Вы находитесь на странице: 1из 13

Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert 45

Controle químico e mecânico de placa


bacteriana

Mauro Pessoa Gebran (Mestre)


Curso de Odontologia - Universidade Tuiuti do Paraná

Ana Paula Oliveira Gebert (Mestre)


Curso de Odontologia - Universidade Tuiuti do Paraná

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
46 Controle químico e mecãnico de placa bacteriana

Resumo
A placa bacteriana tem sido considerada o principal fator etiológico da cárie dentária e das doenças periodontais.
A prevenção ou tratamento destas patologias deve estar baseado no seu controle. O controle da placa bacteriana
pode ser realizado por meios mecânicos, químicos ou pela associação de ambos. Atualmente, o Controle
Mecânico de Placa Bacteriana representa o método mais valioso utilizado na prevenção e remoção da mesma.
Este método é baseado na escovação, no fio dental e nas escovas interproximais. O profissional pode reco-
mendar o uso de substâncias químicas para redução ou eliminação da placa em casos de pacientes com
dificuldades operacionais (frente ao controle mecânico), os quais são incorporados em dentifrícios ou soluções
para bochechos. O rigoroso controle de placa pode ser realizado por meio de agentes mecânicos associados
ou não a agentes químicos de acordo com a necessidade de cada paciente. Deve-se levar em conta também a
sua motivação.

Palavras-chave: placa bacteriana, controle químico, controle mecânico.

Abstract
The bacterial plaque has been considered the principal etiologic factor of dental caries and periodontal deseases.
The prevencion and treatment of these pathologies must be based on their control . The bacterial plaque
control can be get by mechanic ways or even by the association of both. Nowadays, the Bacterial Plaque
Mechanic Control represents the most valuable method used in its prevention and remotion. Such method is
based on brushing, dental floss and interproximal brushes. The professional may recommend the utilization of
chemical substances for the plaque reduction and elimination to patients with operational difficulties (face to
mechanic control); that are incorporated in dentifricies or solutions for mouthfuls. The bacterial plaque severe
control can be get by mechanic agents associated or not to chemic agents according to each patient necessity. It
is also necessary to consider the patient’s motivation.

Key words: bacterial plaque, chemical control, mechanical control.

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert 47

Introdução Revisão da Literatura


A gengivite, bem como a periodontite e a cárie são Controle Mecânico de Placa Bacteriana
doenças infecciosas causadas por bactérias que colo- Hoje o método mais valioso para controle de placa
nizam a superfície dos dentes, formando a placa den- bacteriana, atuando na sua prevenção e remoção, é o
tal. Por este motivo a placa bacteriana é o fator Controle Mecânico de Placa Bacteriana.
etiológico primordial para o desencadeamento do O Controle Mecânico de Placa é uma técnica sim-
processo inflamatório e das cáries. ples constituída por vários dispositivos de limpeza dos
A placa bacteriana é uma massa densa, não dentes, porém suas armas mais poderosas, por serem
calcificada, constituída por microrganismos envolvi- mais eficientes, são as escovas dentais e os meios de
dos numa matriz rica em polissacarídeos extracelulares limpeza interproximal, isto é, as escovas interproximais
bacterianos e glicoproteínas salivares, firmemente e os fios dentais.
aderida aos dentes, cálculos e outras superfícies da ca-
vidade bucal. Na maioria das vezes a placa se desen- Escovas Dentais
volve sobre a película adquirida, que é um biofilme As escovas dentais são o recurso mais universal e im-
derivado da saliva que reveste toda a cavidade bucal portante utilizadas para higienização dental. São en-
(Lascala, 1997). contradas no mercado vários tipos de escovas dentais,
A chave principal para a prevenção das doenças as quais se diferenciam pela dureza, altura das cerdas,
gengivoperiodontais e dentárias é o Controle de Placa número e distribuição de seus tufos, formas das cabe-
Bacteriana, podendo ser mecânico, químico ou a as- ças, angulação dos cabos.
sociação de ambos. Este é básico para a prática A escova ideal é aquela que promove eficiente lim-
odontológica, sem ele, a higiene bucal não pode ser peza e apresenta um fácil acesso e manuseio pelo pa-
alcançada nem preservada, e nem os resultados da ciente de todas as superfícies dentais.
terapêutica odontológica assegurados. A escovação tem por finalidade promover: a pre-
A prevenção na Odontologia tem como finalida- venção de doenças periodontais; manutenção da saú-
de manter a dentição natural por meio da perpetua- de através da terapêutica periodontal; manutenção do
ção do estado de saúde bucal e de suas estruturas bucais estado de saúde gengival para pacientes que foram
(Tunes & Rapp, 1999). tratados periodontalmente e tiveram complementação

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
48 Controle químico e mecãnico de placa bacteriana

protética e ortodôntica. Segundo Kriger (1997) o fio dental é recomenda-


Existem várias técnicas de escovação, porém a mais do para casos onde as papilas gengivais preenchem
indicada é a de Bass, na qual a escova é aplicada com todo espaço interproximal.
um ângulo de 45º em relação ao longo eixo do dente,
pressionada contra a gengiva marginal penetrando no Palitos Interdentais
sulco gengival e realizando um movimento rotatório Os palitos interdentais são indicados para casos onde
e vibratório (Tunes & Rapp,1999). existem espaços entre os elementos dentários. Sua fun-
Segundo Daly et al. (1996), o tempo necessário para ção é a remoção de grandes porções alimentares e
uma escovação ideal pode variar de 24 a 60 segundos depósitos moles retidos nos dentes, além de estimular
em um adulto. a gengiva papilar (Kriger, 1997).
Silva et al. (1997) relatam que a troca da escova
deve ser realizada de 4 a 6 meses ou nos primeiros Escovas Interproximais
sinais de deformação. As escovas interproximais são usadas onde existem
A escovação é um método muito eficaz, mas em espaços interproximais mais amplos, normalmente
áreas interdentais ela é insuficiente, então conta-se com com recessão gengival associada, isto é, em casos de
o auxílio dos meios de limpeza interproximais. pacientes submetidos a tratamento periodontal,
ortodôntico e protético (Tunes & Rapp, 1999).
Fios Dentais Segundo Silva et al. (1997), seu uso correto é sua
Os fios dentais podem ser encontrados de diferentes introdução no espaço interdental acompanhando a
formas no mercado, sendo eles: encerados ou não en- inclinação papilar por meio de em média cinco mo-
cerados, finos ou grossos, com ou sem sabor, com ou vimentos vibratórios para vestibular e cinco para
sem flúor. Eles ocupam um lugar importante na pre- lingual.
venção e terapêutica periodontal, disputando com as
escovas a primazia de ser o recurso mais eficiente de Escovas Unitufo
higiene interdentária, porém quando se domina a técni- As escovas unitufo são usadas para higienizar regiões
ca corretamente não esquecendo de realizar por meio de difícil acesso por outros instrumentos de higiene
deste a limpeza da região subgengival (Silva et al. 1997). oral como: áreas de bi ou trifurcações, faces distais de

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert 49

molares, ameias muito grandes, resultantes de cirurgi- Raspagem Supragengival


as periodontais (Lindhe, 1992). Por fim auxiliando os demais meios de controle de
placa existe também a técnica da raspagem
Estimuladores Interproximais de Borracha supragengival realizada pelo Cirurgião-dentista com
São indicados em áreas interproximais não acessíveis instrumentos manuais ou ultrassônicos, sendo que os
à escova, principalmente em pacientes tratados por últimos trazem melhores resultados. Ela é muito váli-
cirurgias, porém atualmente seu uso está em decrés- da e em pacientes com nível de limpeza ideal deve ser
cimo devido à evolução das escovas interproximais realizada de seis em seis meses.
e pela dificuldade de obtenção deste produto.
Controle Químico de Placa Bacteriana
Escovas Elétricas Existem duas razões que justificam a utilização deste
Atualmente as escovas elétricas vêm se destacando método, a primeira diz respeito que tanto a cárie quanto
no mercado e seu consumo vem crescendo cada vez a doença periodontal são de origem bacteriana, e des-
mais. Elas surgiram em 1960 e possuíam uma te modo substâncias antibacterianas poderiam ser uti-
efetividade similar a das escovas manuais, pois tra- lizadas para combatê-las; e a segunda é pela existência
balhavam à baixa freqüência vibratória (40Hz). Hoje de indivíduos que possuem dificuldades no controle
sua técnica é mais simples, pois elas realizam auto- mecânico de placa, e assim as substâncias antibacterianas
maticamente os movimentos desejados, sendo que o poderiam tentar compensar a desmotivação para uma
paciente deve apenas imprimir a pressão adequada e boa limpeza dos dentes.
posicionar corretamente as cerdas sobre a margem Ainda existe a possibilidade de se realizar o con-
livre da gengiva. trole químico da placa através de agentes que atuam
Weijden et al. (1998) realizou um estudo compa- supra ou subgengivalmente
rativo entre a escova elétrica e a manual em 35 pes-
soas e concluiu que após 4 semanas a escova elétrica Agentes Químicos no Controle da Placa
foi mais efetiva havendo 85% de redução de placa e Supragengival
81% de redução de sangramento. Dentifrícios
Os dentifrícios segundo Lopes, Duarte (1994);

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
50 Controle químico e mecãnico de placa bacteriana

Wambier, Dimbarre (1995) são ineficazes para a re- e detergentes dos dentifrícios diminuem sua reten-
moção da placa, porém segundo Kriger (1997), são ção (Fishman, 1994).
muito usados na veiculação de flúor e outras substân- Esta droga tem um potencial promissor, porém
cias que eliminam ou reduzem a placa e a cárie. se desconhece seu correto papel na terapia
periodontal.
Clorexidina
A clorexidina é um detergente catiônico, uma Bis- Fluoretos
biguanida não tóxica disponível principalmente na for- Os fluoretos são amplamente usados na prevenção
ma de sais de digluconato. da cárie dental. Atualmente o flúor dos dentifrícios é
Segundo Vinholis et al. (1996), é considerada um considerado a razão principal do declínio da cárie
antisséptico de amplo espectro sobre as bactérias observado em todos os países (Giorgi & Micheli,
gram positivas, gram negativas, fungos e leveduras. 1992).
Ela atua na formação da película adquirida e so- Além de atuar como redutor do índice de cárie
bre microrganismos gram positivos e negativos, leva (Na e MFP Na), destaca-se sua ação antimicrobiana
à diminuição significativa da placa, pois há alterações que parece estar relacionada ao acúmulo e metabolis-
na aderência microbiana, aumento da permeabilidade mo das bactérias e à presença do íon estanho na com-
celular com rompimento da bactéria ou coagulação posição (fluoreto estanhoso). O fluoreto estanhoso é
e precipitação dos constituintes citoplasmáticos (Men- conhecido como maior possuidor de propriedades
des et al., 1995). antiplaca.
Dentre os estudos ela apresentou melhores ca- São encontrados no mercado sob a forma de gel,
racterísticas como: substantividade de 12 horas, efi- solução ou verniz. Segundo Lascala (1997), os verni-
ciência, estabilidade e segurança. zes com flúor são utilizados na prevenção de cárie, na
Pode ser utilizada como dentifrícios de 0,12 a 0,2%; redução do acúmulo de placa e na diminuição da
géis de 1,0 a 2,0%; dispositivos de ação lenta e verni- hipersensibilidade dentinária.
zes. Eles possuem alguns inconvenientes como: fluorose
Deve ser usada somente 30 segundos após a até o óbito, alterações de paladar, manchas nos den-
escovação, pois os íons livres, monofosfato de sódio tes, curta vida útil.

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert 51

Os fluoretos são aceitos pela AD.A como efetivos luntários, onde metade usou Listerine e o outro grupo
no controle e redução das principais doenças bucais, um placebo. Desta forma constatou que o Listerine
mas não como redutor de placa bacteriana. não foi capaz de diminuir a freqüência de
periodontopatógenos apesar de possuir moderada
Óleos Essenciais atividade antimicrobiana.
São compostos fenólicos que agem inespecificamente
sobre bactérias, não havendo desequilíbrio nem proli- Agentes Oxidantes
feração de microrganismos oportunistas. O único O peróxido de hidrogênio e o peróxido de sódio são
agente nesta categoria é o Listerine. agentes oxidantes na forma de solução oral. Estes atu-
São largamente utilizados como desinfetantes, am sobre microrganismos anaeróbicos, afetando a
antifúngicos e antissépticos, pois agem nos microrga- membrana lipídica e DNA, levando à morte. Possu-
nismos rompendo a parede bacteriana, inibindo os em como principais indicações: GUNA, periodontite
sistemas enzimáticos e diminuindo os por tempo limitado, pois seu uso desordenado pode
lipopolissacarídeos e o conteúdo protéico da placa causar desequilíbrio na microbiota oral (Mandel, 1994).
bacteriana. Apresentam como efeitos colaterais: desequilíbrio
Os óleos essenciais são inalteráveis e possuem bai- da microbiota oral, queimaduras e irritação dos teci-
xa substantividade. Seus efeitos colaterais são: sensa- dos bucais.
ção de queimação, gosto amargo, manchas nos dentes Segundo Giorgi e Micheli (1992), estudos sobre
e injúrias no tecido bucal. Sua posologia é de bochechos estes agentes têm trazido resultados contraditórios.
duas vezes ao dia durante 30 segundos. Nesta categoria não existem produtos aceitos pela A
Mendes et al. (1995) afirma que os óleos essenciais D.A . Um exemplo de agente oxidante é o Amonsan
possuem efeitos benéficos para a gengivite por dimi- da Oral-B.
nuírem a síntese de prostaglandinas e quimiotaxia para
neutrófilos, reduzindo os sinais clínicos de inflamação. Compostos Quaternários de Amônia
Em um estudo constatou que o Listerine reduziu de São agentes catiônicos tensoativos, favorecendo sua
20 a 34% da placa e de 28 a 34% da gengivite. atração sobre as superfícies dos dentes e da placa e
Pedrini et al. (1998) fez uma pesquisa com 32 vo- alterando a tensão superficial. Neste grupo estão in-

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
52 Controle químico e mecãnico de placa bacteriana

cluídos o cloreto de cetilpiridino (Cepacol e Scope), o de dentifrícios à concentração de 0,2 a 0,5% e como
cloreto benzalcônico e o cloreto benzetônico. O solução para bochecho à 0,03%.
cloreto de cetilpiridino é efetivo contra gram positi- Sahtler e Fischer (1996) realizou um estudo e ob-
vas, provocando o rompimento da parede celular servou que o uso do dentifrício com triclosan gera
bacteriana. maior redução de placa que aqueles sem triclosan.
Lascala (1997) relatou que este produto pode che- Cury et al. (1997) fez uma pesquisa com 25 volun-
gar a reduzir 35% a placa e 21% a gengivite. Mendes et tários e constatou que a associação Triclosan-Gantrez-
al. (1995) afirmou que este produto a 0,5% pode re- Zinco-Pirofosfato reduziu em 28,8% o índice de pla-
duzir a formação de placa em 20 a 30%. Este produ- ca e 30,4% o sangramento.
to está no mercado sob a forma de soluções para
bochechos em concentrações de 0,05% ou 0,1%. Agentes Químicos no Controle da Placa
Seus efeitos colaterais são: manchas nos dentes, Subgengival
queimação e ulceração da mucosa, aumento da for- O sulco gengival ou bolsa periodontal não são alcan-
mação de cálculo e descoloração da língua. çados pelos agentes químicos dos enxaguatórios e
dentifrícios, pois estes só agem na placa supragengival.
Triclosan e Sais Minerais Atualmente têm sido utilizados dispositivos de li-
É um antisséptico não iônico de baixa toxicidade e beração lenta que têm o objetivo de levar antibióticos
largo espectro de ação, não provocando desequilíbrios e antissépticos para o interior de bolsas mais profun-
na cavidade bucal. Possui baixa substantividade e rápi- das para tratar sítios ativos da doença periodontal lo-
da liberação de sítios de ligação, devendo ser combi- calizada.
nado com produtos que aumentem sua permanência, Pode-se lançar mão dos antibióticos, porém estes
como é o caso de sua associação ao copolímero possuem problemas com efeitos colaterais e resistên-
Gantrez. Outras associações também têm sido reali- cia microbiana. O principal grupo indicado é dos beta-
zadas, isto é, com citrato de zinco que é efetivo contra lactâmicos associados ao metronidazol, pois selecionam
a placa e com o pirofosfato de sódio que tem efeito colônias responsáveis por patologias periodontais. Al-
antitártaro (Cury et al., 1997). guns autores ainda indicam a eritromicina, espiramicina,
O triclosan pode se apresentar como constituinte vancomicina, tetraciclina.

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert 53

tais, têm se destacado no mercado devido às modi-


Realizar controle de placa através do uso de antibi-
óticos é um método muito radical, pois induz a for- ficações que lhes conferiram ampla eficácia
mação de cepas bacterianas resistentes, selecionando (Isaacs,1998).
ainda mais estes microrganismos. A melhor opção é Devido ao fato de que muitos pacientes não con-
realizar a raspagem subgengival e a manutenção da seguem desenvolver a habilidade operacional ade-
saúde gengival. quada e do uso restrito do fio dental, Sahtler e Fischer
(1996), sugerem a utilização de agentes químicos
Discussão como coadjuvantes dos mecânicos incorporados em
Métodos de controle de placa bacteriana têm sido dentifrícios ou soluções para bochechos. As substân-
empregados para limitar os efeitos e a progressão cias químicas mais usadas são os antissépticos,
da cárie e doenças periodontais. enzimas, compostos quaternários de amônia,
Sandrini et al. (1997) relatam que, quando a placa alcalóides, Bis-biguanidas, compostos fenólicos, etc,
bacteriana não é controlada, promove-se uma rea- porém dentre os estudos realizados, a clorexidina
ção inflamatória, afetada por fatores extrínsecos parece ser a substância que tem apresentado melho-
como a invasão bacteriana e intrínsecos como res- res características por possuir propriedades como
posta imunológica do hospedeiro, numa progressão substantividade, eficiência, estabilidade e segurança
do periodonto de proteção para o periodonto de (Vinholis, 1996).
sustentação, comprometendo a entidade periodontal Segundo Cury et al. (1997) o controle de placa,
e afetando os dentes. quer seja por métodos mecânicos ou químicos, tem
Segundo Toledo (1995), o controle de placa tem se mostrado o principal recurso na prevenção da cárie
sido meio mais aceito por ser mais efetivo, acessível e gengivite.
e difundido. Esse método é representado pela
escovação e pelos agentes auxiliares de limpeza Conclusão
interproximal, dentre eles os mais importantes são o O controle de placa é um dos pontos principais na
fio dental e as escovas interproximais. Alem disso prática odontológica e o uso de substâncias químicas
hoje as escovas elétricas, que antigamente eram para redução e eliminação da mesma não deve subs-
indicadas para pacientes deficientes físicos ou men- tituir o controle mecânico pelo paciente e pelo pro-

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
54 Controle químico e mecãnico de placa bacteriana

fissional, reconhecidamente o meio mais eficiente para bucal, custo e aceitação pelo paciente.
a prevenção do aparecimento das patologias Os agentes químicos de maior eficácia no controle
gengivoperiodontais. de placa, via de regra, são os que possuem maior quan-
Segundo esta linha de raciocínio, o profissional deve tidade de reações adversas e são geralmente encontra-
sempre ter a preocupação com a motivação do pacien- dos em soluções para bochechos (clorexidina). E as
te, para o uso dos meios mecânicos, tornando-o um substâncias com menos efetividade no controle de pla-
cooperador consciente. ca e com menor quantidade de reações adversas como
Quando o paciente não possuir condições de execu- o triclosan associado ao citrato de zinco, gantrez ou
tar este controle mecânico de placa (invalidez temporária pirofosfato, preferencialmente são associados a denti-
ou permanente, falta de coordenação motora, etc) e o frícios fluoretados.
profissional julgar conveniente a utilização do recurso Tendo em vista tais considerações, fica claro que
químico auxiliar, deve-se sempre levar em conta alguns somente através de um rigoroso controle de placa
fatores que podem influenciar na escolha da substância bacteriana por meio da escovação dentária e utilização
química, tais como: grau de higiene do paciente, seus efeitos do fio dental é que conseguiremos uma boa prevenção
colaterais, sua eficácia, alterações ao nível de microbiota das doenças gengivoperiodontais e da cárie.

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert 55

Referências bibliográficas

CLAYTON, N.; ADDY, M. (1996). “Comparative single use removal by toothbrushes of Different designs”.
Journal of Clinical Periodontology, v.23, p.1112-1116.

CHUJFI, E. S. (1998). “A eficácia da formulação contendo o antisséptico triclosan associado ao copolímero


gantrez e ao flúor, utilizada através de bochechos para controle da placa bacteriana e dentária”. Revista da
Associação Brasileira de Odontologia - Nacional , v.6, n.3, p.164-170, jun/jul.

CURY, J. A et al. (1997). “Avaliação do efeito do dentifrício contendo triclosan-gantrez-zinco-pirofosfato na


gengivite experimental em humanos.” Revista Periodontia, v.6, p.20-24, suplemento.

DALY, C. G. et al. (1996). “Effect of toothbrush wear on plaque control”. Journal of Clinical Periodontology,
v.23, p.50-55.

FINE, D. H. et al. (1998). “Efficacy of a triclosan/NaF dentifrice in the control of plaque and gengivitis and
concurrent oral microflora monitoring.” American Journal Dentistry, v.11, n.6, p.259-270, dec.

FISCHMAN, S. L. (1994). “A clinican’s perspective on antimicrobial mouthrinses. JADA, v. 125, pp. 20-22
(special issue).

GENCO, P. et al. (1996). Periodontia contemporânea. 1. ed. São Paulo: Editora Santos.

GIORGI, S.M.; MICHELI, G. (1992). “Agentes químicos no controle da placa bacteriana.” Revista da Associação
Paulista de Cirurgiões Dentistas, v. 46, n. 5, p.857-859, set/out.

ISAACS, R. L. et al. (1998). “A crossover clinical oscillating/ rotating eletric toothbrush and a high frequency
eletric toothbrush.” American Journal Dentistry, v.11, n.1, p.7-11, feb, 1998.

JARDIM, P. S.; JÚNIOR, E. G. J. (1998) “Influência da remoção mecânica de placa bacteriana associada ao
uso diário de solução fluoretada.” Revista Gaúcha de Odontologia, v.46, n.2, p.79-84, abr/mai/jun.
Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
56 Controle químico e mecãnico de placa bacteriana

KRIGER, L. (1997). Promoção de saúde bucal. 1. ed. São Paulo: Editora Artes Médicas Ltda., p.115-140.

LASCALA, N. T. (1997). Promoção de saúde bucal. 1. ed. São Paulo: Editora Artes Médicas Ltda., p.120-185.

LINDHE, J. (1992). Tratado de perio-odontologia clínica. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, p. 58-
75, 252-268.

LOPES, J. C. A.; DUARTE, C. A. (1994). “Efeito do dentifrício no controle mecânico de placa bacteriana.”
Revista Gaúcha de Odontologia, v.42, n.5, p.266-268.

MANDEL, I. D. (1994). “Antimicrobial moutthrinses: overveio and upgrate.” Journal of American Dentistry
Association, v.125, p.25-105, aug.

MENDES, M. M. S. G. et al. (1995). “Agentes químicos para controle de placa bacteriana.” Revista Periodontia,
v.5, n.2, p.253-256, jul/dez.

OLIVEIRA, S. M. et al. (1997). “Escovas interdentais: aspectos morfológicos de interesse clínico. ” Revista da
Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, v.51, n.2, p.143-148, mar/abr.

PEDRINI, D. et al. (1998). “Eficácia do Listerine sobre a placa.” Revista Gaúcha de Odontologia, v.46, n.2,
p.70-78, abr/mai/jun.

POMOEU, J. G. F. et al. (1997). “O uso do dentifrício na remoção mecânica da placa bacteriana.” Jornal
Brasileiro de Odontologia Clínica, v.1, n.6, p.40-44, nov/dez.

QUAGLIATO, C. E. (1999). “Clorexidina: a mais conhecida substância antimicrobiana.” Odonto-Caderno Docu-


mento, v.1, n.4, p.104-106.

SAHOTA, H. et al. (1998). “A testing system for eletric toothbrushes.” American Journal Dentistry, v.11, n.6,
p.271-275, dec.

SANDRINI, J.C. et al. (1997). “Efeitos do extrato de Curuma Zedoare sobre a placa dental e gengivite em

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002
Mauro Pessoa Gebran e Ana Paula Oliveira Gebert 57

humanos - avaliação clínica”. Revista Periodontia, v. 6, suplemento.

SATHLER, L. W. L.; FISHER, R. G. (1996). “O efeito anti-placa do triclosan contido em dentifrícios.” Revista
Periodontia, p.267-272, jan/jun.

SILVA, S. C. et al. (1997). “Prevenção periodontal: controle mecânico de placa.” Revista Periodontia, v.6, p.43-47,
suplemento.

SHARMA, N. C. et al. (1998). “A comparision of two eletric toothbrushes with respect to plaque removal and
subject preference.” American Journal of Dentistry, v.11, p.29-33, special issue, sept, .

TOLEDO, B. E. et al. (1995). “Efeitos das técnicas de Bass e unitufo associadas ou não ao fio dental nos níveis
de placa e gengivite.” Revista da Associação Brasileira de Odontologia – Nacional, v.3, n.1, p.43-49, fev/mar.

TUNES, U. R.; RAPP, G. E. (1999). Atualização em Periodontia e Implantodontia. 1.ed. São Paulo: Editora Artes
Médicas Ltda., p.3-13.

VINHOLIS, A H. et al. (1996). “Mecanismo de ação da clorexidina.” Revista Periodontia, p.281-282, jan/jun.

VILLALPANDO, K. T.; TOLEDO,S. (1997). “Uso tópico do gel de clorexidina a 1%.” Revista Gaúcha de
Odontologia,v.45, n.1, p.17-22, jan/fev.

WAMBIER, D. S.; DIMBARRE, D. T. (1995). “Estudo sobre a influência mecânica do dentifrício na remoção
da placa bacteriana usando a técnica de Fones.” Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, v.9, n.2, p.151-
155.

WEIJDEN, F. A V. D. et al. (1998). “A comparision of the efficacy of a novel eletric toothbrush and a manual
toothbrush in the tratament of gengivitis.” American Journal of Dentistry, v.11, p.23-28, special issue, sept.

Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 26, FCBS 03, p. 45-58, Curitiba, jan. 2002

Вам также может понравиться