma notificação de alteração de coloração
atividade, através de alertas que são disparadas de um determinado medicamento que provocou
pela equipe de saúde em sistema informatizado, reação alérgica na paciente, a notificação passa a
revisão de exames laboratoriais e a partir da ser tratada como notificação de RAM, já que
farmácia hospitalar pelo monitoramento da causou dano ao paciente.
dispensação de medicamentos. Alguns pacientes Geralmente, as notificações de queixas técnicas
podem ser selecionados e monitorados em virtude são as mais simples de ser avaliadas, já que, na
de morbidade ou tipo de medicamentos usado. maioria das vezes, são perceptíveis a olho nu.
Efeitos adversos com medicamentos acontecem Exemplos, falta de rótulos, falta de unidades do
frequentemente com pacientes hospitalizados. A medicamento em suas embalagens primárias ou
ocorrência desses efeitos, em hospitais, pode secundárias, falta de informações nos rótulos,
levar a um aumento do tempo de internação e de presença de corpos estranhos, dificuldade para
custo. Assim, a detecção precoce e o diagnóstico reconstituição de viscosidade e de conteúdo.
de efeitos adversos torna a farmacovigilância um
importante instrumento para a saúde pública.
Entretanto, há desvio de qualidade de Após finalização da investigação, a equipe de
medicamentos que podem ocorrer por falhas de farmacovigilância deve encaminhar uma resposta
processo, como contaminação por técnica de ao notificar, como uma carta de agradecimento, na
preparo inadequado, alteração de coloração por qual devem constar as ações tomadas e o
mau armazenamento do produto precipitação, por agradecimento pelo ato importante que é a
reconstituição do produto com diluente notificação.
inadequado, para detecção de problemas de
processos, nenhuma pergunta-chave pode ser Notificação de reações adversas a
negligenciada nesse sentido, o uso de fluxograma medicamentos (RAM)
padronizado poderá auxiliar na investigação. RAM é qualquer resposta a um fármaco que seja
Para facilitar o estabelecimento de um plano de prejudicial, não intencional, e que ocorra nas
ação, as queixas técnicas podem ser classificadas doses normalmente usadas em seres humanos
em graves e não graves: para profilaxia, diagnóstico e tratamento de
1. Queixas técnicas graves: Aquelas que doenças, ou para a modificação de uma função
podem causar danos diretos aos pacientes, fisiológica.
como presença de coros estranhos, suspeitas Para iniciar a investigação de RAM, o profissional
de contaminação e alterações e colorações. deve considerar fatores como a qualidade da
2. Queixas técnicas não graves: São aquelas documentação (dados e diagnósticos corretos), a
que não podem causar danos diretos aos relevância da notificação (reações graves não
pacientes, como falta de comprimido num descritas devem ter prioridade de investigação), e
blister. a codificação da RAM e do medicamento suspeito
Essa diferenciação, durante a investigação, (seleção da terminologia das reações adversas da
determina se alguma ação imediata deve ser OMS e uso da classificação anatômica terapêutica
tomada para evitar a ocorrência de reações química (ATC), respectivamente) outro fator que
adversas ou inefetividade terapêutica, como a deve ser analisado é a causalidade do evento, ou
suspensão do uso do medicamento através da seja, a probabilidade do evento adverso ter sido
interdição cautelar, até que seja concluída a causado por determinado medicamento. A
investigação. Outra ação a ser tomada pode ser a causalidade da notificação de reação adversa
solicitação de analise do referido medicamento em pode ser avaliada com a aplicação de algoritmos
laboratórios analíticos em saúde. Além disso, caso desenvolvidos para essa finalidade e, dependendo
o problema com o produto notificado seja da consistência das hipóteses, da gravidade da
recorrente, ou seja, tenha ocorrido por varias RAM observado volume de notificação e do
vezes, pode optar pela suspensão ou reprovação número potencial de pessoas afetadas, são
da marca do medicamento problemas a fim de tomadas as decisões e medidas cabíveis.
impedir nova aquisição do mesmo, na instituição. O algoritmo mais usado para a determinação da
Caso sejam tomadas decisões, como a interdição causalidade de um evento adverso é o algoritmo
de um ou mais lotes do produto, suspensão ou de arranjo e colaboradores (1981), composto por
reprovação da marca, ou mesmo identificação de dez perguntas, cujas respostas são objetivas, com
problemas em processo institucionais, as mesmas duas opções (sim ou não), e tem a finalidade de
devem ser publicadas, em forma de alertas, que buscar informações sobre as RAM.
devem ser encaminhadas a todas as unidades Para cada resposta, são atribuídas pontos, sendo
envolvidas no processo de AF na instituição. que, através da somatória dos mesmos (score),
Caso tenham ocorrido falhas em processos, como torna-se possível classificar as RAM em
o armazenamento incorreto de determinado categorias de probabilidade:
medicamento, o serviço de farmacovigilância  Definida, provável, possível, condicional ou
deverá realizar ação educativa para sanar as duvidosa.
falhas, como treinamento e publicação de Após a realização das perguntas e da
informes. determinação, se a reação tem causalidade
Cabe ressaltar que a diferença entre um alerta e definida ou provável, tal reação deverá ter
um informe é a urgência com que ele deve ser prioridade de ações imediatas como a interdição
publicado. de um ou mais lotes, a divulgação de alertas e o
Conceitua-se alerta a informações sobre a envio de notificação à ANVISA. Aquela reação
segurança de um medicamento referente a definida como possível condicional ou duvidosa,
determinado evento grave, que precise de também, necessitará de ações de estímulo para
divulgação rápida e ampla. obtenção de maior número de notificação, como
O informe é conceituado como as informações divulgação de alertas, a fim de que seja fortalecida
sobre medicamento relacionado a evento que a hipótese.
precise de divulgação ampla pôr não urgente.
A divulgação de alerta é uma medida que pode
fortalecer o que se chama, em farmacovigilância,
de sinal, que é o conjunto de notificação sobre
uma possível relação entre um evento adverso e
um medicamento.
Caso haja novas notificações esses casos
deverão ser analisados como ocorrem para as
notificações de queixas técnicas, os notificadores
deverão receber cartas de agradecimento pela
sua notificação.

Notificação de suspeitas de inetividade


terapêutica
Suspeita de inetividade terapêutica (SIT)
ocorrem quando medicamentos não apresentam
os efeitos que se esperam deles. Portanto, a
inefetividade pode ocorrer por redução ou por
problemas com a qualidade do medicamento,
interações ou por problemas com a qualidade dos
medicamentos, interações medicamentosas, uso
inadequado, resistência ou tolerância do paciente
ao medicamento.
As notificações de suspeitas de inetividade
terapêutica são as mais complexas de ser
investigadas, pois, vários são os fatores que
podem influenciar a efetividade de um
medicamento a indicação incorreta, a posologia
inadequada, a via de administração errada, a
existência de interações medicamentosas, de
incompatibilidade com materiais médico-
hospitalares com soluções diluentes, além da
forma com que o mesmo foi transportado
armazenado nas varias etapas até a
administração ao paciente.
Esses parâmetros devem ser analisados, durante
a investigação, para que seja estabelecida a
causa da ineficidade, buscando resposta à
pergunta:
 O problema é no produto ou no processo?
Analisados todos esses parâmetros e,
descartadas essas possibilidades, o profissional
pode prosseguir com a investigação,
questionando, então, o fabricante do
medicamento. Na prática, há casos em que não se
consegue comprovar a inefetividade do
medicamento, já que, muitas vezes, os laudos de
controle de qualidade demonstram que o teor de
principio ativo está dentro dos parâmetros
estabelecidos oficialmente.
Infelizmente, esse problema está acima das
possibilidades dos farmacêuticos hospitalares
comprovarem, competindo a ANVISA tal análise e,
por isso, as notificações desses casos deve ser
encaminhada para essa entidade. Ao final de todo
o processo investigativo de SIT, os notificadores
deverão receber carta de agradecimento pela sua
notificação.
A inefetividade do medicamento, já que, muitas
vezes, os laudos de controle de qualidade
demonstram que o teor de principio ativo esta
dentro dos parâmetros estabelecidos.
VIGILANCIA EPIDEMIOLÓGICA INFECÇÃO O conhecimento e a divulgação dos métodos de
HOSPITALAR proteção anti-infecciosa são relavntes uma evz
A busca da qualidade na prestação de serviços que, a atuação do profissional de saúde está na
de saúde é uma preocupação universal e interdependência do material que está sendo
pressupõe uma filosofia de melhoria contínua nas usado, como veiculo de transmissão de infecção
práticas de trabalho. A demonstração dos tanto para o paciente como na manipulação dos
resultados do cuidado. Nesse contexto, a artigos sem os devidos cuidados.
monitorização das IH é um fator de segurança
para o paciente. Classificação de artigos
As IH tornaram-se grande problemas de saúde A variedade de materiais usados nos
pública, devido ao aumento populacional, com a estabelecimentos de saúde pode ser classificado
introdução de novos patógenos e aumento da segundo risco potenciais de transmissão de
resistência dos microrganismos a antimicrobianos. infecções para os pacientes, em três categorias:
Assim, podemos concluir que a identificação das críticos, semi-criticos e não-criticos.
taxas de IH numa determinada unidade é um  Artigos criticos: Artigos destinados ao
indicador de qualidade e segurança do cuidado, procedimentos invasivos em pele e mucosas
sendo um passo essencial para identificar adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no
problemas locais e definir prioridades. A vigilancia sistema vascular, bem como todos os que
é um componente essencial de programas estejam os críticos. Estes requerem
desenhados para reduzir a frequência de eventos esterilização.
adversos, como a IH.
No âmbito da saúde pública, vigilancia  Agulhas, cateteres intravenosos, materiais de
implantes, etc.
epidemiológica é definida como a regular e
sistemática coleta, análise, interpretação e
 Artigos semi-críticos: Os artigos que entram
disseminação dos dados relativos a um evento
relacionam à saúde, para uso nas ações públicas, em contato com a pele não íntegra, porem,
com a finalidade de reduzir a morbidade e restrito às camadas da pele ou com mucosas
mortalidade e melhorar a saúde. íntegras são chamadasde artigos semi-criticos
O objetivo da vigilancia da IH é o de reduzir as e requerem desinfecção de médio ou de alto
infecções e seu custo. Entre seus objetivos tem: nivel ou esterilização.
1. Melhorar o conhecimento do staff clínico e  Cânula endotraqueal, equipamento respiratório,
outros trabalhadores, incluindo especudo vasino, sonda nasogástrica, etc.
administradores, a respeito da IH e resistência
antimicrobiana, de modo que se conscientizem  Artigos não-críticos: São os artigos
das necessidades de medidas de prevenção. destinados ao contato com a pele íntegra e
2. Monitorar tendências: incidência e distribuição também os que não entram em contato direto
da IH, prevalência e, quando possível, com o paciente. Requerem limpeza ou
incidência de risco ajustado para comparação desinfecção de baixou ou médio nível,
intra e inter-hospitalar; dependendo do uso que se destinem ou do
3. Identicar a necessidade de programas novos último uso realizao:
ou intensificados e avaliar o impacto das
medidas de prevenção.  Termometro, materiais usados em b anho de leito como
Para alcançar esses objetivos, o planejamento de b acias, cub a rim, estetoscópio, roupa de cama do
um sistema de vigilância deve levar em paciente, etc.
consideração alguns critérios:
 Simplicidade: Para minimizar os custos e a Esse esquema de classificação lógica tem sido
carga de trabalho, e promover a oportunidade útil como guia na escolha adequadas dos métodos
de retroalimentação em tempo útil; de proteção anti-infecciosa. Porem, na prática, a
 Flexibilidade: Para permitir mudanças escolha não é tão simples como parece e muitas
quando necessário; dúvidas surgem em relação aos artigo semi-
 Aceitabilidade: A qual pode ser avaliada críticos.
pelo nivel de participação e qualidade;
 Por exemplo, os equipamentos de endoscopia digestiva
 Especificidade: Requerendo definições seriam a principio artigos semi-criticos, requerendo
precisa e investigadores treinados; desinfecção. No entanto, o risco de trauma durante o
 Utilidade: Apresentação relação direta com procedimento não é pequeno, especialmente naqueles
os objetivos a serem atingidos. portadores de varizes esofagianas.
Limpeza Como desinfetante, é mas usado a formalina,
Procedimento de remoção de sujidade e detrito solução em água a 10% ou em alcool a 8% sendo
para manter em estado de asseio os artigos, bactericida tuberculicida, fungicida e viruscida
reduindo a população microbiana. A limpea deve após exposição de 30 minutose esporicida após
proceder os procedimentos de desinfecção ou de 18 horas.
esterilização, pois reduz a carga microbiana  Compostos fenólicos: seu uso é
através de remoção da sujidade e da materia recomentado para desinfecção de nivel médio
organica presente nos materiais. Estudos ou intermediário, sendo o periodo de
mostraram que a limpeza manual ou mecanica, co exposiçao de 10 minutos para superficiee de
água e detergente ou produtos enzimáticos reduz 30 minutos para artigos. Para penetrar em
muito os resíduos. O excesso de materiais materiais gasosos e ter ação residual, não é
organico aumenta não só a duração do processo indicado para artigos que entrem em contato
de esterilização,como altera os parametros para com vias respiratórias e alimentos, objetos de
este processo. Assim, a limpeza rigorosa é borrachas, latéx e acrilíco.
condição básica para qualquer processo de  Quartenário de amônio: são geralmente
desinfecção ou esterilização. usados em associação com outros
desinfetantes. tem como vantagens a baixa
 É possivel limpar sem esterilizar, mas não é possivel toxicidade. Quando usados isoladamente não
garantir a esterilização sem limpar.
tem ação micobactericida. São usadospara
desinfecção de baixo nivel por um período de
Descontaminação
30 minutos, em superficie, equipamentos e
A descontaminação e desinfecção são
áreas onde se manipule alimentos.
sinônimos. Tem a finalidade de reduzir o número
 Iodo: Além de ser antiséptico pode ser usado
de microrganismos presentes nos artigos sujos, de
forma a torná-los seguros para o manuseio, isto é, na desinfecção de varias, ampolas,
ofereçam menor risco ocupacional. O uso de estetoscópio, otoscópio, termômetros,
endoscopios, metais resistentes à oxidação e
agentes quimicos desinfetantes como
bancadas. A formulação pode ser de alcool
glutaraldeído, formaldeído, hipoclorito de sodio e
iodado, contendo 0,5 e 1,0% de iodo livre em
outros no processo de descontaminação, prática
alcool etílico de 77% (v/v), que corresponde a
largamente usada, não tem fundamentação. O
70% em peso ou iodoforos na concentração de
agente químico é impedido de penetrar nos
microrganismo pois há tendencia das soluções 30 a50mg/l de iodo livre.
químicas ligarem-se com as moléculas de
Esterilização
proteínas presentes na matéria orgânica, não
É o processo de destruição de todas as formas
ficando livres para ligarem-se aos microrganismos
de vida microbiana, ou seja, bacterias na forma
na proporção necessária dando uma falsa
vegetativa e esporuladas, fungos e vírus,
segurança no manuseio do material como
mediante a aplicação de agentes fisicos e
descontaminado. Além disso, o uso desse agentes
quimicos. No processo de esterilização os
na prática da descontaminação causa uma
aderência de precipitado de matéria organica no microrganismos são mortos a tal ponto que não
artigo, prejudicando sobremaneira a posterior seja mais possivel detectá-los no meio de cultura
padrão no qual previamente haviam proliferado.
limpeza.
Os métodos de esterilização podem ser fisicos e
 Alcool: Desinfetante muito usado no ambiente
quiicos. Dentre os fisicos há o calor, sob a forma
hospitalar, por ter atividade germicida, menor
úmida e seca, a radiação e a filtração. Dentre os
custo e pouca toxicidade, sendo que o álcool
métodos quimicos, há os agentes quimicos na
etilico tem propriedade germicidas superiores
forma gasosa. Nas instituições de saúde, os
ao isopropilico. O seu uso é restrito pela falta
métodos de esterilização disponiveis
de atividade de esporicidade, rápida
rotineiramente são o calor, sob a forma úmida e
evaporação e inabilidade em penetrar na
seca, e os agentes quimicos.
materia proteíca. É recomendável para
 Vapor saturado sob pressão: É o processo
desinfecção de nivel médio do artigo e
de esterilização mais seguro, eficiente, rápido
superficies, com tempo de exposição de 10
e economico disponível. o mecanismo de
minutos, sendo recomendáveis 3 aplicações
esterilização pelo vapor saturado sob pressão
intercaladas pela secagem natural. Não é
recomendado para borracha, plástico e está relacionado com calor latente e o contato
direto com o vapor, proovendo a coagulação
cimento de dentes.
das proteínas.
 Aldeídos: o glutataldeídos é o mais usado na
desinfecção, na concentração de 2% e por um  Calor latente: É o calor que um corpo receb e sem
período de exposição de 30 minutos. O uso variação e temperatura e sim de estado fisico. É o calor
mais comum e na desinfecção de artigos semi- necessário para converter uma unidade de agua em
críticos e instrumentos sensíveis e calor. O vapor.
formaldeído é uso em estado líquido e gasoso.
O vapor sob pressão, ao entrar em contato com Alguns virus lipofilicos são rapidamente inativados.
a superfície fria dos materiais colocados na Sua ação fungida varia com a espécie.
autoclave, se condensa liberando o calor latente,
que é o responsável pela desnaturação dos
microrganismos. A esterilização está
fundamentada nessa troca de calor entre o meio e
o objeto a ser esterilizado.
 Calor seco: É feito em estufa elétricas
equipadas com termostato e ventiador, a fim
de promover um aquecimento mais
rápido,controlado e uniforme dentro da
câmara. A circulação de ar quente e o
aquecimento dos materiais se faz de forma
lenta e irregular, requerendo longos períodos
de exposição e temperatura mais altas do que
o vapor saturado sob pressão para se alcançar
a esterilização. Este processo é restrio a
artigos que não possam ser esterilizado pelo
vapor saturado sob pressão, pelo dano que
pode causar ou quando são impermeaveis. O
uso do calor seco tem o objetivo de
despirogenação, quando realizado numa
temperatura de 200ºC a 220ºC, por um
período de esposição não inferior a 2 horas. A
inativação dos microrganismos pelo calor seco
é resultante da oxidação e dessecação. O
processo de esterilização a livre circulação do
ar por toda a estufa e entre as causas e
observar rigorosamente a relação tempo de
exposição e temperatura, a fim de assegurar a
sua eficácia.

Antisépsia
São substâncias providas de ação letal ou
inibitória da reprodução microbiana, de baixa
causticidade e hipoalergênicas, destinadas a
aplicação em pele e mucosa. Os microrganismos
encontrados na pele e nas mucosas são
classificados em flora resistente ou transitória.
Estes microrganismos podem ser facilmente
removidos com o uso de água e sabão. No
entanto, adquire particulas importantes em
ambiente hospitalares devido a facilidade de
transmissão de um indíviduo à outro. Os
antisépticos devem atender aos seguintes
requisitos: Amplo espectro de ação
antimicrobiana; ação rápida; efeito residual
cumulativo; não absorção sistêmica; não causar
hipersensibilidade e outros efeitos indesejáveis,
como ressecamento, irritaçaõ e fissuras; odor
agradável ou ausente; boa aceitação pelo usuário;
baixo custo e veiculação funcional em
dispensadores ou embalagens de pronto uso.
 Triclosan: apresenta ação contra bacterias
Gpositivas e a maioria da Gnegativas, exceto
para pseudomonas aeruginosa, e apresenta
pouca ação contra fungos.
 Clorexidina: sua atividade e principalmente
contra bacterias vegetativas Gpositivas e
negativas. Não age sobre formas esporuladas
exceto a temperatura altas.
Infecção comunitária
È a infecção constatada ou em incubação no ato
da admissão do paciente, desde que não
relacionada com a internação anterior no mesmo
hospital.
 A infecção que está associada com
complicações ou extensão da infecção já
presente na admissão;
 A infecção em recem-nascidos adquirida via
trans-placentárias;
 Infecção em recém-nascido com bolsa rota.
As infecções comunitárias estão relacionadas ao
alto índice de uso de antimicrobianos de forma
aleatória, tratamento empírico incorretos e a
prática da abandono da terapia, o que tem
contribuido para o surgimento de resistência
microbianas mais elaboradas de maior espectro.

Infecção hospitalar
È qualquer infecção adquiridas após a internação
do paciente e que se anifeste durante a
internação, ou mesmo após a alta, quando puder
ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.
Quando se desconhecem o período de
incubação do microrganismo e nã houver
evidencias clínicas ou dado laboratorial de
infecção no momento da internação, convenciona-
se infecção hospitalar toda manifestação clínica
de infecções que se apresenta a partir de 72 horas
após a admissão.
RESOLUÇÃO Nº 417/2004 Art. 10: O farmacêutico deve cumprir as
Aprova o Código de Ética da Profissão disposições legais que disciplinam a prática
Farmacêutica. O CFF, resolve: profissional no País, sob pena de advertência.
Art. 1º: Aprovar o código de ética farmacêutica,
nos termos do Anexo desta Resolução, da qual CAPÍTULO 2
faz parte. Dos Deveres
Art. 2°: Esta Resolução entra em vigor na data da Art. 11: O farmacêutico, durante o tempo em que
publicação, revogando-se as disposições em permanecer inscrito num CRF,
contrário e, em especial, os termos da independentemente de estar ou não no exercício
Resolução/CFF nº 290/96. efetivo da profissão, deve:
1. Comunicar às autoridades sanitárias e
PREÂMBULO profissionais, fatos que caracterizem
O farmacêutico é um profissional da Saúde, infringência a este Código e às normas que
cumprindo-lhe executar todas as atividades regulam o exercício das atividades
inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, de farmacêuticas;
modo a contribuir para a salvaguarda da saúde 2. Colocar seus serviços profissionais à
pública e, ainda, todas as Ações de educação disposição das autoridades constituídas, se
dirigidas à comunidade na Promoção da saúde. solicitado, em caso de conflito social interno,
catástrofe ou epidemia, independentemente
TÍTULO 1 de haver ou não remuneração ou vantagem
Exercício Profissional pessoal;
3. Exercer a assistência farmacêutica e fornecer
Capítulo 1 informações ao usuário dos serviços;
Princípios Fundamentais 4. Respeitar o direito de decisão do usuário
Art. 1º: O exercício da profissão farmacêutica, sobre sua própria saúde e bem-estar,
como todo exercício profissional, tem uma excetuando-se o usuário que, mediante laudo
dimensão ética que é regulada por este código e médico ou determinação judicial, for
pelos diplomas legais em vigor, cuja transgressão considerado incapaz de discernir sobre
resultará em sanções disciplinares por parte do opções de tratamento ou decidir sobre sua
CRF, após apuração pelas suas Comissões de própria saúde e bem-estar;
Ética, independentemente das penalidades 5. Comunicar ao CRF e às autoridades
estabelecidas pelas leis do País. sanitárias a recusa ou a demissão de cargo,
Art. 2°: O farmacêutico atuará sempre com o função ou emprego, motivada pela
maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e necessidade de preservar os legítimos
à liberdade de consciência nas situações de interesses da profissão, da sociedade ou da
conflito entre a ciência e os direitos fundamentais saúde pública;
do homem. 6. Guardar sigilo de fatos que tenha
Art. 3°: A dimensão ética da profissão conhecimento no exercício da profissão,
farmacêutica é determinada, em todos os seus excetuando-se os de dever legal, amparados
atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade pela legislação vigente, os quais exijam
e ao meio ambiente, sem qualquer discriminação. comunicação, denúncia ou relato a quem de
Art. 4º: Os farmacêuticos respondem pelos atos direito;
que praticarem ou pelos que autorizarem no 7. Respeitar a vida humana, jamais cooperando
exercício da profissão. com atos que intencionalmente atentem
Art. 5°: Para que possa exercer a profissão contra ela ou que coloquem em risco sua
farmacêutica com honra e dignidade, o integridade física ou psíquica;
farmacêutico deve dispor de boas condições de 8. Assumir, com responsabilidade social,
trabalho e receber justa remuneração por seu sanitária, política e educativa, sua função na
desempenho. determinação de padrões desejáveis do
Art. 6°: Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito ensino e do exercício da Farmácia;
desempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e 9. Contribuir para a promoção da saúde
bom conceito da profissão. individual e coletiva, principalmente no campo
Art. 7°: O farmacêutico deve manter atualizados da prevenção, sobretudo quando, nessa
os seus conhecimentos técnicos e científicos para área, desempenhar cargo ou função pública;
aperfeiçoar, de forma contínua, o desempenho de 10. O farmacêutico deverá adotar postura
sua atividade profissional. científica, perante as práticas terapêuticas
Art. 8°: A profissão farmacêutica, em qualquer alternativas, de modo que o usuário fique
circunstância ou de qualquer forma, não pode ser bem informado e possa melhor decidir sobre
exercida exclusivamente com objetivo comercial. a sua saúde e bem-estar;
Art. 9°: Em seu trabalho, o farmacêutico não pode 11. Selecionar, nos limites da lei, os auxiliares
se deixar explorar por terceiros, seja com objetivo para o exercício de sua atividade;
de lucro, seja com finalidade política ou religiosa.
12. Denunciar às autoridades competentes 8. Produzir, fornecer, dispensar, ou permitir que
quaisquer formas de poluição, deterioração do seja dispensado meio, instrumento, substância
meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, e/ou conhecimento, medicamento ou fórmula
prejudiciais à saúde e à vida;evitar que o magistral, ou especialidade farmacêutica,
acúmulo de encargos prejudique a qualidade fracionada ou não, que não contenha sua
da atividade farmacêutica prestada. identificação clara e precisa sobre a
Art. 12: O farmacêutico deve comunicar ao CRF, substância ativa contida, bem como suas
por escrito, o afastamento de suas atividades respectivas quantidades, contrariando as
profissionais das quais detém responsabilidade normas legais e técnicas, excetuando-se a
técnica, quando não houver outro farmacêutico dispensação hospitalar interna, em que poderá
que, legalmente, o substitua. haver a codificação do medicamento que for
 § 1º: A comunicação ao CRF deverá ocorrer fracionado, sem, contudo, omitir o seu nome
no prazo máximo de 5 dias após o ou fórmula;
afastamento, quando este ocorrer por motivo 9. Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das
de doença, acidente pessoal, óbito familiar, ou autoridades sanitárias ou profissionais;
outro, a ser avaliado pelo CRF. 10. No exercício da profissão farmacêutica, aceitar
 § 2º: Quando o afastamento for motivado por remuneração abaixo do estabelecido como o
doença, o farmacêutico ou seu procurador piso salarial, mediante acordos ou dissídios da
deverá apresentar à empresa ou instituição categoria;
documento datado e assinado, justificando sua 11. Declarar possuir títulos científicos ou
ausência, a ser comprovada por atestado, no especialização que não possa comprovar;
prazo de 5 dias. permitir que pessoa ou instituição interfira em
 § 3º: Quando o afastamento ocorrer por motivo seus resultados apresentados como perito ou
de férias, congressos, cursos de auditor;
aperfeiçoamento, atividades administrativas ou 12. Aceitar ser perito quando houver envolvimento
outras atividades, a comunicação ao CRF pessoal ou institucional;
deverá ocorrer com antecedência mínima de 1 13. Exercer a profissão farmacêutica quando
dia. estiver sob a sanção disciplinar de suspensão;
14. Expor, dispensar, ou permitir que seja
CAPÍTULO 3 dispensado medicamento em contrariedade à
Das Proibições legislação vigente;
Art. 13: É proibido ao farmacêutico: 15. Exercer a profissão em estabelecimento que
1. Participar de qualquer tipo de experiência em não esteja devidamente registrado nos órgãos
ser humano, com fins bélicos, raciais ou de fiscalização sanitária e do exercício
eugênicos, pesquisa clínica ou em que se profissional;
constate desrespeito a algum direito 16. Aceitar a interferência de leigos em seus
inalienável do ser humano; trabalhos e em suas decisões de natureza
2. Exercer simultaneamente a medicina; profissional;
3. Praticar procedimento que não seja 17. Delegar a outros profissionais atos ou
reconhecido pelo CFF; atribuições exclusivos da profissão
4. Praticar ato profissional que cause dano físico, farmacêutica;
moral ou psicológico ao usuário do serviço, 18. Omitir-se ou acumpliciar-se com os que
que possa ser caracterizado como imperícia, exercem ilegalmente a farmácia, ou com
negligência ou imprudência; profissionais ou instituições farmacêuticas que
5. Deixar de prestar assistência técnica efetiva ao pratiquem atos ilícitos;
estabelecimento com o qual mantém vínculo 19. Assinar trabalhos realizados por outrem, alheio
profissional, ou permitir o uso do seu nome por à sua execução, orientação, supervisão ou
qualquer estabelecimento ou instituição onde fiscalização, ou ainda assumir
não exerça pessoal e efetivamente sua função; responsabilidade por ato farmacêutico que não
6. Realizar, ou participar de atos fraudulentos praticou ou do qual não participou
relacionados à profissão farmacêutica, em efetivamente;
todas as suas áreas de abrangência; 20. Prevalecer-se do cargo de chefia ou de
7. Fornecer meio, instrumento, substância ou empregador para desrespeitar a dignidade de
conhecimento para induzir a prática de subordinados;
eutanásia, de tortura, de toxicomania ou de 21. Pleitear, de forma desleal, para si ou para
qualquer outra forma de procedimento outrem, emprego, cargo ou função que esteja
degradante, desumano ou cruel em relação ao sendo exercido por outro farmacêutico, bem
ser humano; como praticar atos de concorrência desleal;
22. Fornecer, ou permitir que forneçam,
medicamento ou fármaco para uso diverso da
sua finalidade;
23. Exercer a Farmácia em interação com outras CAPÍTULO 5
profissões, concedendo vantagem, ou não, Dos Direitos
aos demais profissionais habilitados para Art. 16: São direitos do farmacêutico:
direcionamento de usuário, visando ao 1. Exercer a profissão sem ser discriminado por
interesse econômico e ferindo o direito do questões de religião, raça, sexo,
usuário de livremente escolher o serviço e o nacionalidade, cor, idade, condição social,
profissional; opinião política ou de qualquer outra natureza;
24. Receber remuneração por serviços que não 2. Interagir com o profissional prescritor, quando
tenha efetivamente prestado; necessário, para garantir a segurança e a
25. Exercer a fiscalização profissional e sanitária, eficácia da terapêutica farmacológica, com
quando for sócio ou acionista de qualquer fundamento no uso racional de medicamentos;
categoria, ou interessado por qualquer forma, 3. Exigir dos demais profissionais de saúde o
bem como prestar serviços a empresa ou cumprimento da legislação sanitária vigente,
estabelecimento que explore o comércio de em especial quanto à legibilidade da
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos prescrição;
e correlatos, laboratórios, distribuidoras, 4. Recusar-se a exercer a profissão em
indústrias, com ou sem vínculo empregatício. instituição pública ou privada, onde inexistam
condições dignas de trabalho ou que possam
Art. 14: Quando atuante no serviço público, é prejudicar o usuário, com direito a
vedado ao farmacêutico: representação junto às autoridades sanitárias
1. Utilizar-se do serviço ou cargo público para e profissionais, contra a instituição;
executar trabalhos de empresa privada de sua 5. Recusar-se a exercer a profissão, ou
propriedade ou de outrem, como forma de suspender a sua atividade, individual ou
obter vantagens pessoais; coletivamente, em instituição pública ou
2. Cobrar ou receber remuneração do usuário do privada, onde inexistam remuneração ou
serviço; condições dignas de trabalho ou que possam
3. Reduzir, irregularmente, quando em função de prejudicar o usuário, ressalvadas as situações
chefia, a remuneração devida a outro de urgência ou de emergência, devendo
farmacêutico. comunicá-las imediatamente ao conselho
regional de farmácia e às autoridades
CAPÍTULO 4 sanitárias e profissionais;
Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos 6. Recusar-se a realizar atos farmacêuticos que,
Art. 15: É vedado ao farmacêutico: embora autorizados por lei, sejam contrários
1. Divulgar assunto ou descoberta de conteúdo aos ditames da ciência e da técnica,
inverídico; comunicando o fato, quando for o caso, ao
2. Publicar, em seu nome, trabalho científico do usuário, a outros profissionais envolvidos ou
qual não tenha participado ou atribuir-se ao respectivo CRF.
autoria exclusiva quando houver participação
de subordinados ou outros profissionais, TÍTULO 2
farmacêuticos ou não; Relações Profissionais
3. Promover publicidade enganosa ou abusiva da Art. 17: O farmacêutico, perante seus colegas e
boa fé do usuário; demais profissionais da equipe de saúde, deve
4. Anunciar produtos farmacêuticos ou processos comprometer-se a:
por meios capazes de induzir ao uso 1. Obter e conservar alto nível ético em seu
indiscriminado de medicamentos; meioprofissional e manter relações cordiais
5. Usar-se, sem referência ao autor ou sem a sua com a sua equipe de trabalho, prestando-lhe
autorização expressa, de dados ou apoio,assistência e solidariedade moral e
informações, publicados ou não; profissional;
6. Promover pesquisa na comunidade, sem o seu 2. Adotar critério justo nas suas atividades e nos
consentimento livre e esclarecido, e sem que o pronunciamentos sobre serviços e funções
objetivo seja a proteção ou a promoção da confiados anteriormente a outro farmacêutico;
saúde. 3. Prestar colaboração aos colegas que dela
necessitem, assegurando-lhes consideração,
apoio e solidariedade que reflitam a harmonia
e o prestígio da categoria;
4. Prestigiar iniciativas dos interesses da
categoria;
5. Empenhar-se em elevar e firmar seu próprio
conceito, procurando manter a confiança dos
membros da equipe de trabalho e do público
em geral;
6. Limitar-se às suas atribuições no trabalho, Art. 24: O farmacêutico portador de doença que o
mantendo relacionamento harmonioso com incapacite para o exercício da farmácia, apurada
outros profissionais, no sentido de garantir pelo CRF em procedimento administrativo com
unidade de ação na realização de atividades a perícia médica, terá suas atividades profissionais
que se propõe em benefício individual e suspensas enquanto perdurar sua incapacidade.
coletivo; Art. 25: O profissional condenado por
7. Denunciar, a quem de direito, atos que sentençacriminal, definitivamente transitada em
contrariem os postulados éticos da profissão. julgado, por crime praticado no uso do exercício
da profissão, ficará suspenso da atividade
TÍTULO 3 enquanto durar a execução da pena.
Relações com os Conselhos Art. 26: Prescreve em 24 meses a constatação
Art. 18: Na relação com os Conselhos, obriga-se fiscal de ausência do farmacêutico no
o farmacêutico a: estabelecimento, através de auto de infração ou
1. Acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções termo de visita, para efeito de instauração de
do CFF e os Acórdãos e Deliberações dos processo ético.
CRF; Art. 27: Aplica-se o Código de Ética a todos os
2. Prestar, com fidelidade, informações que lhe inscritos no CRF.
forem solicitadas a respeito de seu exercício Art. 28: O CFF, ouvidos os CRF e a categoria
profissional; farmacêutica, promoverá a revisão e a atualização
3. Comunicar ao CRF em que estiver inscrito, deste Código, quando necessário.
toda e qualquer conduta ilegal ou antiética que Art. 29: As condições omissas neste Código serão
observar na prática profissional; decididas pelo CFF.
4. Atender convocação, intimação, notificação ou
requisição administrativa no prazo
determinado, feita pelos CRF, a não ser por
motivo de força maior, comprovadamente
justificado.
Art. 19: O farmacêutico, no exercício profissional,
fica obrigado a informar, por escrito, ao respectivo
CRF todos os seus vínculos, com dados
completos da empresa (razão social, CNPJ,
endereço, horário de funcionamento e de RT),
mantendo atualizado o seu endereço residencial e
os horários de responsabilidade técnica ou de
substituição.

TÍTULO 4
Das Infrações e Sanções Disciplinares
Art. 20: As sanções disciplinares consistem em: de
advertência ou censura;
1. De multa de salário-mínimo a 3 salários-
mínimos regionais;
2. De suspensão de 3 meses a um ano;
3. De eliminação.

TÍTULO 5
Das Disposições Gerais
Art. 21: As normas deste Código aplicam-se aos
farmacêuticos, em qualquer cargo ou função,
independentemente do estabelecimento ou
instituição onde estejam prestando serviço.
Art. 22: A verificação do cumprimento das
normas estabelecidas neste Código é atribuição
dos CF e de suas Comissões de Ética, das
autoridades da área de saúde, dos farmacêuticos
e da sociedade em geral.
Art. 23: A apuração das infrações éticas compete
ao CRF em que o profissional está inscrito ao
tempo do fato punível em que incorreu, por meio
de sua Comissão de Ética.
LEI 5.991 Art. 6: A dispensação de medicamentos é
Dispões sobre o controle sanitário do comércio de privativa de:
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e  Farmácias; Drogarias; Posto de saúde; e
correlatos. Dispensário de medicamentos.
§ Único: Para atender exclusivamente seu usuário,
CAPÍTULO 1 os estabelecimentos hoteleiros e similares,
Disposições preliminares poderão dispor de medicamentos anódis, que
Art. 1º: O controle sanitário do comércio de não dependam de receita médica, observada a
drogas, medicamentos, rege-se por esta lei. relação elaborada pelo órgão sanitário federal.
Art. 4º: Para esta lei é tomado os seguintes Art. 8º: Apenas poderão ser entregues à
conceitos: dispensação de drogas, medicamentos, insumos e
1. Droga: Substância ou matéria-prima que tenha correlatos que obedecem aos padrões de
finalidade medicamentosa ou sanitária. qualidade reconhecidos.
2. Drogaria: Estabelecimento de dispensação e
comércio de drogas, medicamentos, insumos CAPÍTULO 3
farmacêuticos e correlatos em suas Farmácia homeopática
embalagens originais; Art. 9º: O comércio de medicamentos
3. Medicamentos: Produtos farmacêuticos homeopáticos à disposição desta lei, atendidos as
tecnicamente obtidos ou elaborados, com suas peculiaridades;
finalidade profilática curativo, paliativa ou para Art. 10: A farmácia homeopática só poderá
fins de diagnóstico; manipular fórmulas oficinais e magistrais,
4. Órgão sanitário competente: Órgão de obedecidas à farmacotécnica homeopática;
fiscalização do MS, dos estados, do DF dos § Único: A manipulação de medicamentos
territórios municipais; homeopáticos não constantes da farmacopeia
5. Análise fiscal: Efetuada em droga, ou dos formulários homeopáticos dependendo
medicamentos, insumos e correlatos, de aprovação do órgão sanitário federal;
destinados a comprovar a sua conformidade Art. 11: O serviço nacional de fiscalização da
com a fórmula que deu origem ao registro; medicina e farmácia, baixa instruções sobre o
6. Estabelecimento: Unidade da empresa receituário, utensílio, equipamento e relação de
destinada ao comércio de drogas, estoque mínimo de produtos homeopáticos;
medicamentos, insumos farmacêuticos e Art. 12: É permitido nas farmácias homeopáticas
correlatos; manter seções de vendas de correlatos e de
7. Farmácia: Estabelecimento de manipulação medicamentos não homeopáticas quando
de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio apresentados em suas embalagens originais;
de drogas, medicamentos, insumos e Art. 13: Dependerá da receita médica a
correlatos, compreendendo o de dispensação dispensação de medicamentos homeopáticos,
de atendimento privativo de unidade hospitalar cuja concentração de substância ativa
ou de qualquer outra equivalente de corresponde às doses máximas
assistência médica; farmacologicamente estabelecidas;
8. Posto de medicamento e unidades volantes: Art. 14: Nas localidades desprovidas de posto de
Estabelecimento destinado apenas à venda de medicamentos homeopáticos ou a dispensação
medicamentos industrializados em suas dos produtos em farmácias alopáticas.
embalagens originais e constantes da relação
elaborada pelo órgão sanitário federal, CAPÍTULO 4
publicado na imprensa oficial, para Assistência e responsabilidade técnica
atendimento a localidades desprovidas de Art. 15: A farmácia e a drogaria terão,
farmácia ou drogaria. obrigatoriamente, a assistência de técnico
responsável, inscrito no CRF;
CAPÍTULO 2 § 1º: A presença do técnico responsável será
Comercio farmacêutico obrigatória durante todo o horário de
Art. 5: O comércio de drogas, medicamentos e de funcionamento;
insumos farmacêutico é privativo das empresas e § 2º: O estabelecimento de que trata este art.
dos estabelecimentos definidos nesta lei. poderá manter técnico responsável, substituto,
§ 1º: O comércio de determinados correlatos, para os casos de impedimentos ou ausência
exercido por estabelecimentos especializados, do titular;
poderá ser extensivo às farmácias e drogarias; § 3º: Em razão do interesse público,
§ 2º: A venda de produtos dietéticos será caracterizada a necessidade da existência de
realizada nos estabelecimentos de farmácia ou drogaria, e na falta do
dispensação e, desde que não contenham farmacêutico, o órgão sanitário de fiscalização
substâncias medicamentosas pelo comércio local licenciada, os estabelecimento sob-
fixo. responsabilidade técnico de prática de
farmácia, oficial de farmácia ou outro, inscrito  Assistência de técnico responsável de que
no CRF. trata art. 15, e seus parágrafos, ressalvadas
Art. 16: A responsabilidade técnica do as exceções previstas nesta lei;
estabelecimento será comprovada por declaração
de firma individual, pelos atos praticados durante o § Único: A legislação supletiva dos estados, do
período em que se deu assistência ao DF e dos territórios poderá reduzir as exigências
estabelecimento: sobre as instalações e equipamento. para o
§ Único: O responsável técnico pelo licenciamento de estabelecimentos destinados à
estabelecimento rubricará os rótulos das assistência farmacêutica no perímetro
fórmulas aviadas e a receita correspondente suburbano e zona rural.
para devolução ao cliente ou arquivo, quando Art. 24: A licença, para o funcionamento do
for caso; estabelecimento, será expedida após verificação
Art. 17: Somente será permitido o funcionamento da observância das condições fixadas nesta lei e
da farmácia e drogarias sem assistência do na legislação supletiva;
técnico responsável pelos estatutos ou contrato Art. 25: A licença é validada pelo prazo de um ano
social, ou pelo contrato de trabalho do profissional e será revalidada por períodos iguais e
responsável: sucessivos;
§ 1º: Cessada a assistência pelo termino do § Único: a revalidação da licença deverá ser
contrato social, o profissional responderá pelos requerida nos primeiros 120 dias de todos os
atos praticados durante o período em que deu exercícios;
assistência ao estabelecimento. Art. 26: A revalidação da licença será concedida
Art. 18: Somente será permitido o funcionamento após a verificação do cumprimento das condições
de farmácias e drogarias sem um farmacêutico, ou sanitária exigida para o licenciamento do
seu substituto, pelo prazo de 30 dias, período em estabelecimento, através de inspeção.
que não será aviado fórmulas magistrais ou § Único: A revalidação de licença deverá ser
oficinais nem vendidos medicamentos sujeitos a requerida nos primeiros 120 dias de cada
regime de controle. exercício.
Art. 19: É facultado à farmácia ou drogaria manter Art. 27: A transferência da propriedade e a
serviços de atendimento ao público para aplicação alteração da razão social ou do nome do
de injeções a cargo de técnico habilitado, estabelecimento não interrompe o prazo de
observado a prescrição médica. validade da licença, sendo obrigada a
§ 2º: A farmácia poderá manter laboratórios das comunicação das alterações referidas e
análises clínicas, desde que em dependência apresentação dos atos que comprovem, para
distintas e separadas, e sob a averbação.
responsabilidade técnicas do farmacêutico Art. 28: A mudança do estabelecimento para o
bioquímico. local diverso do previsto no licenciamento
Art. 21: A cada farmacêutico será permitido dependerá de licença prévia do órgão sanitário
exercer a direção técnico de, no máximo, duas competente e do atendimento exigidos.
farmácias, sendo um comercial e uma hospitalar. Art. 29: O posto de medicamentos que trata o item
13, do art. 4º terá as condições de licenciamento
CAPÍTULO 5 estabelecimento na legislação supletiva dos
Licenciamento estados, do DF e dos territórios.
Art. 21: O comércio de drogas, medicamentos e Art. 30: A fim de atender às necessidades e
insumos será feito somente por empresa e peculiaridades das regiões desprovidas de
estabelecimentos licenciados pelo órgão sanitário farmácia, drogarias e postos, os órgãos sanitários
competente dos estados, DF e territórios. competentes poderão licenciar unidades volantes
Art. 22: O pedido da licença será instruído com: para a dispensação de medicamento, constante
 Prova de constituição da empresa; de relação elaborada pelo serviço nacional de
 Prova de relação contratual entre a fiscalização da medicina e farmácia;
empresa e seu responsável técnico, § 1º: A dispensação será realizada em meios de
quando for o caso; transporte terrestre, marítimos, fluviais ou
 Prova de habilitação legal do responsável áreas, que tenham condições adequadas à
técnico, expedido pelo conselho regional guarda dos medicamentos;
de farmácia. § 2º: A licença previa neste art. será concedida a
Art. 23: são condições para a licença: titulo provisório e cancelada tão logo se
 Localização conveniente, sob aspecto estabeleça uma farmácia na região.
sanitário; Art. 31: Para controle estatístico o órgão sanitário
 Instalações independentes e equipamentos competente dos estados, DF e território enviara ao
que satisfaçam aos requisitos técnicos serviço nacional de fiscalização de medicina e
adequados à manipulação e comercialização farmácia do MS anualmente, até 30 de janeiro das
pretendidas;
revalidações e baixas concedidas às empresas e para devolução ao cliente ou arquivo, quando
estabelecimento do art. 21. for o caso;
Art. 40: A receita em código, para aviamento na
farmácia privativa, somente poderá ser prescrita
por profissional vinculado a unidade hospitalar;
Art. 41: Quando a dosagem do medicamento
Art. 32: As licenças poderão ser suspensas, prescrito ultrapassar o limite farmacológico ou a
cassadas, ou canceladas no interesse da saúde prescrição apresenta incompatibilidade, o
pública, mediante despacho fundamental da responsável técnico pelo estabelecimento
autoridade competente, assegurado o direito de solicitará confirmação expressa ao profissional
defesa em processo administrativo, instaurado que a prescreveu;
pelo órgão sanitário; Art. 42: Na ausência do responsável técnico pela
Art. 33: O estabelecimento de dispensação que farmácia ou de seu substituto, será vedado o
deixar de funcionar por mais de 120 dias terá sua aviamento da formula que dependa de
licença cancelada; manipulação no qual figure substância sob regime
Art. 34: Os estabelecimentos referidos nos itens de controle sanitário especial;
10 e 11 do art. 4º desta lei poderão manter Art. 43: O registro do receituário e dos
recursos e filiais que, para efeito de licenciamento, medicamentos sob regime de controle sanitário
instalação e responsabilidade serão consideradas não poderão ter rasuras, emendas, ou
como autônomos. irregularidades que possam prejudicar a
verificação da sua autenticidade.
CAPÍTULO 6
Receituário
Art. 35: Somente será aviada a receita: CAPÍTULO 7
1. Que estiver escrita a tinta, em vernáculo por Fiscalização
extenso e de modo legível, observado a Art. 44: Cabe aos órgãos de fiscalização
nomenclatura e o sistema de pesos e medidas sanitária dos estados, DF e dos territórios a
oficiais; fiscalização dos estabelecimentos de que trata
2. Que conter o nome e o endereço residencial esta lei, para verificação das condições de
do paciente, o modo de usar a medicação; licenciamento e funcionamento.
3. Que conter a data e a assinatura do Art. 45: A fiscalização sanitária das drogas,
profissional, endereço do consultório ou da medicamentos, insumos farmacêuticos e
residência e o número da inscrição no correlatos será exercida nos estabelecimentos que
respectivo conselho profissional. os comerciem, pelos estados, DF e territórios,
§ Único: O controle de medicamento através de seus órgãos competentes.
entorpecente ou a estes equiparados e os Art. 46: No caso de dúvida quanto aos rótulos,
demais sob regime de controle de acordo bulas e ao acondicionamento de drogas,
com a sua classificação. medicamentos, insumos farmacêuticos e
Art. 36: A receita de medicamentos magistrais e correlatos, a fiscalização apreenderá duas
oficinais, preparados na farmácia, deverão ser unidades de produtos, das quais uma será
registradas em livro de receituário. remetida para exame no órgão sanitário
§ Único: O controle do estoque dos produtos competente, ficando a outra em poder do detentor
será feito mediante registro especial, do produto, lavrando-se o termo de apreensão, em
respeitada a legislação específica para os duas vias, que será assinado pelo agente
entorpecentes e os a estes equiparados, e as fiscalizador e pelo responsável técnico.
normas baixadas pelo serviço nacional de Art. 47: Para análise fiscal, à colheita de amostra
fiscalização regional de farmácia. dos produtos dos materiais, nos estabelecimentos,
Art. 38: devendo a autoridade, como medida preventiva,
§ Único: Alem dos rótulos que refere o art. a caso suspeita ou fraude interditar o estoque
farmácia terá impressos com dizeres uso existente no local, até o prazo máximo de 60 dias,
externo e interno, agite quando usar, uso no fim o estoque estará liberado, salvo se houver
veterinário e veneno. notificação contrária.
Art. 39: Os dizeres da receita serão transcritos no § 1º: Nos casos de interdição de estoque, a
rótulo aposto ao continente ou invólucro do autoridade lavrará o auto de interdição, que
medicamento aviado, com data de sua assinará, com representante legal da
manipulação, número de ordem do registro de empresa, e na sua ausência ou recusa duas
receita, o nome do paciente e do profissional que testemunhas, especificando a natureza e
escreveu. demais características do produto interditado e
§ Único: O responsável técnico pelo o motivo da interdição;
estabelecimento rubricará os rótulos das
fórmulas aviadas e a receita correspondente
§ 2º: A mercadoria interditada não poderá ser § 1º: A perícia de contra será iniciada até 15
dada para consumo sob pena de ser dias após o recebimento da defesa
apreendida; apresentada pelo indiciado, e concluída nos
§ 3º: Para análise será colhido amostra que 15 dias subsequentes, salvo se condições
colocar enquanto involuções, lavrando a técnicas exigirem prazo maior.
autoridade o auto de apreensão, em quatro § 2º: Na data fixada para a perícia de
vias, que será assinada pelo atuante e pelo contraprova, o perito indiciado apresentara o
responsável legal, na sua ausência ou recusa, invólucro de amostra em seu poder;
por duas testemunhas; § 3º: A perícia de contraprova não será
§ 4º: O número de amostras será limitada à realizado se houver indícios de alteração ou
quantidade necessária e suficiente as violação dos invólucros, lavrando-se até
analises e exames; circunstanciada sobre o fato, assinado pelos
§ 5º: Dos quatro invólucros, invioláveis e peritos;
identificados no ato da apreensão, um ficará § 4º: Na hipótese do § anterior, prevalecera, o
em poder do dono do produto, com a primeira laudo de análise fiscal condenatório;
via do auto para recursos, outro será enviado § 5º: Aos peritos serão fornecidos todos os
no prazo de 5 dias, ao laboratório oficial, com informes precisos à realização da pericia de
a terceira via do auto de apreensão para contraprova;
analise fiscal e o quarto ficara em poder da § 6º: Aplicar-se a pericia de contraprova o
autoridade fiscalizadora, que será mesmo método de analise usado na analise
responsável pela integridade e conservação fiscal condenatório, podendo, ser adotado
da amostra; outro método de reconhecida eficácia se
§ 6º: O laboratório terá o prazo de 30 dias, houver concordância dos peritos;
contados da data do recebimento da amostra, § 7º: os peritos lavrarão termo e laudo do
para efetuar análise e os exames; ocorrido na pericia de contraprova, que ficarão
§ 7º: Quando se trata da amostra de produtos arquivadas no laboratório oficial, remetendo
perecíveis em prazo inferior ao do § anterior, sua conclusão de órgão sanitário de
a análise será feita de imediato; fiscalização.
§ 8º: O prazo previsto no § 6º poderá ser Art. 50: Confirmado pela pericia de contraprova o
prorrogado, até 15 dias, por razões técnicas resultado de análise fiscal combinatória, deverá a
justificadas. autoridade ao proferir decisão, determinar a
Art. 48: Concluída a análise, o laboratório inutilização do material, objeto de fraude;
remeterá o laudo à autoridade fiscalizadora Art. 51: Em caso de divergência entre os peritos
competente, que procederá de acordo com a quando ao resultado da analise ou discordância
conclusão do mesmo. entre os resultados dessa ultima com a pericia de
§ 1º: Se o resultado da análise fiscal não contraprova, caberá recurso da parte interessada
comprovar alteração do produto, este será ou do perito responsável pela analise
logo liberado; condenatória à autoridade competente, devendo
§ 2º: Comprovada a alteração, falsificação ou esta determinar a realização de novo exame
fraude, será lavrado, auto de infração e pericial sobre a amostra em poder do laboratório
notificado a empresa para inicio do processo; oficial do controle:
§ 3º: O indiciado terá 10 dias, contados da § 1º: O recurso de que trata este art. deverá ser
notificação para apresentar defesa escrita ou interposto sobre o mesmo no prazo de 10 dias,
contesta o resultado da análise, na segunda contados da data da conclusão da pericia de
hipótese, pericia da contraprova. contraprova.
§ 4º: A notificação do indiciado será feito por § 2º: A autoridade que recebe o recurso deverá
funcionário lotado no órgão sanitário ou decidir sobre o mesmo no prazo de 10 dias,
mediante registro postal e, no caso de não contados da data do seu recebimento;
ser localizado ou encontrado, por meio de § 3º: Esgotado o prazo de § 2, sem decisão do
edital; recurso, prevalecerá o resultado da pericia de
§ 5º: Decorrido o prazo do § 3º, sem que o contraprova.
notificado apresente defesa ao resultado da Art. 52: Configurada infração por inobservância de
analise, o laudo será considerado definitivo e preceitos ético-profissionais, o órgão fiscalizador
proferido a decisão pela autoridade sanitária. comunicará o fato ao CRF da jurisdição;
Art. 49: A pericia de contraprova será realizada no Art. 53: Não poderá ter exercício nos órgãos de
laboratório oficial que expedir o laudo fiscalização sanitário o servidor público que for
condenatório, com a presença do perito que sócio ou acionista de qualquer categoria, ou que
efetua ou a análise fiscal, do perito indicado pela prestar serviço à empresa.
empresa e do indicado pelo órgão fiscalizador,
usando-se as amostras do invólucro em poder do
detentor.
LEI 9787/1999 Art. 2º: O órgão federal responsável pela
Altera a lei nº 6360/1976 que dispõe sobre a vigilância sanitária regulamentará, em até 90 dias:
vigilância sanitária, estabelece o medicamento 1. Os critérios e condições para o registro e o
genérico, dispõe sobre o uso de nomes genéricos controle de qualidade dos medicamentos
em produtos farmacêuticos e dá outras genéricos;
providências. 2. Os critérios para provas de biodisponibilidade
Art. 1º: a lei 6360 passa a vigorar com as de produtos farmacêuticos em geral;
seguintes alterações: 3. Os critérios para a aferição de equivalência de
1. Denominação comum brasileira (DCB): medicamentos genéricos, para caracterização
Denominação do fármaco ou principio ativo de sua intercambialidade;
recomentado pela OMS; 4. Os critérios para dispensação de
2. Medicamento similar: O que contém o medicamentos genéricos nos serviços
mesmo ou os mesmos PA´s, apresenta as farmacêuticos governamentais e privados,
mesmas concentrações, forma farmacêutica, respeitados a decisão expressa de não
via de administração ou diagnóstica, do intercambialidade do profissional prescritor.
medicamento de referencia, podendo
diferenciar somente o tamanho e forma do
produto, prazo de validade, embalagem,
rotulagem, excipiente e veículos, devendo
sempre ser identificado por nome comercial
ou marca;
3. Medicamento genérico: Medicamento
similar a um grupo de referência ou inovador,
que pretende ser com este intercambiável,
produzidos após a expiração ou renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de
exclusividade, comprovada a sua eficácia,
segurança e qualidade, designada pelo DCP
ou, na sua ausência, pela DCI;
4. Medicamento de referência: Produtos
inovadores registrado no órgão federal
responsável pela vigilância sanitária e
comercializado no país, cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas
junto ao órgão competente, por ocasião do
registro;
5. Produto intercambiável: Equivalente
terapêutico de um medicamento de
referência, comprovados, os mesmos efeitos
de eficácia e segurança;
6. Bioequivalencia: Consiste na demonstração
de equivalência farmacêutica entre produtos
apresentados sob a forma farmacêutica
qualitativa e quantitativa de PA´s e que
tenham comparável biodisponibilidade,
quando estudados sob um mesmo desenho
experimental;
7. Biodisponibilidade: Indica a velocidade e a
extensão de absorção de um PA numa forma
de dosagem, a partir de sua curva de
concentração/tempo na circulação sistêmica
ou sua excreção na urina;
Art. 57:
§ Único: Os medicamentos que ostentam nome
comercial ou marca ostentaram também, com
o mesmo destaque e de forma legível, nas
peças referidas no caput deste art. na sua
falta, o DCI em letras e caracteres cujo
tamanho não será inferior a um meio do
tamanho das letras e caracteres do nome
comercial ou marca;
SUS
É uma nova formulação política e organizacional
para o reordenamentos dos serviços de saúde
estabelecido pela CF de 1988. O SUS é um
sistema único porque segue a mesma doutrina e
os mesmos princípios organizativos em todo o
território nacional, sob-responsabilidade das três
esferas autônomas do governo FEDERAL,
ESTADUAL e MUNICIPAL. O SUS não é um
instituto nem um serviço, mas sim um sistema que
significa um conjunto de unidades, de serviços e
ações que se integram para um fim comum. Esses
elementos referem-se, às atividades de proteção,
promoção e recuperação da saúde.
A expressão SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(SUS) alude em termos conceituais ao formato e
aos processos jurídico-institucionais e
administrativo compatíveis com a universalização
do direito à saúde em termos pragmáticos à rede
de instituição, serviços e ações, responsáveis pela do sistema que se pretende construir e um
garantia do acesso aos cuidados e atenção a caminho para sua construção. Para que o SUS
saúde. Os termos que compõem a expressão SUS venha a ser universal, é preciso desencadear
espelham positivamente criticas a organização um processo de universalização; ou seja, um
pretérita de assistência médica hospitalar processo de extensão de cobertura dos
brasileira. serviços, de modo que venha, paulatinamente,
a. Sistema: Conjunto de ações e instituições, a se tornar acessíveis a toda a população;
que de forma ordenada comum, perspectiva para isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas,
de ruptura com os esquemas assistenciais econômicas, culturais e sociais que
direcionadas a segmentos populacionais interponham entre a população e os serviços.
específico, que recortada segundo critérios A primeira delas, a barreira jurídica, foi
socioeconômicos, quer definidos a partir de eliminada com a CF de 1988, na medida em
fundamentos nosológicos; que essa universalizou o direito à saúde e,
b. Único: Referido à unificação de dois sistemas: com isso, eliminou a necessidade do usuário
o previdenciário e o ministério da saúde e do sistema público colocar-se como
secretarias estaduais e municipais de saúde, trabalhador ou como indigentes situações que
consubstancia da incorporação do INSTITUTO condicionavam o acesso aos serviços públicos
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA antes do SUS.
PROVIDENCIA SOCIAL (INAMPS) pelo 2. EQÜIDADE: É assegurar ações e serviços de
ministério da saúde e na universalização do todos os níveis de acordo com a complexidade
acesso a toda as ações e cuidados da rede que cada caso requeira, more o cidadão onde
assistencial pública e privada contratada e ao morar, sem privilegio e sem barreiras. Todo
comando único em cada esfera de governo; cidadão é igual perante o SUS e será atendido
c. Saúde: Compreendida como resultante e conforme suas necessidades até o limite de
condicionante de condições de vida, trabalho e que o sistema puder oferecer para todos; A
acesso a bens e serviços e, portanto, equidade é mais um dos princípios finalísticos
componentes essenciais da cidadania e do SUS e, atualmente, o tema central em
democracia e não apenas como ausência de todos os debates sobre as reformas dos
doença e objeto de intervenção da medicina. sistemas de saúde no mundo ocidental. A
noção de equidade diz respeito à necessidade
Ex.: 1: Estão incluídos no campo de atuação do de tratar desigualmente os desiguais, de modo
SUS, EXCETO. a alcançar a igualdade entre as pessoas e os
a. Incorreta: a participação na formulação da grupos sociais e o reconhecimento de que
politica reduzindo a execução de ações muitas dessas desigualdades são injustas e
saneamento básico; devem ser separados da saúde, as
b. A formulação e execução da politica de desigualdades sociais apresentam como
sangue e seus derivados; desigualdade diante de adoecer e do morrer,
c. A fiscalização e a inspeção de alimentos, água reconhecendo-se a possibilidade de redução
e bebidas para consumo humano; dessas desigualdades de modo a garantir
condições de vida e saúde mais iguais a todos.
3. INTEGRALIDADE: É o reconhecimento na
d. A formulação da politica de medicamento, prática dos serviços de que:
equipamentos, imunobiológicos e outros  Cada pessoa é um todo indivisível e
insumos para a saúde e a participação na sua integrante de uma comunidade;
produção;  As ações de promoção, proteção e
e. O incremento, em sua área de atuação, do recuperação da saúde formam também um
desenvolvimento científico e tecnológico. todo indivisível e não podem ser
compartimentalizadas;
DOUTRINAS  As unidades protetoras de serviços, com seus
Baseada na constituição, a construção do SUS se vários graus de complexidade, formam um
norteia pelos seguintes princípios doutrinários: todo indivisível configurando um sistema
1. UNIVERSALIDADE: É a garantia da atenção à capaz de prestar assistência integral.
saúde por parte do sistema, a todo e qualquer A integralidade diz respeito ao leque de ações
cidadão. Com a universalidade, o individuo possíveis para promoções da saúde, prevenção
passa a ter direito de acesso a todos os de riscos e agravos, e assistência, a doentes,
serviços públicos de saúde, assim como os implicado a sistematização do conjunto de práticas
contratados pelo poder público. Saúde é direito que vem sendo desenvolvidos para o
de cidadania e dever do governo municipal, enfrentamento dos problemas e o atendimento
estadual e federal; A universalidade é um das necessidades da saúde. A integralidade é um
principio finalístico, ou seja, é um ideal a ser atributo do modelo de atenção entendendo-se que
alcançado, indicando uma das características um modelo de atenção integral à saúde contempla
o conjunto de ações de promoção da saúde, em consideração o ser humano como um
prevenção de risco e agravos, assistência e todo e, portanto, tratar de todos os aspectos
recuperação. físicos e psicológicos do individuo.

Ex.: 1: A universalidade, a integralidade, a Ex.: 3: Uma senhora, atualmente com 62 anos de


equidade, a hierarquização, a regionalização e a idade, lembra-se do tempo em que o atendimento
participação popular estão no contexto dialético e médico era restrito aos trabalhadores com carteira
legal da confirmação do SUS. Com relação ao de trabalho assinada, destacando que ainda havia
principio da equidade, é CORRETO afirmar que restrições de acesso para eles a algumas
consiste em: necessidade de atendimento com base nessa
a. Oferecer atendimento indistinto a todos os situação hipotética, assinale a alternativa que
usuários, quanto às questões curativas; indica os princípios do SUS, que respectivamente,
b. Correta: Tratar desiguais de maneira desigual, procuram resolver os problemas apontados por
para que todas as necessidades de saúde essa senhora.
sejam atendidas da melhor forma e de acordo a. Integralidade e participação;
com as diferenças e vulnerabilidade especifica; b. Hierarquização e integralidade;
c. Atender todos os indivíduos igualmente c. Participação popular e universalidade;
privilegiando as questões curativas e de d. Equidade e universalidade;
acordo com as prioridades definidas pelo e. Correta: Universalidade e integralidade.
controle social;  Resposta E: de acordo com o principio da
d. Realizar atendimento crescente de níveis de universalidade, a saúde deve ser acessível
atenção primario para os de maior a todos, sem restrições. A integralidade está
complexidade; relacionada com a garantia de atendimento
e. Garantir acesso integral às ações e aos de todas as necessidades de saúde em todos
serviços de saúde. os níveis de complexidade do SUS.
 Resposta B: Segundo o principio da
equidade, regiões com condições piores de Ex.: 4:
saúde requerem mais investimentos do que
aquelas mais estruturadas; pessoas mais Uma das preocupações dos cidadão e dos profissionais de
saúde do SUS não ser adequada, em função de a capacidade
carentes merecem ser tratadas com
de articulação entre os gestores de saúde ainda ser
prioridades no SUS; usuário de saúde mais incipiente. Além disso, não se prioriza quem mais precisa de
graves devem ser atendidos mais atendimento considerando a maior vulnerab ilidade social,
rapidamente que aqueles com situações dado que todos têm acesso aos serviços de saúde.
clínicas mais leves etc.
Com base na situação hipotética apresentada,
assinale a alternativa que indica, respectivamente,
os princípios do SUS que buscam atender
realidades como as mencionadas nesse caso.

Ex.: 2: De acordo com o principio da a. Universalização e hierarquização;


integralidade, a atenção à saúde deve levar em b. Participação popular e universalidade;
consideração. c. Correta: Regionalização e equidade;
a. As necessidades específicas de pessoas ou d. Equidade e hierarquização;
grupo de pessoas, ainda que minoritários em e. Universalidade e equidade.
relação ao total da população;  Resposta C: O processo de regionalização
b. As necessidades básicas da população como é construído com o objetivo de oferecer, num
em todo, sob a perspectiva do ganho de determinado território, com o objetivo de
escala e de ações globais; garantir a efetivação do principio da
c. Os povos indígenas e as suas peculiaridades, integralidade. O principio da equidade,
usando prioritariamente os medicamentos regiões com condições piores de saúde
artesanais por eles fabricados nas populações requerem mais investimentos do que aquelas
rurais; mais estruturadas. Pessoas mais carentes
d. Correta: O ser humano como um todo e, merecem ser tratadas com prioridades no
portanto, tratar de todos os aspectos físicos e SUS; usuário de saúde com situações clinica
psicológicos do individuo; mais graves devem ser atendidos mais
e. O uso de alimentação integral com base em rapidamente que aqueles com situações
alimentos que não tiveram a respectiva clinicas mais leves etc.
estrutura modificada no processo de
industrialização. PRINCÍPIOS
 Resposta D: De acordo com o principio da 1. REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO:
integralidade, a atenção à saúde deve levar Os serviços devem ser organizados em níveis
de complexidade tecnológica crescente, 3. DESCENTRALIZAÇÃO: É entendida como
dispostos numa área geográfica delimitada e uma redistribuição das responsabilidades,
com definição da população a ser atendida. quanto às ações e serviços de saúde entre os
Isto implica na capacidade dos serviços em vários níveis de governo, a partir da ideia de
oferecer a uma determinada população todas que quanto mais perto do fato a decisão for
as modalidades de assistência, bem como o tomada, mais chance haverá de acerto. A
acesso a todo tipo de tecnologia disponível, descentralização da gestão do sistema implica
possibilitando um ótimo grau de resolubilidade. a transferência de poder de decisão sobre a
O acesso da população à rede deve se dar política de saúde do nível FEDERAL (MS)
através dos serviços de nível primário de para os ESTADOS (SES) e MUNICÍPIOS
atenção, que devem estar qualificadas para (SMS). Esta transferência ocorre a partir da
atender e resolver os principais problemas que redefinição das funções e responsabilidades
demandam os serviços de saúde. Os demais de cada nível do governo com relação à
deverão ser referenciados para os serviços de condução politica administrativo do sistema de
maior complexidade tecnológica. A rede de saúde em seu respectivo território, com a
serviços, organizada de forma hierarquizada e transferência de recursos financeiros,
regionalizada, permite um conhecimento maior humanos e materiais para o controle das
dos problemas de saúde da população da área instancias governamentais correspondentes.
delimitada, favorecendo ações de vigilância Assim:
epidemiológica, sanitária, controle de vetores,  O que é de abrangência de um município
educação em saúde, além das ações de deve ser de responsabilidade do governo do
atenção ambulatorial e hospitalar em todos os município;
níveis de complexidade.  O que é de abrangência do estado ou de uma
a. REGIONALIZAÇÃO: Implica a delimitação região estadual deve estar sob
de uma base territorial para o sistema de responsabilidade do governo estadual;
saúde, que leva em conta a divisão politico-  O que for de abrangência nacional será de
administrativa do país, mas também responsabilidade federal.
contempla a delimitação de espaço territorial Deverá haver uma profunda redefinição das
específica para organização das ações de atribuições dos vários níveis de governo, com
saúde, subdivisões ou agregações de espaço um nítido reforço do poder municipal sobre a
politico-administrativo; saúde, é o que se chama MUNICIPALIZAÇÃO
DA SAÚDE. Aos municípios cabe, a
responsabilidade na promoção das ações de
saúde diretamente voltadas aos seus cidadãos.

4. PARTICIPAÇÃO DO CIDADÃO: Garantia


b. HIERARQUIZAÇÃO: Diz respeito à constitucional de que a população, através de
possibilidade de organização das unidades suas entidades representativas, participará do
segundo grau de complexidade tecnológica processo de formulação das políticas de saúde
dos serviços; isto é, o estabelecimento de uma e do controle da sua execução, em todos os
rede que articula as unidades mais simples às níveis, desde o federal até o local. Essa
unidades mais complexas, por meio de um participação deve se darem nos conselhos de
SISTEMA DE REFERENCIA (SR) e CONTRA saúde, com representações paritárias de
REFERÊNCIA (CR) de usuário e de usuários, governo, profissionais de saúde e
informações. O processo de estabelecimento prestadores de serviço. Outra forma de
de redes hierarquizadas pode implicar o participação são conferências de saúde
estabelecimento de vínculos específicos entre periódicas, para definir prioridades e linhas de
as unidades que prestam serviços de ação sobre a saúde.
determinada natureza, como, exemplo, a rede Deve ser considerado elemento do processo
de atendimento a urgência/emergência, ou a participativo o dever das instituições oferecer as
rede de atenção à saúde mental. informações e conhecimentos necessários para
que a população se posicione sobre as questões
2. RESOLUBILIDADE: É a exigência de que, que dizem respeito à sua saúde.
quando um indivíduo busca o atendimento ou
quando surge um problema de impacto 5. COMPLEMENTARIDADE DO SETOR
coletivo sobre a saúde, o serviço PRIVADO: A CF definiu, que quando, por
correspondente esteja capacitado para insuficiência do setor público, for preciso a
enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível de sua contratação de serviços privados, isso deve se
competência. dar por três condições:
a. Celebração de contrato, conforme as normas a. Níveis diferentes de gestão;
de direito publico, ou seja, o interesse público b. Áreas geográficas distintas;
prevalecerá sobre o particular; c. Correta: Níveis de complexidade tecnológicos;
b. A instituição privada deverá estar de acordo d. Critérios de vigilância em saúde.
com os princípios básicos e normas técnicas
do SUS. Prevalecem assim, os princípios da Ex.: 5: Considerando a necessidade de
universalidade, eqüidade, etc. como se o classificação de risco para organização do
serviço privado fosse público, uma vez que, atendimento às urgências, estamos respeitando o
quando contratado, atua em nome deste; principio do SUS de.
c. A integração dos serviços privados deverá se a. Intersetorialidade;
dar na mesma lógica organizativa do SUS, b. Integralidade;
em termos de posição definida na rede c. Correta: equidade;
regionalizada e hierarquizada dos serviços. d. Universalidade;
Dessa forma, em cada região deverá estar e. Descentralização.
estabelecido, considerando-se os serviços
públicos e privados contratados, o que vai GESTORES
fazer, em que nível e em que lugar. Os gestores são as entidades encarregadas de
Dentre os serviços privados, devem ter fazer com que o SUS seja implantado e funcione
preferência os serviços não lucrativos, conforme dentro das diretrizes doutrinárias da lógica
determine a CF. Por isso, tornando-se organizacional, e seja operacionalizado dentro dos
fundamental o estabelecimento de normas e princípios do SUS haverá gestores nas três
procedimentos a serem cumpridos pelos esferas do governo municipal, estadual e federal.
conveniados e contratados, os quais devem Os gestores do SUS são representantes de cada
constar em anexo dos convênios e contratos. esfera do governo designados para o
desenvolvimento das funções do executivo na
Ex.: 1: As ações e serviços públicos de saúde e saúde:
os serviços privados contratados ou conveniados 1. Âmbito nacional (MINISTÉRIO DA SAÚDE);
que integram o SUS são desenvolvidos 2. Âmbito estadual (SECRETÁRIO DE
obedecendo alguns princípios. Dentre eles, é ESTADOS DE SAÚDE);
CORRETO citar a. 3. Âmbito municipal (SECRETÁRIO
a. Centralização politica-administrativa, com MUNICIPAL DE SAÚDE).
direção única em cada esfera de governo;
b. Uso da epidemiologia para o estabelecimento
de execução de recursos e orientação
programática;
c. Igualdade da assistência à saúde, com
privilégios de casos superiores; A atuação dos gestores do SUS efetiva-se por
d. Correto: Universalidade de acesso aos meio de exercício das funções gestores na saúde.
serviços de saúde em todos os níveis de As funções gestora podem ser definidas como um
assistência; conjunto de saberes e práticas de gestão
e. Organização dos entes públicos para necessários para a implementação de politicas na
promover a duplicidade de meios para fins área da saúde.
idênticos. Nos municípios os gestores são as secretarias
municipais de saúde ou as prefeituras, sendo
Ex.: 2: Regionalização e hierarquização são as responsáveis pelas mesmas, às respectivas
bases para: secretarias municipais e prefeitos. Nos estados,
a. Humanização do SUS; os gestores são as secretarias estaduais de saúde
b. Centralização do SUS; e no nível federal o ministério da saúde.
c. Correta: organização do SUS; A responsabilidade sobre as ações e serviços de
d. Segmentação do SUS; saúde em cada esfera de governo, é do titular da
e. Validação do SUS. secretaria respectiva, e do ministério da saúde no
federal.
Ex.: 3: São princípios e diretrizes do SUS, No NÍVEL MUNICIPAL, cabe aos gestores
EXCETO. programar, executar e avaliar as ações da
a. Universalidade; promoção, proteção e recuperação da saúde. Isto
b. Equidade; significa que o município deve ser o primeiro e o
c. Integralidade; maior responsável pelas ações de saúde para a
d. Incorreta: Gratuidade; sua população. Como os serviços devem ser
e. Regionalização. oferecidos em quantidade e qualidade adequadas
às necessidades da saúde da população, não há
Ex.: 4: Ao afirmar que temos um sistema de ninguém melhor que os gestores municipais para
saúde hierarquizado diz que ele é organizado por.
avaliar o programa das ações de saúde em função a. A administração dos recursos orçamentários e
da problemática da população do seu município. financeiros destinados em cada ano, à saúde;
O SECRETÁRIO ESTADUAL DE SAÚDE, como b. A elaboração das normas técnicas
gestor estadual, é responsável pela coordenação estabelecimentos de padrões de qualidade
das ações de saúde do seu estado. Seu plano para a promoção da saúde do trabalhador;
diretor será a consolidação das necessidades c. Incorreta: a restrição de pesquisa e estudos
propostas de cada município, através de planos na área da saúde as instituição internacionais;
municipais, ajustados entre si, ao desenvolvimento d. A implementação do sistema nacional de
das ações. Assim, cabe aos estados, planejar e sangue, componentes derivados.
controlar o SUS em nível de responsabilidade e
executar apenas as ações de saúde que os Ex.: 4: A direção estadual do SUS cabe coordenar
municípios não forem capazes ou não lhes cabe e em caráter complementar, executar ações
executar. ambiental permanente.
O NÍVEL FEDERAL, o gestor é o ministério da a. Vigilância epidemiológica e ambiental
saúde, e sua missão é liderar o conjunto de ações permanente;
de promoção, proteção e recuperação da saúde b. Ação comunitária e de alimentação e nutrição;
identificando riscos e necessidades nas diferentes c. Construção de moradias populares de saúde
regiões, para a melhoria da qualidade de vida do do trabalhador;
povo, contribuindo para o seu desenvolvimento. d. Correta: vigilância sanitária e de saúde do
Ele é responsável pela formulação, coordenação e trabalhador;
controle da política nacional da saúde. Tem e. Mobilização e serviços de vigilância ambiental
importantes funções no planejamento, permanente.
financiamento, cooperação técnica e controle do
SUS.
Em cada esfera do governo, o gestor deverá se
articular com os demais setores da sociedade que
tem interferência direta ou indireta na área da
saúde, fomentando sua integração e participação
no processo.

Ex.: 1: São serviços de competência da direção


municipal do SUS, EXCETO.
a. Vigilância epidemiológica;
b. Incorreta: Previdência;
c. Vigilância sanitária;
d. Saneamento básico.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Ex.: 2: A respeito da organização da direção e da Nos termos do texto constitucional, as ações e
gestão do SUS, Assinale a alternativa CORRETA. serviços públicos de saúde integram uma rede
a. Correta: Os municípios poderão constituir regionalizada e hierarquizada e constituem um
consórcios para desenvolver em conjunto as sistema único, organizado de forma
ações e serviços de saúde que lhes descentralizada, com direção em cada esfera de
correspondam; governo, voltado ao atendimento integral, com
b. No nível municipal, o SUS, poderá organizar- prioridade para atividade preventiva, sem
se em distrito de forma a integrar e articular prejuízos dos serviços essenciais, assegurando-se
recursos, técnicas e práticas para a cobertura a participação da comunidade (art. 198). No art.
aproximadamente 50% das ações em saúde, 200: Vê-se, assim, que, além de determinar a
deixando o restante para a iniciativa privada; instituições de um sistema único e integrado de
c. A articulação das politicas e programas, a saúde, o constituinte definiu, de forma ampla, as
cargo das comissões intersetoriais, suas atribuições. No plano infraconstitucional, o
abrangerão somente as atividades de modelo esta disciplinado pelas leis federais nº
vigilância sanitária e saúde do trabalhador; 8.142 e 8.080/90. Ao criar o SUS, o constituinte
d. A atuação das comissões bipartite e tripartite originário rompeu com a tradição até então
terá por objetivo decidir sobre os aspectos existente e adotou uma rede regionalizada e
financeiros e administrativos responsabilização hierarquizada, segundo o critério da
de outras comissões. subsidiariedade, como forma de melhor
concretizar esse direito social. Sua concepção
Ex.: 3: Está INCORRETO afirmar que são decorreu em parte da evolução do sistema que
atribuições comuns da união, dos estados, do DF antes era instituída em nível ordinário, com o
e dos municípios, no âmbito administrativo do sistema nacional de saúde, criado pela lei nº
SUS: 6.229/75 e o sistema unificado e descentralizado
de saúde. Pelo caráter regionalizado do SUS, a
competência para cuidar da saúde foi definida a. A seguridade social será financiada apenas
como comum dos entes da federação. O art. 23, 2, pelas contribuições sociais;
da constituição, prevê que união, estados, DF e b. Sobre a receita de concursos de prognósticos
municípios são responsáveis solitários pela saúde não incide a contribuição social.
junto ao individuo e à coletividade. Para sua c. Incidirá contribuição social sobre a
efetiva concretização, a forma de seu aposentadoria e a pensão concedidas pelo
financiamento passa a ser questão vital, regime geral de previdência social.
especialmente aos municípios. d. Em relação ao empregado, à empresa e à
entidade a ela equiparada na forma da lei,
Financiamento haverá incidência da contribuição social sobre
Um dos pontos basilares do SUS é sua a receita e faturamento, mas não sobre o
descentralização, por entender-se que, com essa, lucro;
aspectos regionais de cada região, num país e. Correto: Um dos contribuintes da contribuição
marcado pela heterogeneidade, seriam social é o importador de bens ou serviços do
preservados. Nesse aspecto, a importância da exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
municipalização do financiamento e uma  Resposta E: Uma questão que requer
consequente diminuição centralizada tornam-se conhecimento do art. 195 da CF de 88.
relevantes. O financiamento do SUS é previsto no Vamos ao texto do art. em questão:
§ 1º do art. 198 da CF, que estabeleceu que será “Art. 195. A seguridade social será financiada por
viabilizado por meio de recursos do orçamento da toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
seguridade social, da união, dos estado, do DF e termos da lei, mediante recursos provenientes dos
dos municípios, bem como de outras fontes. O art. orçamentos da União, dos Estados, DF e dos
55 do ADCT dispõe que até que seja aprovada a Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
lei de diretrizes orçamentaria de 30%, no mínimo, 1. Do empregador, da empresa e da entidade a
do orçamento da seguridade social, excluído o ela equiparada na forma da lei, incidentes
seguro-desemprego, serão destinados ao setor de sobre:
saúde. O rateio dos recursos dos estados a. A folha de salários e demais rendimentos do
transferidos aos municípios seguirá, por sua vez, o trabalho pagos ou creditados, a qualquer
critério de necessidade de saúde da população e título, à pessoa física que lhe preste serviço,
levará em considerações às dimensões mesmo sem vínculo empregatício;
epidemiológica, demográfica, socioeconômica e b. A receita ou o faturamento;
especial a capacidade de oferta de ações e de c. O lucro;
serviços de saúde, observada a necessidade de
reduzir as desigualdades regionais (art. 19).
2. Do trabalhador e dos demais segurados da
Ex.: 1: Quanto à seguridade social, assinale a previdência social, não incidindo contribuição
alternativa CORRETA. sobre aposentadoria e pensão concedidas
a. A saúde é direito de todos e dever do estado, pelo regime geral de previdência social de que
garantido mediante politica sociais e trata o art. 201;
econômicas, com acesso preferencial aos 3. Sobre a receita de concursos de prognósticos.
mais pobres; 4. Do importador de bens ou serviços do
b. As ações e serviços públicos de saúde exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
integram uma rede centralizada e constitui um
sistema único; Direito à saúde e setor privado
c. Correta: A união aplicará anualmente, em Ainda que seja um sistema público, a rede
ações e serviços públicos de saúde, valor não privada de saúde pode igualmente integrar o SUS,
inferior a 15% das receitas correntes líquido do por meio de contratação ou convenio firmado
respectivo exercício financeiro; como as instituições privadas acabam por formar
d. As ações e serviços públicos de saúde não uma rede regional, para melhor adequação as
contarão com a participação da comunidade; particularidade locais, concretizado, com isso,
e. A assistência à saúde é exclusiva do poder diretrizes da própria OMS, e observando um
público. conjunto de princípios que regem o sistema,
 Resposta C: Somente no ano de 2015, com integralidade, igualdade e participação da
a inclusão da EC 86 ficou definido que a comunidade.
união deveria aplicar não menos do que 15%
de sua receita corrente líquida para fins
funcionamento e qualificação do SUS.

Ex.: 2: A respeito do financiamento da seguridade


social, de acordo com as disposições contidas na
CF, assinale a alternativa CORRETA.

Вам также может понравиться