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Drágeas LÍQUIDOS
Embora possamos revestir os granulados, as Podem conter uma ou mais substâncias químicas
pílulas e as capsulas, os comprimidos são as dissolvidas num solvente adequado, ou em uma
formas farmacêuticas com maior aplicação desse mistura de solventes miscíveis, ou dispensáveis
processo. Comprimidos revestidos são chamados no que diz respeito às preparações. Representam
de drágeas. a maior parte das formas farmacêuticas, quando
Vantagens: comparada com a concentração do ativo.
Administração de medicamento com PA de Soluções:
aromas ou sabor desagradável; Simples e Composta;
Possibilita o uso de substâncias que Xaropes;
atacariam as mucosas; Elixires.
Permite, com o envolvimento adequado, que Dispersões:
os comprimidos resistam à ação do suco Emulsões;
gástrico; Suspensões.
Promove fácil deglutição dos comprimidos
que desliza melhor para o estômago, já que
suas arestas foram arredondadas. Soluções
São misturas de duas ou mais substâncias do
Cápsulas ponto de vista químico e físico são homogêneas.
São formas farmacêuticas sólidas, com invólucro As soluções farmacêuticas são sempre líquidas e
duro ou mole, de várias formas e tamanhos, obtidas da dissolução de um sólido ou líquido em
contendo uma dose unitária de PA. Os invólucros outro líquido. Os fatores que influenciam na
são formados de gelatina de origem animal, dissolução são:
também podem ser de amido. pH: Dependendo do pH do soluto, há maior
ou menor dissolução do mesmo em função
Cápsulas de gelatinas (CG) do pH do solvente;
São preparações feitas por invólucros gelatinosos Agitação: Em geral, quanto maior a agitação
ocos, de forma esférica, ovoide, coradas ou melhor a dissolução;
brancas, contendo PA sólidos, pastosos ou Tamanho do soluto: Quanto menor a
líquidos. As cápsulas duras tem o invólucro é partícula do soluto a ser dissolvido, melhor
constituído por gelatina. As cápsulas moles ou sua dissolução.
elásticas são formadas por gelatinas adicionadas Temperatura: Em geral o aumento da
de emoliente. As CG duras são consideradas, a temperatura facilita a dissolução.
melhor forma para acondicionar PA, pois Vantagens:
protegem contra ação da luz, da associação de Flexibilidade de dosagem;
substâncias incompatíveis, impedido a percepção Facilidade de administração;
de sabor e odor desagradável dos fármacos, com Rápida absorção;
pouco volume, conservam-se bem e de boa Homogeneidade na dosificação independente
aparência. Por outro lado, as substâncias da agitação, quando comparada à forma de
administradas na forma de CG orais são suspensão;
rapidamente liberadas quando em contato com o Possibilidade de adição de co-solventes para
suco gástrico, mas podemos revesti-las com princípios ativos pouco solúveis no veículo
envolvimento gastrorresistentes, fazendo principal.
degradar-se no intestino. Sob a forma de CG Desvantagens:
podemos administrar medicamentos destinados a Maior possibilidade de alterações físico-
proporcionarem uma ação farmacológica líquida, químicas;
sejam acondicionados no invólucro gelatinoso Maior possibilidade de contaminação;
pequenos grânulos com tempos de desagregação São mais difíceis de serem transportados
diferente. As CG podem ser administradas por pelo paciente do que as formas sólidas.
vias diferentes da bucal preparando-se cápsulas O paciente pode não ter acesso a sistema de
para aplicação retal, nasal e vaginal. Para medida de volume preciso e uniforme,
satisfazer os requisitos, é preciso ter as seguintes podendo haver variação de uma dose para
qualidades: outra.
Os PA´s devem ser estáveis; Sistema homogêneo: É caracterizado por
Os receptores gelatinosos não devem sofrer apresentar somente uma fase, podendo ser
alterações; constituída por uma substância pura ou uma
As cápsulas devem ser administradas sem mistura homogênea:
qualquer incomodo causado pelo cheiro ou Água e sal, água e açúcar;
pelo sabor dos seus componentes;
Sempre que não podemos distinguir as fases de aquoso formado pela conjuntiva. Trata
um sistema a olho nu ele é classificado como condições superficiais ou intraoculares:
homogêneo. Incluindo infecções bacterianas, fúngicas e
virais dos olhos ou pálpebras;
Preparações otológicas Conjuntivites alérgicas ou infecções;
São preparações destinadas à aplicação na Síndrome do olho seco.
cavidade auricular, apresentadas sob formas As soluções oculares são administradas em
líquidas ou semi-sólidas. São produtos semi- pequenas quantidades, são usadas soluções em
estéreis, veículo viscoso, para aderir às paredes gotas e pomadas aplicadas, em finas camadas na
do conduto auditivo. É usado para remoção de margem das pálpebras. Os colírios devem ser
cerume em excesso, tratamento de infecções, estéreis e com boa conservação. Podemos usar
inflamações ou dores nos ouvidos. conservantes para manter a esterilidade durante o
Líquidas: São formas destinadas à instilação uso, quando livre de conservantes devem ser
no conduto auditivo; acondicionados em embalagem de dose unitária.
Pomadas óticas: São preparações semi-
sólidas aplicadas no exterior do ouvido.
Emulsões
São dispersões de duas fases líquidas
constituída por um líquido imiscível num outro
líquido sob a forma de gotículas. Sua estabilidade
depende do tipo de agentes emulsionantes
usados, e da película interfacial capaz de formar-
se rapidamente, impedindo a aproximação e união
da fase dispersa. Figura 2: Emulsão. (a) fase oleosa; (b) fase aquosa.
A partir dos componentes e da viscosidade
podemos separá-las como líquidos para uso Tipos de emulsão: A fase em que o
internos ou externos, ou semissólidos para uso tensoativo for mais solúvel determina a fase
externo. As formas de uso externo são chamadas externa. Sendo assim, as emulsões se dividem
loções quando líquidas, de cremes quando em simples e múltiplas.
sólida. São classificadas pelo: Simples:
Tamanho das gotículas: microemulsões e o/a: fase interna formada por gotículas de
emulsões; óleo envoltas pela fase aquosa, são
Número de fases: bifásica, trifásica e múltipla; facilmente lavadas;
Dispersão das fases: emulsões (a/o) ou (o/a). a/o: fase interna formada por gotículas de
A maioria das emulsões é do tipo o/a: laváveis H2O, envolta por uma fase oleosa contínua.
e facilmente removidos da pele ou das roupas, Múltiplas
apresentando melhor biodisponibilidade. a/o/a: Água em óleo, em água: fase mais
interna aquosa, circundada por uma fase
intermediária oleosa, e por fim, envolvida
pela fase aquosa;
o/a/o: Óleo em água, em óleo: fase mais
interna oleosa, circundada por uma fase
Figura 1: Emulsão. (a) tensoativos (agente emulsificante);
intermediária aquosa, e por fim, envolvida
(b) óleo; (c) água; (d) agitação; (e) emulsão. pela fase oleosa.
Vantagens:
Aumento da estabilidade química da solução;
Solubilização do fármaco na fase interna ou
externa;
Mascaramento de sabor e odor desagradável
de certos fármacos pela solubilização;
Biocompatibilidade com a pele humana. Figura 3: (1) emulsões o/a: (a) água; (b) óleo. (2) emulsões
Desvantagens: a/o: (a) óleo: (b) água. (3) emulsão o/a/o. (a) água; (b) óleo; (c)
Baixa estabilidade física ou físico-química; água. (4) emulsão o/a/o; (d) óleo.
Menor uniformidade.
Uso interno e externo: O interesse da
Pré-requisitos: As emulsões devem farmacotécnica nas emulsões vem da
apresentar viscosidade adequada ao uso possibilidade da administração, numa mistura
tópico ou oral. Os tensoativos usados na substâncias hidro e lipossolúveis, o que,
conforme ao seu fim, podem ser uma emulsão
de uso interno ou externo.
Uso interno: Uma emulsão para uso interno
pode ser administrada oralmente ou por via
endovenosa.
Via oral: As emulsões administradas por VO
pertencem ao tipo o/a, tornando palatáveis
óleos intragáveis, visto que a dispersão é
feita em veículo aquoso edulcorado e
flavorizado, e a fase interna passa pelas
papilas gustativas sem entrar em contato
com elas, indo direto para o estômago. Os
agentes molhantes devem ser
hidrossolúveis, pois tais substâncias devem
ficar concentradas na fase externa da
emulsão, uma vez que poderão disfarçar o
gosto da droga que queremos corrigir.
O tamanho reduzido dos glóbulos de óleo pode Semi-solidas
torná-lo mais digerível e acelerar sua absorção. São classificados como pomadas, cremes e geis,
Em alguns casos podemos corrigir o gosto sendo estas destinadas à aplicação tópica. Pode
desagradável de algumas substancias ser administrada a pele, na superfície dos olhos,
hidrossolúveis que figuram na mesma emulsão o/a via nasal, via vaginal ou retal as preparações
recorrendo a uma dupla emulsão. Conseguimos tópicas podem ser usadas buscando efeitos
encobrir o gosto amargo de um produto solúvel na tópicos ou efeitos sistêmicos; com isso,deve-se
água incorporando-o primeiro na fase interna de considerar para qual paciente será administrado,
uma emulsão do tipo a/o por adição de um agente pois como pode atingir a corrente sanguínea, o
emulsivo do tipo hidrófilo, resultando que a cuidado na administração em gestante deve
substância amarga fica situada na parte mais existirpara que não chegue a corrente sanguínea
interna da fase aquosa da dupla, emulsão a/o/a, em gestante deve existir para que não chegue à
conseguindo-se, assim, disfarçar o seu paladar corrente sanguínea do feo e ne do recem-nascido,
desagradável. através do leite materno.
Uso externo: Para aplicação externa as
emulsões podem ser do tipo o/a ou a/o, Pomadas
podendo ser preparada uma fórmula de Formas farmacêuticas plásticas deformáveis, de
consistência variável. As soluções de uso consistência mole, destinada ao uso externo, para
externo, aplicáveis sobre a pele, podem ser a ação tópica, dotadas de propriedades plásticas
preparadas na forma o/a ou a/o dependendo que permitem, mediante um esforço mecânico,
de fatores, como natureza dos agentes que a sua forma se modifique, adaptando-se às
terapêuticos, necessidade de um emoliente, e superfícies da pele ou às paredes das cavidades
situação da superfície cutânea. Na pele mucosas que se aplicam.
íntegra, as emulsões de a/o geralmente podem As pomadas são usadas para ações epidérmicas,
ser aplicadas com mais uniformidade, pois a já que a penetrabilidade dos fármacos que
pele está coberta por uma fina película de transportam é pouca. Nestas circunstâncias são
sebo, e essa superfície é mais facilmente especialmente usados como veículos de fármacos
umedecida por óleo do que por água. As antissépticos e adstringentes. São classificadas
emulsões de a/o também são mais emolientes quanto à sua composição ou em relação ao tipo
para a pele, pois resistem mais à secagem e de ação terapêutica, em:
são resistentes à retirada pela água. Por Epidérmicas: Pomadas que possui fraco ou
vezes, a emulsificação de um medicamento nenhum poder de penetração cutânea;
numa base provoca a diminuição do ritmo de Endodérmicas: Pomadas que penetram na
absorção dessa substância através da pele e epiderme, atuando nas camadas mais
das membranas mucosas e tal propriedade profundas, mas sem que os fármacos
pode ser aproveitada para obtenção de veiculados cheguem à circulação.
fórmulas de ação retardada. Assim a efedrina, De acordo com o aspecto, consistência ou
na forma de emulsão o/a, é mais lentamente composição do excipiente:
absorvida pela mucosa nasal do que aplicada Pomadas propriamente ditas: São untuosas
em solução oleosa, o que torna possível e preparadas com excipientes gordurosos ou
prolongar seu efeito vasoconstritor local. com PEG;
Cremes: São preparados com excipientes
emulsivos do tipo o/a ou a/o;
Cerelos ou Cerotos: Contém uma % de propriedade favorece o contato com a superfície
ceras; do tecido epitelial e permite a mistura, por
Unguentos: Quando contém resinas; emulsificação, com conteúdo dos sacos pilo-
Pasta dérmica: Apresentam-se espessas, sebáceos. Esses cremes combinam-se, pelos
com muitos pós-insolúveis; seus constituintes emulsivos, com as proteínas
Glicerídeos: Excipiente constituído de gel de celulares, sendo mais intensa a fixação quando os
amido com um poliol, como a glicerina; emulgentes forem catiônicos.
Pomadas-geleia: Quando os seus excipientes Os cremes de o/a são bem tolerados nas
são géis minerais ou orgânicos. epidermes, podendo ser irritantes, em especial os
de aniões ativo, quando a pele apresenta solução
de continuidade. Nesses casos, tem-se procurado
reduzira a irritação provocada adicionando sais
tampões ao creme.
Uma das principais vantagens dos cremes o/a é o
fato de serem facilmente removido da pele ou das
roupas por simples lavagem.
Pastas
Tipos de pomadas O termo pasta dérmica, designa preparações
Pomadas propriamente ditas (PPD): São para aplicação cutânea que tem uma quantidade
preparadas com excipientes gordurosos ou de substâncias pulverulentas.
com PEG, apresentam-se moles e untuosas. A presença de altas concentrações de pós torna
São preparações anidras ou com pouca as pastas completamente diferentes das pomadas
quantidade de água incorporada. Em regra, propriamente ditas, pois apresentam um ligeiro
são congestivas, pois não permitem a efeito secante, absorvendo os exsudados
respiração cutânea. A PPD que contém cutâneos, o que se deve à adsorção ou à
resinas é designada por unguentos. O termo capilaridade, não causando congestão dos
unguento vem do latim Ungere=untos e é hoje tecidos, como acontece com as pomadas.
tomado no sentido, de qualquer tipo de Podemos usa-lo para superfícies cutâneas úmidas
pomada. Unguentos são preparações de ou molhadas, estando indicado, neste caso, o uso
consistência firme, mais espessa do que a dos de pasta formada por excipientes hidrófilos
ceratos, que além de, conterem natureza miscíveis com as secreções da pele.
resinosa, podem apresentar ceras.
PPD hidrófobas: formas semi-sólidas, Gel ou Pomadas-géis
translucidas, pegajosas, e consistentes São constituídos por géis minerais ou orgânicos.
que absorvem pouca água; As pomadas géis tem um efeito emoliente e
PPD hidrófilas: formas miscíveis na água, refrescante, mas a sua rápida secagem
composta de polímeros hidrófilos (PEG) de transforma-os numa película quebradiça quando
pesos moleculares distintos. São aplicadas na epiderme. Por outro lado, estas
consistentes, removidas por água e de pomadas são susceptíveis de não apresentarem
aparência translucida. poder de penetração cutânea, já que os seus
excipientes, formados por grandes moléculas
Ceras e ceratos coloidais, não podem atravessar a epiderme
Dentro das PPD temos aquelas que contêm intacta e, não mostram qualquer espécie de
ceras e podemos designar por ceratos. O termo afinidade as proteínas da pele.
cerato ou ceroto provém da designação dada, em
latim, as preparações untuosas que apresentam Supositórios
elevada quantidade de ceras. Consideramos como São preparações farmacêuticas sólidas, com um
ceratos as pomadas com 20% ou mais de ceras, ou vários PA, de forma e peso variado. A sua
podendo possuir uma pequena quantidade de forma (cônica ou ovoide), volume, consistências
água, mas que, não formam emulsões são adaptadas à administração retal. No reto
verdadeiras, mas pseudoemulsões. devem fundir-se, dissolver-se, emulsionar ou
desagregar-se. Normalmente com peso
Cremes aproximado de 2,5g, para adultos 1,5g para
Cremes são emulsões com substâncias crianças e 1g para lactantes. Os PA são triturados
medicamentosas dissolvidas ou suspensas nas e tamisados, em seguida dispersos ou dissolvidos
suas fases aquosa ou oleosa. A maioria são num excipiente simples ou composto, solúveis ou
emulsões de o/a, também são preparados vários disperso na água ou que funde à temperatura
cremes de a/o. Por vezes, a fase oleosa pode corporal. Assim, os supositórios podem destinar-
apresentar elevado poder de penetração na pele, se a um tratamento local (adstringentes,
em especial molhantes, que permitem atravessar desinfetantes, anestésicos, anti-inflamatório,
a barreira lipídica cutânea que emulsionam. Esta laxativos por efeito osmótico, etc.), ou substituírem
as preparações que eram por via oral (fármacos
irritantes, nauseosos, com cheiro e sabor
desagradável; existência de lesões gástricas,
impossibilidade de deglutição, tratamento em
pediatria, etc.). Os supositórios também podem
substituir as medicações parenterais,
hipodérmicas e intramusculares, sempre que os
fármacos determinem reações locais, como
endurecimento, infiltração dolorosa, tumefação,
etc. Ou quando as substâncias medicamentosas
influenciam o metabolismo, ou seja, inativados
pelas enzimas da região.
Óvulos
Conhecidos como supositório vaginal, são
preparações farmacêuticas de forma ovoide, de
consistência sólida, em regra mole, destinado a
serem introduzidos na vagina. Obtidas por
solidificação ou compressão em moldes, são
obtidos por incorporação de PA num excipiente
Hidrodispersíveis, como a glicerina-gelatinada. Em
geral destinado à ação local, sendo antibióticos,
antiparasitários, antissépticos, entre outros, os
fármacos mais usados em óvulos são:
Mercurocromo (antisséptico), Tanino
(adstringente), Ópio (calmante), Penicilina e
sulfamidas (bactericida e bacteriostático).
Velas
São preparações farmacêuticas consistentes de
forma cilíndrica destinada à aplicação uretral. São
cilíndricos arredondados numa das extremidades,
eram preparadas com lactose, goma arábica e
mel, hoje são obtidos com gelatina-glicerinada,
manteiga de cacau e glicerídeos semissintéticos.
Devem ser sólidos, mas elásticas para resistir,
sem ruptura, as deformações inerentes a sua
aplicação.
Instabilidade química
Alguns fármacos, como a benzilpenicilina são
Extensão da absorção instáveis no pH gástrico. Outros, como a insulina,
Depois da administração oral, um fármaco pode são destruídos no TGI pelas enzimas.
ser absorvido incompletamente, por exemplo,
somente 70% de uma dose de digoxina alcançam Natureza da formação do fármaco
a circulação sistêmica. Isso se deve à falta de A absorção pode ser alterada por fatores não
absorção do intestino. Outros fármacos são relacionados com a sua estrutura química. Por
demasiadamente hidrofílico (Atenolol) ou lipofílico exemplo, o tamanho da partícula, o tipo de sal, o
(aciclovir) para serem absorvidos com facilidade, e polimorfismo cristalino, o revestimento entérico e a
sua baixa biodisponibilidade também se deve à presença de excipiente (como os agentes
absorção incompleta. aglutinantes e dispersantes) podem influenciar a
Se muito hidrofílico, o fármaco não pode facilidade da dissolução e, por isso, alterar a
atravessar a membrana lipídica celular; se velocidade de absorção.
lipofílico demais, o fármaco não é solúvel o
Ex.: 1: Sobre biodisponibilidade, analise as
bastante para cruzar a camada de água adjacente
à célula. Fármacos podem não ser absorvidos por afirmativas a seguir.
causa de um transportador inverso associado à 1. A biodisponibilidade é menor do que 100%
glicoproteína-P. esse processo bombeia para fármacos que não são administrados por
ativamente o fármaco fora das células da parede via intravenosa.
intestinal e de volta ao lúmen do intestino. A 2. A ÁREA SOB A CURVA (ASC) é o parâmetro
inibição da glicoproteína-P e do metabolismo da farmacocinético usado para avaliar a
parede intestinal, por exemplo, por suco de biodisponibilidade absoluta.
toranja, pode se associar aumento da absorção do 3. Medicamentos de uso oral cujos fármacos não
fármaco. sejam absorvidos no trato gastrintestinal não
necessitam de estudos de biodisponibilidade
Eliminação de primeira passagem relativa.
Após a absorção através da parede intestinal, o 4. A biodisponibilidade traduz a velocidade e a
sangue da veia porta leva o fármaco ao fígado extensão de absorção de um fármaco a partir
antes da entrada na circulação sistêmica. Um de uma forma de administração.
fármaco pode ser metabolizado na parede Assinale:
intestinal (ex.: pelo sistema enzimático CYP3194), a. Se apenas a afirmativa 2 estiver correta.
ou mesmo no sangue da porta, porem, é mais b. Se apenas as afirmativas 2, 3 e 4 estiverem
comum, o fígado metabolizar antes do fármaco corretas.
atingir a circulação sistêmica. Além disso, o fígado c. Se apenas as afirmativas 2 e 3 estiverem
excreta o fármaco na bile. Qualquer desses corretas.
lugares contribui para a redução da d. Se apenas a afirmativa 4 estiver correta.
biodisponibilidade, e o processo geral é conhecido e. Correta: Se todas as afirmativas estiverem
como eliminação de primeira passagem o efeito corretas.
da eliminação hepática na primeira passagem
sobre a biodisponibilidade é expresso como a Ex.: 2: Com relação a biodisponibilidade de um
razão de extração (ER): fármaco é INCORRETO afirmar que:
a. Incorreta: Para uma dose, por via oral, de um c. O polimorfismo genético.
fármaco a biodisponibilidade pode ser superior d. O polimorfismo do fármaco.
a unidade ou 100%. e. O fluxo sanguíneo.
b. A biodisponibilidade é a fração do fármaco
inalterado que alcança a circulação sistêmica Ex.: 5: A biodisponibilidade indica a velocidade e
após sua administração por qualquer via. a extensão de absorção de um princípio ativo em
c. Para uma dose intravenosa de um fármaco, a uma forma de dosagem, a partir de sua curva de
biodisponibilidade é igual à unidade ou 100%. concentração/tempo na circulação sistêmica ou de
d. Para uma dose, por via oral, de um fármaco a sua excreção na urina. A clorpromazina,
biodisponibilidade pode ser inferior a unidade antipsicótico de amplo uso, apresenta uma
ou 100%. biodisponibilidade em torno de 30%. Outras
características farmacocinéticas deste fármaco
são a elevada metabolização (inclusive de
primeira passagem), 90% de ligação a proteínas
plasmáticas e elevado volume de distribuição
(VD). Comparando a dose máxima administrada
pela via oral (VO) e pela via intramuscular (IM) da
clorpromazina, é CORRETO afirmar que:
a. A dose IM é maior devido ao metabolismo de
Ex.: 3: De acordo com as definições técnico- primeira passagem.
científicas e legais, dois medicamentos serão b. A dose VO é maior devido à forte ligação com
considerados bioequivalentes quando, proteínas plasmáticas.
apresentados sob a mesma forma farmacêutica e c. A dose IM é maior devido ao elevado volume
contendo idêntica composição qualitativa e de distribuição.
quantitativa de princípios ativos, apresentarem d. Correta: A dose VO é maior devido à
comparável biodisponibilidade quando estudados diminuída biodisponibilidade.
num mesmo desenho experimental. A respeito do
assunto, assinale a alternativa CORRETA. Ex.: 6: É CORRETO afirmar que O termo
a. A biodisponibilidade é uma característica biodisponibilidade pode ser considerado como
exclusiva do fármaco, correspondendo à sinônimo do termo bioequivalência.
fração de uma dose oral que chega na a. Se considera biodisponibilidade como sendo a
circulação sistêmica na forma de fármaco taxa e a extensão na qual uma molécula ativa
intacto. é absorvida e torna-se disponível no sítio de
b. Correto: Variações na atividade enzimática da ação da droga.
parede intestinal ou do fígado, no pH gástrico b. A biodisponibilidade é determinada através da
ou na motilidade intestinal podem afetar a medida da concentração do princípio ativo da
biodisponibilidade de medicamentos. droga no sangue total, e não em outro líquido
c. Para que dois medicamentos possam ser biológico.
considerados intercambiáveis, será suficiente
apresentar os estudos de biodisponibilidade de
cada um deles. c. Biodisponibilidade absoluta é a fração da dose
d. Quando se estuda biodisponibilidade de que é efetivamente absorvida após
determinado medicamento em determinado administração extravascular de um
indivíduo, considera-se possível a medicamento. É calculada tendo como
extrapolação dos resultados obtidos para um referência a administração do mesmo fármaco
período de até 15 anos de vida. por via intravascular, que possui por definição
e. Em relação à biodisponibilidade de biodisponibilidade igual a 0%.
determinado fármaco, considera-se que esse d. Correto: A biodisponibilidade relativa entre
medicamento terá um efeito mais acentuado medicamentos administrados por via
quando a sua absorção for mais lenta, quando intravascular pode ser avaliada pela
comparado a condições em que sua absorção comparação de parâmetros farmacocinéticos
seja mais rápida. relacionados à quantidade absorvida e à
velocidade do processo de absorção.
Ex.: 4: Os principais fatores capazes de alterar a
biodisponibilidade de medicamentos estão Ex.: 6: Assinale, dentre as alternativas abaixo, a
relacionados ao indivíduo e as características do que melhor conceitua bioequivalência:
medicamento. a. Bioequivalência consiste na apresentação de
Assinale a alternativa que indique um fator que duas drogas diferentes que apresentam a
NÃO interfere na biodisponibilidade. mesma disponibilidade após serem
a. Incorreta: O tamanho do medicamento. administradas em concentrações e doses
b. A técnica de granulação e compressão do diferentes, que apresentam a mesma
fármaco.
funcionalidade no organismo, mas que podem maioria das incompatibilidades químicas
trazer efeitos adversos. resultantes de interações que promovem
b. Correta: Bioequivalência consiste na alterações ou rearranjos moleculares não são
demonstração de equivalência farmacêutica visivelmente observáveis. A degradação química
entre produtos apresentados sob a mesma de fármacos pode ocorrer por diferentes
forma farmacêutica, contendo idêntica mecanismos:
composição qualitativa e quantitativa de Oxidação: quimicamente a oxidação envolve a
princípios ativos, e que tenham comparável perda de elétrons de um átomo de uma
biodisponibilidade, quando estudados sob um molécula. Cada elétron perdido é aceito por
mesmo desenho experimental. algum outro átomo ou molécula, de tal modo a
c. Bioequivalência consiste na biodisponibilidade promover a redução do átomo ou molécula
de determinada droga ao ser administrada por recipiente. Em compostos inorgânicos a
vias diferentes e que tem a mesma função oxidação é acompanhada por aumento da
fisiológica no organismo, independente da valência de um elemento, por exemplo, os íons
dose utilizada sem que isso provoque efeitos ferrosos (Fe+2) em íon férrico (Fe+3). Em
adversos. compostos orgânicos o processo oxidação
d. Nenhum das alternativas. frequentemente envolve a perda de hidrogênio
(desidrogenação).
A deterioração de drogas por oxidação requer a
ESTABILIDADE presença de oxigênio e procede sob determinadas
É a extensão de tempo na qual o produto condições. O oxigênio existe não só sobre a forma
mantém, dentro de limites específicos, através do de oxigênio molecular O 2, mas também como um
período de armazenamento e uso, as mesmas dirradical O-O. Esta espécie de radical possui dois
propriedades que possuía no momento da sua elétrons desemparelhada os quais podem iniciar
fabricação. Estes termos indicam o período para o reações e cadeia resultando a quebra das
qual um mínimo de 90% em relação ao valor de moléculas da droga, articuladamente se a reação
teor da droga (principio ativo) que permanece ocorre na presença de catalizadores tais como a
intacto e disponível para cumprir sua ação luz, calor, alguns íons de metais e peróxidos.
terapêutica. A estabilidade e compatibilidade são A autoxidação é uma reação espontânea que
elementos críticos na precisa e apropriada acontece sob condições ambientais de exposição
administração de medicamentos aos pacientes. ao oxigênio atmosférico. Compostos fenólicos tais
como aminas simpaticomiméticas são
Tipos de estabilidades rapidamente oxidadas e pH neutro ou alcalino.
Estabilidade química: Cada ingrediente ativo Esta reação ocorre muito mais lentamente em pH
contido na preparação, mantém sua menor que 4,0 para o controle deste processo de
integridade e potência rotulada, dentro de degradação são normalmente usados agentes
limites específicos; antioxidantes e sequestrantes.
Estabilidade física: As propriedades físicas Drogas suscetíveis a oxidação:
originais, incluindo aparência, palatabilidade, Substâncias fenólicas: Morfina, fenilefrina,
uniformidade, sustentabilidade (aplicável a catecolamina (adrenalina, noradrenalina),
suspensões) são mantidas; hidroquinona, resorcinol, paracetamol,
Estabilidade microbiológica: Ou resistência salbutamol;
ao crescimento microbiano é mantida de Aminas aromáticas;
acordo com o requerimento especificado e Compostos polinsaturados: Óleos,
aplicação do produto. Os agentes gorduras, vitaminas lipossolúveis (vitamina
antimicrobianos que estão presentes mantem A, E), ác. Retinóico e flufenazina;
sua efetividade dentro de limites especificados. Fenotiazínicos (tioéteres): Clorpomazina,
Estabilidade terapêutica: O efeito terapêutico mometazina, trifluporazina, tioridazina e
(farmacodinâmico) permanece inalterado; flufenazina;
Estabilidade toxicológica: Não ocorre Substâncias esteroidais: Corticosteroides;
nenhum aumento significante da toxicidade. Estatinas: lovastatina, imipramina,
amitriptilina, etc.;
Mecanismos mais comuns de degradação Antidepressivos tricíclicos: Imipramina,
química dos fármacos amitriptilina, etc;
Existem vários mecanismos de degradação das Outras substâncias: Vitamina C,
moléculas dos fármacos, hidrólise, redução, anfotericina B, nitrofurantoína, tetraciclina,
fotólise ou fotodegradação e racemização e furosemida, ergotamina, sulfacetamida,
epimerização. Embora muitos processos de captopril.
degradação química de fármacos possam ser Hidrólise: É um processo de solvólise no qual
observados através de mudanças de cor, a molécula de uma substância interage com
formação de precipitados e evolução de gases, a moléculas degradando-a. A hidrólise
geralmente envolve o ataque pela água das Racemização e epimerização: Pode ocorrer
ligações lábeis de molécula da droga com drogas que são opticamente ativas, pelas
dissolvidas, resultando em mudanças existências de um carbono quiral central na
moleculares. O processo hidrolitico é molécula. Se um isômero é mais
provavelmente a causa mais importante e farmacologicamente ativo que o outro, este
frequente de degradação de fármacos, devido processo pode resultar em perda da atividade
ao grande número de fármacos com terapêutica. Isto ocorre, por exemplo, com a
grupamentos funcionais susceptíveis a epinefrina, cujo isômero é 15 vezes mais ativo
hidrólise, tais como os ésteres e amidas. do que o d-isômero. Se a molécula da droga
Drogas suscetíveis à hidrólise: possui somente um centro quiral na molécula,
Ésteres: Ácidos acetilsalicílicos, procaína, um isômero pode ser favorecido mais do que o
benzocaína, atropina, digitoxina, pilocarpina, outro.
ácido ascórbico; Epímeros são compostos que possuem a
Tio ésteres: Espironolactona; mesma configuração em todos os carbonos,
Amidas: Nicotinamida, paracetamol, exceto num carbono. A tetraciclina em
procainamida; solução epimeriza, antibacteriana; a
Imidas: Fenitoina, barbitúricos, riboflavina; pilocarpina pode epimerizar em
Amidas cíclicas (anéis tipo lactâmicos): isopilocarpina.
penicilinas, cefalosporinas; Esta epimerização também pode resultar em
Desidratação: assim como a umidade perda da atividade farmacológica. As reações de
favorece a degradação de várias moléculas de racemização e epimerização são influenciadas
fármacos, promovendo a instabilidade destas pelo pH e catalisada por ácidos e bases,
ou da forma farmacêutica que as conte, a condições ótimas de pH são necessárias para
remoção da água uma molécula da droga ou maios estabilidade.
do produto pode ser considerado um processo Polimerização: é um processo no qual duas
de degradação. ou mais moléculas de um fármaco se unem,
Desidratação por disolvação: é a perda da formando um complexo, este processo ocorre
umidade da forma farmacêutica ou da água durante o armazenamento de soluções
de cristalização da molécula. aquosas concentradas de aminopenicilinas,
Ex.: Perda de água em cremes, pomadas, como por exemplos: Amipicilina sódica e
suspensões, desolvação da teofilina amoxicilina.
monohidratada e da ampicilina trihidratada. Reversão polimórfica: algumas drogas
Desidratação por remoção de um próton e de apresentam a propriedade de existirem em
um grupo hidroxila. mais de uma forma cristalina, chamadas
Ex.: tetraciclina, prostaglandinas. polimorfos. Os polimorfos têm a mesma
estrutura química, mas diferentes
Fotólise ou fotodegradação: é a catalise pela propriedades físicas, tais como a
luz de reações de degradação tais como a solubilidade, densidade, dureza, ponto de
oxidação ou hidrólise, uma variedade de fusão, etc. quando uma forma polimórfica
mecanismos de decomposição de luz por uma muda para outra reversivelmente, ela é
molécula produz sua ativação, a partir da qual chamada de enantiotrópica se a transição de
a molécula ativada pode emitir energia de uma forma para outra ocorrer de forma
frequência diferente da recebida (fenômeno irreversível, dizemos ser uma transição
chamado florescência ou fosforescência) ou monotrópica. No prepara de produtos
também pode provocar a decomposição das farmacêuticos estáveis, o polimorfismo
moléculas (fotólise). As reações de representa um indesejável e importante fator
fotodegradação dependem de onde a luz. no crescimento cristalino em preparações
Quanto maior a intensidade e o comprimento farmacêuticas, caking de suspensões
de onda da luz, maior será a velocidade e os (suspensões que não podem ser facilmente
graus de fotodegradação dependem tanto da ressuspendidas), cremes e pomadas.
intensidade como do comprimento de onda da Portanto, o polimorfismo pode ser um fator de
luz. Quanto maior a intensidade e o instabilidade em preparações farmacêuticas.
comprimento de onda luz, maior será deletéria Drogas que podem ter polimorfismos:
que a luz visível (s raios solares são mais Clorafenicol;
deletérios do que a luz fluorescente) um Ampicilina;
grande número de fármacos são sensíveis à Metilprednisona;
luz permitindo a degradação fotolítica, tais Hidrocortisona;
como: Sulfonamidas;
A amfotericina B; a furosemida, vitamina A. Barbitúricos.
nifedipina, hidrocortisona, prednisolona,
ácido fólico dentre vários outros.
substância farmacopeica, o prazo de validade
não deverá exceder a 6 meses.
Formulação contendo água: preparações
obtidas a partir de ingredientes na forma
sólida, o prazo de validade não deverá
ultrapassar 14 dias quanto estocado em
temperaturas baixas;
Para todas as outras formulações: próxima
de 30 dias ou a duração da terapia. Se houver
suporte cientifico válido informando
apropriadamente a estabilidade da formulação
em especifico, o prazo de validade proposto
acima poderá ser excedido.
PRAZO DE VALIDADE
É a data após a qual a preparação farmacêutica Politica de prazo de validade
manipulada não deverá ser usada, é determinada Levando em conta as características físico-
a partir da data de preparação do produto. químicas das drogas, da forma farmacêutica e
Fatores à serem analisados para se estabelecer o consequente suscetilidade aos principais
prazo de validade em formulações magistrais. processos de degradação química, sugerimos a
Formas farmacêuticas: sólidos ou líquidos seguir um critério de prazo de validade para
que não contenham água na sua composição, formulações magistrais. Embora empírico, o
normalmente apresentam uma estabilidade critério é baseado nas recomendações da
bem maior quando comparadas com formas farmacopeia americana na 24º edição e projetado
farmacêuticas que contenham água. Portanto de forma geral porem racional e fundamentada
pós, comprimidos, cápsula, tabletes e outras cientificamente, um presumível período de tempo
formas sólidas ou líquidos que não contenham em que uma forma magistral apresentaria uma
água (veiculo oleoso) são mais estáveis e estabilidade adequada. Todavia. É recomendável
portanto poderão apresentar um prazo de que se faça estudos de estabilidade ara as
validade maior comparadas com as formas formulações consagradas pela prescrição
farmacêuticas que contêm agua como por frequente e que faça parte de estoques
exemplo xaropes, suspensões aquosas, estratégicos.
soluções aquosas, emulsões, etc.
Material de embalagem: a embalagem para
produtos farmacêuticos deve proteger a
preparação da umidade, da luz e da atmosfera
(oxigênio).
Duração do tratamento: o prazo de validade
deve ser suficiente para abranger o período do
tratamento para o qual formulação foi
prescrita;
Dados científicos: laboratoriais (estudos de
estabilidade) ou de alguma referência
bibliográfica.
Os prazos de validade, recomendadas para
preparações magistrais embaladas em recipiente
hermeticamente fechada e protegidos da luz, na
temperatura ambiente controlados são:
Formulações sólidas e líquidas não
aquosas: se a fonte do ingrediente é um
produto manufaturado (industrializado), o
prazo de validade não deve exceder a 25% do
tempo remanescente para a data de expiração
do produto original, ou 6 meses, o que formas
precoce. Se a fonte de ingrediente é uma
As etapas do ciclo da Assistência Farmacêutica
são:
a. Seleção, aquisição, armazenamento e entrega.
b. Aquisição, armazenamento e dispensação.
c. Correta: Seleção, programação, aquisição,
armazenamento, distribuição e dispensação.
d. Aquisição, armazenamento, distribuição e
entrega.
Ex.: 2: O CAF é constituído por etapas com É atrib uição da Comissão de Farmácia e Terapêutica
aspectos técnicos, científicos e operativos emitir parecer técnico e relatório dos processos de
compras relacionados aos produtos sob sua
específicos. Caracterizadas como seleção,
responsab ilidade.
programação, aquisição, armazenamento,
distribuição e utilização (prescrição, dispensação e ( ) Certo ( ) Errado. Resp.: Errado.
uso) são essenciais para a correta gestão do
medicamento no âmbito municipal. De acordo com
Distribuição
as diretrizes da OMS, o eixo do CAF é:
Alguns dos erros possíveis de ocorrer na
a. A aquisição, sendo o processo licitatório e o
administração de medicamentos em pacientes
cálculo do aporte financeiro para a compra de
hospitalizados estão relacionados ao sistema de
medicamentos a etapa inicial do ciclo e
distribuição dos mesmos. Quanto mais eficiente o
norteadora das demais.
sistema de distribuição, maior contribuição será
b. A Utilização é o primeiro passo do ciclo inicia-
prestada para garantir o sucesso das terapêuticas
se com o processo de dispensação, pois o
e profilaxia instauradas. O controle de distribuição
perfil de prescrição determinará a seleção e
de germicidas, conforme o nível de atividade
demais etapas.
determinadas pelas rotinas instituídas pelos
c. O Armazenamento, que se constitui como
serviços de CIH, é fundamental, para que somente
primeira etapa, pois a capacidade de guarda e
pessoas treinadas tenham acesso aos mesmos.
armazenamento instalada deve direcionar as
Um sistema de distribuição de medicamentos
demais fases do ciclo.
deve ser racional, eficiente, econômico, seguro e
deve estar de acordo com o esquema terapêutico anteriores, pois existe a adequação da
prescrito. Quanto maior a eficácia do sistema de terapêutica, redução de erros, racionalização
distribuição, mais garantido será o sucesso da da distribuição e aumento do controle dos
terapêutica e da profilaxia instaurada no hospital. medicamentos.
O sistema a ser escolhido e implantado no As principais características de cada sistema de
hospital pelo profissional farmacêutico deve seguir distribuição são:
alguns critérios, de acordo com os aspectos Coletivo: Suas principais características são
relacionados a seguir. estoques nos setores assistenciais, onde a
Garantir o comprimento da prescrição; farmácia fornece medicamentos e produtos de
Racionalizar a distribuição dos saúde em suas embalagens originais
medicamentos; atendendo solicitado pelo pessoal de
Garantir a administração correta do enfermagem, ou segundo estoque mínimo e
medicamento; máximo para cada unidade solicitante, feito em
Diminuir os erros relacionados com a nome da unidade e não de pacientes. É um
medicação (administração de medicamentos sistema mais caracterizado como distribuição
não prescritos, troca da via de administração, do que de dispensação, pois a farmácia
erros de doses etc.); apenas transfere os produtos para as unidades
Monitorar a terapêutica; que formam seus estoques. A farmácia se
Reduzir o tempo de enfermagem dedicado ás torna um distribuidor de medicamentos, não
tarefas administrativa e manipulação dos tento contato com a prescrição médica,
medicamentos; impedindo o acompanhamento da
Racionalizar os custos com a terapêutica. farmacoterapia. Outras desvantagens deste
A organização Panamericana de saúde indica sistema estão nas dificuldades no controle
como objetivo de um sistema racional de logístico dos estoques, com altos, custos de
distribuição de medicamentos, as seguintes: estocagem, maior probabilidade de erros de
Diminuir erros de medicação: Estudos administração de medicamentos, perdas por
relacionados aos sistemas tradicionais uma caducidade e ou má armazenagem e desvios,
elevada incidência de erros, que incluem entre outros.
desde a incorreta transcrição de prescrição até Vantagens:
erros de vias de administração e planejamento Rápida disponibilidade de medicamentos na
terapêutico; unidade assistencial;
Mínimas atividades de devolução à farmácia;
Racionalizar a distribuição de Redução das necessidades de recursos
medicamentos: O sistema de distribuição humanos e infraestruturas da farmácia
deve facilitar a administração, dos hospitalar;
medicamentos, através de uma dispensação Mínima espera na execução da prescrição;
ordenada, por horários e por paciente, e em Ausência de investimento inicial.
condições adequadas para a pronta Desvantagens:
administração; Aumento potencial de erros de medicação;
Aumentar o controle sobre os Perdas econômicas devido à falta de
medicamentos: Acesso do farmacêutico às controle: caducidade, mas condições de
informações sobre o paciente, tais como: armazenagem e outros;
idade, peso, diagnóstico e medicamentos Aumento de estoque de medicamentos na
prescritos, permite efetuar avaliação da farmácia hospitalar e nas unidades
prescrição médica, monitorizara duração da assistenciais;
terapêutica, informar sobre possíveis reações Incremento das atividades do pessoa de
adversas, interações, não cumprimento do enfermagem;
plano terapêutico, melhor forma de Facilidade de acesso aos medicamentos por
administração e outros. qualquer pessoa;
Diminuir os custos com medicamentos: Difícil integração do farmacêutico à equipe de
Com a dispensação por pacientes, e no saúde.
máximo por 24 horas, diminuem-se os custos
de estoques e evitam-se gastos
desnecessários de doses excedentes. Estudos
neste sentido demonstraram que 25% do
consumo de medicamentos podem ser
reduzidos em hospitais que adota o sistema de
distribuição de medicamentos por dose
unitária.
Aumentar a segurança para o paciente: É
obtido pela consecução dos objetivos
Pode ser feito de duas formas, direta ou indireta,
de acordo com o documento de solicitação:
a. Indireta: Neste caso, a farmácia recebe as
solicitações de medicamentos por meio de
uma transcrição de prescrição médica feita
pela enfermagem (requisição em nome do
paciente). Podem ocorrer erros de transcrição,
prescrições adulteradas e outros.
b. Direta: A farmácia recebe as solicitações de
medicamentos através de uma cópia da
prescrição médica, com a possibilidade do
contato com a prescrição e,
consequentemente, possível intervenção
farmacêutica minimizando erros citados
anteriormente.
O Sistema de distribuição por prescrição
individualizada pode ser implementado na forma
de sua distribuição, de duas formas:
1. Os medicamentos são dispensados num único
Figura 7: M odelo de dispensação coletiva. compartimento, podendo ser um saco plástico
identificado com a unidade de internação, o
Individualizado: Existe a necessidade de um número eleito, nome do paciente, contendo
investimento inicial em infraestrutura e todos os medicamentos de forma desordenada
recursos humanos, com necessidade de igual do sistema coletivo para um período de
plantão da farmácia para atendimento das 24 horas.
demandas, mas reduz os custos com 2. Os medicamentos são fornecidos em
medicamento reduz o tempo da enfermagem embalagens, disposto segundo o horário de
quanto às atividades com medicamento e administração constante na prescrição médica
permite aumento da integração do individualizada e identificada para cada
farmacêutico com a equipe assistencial. O paciente e para o máximo de 24 horas. Sua
fornecimento de medicamento individualizado distribuição pode ser feita em embalagem
por pacientes, não determina, em larga escala, plástica, com separações obtidas por
a diminuição do tempo de preparo de doses, termossolda ou em escaninhos adaptáveis a
erros de administração, perdas por carros de medicamentos adequados ao
deterioração, desvio e outros, mas assegura sistema de distribuição.
maior qualidade da farmacoterapia pela
participação efetiva do farmacêutico no
processo do medicamento.
Vantagens:
Diminuição do estoque nas unidades
assistenciais;
Redução potencial de erros de medicação;
Facilidade para devoluções à farmácia;
Reduz o tempo do pessoal de enfermagem
quanto às atividades com medicamentos;
Aumento da integração do farmacêutico com
a equipe de saúde. Figura 8: Modelo de dispensação por prescrição individual.
Desvantagens:
Aumento das necessidades de recursos A modalidade 2 reduz erros e perdas,
humanos e infraestrutura da farmácia propiciando facilidade para a instalação de
hospitalar; controle da dispensação, ou seja, a revisão de
Exigência de investimentos inicial; todas as prescrição atendidas para verificar erros
Incremento das atividades desenvolvidas de dispensação e propicia a verificação da
pela farmácia; interações e aumento da capacidade de controle
Necessidade de plantão na farmácia de estoques tanto m nível de farmácia hospitalar,
hospitalar; como das unidades de internação.
Permite ainda potenciais erros de A união desses sistemas é chamada sistema
medicação; combinada de distribuição de medicamentos,
Não permite controle total sobre as perdas em que, para as unidades de internação, o
econômicas (caducidade, doses não sistema de distribuição é por prescrição
administradas, desvios e outros). individualizada, e para as áreas fechadas como
centro cirúrgico ambulatorial, o sistema é coletivo O armazenamento tem como objetivo básico
ou de estoque por unidade assistencial. garantir a conservação dos medicamentos,
Dose unitária: Os elementos que distinguem germicidas, correlatos e outros materiais
o sistema de distribuição por dose unitária das adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas
tradicionais são medicamentos contidos em específicas que assegurem a manutenção das
doses unitárias, dispostos conforme o horário características e qualidade necessárias à correta
de administração e prontos a serem utilização.
administrados segundo a prescrição médica, Todos os produtos são armazenados
individualizados e identificados para cada obedecendo às condições técnicas ideais de luz,
paciente. É o sistema que permite maior temperatura e umidade numa central de
contato do farmacêutico com a prescrição e abastecimento farmacêutico.
com toda equipe multiprofissional e, também, Os produtos devem ser dispostos de forma a
pelo controle que proporciona a farmácia, no garantir inviolabilidade, características físico-
que se refere ao uso de medicamentos. Neste químicas, observação dos prazos de validade,
sistema ocorre o melhor controle e com a manutenção da qualidade dos produtos.
racionalização no uso de medicamentos Uma boa armazenagem e fator de suma
através da monitorização terapêutica. Para importância em todo processo da assistência
esta implantação, é preciso, um investimento farmacêutica hospitalar, gerando redução de
financeiro em infraestrutura e equipamentos de custos, a manutenção do tratamento ao paciente e
acordo com as legislações específicas, além uma organização nas varias atividades da
de uma adequação do quadro de farmácia.
colaboradores da farmácia atendendo as
necessidades das atividades a serem Condições de armazenamento
implantadas. Uma das áreas necessária para a Estrutura física: o armazenamento de
efetivação desse sistema é a farmacotécnica medicamentos, produtos farmacêuticos e
de medicamentos orais e de injetáveis, pois os dispositivos médicos devem ser feito de modo
medicamentos são dispensados após o a garantir as condições necessárias de
preparo para administração. O preparo de espaço, luz, temperatura, umidade e
doses unitárias e unitarização de doses de segurança dos medicamentos, produtos
medicamentos de formas farmacêutica. farmacêuticos e dispositivos médicos.
Contribui para a redução de procedimentos Medicamentos sujeitos a controle especial:
definidos e registro. Deve existir plano de Recomenda-se que haja uma sala reservada
prevenção de trocas ou misturas de para o armazenamento destes medicamentos
medicamentos em atendimentos à legislação e, neste caso, a esma deve atender as
vigente. especificações sobre a ventilação,
temperatura, condições de luminosidade e
umidade.
Medicamentos termolábeis: Devem ser
armazenados em equipamentos apropriados
para a conservação a frio (câmara fria ou
refrigerador). A escolha de qual deles será
usada depende do volume de medicamentos
que precisam ser armazenados.
Estocagem
A estocagem de medicamentos deve ocorrer de
forma a garantir a segurança e as características
de qualidades dos medicamentos estocados, para
Figura 9: M odelo de distribuição por dose unitária. realizar o armazenamento, de modo que se
atentam as boas práticas, são necessários
Armazenamento conhecimentos técnicos sobre os produtos a
É a etapa do ciclo da AF que visa garantir a armazenar e sobre gestão de estoques. Para a
qualidade e a guarda segura dos medicamentos correta estocagem dos medicamentos,
nas organizações da área da saúde. Constitui-se acompanha as orientações a seguir:
como um conjunto de procedimentos que Observe os medicamentos que exigem
envolvem o recebimento a estocagem, guarda cuidados especiais de armazenamento, como
segurança contra danos físicos, furtos ou roubos, termolábeis e psicotrópicos;
a conservação, o controle de estoque e a entrega. Estoque os medicamentos por nome genérico,
O armazenamento deve levar e consideração a lote e validade de forma a partir fácil
similaridade dos itens, a rotatividade, o volume e o identificação.
peso dos produtos, bem como a ordem de entrada
e saída.
Não arraste caixas, nem arraste ou coloque outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a
muito peso sobre elas; influência dos alimentos, a interação com outros
Os medicamentos devem ser conservados nas medicamentos, o reconhecimento de reações
embalagens originais. Ao serem retiradas das adversas potenciais e as condições de
caixas, as embalagens devem ser conservação dos produtos. Nesse conceito, o
identificadas. aspecto comercial da atividade é excluído, dando-
lhe um caráter profissional na medida em que
Inventário físico deixa claro que o farmacêutico é responsável não
Toda movimentação de estoque deve ser só pelo fornecimento do medicamento, como
registrada por documentação adequada, visando à também pela orientação para o seu uso
prescrição de controle. Periodicamente, a adequado. Além disso, insere a atividade num
empresa deve efetuar contagens físicas de seus grupo multiprofissional de assistência à saúde,
itens de estoques para verificar: mais especificamente a assistência farmacêutica.
Discrepância em valor, entre estoque físico e Com a criação da ANVISA em 1999, surgiu outras
o estoque contábil; normas sanitárias complementares à legislação
Discrepância entre os registros e o estoque federal relativas aos estabelecimentos
físico (quantidade real nas prateleiras); farmacêuticos para colocar em pratica a PNM. A
Apuração do valor total do estoque (contábil), resolução 328/99, dispõe sobre requisitos
para efeitos de balança; neste caso, o exigidos para a dispensação de produtos de
inventário é realizado próximo ao interesse à saúde em farmácias e drogaria entre
encerramento do ano fiscal. outras coisas, institui o regulamento técnico sobre
Fazem parte da preparação e do planejamento as boas práticas de dispensação de
para o inventario: medicamentos em farmácias e drogarias. Como
Folhas de convocação e serviços, definido: podemos ver as atribuições do farmacêutico, ao
convocados, datas, horários e locais de dispensar medicamentos, tomaram uma dimensão
trabalho; muito maior, hoje a dispensação não significa
Fornecimento de meios de registro de apenas entregar o medicamento prescrito ou
qualidade e quantidade adequada para uma indicado pelo farmacêutico, mas se trata da
correta contagem; atuação clínica do farmacêutico, com o objetivo de
Nova analise da arrumação física; proporcionar ao paciente, não só o medicamento,
Método de tomada de inventário e como também os serviços clínicos que o
treinamento; acompanham, promovendo o uso racional de
Atualização e analise dos registros; medicamentos e a proteção do paciente e a
Cut-off (data de corte) para documentação e prováveis PROBLEMAS RELACIONADOS AO
movimentação de materiais a serem USO DE MEDICAMENTOS (PRMs).
inventariados.
Princípios
Autoridade para comprar, registro de compra,
registro de preço, registro de estoque e consumo,
registro de fornecedores, arquivos de
especificações e arquivos de catálogos.
Atividade:
1. Pesquisa de fornecedores: estudo do
mercado, estudo dos materiais, analise dos
custos, investigação das fontes de
fornecimento, desenvolvimento de fontes de
materiais alternativos;
2. Aquisição: conferencia de requisição, análise
das cotações, decisão sobre compras por meio
de contratos ou no mercado aberto, entrevista
com vendedores, negociação de contratos,
efetivação das encomendas e de compras, e
acompanhamento de recebimento de
materiais;
3. Administração: manutenção de estoques
mínimos, transferência de materiais, evitar
excessos e obsolescência de estoques,
padronização de todos os aspectos possíveis.
4. Diversos: estimativa de custo, descarte de
materiais desnecessários, obsoletos ou
excedentes, preservação das relações
comerciais recíprocas.
Compras Organograma
Função compras: É um segmento essencial 1. Chefe de compras: Subordina-se ao gerente
do departamento de materiais ou suprimentos. de materiais ou suprimentos; estuda e analisa
Tem a finalidade de suprir as necessidades de as solicitações de compras; coordena
materiais ou serviços planeja-los pesquisa de fornecedores e coleta preços;
quantitativamente e satisfaze-las no momento organiza concorrência e estuda os respectivo
certo com as quantidades corretas: resultados; mantém contato com fornecedores;
solicita testes de qualidade de materiais e
medicamentos; presta assessoria as varias saber ouvir os argumentos apresentados pelos
seções com informações e soluções técnicas; vendedores; estar identificados com a politica e o
controla prazo de entrega e elabora previsão padrão de ética definidos pelo hospital, como,
periódica de compras. exemplo, manutenção de sigilo em negociações
2. Acompanhador de compras (Follow-up): que envolvam mais de um fornecedor, ser
acompanha, documenta e fiscalizas as dotado de iniciativa e visão de oportunidade de
encomendas e observância aos respectivos novos negócios que vissem à economia das
prazos de entregas, informa ao comprador o finanças do hospital.
resultado do acompanhamento e efetua
cancelamento, modificações e pequenas Solicitação de compras
compras conforme determinação da chefia. É o documento que autoriza o comprador a
executar uma compra. Informa o que se deve
Função de pesquisa comprar, a quantidade, o prazo de entrega, o local
A pesquisa é o elemento fundamental da de entrega e, em casos especiais, os prováveis
operação de compras cabem a ela as funções a fornecedores.
seguir:
1. Estudo dos materiais: avaliação das Cotação
necessidades da empresa para períodos que É o registro do preço obtido da oferta de vários
variam de um a dez anos; tendência a curto e fornecedores em relação ao material cuja compra
longo prazo das ofertas e demandas; foi solicitada não deve ter rasuras e deve
tendência de preço; melhorias tecnológicas e apresentar o preço, a quantidade e a data do
perspectivas para possíveis substitutos e recebimento na seção de compras.
desenvolvimentos de padrões e Deve-se manter a cotação sempre à mão para
especificações. eventuais consultas e análises de auditoria e,
2. Análises econômicas: efeitos do ciclo também, para melhor visualização dos dados, a
econômicos sobre os materiais comprados; serem transcritos num mapa, o qual e copia das
tendência dos preços gerais; influência das cotações recebidas.
variações econômicas sobre fornecedores e Condições mais usuais oferecidas pelos
concorrentes; fornecedores por meio de propostas:
3. Análises econômicas: Qualificação dos As propostas ficam sujeitas a confirmação;
fornecedores ativos em potencial; estudo das Os preços indicados são liquidas, para
instalações dos fornecedores; avaliação de entregar na fábrica;
desempenho e análise da condição financeira; Em caso de atraso na entrega sem culpa do
4. Análise do Custo e do preço: Estudo fornecedor, as datas do pagamento
comparativo de materiais similares (análise permanecerão as mesmas.
farmacoeconômico); análise de custo e da
margem de lucro do fornecedor; Pedidos de compras
5. Análise das embalagens e do transporte: É o contrato formal entre a empresa e o
efeito da localização dos fornecedores sobre o fornecedor, devendo representar todas as
custo; métodos alternativos de despacho; e condições e característica da compra
sugestões de alteração de embalagens; estabelecida. O pedido de compra aceito pelo
6. Análise administrativa: fornecedor implica o atendimento de todas as
Controle de formulário: Análise de condições estipuladas como:
organização e método; simplificação do Especificações;
trabalho; uso de processamento eletrônico de Quantidade;
dados e elaboração de relatórios Frequência de entregas;
Prazos;
Preço;
Local e horário de entrega.
No pedido de compras de hospitais, é comum
constarem as condições da compra, como a
seguir:
Fontes de fornecimento
Incluem-se entre os fornecedores de um hospital:
laboratórios farmacêuticos, distribuidoras de
medicamentos, fabricantes e distribuidoras de
correlatos (chamados de cirúrgico).
Os fornecedores podem ser selecionados e
avaliados quanto aos seguintes aspectos:
Preço;
Qualidade;
Condições de pagamento;
Condições de embalagem e transporte;
Cumprimento dos prazos de entrega
estabelecidos;
Manutenção dos padrões de qualidade
estabelecida;
Politicas de preços determinados;
Assistência técnica;
Atendimento;
Programa de qualidade.
E importante acentuar que a seleção além de
obedecer a uma mistura desses critérios, deve
ser realizada com a participação da comissão de
controle de infecção hospitalar (CCIH).
A padronização facilita os processos de
aquisição, armazenamento, distribuição e
gerenciamento do estoque, pois racionaliza a
quantidade de itens,
Apenas os produtos inclusos na relação de
medicamentos padronizados são adquiridos de
forma programada pelo hospital, estando
consequentemente disponível para uso, ao
contrário dos medicamentos não padronizados
que passam por um processo de compra
especifica.
Objetivos:
Racionalização do uso de medicamentos;
Adquirir somente produtos com valor
terapêutico comprovado;
Diminuir o número de medicamento em
estoque;
Aumentar seu controle e agilizar a
dispensação;
Racionalizar espaços de armazenamento;
Viabilizar a distribuição pelo sistema de dose
unitária.
Constituindo os estoques das farmácias
hospitalares, esse tipo de relação objetiva o
atendimento médico hospitalar de acordo com as
necessidades e peculiaridades de cada instituição.
Assim, os itens selecionados devem ser de amplo
aproveitamento, desde que seja de forma
equilibrada e qualitativa. Tais medidas acarreta o
uso racional, proporcionando como vantagens:
Reduzir o custo terapêutico sem prejuízo para
a segurança e a eficácia dos medicamentos;
Racionalizar o número dos medicamentos,
com consequente redução dos custos de
aquisição do arsenal terapêutico;
Facilitar as atividades de planejamento,
aquisição, armazenamento, distribuição e
controle dos medicamentos;
Disciplinar o receituário médico-hospitalar e
uniformizar a terapêutica;
Aumentar a qualidade da farmacoterapia e
facilitar a vigilancia farmacológica;
Disciplinar a inclusão ou exclusão de
medicamentos quando necessário;
Possibilitar o uso de uma mesma linguagem
(nome genérico) por todos os membros da
equipe de saúde;
Propiciar a sistematização de informações
sobre o arsenal terapêutico.
Competência
Cabe à CFT:
Estabelecer critérios para inclusão e exclusão
de medicamentos;
Elaborar a lista de medicamentos
padronizados, divulga-la periodicamente e
determinar seu uso como instrumento básico
para prescrição médica;
Rever e atualizar a lista de medicamentos Para cada reunião realizada, deve ser lavrada
padronizados anualmente; ata subscrita pelos presentes;
Estudar os medicamentos do ponto de vista As resoluções da CFT terão caráter normativo
clínico, biofarmacêutico e químico, emitindo e deverão ser cumprida pela equipe de saúde;
parecer técnico sobre sua eficácia, como Os casos omissos serão resolvidos pela
critério fundamental de escolha; diretória clínica, e reunião convocada para
Registrar dados farmacológicos e clínicas esse fim.
relativas a novos medicamentos ou agentes
terapêuticos propostas para uso no hospital;
Divulgar informações relacionadas a estudos
clínicos relativos a medicamentos incluídos e
excluídos;
Servir como órgão assessor à equipe de saúde
e administração do hospital em assuntos
relacionados a medicamentos.
Atribuições
Do presidente:
Convocar e presidir reuniões da comissão;
Dirigir os trabalhos da comissão;
Indicar seu substituto entre os membros da
comissão;
Representar a comissão perante a diretoria
clínica;
Subscrever os documentos e a resolução da
comissão;
Estabelecer a ordem do dia para as reuniões
ordinárias e extraordinárias;
Distribuir as tarefas para os membros da
comissão.
Do secretário:
Registra e atas as resoluções da comissão;
Receber e expedir a documentação da
comissão;
Manter arquivos de documentação;
Registrar em fichas individuais, para cada
medicamento padronizado, informações
pertinentes às ocorrências relativas a seu
uso.
Instruções gerais
A CFT deve subordinar-se à diretoria clínica;
Os membros serão designados pelo diretores
clínicos;
O presidente é eleito por seus pares na
primeira reunião da comissão;
O diretor clínico designa o farmacêutico, como
membro nato da CFT, o qual desempenhará,
entre outras funções a de secretário executivo;
O mandato dos membros da CFT corresponde
ao período de mandato da diretoria clínica do
hospital;
A CFT deve reunir-se a cada 30 dias, ou
quando necessário, para avaliar solicitações
de inclusão ou exclusão de medicamentos;
MANIPULAÇÃO
Os processos de manipulação devem ser feitos
por mão de obra especializada e acompanhada de
perto pelo farmacêutico responsável. Questões a
serem consideradas antes da manipulação de
uma prescrição:
Racionalidade da prescrição: ingrediente,
intenção de uso, dose e modo de
administração;
Propriedade físico-química, medicinal e uso
farmacêutico das substâncias prescritas;
Absorção e via de administração adequada:
preparação do produto manipulado de acordo
com o proposito da prescrição;
Excipiente adequado: risco de alergia,
irritação, toxicidade ou resposta organoléptica
indesejável do paciente;
pH: ideal para maior estabilidade ou
adequação ao uso;
Ingredientes da formulação: identidade
adequada do manipulador (cálculos
matemáticos, controle de qualidade: peso
médio, pH, observação visual);
Equipamentos e ingredientes disponíveis: e
em quantidade suficiente;
Referencias bibliográfica: uso, preparação,
estabilidade, administração e embalagem do
produto;
Validade: projeção razoável e racional da
validade do produto;
Quantidade dispensada: equivalente ao
prazo de validade do produto;
Correto armazenamento do produto por parte
do paciente.
CÁLCULOS DE CONCENTRAÇÕES
Densidade
Densidade (d) é massa por unidade de volume
de uma substância. A densidade é normalmente
expressa como por centímetro cúbico (g/cc).
Como o grama é definido como a massa de 1cc
de água a 4ºC, a densidade da água é d 1g/cc.
Para nossos propósitos, é considerado que 1ml
pode ser usado como equivalente. A 1cc,a
densidade da água pode ser expressa como
1g/ml. Por outro lado, um mililitro de mercúrio
pesa 13,6g. Consequentemente, sua densidade
é de 13,6/ml. A densidade pode ser calculada
dividindo-se a massa elo volume.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
Densidade =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
Assim, se 1ml de ácido sulfúrico pesam 18g,
sua densidade é:
18(𝑔)
Densidade = = 1,8g/ml.
10𝑚𝑙
Expresse 0,02% como uma RC ;
0,02% 1 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒
= = 1:5000
100% 𝑥 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒𝑠
RC = 1: 5000.
SNC
A maioria dos fármacos que atuam no SNC altera
alguma etapa do processo de neurotransmissão.
Podem atuar pré-sinapticamente influenciando a
produção, o armazenamento, a liberação ou o
Os hipnóticos e os sedativos produzem sedação
e incentivam o sono. Para ser efetivo um fármaco
sedativo deve reduzir a ansiedade e exercerem
efeitos calmantes. Um hipnótico deve causar
sonolência e estimular o início do estado do sono.
Agentes dessa classe, como os
benzoadizepinas, são usados para produzir
sedação e amnésia antes ou no decorrer de
procedimentos diagnósticos ou cirúrgicos, outros
como os barbitúricos, são usados em altas doses
para induzir ou manter a anestesia cirúrgica.
Antipsicoticos típicos
Os antipsicóticos típicos bloqueiam os
FARMACOLOGIA ANTIPSICÓTICA receptores D2 em todas as vias dopaminérgicas
Os fármacos usados para a esquizofrenia do SNC, seu mecanismo de ação como agente
também são usados para tratar manias e outras antipsicótico envolve o antagonismo dos
alterações do comportamento. O termo receptores D2 mesolímbicos e mesocorticais.
antipsicóticos denota a capacidade desses Os antipsicóticos típicos são divididos em
fármacos de abolir a psicose e aliviar a Fenotiazinas e as Butirofenonas. O
desorganização do processo mental nos pacientes Clorpromazina é o protótipo das Fenotiazinas,
esquizofrênicos. A maioria caracteriza-se como enquanto o Haloperidol é a butirofenona mais
antagonista dos receptores da Dop, muitos deles usada. Apesar de diferenças na estrutura e na sua
atuam sobre alvos, particularmente nos receptores afinidade pelo receptor D 2, todos os antipsicoticos
5HT, contribuindo para eficácia clínica. São típicos possuem eficácia clínica parecida em
também chamados de neurolépticos ou doses padrões. Os antipsicóticos devem seus
antiesquizofrênicos, ou ainda, tranquilizantes. efeitos terapêuticos ao bloqueio dos receptores
Os fármacos antipsicóticos são divididos em dois D2.
grupos: Os efeitos antipsicóticos exigem cercar de 80%
1. Os primeiros a serem desenvolvidos de bloqueio dos receptores D 2. Os compostos de
(Clorpromazina, Haloperidol) chamados de 1ª geração mostram preferência por D 2 em relação
antipsicóticos típicos ou de 1ª geração, ou aos receptores D1, enquanto alguns dos agentes
convencionais; mais modernos (Sulpirida, a Missulprida) são
2. E os agentes mais recentemente altamente seletivos para receptores D 2. Acredita-
desenvolvidos (Clozapina e Risperidona) se que o antagonismo dos receptores D 2 na via
chamados de antipsicóticos atípicos ou de 2ª mesolimbica aliviam os sintomas positivos da
geração. esquizofrenia.
Efeitos adversos:
Alterações motoras extrapiramidais: Antipsicóticos atípicos
produzem dois tipos de alteração motora no Os cinco principais antipsicoticos são a
homem: Distonia aguda e discinesia tardias, clonazina, a olanzapina, a quetiapina, a
coletivamente chamadas efeitos adversos ziprasidona e a risperidona. Esses fármacos são
extrapiramidais. Todos eles resultam direta ou mais efetivos do que os antipsicóticos típicos no
indiretamente de bloqueio do receptor D2 por tratamento dos sintomas negativos da
via nigroestriatal. Esses efeitos adversos esquizofrenia. Os antipsicóticos atípicos produzem
constituem uma das principais desvantagens sintomas extrapiramidais, significativamente, mais
dos antipsicoticos de primeira geração. leve do que os antipsicóticos típicos em geral,
As Distonias agudas: São movimentos esse efeito adverso só aparece quando os
involuntários. Ocorrem nas primeiras fármacos são administrados em altas doses.
semanas e diminuem com o decorrer do Os antipsicoticos atípicos possuem afinidade
tempo, é reversível quando se suspende o seletivamente baixa pelos receptores D 2, ao
tratamento; contrário dos antipsicoticos típicos sua afinidade
As Discenesia tardia: consistem em pelos receptores D2 não se correlaciona com a
movimentos involuntários, muitas vezes da sua dose clinicamente efetiva.
face e da língua, mas também do tronco e da
extremidade, podem ser intensamente
incapacitante.
A sonolência e a sedação, que tendem a
diminuir com o uso contínuo, ocorrem com
muitos antipsicóticos. A atividade anti-histamínica
(H1) é uma propriedade de alguns fenotiazinas e
contribui para suas propriedades sedativas e
elevação dos níveis de catecolaminas nas
fendas sinápticas. Possuem efeitos liberando
estoques intracelulares de catecolaminas. Ela
também inibe a MAO, altos níveis de
catecolaminas são facilmente liberadas para
as fendas sinápticas.
Farmacocinética: É rapidamente absorvida
do TGI, porém para aumentar a intensidade
da ``onda´´ ela pode ser aspirada ou injetada,
a base livre da metafetamina pode ser
queimada e tomada de modo semelhante a
cocaína.
ESTIMULANTES DO SNC Atravessa livremente a BH, o que explica, por que
Estão distribuídos em duas categorias: produz efeitos centrais mais acentuados que
1. As substancias da primeira categoria aqueles fármacos. É eliminada inalterado na urina,
(estimulantes psicomotores) tem acentuado a taxa de eliminação aumenta quando a urina se
efeito sobre a função mental e o torna mais ácida. Sua meia-vida varia de cerca de
comportamento, produzindo excitação e 5h a 20 a 30h, dependendo do fluxo urinário e do
euforia, redução da sensação de cansaço e pH urinário.
aumento da atividade motora. Efeitos adversos: Incluem irritabilidade e
2. As substâncias da segunda categoria inquietação, à medida que as reservas
(Substâncias psicomimética (alucinógenas)) energéticas do corpo vão se esgotando. Em
afetam principalmente os padrões de doses altas, as anfetaminas podem induzir o
pensamentos e a percepção, distorcendo a pânico e paranoia.
cognição de modo complexo.
Várias dessas substâncias não possuem usos Metilfenidato (ritalina): Estimulante do SNC
clínicos, mas são usados para objetivos parecido com a anfetamina e também pode
recreacionais, e como tais, são reconhecidos levar ao abuso. São fármacos mais prescritos
como fármacos de abuso. para crianças. É usado para o tratamento do
distúrbio de hiperatividade e déficit de
Estimulantes psicomotores atenção (DHDA).
As anfetaminas e o dextroisómero ativo, a Mecanismo de ação: Crianças com DHDA
dextroanfetamina, junto com a metafetamina e o produzem sinais fracos de DoP, fazendo com
metilfenidato (ritalina), grupo de fármacos com que atividades geralmente de interesse para
propriedades semelhantes. Atuam nas liberações as crianças não ofereçam gratificação. Ele é
de monoaminas, sobretudo DoP e NoE, nas um inibidor do transporte de DoP e atua no
terminações nervosas cerebrais. São substratos aumento da DoP na fenda sináptica.
para os transportadores da captura de amina Farmacocinética: O metilfenidato e o
neuronal e causam liberação desses mediadores, dextrotilfenidato são absorvidos por VO. O
produzindo os efeitos agudos. O uso prolongado, produto desesterificado, ácido ritalínico, é
são neurotóxicos, causa degeneração das excretado na urina.
terminações nervosas que contem aminas e, Efeitos colaterais: Efeitos no TGI são os
finalmente, morte celular, efeitos causados pelo mais comuns e incluem dor abdominal e
acumulo de metabolitos reativos dos compostos náuseas. Outros efeitos incluem anorexia,
de origem nas terminações nervosas. insônia, nervosismo e febre. E contra
Seus efeitos centrais são: Estimulação indicado em pacientes com glaucoma.
locomotora, Euforia e excitação, Insônia, Aumento
de disposição e Anorexia. Cocaína: Encontrada nas folhas de um
arbusto sul-americano, a coca. Essas folhas
Anfetaminas: Têm ações simpatomiméticas são usadas por sua propriedade estimulante
periféricas, produz elevação da pressão por nativos da América do sul, reduzem o
arterial da motilidade gastrintestinal. Causa cansaço durante o trabalho em grandes
euforia, pela VI, tão intensa, que foi descrita altitudes.
como ``orgasmica´´. Os indivíduos tornam-se Mecanismo de ação: Os efeitos
confiantes. Estudos mostraram melhoras no comportamentais resultam da estimulação do
desempenho mental e físico nos muitos córtex e do tronco cerebral. A cocaína liga-se
fatigados, embora não naqueles após repouso aos transportadores responsáveis pela
adequado. O desempenho mental melhora captura da DoP e da NoE nas terminações
para tarefas simples, tediosas, muito mais do nervosas e os inibe. Potencializando os
que para tarefas difíceis. efeitos periféricos da atividade nervosa
Mecanismo de ação: Seus efeitos no SNC e simpática e produz acentuado efeito
no SNP são indiretos ambos dependem da
estimulante psicomotor. Produz euforia,
loquacidade, aumento da atividade motora e
ampliação do prazer. Seus usuários se
sentem em alerta, energética e fisicamente
fortes e acreditam que possuem capacidades
mentais melhoras.
Farmacocinética: É administrada por VO,
por inalação, fumo ou por injeção IV. A
duração da ação da cocaína, é cerca de 30
minutos, é rapidamente metabolizada pelo
fígado.
Sendo desesterificada e desmetilada à
benzoilectonina, que é excretada na urina, a
detecção dessas substancia na urina nos permite
identificar o usuário. Um metabolito é depositado
no cabelo, com ele podemos monitorar o consumo
da cocaína.
Efeitos colaterais: A resposta tóxica à
ingestão aguda pode provocar reações de
ansiedade que incluem hipertensão,
taquicardia, sudoração e paranoia. Como
todos os fármacos estimulantes, a estimulação
do SNC é seguida por um período de
depressão mental. Pode causar convulsões e
arritmias cardíacas.
Metilxantinas
Varias bebidas como chá, café e cacau, contêm
metilxantinas, que possuem efeitos estimulantes
centrais leves. Os principais compostos são a
cafeína e a teofilina.
Tosse
É um reflexo protetor que retira material
estranho e secreções dos bronquíolos. Os
antitussígenos são todos anestésicos opioides
que atuam no tronco encefálico, deprimindo um
centro da tosse. Eles suprimem a tosse em
doses abaixo da necessária para alivio da dor. A
codeína é o opióide fraco com tendência
consideravelmente menor de causar
dependência do que a dos opioides principais e
é um supressor moderado da tosse. Diminuem
as secreções nos bronquíolos, o que espessa o
escarro, e inibe a atividade ciliar. É comum a
constipação.
consequente alteração na dissolução ou
solubilidade do fármaco.
Inibidores H2
Os antagonistas dos receptores H2 inibem
competitivamente as ações da histamina em todos
FARMACOLOGIA DO TGI os receptores H2, porem sua aplicação clinica
As principais condições patológicas nas quais é consiste na sua atuação como inibidores da
útil reduzir a secreção ácida são a ulceração secreção de ácido gástrico. Esses agentes
péptica, e a esofagite de refluxo. reduzem a secreção ácida basal é estimulada por
alimentos, além de promoverem a cicatrização das
Distúrbios ácido-pépticos úlceras duodenais. São seletivos e não alteram os
O controle da acidez gástrica é fundamental no receptores H1 e H3. Ocorre redução do volume de
tratamento desses distúrbios, embora esta secreção gástrica e da concentração da pepsina.
abordagem não trate o processo fisiológico A redução da secreção de ácido pela histamina,
fundamental. gastrina e pepsina ocorre por dois mecanismos:
Úlcera péptica: A terapia antissecretória da 1º a histamina liberada pelas células ECL
úlcera péptica e da esofagite de refluxo pela gastrina ou por estimulação local tem a
envolve a diminuição da secreção de ácido sua ligação ao receptor H2 da célula parietal
com antagonistas dos receptores H2 ou bloqueada;
inibidores da bomba de prótons ou 2º a estimulação direta da célula parietal pela
neutralização do ácido secretado com gastrina bloqueada Ach exercem um efeito
antiácidos. O tratamento da ulcera péptica diminuindo sobre a secreção de ácido na
deve incluir a erradicação do H. pylori com uso presença de bloqueio dos receptores.
de antimicrobianos, como a amoxicilina e São usados quatro H2-antagonistas:
metronidazol. A bactéria H. pylori produz a Cimetidina, Ranitidina, Femotidina e Nizatidina.
enzima uréase, que converte a ureia em
amônia e CO 2 que posteriormente é convertida Inibidores da bomba de prótons
em bicarbonato. Os fármacos usados no Agem através da inibição irreversível do
tratamento dos distúrbios ácido-péptico podem H+/K+ATPase, que constituí a etapa final na via de
ser divididos em duas classes: secreção ácida. Temos seis inibidores da bomba
1. Fármacos que reduzem a acidez de prótons para uso clínico: Omeprazol,
intragástrica; Esomeprazol, Dexlansoprazol, Rabeprazol e
2. Fármacos que promovem a defesa da Pantoprazol. Todos são benzimidazólicas
mucosa. substituídos, parecidos com receptores H2 na sua
Pacientes com esse problema podem tomar estrutura mas com mecanismo de ação diferente.
antiácidos ou H2-antagonistas. Como é Todos esses fármacos estão disponíveis em
proporcionada uma rápida neutralização do ácido, formulações orais. Eles são administrados na
os antiácidos produzem alivio sintomático mais forma de pró-fármacos inativos. Uma dose diária
rápido do que os antagonistas dos receptores H2. única afeta a secreção ácido durante 2 a 3 dias,
devido ao seu acúmulo nos canalículos.
Antiácidos (omeprazol, lanoprazol e pantoprazol). O
Os antiácidos são bases fracas que reagem com tratamento crônico com omeprazol reduz a
o HCl gástrico, formando sal e água. O absorção de vitamina B12. Para proteger o pró-
bicarbonato de sódio reage rapidamente com o fármaco de sua rápida destruição no TGI. Os
HCl formando dióxido de carbono e cloreto de inibidores da bomba de prótons são bases fracas
sódio. A formação de dióxido de carbono resulta lipofílicas que, após absorção intestinal, sofrem
em distensão em distensão gástrica e eructações. rápida difusão pela membrana lipídica para os
Atuam ao neutralizar o ácido gástrico, elevando, o componentes acidificados.
H1 gástrico para inibir a atividade péptica, que
cessa com um valor de pH de 5. Os antiácidos
comuns consistem de sais de magnésio e de
alumínio. Os sais de magnésio causam diarreia,
enquanto os sais de alumínio provocam
constipação. Todos os antiácidos podem afetar a
absorção de outras medicações por causa de sua
ligação ao fármaco ou aumento do pH, com
Vomito
Vomitar é um processo complexo e exige
atividade coordenadas dos músculos respiratório
somáticos e abdominais, bem como dos músculos
involuntários do TGI através do esôfago relaxado,
associado a contração sustentadas de diafragma
e músculos abdominais, e o aumento da pressão
intra-abdominal. A náusea é a de urgência de
vomitar, ocorrendo simultaneamente a perda de
tônus e peristalse gástrica, contração de duodeno
e refluxo de conteúdo intestinal para o estomago.
A estrutura anatômica integrada do vomito é o
centro bulbar do vômito, localizado na formação
reticular lateral. São usados diferentes agentes
antieméticos para condições diferentes.
Motilidade gastrointestinal
As drogas que aumenta a motilidade
gastrointestinal são a Domperidona, a
Metoclopramida que exerce um efeito estimulante
local significativo sobre a motilidade gástrica,
causando acentuada aceleração do esvaziamento
gástrico, sem estimulação concomitante da
secreção ácida gástrica. É útil no tratamento do
refluo gastroesofágico e no distúrbio do
esvaziamento gástrico.
FARMACOLOGIA CARDÍACA Ações sobre o coração: Os inibidores da
Insuficiência cardíaca (IC): É uma alteração ECA diminuem a resistência vascular, o tônus
progressiva no qual o coração é incapaz de venoso e a pressão arterial. Diminuem a pré e
bombear sangue suficiente para suprir as pós-carga, resultando aumento do débito
necessidades do organismo. Seus sintomas são cardíaco. O uso de inibidores da ECA no
dispneia, fadiga e retenção de liquido. Ela é tratamento da IC diminui significativamente a
decorrente de uma redução da capacidade do morbidade e a mortalidade.
coração em encher-se de sangue ou ejetá-lo de Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA
forma adequada. É frequentemente acompanhada são absorvidos de forma adequada, não
por aumento anormal do volume de sangue e de completamente, após a administração por via
líquido intersticial. Objetivos farmacológicos na oral. A presença de alimentos pode diminuir a
IC: São de aliviar os sintomas tornar lenta a absorção dos fármacos, eles devem ser
progressão da doença e aumentar a sobrevivência tomados com estomago vazio.
temos seis classes de fármacos usados para isso: Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão
postural, insuficiência renal, hiperpotassemia,
Inibidores do sistema renina-angiotensina angiodema e tosse seca persistente. A
A IC causa ativação do sistema renina- possibilidade de hipotensão sintomática com o
angiotensina por dois mecanismos: uso de inibidores da ECA requer monitoração
a. Aumento da liberação de renina pelas células cuidadosa. Os inibidores da ECA não devem
justaglomerulares nas arteríolas aferentes ser usados em mulheres gestantes, pois estes
renais em resposta à diminuição da pressão fármacos são tóxicos para o feto.
de perfusão renal, resultante do coração
insuficiente; Bloqueadores de receptores de angiotensina
b. Liberação de renina pelas células (BRAs)
justaglomerulares promovida por estimulação São compostos ativos por via oral que são
simpática e ativação dos receptores β. A antagonistas competitivos potentes do receptor
produção de angiotensina 2, um potente tipo 1 de angiotensina. A Losartana é o fármaco
vasoconstritor, e a subsequente estimulação protótipo. Os BRAs têm a vantagem de bloqueio
da liberação de aldosterona que causa mais completo da ação de angiotensina, pois os
retenção de sal e água levam ao aumento da inibidores da ECA inibem somente uma enzima
pré-carga e da pós-carga, que é característica responsável pela produção de angiotensina 2.
da insuficiência cardíaca. Além disso, níveis Além disso, eles não afetam os níveis de
altos de angiotensina 2 e aldosterona têm bradicinina.
efeitos prejudiciais direto no músculo cardíaco, Ações sobre o coração: Todos os BRAs são
favorecendo o remodelamento, a fibrose e as aprovados para o tratamento da hipertensão
alterações inflamatórias. com base na sua eficácia clinica em reduzir a
Dependendo da gravidade da IC e de fatores pressão arterial e diminui a morbidade e a
individuais do paciente uma ou mais classes de mortalidade associada a hipertensão. Seu uso
fármacos são usados. Os benefícios da na IC é como substituto dos inibidores da ECA
intervenção farmacológica incluem redução da por pacientes com tosse intensa ou
carga do miocárdio, diminuição do volume de angiodema.
líquido extracelular, aumento da contratilidade Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA
cardíaca e redução da velocidade remodelamento são absorvidos de forma adequada, mas não
cardíaco. completamente, após a administração via oral.
A presença de alimentos pode diminuir a
Inibidores da enzima conversora de absorção dos fármacos, eles devem ser
angiotensina (ECA) tomados com estomago vazio. Com exceção
São os fármacos de escolha na IC. Eles do captopril, os inibidores da ECA são pró-
bloqueiam a enzima responsável pela fármacos que precisam de ativação por
transformação de angiotensina 1 no potente hidrolise pelas enzimas hepáticas. A
vasoconstritor angiotensina 2. Também diminuem eliminação renal da molécula ativa é
a velocidade de inativação da bradicinina pela importante para a maioria dos inibidores da
redução dos níveis de angiotensina 2 circulante, ECA;
os inibidores da ECA também diminuem a Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão
secreção de aldosterona, resultando em menor postural, insuficiência renal, hiperpotassemia,
retenção de sódio e de água. angiodema e tosse seca persistente. Os
inibidores da ECA não devem ser usados em
mulheres gestantes, pois são tóxicos para o
feto.
Bloqueadores β-adrenérgicos Glicosídeos digitálicos: são frequentemente
O benefício dos β-bloqueadores é atribuído, em chamados digitálicos ou digitálicos cardíacos,
parte, à sua propriedade de prevenir as mudanças pois a maioria dos fármacos é proveniente da
que ocorrem em virtude da ativação crônica do planta digitalis (dedadeira). São compostos
SNP, incluindo diminuição da frequência cardíaca quimicamente parecidos que podem aumentar
e inibição da liberação de renina dos β- a contratilidade do músculo cardíaco, vista
bloqueadores são aprovados para uso na IC: o disso, são muito usados no tratamento da IC.
carvedilol e o metoprolol de ação prolongada. O Os glicosídeos no músculo cardíaco, e dessa
carvedilol é um antagonista de β-adrenorreceptor forma, aumenta a contração do miocárdio atrial
não seletivo que também bloqueia β- e ventricular (ação ionotropica positiva). O
adrenorreceptor, o metoprolol e um antagonista β1 digitálico mais usado é a digoxina.
seletivo. O carvedilol e o metoprolol diminuem a Farmacocinética: Todos os glicosídeos
morbilidade e a mortalidade associada à IC. O digitálicos possuem as mesmas ações
tratamento deve iniciar com baixas dosagens e farmacológicas, mas variam em potencia e
gradualmente ser titulada a dosagem eficaz com farmacocinética. A digoxina é muito potente,
base na tolerância do paciente. com índice terapêutico estreito e longa meia
vida de cerca de 36 horas. A digoxina é
Diuréticos eliminada de forma inalterada pelos rins.
Aliviam a congestão pulmonar e o edema Tem amplo volume de distribuição porque
periférico. Esses fármacos são úteis na redução acumula nos músculos. A digoxina tem
dos sintomas da sobrecarga de volume, incluindo tempo de meia-vida muito longo e é
ortopneia e dispneia paroxística noturna. Os extensamente biotransformado pelo fígado
diuréticos diminuem o volume plasmático, e, antes da excreção nas fezes, e os pacientes
subsequentemente, diminuem o retorno venoso ao com doenças hepáticas podem precisar
coração, diminuindo a carga de trabalho cardíaca reduzir as doses.
e a demanda de oxigênio. Os diuréticos podem Efeitos adversos: A toxidade da digoxina é
diminuir também a pós-carga pela redução de uma das reações adversas a fármaco mais
volume plasmático, reduzindo, assim, a pressão comum encontrada. Os efeitos adversos
arterial. Os diuréticos tiazílicos são relativamente podem ser controlados suspendendo o uso
fracos e perdem eficácia em pacientes com do glicosídeo cardíaco, medindo o nível
depuração de creatina inferior a 50ml/min. Os sérico de potássio, e, se indicado,
diuréticos de alça são usados em pacientes que administrando suplemento de potássio. Os
necessitam diurese intensa e em pacientes com tipos de efeitos adversos são:
insuficiência renal. Os diuréticos de alça são os Efeitos cardíacos: o mais comum é a
diuréticos mais usados na IC. arritmia caracterizada por tonar lenta a
condução átrio ventricular associado com
Vasodilatadores diretos arritmia arterial. Diminuição do potássio
A dilatação de vasos sanguíneos venosos leva a intracelular é o fato predisponente primário
uma diminuição na pré-carca cardíaca pelo nesse efeito.
aumento da capacitância venosa; dilatadores
arteriais reduzem a resistência arteriolar sistêmica Antagonistas da aldosterona
e diminuem a pós-carga. Os nitratos são os Pessoas com doenças cardíacas avançadas
dilatadores venosos mais usados e pacientes com apresentam níveis altos de aldosterona devido à
IC congestiva. Se o paciente é intolerante aos estimulação da angiotensina 2 e à redução da
inibidores da ECA ou aos β-bloqueadores, ou se depuração hepática do hormônio. A
necessária uma resposta vasodilatadora adicional, espironolactona é um antagonista direto da
pode ser usado à associação de hidralazina e aldosterona; desta forma previne a retenção de
dinitrato de isossorbida. Esta associação é muito sal, a hipertrofia miocárdica e a hipotassemia.
eficaz em pacientes negros com IC. A hidralazina Como ela promove retenção de potássio, os
diminui a pós-carga e o nitrato orgânico reduz a pacientes não devem receber suplementação de
pré-carga. potássio. Os efeitos adversos incluem distúrbios
gástricos, como gastrite e ulcera péptica, efeito
Fármacos ionotrópicos sobre o SNC, como letargia e confusão, e
Aumenta a contratilidade do músculo cardíaco e, alterações endócrinas, como ginocomastia,
dessa forma aumenta o débito cardíaco. Embora diminuição do libido e irregularidade menstrual.
esses fármacos atuem por diferentes
mecanismos, em todos os casos a ação inotrópica
é o resultado do aumento da concentração de
cálcio citoplasmático, o qual aumenta a
contratilidade do musculo cardíaco.
AGENTES ANTIARRÍTIMICOS Classes
A meta da terapia arrítmica é reduzir a atividade Os antiarrítmicos podem ser classificados de
do marca-passo ectópico e modificar a condução acordo com seu efeito predominante sobre o
ou refradariedade nos circuitos de reentrada para potencial de ação (PA). Os antiarrítmicos são
desabilitar o movimento em circulo. Os principais organizados em quatro classes de acordo com
mecanismos farmacológicos para isso são: seu mecanismo de ação. Os agentes
1. Bloquear os canais de sódio; antiarrítmicos de:
2. Bloquear os efeitos autônomos simpáticos no 1. Classe 1: São bloqueadores dos canais de
coração; Na+;
3. Prolongar o período refratário efetivo; 2. Classe 2: São bloqueadores dos receptores β-
4. Bloqueadores dos canais de cálcio. adrenérgicos;
Os antiarrítmicos diminuem a automaticidade dos 3. Classe 3: São bloqueadores dos canais de K+;
marca-passos ectópicos mais do que a do nó SA. 4. Classe 4: Bloqueiam os canais de Ca2+.
Também reduzem a condução e a excitabilidade e
aumentam o período refratário em maior extensão Classe 1
no tecido despolarizado do que no tecido normal As drogas de classe 1 exercem bloqueio direto
polarizado. Isso é feito ao bloquear seletivamente nos canais de Na+, com tendência variável, e se
os canais de sódio ou de cálcio das células diferenciam nas subclasses:
despolarizadas. 1A: Depressão moderada da fase 0 e da
O efeito específico de determinado bloqueador velocidade de condução, com bloqueio
dos canais decorre da função da corrente adicional dos canais de K+ e de retardo de
transportadora pelo canal específico no potencial repolarização;
de ação cardíaca. 1B: Depressão discreta a moderada da fase 0
+ 2+
e sem efeito nos canais de K+;
Ex.: Os b loqueadores dos canais de Na e Ca alteram o 1C: Depressão acentuada da fase 0 e da
+
potencial limiar, enquanto os b loqueadores dos canais de K
tendem a prolongar a duração do potencial de ação. condução, com pouco ou nenhum efeito nos
canais de K+.
+
Esses fármacos podem ter acesso ao canal Em consequência do bloqueio de Na , há um
iônico ao atravessar os poros do canal ou ao menor número de canais disponíveis para
difundir-se através da dupla camada lipídica abertura, em resposta à despolarização da
dentro da qual se encontra o canal. Os membrana elevando, assim, o limiar para o
bloqueadores dos canais iônicos dependente do disparo do potencial de ação e lentificando a taxa
estado constitui um importante conceito na ação de despolarização. Ambos os efeitos estendem à
dos fármacos antiarrítmicos. Os canais iônicos são duração da fase 4 e, diminuem a frequência
capazes de assumir vários estados de cardíaca.
conformação, e as mudanças na permeabilidade
da membrana a determinado íon são mediadas
por alterações conformacionais nos canais através
dos quais este íon passa. Com frequência, os
agentes antiarrítmicos exibem afinidades
diferentes por diferentes estados de conformações Figura 16: efeitos dos agentes antiarrítmicos da classe IAM ,
dos canais com maior afinidade do que outras IB e IC sobre o potencial de ação ventricular. (a) bloqueio
conformações do canal com maior afinidade. Esse moderado dos canais de Na +, (1) classe 1A; (b) repolarização
prolongada; (c) bloqueio leve dos canais na +; (2) classe 1B;
tipo de ligação é conhecido como ``dependente (d) repolarização encurtada; (e) acentuado bloqueio dos
do estado´´. Um bom exemplo são os canais de Na +; (3) classe IC; (f) nenhuma alteração na
+
bloqueadores dos canais de Na . repolarização.
O canal de Na + sofre alterações de seu estado (ab erto- Classe 1A: Os antiarrítmicos da classe 1A
fechado-inativo) enquanto dura um potencial de ação. o canal exercem bloqueio moderado sobre os canais
torna-se inativo durante a fase de platô e modifica=se de Na+ e prolongam a repolarização tanto das
novamente para a conformação em repouso (fechado)
quando a memb rana é repolarizada para o seu potencial em células do nó AS* quanto dos miocitos
repouso. ventriculares. Através dos bloqueios dos
canais de Na+, esses agentes diminuem a
Os bloqueadores dos canais de Na+ ligam-se, velocidade de ascensão da fase 0, o que
preferencialmente ao canal de Na+ nos estados diminuem a velocidade de condução através
abertos e inativado, mas não do canal no seu do miocárdio.
estado de repouso (fechado). Dessa forma, os
fármacos tendem a bloquear os canais durante o
potencial de ação e a dissociar-se deles durante a
diástole.
Procainamida: Ao bloquear os canais de O labetalol e o carvediol induzem a
sódio, ela prolonga a elevação do PA e a vasodilatação ao antagonizar a vasoconstrição
condução, e prolonga a duração do QRS do mediada pelos receptores α-adrenérgicos,
ECG. O fármaco também bloqueia a APD enquanto o pindolol é um agonista parcial nos
(uma ação de classe 3) por meio do bloqueio receptores β2-adrenérgicos.
inespecífico dos canais de potássio. A
procainamida possui ações depressoras Classe 3
diretas sobre os nodos SA e AV, as quais são Bloqueiam os canais de K+; Dois tipos de
contrabalanceadas apenas discretamente correntes determinam a duração da fase do platô
pelos bloqueios vagais induzidos por do PA* cardíaco: As correntes de Ca2+
fármacos. despolarizantes para dentro da célula e as
Efeitos extracardíacos: Possui correntes de K+ hiperpolarizantes para fora da
propriedade de bloqueio ganglionar. Tal célula. Durante um PA* normal, as correntes de K+
ação a resistência vascular periférica e hiperpolarizantes diminuem a duração do platô,
pode provocar hipotensão, em particular com retorno mais rápido do PM, a seu valor em
como uso intravenoso. repouso, enquanto as correntes de K +
Toxidade: Os efeitos cardíotóxicos da hiperpolarizantes menores aumentam a duração
procainamida incluem o prolongamento do platô e retardam o retorno do PM para o seu
excessivo do PA, o prolongamento do valor de repouso.
intervalo Q-T e a indução da arritmia A Ibutilida é um agente de classe 3 que prolonga
torsades de pointes e sincope um efeito a repolarização através da inibição da corrente de
colateral preocupante da terapia com K+ retificação tardia. Esse agente também
procainamida á longo prazo é uma intensifica a corrente de Na+ lenta dirigida para
síndrome que se assemelha ao lúpus dentro da célula, que prolonga ainda mais a
eritematoso e que, comumente, consiste repolarização.
em artralgia e artrite. A Dofetilida é um agente de classe 3 apenas
Farmacocinética: Podem ser administrada disponível por VO. Inibe o componente rápido da
por via intravenosa e intramuscular, sendo corrente retificadora de K+ tardia e não exerce
absorvida por VO. Ela é eliminada por nenhum efeito sobre a corrente de Na+ para dentro
metabolismos hepáticos e pelos rins. Tem da célula. A dofetilida aumenta a duração do PA*
meia vida de 4 a 3 horas, exigindo e prolonga o intervalo QT de forma dependente da
dosagem frequente ou uso de forma de dose.
liberação lenta. O Sotalol é um agente antiarrítmico misto das
classes 2 e 3. Esse fármaco antagoniza não
Classe 2 seletivamente os receptores β-adrenérgicos e
São os antagonistas β-adrenérgicos, atuam também aumentam a duração do PA* ao bloquear
através da inibição dos influxos simpáticos para as os canais de K+.
regiões de regulação do ritmo do coração. A A Amiodarona é o principal agente antiarrítmico
estimulação simpática libera NoE, que se liga aos da classe 3 mas também atua como antiarrítmico
receptores β-adrenérgicos nos tecidos nodais. da classe 1, 2 e 4. A capacidade da amiodarona
Essa ativação desencadeiam um aumento na de exercer essa diversidade de efeitos pode ser
corrente marca-passo que aumenta a frequência explicada pelo seu mecanismo de ação: Alteração
de despolarização da fase 4 e, leva a um disparo da membrana lipídica na qual se localizam os
mais frequente do nó. Os antagonistas β- canais iônicos e os receptores. Em todos os
adrenérgicos não seletivos que antagonizam os tecidos cardíacos, a amiodarona aumenta o
receptores tanto β 1-adrenérgicos quanto β2- período refratário efetivo através do bloqueio dos
adrenergicos. São amplamente usados no canais de K+ responsável pela repolarização, esse
tratamento da taquiarritmias causadas por prolongamento da duração do potencial de ação
estimulação das catecolaminas durante o diminuindo a reentrada.
exercicio físico ou o estresse emocional.
Propanolol: Reduz a incidência de arritmias
súbitas fatais depois do infarto do miocárdio.
Reduzem a taxa de mortalidade no primeiro
ano após uma taque cardíaco, em parte devido
a sua capacidade de prevenir arritmias
ventriculares;
Metoprolol: Antagonista β-adrenérgico mais
usado no tratamento de arritmias cardíacas,
ele reduz o risco de broncoespasmo. É
extensamente biotransformado e tem ampla
penetração no SNC.
Classe 4 ANTIAGINOSO
Atuam nos tecidos nodais AS* e AV, pois eles A doença aterosclerótica das artérias coronária,
dependem das correntes de Ca2+ para a fase de é a causa mais comum de mortalidade em todo o
despolarização do Pa*. A principal ação mundo. Os pacientes comumente morrem por
terapêutica dessa classe é lentificar a ascensão insuficiência da bomba devido a um infarto do
do PA* nas células do nó AV, resultando em miocárdio ou devido à arritmia fatal. A doença das
diminuição da velocidade de condução através do artérias coronárias pode e apresentar de
nó AV. (verapamil e diltiazem). diferentes formas, como angina de peito, síndrome
Verapamil: Apresenta maior ação no coração coronária aguda, arritmias respiração curta.
do que no músculo liso vascular, ao passo que Angina pectoris é um quadro repentino e grave
o nifedipino, um bloqueador de canal de cálcio caracterizado por dor comprimindo o peito que se
usado no tratamento de hipertensão, exerce irradia pelo pescoço, pela mandíbula, pelas costas
um efeito mais intenso no musculo liso pelos braços. É causada pelo fluxo sanguíneo
vascular do que no coração. O diltiazem tem coronário é insuficiente para suprir a demanda de
uma ação intermediária. oxigênio do miocárdio, levando à isquemia.
Farmacocinética: O verapamil e o diltiazem São usados três classes de fármacos,
são absorvidos após administração por VO. O isoladamente ou em associações, são usados no
verapamil é extensamente biotransformado tratamento de pacientes com angina estável. Eles
pelo fígado: portanto, deve-se ter cuidado diminuem a demanda de oxigênio pelo coração
quando esse fármaco é administrado em afetando a pressão arterial, o retorno venoso, a
paciente com disfunção hepática. frequência e a contratilidade cardíaca.
Efeitos extracardíacos: Bloqueia os canais Nitratos orgânicos (nitroglicerina): usados
de cálcio do tipo L ativados e inativados. no tratamento da angina pectoris são ésteres
Assim, seu efeito é mais acentuado nos simples ácidos nítricos e nitrosos com glicerol.
tecidos que se despolarizam com frequência, Esses compostos causam rápida redução na
naquelas que estão menos completamente demanda miocárdica de oxigênio, seguido por
polarizados em repouso, e naqueles em que alivio rápido dos sintomas. Os nitratos inibem a
a ativação depende apenas da corrente de vasoconstrição ou espasmo coronariano
cálcio, como os nodos AS e AV. o verapamil aumentando a perfusão do miocárdio e assim
lentifica o nodo SA e AV por meio de sua aliviam a angina vasoespaticas também
ação direta, mas sua ação hipotensora relaxam as veias, diminuindo a pré-carga e o
ocasionalmente resulta num pequeno consumo cardíaco da angina de esforço. A
aumento do reflexo da frequência SA. nitroglicerina diminui o consumo de oxigênio
Efeitos adversos: Tem propriedades pelo miocárdio em virtude da diminuição do
inotrópicas negativas e, podem ser trabalho cardíaco.
contraindicado em pacientes com função Farmacocinética: O tempo de
cardíaca deprimida preexistente. Ambos os estabelecimento da ação varia de um minuto
fármacos também podem diminuir a pressão para a nitroglicerina a mais de uma hora para
arterial devido à vasodilatação periférica um o mononitrato de isossorbida. Ela sofre
efeito que é até benéfico no tratamento da biotransformação de primeira passagem no
hipertensão. fígado. Dessa forma, é comum o seu uso por
via sublingual ou adesiva transdérmico,
evitando, assim, essa via de eliminação.
Efeitos adversos: O efeito adverso mais
comum é a cefaleia, doses altas também
causam hipotensão postural, rubor facial e
taquicardia. Os inibidores da fosfodiesterase-
5 como sildenafila, potencializam a ação dos
nitratos.
ANTI-HIPERTENSÃO Diuréticos
A hipertensão é definida como uma pressão Os fármacos que bloqueiam as funções de
sanguínea sistólica contínua maior do que transporte dos túbulos renais são ferramentas
140mmHg ou uma pressão sanguínea diastólica clinicas valiosas no tratamento desses distúrbios.
contínua maior do que 90mmHg. A hipertensão Um diurético aumenta o volume de urina, em
resulta do aumento do tônus do músculo liso quanto um natriurético provoca aumento na
arteriolar vascular periférico, que leva ao aumento excreção renal de 11Na, e um aquarético aumenta
da resistência arteriolar e à redução da a excreção de água sem solutos. Reduzem a
capacitância do sistema venoso. pressão arterial, sobretudo ao produzirem
O objetivo do tratamento é reduzir a morbidade depleção das reservas corporais de 11Na.
cardiovascular e renal e a mortalidade. Os Inicialmente, reduzem a pressão arterial ao
fármacos usados no tratamento da hipertensão diminuírem o volume sanguíneo e o débito
são classificados em quatro categorias com o cardíaco, pode ocorrer aumento da resistência
objetivo de orientar o tratamento. vascular periférica. Os diuréticos são efetivos na
Todos os agentes anti-hipertensivos atuam num redução da pressão arterial em 10 a 15mmHg na
ou mais dos quatro locais anatômicos de controle: maioria dos pacientes, e, com frequência, os
como rim, coração, artérias e veias. Produzindo diuréticos usados isoladamente proporcionam um
efeitos ao interferirem nos mecanismos normais tratamento adequado para a hipertensão leve ou
da regulação da pressão arterial. Esses fármacos moderada. Os diuréticos tiazídicos são
são divididos de acordo com o principal local apropriados para maioria dos pacientes com
regulador ou mecanismos comuns de ação. As hipertensão leve ou moderados, e com
categorias incluem: normalidade das funções cardíaca e renal. Os
1. Diuréticos: Reduzem a pressão arterial por diuréticos poupadores de 19K são úteis tanto para
meio da depleção de 11Na corporal, diminuição evitar a depleção excessiva de 19K quanto para
do volume sanguíneo, talvez, outros aumentar os efeitos natriuréticos de outros
mecanismos; diuréticos. O tratamento com doses baixas de
2. Agentes simpaticoplégicos: Baixam a diuréticos e seguro, barato e eficaz na prevenção
pressão arterial por meio da redução da de derrame, infarto do miocárdio e IC congestiva,
resistência vascular periférica, inibição da todos os quais podem causar morte.
função cardíaca e aumento do acúmulo Diuréticos tiazilicos: Todos os diuréticos
venoso nos vasos de capacitância. Esses orais são eficazes no tratamento da
agentes são ainda subdivididos de acordo com hipertensão, mas os tiazilicos tem sido os mais
seus supostos locais de ação no arco-reflexo usados. Os tiazílicos, como a hidroclorotiazida
simpático; e a clortalidona, diminuem a pressão arterial
3. Vasodilatador direto: Reduzem a pressão ao inicialmente por aumentar a excreção de sódio
relaxarem o músculo liso vascular, relaxando, e água. Isso causa uma redução do volume
os vasos da resistência e, aumentando extracelular, resultando em diminuição do
também a capacitância; debito cardíaco e do fluxo sanguíneos renal.
4. Agentes que bloqueiam a produção ou Farmacocinética: Os diuréticos tiazílicos
ação da angiostensina: Reduzem a são ativados por VO. A velocidade de
resistência vascular periférica e o volume absorção e eliminação vária embora
sanguíneo. nenhuma vantagem nítida exista entre eles.
Todos os tiazilicos são substratos ar o
sistema excretor de acido orgânico do
néfron e, como tal, podemos competir com o
ácido úrico pela eliminação.
Efeitos adversos: Os diuréticos tiazilicos
induzem hipotassemia e hiperuricemia em
70% dos pacientes e hiperglicemia em 10%.
Podem causar ataque agudo da gota.
Agentes que diminuem a reabsorção renal Reguladores de volume
de Na+: O rim modifica a composição iônica do Inibidores do sistema renina-angiotensina
filtrado glomerular através da ação combinada Usa 3 estratégias para a interromper o sistema
de transportadores e canais iônicos nas renina-angiotensina-aldosterona (RAA):
membranas. Esse transporte pode ser 1. Os inibidores da ECA reduzem a pressão
modulado farmacologicamente pelas ações de arterial reduzindo a resistência vascular
agentes diuréticos para regular o volume e a periférica sem aumentar reflexamente o débito,
composição da urina. A inibição da reabsorção a frequência ou a contratilidade cardíaca. Eles
de íons leva a uma redução da força bloqueiam a ECA que hidrolisa a angiotensina1
propulsora osmótica que favorece a para formar a angiotensina2. Também é
reabsorção de H2O nos segmentos do néfron responsável pela degradação da bradicinina
permeáveis à H2O. Os diuréticos atuam sobre que aumenta a produção de óxido nítrico e
a reabsorção de 11Na ao longo dos 4 prostaciclina nos vasos sanguíneos. Diminuem
segmentos dos néfron. O rim concentra e os níveis de angiotensina2 e aumenta os de
secreta esses fármacos na luz tubular, bradicinina ocorre vasodilatação de arteríolas
permitindo que os diuréticos alcancem e veias como resultado de combinação de
concentrações mais altas no túbulo do que no efeitos de vaso constrição diminuída causada
sangue. pela redução dos níveis de angiotensina2 e
Diuréticos de alça: Atuam no ramo vasodilatação devido ao aumento da
ascendente da alça de Henle, causando bradicinina. Reduzindo os níveis de
inibição competitiva do co-transportador de angiotensina2, os inibidores da ECA diminuem
Na+ e -K+, na membrana apical das células do a secreção de aldosterona, resultando em
ramo ascendente da alça. Ocorre também menor retenção de 11Na e H2O. Os inibidores
inibição da reabsorção no túbulo contorcido da ECA diminuem a pré-carga e a pós-carga
distal, podendo resultar em aumento do aporte cardíaca, reduzindo, assim, o trabalho
de 20Ca e 12Mg luminal nos locais distais de cardíaco.
reabsorção no túbulo contorcido distal, 2. Os antagonistas dos receptores de
resultando em excreção aumentada de 20Ca e angiotensina: Como a Losartana e a
de 12Mg. Valsartana, inibem a ação da AT2 em seu
Diuréticos do ducto coletor (poupadores de receptor. Aumenta indiretamente a atividade
potássio): Aumentam a reabsorção de 19K no do relaxamento vascular dos receptores AT2.
néfron. Os agentes pertencentes a essa classe Tanto os inibidores da ECA quanto os
interrompem a reabsorção de Na+ das células antagonistas AT1 aumentam a liberação de
principais do ducto coletor através de 2 renina como mecanismo compensatório, no
mecanismos. Os agentes como a caso do bloqueio AT1, o aumento da AT2
espirolactona inibem a biossíntese de novos resulta em sua interação aumentada com
canais de Na+ nas células principais, enquanto receptores AT2.
os agentes como a amilorida bloqueia a 3. Os antagonistas do receptor de minérios ou
atividade dos canais de Na+ na membrana corticoides bloqueiam a ação da aldosterona
luminal dessas células. A espironolactona inibe no ducto coletor do néfron.
a ação da aldosterona através de sua ligação
ao receptor de mineralocorticoides, impedindo
a sua translocação nuclear e amilorida é um
inibidor competitivo do canal de Na+ epitelial
na membrana apical das células epiteliais.
Diuréticos osmóticos: Como o Manitol, são
pequenas moléculas filtradas no glomérulo,
mas que não sofrem reabsorção subsequente
no néfron. Consequentemente, representam
uma força osmótica intraluminal que limita a
reabsorção de H2O através dos segmentos do
néfron permeáveis à H2O. Os efeitos dos
agentes osmóticos são maiores no túbulo
proximal, onde ocorre a maior parte da
reabsorção isosmótica de H2O.
Diuréticos inibidores da anidrase
carbônica: É encontrada em locais do néfron,
onde catalisam a desidratação do H3CO3 à
CO2 na membrana luminal e a reidratação do
CO2 a H3CO3 no citoplasma. Ao bloqueá-la os
inibidores reduzem a reabsorção de NaHCO 3 e
causam diurese.
FARMACOLOGIA DA DOR A morfina ou a diamorfina (heroína) administradas
A dor é subjetiva, difícil de definir, embora por via intravenosa, o resultado será um ``ímpeto
saibamos o que significa. É a resposta direta a um súbito´´ que se assemelha a um orgasmo
evento indesejável ligado a lesão tecidual, como abdominal. A euforia produzida depende das
trauma, inflamação ou câncer, as dores intensas circunstâncias. Nos pacientes angustiados, é
podem originar-se de qualquer causa pronunciado, as nos pacientes acostumados a dor
predisponente obvia ou persistir por muito tempo crônica, a morfina causa analgesia com pouca ou
depois que a lesão esteja resolvida. Também nenhuma euforia. Alguns pacientes relatam
pode ocorrer em consequência de lesão cerebral agitação, e não euforia, sob estas circunstâncias.
ou de nervo. As afecções dolorosas do segundo Depressão respiratória: Resultando em
tipo são geralmente descritos como dores aumento da PCO 2 arterial, ocorre com uma
neuropáticas. São causa comuns de incapacidade dose normal analgésica de morfina ou
e angustia e, em geral, respondem menos aos compostos relacionados, embora em pacientes
analgésicos convencionais que as afecções em com dor grave o grau de depressão
que a causa imediata está clara. respiratória produzido possa ser menor do que
E condições normais, a dor associa-se à o antecipado. A depressão respiratória e
atividade de impulsos em fibras aferentes mediada por receptores μ. O efeito depressor
primárias dos nervos periférico. Estes nervos está associado à diminuição da sensibilidade
possuem terminações sensitivas nos tecidos do centro respiratório à PCO 2 arterial e à
periféricos e são ativados por estímulos de vários inibição da geração do rito respiratório.
tipos (mecânicos, térmicos e químicos). A maioria Depressão do reflexo da tosse: A supressão
dos neurônios de fibras não-mielinizadas (C*) é da tosse surpreendentemente, não se
associado as terminações nociceptivas polimodais relaciona com as ações analgésicas e
e transmite dor profunda, difusa e em queimação, depressoras dos opióides, e seu mecanismo
enquanto as fibras mielinizada (Aδ) transmitem ao nível dos receptores não está claro. A
dor aguda bem localizada. As fibras C* e Aδ codeína e a folcodina suprimem a tosse em
transmitem a informação nociceptiva proveniente doses subanalgésica, porém causam
do musculo e das vísceras, assim como as da constipação como efeito adverso.
pele. A lesão tecidual é a causa imediata da dor e Náuseas e vômitos: Ocorrem em até 40%
resulta e liberação local de uma variedade de dos pacientes a quem se administra morfina, e
substâncias químicas que atuam sobre as não parecem ter efeitos separáveis do efeito
terminações nervosas, seja ativando-as analgésico entre uma variedade de analgésico
diretamente, ou potencializando sua sensibilidade opioides. O local de ação é a área postrema,
a outras formas de estimulação. região do bulbo e que muitos tipos de
estímulos químicos podem iniciar os vômitos.
OPIÓIDES Náuseas e vômitos após a injeção de morfina
O ópio é um extrato do suco da papoula, que geralmente são transitórios e persistem e
contém morfina e outros alcaloides relacionados. possam limitar a adesão do paciente. A
São usados para fins medicinais a milhares de administração aguda da morfina-6-glucuronida,
anos, como agente promotor de euforia, analgesia um metabolito ativo da morfina, pode produzir
e para evitar a diarreia. náuseas e vômitos, devido ao fato de ser mais
polar e não penetrar na área postrema, como a
Morfina morfina.
Os efeitos, mas importantes da morfina ocorrem Constrição pupilar (miose): É causada por
no SNC e no TGI, embora tenham sido descritos estimulação do núcleo do nervo oculomotor
vários efeitos de significativos menores sobre mediado pelos receptores μ e k. Pupilas
outros sistemas. puntiformes são características para
Efeitos no SNC: diagnosticar intoxicação por opioides, porque a
Analgesia: Tem efeito na maioria dos tipos maioria das causas de coma e depressão
de dores agudas e crônicas, em geral, menos respiratória produz dilatação pupilar. A
eficaz nas síndromes de dor neuropática do tolerância não se desenvolve à constrição
que nas dores associadas à lesão tecidual, induzida pelos opioides e, portanto, pode ser
inflamação ou crescimento tumoral. Ela observado em usuários de drogas
também reduz o componente afetivo da dor. dependentes de opioides que estejam usando
Euforia: A morfina causa potente sensação opióide por tempo considerável.
de contentamento e bem estar. É um Efeitos no TGI: Os opióides aumentam o
componente importante de seus efeitos tônus e reduz a motilidade em muitas pares do
analgésicos, porque a agitação e a ansiedade sistema do TGI, resultando em constipação, eu
associadas a uma doença dolorosa ou pode ser grave e problemática para o paciente.
trauma, são assim reduzidos. O atraso resultante nos esvaziamento gástrico
pode retardar a absorção de outros fármacos.
A pressão no trato biliar aumenta em razão da
contração da bexiga e constrição do esfíncter PARACETAMOL
biliar. Os opioides devem ser evitados em Os fármacos anti-inflamatórios não esteroidais
pacientes que sofrem de dores biliares devido (AINEs) são usados para tratar afecções
a cálculos, nos quais pode ser aumentada ao inflamatórias dolorosas e para reduzir quadros
invés de aliviadas. febris. Ele difere dos outros AINEs por produzir
Outras ações dos opióides: A morfina efeitos analgésicos e antipiréticos, enquanto lhe
libera histamina dos mastócitos através de faltam os efeitos anti-inflamatórios. Não possui a
ação não relacionada aos receptores opióide. tendência de outros AINEs para causar ulceração
A liberação de histamina pode causar efeitos gástrica e sangramento. O paracetamol é bem
locais, como urticária e prurido no local da absorvido por VO, e sua meia vida plasmática é
injeção, ou efeitos sistêmicos, chamados de cerca de 3 horas. É metabolizado por
broncoconstrição e hipotensão. O efeito hidroxilação, conjugação principalmente como
broncoconstritor pode ter serias glicuronideo e eliminado na urina. A
consequências para os pacientes asmáticos superdosagem de paracetamol causa grave lesão
,aos quais a morfina não deve ser hepática, comumente fatal, e o fármaco costuma
administrada. A hipotensão e a bradicardia ser usado em tentativas de suicídios.
ocorrem com doses elevadas da maioria dos
opioides, devido à ação sobre a medula. Com
a morfina e fármacos similares, a liberação
de histamina pode contribuir para a
hipotensão. Os efeitos no músculo liso são
leves embora possam ocorrer espasmos
uterinos, da bexiga e dos ureteres. Os
opioides exercem efeitos imunossupressores
complexos, e podem ser importantes, como
ligação entre o SN e a função imunológica.
Tolerância e dependência: Os diferentes
mecanismos adaptativos celulares são
responsáveis pela tolerância e dependência.
Estes fenômenos ocorrem, sempre que os
opioides são administrados por mais que
alguns dias.
Tolerância: A tolerância às muitas ações dos
opioides desenvolve-se em alguns dias, como
administração repetitiva. A rotatividade de
fármaco e frequentemente usado na clinica
para superar a perda da eficácia.
Dependência física: Refere-se a
determinado estado em que a retirada do
fármaco causa efeitos fisiológicos adversos,
ou seja, síndrome de abstinência.
Farmacocinética: A absorção da morfina por
VO é variável. A própria morfina é absorvida
sendo comumente administrada por via
intravenosa ou intramuscular para tratar dor
aguda, intensa, a morfina por via oral, costuma
ser usada para aumentar sua duração de
ação. A codeína é bem absorvida e
administrada por via oral. A maioria dos
fármacos parecidos à morfina passa por
considerável metabolismo de primeira
passagem, e, portanto, eles são muito menos
potentes quando usado por VO, e não
injetados. A meia vida plasmática da morfina é
de 3 a 6 horas. O metabolismo hepático é a
principal modalidade de inativação, geralmente
por conjugação com glicuronideo.
Efeitos adversos: A superdosagem aguda
com morfina resulta em coma e depressão
respiratória, caracteristicamente com
constrição pupilar.
ANTIINFLAMATÓRIO As duas enzimas são homologas; no entanto, a
A inflamação é uma resposta normal de conformação para os sítios de ligação ao
proteção às lesões teciduais causadas por trauma substrato e regiões catalíticas é um pouco
físico, agentes químicos ou microbiológicos diferente.
nocivos. A inflamação é a tentativa do organismo
de inativar ou destruir os organismos invasores, Ex.: A COX2 apresenta um canal de sub strato maior e mais
flexível do que a COX1 que apresenta um espaço maior no
remover os irritantes e preparar o cenário para o
sítio de ligação dos inib idores.
reparo tecidual. Quando a recuperação está
completa, normalmente o processo inflamatório 2. Via da lipoxigenase: Alternativamente, muitas
cessa. Entretanto, pode ocorrer ativação impropria lipoxigenases podem agir sobre o ácido
do sistema imune resultando em inflamações e
araquidônico para formar 5HPETE, 12HPETE
causando doenças imunomediadas, como a artrite
e 15HPETE, que são derivados peroxidados
reumatoide (AR*) A reação inflamatória está
instáveis e se convertem nos correspondentes
presente em quase todas as lesões produzidas no derivados hidroxilados (Os HETES) ou em
organismo humano. As manifestações clínicas do
leucotrienos ou lipoxinas, dependendo do
processo inflamatório são dor, hiperalgésia, tecido. Os fármacos antileucotrienos, como o
eritema, edema e limitação funcional. Os fármacos zileutona, o zafirlucaste e o montelucaste, são
AINEs e celecoxibe (inibidor do COX2). uteis no tratamento da asma alérgica
moderada.
Prostaglandinas (PG´s)
Todos os AINEs inibem a síntese das PG´s.
Bimatoprosta e latanoprosta: A latanoprosta
Assim, para entender os AINEs, precisamos
é um análogo da PGF2 indicado para o
compreender a atividade e biossíntese da PG´s.
tratamento do glaucoma de ângulo aberto e
As PG´s e os compostos relacionados são
pressão intraocular alta. O bimatoprosta
produzidos em mínimas quantidades por
mimetiza as prostamidas endógenas
praticamente todos os tecidos. Geralmente atuam
resultando na mesmo redução da pressão
localmente nos tecidos, onde são sintetizados,
intraocular eficaz. Assim, o bimatoprosta
sendo rapidamente metabolizados em produtos
aumenta a proeminência, o comprimento e a
inativos nos seus locais de ação. Eles não
pigmentação dos cílios e também esta
circulam em quantidades significativas no sangue.
aprovado para o tratamento da hiposicose dos
Síntese: O ácido araquidônico é o principal
cílios.
precursor da PG´s e dos compostos Mecanismo de ação: Fixando-se ao receptor
relacionados. Está presente em componentes
FP das PG´s, latanoprosta e travoprosta
dos fosfolipídios das membranas celulares. O
aumenta o efluo uveoescleral diminuindo a
acido araquidônico livre é liberado dos
pressão intraocular. O efeito do bimatoprosta
fosfolipídios teciduais pela ação da fosfolipase
é similar.
A2 e outra acidrolases por um processo Efeitos adversos: As reações oculares
controlado por hormônios e outros estímulos. incluem visão turva, alteração na coloração
Existem duas vias para a síntese de íris (aumenta a pigmentação marrom),
eicosanoides a partir do ácido araquidônico: aumento do número e pigmentação dos
1. Via da ciclo-oxigenase: Todos os
cílios, irritação ocular e sensação de corpo
eicosanoides com estrutura de anéis (PG´s,
estranho,
tromboxanos e prostaciclinas) são
sintetizados pela via da ciclo-oxigenase.
Temos duas isoformas relacionadas das
enzimas ciclo-oxigenase.
a. Ciclo-oxigenase 1 (COX1): Responsável
pela produção fisiológica de prostanóides. A
COX1 é uma enzima constitutiva, regulando
os processos celulares normais, como a
citoproteção gástrica, a homeostase
vascular, a agregação plaquetária e as
funções reprodutiva e renal.
b. Ciclo-oxigenase 2 (COX2): Provoca a
produção elevada de prostanóides que
ocorrem em locais de doença e inflamação
crônica. A COX2 é expressa de forma
constitutiva em tecidos, como cérebro, rins e
ossos. Sua expressão em outros locais
aumenta durante os estados inflamatórios
crônica.
Ação terapêutica: As PG´s tem papel Ibuprofeno: Possui atividade anti-inflamatória,
principal na modulação da dor, inflamação e analgésica e antipirética, além disso, podem
febre. Também controla funções, como alterar a função das plaquetas e prolongar o
secreção ácida e a produção de muco no TGI, tempo de sangramento. São inibidores
a contração uterina e o fluxo de sangue nos irreversíveis da ciclo-oxigenase, inibindo a
rins. As PG´s também estão entre os síntese de PG´s, mas não de leucotrienos. É
mediadores químicos liberados nos processos bem absorvido por VO, ligando-se quase que
alérgicos e inflamatórios. totalmente à albumina plasmática. Sofrem
Ação anti-inflamatória: Os AINEs inibem a biotransformação hepática e são excretados
ciclo-oxigenase e, consequentemente, pelos rins.
provocam a redução das PG´s vasodiladoras Efeitos adversos: Os mais comuns são no
(PGE2 e PGI2) e que está associado a menor TGI, variando desde dispepsia até
vasodilatação e, indiretamente, menos sangramento. Também foram registrados
edema. Não há redução de acumulo de efeitos adversos envolvendo o SNC, como
células inflamatórias, porem os AINEs cefaleia, zumbidos e tonturas.
impedem a saída do exsudato (enzimas, Piroxicam e Meloxicam: Usados no
células de defesa, citocinas, proteínas do tratamento da AR* da espondilite anquilosante
complemento) o paracetamol não possui e da osteoartrite, apresenta meias-vias longas,
ação anti-inflamatória considerável. o que permiti a administração uma vez ao dia.
Ação antipirética: Devido, a diminuição da O fármaco original e os metabólitos são
PGE2 que é responsável pela elevação do excretados pelos rins na urina. o meloxicam
ponto de ajuste hipotalâmico para o controle inibe a COX1 e a COX2, com ligação
de temperatura na febre. Os anti-inflamatórios preferencialmente a COX2 e em doses baixas
ativam o hipotálamo e este induz a expressão a moderadas, provoca menos irritação do TGI
de COX2 que produz as PG´s. do que o piroxicam. A excreção do meloxicam
Ação analgésica: A diminuição de PG´s é realizada principalmente na forma de
significa menos sensibilização das metabolitos e ocorrem igual proporção na urina
terminações nervosas nociceptivas a e nas fezes.
mediadores inflamatórios, como a bradicinina.
O alivio da cefaleia é devido à menor
vasodilatação cerebral mediada pelos PG´s.
as PG´s são responsáveis por diminuir o
limiar de excitabilidade dos nociceptores das
fibras C e Ag responsáveis pela sensação de
dor.
Salicilatos (AAS): O ácido salicílico foi
descoberto devido às suas ações antipiréticas
e analgésicas. A aspirina provoca inativação
irreversível da COX1 e COX2. Também é eficaz
em baixas doses, em distúrbios
cardiovasculares devido a sua ação
antiplaquetária. Os tipos de dores que são
aliviadas pelos salicilados são de pouca
intensidade e originam-se mais de estruturas
tegumentares que das vísceras, especialmente
cefaleia, mialgia e artralgia.
Efeitos adversos: Desconforto epigástrico,
náuseas, vômitos. Não pode ser usados em
pacientes hemofílicos ou que usam heparina
ou anticoagulantes orais, devido ao risco de
hemorragias. A ingestão de salicilados causa
o prolongamento do tempo de sangramento.
Este efeito é devido à acetilação irreversível
da cicloxigenase plaquetária e a consequente
redução da formação de tromboxano A2.
FARMACOLOGIA ANTIFÚNGICA Inibidores da síntese de DNA
Os fungos são células eucarióticas sem Flucitosina (5FC): Agente antifúngico sintético
mobilidade. Diferente das plantas eles não fazem que, administrado por VO, mostra-se ativo
fotossíntese e são de natureza parasitária. Tem contra uma gama limitada de infecções
parede celular rígida composta de quitina, um fúngicas sistêmicas, sendo eficaz em
polímero de N-acetil-glicosamina, em vez de infecções causadas por leveduras.
peptideoglinao. As membranas celulares fungicas Administrado só desenvolve resistência à
contém ergosterol, em vez de colesterol, droga durante o tratamento razão pela qual é
encontrados nas membranas de mamíferos. comum ser associada com anfotericina para
Essas características químicas são úteis no infecções graves, como a meningite. Isto se dá
tratamento das infecções bacterianas, e, ao devido ao fato de ocorrer mutações na citocina
contrário, as bactérias são resistentes aos permease ou citosina desaminase do fungo.
fármacos antifúngicos. Mecanismo de ação: A 5FC é convertida no
As infecções fúngicas são chamadas de antimetabólito 5-fluoracil (5FU) por células
micoses, podem ser dividida em infecções dos fungos, mas não em células humanas. O
superficiais e sistêmicas. 5FU inibe a timidilato sintetase e, portanto a
As infecções fúngicas superficiais: Podem síntese de DNA. Em geral, a flucitosina é
ser classificadas em dermatomicoses e administrada por infusão intravenosa, mas
candidíase. também pode ser usado por VO.
As dermatomicoses são infecções da pele, Farmacocinética: A 5FC é bem absorvida
dos cabelos e das unhas causadas por por VO. Distribui-se por toda a água corporal
dermatófitos. e penetra bem no LCR. A 5FC é detectável
A candidíase superficial, o microrganismo em pacientes e resulta da biotransformação
leveduriforme infecta as mucosas da boca da 5FC pelas bactérias intestinais. A
(afta) ou da vagina ou pele. excreção do fármaco e seus metabolitos é
As infecções sistêmicas (micoses por filtração glomerular, a dosagem precisa
profundas): Podem envolver órgãos internos ser ajustada em pacientes com função renal
ou acometer todo o organismo do hospedeiro, comprometida.
produzindo variado quadro anatomopatológico. Efeitos adversos: A 5FC causa neutropênia,
Os fungos dimórficos estão muito associados a trombocitopenia reversível e depressão dose-
esta condição. dependente da medula óssea. Deve-se ter
Os agentes antifúngicos devem possuir quatro cautela e pacientes submetidos à radiação ou
características: quimioterapia com fármacos que deprimem a
1. Amplo espectro de ação contra uma variedade medula óssea. Pode ocorrer disfunção
de fungos patógenos; hepática reversível com elevação das
2. Baixa toxicidade farmacológica; transaminases êmese e diarreia, são comuns,
3. Múltiplas vias de administração; e pode ocorrer também grave enterocolite.
4. Excelente penetração no líquido
cefalorraquidiano. Inibidores da mitose
Os principais alvos moleculares da terapia Griseofulvina: Agente antifúngico de pequeno
antifúngica consistem em enzimas e outras espectro. Interfere na mitose pela ligação com
moléculas envolvidas na síntese de DNA, na os microtúbulos fúngicos, pode ser usado para
mitose, na síntese de membrana plasmática e na tratar as infecções desmatofiticas da pele ou
síntese das paredes celular dos fungos. das unhas, quando o tratamento local é
ineficaz, tratamento precisa ser prolongado.
Farmacocinética: é administrado oralmente
é pouco hidrossolúvel, e absorção varia com
o tipo de preparação; em partículas, o
tamanho da partícula. Ela é cantada
seletivamente pela pele recém-formada e
concentrada na queratina. A meia vida
plasmática é de 24 horas, porém ela fica
Figura 41: Os fármacos antifúngicos atualmente disponíveis retida na pele por muito mais tempo. Ela
atuam sobre alvos moleculares distintos. (a) núcleo; (b) As induz potencialmente as enzimas P450 causa
alilaminas, as benzilaminas, osimidazólicos e os triazólicos
inibem a via de síntese do ergosterol no retículo varias interações farmacológicas importantes.
endoplasmático. (c) As equinocandinas inibem a síntese da Efeitos adversos: São frequentes, porém o
parede celular dos fungos. (d) Os polienos ligam-se ao
ergosterol na membrana fúngica e, portanto, rompem a
fármaco pode causar alterações gástricas,
integridade da membrana plasmática. A anfotericina é um cefaleia e fotossensibilidade. Reações
polieno representativo. (e) A flucitosina inibe a síntese de alérgicas (erupções cutâneas, febre) também
DNA do fungo. (f) A griseofulvina inibe a mitose dos fungos
através da ruptura do fuso mitótico. podem ocorrer. Não deve ser usado em
gestantes.
Inibidores da membrana Inibidores do ergosterol
Nistatina: É um antibiótico macrolídeo Constituem um grupo de agentes fungistáticos
poliênico de estrutura semelhante à da sintéticos, com amplo espectro de atividade. Eles
anfotericina e com o mesmo mecanismo de inibem as enzimas P450 fúngicas responsáveis
ação, ela também atua mediante ligação ao pela síntese do ergosterol, o principal esterol
ergosterol e formação de poros nas encontrado na membrana das células fúngicas. A
membranas celulares dos fungos. Seu uso depleção de ergosterol altera a fluidez da
limita-se a infecções fúngicas da pele e do TGI membrana, interferindo na ação das enzimas
da pele da vagina. associadas à membrana. O efeito global consiste
Anfotericina: É um antibiótico de estrutura em inibição da replicação.
complexa, caracterizada por um anel de átomo
de carbono com múltiplos membros. Ela liga- Inibidores da esqualeno epoxidase
se às membranas celulares e interfere na Estes fármacos atuam inibindo a esqualeno
permeabilidade e nas funções de transporte. epoxidase, resultando no bloqueio da biossíntese
Forma um poro na membrana, criando com a do ergoesterol, um componente essencial da
parte central hidrofílica da molécula um canal membrana celular dos fungos. Os agentes
iônico transmembranar. A anfotericina é ativa antifúngicos que inibem a esqualeno epoxidase
contra a maioria dos fungos e leveduras. são divididas em alilaminas e benzilaminas, com
Quando administrada por via oral, a bases nas suas estruturas químicas em
anfotericina é pouco absorvida, razão pela Terbinafina e naftifina são alilaminas, enquanto a
qual só é administrada por esta via para butenatina é uma benzilamina. As alilaminas e
infecções fúngicas do trato gastrintestinal. benzilaminas tópicas e mais eficazes que o
Mecanismo de ação: Varias moléculas de azólicos tópicos contra dermatófitos comuns,
anfotericina se ligam ao ergosterol nas particularmente os que causam tinha do pé.
membranas plasmáticas das células dos Terbinafina: É o fármaco de escolha para
fungos sensíveis. Ela formam poros (canais) tratar dermatofitose, especialmente da
que precisam de interações hidrofóbicas onicomicose. É bem mais tolerado, a duração
entre o segmento lipofílico do antibiótico do tratamento é menor e mais eficaz do que
polieno e o esterol. O poro desorganiza a com itraconazol.
função da membrana, permitindo o Mecanismo de ação: Inibe a esqualeno
vazamento de eletrólitos e pequenas epoxidase do fungo, diminuindo, assim, a
moléculas, resultando na morte da células. síntese de ergoesterol, o que acumula
Farmacocinética: É administrado por infusão grandes quantidades tóxicas e esqualeno,
IV lenta. Ela é insolúvel em água, e a determina a morte da célula fúngica.
preparação injetável precisa de adição de Farmacocinética: Está disponível para
desoxicolato de sódio, que produz uma administração oral e tópica, embora sua
dispersão coloidal solúvel. A anfotericina se biodisponibilidade seja só 40%. Devido à
liga extensamente às proteínas plasmáticas e biotransformação de 1ª passagem. A
se distribui por odo o organismo, ligando-se absorção não aumenta com a alimentação.
extensamente aos tecidos. 99% da terbinafina liga-se às proteína
Efeitos adversos: Tem baixo índice plasmáticas, deposita-se na pele, nas unhas
terapêutico. Pequenas doses podem ser e na gordura. Ela se acumula no leite e, por
administrados para avaliar o grau de resposta isso, não deve ser usado em gestantes. Te
negativa do paciente, com o anafilaxia ou longa meia-vida terminal de 200 a 400 horas,
convulsões. o que pode refletir a lenta liberação desses
. tecidos. A terbinafina oral é extensamente
biotransformada, antes da excreção urinária.
Efeitos adversos: Os mais comuns são
distúrbio do TGI (diarreia, dispepsia e
náusea), cefaleia e urticária foi registrados
distúrbios de gosto e visão, e elevação
temporária das concentrações séricas de
enzimas. Todos esses efeitos adversos
cederam com a interrupção do fármaco.
Naftifina: É um inibidor da esqualeno
epoxidase com amplo espectro de atividade
antifúngica. Só está disponível na forma
tópica, em creme ou gel.
Inibidores da 14α-esterol das metilase
Um alvo importante na via da síntese do
ergosterol é a 14α-esterol desmetilase, uma
enzima do citocromo P450 que converte o
lanosterol em ergosterol. A diminuição na síntese
de ergosterol e o acúmulo de 14α, etil esteróis
rompem as cadeias acil agrupadas dos
fosfolipídios nas membranas dos fungos. A
estabilização da membrana fúngica leva à
disfunção das enzimas associadas à membrana,
podendo levar, à morte celular. Os azólicos são
agentes antifúngicos que inibem a enzima 14α-
esterol. Os azois são compostos sintéticos que
podem ser classificados como imidazois ou
triazois de acordo com o número de átomo de
nitrogênio no anel zólico de 5 membros. Os
imidazois consistem no cetoconazol, no miconazol
e no clotrimazol. As duas substâncias são usadas
apenas na terapia tópica. Os triazois incluem o
itraconazol o fluconazol, o voriconazol e o
poaconazol.
Cetoconazol: Foi o primeiro azol a ser
administrado por via oral no tratamento das
infecções fúngicas sistêmicas. É bem
absorvido pelo trato gastrointestinal, seu
principal risco é a sua alta toxicidade.
Fluconazol: É administrado por via oral ou por
intravenosa. Pode tornar o fármaco de primeira
escolha na maioria dos tipos de meningite
fúngica.
Itraconazol: Está disponível em formulações
orais e intravenosas. É administrado por via
oral e, após absorção, sofre extenso
metabolismo hepático. Não penetram no
líquido cefalorraquidiano. A hepatoxicidade
constitui o principal efeito adverso associado à
terapia com itraconazol.
Antimoniais
Não são usados devido às graves manifestações
toxicas que podem produzir.
Estiboglinato: Junto com a anfotericina é
usada no tratamento de acompanhamento.
Mecanismo de ação: não está bem claro.
Questiona-se a possibilidade de estimularem
mecanismos imunitários do individuo
parasitado.
Farmacocinética: Como não é absorvido por
VO, o estiboglinato de sódio deve ser
administrado por VP se distribui no
compartimento extravascular. A
biotransformação é mínima, e o fármaco é
excretado com a urina.
Efeitos colaterais: Incluem no local de
injeção, indisposição gastrointestinal e
arritmias cardíacas. As funções hepáticas e
renais devem ser monitoradas
periodicamente.
Oxicodona Metadona
Referência: Oxycontin (Zodiac); Referência: Mytedom (Cristália);
O que é: analgésico opioide; O que é: analgésico opioide;
Para que serve: dor; Para que serve: dor grave, síndrome de
abstinência a opioide;
Como age: liga-se a receptores no SNC inibindo a respiratória considerável, especialmente quando
transmissão do impulso doloroso. Impede ou equipamentos para monitoramento ou
atenua sintomas de abstinência quando ressuscitação não estão disponíveis.
administrado em substituição a outros opioides no Risco x benefícios: arritmia cardíaca,
tratamento de desintoxicação. comprometimento da capacidade de manter a
Risco na gravidez: C; pressão sanguínea, por diminuição do volume de
Não usar o produto: alergia a opioide; sangue ou uso de determinados medicamentos,
Risco X benefícios: arritmia cardíaca, diminuição hepática, idoso e paciente debilitado,
comprometimento da capacidade de manter a predisposição a hipoventilação.
pressão sanguínea, por diminuição do volume de Reações mais comuns:
sangue ou uso de determinado medicamento, • Dermatológico: coceira e suores;
diminuição da função hepática, idoso e paciente • SGI: dor abdominal, constipação, boca seca,
debilitado, predisposição a hipoventilação etc. diarreia, náusea, má digestão e vômito;
Reações comuns: • Respiratório: dificuldade para respirar;
• SGI: náusea e vômito; • SNC: sedação, sonolência, sentidos confusos,
• SNC: sentidos confusos, tonturas, sensação de euforia, confusão mental, fraqueza, ansiedade,
queda iminente, sedação e sonolência. depressão, tontura, dor de cabeça, insônia e
Atenção com outros produtos: nervosismo.
• Pode aumentar o risco de hábito e de Atenção com outros produtos. a fentanila
depressão do SNC com: álcool, outro depressor transdérmica:
do SNC; • Pode aumentar os efeitos depressores do SNC,
• Pode ter sua ação diminuída por: Buprenorfina; os efeitos depressores respiratórios e os efeitos
• Pode apresentar graves reações com: IMAO; hipotensores com: álcool, outro depressor do
• Pode ter sua ação antagonizada por: Naxolona SNC;
e Nalfrexona; • Pode ter seus efeitos opioides reduzidos com:
• Pode aumentar o risco de constipação grave indutor de CY3A4; (Carbamazepina);
com: anticolinérgico ou outro medicamento com • Pode ter seus efeitos opioides aumentados ou
efeito anticolinérgico; prolongados com: inibidor de CY3A4
• Pode apresentar sintomas de abstinência em (Claritromicina);
pacientes tratados por dependência a opióides • Pode ser ineficaz com: Naltrexona.
com: Rifampicina, Fenitoina; Considerações importantes: cuidado ao dirigir ou
• Considerações importantes: não ingerir bebida executar atividades que exijam atenção. o
alcoólica, cuidado ao dirigir ou executar tarefas aumento de temperatura da pele pode aumentar a
que exijam atenção; este produto não é absorção de fentanila de sistema transdérmicos.
recomentado para analgesia obstétrica.
Por exemplo, o proposito do investigador pode ser o Sendo a dimensão tempo a base do estudo de
estudo de pacientes com asma grave que requeiram coorte, torna-se possível determinar a incidência
hospitalização. A população de origem dos casos, de doenças. O principio lógico do estudo de
portanto, é a população de asmáticos, e desta mesma
população devem originar-se os controles. Os controles coorte é a identificação de pessoas sadias, a
devem representar a população de onde se originara os classificação das mesmas em expostas e não
casos, e não a população geral. expostas ao fator de risco e o acompanhamento
destes dois grupos por um período de tempo
Definição de casos: Necessita de critérios suficiente longo para que haja o aparecimento da
objetivos, se o projeto pretende estudar câncer doença. A analise do estudo será a comparação
de pulmão, é preciso que os casos sejam da incidência da doença em estudo entre os
confirmados através de laudos indivíduos expostos e entre os não-expostos. Esse
anatomopatológicos, e não casos possíveis ou tipo de coorte é o coorte prospectiva.
prováveis. O outro cuidado nesse tipo de A coorte histórica ou retrospectiva é quando a
estudo, refere-se à duração da doença; se os exposição é medida através de informações
casos estudados forem casos prevalentes na colhidas do passado e o desfecho é medido
amostra com casos incidentes, não ocorre esse daquele momento em diante.
problema. O estudo de coorte é excelente para avaliar
Uma alternativa se quiser incluir casos várias exposições e doenças ao mesmo tempo;
prevalentes, é estipular que somente poderão estão indicados para doenças frequentes e
entrar no estudo casos que tenham sido doença que levam à seleção dos mais saudáveis
diagnosticados há, no máximo, por exemplo, por outro lado, sendo estudos caros e demorados,
seis meses, e não casos diagnosticados há as perdas de acompanhamento podem distorcer o
muito tempo. estudo, não servem para doenças raras e as
associações podem ser afetadas por variáveis de
confusão.
casos novos
IC* =
poulação inicial
casos novos
DI* =
pessoas (ano em risco)
Resp.:
PROCESSO EPIDÊMICO Alternativa (a) incorreta: A pandemia é uma
1. Endemia: É a ocorrência de determinada espécie de epidemia. A incidência normal de
doença que acomete sistematicamente certa doença numa determinada área
populações em espaços característicos, e geográfica e num determinado período
determinados no decorrer de um longo período
(endemia) é ultrapassada, porém esse Alternativa (d) incorreta: Também conhecido
argumento se expande para uma grande área coo epidemia de contato ocorre um aumento
geográfica como um continente ou mesmo progressivo de casos, mas a fonte de infecção
todo o planeta. não é a única, sendo representada por
Alternativa (b) correta: A epidemia é a exposições sucessivas e em cadeia.
concentração de determinados casos de uma
doença num local e época, claramente em 4. Pandemia: Caracterizado por uma epidemia
excesso e relação ao que seria teoricamente com larga distribuição. Se o gráfico atingir
esperado; mais de um continente. Um exemplo é a
Alternativa (c) incorreta: O termo infestação epidemia da AIDS que atinge todos os
se originou do latim (infestatio) e se refere à continentes do planeta.
localização de parasitas em alguma superfície
externa por exemplo, carrapatos e piolhos; Ex.: 1: Associe os termos de
Alternativa (d) incorreta: Latência se refere mortalidade/morbidade à sua definição na
a um período de tempo entre o inicio de um alternativa CORRETA:
determinado evento e o momento em que seus 1. É a ocorrência de certo número de casos
efeitos tornam-se perceptíveis; controlado em determinada região;
Alternativa (e) incorreta: A virulência se 2. É o aumento do número de casos de
refere à capacidade infecciosa de um determinada doença muito acima do
microrganismo, medida pela mortalidade que esperado e não delimitado a uma região;
ele produz ou poder de invadir tecidos do 3. Compreende um número de casos de doença
hospedeiro. acima do esperado, sem respeitar limites
entre paises ou continente. Os exemplos
3. Surto epidêmico: É a ocorrência de dois ou mais atuais são a AIDS e a tuberculose.
mais casos epidemiológicos relacionados, a. 1-epidemia; 2-endemia; 3-pandemia;
alguns autores chamam de surto epidêmico, ou b. Correta: 1-endemia; 2-eppidemia; 3-
surto, a ocorrência de uma doença ou fenômeno pandemia;
restrita a um espaço extremamente delimitado: c. 1-pandemia; 2-epidemia; 3-endemia;
colégio. Quartel, creches, grupos reunidos numa d. 1-pandemia; 2-endemia; 3-epidemia.
festa, um quarteirão etc. Resp.:
1-Endemia, 2-Epidemia; 3-Pandemia.
Ex.: 1: É um tipo de dinâmica de disseminação de A partir da identificação dos conceitos, segundo a
doença, a qual atinge uma pequena área ordem do enunciado.
geográfica delimitada ou população
institucionalizada (creches, escolas etc.). essa
dinâmica é caracterizada como:
a. Correta: Surto;
b. Uma endemia;
c. Uma endemia progressiva;
d. Uma epidemia progressiva;
Resp.:
Alternativa (a) correta: Ocorre quando há o
aumento repentino do número de casos de
uma doença numa região especifica passa a
ser considerado surto, o aumento de casos
deve ser maior o que o esperado pela
autoridades;
Alternativa (b) incorreta: A endemia não
está relacionada a uma questão quantitativa
uma doença é classificada como endêmica
(típica) de uma região quando acontece com
muita frequência no local. As doenças
endêmicas podem ser sazonais;
Por exemplo, a taxa de mortalidade em criança com Por exemplo, doenças cardíacas coronárias causaram
menos de 10 anos de idade pode ser computado usando 425.425 ób itos e 2006, sendo a única causa líder de
a seguinte equação. ób itos nos EUA. Com uma população estimada de
299.398. 484 em 1º de julho de 2006, a taxa de
𝑁º 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎 , 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒
mortalidade anual resultante para doença cardíaca
𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜 ,𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎
𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑑𝑎 coronária foi de 142,1 para 100 mil, em 2006.
TMEI* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 X 1000
𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜. Causas imediatas e subjacentes de falecimento e
outras condições significativas contribuem para os
relatos nos atestados de óbitos, os códigos da
classificação internacional de doença (CID). A
causa subjetiva do óbito refere-se a um único
motivo selecionado de óbito, que é a doença ou
lesão que inicia a série de eventos levando a b. 0,5;
morte. Um evento de morte pode ter múltiplas c. 5,0;
causas, incluindo as subjacentes e não d. 11,1;
subjacentes. A causa subjacente de óbito é usada. e. 5,5.
A má classificação é o erro de codificação podem
afetar a precisão da taxa relatada de mortalidade
específica por causa. De forma similar, é possível Mortalidade proporcional (MP*)
determinar restrições e outras características, É a proporção de óbitos atribuíveis a uma doença
como sexo, raça e áreas geográficas, para especifica.
calculara TME* por características, como TMER*
Por exemplo, de todos os ób itos que ocorreram nos EUA é
Taxa de letalidade (TL*) uma taxa ou razão; ela é uma proporção porque o numerador
é sempre uma parte do denominador. A MP* costuma ser
Mede a propensão de uma doença causar o óbito expressa como uma porcentagem.
de pessoa afetado. Embora quase sempre seja
referida como TL* ela não é uma TL*,mas uma É computada da seguinte forma:
proporção. A TL* costuma ser expressa como uma
porcentagem. Ela é calculada da seguinte forma: 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎
𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎, 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜
MP* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 x 100
𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜.
𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑓í𝑐𝑜
TL*´= 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 x 100
𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜
Viés
Numero necessário para causar dano
(NNCD*) Está relacionado aos erros sistemáticos, em
oposição aos erros aleatórios, na realização de
Em medicina, tratamentos, incluindo fármacos e
um estudo um erro sistemático pode ocorrer
outras intervenções terapêuticas, podem causar
quando os grupos do estudo da pesquisa são
danos, de varias formas, aos pacientes. Alguns
danos são brandos e outros severos, resultando selecionados de uma forma ·que trata
em danos ou óbitos. A significância relativa dos consistentemente um dos outros grupos. Nos
danos causados pelos fármacos e outras terapias estudos farmacoepidemiológicos, o interesse está
e estimar a relação entre a exposição a um
depende da condição sendo tratada e da natureza
tratamento ou intervenção medicamentosa e seus
e severidade do dano.
efeitos no estado de saúde ou no desfecho. Nessa
Por exemplo, numa doença menor, como um simples prática, o desafio é chegar a uma estimativa do
resfriado, um evento adverso com potencial de ameaçar efeito que esteja livre de viés, em especial nos
a vida não seria aceitável, mesmo que a chance de estudos de pós-comercialização, quando muitos
vivenciar o evento fosse pequena. Se uma condição, por fatores podem afetar a associação entre o
si só, é fatal, o risco de ób ito ou dano no tratamento é
aceitável.
tratamento e o desfecho.
Conceito de prevenção
O conceito de prevenção é definido como ação
Figura 17: Taxa de m ortalidade por tuberculose padronizada
antecipada, baseada no conhecimento da história por idade na Inglaterra e país de Gales, 1840-1968.
natural a fim de tornar improvável o progresso
posterior da doença. A prevenção apresenta-se Ex.: 1: Em se tratando de prevenção primaria,
em três fases. podemos ciar como medidas de proteção
1. Prevenção primária: Seu objetivo é evitar a especifica.
emergência e estabelecimento de padrões de a. Correta: Imunização/saúde ocupacional
vida, que aumentam o risco de desenvolver /controle dos vetores;
doenças, com ações dirigidas à população ou b. Imunização/controle dos vetores/diagnóstico
grupo selecionado. Suas consequências são precoce;
os efeitos múltiplos em várias doenças: c. Imunização/saúde ocupacional/diagnóstico
A interrupção do fumo na gravidez seria precoce;
uma importante medida de ação primária, já d. Imunização/diagnóstico precoce/inquéritos
que mães fumantes, no estudo de coorte de epidemiológicos;
pelotas de 1993, tiveram duas vezes maior e. Diagnóstico precoce/tratamento/reabilitação.
risco para terem filhos com retardo de
crescimento intrauterino e baixo peso ao
não sendo esse um dos determinantes mais
importantes de mortalidade infantil.
2. Prevenção secundária: Seu objetivo é a
detecção precoce patológico em doentes, seu
procedimento é o rastreio. Sua consequência é
a diminuição da incidência da doença:
O tratamento com RHZ para tuberculose
proporciona cerca de 100% da cura da
doença e impede sequelas importantes
como fibrose pulmonar, ou cronicidade da
doença sem resposta ao tratamento da
primeira linha e a transmissão da doença
para o resto da população.
3. Prevenção terciária: Seu objetivo é limitar a
progressão da doença e evitar sua
reintegração no meio social. Seus
procedimentos são as medicinas curativas e
preventivas estreitamente associadas, suas
consequências é o aumento da capacidade
fundamental do indivíduo:
A bola fungica que, usualmente é um resíduo
da tuberculose e pode provocar hemoptóses
severas, tem na cirurgia seu tratamento
definitivo.
O declínio nas taxas de mortalidade ocorrido no
séc. 19, nos países industrializados deveu-se,
principalmente, à redução nas mortes por doenças
infecciosas. A fig. Abaixo mostra a taxa de
mortalidade por tuberculose na Inglaterra e país
de Gales entre 1840 e 1968, indica o momento de
introdução de medidas especificas de tratamento
e prevenção. A maior parte do declínio na
mortalidade ocorreu antes dessas intervenções e
foi atribuída à melhoria no estado nutricional, nas
condições de habitação e saneamento e em
outras medidas de saúde ambiental.
LOGISTICA HOSPITALAR Os maiores problemas gerados pela imprecisão
A administração de recursos materiais no de dados são:
ambiente do hospital confunde-se com as funções Má localização dos estoques; armazenamento
desempenhadas pela farmácia hospitalar. inadequado; erros de cálculo nos relatórios de
Empresas da área da saúde entendem que a entrada e saída de materiais; erros de
questão logística é responsabilidade única e recebimentos; esquecimento e atraso na
exclusiva de uma gerência de suprimentos ou de emissão de documentos inadequados de
materiais, podendo ser um profissional contagem física.
farmacêutico. Materiais correlatos chegam a
representar até 75% do que se consome num Dimensionamento e controle
hospital geral. Como empresa, a meta principal de um hospital
Para assumir ações de gerência logística, o é atingir o lucro máximo sobre o capital investido
farmacêutico ou administrador deve possuir na instituição e nos equipamentos, em
vivência e cursos de especialização na área, de financiamentos de melhorias, em reserva de caixa
modo que garanto o uso conveniente das técnicas e em estoque. Para atingir o lucro máximo, deve-
de gestão de materiais. A administração de se investir o capital para que não se torne inativo.
materiais não se limita à administração de Espera-se que o dinheiro investido no estoque
estoque. Pois, é somente uma parcela da extensa seja usado para a conveniente prestação de
matéria pertinente à função. Na realidade, a serviços aos clientes, o que aumentará o retorno
administração de materiais engloba suprimento de dos investimentos efetuados.
materiais e medicamentos, movimentação e A administração de estoque dentro do hospital
controle de produtos, aquisição e padronização de deve reduzir ao mínimo o capital investido no
itens, montagem de custos, estabelecimento do setor, pois é um montante alto e crescente.
preço de venda de materiais e medicamentos Paralelamente, deve elevar ao máximo a
usados por pacientes muitas vezes cobrados de qualidade e a segurança da prestação de
convênios médicos e pelos hospitais. serviços, visando ao bem estar dos pacientes. O
A administração de materiais compõe-se de dois objetivo final é tirar o proveito máximo do
subsistemas: investimento em estoques, incrementando o uso
1. Administração de materiais e distribuição eficiente dos meios internos da empresa e
física: Compras; recebimentos; planejamento; minimizando as necessidades de investimentos de
controle de produção (manipulação); capital.
expedição; trafego e estoque.
2. Coordenação demanda/suprimento: Politicas de estoques
Transporte; armazenamento; movimentação As políticas ou diretrizes de estoques são as
física de materiais; embalagem; controle de seguintes:
estoque; seleção de locais para Metas das empresas quanto ao tempo de
armazenagem; processamento de pedidos e entrega dos produtos ao cliente;
atendimento ao cliente. Definição do número de depósitos ou de
almoxarifado e determinação da lista de
Razões de interesse materiais a serem estocados;
O rápido aumento de custo, em particular os de Estabelecimento do nível até onde deverão
serviços de transporte e armazenagem, tem flutuar os estoques, para atender altas ou
obrigado os hospitais a desenvolver técnicas baixas de vendas ou alterações de consumo;
matemáticas e adquirir equipamentos de Determinação do ponto até onde será
informática capazes de tratar eficientemente a permitida a especulação com estoques
massa de dados necessários para análise de fazendo compras antecipadas a preços mais
problemas logísticos. baixos ou comprando-se uma quantidade
A complexidade crescente da administração de maior para obter descontos;
materiais e da distribuição física exige sistemas, Definição da rotatividade de estoque.
mais complexos e disponibilidade de maior gama
de serviços. Princípios
Há atualmente uma forte tendência, em hospitais 1. Determinar o que deve permanecer em
e clínicas, de transferir as responsabilidades de estoque (número de itens);
administração dos estoques, cada uma aplicável 2. Determinar quando se devem reabastecer os
ao estágio em que o hospital se encontra. Uma estoques (periodicidade);
preocupação sempre presente é a precisão das 3. Determinar quanto de estoque será necessário
informações. para um período predeterminado;
4. Acionar o departamento de compras para
executar a aquisição de estoque;
5. Receber, armazenar e atender os materiais
estocados de acordo com as necessidades;
6. Controlar os estoques em termos de 2. Evolução sujeitas à tendência (crescente ou
quantidade e valor, e fornecer informações decrescente): Com o decorrer do tempo, o
sobre posição do estoque; consumo médio aumenta ou diminui. Ele pode
7. Manter inventário periódico para avaliação da ser crescente ou decrescente. Os consumos
quantidade e do estado dos materiais de tendência crescente e decrescente podem
estocados; ser chamados de consumo de tendência
8. Identificar e retirar do estoque os itens ascendente e descendente, respectivamente.
obsoletos ou danificados. a. Tendência crescente: É aquela em que o
consumo aumenta, de forma crescente e
Previsão de estoque ordenada. No gráfico de tendência crescente,
Todo estudo de estoque tem início na previsão de ele não precisa ser uma linha reta. O
consumo do material, cujas características são: importante é que à medida que o tempo
Ponto de partida de todo o planejamento do avança as quantidades consumidas vão
estoque; aumentando.
Depende da eficácia dos métodos usados;
Depende da qualidade das hipóteses
aplicadas para o raciocínio.
A previsão deve sempre ser considerada como a
hipótese mais provável dos resultados. As
técnicas de previsão de consumo podem ser
classificadas em três grupos:
1. Projeção: Admite que o futuro seja repetição
do passado ou que o consumo evoluíra no
futuro;
2. Explicação: Procura explicar o consumo no
passado mediante lei que o relacionem as
variáveis cuja evolução é previsível ou Gráfico 2: (a) consumo (quantidade); (b) consumo médio; (c)
consumo efetivo; (d) tempo (período).
conhecida;
3. Predileção: Funcionários experientes e b. Tendência decrescente: É aquela em que o
conhecedores de fatores influentes em consumo diminui, de forma decrescente e
consumo e no mercado estabelecem a ordenada com o passar do tempo.
evolução do consumo futuro.
Gráfico 4: (a) consumo (quantidade); (b) tempo (período). c. Método da média móvel ponderada: É bem
parecido à anterior, à exceção de que, agora,
O tipo de evoluções estuda são uma espécie de alguns períodos podem ter peso ponderado.
consumo regular, já que apresentam um padrão
seguido ao longo do tempo (constante, Imagine que a sua professora diga que a nota do
ascendente, decrescente ou sazonal). O consumo b imestre será composta por prova e por trab alho. E
regular é identificado quando a variação do mais, a prova terá peso 2 e o trab alho peso 1. Você
consumo entre intervalos de tempo é pequena. tirou 8 na prova e apenas 5 no trab alho qual será a sua
média do b imestre?
Ainda que o consumo não seja exatamente o
mesmo nos intervalos de tempo, a variação entre (8+2+5)
um intervalo e outro e notadamente pequena. O =7
3
regular é aquele tipo de consumo mais simples.
Há ainda o consumo irregular, que se caracteriza Apesar de ter somente duas notas (prova e trab alho) a
por oscilações irregulares, aleatórias, que não soma, no exemplo, deverá ser dividida por 3, já que a
prova possui peso 2.
constituem padrão algum.
É essencial saber, nesse método, que os
Métodos de previsão de consumo
períodos mais próximos recebem peso maior do
a. Método último período: Nada mais é que a
que aqueles mais distantes no tempo. Isso faz
reprodução do valor do consumo do último
muito sentido. Se esta prevendo o consumo para
período. Observe o seguinte exemplo:
dezembro, é bastante lógico que os meses de
novembro e outubro recebam mais peso no seu
cálculo do que os meses de maio ou junho. A
fórmula da média ponderada é a seguinte:
MMP = ∑𝑛𝑖=1 𝑐𝑡−𝑖 𝑥 𝑝𝑡−1
Em que:
Com base na tabela acima, a previsão de MMP = média móvel ponderada;
consumo para o mês de junho (o próximo mês), se 𝑐𝑡−𝑖 = valor efetivo no período t-i.
o método usado for o do último período. Portanto, 𝑝𝑡−1 = eso atribuído ao valor no período t-1.
a previsão do consumo no mês de junho é de 65
unidades, já que, no último período (no período
anterior ao perguntado, o período do mês de
maio), o consumo foi de 65 unidades.
d. Método da média com ponderação
exponencial: Às vezes chamado de método
da média com suavização exponencial. Esse
método, além de dar maior valor aos dados
mais recentes, apresenta menor manuseio de
informações passadas. Apenas três valores
são necessários para gerar a previsão para o
próximo período.
1. A previsão do último período;
2. O consumo ocorrido no último período;
3. Uma constante que determina o valor ou Gráfico 5: (a) consumo (quantidade); (b) tempo (período).
ponderação dada aos valores mais
recentes. O eixo X horizontal representa o tempo
Esse modelo procura prever o consumo apenas decorrido (T), em meses;
com a sua tendência geral, eliminando a reação O eixo Y vertical representa a quantidade de
exagerada a valores aleatórios. Ele atribui parte um produto qualquer em estoque, em
da diferença entre o consumo atual e o previsto unidades.
a uma mudança de tendência e o restante a No instante 0 há 100 peças no estoque. A
causas aleatórias. medida que o tempo passa, a quantidade de peça
vai diminuindo até que, no mês 6, o valor do eixo y
Controle de estoque é 0 e isso significa que já não há mais produto no
A atividade tem o objetivo de manter informação estoque. A reta descendente que vai do instante 0
confiável sobre níveis e movimentação física e ao instante representa, o consumo da peça neste
financeira de estoque ou desabastecimento do intervalo de tempo.
sistema. A informação em rede entre as unidades No instante 6 ocorrem dois momentos:
de saúde e o almoxarifado é essencial para o bom 1. É quando o estoque zera;
controle de estoque. 2. É quando o estoque é imediatamente reposto
O controle de estoque é fundamental para a e volta a ter 100 produtos.
garantia da qualidade do ciclo logístico da AF; A reta vertical no instante 6 representa, a
Subsidiar as atividades da AF na reposição do estoque. A partir do momento 6, os
programação, aquisição e distribuição; produtos voltam a ser consumidos, até que, no
mês 12, o estoque zera novamente. Na vida real,
Assegurar suprimento, garantido a
não existe consumo tão uniforme, falhas
regularidade do abastecimento;
acontecem.
Estabelecer quantidades necessárias e evitar
perdas; Elementos de previsão de estoque
Ter procedimentos operacionais da rotina por Para manter um dimensionamento correto dos
escrito; estoques que atentam as necessidades com
Ter registro de movimentação de estoque; regularidade no abastecimento, recomenda-se o
Fornecer informações preciosas, clara e a uso dos seguintes instrumentos:
contento, com rapidez, quando solicitada; Consumo médio mensal (CMM): É a soma
Manter controle e arquivos das dadas do consumo de medicamentos usados em
organizadas e atualizada. determinado período;
Estoque mínimo (EMin ): É a soma do
consumo, de medicamentos usados em
Níveis de estoque determinado período; Para o calculo do EMin,
Curva dente de serra: O planejamento é podemos recorrer à fórmula simples ou ao
essencial na determinação do nível de estoque método de rotatividade.
de uma empresa. É preciso saber quanto de Emin = CMM x K.
estoque se tem atualmente, quando se terá Em que:
após a aquisição de materiais novos, qual o K = fator de segurança arbitrária para garantia
mínimo de estoque necessário para a contra ruptura (em termos percentuais).
continuação regular das atividades da Ex.:
organização, ainda que algum imprevisto CMM= 60 caixas.
ocorra etc. Essa determinação é feita por meio K = 0,9 (90% de garantia).
de cálculos do uso de um gráfico chamado Média é geralmente indicado em
Curva dente de serra. porcentagem (%) do valor em estoque (
fator de armazenagem).
Estoque máximo (EMax): É a quantidade Para sabermos quais variáveis estão presentes
máxima que deverá ser mantida, que numa fórmula, é bem simples: notemos quais
corresponde ao estoque da reserva, mais a fatores são importantes para a definição daquele
quantidade de reposição; é a soma do estoque conceito.
mínimo com o lote de compra. Por exemplo, é bastante razoável que o conceito
EMx =EMn + Q de tempo de reposição esteja presente na formula
do calculo do PP.
Em que: Outro conceito na fórmula do PP é o consumo
EMx = Estoque máximo; médio mensal (CMM). Aqui, a percepção é
EMn= Estoque mínimo; imediata. Ponto em que o novo pedido será feito
Q= Lote de compras. depende de quanto é o consumo mensal do
produto. Se muito, os estoques terão de ser
Tempo de reposição (TR): Para o calculo do resposta mais rapidamente. Se pouco consumido,
estoque mínimo, é necessário informação os estoques demorarão tempo maior para ser
sobre do TR. É o tempo gasto desde a resposta.
verificação de que o estoque precisa de Ex.:
reposição até a chegada efetiva do produto no CMM = 20 caixas;
estoque. Este tempo pode ser dividido em 3 TR = 2 meses;
partes: Emin = 20 caixas.
1. Emissão do pedido: Desde a emissão do Então:
pedido do comprador até o pedido chegar PP = (20x2) + 20 = 60 caixas.
ao fornecedor;
2. Preparação do pedido: Tempo que o
fornecedor leva desde o recebimento do Pontos de reposição (PR): É a quantidade
pedido até os produtos estarem prontos existente no estoque, que determina a
para serem transportados; emissão de um novo pedido;
3. Transporte: Tempo final, desde a saída do
fornecedor até o recebimento ela empresa Quantidade de reposição (QR): É a
solicitante. quantidade de reposição de medicamentos
O tempo de reposição é também chamado, de que dependente da periodicidade da
tempo de ressuprimento. aquisição.
QR = (CMM X TR + EMI)-EA.
Intervalo de suprimento: Intervalo entre dois EA = estoque atual.
suprimentos (depende da quantidade
comprada, do tempo de entrega dos Ruptura de estoque: Condição caracterizada
fornecedores e do consumo médio). quando o estoque chega a zero e não se pode
atender à necessidade de consumo: Fatores que
Intervalo de ressuprimento: É o tempo entre causam ruptura do estoque:
dois ressuprimentos consecutivos. Em outras Oscilação nas épocas de aquisição (atraso
palavras, o intervalo de tempo entre dois no tempo de reposição);
pontos de pedido. Remessas, por parte do fornecedor,
divergente do solicitado;
Diferenças de inventário.
Antisépsia
São substâncias providas de ação letal ou
inibitória da reprodução microbiana, de baixa
causticidade e hipoalergênicas, destinadas a
aplicação em pele e mucosa. Os microrganismos
encontrados na pele e nas mucosas são
classificados em flora resistente ou transitória.
Estes microrganismos podem ser facilmente
removidos com o uso de água e sabão. No
entanto, adquire particulas importantes em
ambiente hospitalares devido a facilidade de
transmissão de um indíviduo à outro. Os
antisépticos devem atender aos seguintes
requisitos: Amplo espectro de ação
antimicrobiana; ação rápida; efeito residual
cumulativo; não absorção sistêmica; não causar
hipersensibilidade e outros efeitos indesejáveis,
como ressecamento, irritaçaõ e fissuras; odor
agradável ou ausente; boa aceitação pelo usuário;
baixo custo e veiculação funcional em
dispensadores ou embalagens de pronto uso.
Triclosan: apresenta ação contra bacterias
Gpositivas e a maioria da Gnegativas, exceto
para pseudomonas aeruginosa, e apresenta
pouca ação contra fungos.
Clorexidina: sua atividade e principalmente
contra bacterias vegetativas Gpositivas e
negativas. Não age sobre formas esporuladas
exceto a temperatura altas.
Infecção comunitária
È a infecção constatada ou em incubação no ato
da admissão do paciente, desde que não
relacionada com a internação anterior no mesmo
hospital.
A infecção que está associada com
complicações ou extensão da infecção já
presente na admissão;
A infecção em recem-nascidos adquirida via
trans-placentárias;
Infecção em recém-nascido com bolsa rota.
As infecções comunitárias estão relacionadas ao
alto índice de uso de antimicrobianos de forma
aleatória, tratamento empírico incorretos e a
prática da abandono da terapia, o que tem
contribuido para o surgimento de resistência
microbianas mais elaboradas de maior espectro.
Infecção hospitalar
È qualquer infecção adquiridas após a internação
do paciente e que se anifeste durante a
internação, ou mesmo após a alta, quando puder
ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.
Quando se desconhecem o período de
incubação do microrganismo e nã houver
evidencias clínicas ou dado laboratorial de
infecção no momento da internação, convenciona-
se infecção hospitalar toda manifestação clínica
de infecções que se apresenta a partir de 72 horas
após a admissão.
RESOLUÇÃO Nº 417/2004 Art. 10: O farmacêutico deve cumprir as
Aprova o Código de Ética da Profissão disposições legais que disciplinam a prática
Farmacêutica. O CFF, resolve: profissional no País, sob pena de advertência.
Art. 1º: Aprovar o código de ética farmacêutica,
nos termos do Anexo desta Resolução, da qual CAPÍTULO 2
faz parte. Dos Deveres
Art. 2°: Esta Resolução entra em vigor na data da Art. 11: O farmacêutico, durante o tempo em que
publicação, revogando-se as disposições em permanecer inscrito num CRF,
contrário e, em especial, os termos da independentemente de estar ou não no exercício
Resolução/CFF nº 290/96. efetivo da profissão, deve:
1. Comunicar às autoridades sanitárias e
PREÂMBULO profissionais, fatos que caracterizem
O farmacêutico é um profissional da Saúde, infringência a este Código e às normas que
cumprindo-lhe executar todas as atividades regulam o exercício das atividades
inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, de farmacêuticas;
modo a contribuir para a salvaguarda da saúde 2. Colocar seus serviços profissionais à
pública e, ainda, todas as Ações de educação disposição das autoridades constituídas, se
dirigidas à comunidade na Promoção da saúde. solicitado, em caso de conflito social interno,
catástrofe ou epidemia, independentemente
TÍTULO 1 de haver ou não remuneração ou vantagem
Exercício Profissional pessoal;
3. Exercer a assistência farmacêutica e fornecer
Capítulo 1 informações ao usuário dos serviços;
Princípios Fundamentais 4. Respeitar o direito de decisão do usuário
Art. 1º: O exercício da profissão farmacêutica, sobre sua própria saúde e bem-estar,
como todo exercício profissional, tem uma excetuando-se o usuário que, mediante laudo
dimensão ética que é regulada por este código e médico ou determinação judicial, for
pelos diplomas legais em vigor, cuja transgressão considerado incapaz de discernir sobre
resultará em sanções disciplinares por parte do opções de tratamento ou decidir sobre sua
CRF, após apuração pelas suas Comissões de própria saúde e bem-estar;
Ética, independentemente das penalidades 5. Comunicar ao CRF e às autoridades
estabelecidas pelas leis do País. sanitárias a recusa ou a demissão de cargo,
Art. 2°: O farmacêutico atuará sempre com o função ou emprego, motivada pela
maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e necessidade de preservar os legítimos
à liberdade de consciência nas situações de interesses da profissão, da sociedade ou da
conflito entre a ciência e os direitos fundamentais saúde pública;
do homem. 6. Guardar sigilo de fatos que tenha
Art. 3°: A dimensão ética da profissão conhecimento no exercício da profissão,
farmacêutica é determinada, em todos os seus excetuando-se os de dever legal, amparados
atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade pela legislação vigente, os quais exijam
e ao meio ambiente, sem qualquer discriminação. comunicação, denúncia ou relato a quem de
Art. 4º: Os farmacêuticos respondem pelos atos direito;
que praticarem ou pelos que autorizarem no 7. Respeitar a vida humana, jamais cooperando
exercício da profissão. com atos que intencionalmente atentem
Art. 5°: Para que possa exercer a profissão contra ela ou que coloquem em risco sua
farmacêutica com honra e dignidade, o integridade física ou psíquica;
farmacêutico deve dispor de boas condições de 8. Assumir, com responsabilidade social,
trabalho e receber justa remuneração por seu sanitária, política e educativa, sua função na
desempenho. determinação de padrões desejáveis do
Art. 6°: Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito ensino e do exercício da Farmácia;
desempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e 9. Contribuir para a promoção da saúde
bom conceito da profissão. individual e coletiva, principalmente no campo
Art. 7°: O farmacêutico deve manter atualizados da prevenção, sobretudo quando, nessa
os seus conhecimentos técnicos e científicos para área, desempenhar cargo ou função pública;
aperfeiçoar, de forma contínua, o desempenho de 10. O farmacêutico deverá adotar postura
sua atividade profissional. científica, perante as práticas terapêuticas
Art. 8°: A profissão farmacêutica, em qualquer alternativas, de modo que o usuário fique
circunstância ou de qualquer forma, não pode ser bem informado e possa melhor decidir sobre
exercida exclusivamente com objetivo comercial. a sua saúde e bem-estar;
Art. 9°: Em seu trabalho, o farmacêutico não pode 11. Selecionar, nos limites da lei, os auxiliares
se deixar explorar por terceiros, seja com objetivo para o exercício de sua atividade;
de lucro, seja com finalidade política ou religiosa.
12. Denunciar às autoridades competentes 8. Produzir, fornecer, dispensar, ou permitir que
quaisquer formas de poluição, deterioração do seja dispensado meio, instrumento, substância
meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, e/ou conhecimento, medicamento ou fórmula
prejudiciais à saúde e à vida;evitar que o magistral, ou especialidade farmacêutica,
acúmulo de encargos prejudique a qualidade fracionada ou não, que não contenha sua
da atividade farmacêutica prestada. identificação clara e precisa sobre a
Art. 12: O farmacêutico deve comunicar ao CRF, substância ativa contida, bem como suas
por escrito, o afastamento de suas atividades respectivas quantidades, contrariando as
profissionais das quais detém responsabilidade normas legais e técnicas, excetuando-se a
técnica, quando não houver outro farmacêutico dispensação hospitalar interna, em que poderá
que, legalmente, o substitua. haver a codificação do medicamento que for
§ 1º: A comunicação ao CRF deverá ocorrer fracionado, sem, contudo, omitir o seu nome
no prazo máximo de 5 dias após o ou fórmula;
afastamento, quando este ocorrer por motivo 9. Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das
de doença, acidente pessoal, óbito familiar, ou autoridades sanitárias ou profissionais;
outro, a ser avaliado pelo CRF. 10. No exercício da profissão farmacêutica, aceitar
§ 2º: Quando o afastamento for motivado por remuneração abaixo do estabelecido como o
doença, o farmacêutico ou seu procurador piso salarial, mediante acordos ou dissídios da
deverá apresentar à empresa ou instituição categoria;
documento datado e assinado, justificando sua 11. Declarar possuir títulos científicos ou
ausência, a ser comprovada por atestado, no especialização que não possa comprovar;
prazo de 5 dias. permitir que pessoa ou instituição interfira em
§ 3º: Quando o afastamento ocorrer por motivo seus resultados apresentados como perito ou
de férias, congressos, cursos de auditor;
aperfeiçoamento, atividades administrativas ou 12. Aceitar ser perito quando houver envolvimento
outras atividades, a comunicação ao CRF pessoal ou institucional;
deverá ocorrer com antecedência mínima de 1 13. Exercer a profissão farmacêutica quando
dia. estiver sob a sanção disciplinar de suspensão;
14. Expor, dispensar, ou permitir que seja
CAPÍTULO 3 dispensado medicamento em contrariedade à
Das Proibições legislação vigente;
Art. 13: É proibido ao farmacêutico: 15. Exercer a profissão em estabelecimento que
1. Participar de qualquer tipo de experiência em não esteja devidamente registrado nos órgãos
ser humano, com fins bélicos, raciais ou de fiscalização sanitária e do exercício
eugênicos, pesquisa clínica ou em que se profissional;
constate desrespeito a algum direito 16. Aceitar a interferência de leigos em seus
inalienável do ser humano; trabalhos e em suas decisões de natureza
2. Exercer simultaneamente a medicina; profissional;
3. Praticar procedimento que não seja 17. Delegar a outros profissionais atos ou
reconhecido pelo CFF; atribuições exclusivos da profissão
4. Praticar ato profissional que cause dano físico, farmacêutica;
moral ou psicológico ao usuário do serviço, 18. Omitir-se ou acumpliciar-se com os que
que possa ser caracterizado como imperícia, exercem ilegalmente a farmácia, ou com
negligência ou imprudência; profissionais ou instituições farmacêuticas que
5. Deixar de prestar assistência técnica efetiva ao pratiquem atos ilícitos;
estabelecimento com o qual mantém vínculo 19. Assinar trabalhos realizados por outrem, alheio
profissional, ou permitir o uso do seu nome por à sua execução, orientação, supervisão ou
qualquer estabelecimento ou instituição onde fiscalização, ou ainda assumir
não exerça pessoal e efetivamente sua função; responsabilidade por ato farmacêutico que não
6. Realizar, ou participar de atos fraudulentos praticou ou do qual não participou
relacionados à profissão farmacêutica, em efetivamente;
todas as suas áreas de abrangência; 20. Prevalecer-se do cargo de chefia ou de
7. Fornecer meio, instrumento, substância ou empregador para desrespeitar a dignidade de
conhecimento para induzir a prática de subordinados;
eutanásia, de tortura, de toxicomania ou de 21. Pleitear, de forma desleal, para si ou para
qualquer outra forma de procedimento outrem, emprego, cargo ou função que esteja
degradante, desumano ou cruel em relação ao sendo exercido por outro farmacêutico, bem
ser humano; como praticar atos de concorrência desleal;
22. Fornecer, ou permitir que forneçam,
medicamento ou fármaco para uso diverso da
sua finalidade;
23. Exercer a Farmácia em interação com outras CAPÍTULO 5
profissões, concedendo vantagem, ou não, Dos Direitos
aos demais profissionais habilitados para Art. 16: São direitos do farmacêutico:
direcionamento de usuário, visando ao 1. Exercer a profissão sem ser discriminado por
interesse econômico e ferindo o direito do questões de religião, raça, sexo,
usuário de livremente escolher o serviço e o nacionalidade, cor, idade, condição social,
profissional; opinião política ou de qualquer outra natureza;
24. Receber remuneração por serviços que não 2. Interagir com o profissional prescritor, quando
tenha efetivamente prestado; necessário, para garantir a segurança e a
25. Exercer a fiscalização profissional e sanitária, eficácia da terapêutica farmacológica, com
quando for sócio ou acionista de qualquer fundamento no uso racional de medicamentos;
categoria, ou interessado por qualquer forma, 3. Exigir dos demais profissionais de saúde o
bem como prestar serviços a empresa ou cumprimento da legislação sanitária vigente,
estabelecimento que explore o comércio de em especial quanto à legibilidade da
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos prescrição;
e correlatos, laboratórios, distribuidoras, 4. Recusar-se a exercer a profissão em
indústrias, com ou sem vínculo empregatício. instituição pública ou privada, onde inexistam
condições dignas de trabalho ou que possam
Art. 14: Quando atuante no serviço público, é prejudicar o usuário, com direito a
vedado ao farmacêutico: representação junto às autoridades sanitárias
1. Utilizar-se do serviço ou cargo público para e profissionais, contra a instituição;
executar trabalhos de empresa privada de sua 5. Recusar-se a exercer a profissão, ou
propriedade ou de outrem, como forma de suspender a sua atividade, individual ou
obter vantagens pessoais; coletivamente, em instituição pública ou
2. Cobrar ou receber remuneração do usuário do privada, onde inexistam remuneração ou
serviço; condições dignas de trabalho ou que possam
3. Reduzir, irregularmente, quando em função de prejudicar o usuário, ressalvadas as situações
chefia, a remuneração devida a outro de urgência ou de emergência, devendo
farmacêutico. comunicá-las imediatamente ao conselho
regional de farmácia e às autoridades
CAPÍTULO 4 sanitárias e profissionais;
Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos 6. Recusar-se a realizar atos farmacêuticos que,
Art. 15: É vedado ao farmacêutico: embora autorizados por lei, sejam contrários
1. Divulgar assunto ou descoberta de conteúdo aos ditames da ciência e da técnica,
inverídico; comunicando o fato, quando for o caso, ao
2. Publicar, em seu nome, trabalho científico do usuário, a outros profissionais envolvidos ou
qual não tenha participado ou atribuir-se ao respectivo CRF.
autoria exclusiva quando houver participação
de subordinados ou outros profissionais, TÍTULO 2
farmacêuticos ou não; Relações Profissionais
3. Promover publicidade enganosa ou abusiva da Art. 17: O farmacêutico, perante seus colegas e
boa fé do usuário; demais profissionais da equipe de saúde, deve
4. Anunciar produtos farmacêuticos ou processos comprometer-se a:
por meios capazes de induzir ao uso 1. Obter e conservar alto nível ético em seu
indiscriminado de medicamentos; meioprofissional e manter relações cordiais
5. Usar-se, sem referência ao autor ou sem a sua com a sua equipe de trabalho, prestando-lhe
autorização expressa, de dados ou apoio,assistência e solidariedade moral e
informações, publicados ou não; profissional;
6. Promover pesquisa na comunidade, sem o seu 2. Adotar critério justo nas suas atividades e nos
consentimento livre e esclarecido, e sem que o pronunciamentos sobre serviços e funções
objetivo seja a proteção ou a promoção da confiados anteriormente a outro farmacêutico;
saúde. 3. Prestar colaboração aos colegas que dela
necessitem, assegurando-lhes consideração,
apoio e solidariedade que reflitam a harmonia
e o prestígio da categoria;
4. Prestigiar iniciativas dos interesses da
categoria;
5. Empenhar-se em elevar e firmar seu próprio
conceito, procurando manter a confiança dos
membros da equipe de trabalho e do público
em geral;
6. Limitar-se às suas atribuições no trabalho, Art. 24: O farmacêutico portador de doença que o
mantendo relacionamento harmonioso com incapacite para o exercício da farmácia, apurada
outros profissionais, no sentido de garantir pelo CRF em procedimento administrativo com
unidade de ação na realização de atividades a perícia médica, terá suas atividades profissionais
que se propõe em benefício individual e suspensas enquanto perdurar sua incapacidade.
coletivo; Art. 25: O profissional condenado por
7. Denunciar, a quem de direito, atos que sentençacriminal, definitivamente transitada em
contrariem os postulados éticos da profissão. julgado, por crime praticado no uso do exercício
da profissão, ficará suspenso da atividade
TÍTULO 3 enquanto durar a execução da pena.
Relações com os Conselhos Art. 26: Prescreve em 24 meses a constatação
Art. 18: Na relação com os Conselhos, obriga-se fiscal de ausência do farmacêutico no
o farmacêutico a: estabelecimento, através de auto de infração ou
1. Acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções termo de visita, para efeito de instauração de
do CFF e os Acórdãos e Deliberações dos processo ético.
CRF; Art. 27: Aplica-se o Código de Ética a todos os
2. Prestar, com fidelidade, informações que lhe inscritos no CRF.
forem solicitadas a respeito de seu exercício Art. 28: O CFF, ouvidos os CRF e a categoria
profissional; farmacêutica, promoverá a revisão e a atualização
3. Comunicar ao CRF em que estiver inscrito, deste Código, quando necessário.
toda e qualquer conduta ilegal ou antiética que Art. 29: As condições omissas neste Código serão
observar na prática profissional; decididas pelo CFF.
4. Atender convocação, intimação, notificação ou
requisição administrativa no prazo
determinado, feita pelos CRF, a não ser por
motivo de força maior, comprovadamente
justificado.
Art. 19: O farmacêutico, no exercício profissional,
fica obrigado a informar, por escrito, ao respectivo
CRF todos os seus vínculos, com dados
completos da empresa (razão social, CNPJ,
endereço, horário de funcionamento e de RT),
mantendo atualizado o seu endereço residencial e
os horários de responsabilidade técnica ou de
substituição.
TÍTULO 4
Das Infrações e Sanções Disciplinares
Art. 20: As sanções disciplinares consistem em: de
advertência ou censura;
1. De multa de salário-mínimo a 3 salários-
mínimos regionais;
2. De suspensão de 3 meses a um ano;
3. De eliminação.
TÍTULO 5
Das Disposições Gerais
Art. 21: As normas deste Código aplicam-se aos
farmacêuticos, em qualquer cargo ou função,
independentemente do estabelecimento ou
instituição onde estejam prestando serviço.
Art. 22: A verificação do cumprimento das
normas estabelecidas neste Código é atribuição
dos CF e de suas Comissões de Ética, das
autoridades da área de saúde, dos farmacêuticos
e da sociedade em geral.
Art. 23: A apuração das infrações éticas compete
ao CRF em que o profissional está inscrito ao
tempo do fato punível em que incorreu, por meio
de sua Comissão de Ética.
LEI 5.991 Art. 6: A dispensação de medicamentos é
Dispões sobre o controle sanitário do comércio de privativa de:
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e Farmácias; Drogarias; Posto de saúde; e
correlatos. Dispensário de medicamentos.
§ Único: Para atender exclusivamente seu usuário,
CAPÍTULO 1 os estabelecimentos hoteleiros e similares,
Disposições preliminares poderão dispor de medicamentos anódis, que
Art. 1º: O controle sanitário do comércio de não dependam de receita médica, observada a
drogas, medicamentos, rege-se por esta lei. relação elaborada pelo órgão sanitário federal.
Art. 4º: Para esta lei é tomado os seguintes Art. 8º: Apenas poderão ser entregues à
conceitos: dispensação de drogas, medicamentos, insumos e
1. Droga: Substância ou matéria-prima que tenha correlatos que obedecem aos padrões de
finalidade medicamentosa ou sanitária. qualidade reconhecidos.
2. Drogaria: Estabelecimento de dispensação e
comércio de drogas, medicamentos, insumos CAPÍTULO 3
farmacêuticos e correlatos em suas Farmácia homeopática
embalagens originais; Art. 9º: O comércio de medicamentos
3. Medicamentos: Produtos farmacêuticos homeopáticos à disposição desta lei, atendidos as
tecnicamente obtidos ou elaborados, com suas peculiaridades;
finalidade profilática curativo, paliativa ou para Art. 10: A farmácia homeopática só poderá
fins de diagnóstico; manipular fórmulas oficinais e magistrais,
4. Órgão sanitário competente: Órgão de obedecidas à farmacotécnica homeopática;
fiscalização do MS, dos estados, do DF dos § Único: A manipulação de medicamentos
territórios municipais; homeopáticos não constantes da farmacopeia
5. Análise fiscal: Efetuada em droga, ou dos formulários homeopáticos dependendo
medicamentos, insumos e correlatos, de aprovação do órgão sanitário federal;
destinados a comprovar a sua conformidade Art. 11: O serviço nacional de fiscalização da
com a fórmula que deu origem ao registro; medicina e farmácia, baixa instruções sobre o
6. Estabelecimento: Unidade da empresa receituário, utensílio, equipamento e relação de
destinada ao comércio de drogas, estoque mínimo de produtos homeopáticos;
medicamentos, insumos farmacêuticos e Art. 12: É permitido nas farmácias homeopáticas
correlatos; manter seções de vendas de correlatos e de
7. Farmácia: Estabelecimento de manipulação medicamentos não homeopáticas quando
de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio apresentados em suas embalagens originais;
de drogas, medicamentos, insumos e Art. 13: Dependerá da receita médica a
correlatos, compreendendo o de dispensação dispensação de medicamentos homeopáticos,
de atendimento privativo de unidade hospitalar cuja concentração de substância ativa
ou de qualquer outra equivalente de corresponde às doses máximas
assistência médica; farmacologicamente estabelecidas;
8. Posto de medicamento e unidades volantes: Art. 14: Nas localidades desprovidas de posto de
Estabelecimento destinado apenas à venda de medicamentos homeopáticos ou a dispensação
medicamentos industrializados em suas dos produtos em farmácias alopáticas.
embalagens originais e constantes da relação
elaborada pelo órgão sanitário federal, CAPÍTULO 4
publicado na imprensa oficial, para Assistência e responsabilidade técnica
atendimento a localidades desprovidas de Art. 15: A farmácia e a drogaria terão,
farmácia ou drogaria. obrigatoriamente, a assistência de técnico
responsável, inscrito no CRF;
CAPÍTULO 2 § 1º: A presença do técnico responsável será
Comercio farmacêutico obrigatória durante todo o horário de
Art. 5: O comércio de drogas, medicamentos e de funcionamento;
insumos farmacêutico é privativo das empresas e § 2º: O estabelecimento de que trata este art.
dos estabelecimentos definidos nesta lei. poderá manter técnico responsável, substituto,
§ 1º: O comércio de determinados correlatos, para os casos de impedimentos ou ausência
exercido por estabelecimentos especializados, do titular;
poderá ser extensivo às farmácias e drogarias; § 3º: Em razão do interesse público,
§ 2º: A venda de produtos dietéticos será caracterizada a necessidade da existência de
realizada nos estabelecimentos de farmácia ou drogaria, e na falta do
dispensação e, desde que não contenham farmacêutico, o órgão sanitário de fiscalização
substâncias medicamentosas pelo comércio local licenciada, os estabelecimento sob-
fixo. responsabilidade técnico de prática de
farmácia, oficial de farmácia ou outro, inscrito Assistência de técnico responsável de que
no CRF. trata art. 15, e seus parágrafos, ressalvadas
Art. 16: A responsabilidade técnica do as exceções previstas nesta lei;
estabelecimento será comprovada por declaração
de firma individual, pelos atos praticados durante o § Único: A legislação supletiva dos estados, do
período em que se deu assistência ao DF e dos territórios poderá reduzir as exigências
estabelecimento: sobre as instalações e equipamento. para o
§ Único: O responsável técnico pelo licenciamento de estabelecimentos destinados à
estabelecimento rubricará os rótulos das assistência farmacêutica no perímetro
fórmulas aviadas e a receita correspondente suburbano e zona rural.
para devolução ao cliente ou arquivo, quando Art. 24: A licença, para o funcionamento do
for caso; estabelecimento, será expedida após verificação
Art. 17: Somente será permitido o funcionamento da observância das condições fixadas nesta lei e
da farmácia e drogarias sem assistência do na legislação supletiva;
técnico responsável pelos estatutos ou contrato Art. 25: A licença é validada pelo prazo de um ano
social, ou pelo contrato de trabalho do profissional e será revalidada por períodos iguais e
responsável: sucessivos;
§ 1º: Cessada a assistência pelo termino do § Único: a revalidação da licença deverá ser
contrato social, o profissional responderá pelos requerida nos primeiros 120 dias de todos os
atos praticados durante o período em que deu exercícios;
assistência ao estabelecimento. Art. 26: A revalidação da licença será concedida
Art. 18: Somente será permitido o funcionamento após a verificação do cumprimento das condições
de farmácias e drogarias sem um farmacêutico, ou sanitária exigida para o licenciamento do
seu substituto, pelo prazo de 30 dias, período em estabelecimento, através de inspeção.
que não será aviado fórmulas magistrais ou § Único: A revalidação de licença deverá ser
oficinais nem vendidos medicamentos sujeitos a requerida nos primeiros 120 dias de cada
regime de controle. exercício.
Art. 19: É facultado à farmácia ou drogaria manter Art. 27: A transferência da propriedade e a
serviços de atendimento ao público para aplicação alteração da razão social ou do nome do
de injeções a cargo de técnico habilitado, estabelecimento não interrompe o prazo de
observado a prescrição médica. validade da licença, sendo obrigada a
§ 2º: A farmácia poderá manter laboratórios das comunicação das alterações referidas e
análises clínicas, desde que em dependência apresentação dos atos que comprovem, para
distintas e separadas, e sob a averbação.
responsabilidade técnicas do farmacêutico Art. 28: A mudança do estabelecimento para o
bioquímico. local diverso do previsto no licenciamento
Art. 21: A cada farmacêutico será permitido dependerá de licença prévia do órgão sanitário
exercer a direção técnico de, no máximo, duas competente e do atendimento exigidos.
farmácias, sendo um comercial e uma hospitalar. Art. 29: O posto de medicamentos que trata o item
13, do art. 4º terá as condições de licenciamento
CAPÍTULO 5 estabelecimento na legislação supletiva dos
Licenciamento estados, do DF e dos territórios.
Art. 21: O comércio de drogas, medicamentos e Art. 30: A fim de atender às necessidades e
insumos será feito somente por empresa e peculiaridades das regiões desprovidas de
estabelecimentos licenciados pelo órgão sanitário farmácia, drogarias e postos, os órgãos sanitários
competente dos estados, DF e territórios. competentes poderão licenciar unidades volantes
Art. 22: O pedido da licença será instruído com: para a dispensação de medicamento, constante
Prova de constituição da empresa; de relação elaborada pelo serviço nacional de
Prova de relação contratual entre a fiscalização da medicina e farmácia;
empresa e seu responsável técnico, § 1º: A dispensação será realizada em meios de
quando for o caso; transporte terrestre, marítimos, fluviais ou
Prova de habilitação legal do responsável áreas, que tenham condições adequadas à
técnico, expedido pelo conselho regional guarda dos medicamentos;
de farmácia. § 2º: A licença previa neste art. será concedida a
Art. 23: são condições para a licença: titulo provisório e cancelada tão logo se
Localização conveniente, sob aspecto estabeleça uma farmácia na região.
sanitário; Art. 31: Para controle estatístico o órgão sanitário
Instalações independentes e equipamentos competente dos estados, DF e território enviara ao
que satisfaçam aos requisitos técnicos serviço nacional de fiscalização de medicina e
adequados à manipulação e comercialização farmácia do MS anualmente, até 30 de janeiro das
pretendidas;
revalidações e baixas concedidas às empresas e para devolução ao cliente ou arquivo, quando
estabelecimento do art. 21. for o caso;
Art. 40: A receita em código, para aviamento na
farmácia privativa, somente poderá ser prescrita
por profissional vinculado a unidade hospitalar;
Art. 41: Quando a dosagem do medicamento
Art. 32: As licenças poderão ser suspensas, prescrito ultrapassar o limite farmacológico ou a
cassadas, ou canceladas no interesse da saúde prescrição apresenta incompatibilidade, o
pública, mediante despacho fundamental da responsável técnico pelo estabelecimento
autoridade competente, assegurado o direito de solicitará confirmação expressa ao profissional
defesa em processo administrativo, instaurado que a prescreveu;
pelo órgão sanitário; Art. 42: Na ausência do responsável técnico pela
Art. 33: O estabelecimento de dispensação que farmácia ou de seu substituto, será vedado o
deixar de funcionar por mais de 120 dias terá sua aviamento da formula que dependa de
licença cancelada; manipulação no qual figure substância sob regime
Art. 34: Os estabelecimentos referidos nos itens de controle sanitário especial;
10 e 11 do art. 4º desta lei poderão manter Art. 43: O registro do receituário e dos
recursos e filiais que, para efeito de licenciamento, medicamentos sob regime de controle sanitário
instalação e responsabilidade serão consideradas não poderão ter rasuras, emendas, ou
como autônomos. irregularidades que possam prejudicar a
verificação da sua autenticidade.
CAPÍTULO 6
Receituário
Art. 35: Somente será aviada a receita: CAPÍTULO 7
1. Que estiver escrita a tinta, em vernáculo por Fiscalização
extenso e de modo legível, observado a Art. 44: Cabe aos órgãos de fiscalização
nomenclatura e o sistema de pesos e medidas sanitária dos estados, DF e dos territórios a
oficiais; fiscalização dos estabelecimentos de que trata
2. Que conter o nome e o endereço residencial esta lei, para verificação das condições de
do paciente, o modo de usar a medicação; licenciamento e funcionamento.
3. Que conter a data e a assinatura do Art. 45: A fiscalização sanitária das drogas,
profissional, endereço do consultório ou da medicamentos, insumos farmacêuticos e
residência e o número da inscrição no correlatos será exercida nos estabelecimentos que
respectivo conselho profissional. os comerciem, pelos estados, DF e territórios,
§ Único: O controle de medicamento através de seus órgãos competentes.
entorpecente ou a estes equiparados e os Art. 46: No caso de dúvida quanto aos rótulos,
demais sob regime de controle de acordo bulas e ao acondicionamento de drogas,
com a sua classificação. medicamentos, insumos farmacêuticos e
Art. 36: A receita de medicamentos magistrais e correlatos, a fiscalização apreenderá duas
oficinais, preparados na farmácia, deverão ser unidades de produtos, das quais uma será
registradas em livro de receituário. remetida para exame no órgão sanitário
§ Único: O controle do estoque dos produtos competente, ficando a outra em poder do detentor
será feito mediante registro especial, do produto, lavrando-se o termo de apreensão, em
respeitada a legislação específica para os duas vias, que será assinado pelo agente
entorpecentes e os a estes equiparados, e as fiscalizador e pelo responsável técnico.
normas baixadas pelo serviço nacional de Art. 47: Para análise fiscal, à colheita de amostra
fiscalização regional de farmácia. dos produtos dos materiais, nos estabelecimentos,
Art. 38: devendo a autoridade, como medida preventiva,
§ Único: Alem dos rótulos que refere o art. a caso suspeita ou fraude interditar o estoque
farmácia terá impressos com dizeres uso existente no local, até o prazo máximo de 60 dias,
externo e interno, agite quando usar, uso no fim o estoque estará liberado, salvo se houver
veterinário e veneno. notificação contrária.
Art. 39: Os dizeres da receita serão transcritos no § 1º: Nos casos de interdição de estoque, a
rótulo aposto ao continente ou invólucro do autoridade lavrará o auto de interdição, que
medicamento aviado, com data de sua assinará, com representante legal da
manipulação, número de ordem do registro de empresa, e na sua ausência ou recusa duas
receita, o nome do paciente e do profissional que testemunhas, especificando a natureza e
escreveu. demais características do produto interditado e
§ Único: O responsável técnico pelo o motivo da interdição;
estabelecimento rubricará os rótulos das
fórmulas aviadas e a receita correspondente
§ 2º: A mercadoria interditada não poderá ser § 1º: A perícia de contra será iniciada até 15
dada para consumo sob pena de ser dias após o recebimento da defesa
apreendida; apresentada pelo indiciado, e concluída nos
§ 3º: Para análise será colhido amostra que 15 dias subsequentes, salvo se condições
colocar enquanto involuções, lavrando a técnicas exigirem prazo maior.
autoridade o auto de apreensão, em quatro § 2º: Na data fixada para a perícia de
vias, que será assinada pelo atuante e pelo contraprova, o perito indiciado apresentara o
responsável legal, na sua ausência ou recusa, invólucro de amostra em seu poder;
por duas testemunhas; § 3º: A perícia de contraprova não será
§ 4º: O número de amostras será limitada à realizado se houver indícios de alteração ou
quantidade necessária e suficiente as violação dos invólucros, lavrando-se até
analises e exames; circunstanciada sobre o fato, assinado pelos
§ 5º: Dos quatro invólucros, invioláveis e peritos;
identificados no ato da apreensão, um ficará § 4º: Na hipótese do § anterior, prevalecera, o
em poder do dono do produto, com a primeira laudo de análise fiscal condenatório;
via do auto para recursos, outro será enviado § 5º: Aos peritos serão fornecidos todos os
no prazo de 5 dias, ao laboratório oficial, com informes precisos à realização da pericia de
a terceira via do auto de apreensão para contraprova;
analise fiscal e o quarto ficara em poder da § 6º: Aplicar-se a pericia de contraprova o
autoridade fiscalizadora, que será mesmo método de analise usado na analise
responsável pela integridade e conservação fiscal condenatório, podendo, ser adotado
da amostra; outro método de reconhecida eficácia se
§ 6º: O laboratório terá o prazo de 30 dias, houver concordância dos peritos;
contados da data do recebimento da amostra, § 7º: os peritos lavrarão termo e laudo do
para efetuar análise e os exames; ocorrido na pericia de contraprova, que ficarão
§ 7º: Quando se trata da amostra de produtos arquivadas no laboratório oficial, remetendo
perecíveis em prazo inferior ao do § anterior, sua conclusão de órgão sanitário de
a análise será feita de imediato; fiscalização.
§ 8º: O prazo previsto no § 6º poderá ser Art. 50: Confirmado pela pericia de contraprova o
prorrogado, até 15 dias, por razões técnicas resultado de análise fiscal combinatória, deverá a
justificadas. autoridade ao proferir decisão, determinar a
Art. 48: Concluída a análise, o laboratório inutilização do material, objeto de fraude;
remeterá o laudo à autoridade fiscalizadora Art. 51: Em caso de divergência entre os peritos
competente, que procederá de acordo com a quando ao resultado da analise ou discordância
conclusão do mesmo. entre os resultados dessa ultima com a pericia de
§ 1º: Se o resultado da análise fiscal não contraprova, caberá recurso da parte interessada
comprovar alteração do produto, este será ou do perito responsável pela analise
logo liberado; condenatória à autoridade competente, devendo
§ 2º: Comprovada a alteração, falsificação ou esta determinar a realização de novo exame
fraude, será lavrado, auto de infração e pericial sobre a amostra em poder do laboratório
notificado a empresa para inicio do processo; oficial do controle:
§ 3º: O indiciado terá 10 dias, contados da § 1º: O recurso de que trata este art. deverá ser
notificação para apresentar defesa escrita ou interposto sobre o mesmo no prazo de 10 dias,
contesta o resultado da análise, na segunda contados da data da conclusão da pericia de
hipótese, pericia da contraprova. contraprova.
§ 4º: A notificação do indiciado será feito por § 2º: A autoridade que recebe o recurso deverá
funcionário lotado no órgão sanitário ou decidir sobre o mesmo no prazo de 10 dias,
mediante registro postal e, no caso de não contados da data do seu recebimento;
ser localizado ou encontrado, por meio de § 3º: Esgotado o prazo de § 2, sem decisão do
edital; recurso, prevalecerá o resultado da pericia de
§ 5º: Decorrido o prazo do § 3º, sem que o contraprova.
notificado apresente defesa ao resultado da Art. 52: Configurada infração por inobservância de
analise, o laudo será considerado definitivo e preceitos ético-profissionais, o órgão fiscalizador
proferido a decisão pela autoridade sanitária. comunicará o fato ao CRF da jurisdição;
Art. 49: A pericia de contraprova será realizada no Art. 53: Não poderá ter exercício nos órgãos de
laboratório oficial que expedir o laudo fiscalização sanitário o servidor público que for
condenatório, com a presença do perito que sócio ou acionista de qualquer categoria, ou que
efetua ou a análise fiscal, do perito indicado pela prestar serviço à empresa.
empresa e do indicado pelo órgão fiscalizador,
usando-se as amostras do invólucro em poder do
detentor.
LEI 9787/1999 Art. 2º: O órgão federal responsável pela
Altera a lei nº 6360/1976 que dispõe sobre a vigilância sanitária regulamentará, em até 90 dias:
vigilância sanitária, estabelece o medicamento 1. Os critérios e condições para o registro e o
genérico, dispõe sobre o uso de nomes genéricos controle de qualidade dos medicamentos
em produtos farmacêuticos e dá outras genéricos;
providências. 2. Os critérios para provas de biodisponibilidade
Art. 1º: a lei 6360 passa a vigorar com as de produtos farmacêuticos em geral;
seguintes alterações: 3. Os critérios para a aferição de equivalência de
1. Denominação comum brasileira (DCB): medicamentos genéricos, para caracterização
Denominação do fármaco ou principio ativo de sua intercambialidade;
recomentado pela OMS; 4. Os critérios para dispensação de
2. Medicamento similar: O que contém o medicamentos genéricos nos serviços
mesmo ou os mesmos PA´s, apresenta as farmacêuticos governamentais e privados,
mesmas concentrações, forma farmacêutica, respeitados a decisão expressa de não
via de administração ou diagnóstica, do intercambialidade do profissional prescritor.
medicamento de referencia, podendo
diferenciar somente o tamanho e forma do
produto, prazo de validade, embalagem,
rotulagem, excipiente e veículos, devendo
sempre ser identificado por nome comercial
ou marca;
3. Medicamento genérico: Medicamento
similar a um grupo de referência ou inovador,
que pretende ser com este intercambiável,
produzidos após a expiração ou renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de
exclusividade, comprovada a sua eficácia,
segurança e qualidade, designada pelo DCP
ou, na sua ausência, pela DCI;
4. Medicamento de referência: Produtos
inovadores registrado no órgão federal
responsável pela vigilância sanitária e
comercializado no país, cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas
junto ao órgão competente, por ocasião do
registro;
5. Produto intercambiável: Equivalente
terapêutico de um medicamento de
referência, comprovados, os mesmos efeitos
de eficácia e segurança;
6. Bioequivalencia: Consiste na demonstração
de equivalência farmacêutica entre produtos
apresentados sob a forma farmacêutica
qualitativa e quantitativa de PA´s e que
tenham comparável biodisponibilidade,
quando estudados sob um mesmo desenho
experimental;
7. Biodisponibilidade: Indica a velocidade e a
extensão de absorção de um PA numa forma
de dosagem, a partir de sua curva de
concentração/tempo na circulação sistêmica
ou sua excreção na urina;
Art. 57:
§ Único: Os medicamentos que ostentam nome
comercial ou marca ostentaram também, com
o mesmo destaque e de forma legível, nas
peças referidas no caput deste art. na sua
falta, o DCI em letras e caracteres cujo
tamanho não será inferior a um meio do
tamanho das letras e caracteres do nome
comercial ou marca;
SUS
É uma nova formulação política e organizacional
para o reordenamentos dos serviços de saúde
estabelecido pela CF de 1988. O SUS é um
sistema único porque segue a mesma doutrina e
os mesmos princípios organizativos em todo o
território nacional, sob-responsabilidade das três
esferas autônomas do governo FEDERAL,
ESTADUAL e MUNICIPAL. O SUS não é um
instituto nem um serviço, mas sim um sistema que
significa um conjunto de unidades, de serviços e
ações que se integram para um fim comum. Esses
elementos referem-se, às atividades de proteção,
promoção e recuperação da saúde.
A expressão SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(SUS) alude em termos conceituais ao formato e
aos processos jurídico-institucionais e
administrativo compatíveis com a universalização
do direito à saúde em termos pragmáticos à rede
de instituição, serviços e ações, responsáveis pela do sistema que se pretende construir e um
garantia do acesso aos cuidados e atenção a caminho para sua construção. Para que o SUS
saúde. Os termos que compõem a expressão SUS venha a ser universal, é preciso desencadear
espelham positivamente criticas a organização um processo de universalização; ou seja, um
pretérita de assistência médica hospitalar processo de extensão de cobertura dos
brasileira. serviços, de modo que venha, paulatinamente,
a. Sistema: Conjunto de ações e instituições, a se tornar acessíveis a toda a população;
que de forma ordenada comum, perspectiva para isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas,
de ruptura com os esquemas assistenciais econômicas, culturais e sociais que
direcionadas a segmentos populacionais interponham entre a população e os serviços.
específico, que recortada segundo critérios A primeira delas, a barreira jurídica, foi
socioeconômicos, quer definidos a partir de eliminada com a CF de 1988, na medida em
fundamentos nosológicos; que essa universalizou o direito à saúde e,
b. Único: Referido à unificação de dois sistemas: com isso, eliminou a necessidade do usuário
o previdenciário e o ministério da saúde e do sistema público colocar-se como
secretarias estaduais e municipais de saúde, trabalhador ou como indigentes situações que
consubstancia da incorporação do INSTITUTO condicionavam o acesso aos serviços públicos
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA antes do SUS.
PROVIDENCIA SOCIAL (INAMPS) pelo 2. EQÜIDADE: É assegurar ações e serviços de
ministério da saúde e na universalização do todos os níveis de acordo com a complexidade
acesso a toda as ações e cuidados da rede que cada caso requeira, more o cidadão onde
assistencial pública e privada contratada e ao morar, sem privilegio e sem barreiras. Todo
comando único em cada esfera de governo; cidadão é igual perante o SUS e será atendido
c. Saúde: Compreendida como resultante e conforme suas necessidades até o limite de
condicionante de condições de vida, trabalho e que o sistema puder oferecer para todos; A
acesso a bens e serviços e, portanto, equidade é mais um dos princípios finalísticos
componentes essenciais da cidadania e do SUS e, atualmente, o tema central em
democracia e não apenas como ausência de todos os debates sobre as reformas dos
doença e objeto de intervenção da medicina. sistemas de saúde no mundo ocidental. A
noção de equidade diz respeito à necessidade
Ex.: 1: Estão incluídos no campo de atuação do de tratar desigualmente os desiguais, de modo
SUS, EXCETO. a alcançar a igualdade entre as pessoas e os
a. Incorreta: a participação na formulação da grupos sociais e o reconhecimento de que
politica reduzindo a execução de ações muitas dessas desigualdades são injustas e
saneamento básico; devem ser separados da saúde, as
b. A formulação e execução da politica de desigualdades sociais apresentam como
sangue e seus derivados; desigualdade diante de adoecer e do morrer,
c. A fiscalização e a inspeção de alimentos, água reconhecendo-se a possibilidade de redução
e bebidas para consumo humano; dessas desigualdades de modo a garantir
condições de vida e saúde mais iguais a todos.
3. INTEGRALIDADE: É o reconhecimento na
d. A formulação da politica de medicamento, prática dos serviços de que:
equipamentos, imunobiológicos e outros Cada pessoa é um todo indivisível e
insumos para a saúde e a participação na sua integrante de uma comunidade;
produção; As ações de promoção, proteção e
e. O incremento, em sua área de atuação, do recuperação da saúde formam também um
desenvolvimento científico e tecnológico. todo indivisível e não podem ser
compartimentalizadas;
DOUTRINAS As unidades protetoras de serviços, com seus
Baseada na constituição, a construção do SUS se vários graus de complexidade, formam um
norteia pelos seguintes princípios doutrinários: todo indivisível configurando um sistema
1. UNIVERSALIDADE: É a garantia da atenção à capaz de prestar assistência integral.
saúde por parte do sistema, a todo e qualquer A integralidade diz respeito ao leque de ações
cidadão. Com a universalidade, o individuo possíveis para promoções da saúde, prevenção
passa a ter direito de acesso a todos os de riscos e agravos, e assistência, a doentes,
serviços públicos de saúde, assim como os implicado a sistematização do conjunto de práticas
contratados pelo poder público. Saúde é direito que vem sendo desenvolvidos para o
de cidadania e dever do governo municipal, enfrentamento dos problemas e o atendimento
estadual e federal; A universalidade é um das necessidades da saúde. A integralidade é um
principio finalístico, ou seja, é um ideal a ser atributo do modelo de atenção entendendo-se que
alcançado, indicando uma das características um modelo de atenção integral à saúde contempla
o conjunto de ações de promoção da saúde, em consideração o ser humano como um
prevenção de risco e agravos, assistência e todo e, portanto, tratar de todos os aspectos
recuperação. físicos e psicológicos do individuo.