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Unidade 1- Introdução
Validade no mundo:
Os direitos humanos são notadamente dirigidos a todos os seres humanos,
mas nem todos, os tem assegurado, seja em razão dos interesses de grupos
hegemônicos (oligarquias), seja pelo não reconhecimento destes direitos, pela frontal
violação e outros fatores diversos.
HISTÓRICO
A 2ª Guerra Mundial trouxe um impacto mais arrasador, posto que, até então,
muitos documentos já haviam sido produzidos em favor da humanidade. E o que
concluímos é que, com o passar do tempo, mais ofensivos se tornaram os meios
através dos quais a sociedade busca a liberdade, a igualdade e o respeito à
dignidade. Impressionados com os efeitos desta guerra, algumas nações se uniram e
elaboraram a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, documento
mais importante que temos, nos dias atuais, na luta pelos direitos humanos. Mesmo
assim, os fatos ocorridos em 11 de Setembro de 2001 nos fazem pensar que, na
essência, muito pouco se caminhou desde a Idade Média.
ONU
Criada a partir da 2ª Guerra, seu instrumento fundador foi a “Carta das Nações
Unidas”. Esta carta é também um tratado multilateral que estabelece os direitos e
deveres legais dos Estados Membros da ONU. Esta, por sua vez, não possuía
competência legal em questões que envolviam jurisdição nacional de um Estado.
OUTROS INSTRUMENTOS
1. Direito Consuetudinário:
Prática recorrente entre os Estados, que se origina de uma convicção da
obrigação legal por parte dos Estados atuantes. É uma das fontes do Direito
Internacional utilizadas pela Corte Internacional de Justiça para determinar os
direitos e obrigações dos Estados que são partes de uma disputa. Vincula todos os
Estados, incluindo aqueles que não reconheceram a norma, desde que não tenham
expressa e persistentemente feito objeção a seu desenvolvimento.
Ex.: proibição de genocídio, da escravidão, do comércio de escravos, da tortura, da
discriminação racial e da privação arbitrária da vida.
2. Carta da ONU:
É composta por artigos que estabelecem obrigações para com os direitos
humanos de todos os Estados membros da ONU.
4. Tratados:
O significado deste termo é “um acordo internacional firmado entre Estados na
forma escrita e governado pelo Direito Internacional (...)”. Estão sujeitos a
interpretação de acordo com normas da “Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados”. Alguns exemplos:
- Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio;
- Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados;
- Protocolo relativo ao Estatuto dos Refugiados;
- Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas de
discriminação racial;
- Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a
mulher;
- Convenção contra a tortura e outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos
ou degradantes;
- Convenção sobre os direitos da criança;
- Segundo protocolo adicional ao PIDCP com vista à abolição da pena de
morte.
Além do Brasil, outros países da América Latina têm sua história marcada por
episódios sangrentos de violações, desrespeito, abusos de autoridade. A violência e
a pobreza são dois grandes indicadores de como os direitos humanos são tratados
nestes países, conforme podemos observar nos exemplos que se seguem.
Direito
Quando falamos em direito, estamos preocupados com o relacionamento
entre as pessoas. Assim, direito é um conjunto de normas e regras impostas ou
convencionadas, com a finalidade de disciplinar a convivência das pessoas na
sociedade.
Direitos Humanos:
Direitos humanos derivam da dignidade e do valor inerente à pessoa
humana, e esses são universais, inalienáveis e igualitários. Isto significa que são
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inerentes a cada ser humano, não podem ser tirados ou alienados por qualquer
pessoa; e todos têm os direitos humanos em igual medida – independente do critério
de raça, cor, sexo, idioma, religião, política ou outro tipo de opinião, nacionalidade ou
origem social, propriedades, nascimento ou outro status qualquer.
Direito Internacional
O direito internacional consiste em normas que governam as relações
entre os Estados, mas compreende também normas relacionadas ao funcionamento
de instituições ou organizações internacionais, a relação entre elas e a relação delas
com o Estado e os indivíduos.
O direito internacional, entre outros atributos, estabelece normas relativas
aos direitos territoriais dos Estados (com respeito aos territórios terrestre, marítimo e
espacial), a proteção internacional do meio ambiente, o comércio internacional e as
relações comerciais, o uso da força pelos Estados, os direitos humanos e o direito
internacional humanitário.
Instrumentos Internacionais
São todos os textos que englobam os padrões internacionais de direitos
humanos. Alguns desses textos são tratados que obrigam os Estados-Parte que
os ratificaram. Esses tratados são chamados de Pactos ou Convenções
Cidadania
A cidadania além de ser um principio fundamental, sob o aspecto formal, é
um status ligado ao regime político, onde a pessoa adquire seus direitos mediante
o alistamento eleitoral, na forma da lei.
Nos Estados democráticos, como o brasileiro, a Cidadania vai além do
direito de escolha dos governantes ou do poder de ser escolhido governante. A
plenitude da Cidadania implica numa situação onde cada pessoa possa viver com
decência e dignidade, através de direitos e deveres estabelecidos pelas
necessidades e responsabilidade do Estado e das pessoas.
Poder de Polícia
O poder de policia é um dos poderes conferidos pelo Direito Administrativo,
é a faculdade da qual dispõe a Administração Pública para buscar o bem comum.
Deve-se usar o poder de policia de forma discricionária, onde através de
critério técnicos, de oportunidade e de justiça, pode fazer cumprir sua ordem.
Como o poder conferido é discricionário, e jamais arbitrário, o policial
militar deve manter suas ações exatamente dentro dos limites legais.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO,
PERMANÊNCIA E ACOMPANHAMENTO
10ª - Essa preocupação deve crescer à medida em que tenhamos clara a
preferência da psicopatia pelas profissões de poder. Política profissional, Forças
Armadas, Comunicação Social, Direito, Medicina, Magistério e Polícia são algumas
das profissões de encantada predileção para os psicopatas, sempre em busca do
exercício livre e sem culpas de seu poder sobre outrem.
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Profissões magníficas, de grande amplitude social, que agregam heróis e
mesmo santos, são as mesmas que atraem a escória, pelo alcance que têm, pelo
poder que representam.
A permissão para o uso da força, das armas, do direito a decidir sobre a vida e
a morte, exercem irresistível atração à perversidade, ao delírio onipotente, à loucura
articulada.
Os processos de seleção de policiais devem tornar-se cada vez mais rígidos
no bloqueio à entrada desse tipo de gente. Igualmente, é nefasta a falta de um maior
acompanhamento psicológico aos policiais já na ativa.
A polícia é chamada a cuidar dos piores dramas da população e nisso reside
um componente desequilibrador. Quem cuida da polícia?
Os governos, de maneira geral, estruturam pobremente os serviços de
atendimento psicológico aos policiais e aproveitam muito mal os policiais diplomados
nas áreas de saúde mental.
Evidentemente, se os critérios de seleção e permanência devem tornar-se
cada vez mais exigentes, espera-se que o Estado cuide também de retribuir com
salários cada vez mais dignos.
De qualquer forma, o zelo pelo respeito e a decência dos quadros policiais não
cabe apenas ao Estado mas aos próprios policiais, os maiores interessados em
participarem de instituições livres de vícios, valorizadas socialmente e detentoras de
credibilidade histórica.
NECESSIDADE DE HIERARQUIA
12ª - No extremo oposto, a debilidade hierárquica é também um mal. Pode
passar uma imagem de descaso e desordem no serviço público, além de enredar na
malha confusa da burocracia toda a prática policial.
A falta de uma Lei Orgânica Nacional para a polícia civil, por exemplo, pode
propiciar um desvio fragmentador dessa instituição, amparando uma tendência de
definição de conduta, em alguns casos, pela mera junção, em “colcha de retalhos”,
do conjunto das práticas de suas delegacias.
Enquanto um melhor direcionamento não ocorre em plano nacional, é
fundamental que os estados e instituições da polícia civil direcionem
estrategicamente o processo de maneira a unificar sob regras claras a conduta do
conjunto de seus agentes, transcendendo a mera predisposição dos delegados
localmente responsáveis (e superando, assim, a “ordem” fragmentada, baseada na
personificação). Além do conjunto da sociedade, a própria polícia civil será altamente
beneficiada, uma vez que regras objetivas para todos (incluídas aí as condutas
internas) só podem dar maior segurança e credibilidade aos que precisam executar
tão importante e ao mesmo tempo tão intrincado e difícil trabalho.
1. Introdução
1.1. O que é o Direito Internacional Humanitário (D.I.H.)?
O Direito Internacional Humanitário (ou Direito dos Conflitos Armados) é um ramo do
Direito Internacional Público constituído por todas as normas convencionais ou de
origem consuetudinária especificamente destinadas a regulamentar os problemas
que surgem em período de conflito armado.
Estas podem ser fundamentalmente de três tipos:
O primeiro é constituído pelo chamado Direito de Genebra, isto é, pelas quatro
Convenções de Genebra de 1949 para a proteção das vítimas de guerra e dos seus
dois Protocolos Adicionais de 1977. Estes seis instrumentos jurídicos perfazem cerca
de 600 artigos codificando as normas de proteção da pessoa humana em caso de
conflito armado. Estes textos de Genebra foram elaborados (como aliás os próprios
títulos das Convenções o comprovam) com o único objetivo de proteção das vítimas
de guerra: tanto os militares fora de combate, bem como as pessoas que não
participem nas operações militares.
O segundo tipo de regras é chamado o Direito de Haia constituído pelo direito da
guerra propriamente dito, ou seja pelos princípios que regem a conduta das
operações militares, direitos e deveres dos militares participantes na conduta das
operações militares e limita os meios de ferir o inimigo. Estas regras têm vista a
necessidade de ter em conta necessidades militares das parte em conflito, nunca
esquecendo porém os princípios de humanidade. O Direito de Haia encontra a maior
parte das suas regras nas Convenções de Haia de 1899 (revistas em 1907), mas
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igualmente em algumas regras do Protocolo I Adicional às Convenções de Genebra
de 12 de Agosto de 1949.
O terceiro tipo de regras (ditas de Nova Iorque) prende-se com a proteção dos
direitos humanos em período de conflito armado. São chamadas regras de Nova
Iorque por terem na sua base a atividade desenvolvida pelas Nações Unidas no
âmbito do direito humanitário. Com efeito é importante referir que em 1968 a
Assembléia Geral das Nações Unidas adotou a Resolução 2444 (XXIII) com o título
"Respeito dos direitos humanos em período de conflito armado", o que constitui um
marco, verdadeiro sinal da mudança de atitude desta organização no que diz
respeito ao Direito humanitário. Se, desde 1945 a O.N.U. não se ocupou deste ramo
do direito com a justificação de que tal indiciaria uma falta de confiança na própria
organização enquanto garante da paz, o ano de 1968 pode ser considerado como o
do nascimento deste novo foco de interesse. As Nações Unidas têm desde então
vindo ainda a mostrar um grande interesse em tratar questões como as relativas às
guerras de libertação nacional, e à interdição ou limitação da utilização de certas
armas clássicas.
1.2. A sua evolução histórica
Nas suas origens a guerra caracterizava-se pela ausência de qualquer regra para
além da lei do mais forte. As populações vencidas eram massacradas e, na melhor
das hipóteses, reduzidas à escravatura.
Mas o progresso das idéias, a necessidade de os beligerantes preservarem o seu
potencial humano, o medo de represálias e a tomada de consciência do caráter
irracional, inútil e economicamente prejudicial das destruições e massacres totais,
levaram os homens a considerar de modo diferente os vencidos. Desta forma
começaram a levantar-se vozes de moderação, tolerância e humanidade.
A título de exemplo podem ser referidas as leis de Manou (na India) que proíbem a
utilização de flechas envenenadas, exigem que o vencedor poupe os feridos, bem
como aqueles que se rendem e que respeite as leis das nações conquistadas.
Na China, um pensador do século IV A.C., Se-Ma, condena as destruições inúteis e
recomenda que não sejam atacadas as pessoas que não se possam defender e que
os feridos sejam tratados.
Os Incas tinham uma conduta paternal relativamente aos povos vencidos,
especialmente se estes fossem estrangeiros: tentando uma reconciliação.
A Europa e a zona do Mediterrâneo beneficiam da influência dos
ensinamentos do Cristianismo e do Islão. Mesmo se em certas ocasiões a
Igreja Católica parece esquecer os pedidos de não recurso à violência, o
que é certo é que ela permanece fiel à vontade de assegurar uma certa
humanização das guerras. Santo Agostinho escreveu:
"Se o inimigo que combate deve morrer, que tal seja por
necessidade, e não por tua vontade .... O vencido ou o
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capturado têm direito à compaixão."
No século X D.C. em vários Concílios é proclamada a inviolabilidade das igrejas, dos
mosteiros, dos pobres, dos mercadores, dos peregrinos, dos agricultores e dos seus
bens. Estes princípios constituem as regras da Paz de Deus, cuja violação é
sancionada pela excomunhão.
O Islão condena igualmente o crime, as mutilações, a tortura e protege os velhos,
mulheres, crianças, mosteiros muçulmanos e os seus bens dos efeitos da guerra.
Enfim, em 1762 Jean Jacques Rousseau escreve no seu Contrato Social que a
guerra não consiste numa relação de homem para homem, mas sim de Estado para
Estado, na qual os indivíduos só acidentalmente são inimigos. Segundo este autor o
fim da guerra transforma os antigos inimigos novamente em simples homens, o que
implica o respeito pelos soldados feridos e por aqueles que se encontrem em poder
do inimigo.
No entanto, o acontecimento que irá levar à criação de um corpo de normas escritas
relativas à proteção das vítimas da guerra, que constituirá a contribuição efetiva para
o desenvolvimento deste ramo do direito, só terá lugar em meados do século XIX:
1859 - Henry Dunant, cidadão suiço de 31 anos, chega a Solferino no dia 24 de
Junho (uma cidade do Norte de Itália) com vista a conseguir obter ajuda de Napoleão
III para uns investimentos que efetuara na Argélia. Nesse preciso dia desenrolava-se
uma batalha entre os exércitos Austríaco e Francês. Dunant fica horrorizado com a
falta de serviços médicos adequados que assegurassem o tratamento das vítimas e
improvisa ele mesmo, um apoio aos feridos da batalha.
1862 - De volta a Genebra Henry Dunant passa a escrito as recordações da
experiência que viveu, editando um livro com o título "Uma Recordação de Solferino",
que se tornou num sucesso imediato. Nesta sua obra Dunant faz duas sugestões:
por um lado propõe a criação de sociedades de ajuda a todos os feridos sem
distinção quanto à nacionalidade e, por outro lado, a adopção de uma Convenção
que assegurasse a proteção dos soldados feridos e do pessoal médico no campo de
batalha.
1863 - O Comitê Internacional de Socorro aos Militares Feridos em Tempo de Guerra
é criado, sendo os membros fundadores, para além do próprio Dunant, Gustave
Moynier, Guillaume-Henri Dufour, Louis Appia, Theodore Maunoir. Em Agosto deste
mesmo ano o Comité decide organizar uma Conferência Internacional em Genebra
com a participação de representantes governamentais. A conferência revela-se um
sucesso, tendo 62 delegados representando 16 Estados, adotado as resoluções que
estão na base do Movimento da Cruz Vermelha.
1864 - Primeira Convenção de Genebra. Esta Convenção é ratificada, entre 1864 e
1907 por 57 Estados - um recorde na época.
1868 - Declaração de São Petersburgo - o primeiro instrumento internacional que
regula os métodos e meios de combate. A Declaração, considerada como
enunciando o direito consuetudinário existente, proíbe o ataque a não combatentes,
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a utilização de armas que agravem inutilmente o sofrimento dos feridos ou que
tornem a sua morte inevitável e o emprego de projeteis com menos de 400g
contendo uma carga explosiva ou substâncias incendiárias.
1899 - Convenções e Declarações de Haia. Entre aquelas que não serão revistas em
1907 podemos citar a Declaração que proíbe por um lado a utilização de gás
asfixiante e por outro a utilização de balas "dum-dum".
1906 - Convenção de Genebra sobre os feridos e doentes nos exércitos.
1907 - 13 Convenções de Haia relativas, entre outros, às leis e costumes da guerra,
aos direitos e deveres das potências neutras em caso de guerra terrestre, ao regime
dos navios de comércio no início das hostilidades, à transformação dos navios de
comércio em navios de guerra, à colocação de minas submarinas automáticas de
contacto, ao bombardeamento por forças navais em tempo de guerra, à adaptação
dos princípios da Convenção de Genebra à guerra marítima e à proibição de lançar
projeteis e explosivos a partir de balões.
1923 - Regras de Haia sobre a guerra aérea (que nunca se tornarão) numa
Convenção.
1925 - Protocolo de Genebra de 17 de Junho relativo à proibição de utilizar gazes
asfixiantes, tóxicos ou similares na guerra.
1929 - Duas Convenções de Genebra sobre os feridos e doentes em campanha (I) e
sobre os prisioneiros de guerra (II).
1949 - Quatro Convenções de Genebra:
1. Convenção para melhorar a situação dos feridos e doentes das forças
armadas em campanha (Convenção I);
2. Convenção de Genebra para melhorar a situação dos feridos, doentes e
náufragos das forças armadas no mar (Convenção II);
3. Convenção de Genebra relativa ao tratamento dos prisioneiros de guerra
(Convenção III);
4. Convenção de Genebra relativa à proteção das pessoas civis em tempo de
guerra (Convenção IV).
1954 - Convenção e Protocolo de Haia para a proteção de bens culturais em caso de
conflito armado.
1977 - Protocolos Adicionais às Convenções de Genebra de 12 de Agosto de 1949
1. Protocolo Adicional às Convenções de Genebra de 12 de Agosto de 1949
relativo à proteção das vítimas dos conflitos armados internacionais (Protocolo
I),
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2. Protocolo Adicional às Convenções de Genebra de 12 de Agosto de 1949
relativo à proteção das vítimas dos conflitos armados não internacionais
(Protocolo II),
1981 - Convenção das Nações Unidas sobre a proibição ou a limitação da utilização
de certas armas clássicas que podem ser consideradas como produzindo efeitos
traumáticos excessivos ou como atingindo sem discriminação. Esta Convenção era
composta de 3 Protocolos anexos.
Em 1996 reuniu-se a Conferência para Exame da Convenção que aprovou
alterações ao Protocolo II relativo a minas, armadilhas e outros dispositivos e um
Protocolo IV relativo às armas que provocam a cegueira.
2 - O crime de tortura
A Constituição Federal já proibia expressamente a tortura, e o Estatuto da
Criança e Adolescente também previa pena para essa prática, mas pôr meio da Lei
Federal 9.455, de 07/04/97, a tortura passou a ser um crime autônomo.
A tortura é uma prática que afronta os direitos da pessoa, pois a coloca numa
situação degradante.
A tortura é caracterizada pôr qualquer ato que cause sofrimento físico ou
mental a alguém, com a finalidade de obter informação ou confissão sobre algum
fato, ou pôr mera discriminação racial ou religiosa.
O crime de tortura é inafiançável e não dá direito à graça ou à anistia, e sua
condenação implica na perda do cargo, função ou emprego público e a interdição
para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
O policial cidadão é antes de tudo uma pessoa, e como tal, deve ser tratado e
deve tratar seus semelhantes.
A sociedade espera que o policial seja equilibrado, coerente, legalista, respeitoso,
e principalmente que tenha orgulho em exercer atividade tão importante para a
dignidade da pessoa e para que possa conscientizar-se da importância de sua
atividade e que ela está diretamente relacionada com o respeito à Cidadania é
necessário refletir sobre alguns princípios.
1 - Principio da dignidade
É este principio que garante o respeito à dignidade da pessoa, mesmo quando
ela comete infrações puníveis.
Assim, diante de um crime, o policial deve tomar as providências legais que
aquela conduta requer, mas jamais poderá desrespeitar a dignidade daquela pessoa.
2 - Principio da legalidade
O policial deve ser uma pessoa serena e convicta da importância da sua
atividade para sociedade.
Esta convicção requer entendimento de que a todos é permitido fazer o que
norma jurídica não proíbe, e a não fazer o que alei não manda.
Quando o policial age dentro dos parâmetros legais está defendendo os
interesses da sociedade, da sua Corporação e os seus próprios.
4 - Principio da auto-estima
O policial , antes de tudo, é um cidadão comum, e deve estar consciente disso
durante a sua atividade.
A sociedade espera estar sendo protegida, e para que o policial militar possa
proteger os direitos de alguém, é necessário que valorize os seus próprios direitos.
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Assim é indispensável que ele mantenha elevado seu nível de auto-estima, pois é
impossível que alguém respeite a vida alheia quando não se tem amor à própria vida,
quando não se valoriza a própria liberdade.
Definições
Prisão significa a condição das pessoas presas nos termos acima referidos;
Sempre que uma pessoa for capturada, a razão deve ser pela suspeita da
prática de um delito ou por ação de uma autoridade (Conjunto de Princípios,
Princípio 36.2).
Toda pessoa capturada deverá ser informada, no momento de sua
captura, das razões da captura, devendo ser prontamente informada de
qualquer acusação contra ela (PIDCP, artigo 9.2; Conjunto de Princípios, Princípio
10).
A pessoa capturada deverá ser levada a um local de custódia, devendo
ser conduzida prontamente perante um juiz ou outra autoridade habilitada por
lei a exercer poder judicial, que decidirá sobre a legalidade e a necessidade da
captura (PIDCP, artigo 9.3; Conjunto de Princípios, Princípios 11 e 37).
Estes dispositivos sobre captura e detenção repetem-se na CADH (artigo 7o)
e na CEDH (artigo 5o). A CADHP não contém nenhum destes dispositivos. Não há
uma definição clara do que se entende por prontamente. Em muitos Estados o
período máximo permitido antes que uma pessoa capturada seja trazida perante um
juiz ou autoridade similar é limitado a 48 horas; em outros Estados este período é
limitado a 24 horas. Este período de 48 ou 24 horas é mais comumente chamado de
custódia policial. O período que o segue é chamado de prisão preventiva.
Uma pessoa detida sob acusação criminal terá direito a julgamento
dentro de um prazo razoável, ou aguardar julgamento em liberdade (Conjunto de
Princípios, Princípio 38).
As autoridades responsáveis pela captura, detenção ou prisão de uma
pessoa devem, respectivamente, no momento da captura e no início da
detenção ou da prisão, ou pouco depois, prestar-lhe informação e explicação
sobre os direitos e sobre o modo de os exercer (Conjunto de Princípios, Princípio
13).
Prática Gerencial 2
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17º Batalhão de Polícia Militar
Um exemplo de boa prática de aplicação da lei é a produção e disseminação de
folhetos explicando os direitos de pessoas capturadas. Em muitos países as
organizações de aplicação da lei produzem tais folhetos em várias línguas para
assegurar sua acessibilidade. Ao ser levada à custódia policial, a pessoa em questão
recebe um desses folhetos na sua língua materna, explicando seus direitos e como
exercê-los.
Direitos imediatamente após a Captura
A presunção da inocência aplica-se a todas pessoas detidas e deve também
refletir-se no tratamento delas.
São proibidas medidas além das necessárias para evitar a obstrução do
processo de investigação ou para manter a ordem e segurança do local de
detenção (Conjunto de Princípios, Princípio 36).
Uma pessoa detida tem o direito à assistência de um advogado e
condições razoáveis devem ser propiciadas para que este direito seja exercido. Um
advogado de ofício deve ser providenciado pela autoridade judicial ou outra
autoridade caso a pessoa detida não tenha advogado próprio, e de graça caso não
tenha condições financeiras (Conjunto de Princípios, Princípio 17).
Os direitos de uma pessoa detida e/ou seu advogado são os seguintes:
ter oportunidade efetiva de ser ouvido por uma autoridade judicial ou outra
autoridade;
receber comunicação pronta e completa de qualquer ordem de detenção,
juntamente com as razões para tal (Princípio 11);
comunicar-se entre si e ter tempo e condições adequadas para consulta em
sigilo absoluto, sem censura e sem demora;
comunicar-se entre si sob vigilância de um encarregado da aplicação da lei,
porém sem serem ouvidos;
(...) tais comunicações serão inadmissíveis como prova contra a pessoa
detida, a menos que sejam conectadas com um crime em andamento ou em
planejamento (Princípio 18);
ter acesso às informações gravadas durante toda a duração de qualquer
interrogatório, e dos intervalos entre interrogatórios, e à identidade dos
encarregados da condução dos interrogatórios e outras pessoas presentes
(Princípio 23);
de tomar medidas, em conformidade com a legislação nacional, perante uma
autoridade judicial ou outra autoridade, para impugnar a legalidade da
detenção, de forma a obter sua libertação caso seja ilegal (Princípio 32);
de apresentar requerimento ou queixa relativos ao tratamento do detido, em
particular no caso de tortura ou tratamento cruel, desumano ou degradante, às
autoridades administrativas ou superiores e, quando necessário, às
autoridades apropriadas investidas de poderes de revisão ou correção
(Princípio 33).
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17º Batalhão de Polícia Militar
A proibição da tortura aplica-se às pessoas sob qualquer forma de detenção
ou prisão (Conjunto de Princípios, Princípio 6). Esta proibição está mais elaborada no
Princípio 21, que proíbe explicitamente que se tire vantagem da situação de uma
pessoa detida para obter-se uma confissão, incriminação própria, ou
testemunho contra outros.
A pessoa detida tem o direito de informar ou requerer às autoridades
competentes que notifiquem membros de sua família ou outras pessoas
apropriadas de sua escolha a respeito de sua captura, detenção ou prisão. Este
direito é renovado a cada transferência de local da pessoa (Conjunto de Princípios,
Princípio 16).
Além dos direitos mencionados acima, que estão diretamente ligados à
situação de captura ou o período imediatamente posterior, existe um certo número
de disposições no Conjunto de Princípios que se relacionam mais especificamente
ao bem-estar da pessoa detenta ou presa. Embora estas disposições sejam de
grande importância à aplicação da lei, é mais apropriado que elas sejam
apresentadas no capítulo sobre Detenção.
A Situação Especial das Mulheres
O princípio da não discriminação com base no sexo é um princípio
fundamental do direito internacional - inserido na Carta da ONU, na DUDH (artigo 2o)
e nos principais tratados de direitos humanos. De acordo com este princípio de não-
discriminação, toda a proteção oferecida a uma pessoa quando da captura e após
esta (apresentada acima) aplica-se igualmente a homens e mulheres.
No entanto, deve ser observado que o respeito pela dignidade inerente da
pessoa humana (Conjunto de Princípios, Princípio 1) e a proteção de seus direitos
podem ditar que proteção e consideração adicionais sejam dadas à mulher. Tais
medidas podem incluir, por exemplo, a garantia de que a captura de mulheres seja
feita por agentes femininos sempre que possível, que sua revista e de suas roupas
seja feita por uma agente feminina, e que as detidas do sexo feminino sejam postas
em locais separados dos detidos do sexo masculino. Essas formas (adicionais) de
proteção e consideração pela mulher não devem ser interpretadas como
discriminatórias, porque seu objetivo é compensar um desequilíbrio inerente - visam
criar uma situação na qual a condição das mulheres de gozarem os direitos que lhes
são deferidos é igual à dos homens.
A Situação Especial das Crianças e Adolescentes
A Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) define criança como sendo
todo ser humano menor de 18 anos, salvo se, nos termos da lei que lhe for
aplicável, atingir a maioridade mais cedo ( artigo 1º ).
As Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça
Juvenil (Regras de Beijing) definem o menor como sendo uma criança ou jovem
que, perante os respectivos sistemas jurídicos, é passível de ser tratada por
um delito de uma forma diferenciada daquela de um adulto (Regra 2.2 a). De
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acordo com as Regras de Beijing, um infrator juvenil é uma criança ou jovem
acusado de haver cometido um delito ou considerado culpado de ter cometido
um delito (Regra 2.2 c).
1. Introdução
O policial em sua rotina de trabalho está habituado a um procedimento padrão, com
pessoas que podem se locomover normalmente, que podem entender o que lhes é
solicitado, em fim, que não possuem características que dificultam o
desenvolvimento de seus procedimentos policiais. Porém, quando se depara com
uma pessoa que possui qualquer outra característica que a torna diferente das
demais, como por exemplo, uma deficiência física, sua orientação sexual, sua idade
avançada, entre outras, encontra, por vezes, dificuldades no trato com estas
pessoas.
A atividade de polícia, porém, exige um profissional, que saiba lidar com as pessoas
sem discriminá-las ou privilegiá-las, de forma imparcial tratando da garantia de seus
direitos, e da resolução dos conflitos de forma serena e igualitária.
A pessoa que possui uma característica que o diferencia dos demais espera ser
tratada não como um inútil, desprezível, ou como alguém que necessita tão somente
do assistencialismo e indulgência dos demais. Mas, sim, como um cidadão cumpridor
de seus deveres para com a sociedade em que vive, sendo respeitado seu clamor
pela proteção de seus direitos e por sua dignidade. Por isto, é imprescindível que o
policial conheça um pouco sobre as diferenças e procure sempre respeitá-las. O
policial deve conhecer os procedimentos que fogem aos padrões, contemplando
questões sobre Minorias e Grupos Vulneráveis, de forma a nortear a atuação do
policial no trato adequado com as pessoas integrantes destes grupos.
a) Mulheres;
b) Crianças e adolescentes;
c) Idosos;
d) Homossexuais
3 .Minorias
“São grupos que usam uma língua, quer entre os membros do grupo, quer em
público, que claramente se diferencia daquela utilizada pela maioria, bem como da
adotada oficialmente pelo Estado. Não há necessidade de ser uma língua escrita.
Entretanto, meros dialetos que se desviam ligeiramente da língua da maioria não
gozam do mesmo modo que religião, e, a seguir, etnia, precisam ser definidas,o
mesmo se dá com a expressão língua, e minorias lingüísticas. Língua é utilizada
como sinônimo de linguagem, querendo significar “método humano e não instintivo
de comunicar idéias, sentimentos e desejos, por meio de um sistema de sons e
símbolos sonoros” (Hornby - 1974)
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17º Batalhão de Polícia Militar
3.3 Minorias Religiosas
“São grupos que professam e praticam uma religião (não simplesmente uma outra
crença, como o ateísmo, e.g.) Dienstein (1992:156) que se diferencia daquela
praticada pela maioria da população”. Esse é outro aspecto de relevo, a
conceituação de religião, para fins de proteção. Walker aponta que “religião envolve
crença em e conciliação de poderes considerados superiores ao homem os quais
são acreditados como reguladores e controladores do curso da natureza, e da vida
humana. Envolve elementos de crença, um corpo de dogma, atos de profissão de fé,
e ritual” (Dinstein, Yoram e M.Tobory 1992).
Os Grupos Vulneráveis são pessoas que podem fazer parte de uma minoria
ética, mas possui dentro desta minoria uma característica que a difere dos demais e
o torna parte de um outro grupo. Por exemplo, uma pessoa, que faz parte de um
pequeno grupo Islâmico em um país católico e também ser uma pessoa com
deficiência física. Sendo assim ela pertence a uma minoria religiosa (islã), mas
também pertence a um grupo vulnerável por ter uma deficiência física.
5.1 Mulheres
“... violência que é dirigida à mulher pelo fato dela ser mulher ou que atinge a mulher
desproporcionalmente. Inclui atos que infrinjam sofrimento ou dano físico, mental ou
sexual, ameaças de tais atos e outras privações da liberdade...”
A violência doméstica é outra violação dos direitos humanos e um crime (na maioria
dos países) que os policiais podem ajudar a prevenir. Os homens que batem nas
suas mulheres ou companheiras estão normalmente confiantes de que o podem
fazer com impunidade - de que não serão denunciados à polícia e, mesmo que o
sejam, conseguirão escapar da punição. As autoridades policiais de uma forma geral
contribuíram para esta situação ao se recusarem não só em tratar a violência
doméstica como um crime, mas em intervir para acabar com a violência, baseados
supostamente na noção de que fosse um problema de família.
a) As garantias de que a captura das mulheres seja feita por uma policial do
sexo feminino ou por pessoa do sexo feminino, devidamente orientada (sempre que
possível);
Ato infracional é a ação tipificada como contrária à lei que tenha sido efetuada pela
criança ou adolescente. São inimputáveis todos os menores de 18 anos e não
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17º Batalhão de Polícia Militar
poderão ser condenados a penas. Recebem, portanto, um tratamento legal diferente
dos réus imputáveis (maiores de 18 anos) a quem cabe a penalização.
O adolescente que cometer ato infracional estará sujeito às seguintes medidas sócio-
educativa: advertência, liberdade assistida, obrigação de reparação do dano,
prestação de serviços à comunidade, internação em estabelecimento, entre outras.
5.7 Homossexuais
O Termo homossexual foi criado por um médico húngaro, Karoly Kertbeny, ao saber
que, em 1869 o código penal da Prússia criou alguns artigos que criminalizava o
sexo praticado entre homens. O médico insatisfeito com a nova lei enviou uma carta
ao Ministro da Justiça prussiano argumentando que a homossexualidade era uma
“propensão inata”, ou seja, uma tendência com a qual uma parte dos seres nascia.
Essa “propensão era incapaz de seduzir a maioria dos homens porque era
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17º Batalhão de Polícia Militar
considerada naturalmente estranha a eles, presumindo que a atração pelo sexo
oposto era a” sexualidade normal “A partir de então se passou a designar como
homossexual pessoa do mesmo sexo que sentiam atração entre si”.
Gay afeminado – usa artifícios femininos como peças do vestuário. Ex.: brincos,
anéis e trejeitos ao andar e ao se expressar.
Estão travestidos geralmente 24 horas por dia, transitam mais durante a noite, e em
sua maioria moram em casas de diárias e são “cafetinados” por outra travesti ou
mulher. 90% vivem exclusivamente do mercado do sexo nas vias públicas e por
telefone destas “agências” de programa.
Deficiência
É toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica
fisiológica ou anatômica.
Tipos:
Lingüística: mudo;
Sensorial: auditiva, visual;
Mental: síndrome de down, oligofrenias, síndrome de autismo, algumas
psicoses entre outros;
Física: hemiplegias (paralisia de um dos lados do corpo), paraplegia,
amputados etc;
Neurológica: paralisia cerebral;
Alterações ao nível de Sistema nervoso Central;
Psicológicas: distúrbios, comportamentais do aprendizado e da sociabilidade;
Múltipla: Tretraplegia+cegueira+surdez;
Doença
Falta ou perturbações da saúde moléstia, mal, enfermidade, podendo ser
temporárias ou definitivas.
Incapacidade
Toda restrição ou falta (devido a uma deficiência) da capacidade de realizar
uma atividade na forma ou na medida que se considera normal a um ser humano.
Impedimento
Situação desvantajosa para um determinado indivíduo, em conseqüência de
uma deficiência ou de uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de
um papel que é normal em seu caso ( em função de idade, sexo e fatores sociais e
culturais).
Terceira Idade
Uma das principais causas que levam as pessoas da terceira idade, ao
abandono e ao descrédito, é a situação de relaxamento e falta de execução das
normas em vigor. Assim, o afastamento das famílias, o internamento destas pessoas
em locais inadequados ao seu completo restabelecimento, manutenção do seu
estado físico e mental, o abandono por parte da sociedade, a começar da própria
família, caracteriza uma situação que coloca em risco a sua garantia e proteção
integral, nos termos da Constituição em vigor, desprezando, desta forma, todos
aqueles que deram suas vidas, em prol da nossa nação e aqueles que lutam para
vencer o preconceito e serem integrados a sociedade.
A pessoa idosa deve ter um tratamento que lhe garanta o direito à vida,
participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar. É bom deixar
claro que na lei Magna é declarado que a família, depois a sociedade e o Estado têm
o dever de amparar os idosos.
Portanto, será necessário o engajamento de todos para que este fundamento
seja implementado e se tome realidade.
O policial deve estar ciente destas premissas quando em sua rotina
operacional, deparar com uma situação que evolva uma pessoa de terceira idade. Na
atuação do policial frente a uma pessoa idosa ele deverá sempre que possível tomar
os seguintes cuidados.
O idoso deve ter um tratamento especial dentro de uma delegacia, será
convidado a assentar-se;
Também será ótimo lhe oferecer um cafezinho, água, o policial estabelecerá
um clima de confiança e respeito;
Se o idoso for suspeito, em respeitar a sua idade e/ou condições de saúde,
deve haver uma prévia conversa sobre o ato cometido para que o mesmo comece a
refletir nas conseqüências e esteja preparado, resguardados os aspectos de
segurança do policial;
Será esclarecida a orientação que o mesmo poderá receber, por parte
jurídica do Estado, e outras informações necessárias para os tramites;
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17º Batalhão de Polícia Militar
O idoso deverá, sempre que possível, ser acompanhado por algum membro
familiar;
O policial deverá evitar agressões verbal ou física aos familiares do idoso,
vítima de crime, isto poderá causar problemas sérios e até complicações em sua
saúde;
Discriminação
Política que objetiva separar e/ou isolar no seio de uma sociedade as
minorias raciais, sociais, religiosas, etc.
O racismo e a segregação social são estáveis em nossa sociedade, a todo o
momento deparamos com fatos que revelam a triste face do preconceito.
O policial deve se pautar sempre nos princípios do bom senso e
profissionalismo ao lidar com situações onde uma pessoa se sinta discriminada por
sua cor, religião, etnia, língua ou procedência nacional, demonstrando sempre
respeito pela crença e cultura das pessoas envolvidas deixando de lado suas
convicções culturais e religiosas e buscando a solução para o problema.
A lei nº 9.459, de 13/05/1997, tipifica o crime de racismo, usando três
principais verbos obstar, recusar e impedir alguém de exercer seus direitos previstos
pela lei em decorrência de sua cor, religião, etnia, língua ou procedência nacional. O
cuidado que o policial deve ter é de não enquadrar incorretamente uma pessoa no
crime de racismo, pois, algumas condutas estão tipificadas como crime de injúria e
não racismo, apesar das duas condutas ser crime a diferença é que o primeiro é
inafiançável.
O aspecto de segurança do policial não deve se confundir com a situação
social da suspeição, ou seja , pessoas que se trajam bem também podem ser
suspeita de algum crime, não se deve “rotular” as pessoas somente porque são
negras e ou pobres.
Em ocorrências que envolvam pessoas de cor negra o policial deve,
resguardados os aspectos de fundada suspeita e segurança, sempre que possível
agir da seguinte forma:
Não considerar de antemão que os negros são suspeitos (preconceito);
Não tratar os cidadãos negros, mesmo em casos suspeito, por apelidos
ofensivos à pertinência racial, o descumprimento da lei, não é uma característica de
nenhuma raça ou etnia;
Não discriminar numa atividade policial quando há negros e não negros e só
os primeiros são revistados;
Não agir preconceituosamente contra jovens vestidos de acordo com seu
grupo cultural (calças largas, bonés, cabelos descoloridos ou pintados, tranças,
rastafari , etc.) Em toda abordagem considerar que toda (o) cidadã (o), tem seus
direitos assegurados pela lei.
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17º Batalhão de Polícia Militar
TEXTOS SELECIONADOS
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homem
conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o
advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer,
libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do
Homem;
Considerando que é essencial a proteção dos direitos do Homem através de
um regime de direito, para que o Homem não seja compelido, em supremo recurso, à
revolta contra a tirania e a opressão;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações
amistosas entre as nações;
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a
sua fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e no valor da pessoa
humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declaram
resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de vida
dentro de uma liberdade mais ampla;
Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em
cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efetivo
dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais;
Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da
mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso:
A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos
Humanos como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim
de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente
no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito
desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem
nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e
efetivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos
territórios colocados sob a sua jurisdição.
Artigo 7° - Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual
proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que
viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 10 - Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja
eqüitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que
decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em
matéria penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 11
1- Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente até que a sua
culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que
todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
2- Ninguém será condenado por ações ou omissões que, no momento da sua
prática, não constituíam ato delituoso à face do direito interno ou internacional. Do
mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no
momento em que o ato delituoso foi cometido.
Artigo 13°-
1- Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no
interior de um Estado.
2- Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o
seu, e o direito de regressar ao seu país.
Artigo 14°
1- Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de
asilo em outros países.
2- Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente
existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos
princípios das Nações Unidas.
Artigo 15°
1- Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
2- Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de
mudar de nacionalidade.
Artigo 16°
1- A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir
família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o
casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
2- O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos
futuros esposos.
3- A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à
proteção desta e do Estado.
Artigo 17°
1- Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2- Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 18°
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião;
este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a
liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em
público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19°
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o
direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir,
sem consideração de fronteiras, informações e idéias por qualquer meio de
expressão.
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17º Batalhão de Polícia Militar
Artigo 20°
1- Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
2- Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21°
1- Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do
seu país, quer diretamente, quer por intermédio de representantes livremente
escolhidos.
2- Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções
públicas do seu país.
3- A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e deve
exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio
universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que
salvaguarde a liberdade de voto.
Artigo 22°
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode
legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais
indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de
harmonia com a organização e os recursos de cada país.
Artigo 23°
1- Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições
eqüitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2- Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
3- Quem trabalha tem direito a uma remuneração eqüitativa e satisfatória, que lhe
permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e
completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social.
4- Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar
em sindicatos para defesa dos seus interesses.
Artigo 24° - Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a
uma limitação razoável da duração do trabalho e as férias periódicas pagas.
Artigo 25°-
1- Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua
família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao
alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e
tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na
velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias
independentes da sua vontade.
2- A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma proteção social.
Artigo 26°
1- Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos
a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é
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obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos
estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu
mérito.
2- A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço
dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos
raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações
Unidas para a manutenção da paz.
Artigo 27°
1- Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios
que deste resultam.
2- Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer
produção científica, literária ou artística da sua autoria.
Artigo 28° - Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano
internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efetivos os direitos e as
liberdades enunciadas na presente Declaração.
Artigo 29° -
1- O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o
livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
2- No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão
às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o
reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer
as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade
democrática.
3- Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente e
aos fins e aos princípios das Nações Unidas.