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EMPRESAS
Professor:
Me. Gustavo Feitoza da Silva
DIREÇÃO
03 15| DE EMPRESAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Compreender a importância da avaliação de empresas.
•• Conhecer as principais aplicações do VALUATION.
•• Estudar a influência do risco no valor da empresa.
•• Refletir sobre a determinação do custo de capital empregado no VALUATION.
•• Entender o procedimento de cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital.
PLANO DE ESTUDO
Prezado(a) aluno(a), nesta primeira Unidade do nosso curso, você irá conhe-
cer o contexto no qual o Valuation (avaliação de empresas) está inserido. Ao
longo desta unidade, você terá a oportunidade de conhecer os principais con-
ceitos referentes a esta valiosa ferramenta utilizada tanto pelos profissionais
do mercado financeiro, como para os investidores e gestores de pequenas e
grandes corporações.
Em um primeiro momento, serão apresentadas as diversas aplicações da ava-
liação de empresas no contexto brasileiro e qual a sua importância no mundo
dos negócios. Veremos que o uso desta importante ferramenta se intensificou
a partir da década de 1990, quando a abertura comercial e a reestruturação
produtiva provocaram um aumento da concorrência entre as empresas dos di-
versos países do globo.
A avaliação de empresas, neste contexto, passa a ser bastante utilizada pelos
gestores tanto para mensurar o valor da empresa e empregá-la como medida
de desempenho, como também nas análises de reorganização societária, a
exemplo das incorporações, fusões e cisões.
Dada à ampla aplicabilidade do Valuation nos casos de reorganização so-
cietária, mas especificamente as avaliações das fusões, nesta unidade, você irá
conhecer suas características e contextualizá-las no processo de avaliação de
empresas.
Trataremos ainda sobre a importância de considerar o risco ao analisar uma
empresa ou uma ação. O entendimento desta relação é fundamental, consi-
derando que o valor de uma ação, muitas vezes, reflete o valor presente dos
benefícios futuros e o risco influencia, de maneira substancial e direta, a varia-
bilidades destes benefícios. Desta maneira, você irá compreender como o risco
influencia, de maneira considerável, o valor de uma empresa.
introdução
6 Pós-Universo
QUAL A IMPORTÂNCIA DA
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS?
Nesta primeira aula, você terá a oportunidade de conhecer os diversos motivos que
justificam a avaliação de uma empresa. A partir disso, será possível perceber a im-
portância desse processo no contexto brasileiro. Espero que essa leitura inicial sobre
o tema o estimule a buscar ainda mais conhecimento sobre esta importante ferra-
menta para quem atua ou pretende atuar no mercado de capitais ou áreas afins.
A abertura da economia brasileira ao mercado internacional, iniciada no início da
década de 1990, possibilitou a geração de novas oportunidades de investimentos
aos poupadores domésticos e abriu um maior leque para a utilização destes recur-
sos de uma maneira mais eficiente em termos globais.
8 Pós-Universo
Por outro lado, a economia brasileira, assim como os mercados de países emer-
gentes, passou a se modernizar e se reestruturar de modo a tornar-se cada vez mais
competitiva no mercado internacional, e por isso, assim como os países desenvolvi-
dos, também passou a apresentar-se como grande oportunidade de investimentos,
principalmente dos recursos financeiros oriundos de poupadores externos, em busca
de alternativas cada vez mais rentáveis para seus recursos financeiros.
A reestruturação dos mercados nacionais no novo contexto internacional não
estimulou somente a negociação de ativos financeiros dos países emergentes, mas
também a negociação de empresas, aumentando o número de transações em forma
de venda, fusão, cisão.
Mas o que a Avaliação de Empresas tem a ver com tudo isso?
A expressão “Avaliação de Empresas” é derivada de “Valoração de Empresas”.
Valoração é a tradução da conhecida palavra de origem inglesa “Valuation” que,
segundo Cerbasi (2005, p. 9):
““
[...] tem sido objeto de diversas correntes de pesquisa, que buscam no seu
arcabouço teórico conhecer modelos que ofereçam às negociações empre-
sariais uma avaliação justa de quanto vale uma empresa ou quanto se deve
pagar pelos resultados esperados da empresa, considerando o risco a ser as-
sumido pelo eventual comprador.
Liquidação de empresas
De acordo com a Receita Federal do Brasil (2015, on-line):
““
[...] a liquidação de uma firma individual ou sociedade mercantil é o conjunto
de atos [...] destinados a realizar os ativos, pagar o passivo e destinar o saldo
que houver (líquido), respectivamente, ao titular ou, mediante partilha, aos
componentes da sociedade.
saiba mais
O Valor Econômico Agregado (EVA®) é um conceito desenvolvido pela Stern
Stewart, no início da década, que recupera a antiga ideia de lucro econômi-
co (ou lucro residual). Trata-se de uma medida de desempenho que mede
o valor criado por uma empresa ou o valor adicionado ao patrimônio dos
proprietários, em um único exercício.
EVA® é uma marca registrada da Stern Steward & Co.
Fonte: Santos (2011).
Pós-Universo 11
Fundos de risco
Os fundos de risco consistem em um caso especial no qual outra empresa emprega
capital financeiro e capacidade de gestão para administrar de forma conjunta outra
empresa.
A importância do Valuation nesse caso é medir o valor da empresa antes e depois
do prazo estipulado no contrato e, após decorrido esse prazo, as partes usufruírem
dos benefícios oriundos das atividades desenvolvidas em conjunto. Os fundos de
risco podem ser tanto públicos como privados, seguem os principais no mercado
brasileiro:
•• Intel Capital.
Dissolução de sociedade
A dissolução ocorre quando um ou mais sócios não desejam mais fazer parte da so-
ciedade. Nesses casos, pode ocorrer que o participante que está saindo deseja vender
a sua cota para um dos sócios atuais, ou até ofertá-la junto ao mercado.
O Valuation é fundamental nos casos de dissolução, pois permite conhecer o
valor justo que determinado sócio pode exigir em troca de sua participação em uma
dada sociedade. Da mesma forma, um investidor também terá condições de dimen-
sionar o valor máximo pelo qual terá condições de pagar pela participação naquela
sociedade.
A ferramenta Valuation é de extrema importância e tem implicações práticas no
dia a dia. De acordo com Secretaria da Micro e Pequena Empresa (2015), somente
no período de janeiro a junho de 2015 foram fechadas 191.000 empresas no Brasil.
12 Pós-Universo
Incremento de capital
O incremento de capital de uma organização, seja ele próprio ou de terceiros, in-
fluencia diretamente na capacidade de geração de fluxos de caixas para o futuro, e
consequentemente modificará o valor da empresa. O Valuation tem a capacidade
de medir qual o impacto e como a magnitude do capital da empresa influencia o
seu valor.
Um caso recente ocorrido na economia brasileira foi o aumento de capital pro-
movido pela Petrobrás, considerado a maior captação de recursos via emissão de
ações da história. Na ocasião, o valor estimado do aumento de capital foi de US$ 69,9
bilhões através da emissão de 4 bilhões de novas ações.
fatos e dados
Governo Federal autoriza aumento de capital social da Trensurb.
Um decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff em 13 de julho (2015) e
publicado no Diário Oficial da União de terça-feira (14), autorizou o aumento
do capital social da Trensurb, mediante incorporação de créditos transferi-
dos pela União até 2013. O incremento será de R$ 173,678 milhões, de forma
que o capital da empresa passará de R$ 1,454 bilhão para R$ 1,628 bilhão.
Os valores serão atualizados pela taxa Selic até a efetivação do aumento do
capital social.
Acesse o link para ler a notícia na íntegra:
http://www.trensurb.gov.br/paginas/paginas_noticias_detalhes.
php?codigo_sitemap=4420&PHPSESSID=wwrheblcb
Acesso 15.08.2015
Pós-Universo 13
““
A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimô-
nio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes,
extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patri-
mônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
Logo, a fusão é a união de duas ou mais empresas com a finalidade de formar uma
nova, enquanto na aquisição existe a união de duas ou mais empresas, mas existe
continuidade de uma delas. A aula dois tratará de modo mais específico o concei-
to de fusão.
Em qualquer um dos três casos é necessário realizar a mensuração do real valor
de uma empresa, pois é fundamental conhecer a cota de participação de cada um
dos sócios após concluir cada um destes processos.
14 Pós-Universo
reflita
Somente quando o fluxo de caixa líquido é considerado ao longo de toda a
vida do negócio, e não em um dado ano, ele se torna uma medida importante.
Fonte: STEWARD III, G. B. Em busca do valor: o guia de EVA para estrategis-
tas. Porto Alegre: Bookman, 2005. p. 25.
Pós-Universo 15
A FUSÃO E A AVALIAÇÃO
DE EMPRESAS
Caro(a) aluno(a), devido à importância dos processos de fusões e aquisições no con-
texto da avaliação de empresa, este tópico visa compreender os fundamentos destes
mecanismos, bem como desenvolver uma relação entre a avaliação de empresas
como a finalidade de subsidiar as operações de reorganização societária, a exemplo
das fusões e aquisições envolvendo empresas.
reflita
Grandes descobertas e progressos invariavelmente envolvem a coopera-
ção de várias mentes.
(Alexander Graham Bell).
16 Pós-Universo
Antes de falar sobre a importância do Valuation como ferramenta que auxilia nos
processos de fusões e aquisições, é fundamentalmente relevante distinguir os vários
tipos de operações envolvendo empresas.
Apesar de diversas controvérsias conceituais entre os principais tipos de reorga-
nização das sociedades empresariais, dificultando a padronização no marco teórico,
podemos classificar as operações de reorganização societária nos três principais tipos:
aquisição, cisão e fusão.
Também conhecida como aquisição, à incorporação é classificada, de acordo
com o artigo 227 da Lei das S/A, “como a operação pela qual uma ou mais socieda-
des são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações”.
Ao contrário da legislação norte-americana, que estabelece o conceito de incor-
poração como um caso especial de fusão, no Brasil estes dois conceitos são distintos,
assim, a Lei das S/A no artigo 228 define o conceito de fusão como sendo “a opera-
ção pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes
sucederá em todos os direitos e obrigações”. Note no caso das aquisições, ao contrá-
rio das fusões, não se constitui uma nota sociedade, sendo que uma das empresas
é absolvida por uma já existente.
Por fim, o conceito de cisão é expresso pela Lei das S/A da seguinte forma:
““
[...] a cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o
seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
Torna-se evidente na Figura 1 que as sinergias surgidas a partir das fusões e aquisi-
ções geram diversos benefícios para as empresas participantes. O aumento do poder
de mercado, acesso a canais de distribuição e os benefícios tecnológicos geram
aumento de receitas. Por outro lado, o aumento de economias de escalas operacio-
nais, a eliminação de ineficiências, as economias financeiras e os ganhos tributários
provocam redução de custos para a empresa. A combinação de fatores que influen-
ciam as receitas e as despesas culmina em um aumento dos lucros das empresas.
Qual a relações do Valuation com as negociações envolvendo fusões e aquisi-
ções das empresas?
18 Pós-Universo
empresa tem a maior parcela de respostas com 53,8%. É neste grupo que consta o
item “assessoria em fusões e aquisições” e sua participação é de 22,1% das respostas,
sendo que os entrevistados tiveram a oportunidade de dar mais de uma resposta.
atenção
JOINT VENTURE: Empresas juridicamente independentes que se associam
visando a realização de negócios de maior volume e risco, que talvez não
realizariam de forma isolada.
Fonte: Assaf Neto (2008).
A empresa que deseja comprar outra avalia se o seu valor econômico após a fusão é
maior que o valor da empresa antes da fusão somado ao valor a ser pago pela outra
empresa. Utilizando os termos empregados por Costa et al. (2011) é possível formu-
lar a seguinte condição de aceitabilidade de uma fusão:
Por outro lado, a empresa-alvo analisa se o valor oferecido a ela é maior que o seu
valor econômico antes da realização da fusão.
Portanto, o processo de fusão deve levar em conta as sinergias criadas pela união de
duas organizações e que os benefícios criados devem ser medidos através de ferra-
mentas adequadas de mensuração, de modo a simular a situação antes e depois da
operação.
20 Pós-Universo
O RISCO DA ATIVIDADE
EMPRESARIAL
quadro resumo
COETERIS PARIBUS é uma expressão em latim que significa todo o mais é
constante.
Por exemplo, na microeconomia básica, para poder analisar um mercado
isoladamente, concebe todos os demais mercados constantes, ou seja,
supõe que o mercado em estudo não afeta e nem é afetado pelos demais.
No caso de risco explorado nesta aula, para analisar o papel do risco no
valor da empresa, devemos isolar o efeito das demais variáveis que afetam
o valor da empresa.
Fonte: adaptado de Vasconcellos (2011).
•• Avesso a risco: por outro lado, esse tipo de agente econômico considera
que um aumento do risco atribuído a determinado ativo, também aumenta
o retorno futuro que ele espera obter investindo nesse ativo. Em outras
palavras, o risco varia diretamente proporcional ao retorno que se espera
obter de um ativo.
Portanto, o valor de uma empresa é influenciado diretamente pelo nível de risco que
essa atividade apresenta e sabendo que, os processos de compra, fusão e aquisição
têm como indicador fundamental o valor da empresa no mercado, é importante
conhecer quais os tipos de riscos a serem considerados e quais os fatores que in-
fluenciam estes riscos.
Na concepção de Gitman (2010, p. 185), os riscos podem ser oriundos de fatores
que influenciam as empresas e os acionistas individualmente, e as empresas e os
acionistas conjuntamente.
22 Pós-Universo
reflita
O automobilismo é um risco calculado. Fico mais preocupado ao fazer
viagens comuns entre São Paulo e minha fazenda em Araraquara, do que
largando numa corrida.
(Emerson Fittipaldi).
Pós-Universo 23
Ainda falando sobre os riscos que impactam empresa e acionista, Gitman (2010) lem-
bra-se da existência do risco de poder aquisitivo, que é o risco da inflação impactar
negativamente o valor da empresa ou de um ativo, por meio da sua influência nos
fluxos de caixa.
Por último, temos o risco de tributação, o qual é verificado quando uma empresa
ou ativo sofre um impacto significativo às variações na legislação tributária.
Para Santos (2011) os fatores que determinam o risco empresarial são determi-
nados por fatores de ordem operacional que podem ser ilustrados na figura 2:
saiba mais
Cinco vantagens da diversificação das formas de pagamento na hora
de atrair clientes
Diversificar é palavra de ordem no mundo corporativo. O empresário de
vanguarda oferece aos clientes tipos variados de produtos/serviços, múl-
tiplos canais de comunicação e ainda alternativas físicas e virtuais para
acesso às suas lojas, contudo, a diversificação das formas de pagamento
também é essencial. O consumidor pode decidir adquirir, ou não, determi-
nado item, simplesmente em razão das formas de pagamento a que tiver
acesso. Portanto, se você quer atrair mais clientes, diferencie-se da concor-
rência e ofereça aos clientes todas as facilidades possíveis na hora de pagar
pelas compras.
O empresário de hoje pode optar pelas mais diversas formas de pagamen-
to, independentemente de trabalhar com comércio ou serviços. O segredo
na hora de escolher é verificar quais são as opções mais seguras, tanto para
o cliente quanto para o próprio negócio. Cheques e notas promissórias, por
exemplo, são alternativas já consideradas ultrapassadas e podem ser des-
cartadas, uma vez que possuem altas taxas de inadimplência. As principais
formas de pagamento para atrair mais clientes são as seguintes: dinheiro,
cartão de débito e cartão de crédito.
Texto extraído da matéria disponível em: <https://www.asaas.com/
blog/5-vantagens-da-diversificacao-das-formas-de-pagamento-na-hora-
-de-atrair-clientes/> Acesso em: 05 jul. 2015.
26 Pós-Universo
Um dos métodos mais utilizados para calcular o valor de uma empresa é o método
do Fluxo de Caixa Descontado (FCD). Este método consiste no valor dos benefícios
futuros (que podem ser finitos ou perpétuos) trazidos para a data zero. Conforme a
equação a seguir:
∑
n
FCt
V=
t=1 (1+k)t
Sendo que:
V = Valor do ativo na data zero.
FCt = Fluxo de caixa estimado no final de um dado ano t.
k = Taxa Mínima de Atratividade (custo do capital).
n = número de períodos considerados.
Pós-Universo 27
O método do FCD pode ser dividido por meio de duas abordagens, pois, dependen-
do do tipo de empresa que está sendo avaliado, o fluxo relevante a ser descontado
também se modifica.
Para empresas de capital fechado, utiliza-se mais comumente, o Fluxo de Caixa
Livre da Empresa (FDLE) e para as empresas de capital aberto o Fluxo de Caixa Livre
do Acionista (FDLA) segue sendo o mais utilizado, pois reflete, de forma mais realis-
ta, os benefícios futuros (fluxos de caixa) levando em consideração a perspectiva do
acionista.
atenção
A taxa de desconto, no contexto da avaliação de empresas é a taxa mínima
de retorno que essa empresa espera obter no mercado. É preciso ter acesso
a fontes de informações precisas, pois isso pode levar a erros de cálculo e
comprometer os objetivos no VALUATION.
Mas não é só o fluxo de caixa que se modifica com o tipo de empresa, a taxa de des-
conto, também conhecida como Taxa Mínima de Atratividade também se modifica.
De acordo com Cabral et al. (2014, p. 18) “[...] o sucesso no processo de avaliação de
empresas depende da correta estimação do custo de capital utilizado como taxa de
desconto dos benefícios futuros”.
Para as empresas que tomam como base o FDLE, a taxa de desconto que reflete
de forma mais realista o risco empresarial é o Custo Médio Ponderado de Capital
(CMPC), também conhecido na literatura pertinente como WACC (Weighted Avarege
Cost of Capital), já para as empresas que tomam como fluxo de caixa o FDLA, utili-
za-se, mais frequentemente, o Custo de Capital Próprio (Ke), que pode ser estimado
pelo método Capital Asset Price Model (CAPM - Modelo de formação de preços de
ativo). É importante ressaltar que o Ke, obtido pelo CAPM é utilizado como taxa de
desconto para o cálculo do CMPC.
28 Pós-Universo
fatos e dados
Com base em um estudo realizado com 48 empresas, Cabral et al. (2014)
obteve conclusões importantes sobre o emprego dos métodos do FCD e
sobre a taxa de desconto utilizada.
Do total de empresas pesquisadas, 79,17% utilizam o FCLE como fluxo de
caixa a ser considerado no processo de cálculo do valor da empresa. Para os
que escolheram o FCLE, 90,79% usaram o CMPC como taxa de desconto, ao
passo que, as empresas que consideram o FCLA preferem utilizar o custo de
capital próprio para descontar seus fluxos de caixa, sendo que 100% destes
utilizam o modelo CAPM para mensuração de custo de capital próprio.
Fonte: Cabral et al. (2014).
Prontos para conhecer os procedimentos para a obtenção de cada uma dessas taxas
de desconto? Começaremos pela CAPM.
Segundo Gitman (2010) o CAPM faz uma relação do risco não diversificável com
o retorno de todos os ativos daquele mercado e por isso representa a taxa de retorno
exigida pela empresa, ou seja, é a Taxa Mínima de Atratividade desta empresa. Mas
o que vem a ser risco não diversificável?
Para entender o conceito deste tipo de risco (também conhecido como risco
sistemático), é importante apresentar no que ele se diferencia do risco diversificável
(risco não sistemático).
O risco não diversificável é o tipo de risco que não pode ser eliminado por meio
da diversificação da carteira de ativos da empresa, já que ocorrem em razão de fatores
que não podem ser controlados por ela. São exemplos deste tipo de risco: mudança
brusca em alguma política do governo, crescimento econômico, inflação, catástro-
fes naturais, etc.
Por outro lado, o risco diversificável pode ser reduzido por meio da diversifica-
ção da carteira de ativos daquela empresa e estão relacionados com a organização
em questão, podemos citar como exemplos os seguintes acontecimentos: concen-
tração das vendas em um único cliente, greves, alterações no marco regulatório, etc.
A soma desses dois tipos de riscos representa o risco total da empresa e sua
relação com o número total de ativos (descrito anteriormente) e sua carteira pode
ser facilmente representada através da Figura 3.
Pós-Universo 29
De acordo com Khan et al. (2012, p. 4) a fórmula utilizada para encontrar a taxa re-
querida de retorno de acordo com o modelo CAPM é a seguinte:
Rj = Rf + β (Rm- Rf)
Onde:
Os itens acima podem ser agrupados em dois grandes grupos: (1) Taxa de retorno
livre de risco e (2) o prêmio por risco. Vejamos o procedimento de obtenção do valor
e o significado de cada um dos componentes da taxa requerida de retorno ( Rj ):
30 Pós-Universo
Taxa de Retorno Livre de Risco (Rf ): este item indica o retorno exigido de um ativo
livre de risco. Seria o custo de oportunidade por não se investir em um ativo com o
menor risco do mercado. Levando em conta um mundo globalizado, podemos con-
siderar os juros pagos para o detentor de uma letra do tesouro dos Estados Unidos.
Prêmio por Risco: é formado por duas partes – o beta e o prêmio por risco do
mercado.
O Beta ( β ) pode ser interpretado de acordo com a concepção de Gitman (2010,
p. 200) como “um indicador do grau de variabilidade do retorno de um ativo em
resposta a uma variação do retorno de mercado”, em outras palavras, representa a
sensibilidade do retorno de um ativo com relação a variações do retorno de uma
carteira representativa de mercado.
O valor do β é a inclinação da reta estimada a qual relaciona as variações do retorno
do ativo com o retorno da carteira representativa do mercado. Quanto maior o valor de
β, maior é o risco desde ativo, por exemplo, um de 0,8 significa que para cada ponto
percentual de variação do retorno da carteira representativa de mercado, o ativo varia
0,8%; similarmente, um β de 1,2, significa que para o mesmo ponto percentual de va-
riação no retorno na carteira de mercado, o retorno do ativo varia em 1,2%.
O segundo componente, prêmio por risco do mercado, é representado pela dife-
rença numérica entre o retorno da carteira de mercado de ativos e a taxa de retorno
livre de risco ( Rm- Rf ). Este termo, multiplicado com o (β), representa o prêmio por
risco ) que somado a Taxa de Retorno Livre de Risco, totaliza a taxa requerida de
retorno de um ativo, também conhecida como custo de capital e utilizada como Taxa
Mínima de Atratividade utilizada no Método do Fluxo de Caixa Descontado, mais es-
pecificamente, nos FCLA.
Pós-Universo 31
saiba mais
A Benjamin Corporation, uma empresa que desenvolve aplicativos para com-
putador e está em processo de crescimento, deseja determinar o retorno
exigido de um ativo Z com β igual a 1,5. A taxa de juros livre de risco (Rf )
é 7%; o retorno da carteira de mercado de ativos (Rm) é de 11%. Inserindo
estes dados na equação do modelo CAPM obtém-se um retorno exigido de:
Agora, vamos ao cálculo do CMPC, mais indicado para empresas de capital fechado
(aquelas que não negociam suas ações na bolsa de valores), pois reflete de modo
mais realista o risco envolvido nesse tipo de negócio. O conceito de CMPC é mos-
trado por Rech (2013, p. 23):
““
[...] o WACC é definido como custo de capital ou custo de oportunidade dos
provedores de capitais da empresa, ou ainda, o retorno mínimo esperado por
esses detentores de capitais, onde seu cálculo dar-se-a da ponderação entre
as participações de terceiros e próprios e seus custos de capital.
Portanto, ele é uma média ponderada entre os custos de capital da empresa, seja ele
próprio (CPL) e de terceiros (CLCT). O primeiro é representado pela taxa obtida através
modelo CAPM já que, segundo Silva (2011, p. 87):
““
[...] o CAPM (Capital Asset Pricing Model) oferece a oportunidade de conhe-
cer a taxa de retorno requerida pelos proprietários da empresa, ou seja, seu
custo de capital próprio.
a) Democratização.
b) Plano Cruzado.
c) Abertura comercial da década de 1990.
d) Primeira Guerra Mundial.
e) Segunda Guerra Mundial.
a) V, V, F, V, V.
b) V, F, F, V, F.
c) V, V, V, F, F.
d) V, F, F, F, V.
e) V, V, V, F, V.
a) É viável realizar a fusão de duas empresas se o seu valor econômico após a fusão
é maior que o valor da empresa antes da fusão somado ao valor a ser pago pela
outra empresa.
b) É inviável realizar a fusão de duas empresas se o seu valor econômico após a fusão
é maior que o valor da empresa antes da fusão somado ao valor a ser pago pela
outra empresa.
c) É viável realizar a fusão de duas empresas se o seu valor econômico após a fusão
é menor que o valor da empresa antes da fusão somado ao valor a ser pago pela
outra empresa.
d) É viável realizar a fusão de duas empresas se o seu valor econômico após a fusão
é igual o valor da empresa antes da fusão somado ao valor a ser pago pela outra
empresa.
e) Nenhuma das alternativas.
atividades de estudo
a) F, V, F, V, F.
b) F, F, V, V, F.
c) V, F, V, F, V.
d) V, F, F, F, V.
e) F, F, F, V, V.
6. Assinale a alternativa que mostra os três tipos de risco que incidem somente sobre
o acionista:
a) ( ) Fluxo de caixa livre da empresa (FCLE) é o fluxo de caixa relevante para a com-
panhias de capital fechado.
b) ( ) Fluxo de caixa livre do acionista (FCLA) é o fluxo de caixa relevante para a com-
panhias de capital aberto.
c) ( ) A Taxa de retorno livre de risco indica o retorno exigido da carteira de mercado.
d) ( ) O Coeficiente Beta é um indicador do risco sistemático.
e) ( ) O Custo Médio Ponderado de Capital é a Taxa de desconto indicada para
Companhias de capital aberto.
a) V, F, V, F, V.
b) V, V, V, F, V.
c) V, V, F, V, F.
d) F, F, V, F, V.
e) F, V, V, F, F.
Essa importante ferramenta pode ser aplicada em diversas situações como análise de viabilidade
econômica, liquidação de empresas, processos de sucessão familiar, avaliação de implementa-
ção de fundos de riscos, dissolução de empresas, incremento de capital dos sócios, compra e
venda de empresas e gestão com base na criação valor. Aquisição ou incorporação é a operação
na qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucedem em todos os direi-
tos e obrigações.
A cisão é a operação na qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais
sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se
houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
Fusão é a operação na qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma nova, que lhes
sucederá em todos os direitos e obrigações.
A empresa que deseja comprar outra avalia se o seu valor econômico após a fusão é maior que
o valor da empresa antes da fusão somado ao valor a ser pago pela outra empresa. Por outro
lado, a empresa-alvo analisa se o valor oferecido a ela é maior que o seu valor econômico antes
da realização da fusão.
Quando o risco aumenta (tendo todas as demais variáveis constantes) o valor da empresa cai.
Do mesmo modo, quando o risco cai, o valor da empresa aumenta. Em outras palavras, o valor
da empresa varia inversamente proporcional ao risco.
O Custo Médio Ponderado de Capital é definido como custo de capital ou custo de oportuni-
dade dos provedores de capitais da empresa e ponderação entre as participações de terceiros
e próprios e seus custos de capital. O custo do capital próprio é representado pela taxa obtida
pelo modelo CAPM e o custo do capital próprio se refletem nos custos dos empréstimos junto
ao mercado financeiro.
leitura complementar
A Aswath Damoradan fez uma breve análise da integração da economia comportamental com a
avaliação de ativos. Segundo o professor de finanças da Stern School of Business, para ganhar di-
nheiro com valuation é preciso avaliar o valor dos ativos, mas seu preço deve se mover em direção
aquele valor. A economia comportamental proporciona diversas dimensões sobre o assunto. Ele
formulou três perguntas de modo a mostrar a relevância da integração da economia comporta-
mental com o Valuation. São estas:
• 1º Por que diferentes analistas chegam a diferentes estimativas de valor para a mesma
empresa? Quando você examina o valor de uma empresa, você é um dos muitos a fazê-lo,
muitas vezes com base na mesma informação que os outros investidores, e muitas vezes usando
os mesmos modelos. Então, por que diferentes analistas chegam a diferentes estimativas do
valor? Ao olhar para a interação entre psicologia e avaliação, a economia comportamental pro-
porciona insights interessantes sobre porque os valores a que chegamos são diferentes (e por
extensão, por que alguns de nós são os compradores e outros são vendedores) e os erros sis-
temáticos (superavaliação ou subavaliação) que nós fazemos por consequência.
• 2ª Por que o preço difere do valor? No mundo da economia clássica, o preço pode desviar
do valor, porque os investidores cometem erros, ou porque o preço pode refletir informa-
ções que o analista não pode ter, ou vice-versa. Com a economia comportamental, estamos
aprendendo que os investidores podem se comportar de diferentes maneiras (por exemplo:
se recusar a vender “lossers”, querer fazer parte da multidão, ser bastante confiante e avaliar
de forma equivocada as probabilidades) o que faz com que os preços divirjam do valor em
quantidades significativas.
leitura complementar
• 3ª Quando o valor e o preço vão convergir? A economia comportamental pode nos forne-
cer pistas sobre a rapidez com que a convergência entre preço e valor vai acontecer e porque
a velocidade pode variar entre os diferentes ativos. Isso seria extremamente útil para o inves-
tidor. Assim, poderemos ser capazes de responder a uma pergunta que, historicamente, nos
iludiu: Se eu comprar uma ação barata hoje (e estou certo sobre o preço ser o mais barato),
quanto tempo tenho de esperar até que minha “aposta” me retorne o que paguei?
Como investidores, nos cabe não só se familiarizar com os achados em finanças comportamen-
tais, mas também devemos reconhecer quando o instinto de seguir pode danificar carteiras. Meir
Statman, um dos economistas comportamentais que mais gosto, escreveu um grande livro sobre
como os investidores podem vencer os seus impulsos e tomar melhores decisões.
BEHAVIORAL Economics: Thoughts on Value and Price. Tradução de Pedro Correia. Disponível em:
<http://www.contabilidade-financeira.com/2011/03/economia-comportamental-e-valuation.
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CABRAL, L. L.; CUNHA, M. F.; MACHADO, C. A.; RECH, I. J. Custo do capital próprio como taxa de
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KHAN, M. I.; GUL, M.; KAHN, N. M.; NAWAZ, B.; SANAULAH. Assessing and Testing the Capital Asset
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referências
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SANTOS, O. dos S. Valuation: um guia prático: metodologias e técnicas para análise de investi-
mentos e determinação do valor financeiro de empresas. São Paulo: Saraiva, 2011.
STEWARD III, G. B. Em busca do valor: o guia de EVA para estrategistas. Porto Alegre: Bookman,
2005.
3. a) V, V, F, V, V.
4. a) É viável realizar a fusão de duas empresas se o seu valor econômico após a fusão é
maior que o valor da empresa antes da fusão somado ao valor a ser pago pela outra
empresa.
5. a) F, V, F, V, F.
7. c) V, V, F, V, F.