Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
e o Desporto
Eurydice Relatório
Educação e
Formação
A Educação Física
e o Desporto
Eurydice Relatório
Educação e
Formação
O presente documento é uma publicação da Agência de Execução relativa à Educação, ao
Audiovisual e à Cultura (EACEA, Eurydice e Apoio à Decisão Política).
ISBN 978-92-9201-476-6
GRL10.2797/33378
É permitida a reprodução parcial desta publicação para fins não comerciais, desde que o
excerto seja precedido de uma referência à “Rede Eurydice”, seguida da data de publicação
do documento.
Os pedidos de autorização para a reprodução do documento na íntegra devem ser dirigidos
à EACEA Eurydice e Apoio à Decisão Política
EURYDICE
Unidade Portuguesa
ISBN 978-972-614-570-7
Lisboa, novembro de 2013
ÍNDICE
Índice de Figuras 5
Introdução 7
Sumário Executivo 11
Capítulo 5: Professores 35
3
A Ed u ca çã o F í sica e o D esp o rt o n a s Esco la s na E ur o pa
Anexo 55
Agradecimentos 69
4
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 3.1: Tendências quanto ao número mínimo de horas recomendado para o ensino obrigatório
de educação física durante um ano teórico nos ensinos primário e secundário obrigatório
a tempo inteiro, 2006/07 e 2011/12 26
Figura 3.2: Tempo mínimo alocado à educação física como disciplina obrigatória, em percentagem do
total da carga horária letiva no ensino primário e no ensino secundário obrigatório a tempo
inteiro, 2011/12 28
Capítulo 5: Professores 35
Figura 5.1: Recomendações relativas à especialização requerida para lecionar educação física
no ensino primário (CITE 1) e ensino secundário inferior (CITE 2), 2011/12 36
Figura 5.2: Nível de formação inicial de professores especialistas em educação física
no ensino primário (CITE 1) e no ensino secundário inferior (CITE 2), 2011/12 37
Anexo 55
Carga horária letiva mínima anual recomendada para educação física como
disciplina obrigatória no ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2011/12 66
5
INTRODUÇÃO
Durante a infância e a adolescência, a educação física nas escolas proporciona uma excelente
oportunidade para aprender e para colocar em prática competências que irão provavelmente
favorecer uma boa condição física e saúde ao longo de toda a vida. Estas atividades podem
compreender a prática quotidiana de atletismo, natação, ciclismo e escalada, ou outros jogos e
desportos mais estruturados. O domínio precoce destas aptidões básicas contribui de forma crucial
para ajudar os jovens a desempenhar e a compreender o valor deste tipo de atividade na sua
educação posterior ou, enquanto adultos, no trabalho ou durante o seu tempo de lazer.
Contudo, a educação física não se limita à formação das aptidões físicas do indivíduo e transcende a
dimensão puramente recreativa. A participação em variadas atividades físicas comporta um
conhecimento e uma perceção centrados em princípios e conceitos como ‘regras de jogo’,
competição leal (fair play) e respeito, consciência tática e física, bem como uma consciência social,
associada à interação pessoal e esforço de equipa em inúmeros desportos. Os objetivos que
transcendem a educação física e o desporto – como uma boa saúde, um desenvolvimento pessoal
sólido e a inclusão social – dão maior peso à importância de incluir esta disciplina no currículo
escolar. A Comissão Europeia, por sua vez, tem vindo a expressar o valor societal da educação física
e do desporto em vários documentos emitidos.
No seu Livro Branco sobre o Desporto (Comissão Europeia, 2007a), a Comissão sublinhou que o
tempo dedicado ao desporto, seja nas aulas de educação física na escola ou em atividades
extracurriculares, pode comportar substanciais efeitos benéficos para a saúde e para a educação.
Nas Orientações sobre a 'Atividade Física Benéfica para a Saúde' (Grupo de Trabalho da UE
'Desporto & Saúde', 2008), a União Europeia apelou para uma maior atenção aos problemas físicos e
mentais causados pelo decréscimo da atividade física entre os jovens e o aumento concomitante de
um estilo de vida sedentário e da obesidade. As Orientações estimavam que até 80 % de crianças em
idade escolar só praticam uma atividade física na escola, e que necessitariam de pelo menos mais
uma hora diária de exercício físico ligeiro. Ou seja, tempo suficiente dedicado ao desporto e à
atividade física na escola, quer no âmbito do currículo formal quer numa base extracurricular, pode
contribuir consideravelmente para um estilo de vida mais saudável.
A Comissão Europeia carece há muito de bases legais para uma investigação mais aprofundada
neste domínio dado que os Estados Membros da UE são os únicos responsáveis pela implementação
de medidas respeitantes à educação física e ao desporto nas escolas. Por outro lado, estas
atividades não foram reconhecidas como uma competência chave para a aprendizagem ao longo da
vida no Quadro de Referência Europeu (Comissão Europeia, 2007b). Consequentemente,
declarações estratégicas tais como o Livro Branco e as Orientações da UE supramencionadas
careciam de uma base jurídica ou regulamentar. Da mesma forma, não estava disponível qualquer
síntese atualizada sobre a perspetiva de cada Estado Membro quanto ao papel da educação física e
das atividades físicas, ou sobre como é que as políticas nacionais neste domínio estavam
relacionadas com os recentes desenvolvimentos nos campos da saúde, da educação e do desporto.
O Artigo 165 do Tratado de Lisboa de 2009 ( 1) veio alterar ligeiramente esta situação, dado que deu à
União Europeia uma base jurídica para uma nova competência neste domínio que apela a uma ação
para o desenvolvimento de uma dimensão europeia do desporto. O Tratado autoriza igualmente a
1
() Versão consolidada do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, OJ C83, 30.03.2010, pp. 47-199.
7
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
União Europeia a 'contribuir para a promoção dos aspetos europeus do desporto' e reconhece a
função social e educativa do desporto. Com estas competências mais alargadas, a Comissão
Europeia publicou uma Comunicação sobre Desporto (Comissão Europeia, 2011), onde articulava a
preocupação de diversos Estados Membros relativamente à qualidade dos programas de educação
física e às qualificações dos professores envolvidos nos mesmos.
O presente relatório Eurydice pode, por conseguinte, ser justamente considerado como uma primeira
tentativa da Comissão para identificar de forma mais aprofundada estas preocupações e delinear a
realidade da educação física e das atividades desportivas nas escolas europeias. As suas conclusões
poderão, porventura, conduzir à inclusão de ações e de medidas mais concretas neste domínio no
âmbito do futuro Plano de Trabalho para o Desporto da União Europeia e do Programa Erasmus para
Todos.
Metodologia
O presente relatório sobre educação física na escola foi preparado pela Eurydice em estreita
colaboração com a Direção-Geral da Educação e Cultura da Comissão Europeia. Trata-se de um
curto exercício de mapeamento que oferece uma análise comparativa de 30 países da Rede
Eurydice ( 2). A ‘Unidade Eurydice e Apoio à Decisão Política’ da EACEA é responsável pela
elaboração do relatório, o qual foi verificado por todas as Unidades Nacionais que contribuíram para a
realização do mesmo.
A recolha de dados baseou-se num curto questionário preparado pela Eurydice e preenchido pelas
Unidades Nacionais concernentes, para o ano de referência 2011/12. Os dados abrangem
informação sobre os ensinos primário e secundário inferior (níveis CITE 1 e 2). Porém, a informação
relativa à carga horária letiva – já recolhida e publicada no sítio da Eurydice – diz respeito ao ensino
geral obrigatório a tempo inteiro.
Estrutura do relatório
O relatório é iniciado com uma síntese que coloca em destaque as questões e as conclusões
principais deste breve exercício de mapeamento.
O Capítulo 3 examina a carga horária letiva recomendada para a disciplina de educação física e
resume as alterações ocorridas nas recomendações vigentes no decurso dos últimos cinco anos.
Também analisa a parcela de tempo letivo consagrado a esta área em comparação com outras
disciplinas.
2
() Não contribuíram para o relatório o Luxemburgo, os Países Baixos e a Suíça.
8
Introdução
O Capítulo 5 centra-se nos professores de educação física. Analisa se a disciplina é lecionada por
professores generalistas ou especialistas e descreve as qualificações requeridas para a docência.
Este capítulo abrange também as oportunidades de desenvolvimento profissional contínuo (DPC)
para professores.
Por último, o relatório apresenta dois anexos. O primeiro fornece um panorama abrangente das
estratégias nacionais e das iniciativas em larga escala no domínio da educação física e da atividade
física na Europa, com breves descrições e discriminação de ligações úteis para sítios de internet. O
segundo anexo oferece uma perspetiva geral da carga horária recomendada para a disciplina de
educação física no ensino geral obrigatório a tempo inteiro.
9
SUMÁRIO EXECUTIVO
Todos os países europeus reconhecem a importância da educação física na escola. Esta disciplina é
parte integrante de todas as estruturas curriculares centrais e é obrigatória no ensino primário e no
ensino secundário inferior por toda a Europa. Os países sublinharam igualmente a importância da
atividade física e desportiva como uma forma benéfica de ocupar o tempo livre.
Cerca de metade dos sistemas de educação possuem estratégias nacionais que visam promover o
desenvolvimento da educação física e da atividade física (Capítulo 1), enquanto dois terços dos
sistemas educativos consagram a estas atividades algumas iniciativas em larga escala. Esta
realidade reflete claramente uma vontade política de desenvolver e encorajar tais atividades como
determinantes para o bem-estar social e a saúde. Nos documentos orientadores sobre a educação
física, constata-se que, entre os seus objetivos principais, encontra-se o desenvolvimento físico,
pessoal e social dos alunos (Capítulo 2). A saúde e um estilo de vida saudável são muitas vezes
apontados nas metas nacionais e nos resultados da aprendizagem da disciplina de educação física;
por outro lado, são poucos os países onde a educação para a saúde constitui uma disciplina
autónoma. Em alguns países, determinadas atividades de educação física são obrigatórias enquanto
em outros países, as próprias escolas são livres para escolher as suas atividades. São poucos os
países onde atividades obrigatórias e autonomia escolar coexistem.
No que diz respeito ao tempo mínimo alocado à educação física (Capítulo 3), notam-se grandes
diferenças entre os países. Em geral, a carga horária letiva sofre poucas alterações ao longo da
escolaridade obrigatória e corresponde a 50-80 horas por ano, uma distribuição que se tem mantido
praticamente igual ao longo dos últimos cinco anos. No entanto, comparada com outras disciplinas,
esta alocação é relativamente baixa. Em geral, corresponde a menos de 10 % da carga horária total,
ou cerca de metade do tempo devotado à matemática.
No que diz respeito aos docentes de educação física (Capítulo 5), no ensino primário esta disciplina é
lecionada por professores generalistas ou por especialistas. Em vários países, as escolas são
autónomas para decidir se querem empregar professores generalistas ou especialistas para esta
atividade. No ensino secundário inferior, a norma é empregar professores especialistas de educação
física. No que concerne a qualificações, os professores especialistas no ensino primário possuem,
geralmente, um grau de licenciatura, enquanto no ensino secundário inferior o número de países que
exigem um diploma de mestrado é quase equivalente ao dos países que exigem uma licenciatura.
São oferecidas oportunidades para o desenvolvimento profissional contínuo em educação física não
somente a professores especialistas da disciplina mas também aos generalistas e especialistas de
outras disciplinas. Esta realidade reforça uma abordagem à disciplina de educação física que é
11
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
A educação física é oferecida dentro da carga horária letiva regular. O âmbito das atividades físicas é
complementado ou alargado por atividades extracurriculares (Capítulo 6). Muitas vezes estas
centram-se em competições e outros eventos organizados pelas escolas e clubes de escola, por
vezes em parceria com outros organismos. A Grécia e a Finlândia reportam uma variante
interessante do conceito de competições desportivas, enfatizando a sua natureza participativa em vez
de competitiva. Ambos os países salientam que é importante motivar os alunos, mas acrescentam
que estes devem apreciar o simples prazer e satisfação de participar nas atividades desportivas. Tais
eventos são ainda planeados para ajudar a reduzir a violência e a intimidação (bullying) na escola.
Diversos países estão a tentar incluir mais atividades físicas na rotina da escola e incentivam a sua
prática durante o dia, nos intervalos ou até no caminho para a escola.
Aproximadamente um terço dos países inquiridos está a planear reformas relevantes para a
educação física (Capítulo 7). Portugal e a Finlândia estão a tentar elevar diretamente o perfil das
atividades de educação física através de um aumento da carga horária letiva alocada a esta
disciplina; por sua vez, a Grécia e a Hungria tencionam diversificar a oferta de atividades físicas
organizadas na escola. As reformas nacionais também visam melhorar as condições em que esta
disciplina é ministrada e promover a formação daqueles que a lecionam.
12
CAPÍTULO 1: ESTRATÉGIAS NACIONAIS E INICIATIVAS EM LARGA ESCALA
A promoção da educação física nas escolas implica a introdução ou adaptação de políticas que visam
sensibilizar a opinião pública para a importância educativa e social que a atividade física e o desporto
têm ao longo da vida. Em inúmeros países, este tipo de medida requer uma abordagem estratégica e
racional destinada a mobilizar os jovens para o reconhecimento deste princípio e a criar-lhes
oportunidades para participarem em atividades físicas. A introdução de reformas neste domínio pode
ser uma maneira de explicar à comunidade educativa que uma determinada questão é considerada
como uma prioridade do governo. As estratégias nacionais podem incluir medidas como a reforma
curricular, o apoio aos professores, as revisões de financiamento, diversas iniciativas regionais ou
locais e outras ações apropriadas. São geralmente desenvolvidas pelas autoridades centrais (tais
como ministérios da educação e desporto ou ministérios da saúde). No entanto, resultam
tradicionalmente de uma estreita cooperação entre um leque de diferentes organismos e grupos que
podem incluir associações e federações desportivas, comités olímpicos, professores, alunos, pais e
parceiros do setor privado.
A ausência de uma estratégia nacional pode significar que as autoridades centrais consideram que as
autoridades locais ou as próprias escolas estão melhor colocadas para desenvolver as ações
pertinentes. Noutros sítios, é possível que uma estratégia nacional tenha chegado ao fim, ou esteja
em desenvolvimento (Capítulo 7). Por outro lado, alguns países podem ter estabelecido iniciativas em
larga escala, coordenadas centralmente, destinadas à promoção da educação física e da atividade
física, independentemente de já existir ou não uma estratégia nacional nesta área.
O capítulo atual faz uma síntese das abordagens à questão de uma estratégia nacional. Em seguida,
examina a existência, em alguns países, de iniciativas em larga escala que substituem ou
complementam tal estratégia. Por último, avalia se esta estratégia é monitorizada e, em caso
afirmativo, sob que forma. No Anexo 1 podem consultar-se as designações oficiais e as ligações de
internet para as estratégias atuais e iniciativas em larga escala relevantes, sejam de âmbito curricular
ou extracurricular.
As estratégias podem centrar-se na educação física nas escolas ou, refletindo uma perspetiva mais
ampla, visar a sociedade no seu todo, incluindo, em simultâneo, medidas destinadas especificamente
às crianças em idade escolar. Muitas vezes, uma estratégia oferece um enquadramento geral para o
desenvolvimento da educação física e da atividade física. A ação concreta é depois diretamente
mencionada na estratégia ou desenvolvida mais tarde, em conformidade com os seus objetivos
gerais (ver Secção 1.2).
Com frequência, os países sem uma estratégia nacional ou uma iniciativa de envergadura citam os
quadros de referência e os currículos nacionais como os principais documentos orientadores para a
educação física. Apesar de não constituírem estratégias propriamente ditas, estes documentos
podem efetivamente ser muito detalhados e cobrir todas as questões relativas ao desenvolvimento da
educação física na escola, seja no contexto curricular ou no extracurricular. Todavia, este capítulo
13
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
centra-se exclusivamente nas estratégias formais. Os aspetos curriculares são focados no Capítulo 2.
Por último, não obstante a legislação relativa à educação e ao desporto contribuírem igualmente para
definir as políticas de um país em matéria de educação física, tal legislação não é considerada no
presente estudo.
Cerca de metade dos sistemas educativos abrangidos pelo estudo adotam estratégias nacionais para
a promoção e o desenvolvimento da educação física e da atividade física na escola (figura 1.1). No
anexo 1 é apresentada cada uma dessas estratégias, a sua designação, cronograma e síntese
descritiva, incluindo ligações aos respetivos sítios de internet, onde se podem consultar mais
informações sobre as mesmas.
Figura 1.1: Existência de estratégias nacionais e de iniciativas em larga escala para promover a educação
física e a atividade física nos ensinos primário (CITE 1) e secundário inferior (CITE 2), 2011/12
CITE 2
LT
Estratégia
Iniciativa
Fonte: Eurydice.
Âmbito e grupos-alvo
Nos países participantes no estudo distinguem-se diferentes tipos de estratégia: por um lado, temos
as estratégias que visam a educação física nas escolas do ensino primário e secundário inferior no
âmbito de uma estratégia geral que abrange largas secções da população, tal como sucede na
Letónia e na Eslovénia; por outro lado, as estratégias que se centram mais diretamente nos jovens,
como é o caso do Reino Unido (Inglaterra). No entanto, outras estratégias são delineadas
especificamente para a educação física e desporto escolar, como as que se observam na Bulgária,
Espanha e Croácia.
As estratégias podem visar a educação física no seu conjunto ou cobrir um determinado nível de
ensino. Muitas vezes, as estratégias destinam-se a todo o ensino secundário, incluindo os respetivos
níveis inferior e superior.
14
Capítulo 1: Estratégias Nacionais e Iniciativas em Larga Escala
Metas e objetivos
As metas das estratégias nacionais podem variar de um país para outro, de acordo com as
prioridades políticas, económicas e sociais em curso. As metas mais frequentemente declaradas são
as que visam aumentar o número de jovens que participam em atividades desportivas, sensibilizar
para a importância da educação física, desenvolver atitudes positivas em relação às atividades físicas
e motivar os jovens a participar neste género de atividades ao longo de toda a sua vida. Assim,
inúmeras estratégias referem o papel da atividade física e do desporto na promoção da saúde e de
estilos de vida saudáveis, assim como o seu contributo mais amplo para o desenvolvimento físico,
pessoal e social.
Entretanto, outras estratégias nacionais focam-se mais em questões particulares, visando apenas
uma ou algumas das metas gerais. Por exemplo, países como a Áustria, Roménia, Eslovénia e Reino
Unido (País de Gales) colocam a saúde e o desenvolvimento saudável do aluno no centro das suas
atuais estratégias. Já na Letónia e na Croácia as estratégias concentram-se na importância de ter
instalações e equipamentos desportivos adequados. No conjunto, as estratégias enfatizam a
necessidade de melhorar a qualidade e a acessibilidade de infraestruturas desportivas para os
alunos, e a sua abertura à comunidade mais alargada.
Por último, as estratégias normalmente incluem não só as atividades curriculares (Capítulo 2), como
também as atividades extracurriculares (Capítulo 6).
Em geral, as iniciativas coordenadas a nível central são geridas por órgãos responsáveis pela
promoção da educação física e da atividade física. Estes órgãos apoiam as escolas, jovens ou outros
agentes nos seus esforços para desenvolver e promover as atividades desportivas e físicas. A maior
parte das vezes, as escolas e outros agentes intervenientes na área da educação física recebem
financiamento no âmbito desses programas e projetos. A sua implementação é amiúde acompanhada
por coordenadores ou consultores especialmente designados no seio das escolas ou autoridades
públicas, federações desportivas nacionais e várias associações.
Tal como as estratégias, também as iniciativas em larga escala acomodam quer as atividades
curriculares quer as extracurriculares. Numa perspetiva de conteúdo, estas iniciativas centram-se
geralmente em dois aspetos. Em primeiro lugar, encorajam as escolas a propor e a apoiar a oferta de
educação física e de atividades físicas de qualidade para todos os alunos; em segundo lugar,
encorajam e desafiam os alunos a participar em atividades desta natureza.
15
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Como a figura 1.2 mostra, onze entre dezanove sistemas de educação monitorizam as respetivas
estratégias. Os métodos aplicados para essa monitorização variam de um país para outro.
Dependendo do país, podem estar envolvidos no processo organismos nacionais, regionais ou locais,
assim como as próprias escolas.
Sem estratégias
Fonte: Eurydice.
A monitorização implica normalmente a preparação de um relatório, geralmente por parte dos órgãos
responsáveis pela estratégia nacional. Tais relatórios ajudam as autoridades centrais a identificar
aspetos da sua política que requeiram alterações ou a otimizar a aplicação de recursos financeiros ou
de outro tipo. São normalmente publicados nos sítios de Internet dos organismos responsáveis.
Na Bélgica (comunidade flamenga), Espanha, Áustria, Roménia e Reino Unido (Irlanda do Norte), as
autoridades públicas adotam outros métodos de monitorização. No caso concreto da Bélgica
(comunidade flamenga), foi criada uma comissão de acompanhamento que verifica como é que as
organizações subsidiadas implementam as atividades desportivas escolares. Similarmente, na Áustria
a monitorização é realizada por uma comissão diretiva. Na Espanha, foram fixados para o período
2016-2020 critérios de referência e a instituição responsável pela monitorização é o Conselho
Superior de Desportos. A Roménia criou uma Comissão Conjunta Nacional com a missão de
monitorizar e examinar a sua estratégia. No Reino Unido (Irlanda do Norte), foi realizado um
levantamento de base sobre a educação física programada nas escolas dos ensinos primário e pós-
primário.
16
CAPÍTULO 2: CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
A educação física constitui uma disciplina obrigatória nos níveis de ensino primário e de ensino
secundário inferior em todos os países inquiridos. Denotam-se similaridades e diferenças entre estes
países na sua abordagem à disciplina. O presente capítulo começa por descrever os principais
objetivos da educação física tal como estão definidos nos documentos de orientação a nível central.
Em seguida, examina aquilo que é considerado como resultado da aprendizagem e considera as
atividades físicas obrigatórias e facultativas organizadas nas escolas, assim como os fundamentos
para se considerarem atividades obrigatórias. Avalia ainda se a educação para a saúde é
considerada como uma disciplina autónoma ou se é integrada noutras disciplinas. O capítulo conclui
com uma síntese geral das possíveis isenções da prática da educação física. As reformas planeadas
pelos currículos nacionais encontram-se sintetizadas no Capítulo 7.
Os benefícios das atividades físicas para a saúde também contribuem para o equilíbrio mental. A
educação física visa o desenvolvimento de comportamentos autónomos e assertivos numa variedade
de situações e permite aos jovens debater e descobrir maneiras de lidar com as situações negativas
e com o stress, de forma construtiva.
17
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Além disso, vários países – Letónia, Hungria, Malta e Reino Unido (Inglaterra) – enfatizam que a
educação física e o desporto na escola adicionam um elemento competitivo ao desenvolvimento
pessoal. Os alunos participam em competições ou eventos desportivos nos quais aprendem a
competir e a confrontar vários desafios. Também aprendem a planear, pôr em prática e avaliar as
suas ações, ideias e desempenhos. Têm a oportunidade de experimentar diferentes papéis, como o
de jogador, árbitro, organizador e de espetador, e podem colocar em prática diferentes estratégias e
táticas. Por sua vez, a Finlândia reporta uma abordagem que contrasta com a que foi atrás descrita.
Estimula o desenvolvimento das competências quer relativamente ao trabalho individual quer de
cooperação, mas sem a mesma ênfase no elemento competitivo.
Poucos países assinalaram convictamente a importância dos valores humanos e ambientais mais
amplos. A Islândia evoca a importância da responsabilidade em relação aos seres vivos e ao
ambiente enquanto, por sua vez, a Dinamarca enfatiza que a educação física deve ajudar as crianças
e os jovens a serem mais conscientes da responsabilidade que têm em relação às suas próprias
vidas, bem como demonstrar-lhes como envolverem-se socialmente numa comunidade. Alguns
países vão ainda mais longe e destacam o contributo chave do desporto para a prevenção da
violência. Determinados países enfatizam a relevância da educação física para o desporto na
sociedade. A República Checa, Estónia e Hungria sublinham o facto de que a educação física
encoraja os jovens a assistir e a participar em eventos desportivos e a manterem-se informados sobre
o desporto de forma regular. O Listenstaine considera o desporto como uma componente cultural da
sociedade, sendo assim apreendido como um bem de interesse público.
À exceção das competências e aptidões identificadas nos objetivos nacionais para a educação física,
as que são fixadas como resultados da aprendizagem ou são mais detalhadas do que os objetivos
gerais ou alargaram o seu âmbito. Por exemplo, as questões de saúde e as atitudes positivas ao
longo da vida relativamente às atividades físicas vêm referidas nos objetivos nacionais em quase
todos os países e constituem igualmente resultados da aprendizagem. Porém, em concreto, isso
também significa superar a obesidade e aprender sobre questões de nutrição e dieta alimentar.
18
Capítulo 2: Conteúdos Programáticos
Adicionalmente, a educação física procura desenvolver a higiene pessoal, prevenir lesões, aumentar
a consciência e o conhecimento dos riscos e das medidas de segurança, assim como ensinar aos
jovens como reagir em situações de emergência.
Entre os países que definiram resultados da aprendizagem qualitativos específicos, um grupo distinto
reporta que também definiu resultados da aprendizagem que são quantificáveis, tal como mostra a
figura 2.1. Nesses países, prevê-se que os alunos tenham de correr por um determinado período de
tempo, nadar uma determinada distância ou realizar certos exercícios numa dada modalidade
desportiva.
CITE 2
UK-ENG
Metas qualitativas
Metas quantitativas
Fonte: Eurydice.
Notas explicativas
Os resultados da aprendizagem são níveis de desempenho desejáveis ou esperados definidos em termos de
conhecimentos, aptidões e competências. Podem ser quantitativos ou qualitativos.
Um país que indique metas qualitativas concretas propõe pelo menos uma atividade para a qual é fixado um objetivo
quantitativo.
Notas específicas por país
Eslovénia: São fixadas metas quantitativas apenas para o atletismo, natação e caminhada.
Suécia e Islândia: São fixadas metas quantitativas apenas para a natação.
Reino Unido (ENG): São fixadas metas quantitativas apenas para a natação e a nível do CITE 1.
Determinados resultados da aprendizagem também se encontram associados a outras disciplinas
que não a educação física. Em países como a Alemanha, Portugal, o Reino Unido e os países
nórdicos existe uma abordagem transversal da disciplina de educação física na escola, em que são
fixados objetivos próprios da disciplina que estão também associados a outras disciplinas. Assim, os
alunos podem ter a oportunidade de aprender aspetos complementares da educação física e ainda
das ciências naturais e sociais, e explorar interessantes ligações práticas entre esses aspetos.
Os países nórdicos, por exemplo, referem que os alunos aprendem a utilizar mapas e outros meios
para se orientarem num ambiente natural. Na República Checa, na Alemanha e na Noruega, as
regras de trânsito para pedestres e ciclistas fazem parte do programa curricular de educação física,
tal como sucede com os primeiros socorros numa série de países. Não é de estranhar que não só a
Grécia como também a República Checa e a Polónia fazem referência à importância de familiarizar
os jovens com os ideais e os símbolos dos Jogos Olímpicos.
Adicionalmente, a Letónia, Áustria, Eslovénia e Finlândia introduziram medidas para encorajar todos
os professores a incluir atividades físicas em várias disciplinas escolares.
O Ministério da Educação na Letónia apoiou um projeto sobre o ensino de uma postura saudável no ensino primário e contribuiu
para a organização de cursos de formação em serviço para professores sobre o combate à escoliose. Durante as aulas, docentes
de várias disciplinas fazem atualmente intervalos ativos e dinâmicos, com a duração de 2-5 minutos,
19
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Na Eslovénia, o currículo para a educação física contém uma recomendação sobre minuta za zdravje (‘um minuto para a saúde’)
incentivando os professores de outras disciplinas a interromper a sua aula ocasionalmente, arejar o local e sugerir que os seus
alunos realizem por breves momentos exercícios motores e de relaxamento.
Ginástica
Saúde e fitness
Atividades ao ar livre e
aventura
Natação
Desportos de Inverno
Outros
= Autonomia da
escola
b) Atividades opcionais
Atletismo
Dança
Jogos
Ginástica
Saúde e fitness
Atividades ao ar livre e
aventura
Natação
Desportos de Inverno
Outros
= Autonomia da
escola
Esquerda Direita
CITE 1 CITE 2 Sem atividades opcionais
Fonte: Eurydice.
Nota explicativa
A inclusão de uma atividade significa que é lecionada pelo menos durante um ano letivo nos níveis CITE 1 ou 2.
20
Capítulo 2: Conteúdos Programáticos
Em cerca de um terço dos sistemas educativos, as escolas que ministram ambos os níveis de ensino
são autónomas para decidir que atividades devem ser obrigatórias. Desse modo, as escolas e os
respetivos docentes decidem quais são as atividades físicas mais propensas a gerar os resultados de
aprendizagem esperados. Em alguns países, não obstante o facto de as escolas possuírem um
significativo nível de autonomia, verifica-se, ainda assim, a existência de atividades obrigatórias que
são prescritas, recomendadas ou comummente realizadas, pelo que se encontram representadas na
figura 2.2. É o caso da Dinamarca, Espanha, Lituânia, Áustria, Roménia, Suécia e Islândia. Nos
restantes países, as atividades físicas encontram-se estipuladas nos currículos.
Entre as atividades de educação física obrigatórias nas escolas, os jogos são os mais comuns.
Alguns países reportam a prática de alguns jogos já estabelecidos – tipicamente os jogos de bola.
Outros referem-se a ‘jogos’ em geral, mas especificam quais são as competências que devem ser
ensinadas, como saltar, transportar, lançar, passar e apanhar. Depois dos ‘jogos’ vem a ginástica, o
atletismo e a dança. Outras atividades para além das representadas na figura 2.2, e que são
assinaladas por alguns países, designam essencialmente as artes marciais e os desportos aquáticos.
As autoridades centrais em alguns países especificam determinadas atividades físicas de caráter
opcional. No entanto, é essencialmente da esfera da competência das escolas decidir se tais
atividades deverão ministradas – e caso o sejam, quais. No conjunto, 17 sistemas educativos no
ensino primário e 21 no ensino secundário inferior reportam autonomia escolar.
21
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Poucos são os países que oferecem a educação para a saúde como uma disciplina autónoma
obrigatória nos seus currículos. Esta realidade aplica-se ao Chipre e, no ensino secundário inferior, à
Irlanda e à Finlândia. Em praticamente todos os outros países, a educação para a saúde é uma parte
integral de outras disciplinas obrigatórias.
Na República Checa, no ensino secundário inferior, as escolas podem decidir se aspetos da educação
para a saúde são ensinados como disciplina autónoma ou como parte integrante de outras disciplinas.
De acordo com os países inquiridos, a educação para a saúde abrange normalmente um ou vários dos
seguintes tópicos: bem-estar físico, pessoal e social; saúde e prevenção da doença; higiene; segurança;
saúde sexual; alimentação e nutrição; saúde e malefícios sociais (abuso de álcool, tabaco e drogas).
2.5. Razões estratégicas para selecionar determinadas atividades obrigatórias
Se é certo que há várias décadas que as escolas incluem nos seus programas de ensino
determinadas atividades físicas e disciplinas desportivas, a verdade é que as razões que sustentam
essas escolhas não são muito claras. De um modo geral, os países sublinham a importância de um
envolvimento a longo prazo com uma atividade física. A educação física é encarada como uma forma
de inspirar as crianças e os jovens a experimentar diferentes atividades físicas, para que se sintam
depois motivados a desfrutar desse tipo de atividade de forma recreativa ao longo de toda a sua vida.
Por vezes, há fatores práticos que condicionam significativamente a escolha de determinadas
atividades obrigatórias oferecidas pelas escolas, sendo que estas necessitam de estar aptas a
oferecer instalações e equipamentos apropriados para o ensino de educação física em aulas de
aproximadamente uma hora de duração. A presença na comunidade local de uma infraestrutura
desportiva também pode aumentar as oportunidades para atividades físicas organizadas, assim como
aumentar a qualidade da sua oferta.
Enquanto em alguns países as autoridades educativas centrais prescrevem atividades obrigatórias
para a educação física, em outros países as escolas são autónomas para determinar esse tipo de
oferta; outros países adotam uma abordagem mista (secção 2.3). No entanto, todos selecionam as
suas atividades obrigatórias em conformidade com determinados critérios. Ao serem inquiridos sobre
os argumentos estratégicos ou sobre os fundamentos para as suas escolhas, quase todos os países
referiram os objetivos curriculares e os resultados da aprendizagem. Desse modo, seja a nível central
ou de escola, são selecionadas aquelas atividades físicas que se consideram ser as mais adequadas
para atingir os fins definidos. Todavia, alguns países apresentam razões concretas para selecionar
determinadas atividades físicas.
Figura 2.4: Razões estratégicas específicas para selecionar atividades físicas obrigatórias nos ensinos
primário (CITE 1) e secundário inferior (CITE 2), 2011/12
CITE 1
CY
Fonte: Eurydice.
22
Capítulo 2: Conteúdos Programáticos
As tradições históricas e culturais constituem as razões mais comuns subjacentes à escolha das
escolas quanto às atividades físicas. Este facto também se reflete no ensino da dança e dos jogos
tradicionais enraizados na cultura da sociedade. A Espanha refere atividades físicas específicas
ensinadas na escola no âmbito dos resultados de aprendizagem desejados, mas também reporta que
a maioria das comunidades autónomas inclui os seus próprios desportos e jogos tradicionais como
atividades obrigatórias nos currículos.
As atividades físicas e disciplinas desportivas tradicionais conquistaram um espaço próprio na educação
física na escola. Contudo, desportos novos ou em voga também podem motivar os alunos a empreender
uma atividade física. A Letónia e a Lituânia referem que, para além dos tradicionais jogos populares,
novas modalidades como o floorball e o frisbee têm sido introduzidas na educação física para ajudar a
desenvolver atitudes positivas entre os jovens em relação ao desporto.
Oito sistemas educativos destacam o trabalho desenvolvido por peritos que fazem investigação neste
campo e publicam os seus trabalhos; estes constituem depois uma base para a escolha das
atividades físicas apropriadas para a escola.
Por último, experiências anteriores ou práticas de caráter internacional contribuem significativamente
para a seleção das atividades físicas no ensino secundário inferior em Chipre, e nos níveis primário e
secundário inferior na República Checa, Grécia, França, Lituânia, Polónia, Croácia e Turquia. Na
Polónia, os três tipos de razões para a escolha das atividades (como mostra a figura 2.4) apresentam
o mesmo grau de relevância.
Figura 2.5: Dispensas da prática de educação física nos ensinos primário (CITE 1) e secundário inferior
(CITE 2), 2011/12
Atestado médico
Fonte: Eurydice.
Nota explicativa
As dispensas referem-se a isenções parciais ou totais numa base temporária ou permanente.
23
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Os procedimentos para a dispensa da prática de educação física não são homogéneos entre os
países. Alguns exigem aos alunos a apresentação de um atestado médico comprovativo da sua
incapacidade para desempenhar atividades de educação física, nos casos em que os pedidos dos
pais não são suficientes. Outros países aceitam normalmente pedidos ou justificações apresentados
pelos pais, apesar de a maioria só o fazer em situações pontuais. Se a dispensa for requerida por
períodos mais longos, pode ser necessário apresentar um atestado médico. A Bélgica (comunidade
flamenga) reporta que os pedidos ou justificações parentais podem ser recusados se existir alguma
dúvida quanto à validade dos mesmos, enquanto os atestados médicos obrigam formalmente as
escolas a aceitá-los. Na Dinamarca, Hungria e Suécia, as escolas são livres para decidir se um
pedido parental é, só por si, suficiente ou se é necessário requerer um atestado médico.
Se os alunos estão dispensados da prática de educação física devido a lesão ou doença, é natural
que realizem atividades compatíveis com a sua situação. Na eventualidade de terem uma dispensa
parcial, tal poderá envolver atividades físicas que o aluno possa estar apto a praticar em segurança
apesar da sua lesão ou doença. Em outros casos, os alunos podem ter de realizar trabalho teórico ou
essencialmente não físico, como por exemplo, escrever um relatório sobre a atividade, como sucede
na Bélgica (comunidade francesa), assumir o papel de árbitro, elaborar um comentário ou registar os
resultados dos jogos, como na Irlanda e na Itália. Desta forma, é assegurado que os alunos obtêm
algo das aulas, ainda que o seu envolvimento seja menos ativo. Também ajuda a desencorajar os
alunos de faltar às aulas de educação física para realizarem trabalhos de casa ou tarefas de outras
disciplinas.
24
CAPÍTULO 3: CARGA HORÁRIA LETIVA RECOMENDADA
A obrigatoriedade da educação física, ao longo do ensino obrigatório geral a tempo inteiro, implica
naturalmente que a sua importância seja enfatizada nos currículos de todos os países europeus.
Todavia, convém salientar que a carga horária letiva prescrita para esta disciplina varia
substancialmente conforme os países. Na primeira secção deste capítulo procede-se a uma análise
da carga horária letiva mínima recomendada para a disciplina em questão, tanto no ensino primário
como no ensino secundário geral. A segunda secção examina as alterações verificadas nestas
recomendações entre 2006/07 e 2011/12. Por fim, para uma melhor compreensão da importância da
educação física face a outras disciplinas, a terceira secção analisa a parcela da carga horária letiva
que lhe é atribuída nos currículos em ambos os níveis de ensino.
Ao focar-se a escolaridade obrigatória no seu todo, verifica-se que, em alguns países, a carga horária
letiva destinada à educação física pouco muda, enquanto noutros as variações são significativas de
um ano para outro (ver anexo 2). No primeiro caso, a quantidade de carga horária letiva é
consistentemente elevada em países como a França e o Reino Unido (Escócia) ou, pelo contrário,
sempre reduzida, como podemos observar na Irlanda e na Letónia. Em países com variações anuais
significativas, o total de carga horária letiva indicada decresce após os primeiros quatro a seis anos
de escolaridade obrigatória, situação observável em países como a Alemanha, a Espanha, o
Luxemburgo, Malta, a Croácia e a Turquia. Ao contrário, países como a Dinamarca, a Grécia e o
Chipre apresentam um aumento da carga horária letiva.
Uma comparação da carga horária letiva afeta à educação física pelos níveis de ensino primário e
secundário revela diferenças substanciais entre países (figura 3.1). Enquanto no ensino primário, em
2011/12, a média de carga horária letiva baseada no mínimo recomendado por ano teórico varia entre
37 horas na Irlanda e 108 em França, ao nível do secundário, os valores vão desde 24-35 horas em
Espanha, Malta e Turquia, até 102-108 horas em França e Áustria (Allgemeinbildende Höhere Schule
– AHS).
25
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Apenas a Eslováquia alterou significativamente a carga horária letiva destinada à educação física,
fruto de uma reorganização dos métodos de ensino da disciplina. Na verdade, a sua carga horária
sofreu uma redução considerável ao nível do ensino primário entre 2006/07 e 2011/12.
Figura 3.1: Tendências quanto ao número mínimo de horas recomendado para o ensino obrigatório de
educação física durante um ano teórico nos ensinos primário e secundário obrigatório a tempo inteiro,
2006/07 e 2011/12
Ensino primário
26
Capítulo 3: Carga Horária Letiva Recomendada
Nota explicativa
A figura 3.1 mostra o número mínimo recomendado de horas exatas (60 minutos) consagrado ao ensino obrigatório da
educação física nos ensinos primário e secundário obrigatório a tempo inteiro, com base em recomendações mínimas
nacionais nos currículos para cada ano de referência. Para métodos de cálculo detalhados, pode consultar-se
Recommended annual taught time in full-time compulsory education in Europe 2011/12, (EACEA/Eurydice, 2012a).
Para obter-se um ano teórico, o total da carga horária de ensino, em horas, para os ensinos primário e secundário
obrigatório a tempo inteiro foi dividido pelo número de anos correspondentes à duração de cada nível de ensino. Para o
número exato de horas alocadas anualmente a cada ano letivo durante todo o ensino obrigatório geral a tempo inteiro,
pode consultar-se o anexo 2.
O ensino obrigatório geral a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (nível
CITE 2) ou de estrutura única (níveis CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos
(VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), em que alguns ou todos os
CITE 3 podem fazer parte do ensino obrigatório geral a tempo inteiro. Para mais informação, pode consultar-se The
structure of European education systems 2011/12: schematic diagrams (EACEA/Eurydice, 2011).
Para uma definição de 'horário flexível', ver o Glossário.
Notas específicas por país
Bélgica (BE de, BE nl) e Reino Unido (WLS): Embora não existam recomendações oficiais em relação à carga horária para
educação física, na prática são alocadas à disciplina 61, 59 e 76 horas respetivamente, por ano teórico. Na comunidade
germanófona da Bélgica, aplica-se apenas ao ensino primário.
Polónia: No ensino secundário obrigatório a tempo inteiro, os dados de 2006/07, prendem-se com a real carga horária letiva
por ano teórico a ser implementada em escolas para a disciplina de educação física, enquanto em 2011/12 respeitam à
quantidade mínima.
Portugal: Do 1.º ao 4.º ano do ensino primário, a educação física (expressão físico-motora) integra-se na área disciplinar
'Expressões'; não há um número de horas especificamente alocado à disciplina. Nos anos 5.º e 6.º anos de escolaridade, a
carga horária letiva anual consagrada à educação física é de 81 horas.
Suécia: A carga horária letiva para a educação física é alocada para todo o ensino obrigatório geral a tempo inteiro.
Turquia: Embora formalmente não exista o nível CITE 2 no sistema educativo turco, para efeitos de comparação com outros
países, os anos de escolaridade de 1 a 5 podem ser vistos como o CITE 1 e os anos de 6 a8 como CITE 2.
27
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Figura 3.2: Tempo mínimo alocado à educação física como disciplina obrigatória, em percentagem do total
da carga horária letiva no ensino primário e no ensino secundário obrigatório a tempo inteiro, 2011/12
%
Disciplina obrigatória
Ensino primário Ensino secundário obrigatório a tempo inteiro ● com horário flexível
UK (1) = UK-ENG/WLS/NIR
Ensino
Ensino Ensino secundário
secundário Ensino
primário obrigatório a
obrigatório a primário (%)
(%) tempo inteiro (%)
tempo inteiro (%)
BE fr 7 9 NL
Bede 7 AT Volksschule + AHS (a) 11 11
BEnl AT Volksschule + Hauptschule + PTS (b) 11 10
BG 10 7 PL 13 11
CZ 8 7 PT 8
DK 8 6 RO 9 6
DE Grundschule + Gymnasium (a) 12 8 SI 15 9
DE Grundschule + Hauptschule (b) 12 9 SK 8 7
DE Grundschule + Realschule (c) 12 6 FI 8 8
EE 11 6 SE 8 8
IE 4 5 UK-ENG/WLS/NIR
EL 8 8 UK-SCT
ES 6 3
FR 10 14 HR 15 8
IT 7 IS 9 8
CY 6 9 TR 7 3
LV 8 6
LT 12 7 LI 11 9
LU 10 8 NO 9 9
HU 15 10 CH : :
MT 7 4
Disciplina obrigatória com horário flexível alocado
Fonte: Eurydice.
28
Capítulo 3: Carga Horária Letiva Recomendada
Nota explicativa
A Figura 3.2 mostra a relação entre o tempo alocado ao ensino da educação física como uma disciplina obrigatória e o
montante total de carga horária letiva para todo o ensino primário e o ensino obrigatório geral a tempo inteiro. O cálculo
baseia-se no número mínimo de horas exatas (60 minutos) recomendado a nível nacional.
Para métodos de cálculo detalhados, pode consultar-se Recommended annual taught time in full-time compulsory
education in Europe 2011/12, (EACEA/Eurydice, 2012a).
O ensino obrigatório geral a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (nível
CITE 2) ou da estrutura única (níveis CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos
(VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), em que alguns ou todos os
CITE 3 podem fazer parte do ensino obrigatório geral a tempo inteiro. Para mais informação, pode consultar-se The
structure of European education systems 2011/12: schematic diagrams (EACEA/Eurydice, 2011).
Para uma definição de 'horário flexível', ver o Glossário.
Notas específicas por país
Portugal, Suécia e Turquia: Ver figura 3.1
Na maioria dos países, e no que respeita ao ensino secundário, a percentagem de tempo mínimo
recomendado para a educação física é geralmente de 6-8% do total da carga horária letiva. A França
destaca-se com 14 %, enquanto em países como a Espanha, Malta e a Turquia a proporção
correspondente é de apenas 3-4 %.
Em alguns países, a diferença entre a carga horária letiva consagrada à educação física no ensino
primário e no ensino secundário geral é bastante acentuada. A Estónia, a Espanha, Malta, a Croácia
e a Turquia são bons exemplos, já que nestes países a carga horária letiva atribuída a esta disciplina
é, em comparação com o nível secundário, cerca de duas vezes mais elevada no ensino primário.
Situação inversa observa-se na Bélgica (comunidade francesa), em França e em Chipre, países onde
a carga horária é mais expressiva no ensino secundário. Em quatro países, a parcela de carga
horária letiva consagrada à educação física é praticamente idêntica em ambos os níveis: na Áustria
(AHS), representa 11 % do total da carga horária letiva, na Noruega e na Finlândia 9 % e 8 %
respetivamente, e na Irlanda menos de 5 %.
Uma comparação entre as parcelas de carga horária letiva destinadas por um lado à educação física,
e por outro às restantes disciplinas, revela de forma clara uma menor importância da primeira face a
estas (EACEA/ Eurydice, 2012b). A diferença é sobretudo notória no ensino primário, uma vez que,
neste nível, a proporção da totalidade da carga horária letiva consagrada à educação física
representa somente cerca de um terço da que é atribuída à língua de ensino, e cerca de metade da
que é disponibilizada para a disciplina de matemática. Esta discrepância é ainda mais expressiva em
países como o Chipre e a Turquia, com proporções correspondentes de um sexto a um quinto da
carga horária quando comparada com a língua de ensino, e de um terço a metade em comparação
com a matemática. Contudo, na maioria dos países, a parcela de carga horária letiva para a
educação física é ligeiramente superior à parcela reservada para as ciências naturais ou para as
línguas estrangeiras. A educação física e as atividades artísticas apresentam geralmente uma carga
horária análoga.
No ensino secundário obrigatório a tempo inteiro, as tendências repetem-se exatamente no que diz
respeito à língua de ensino, matemática e artes. É atribuída à educação física cerca de metade do
tempo destinado à língua de ensino e à matemática. Todavia, a Áustria (AHS) afigura-se um caso
excecional já que a parcela de tempo atribuída à educação física não fica muito aquém da
percentagem alocada à língua de ensino e à matemática. Em termos gerais, a proporção total de
carga horária letiva destinada à educação física e às artes é similar tanto para o nível secundário,
como para o primário. Porém, em contraste com o nível primário, a parcela de carga horária letiva
para a educação física no ensino secundário é menor que aquela destinada às ciências naturais e às
línguas estrangeiras.
29
CAPÍTULO 4: AVALIAÇÃO DOS ALUNOS
No Capítulo 2 procedeu-se à análise dos principais objetivos da educação física e das atividades
físicas organizadas a nível da escola, bem como dos resultados esperados da aprendizagem. Na
generalidade dos países europeus, o envolvimento, o progresso e o desenvolvimento dos alunos na
disciplina de educação física são aspetos regularmente monitorizados e avaliados ao longo do ano
letivo. Contudo, os métodos de avaliação podem variar conforme os países e o nível de ensino. O
presente capítulo foca os métodos formativos e sumativos de avaliação mais amplamente utilizados.
Além disso, descreve os principais instrumentos de avaliação concebidos especificamente para a
educação física. Finalmente, verifica se o aproveitamento das crianças nesta área disciplinar consta
dos relatórios que retratam o seu progresso global no final da cada ano letivo, e se os países
organizam exames nacionais nesta disciplina.
A educação física é obrigatória em todos os países inquiridos, tanto no ensino primário como no
ensino secundário inferior. Na maioria deles, o progresso dos alunos nesta disciplina é avaliado de
forma idêntica a qualquer outra disciplina, e poucos são os países em que os alunos frequentam
aulas de educação física sem estarem sujeitos a uma avaliação formal. Esta última situação verifica-
se na Irlanda, em ambos os níveis de ensino, e também em Malta e na Noruega mas apenas no
ensino primário.
Embora a avaliação na disciplina de educação física não seja obrigatória na Irlanda, é expectável que os professores do nível
secundário inferior incluam práticas de avaliação nas suas aulas, e que os estabelecimentos de ensino informem os pais quanto ao
progresso e participação dos seus filhos nas aulas de educação física.
A maioria dos países europeus emite recomendações claras sobre os métodos de avaliação para a
disciplina de educação física. Porém, na Bélgica e na Islândia, as instituições educativas têm
liberdade para aplicar os seus próprios métodos de avaliação.
Segundo os países inquiridos, os dois métodos de avaliação mais comuns para a disciplina de
educação física são o formativo e o sumativo. A avaliação formativa incide principalmente sobre as
vertentes qualitativa e descritiva (i.e. expressa oralmente ou através da escrita). Identifica os
resultados da aprendizagem e os sucessos dos alunos durante um determinado período, bem como
os progressos que possam vir a alcançar.
Em Chipre, a avaliação formativa no ensino secundário inferior baseia-se nos seguintes critérios: progresso alcançado num
determinado período (50 %); participação ativa e positiva nas aulas de educação física (30 %); e atitudes dos alunos face à
educação física e no decurso dos exercícios para a saúde e desporto (20 %).
Na Espanha, os processos de aprendizagem dos alunos na disciplina de educação física são avaliados de forma regular. No ensino
secundário inferior, contemplam aspetos como a aquisição de hábitos saudáveis, pôr em prática os conhecimentos adquiridos, o
nível de autoexigência, a capacidade para ultrapassar dificuldades, o desenvolvimento de competências físicas, trabalho em equipa,
desenvolvimento coletivo, participação em atividades desportivas, participação, empenho, criatividade, conhecimento teórico e
prático e competências críticas.
Na Eslovénia, nos níveis primário e secundário inferior, os professores controlam o desenvolvimento físico, motor e funcional dos
alunos, bem como o seu domínio das diferentes competências desportivas. Essa monitorização ocorre durante o ano letivo e em
todas as fases do processo de aprendizagem. O envolvimento em atividades extracurriculares bem como o desempenho individual
em educação física são avaliados durante as aulas, na escola e em outras competições.
31
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Na Grécia, no ensino secundário inferior, os professores de educação física recorrem a uma avaliação contínua ou realizam
pequenos testes de condição física ou de fitness. O tempo despendido para os testes deve ser reduzido para que não interfira
demasiado com o tempo de instrução. A escala de avaliação para o desempenho individual a todas as disciplinas vai de 1 a 20, e a
nota final em educação física resulta da média das notas alcançadas nos três períodos letivos.
Figura 4.1: Avaliação em educação física no ensino primário (CITE 1) e no ensino secundário inferior
(CITE 2), 2011/12
Avaliação formativa
Avaliação sumativa
Embora metade dos países recorra tanto ao método formativo como ao sumativo na avaliação dos
resultados de educação física, em ambos os níveis de ensino em questão, o segundo método parece
ser um pouco mais utilizado (figura 4.1). Países como a Bulgária, a Alemanha, a França, a Áustria e a
Croácia aplicam o método sumativo como a única forma de avaliação nos níveis primário e
secundário inferior, ao passo que a Dinamarca e o Reino Unido (Irlanda do Norte) praticam
exclusivamente a avaliação formativa em ambos os níveis.
Vários países como a Croácia, Letónia, Hungria, Polónia, Portugal e Eslováquia, usam a avaliação
sumativa no ensino primário (figura 4.1), porém, nos primeiros anos de escolaridade não são
atribuídas notas e a avaliação formativa, mais frequente neste nível de ensino e menos utilizada no
ensino secundário inferior, é o método geralmente aplicado, posteriormente conjugado com a
avaliação sumativa.
Tal como foi anteriormente salientado, a avaliação sumativa tende a utilizar um método de
classificação aplicável a todas as outras disciplinas do currículo. No caso particular da educação
física, não é invulgar que os estabelecimentos de ensino desenvolvam instrumentos de avaliação
especificamente concebidos para esta disciplina, por forma a avaliar os resultados da aprendizagem
com a maior precisão possível. Estes instrumentos resultam normalmente numa escala contendo
uma lista de atividades desportivas, descrições dos resultados de aprendizagem esperados, e
expectativas relativas ao desempenho, bem como as notas correspondentes nas quais se baseia a
avaliação.
32
Capítulo 4: Avaliação dos Alunos
A França dispõe de um quadro de referência nacional de competências em educação física no ensino primário, no entanto, não tem
escalas de avaliação correspondentes para atividades físicas. Neste sentido, cada escola prepara os seus próprios critérios de
avaliação em consonância com as atividades desportivas praticadas na instituição.
Alguns países criaram escalas de avaliação a nível central de modo a proporcionar uma avaliação
padronizada na disciplina de educação física, bem como uma comparação dos resultados da
aprendizagem a nível nacional.
Em Malta, os objetivos pedagógicos e os resultados da aprendizagem em educação física são definidos para cada atividade física,
seja atletismo, dança, fitness ou ginástica. Cada objetivo inclui dez níveis de aproveitamento descritos e usados para avaliar o
progresso dos alunos nesta disciplina.
Na Suécia, os critérios de competência a educação física são definidos e descritos para a conclusão de duas etapas do ensino (final
do 6.º e do 9.º ano de escolaridade). São definidos os níveis de aproveitamento pretendidos e indicada uma graduação (de ‘A’ a ‘E’)
correspondente a estes níveis para cada etapa em questão.
No Reino Unido (Inglaterra e País de Gales), os documentos de orientação para o currículo contêm ‘descrições de nível’ (de 1 a 8)
e fornecem a base sobre a qual são tomadas decisões de caráter sumativo quanto ao desempenho dos alunos, normalmente no
final de uma etapa chave do ensino (o final dos anos 2 e 6). Estas descrições permitem avaliar os alunos em relação às metas a
atingir e indicam os tipos e os níveis de desempenho que um aluno de um determinado nível deverá demonstrar ao longo de um
período de tempo.
Na Islândia, a modalidade de natação é avaliada de forma muito precisa ao longo da escolaridade obrigatória (anos 1-10), sendo os
progressos alcançados verificados no final de cada ano letivo, quando é suposto os alunos terem adquirido certas competências.
Na maioria dos países, os alunos recebem um relatório final no termo de cada ano letivo onde
constam os resultados de todas as disciplinas incluindo a educação física. No entanto, na Lituânia,
esta disciplina é mencionada apenas no ensino primário, enquanto na Estónia e em Chipre, este
documento só a refere no ensino secundário inferior. Em alguns países, como França, Finlândia e
Islândia, a avaliação final na disciplina de educação física não figura no relatório anual mas sim num
certificado de desempenho, atribuído após a conclusão do ensino secundário inferior.
Na Europa, são muito raros os exames nacionais na disciplina de educação física. Porém, na
Eslovénia, em 2009, esta disciplina passou a estar sujeita a exame nacional no final do ensino
secundário inferior.
33
CAPÍTULO 5: PROFESSORES
35
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Figura 5.1: Recomendações relativas à especialização requerida para lecionar educação física no ensino
primário (CITE 1) e ensino secundário inferior (CITE 2), 2011/12
Ensino Primário Ensino secundário inferior
Fonte: Eurydice.
Nota explicativa
Professor generalista: Professor qualificado para lecionar todas (ou quase todas) as disciplinas que constam do
currículo, incluindo a educação física. A estes professores é confiado o ensino da educação física independentemente
do facto de terem, ou não, recebido qualquer formação nesta área.
Professor especialista: Professor qualificado para lecionar uma ou duas disciplinas diferentes. Para um professor
especializado em educação física, isto incluiria apenas educação física, ou educação física e uma outra disciplina.
Notas específicas por país
Estónia: Os professores generalistas estão qualificados para lecionar educação física do 1.º ao 4.º ano do ensino primário.
Finlândia: Os professores generalistas estão qualificados para lecionar educação física do 1.º ao 6.º ano do ensino primário.
36
Capítulo 5: Professores
Figura 5.2: Nível de formação inicial de professores especialistas em educação física no ensino primário
(CITE 1) e no ensino secundário inferior (CITE 2), 2011/12
Ensino primário Ensino secundário inferior
Fonte: Eurydice.
Notas específicas por país
Áustria: A qualificação exigida para professores de educação física na Hauptschule é o grau de licenciatura, enquanto na
Allgemeinbildende Höhere Schule (AHS) é exigido o Mestrado.
Listenstaine: A formação de professores tem lugar no estrangeiro.
Entre os muitos países que desenvolvem estratégias gerais que incluem programas de DPC ou
cursos concebidos com o intuito de abrangerem a generalidade dos professores, alguns criaram
formas específicas de DPC para a educação física, colocando-as à disposição não só dos
professores especialistas, mas também de professores generalistas interessados em melhorar as
suas competências nesta disciplina. No entanto, é importante referir que nesta matéria não existe
uniformidade no que toca à organização dos cursos e às entidades que os prestam, bem como no
que respeita à duração, aos objetivos e aos conteúdos. Em alguns países, este tipo de formação
surge num contexto totalmente descentralizado e não existindo informação disponível.
37
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Em países como o Chipre e a Turquia, o DPC para professores de educação física é obrigatório e
regular. No primeiro, as iniciativas incluem seminários a nível nacional e cursos de DPC organizados
duas vezes ao ano, bem como um programa de DPC anual com a duração de dois dias a realizar-se
no intervalo dos semestres. No caso da Turquia, os cursos de DPC são geralmente organizados no
início de cada semestre.
Nos países europeus, o DPC para a área de educação física em contexto escolar engloba múltiplos
tópicos tais como diferentes atividades físicas, questões metodológicas e normas de segurança.
Entre elas consideram-se as seguintes:
• ‘Movimento, postura e dança no ensino primário’, na Bélgica (comunidade germanófona);
• ‘Ginástica no ensino secundário’, na Bélgica (comunidade germanófona);
• ‘Curso para instrutores de esqui alpino’, na República Checa e na Eslováquia;
• ‘Introdução a um método de avaliação de educação física’, no Listenstaine;
• ’Desenvolvimento das capacidades de coordenação dos alunos no ensino primário’, na
Eslováquia;
• ‘Treino introdutório a novos equipamentos e sua utilização com segurança, por exemplo na
escalada de paredes, no Listenstaine;
• ‘Prevenção de acidentes no processo educativo de educação física e desporto’, na Eslováquia.
Em Chipre, tem vindo a ser progressivamente implementado um novo currículo para a educação física no ensino primário desde
2011/12. Como resultado, inspetores e consultores na área da educação física têm visitado as escolas com o objetivo de prestar
apoio aos professores. Para além disso, a página oficial do Ministério da Educação e Cultura tem publicado diverso material de
apoio.
Na Lituânia, foi aprovado em 2012, um programa geral de educação para a saúde. A implementação deste programa implica a
melhoria das qualificações dos professores de educação física.
Em Malta, tem sido introduzido de forma gradual um novo currículo em educação física para o ensino secundário inferior desde
2011/12. Os professores de educação física frequentam cursos de DPC de 24 horas relacionados com esse novo currículo.
As necessidades de DPC dos professores de educação física podem ser analisadas a nível nacional,
regional ou local, como acontece na Lituânia, ou mesmo no seio das próprias escolas, tal como se
verifica na Alemanha, em Malta, na Eslováquia, na Suécia, no Reino Unido (Inglaterra, País de Gales
e Irlanda do Norte) e no Listenstaine. Determinadas circunstâncias, decorrentes, por exemplo, de um
plano de desenvolvimento dos funcionários, ou de necessidades específicas dos mesmos, ou ainda
de padrões de exigência profissional ligados a qualificações de ensino, podem conduzir à elaboração
de cursos e programas concebidos de acordo com essas especificidades. Nalguns Länder na
38
Capítulo 5: Professores
Projetos e programas de larga escala que se encontram em curso nalguns países (ver Capítulo 1)
destinam-se a melhorar a qualidade no ensino da educação física e a potenciar os conhecimentos e
as competências dos professores nesta área. Iniciativas deste tipo promovem o intercâmbio de
professores, tal como acontece na República Checa, aumentam a oferta de cursos desportivos e de
educação física nas escolas, como se verifica na Irlanda, ou proporcionam orientação e normas para
o DPC, como no Reino Unido (País de Gales).
Na Republica Checa a Faculdade de Cultura Física no Palacký University Olomouc e a Faculdade de Educação Física e Desportos
na Charles University em Praga, organizam encontros regulares para cerca de 300 professores de educação física dos ensinos
primário e secundário inferior. Os programas destes encontros abarcam as novas tendências desportivas, bem como a teoria e a
prática na educação física.
Na Irlanda, desde 2010 que o apoio para a educação física assenta num programa nacional único que engloba os ensinos primário
e secundário inferior. O Professional Development Service for Teachers – PDST (Serviço de Desenvolvimento Profissional para
Professores) está a criar uma rede nacional de agrupamentos de professores para fins de DPC. Estes agrupamentos estão
concebidos de maneira a constituírem uma base para comunidades de aprendizagem profissional com o foco na educação física.
Para além disso, foram oferecidos cursos para professores do ensino primário sobre as relações entre a educação física prática e a
literacia/numeracia. Os professores do ensino secundário inferior tiveram a oportunidade de frequentar cursos de DPC em educação
física, em literacia física e em questões pedagógicas, tal como 'motivar o participante relutante'.
Na Eslovénia, o projeto ’formação de trabalhadores profissionais na área do desporto 2011-14’, é suportado financeiramente pelo
Fundo Social Europeu e tem como principais objetivos promover o emprego e assegurar uma maior mobilidade para o pessoal
envolvido na área do desporto, assim como a possibilidade de beneficiarem de DPC. Aos participantes é dada a oportunidade de
frequentarem cursos de DPC de elevada qualidade e outros programas que lhes garantem habilitação para exercerem funções em
áreas como o turismo desportivo, educação física extracurricular para crianças e jovens, desporto para deficientes, competições
desportivas, e gestão de infraestruturas desportivas, etc.
No Reino Unido (País de Gales) em 2001, o grupo de trabalho para a área de educação física e desporto escolar recomendou que
se identificassem as áreas prioritárias para o desenvolvimento profissional dos professores na área da educação física, e que
fossem adotadas as medidas necessárias para colmatar quaisquer lacunas detetadas na oferta. Desde então foram criados diversos
cursos acompanhados por recursos de elevada qualidade. Em conjunto com estas medidas, foi elaborado um documento ‘DPC-EF
e código de conduta’ com o objetivo de clarificar as expectativas que professores e prestadores de educação física (supervisores à
hora de almoço, assistentes, etc.) possam partilhar no que concerne às oportunidades de DPC. Este documento define o padrão
quanto às atividades de DPC e apoia a oferta de elevada qualidade em todo o País de Gales. O código constitui uma parcela do
projeto de educação física e desporto escolar (ver anexo 1), projeto esse sustentado com fundos provenientes do Governo Galês.
As oportunidades de DPC são uma parte essencial deste projeto.
Alguns países, entre eles a Letónia (ver secção 2.2), a Lituânia, a Suécia, a Eslovénia (ver
secção 2.2), o Reino Unido (Escócia) e a Noruega, desenvolvem estratégias que incluem atividades
de DPC na área da educação física. Essas atividades têm como destinatários não só professores
especialistas, mas também generalistas e mesmo professores de outras disciplinas interessados em
melhorar os seus conhecimentos e as suas competências nesta matéria. Estes cursos de DPC
revestem-se de grande importância, visto que incluem a prática de atividades físicas nas suas aulas
ao longo do dia escolar, e contribuem para que os participantes adotem uma abordagem em relação
à educação física que é transversal ao currículo.
Na Suécia, o programa ’valorização docente’ tem como objetivo proporcionar oportunidades de DPC aos professores que não
possuem as qualificações oficiais exigidas para as disciplinas que lecionam. No que respeita à educação física, esta iniciativa
disponibiliza diversos cursos destinados especificamente aos professores generalistas responsáveis pela disciplina de educação
física no ensino primário.
39
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Na Noruega, a estratégia nacional ‘competência para a qualidade’ visa encorajar os professores a melhorarem as suas
competências pedagógicas numa variedade de disciplinas, entre elas a educação física. O programa de DPC ‘EF 1’destina-se a
professores que não adquiriram uma especialização em educação física, e procura facultar-lhes conhecimentos que se prendem
com objetivos, conteúdos, organização e avaliação nesta disciplina. Para além disso, os professores são preparados para
encararem a atividade física como parte do quotidiano escolar e a educação física numa perspetiva interdisciplinar. O programa ’EF
2’ assenta no programa ’EF 1’ e tem como alvo os professores que já possuem uma qualificação em educação física. Os custos do
programa são suportados pelo governo, o município e pelos professores envolvidos.
As instituições que organizam programas ou cursos de DPC para professores de educação física
variam conforme os países. Na Bulgária, Áustria, Finlândia, Eslovénia e República Checa, os
principais promotores destas iniciativas são as instituições de ensino superior, embora neste último
país, bem como na Roménia, os professores possam ainda recorrer a centros de DPC e a formação
em serviço. Também as associações de professores de educação física cumprem essa função em
países a Bélgica (comunidade flamenga), e podem para este efeito contar com as redes de escola
(Portugal e Eslovénia).
Algumas destas instituições publicam material de apoio destinado aos professores de educação
física, como acontece em Portugal com a associação de professores de educação física que elabora
material didático com relevância pedagógica e cientifica nesta área. Na Alemanha e em Malta, os
cursos de DPC têm lugar nos próprios estabelecimentos de ensino, e em alguns Länder, são da
responsabilidade de consultores especialistas ou professores de educação física como já foi
mencionado.
40
CAPÍTULO 6: ATIVIDADES FÍSICAS E DESPORTIVAS EXTRACURRICULARES
Para além de implementarem a educação física como uma disciplina obrigatória no currículo escolar,
os países europeus tentam de variadas formas encorajar os jovens a serem fisicamente mais ativos
fora das horas letivas regulares. São-lhes dadas oportunidades para verem a atividade física e
desportiva como algo atrativo e acessível, e desta forma sentirem-se mais motivados para a
desfrutarem e a praticarem em maior número. Neste contexto, as atividades extracurriculares são
aquelas que são concebidas para os jovens em idade escolar e que decorrem fora do horário
normalmente consagrado ao currículo escolar (Capítulo 2).
As atividades extracurriculares visam os mesmos objetivos mencionados nas metas nacionais para a
educação física na escola. Em comparação com a oferta obrigatória da disciplina, o seu principal
objetivo é alargar ou complementar as atividades propostas no currículo central.
A primeira secção deste Capítulo examina como é organizada a oferta de atividades físicas
extracurriculares e quem participa nelas. A segunda secção cobre os principais grupos alvo e os tipos
de atividades propostas.
Em Chipre, a oferta de atividades físicas extracurriculares nas escolas é regulamentada pela lei.
Em Portugal, o programa de atividades de enriquecimento curricular, aprovado por lei, permite às escolas primárias (do 1.º ao 4.º
ano de escolaridade) oferecer várias atividades extracurriculares que complementam a educação física obrigatória.
De acordo com a legislação em vigor na Eslovénia, o currículo nacional para a educação física estipula que as escolas no ensino
primário e no ensino secundário inferior têm de oferecer atividades físicas extracurriculares e programas desportivos adicionais para
além das atividades curriculares.
Em diversos países, os ministérios fazem parcerias com outras autoridades públicas em diferentes
níveis e financiam o desenvolvimento de atividades extracurriculares. Muito frequentemente, essas
autoridades iniciam, organizam ou apoiam financeiramente competições e eventos desportivos a nível
nacional, regional e local.
A iniciativa ‘Deporte en edad escolar’ (‘desporto em idade escolar’) em Espanha é coordenada pelo Conselho Superior de
Desportos em colaboração com as Comunidades Autónomas, e visa promover atividades extracurriculares em escolas, clubes,
associações e outros organismos. Envolve atletas em idade escolar através de campeonatos nacionais, prémios desportivos e
bolsas, desenvolvendo esforços para encorajar os promotores escolares de atividades físicas e de desporto.
41
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Na França, esquiar na região dos Alpes ou velejar na zona atlântica não é fácil durante as aulas semanais de educação física. Por
essa razão, os professores têm muitas vezes a oportunidade de organizar estas atividades em dias consecutivos, sendo financiadas
maioritariamente pela sua região. As diferentes formas de apoio incluem equipamento, transporte, alojamento, etc.
Na Áustria, foi feito um acordo entre o Ministério da Educação e o Ministério do Desporto. São apoiadas competições a nível
nacional, regional e local em cerca de 30 modalidades desportivas.
As escolas na Eslováquia podem organizar grupos de interesse orientados para a prática de educação física. Os alunos em idade
escolar recebem “cheques escolares” do ministério que podem ser utilizados para apoiar financeiramente as atividades físicas dos
grupos.
No Reino Unido (Escócia), o Governo escocês investe no programa ’Active Schools’ (Escolas Ativas), dirigido pelo Sportscotland,
uma agência nacional do desporto, em parceria com as autoridades locais. O objetivo do programa é aumentar as oportunidades
para as crianças participarem em atividades físicas e desportivas e desenvolver ligações entre escolas, clubes desportivos e
desporto na comunidade local.
Na Croácia, foi legalmente instituída a Associação Nacional de Desporto Escolar, um órgão nacional para a promoção e
organização de diversas atividades desportivas nas escolas. Organiza campeonatos nacionais anuais que são geralmente
precedidos por competições locais e regionais organizadas pelos clubes desportivos das escolas e pelas associações desportivas
locais – organismos responsáveis a um nível mais baixo financiados pelas autoridades locais e regionais
Para além das autoridades públicas, inúmeros parceiros interessados na área do desporto, tais como
comités olímpicos, federações desportivas, associações e fundações, introduzem e contribuem para a
vasta oferta de atividades extracurriculares. Colaboram, inevitavelmente, com as escolas na
organização e na implementação destas atividades.
Na Letónia, as atividades extracurriculares são organizadas em cooperação com organismos tais como a Federação Nacional de
Desporto Escolar, assim como com autoridades locais.
O Conselho Desportivo de Malta proporciona atividades extracurriculares seja durante o horário escolar seja fora. Trabalha com
clubes desportivos para promover um ensino de qualidade para todos os alunos na escola. As federações desportivas organizam
atividades para jovens atletas após o horário escolar e aos fins de semana.
As competições de desporto escolar na Eslovénia envolvem alunos, professores, pais e escolas, juntamente com pessoas
responsáveis pelo desporto a nível local, bem como associações e organizações desportivas.
Para além das diversas iniciativas de caráter descendente (de topo para a base), muito
frequentemente são as escolas as primeiras a propor, a organizar e a apoiar financeiramente as
atividades extracurriculares, com a ajuda dos alunos, pais e voluntários. A oferta de atividades
extracurriculares pode ser incluída, por exemplo, em projetos educativos e planos de ação dos
professores ou das escolas. Estes projetos podem ter em conta, de forma mais eficaz, as
necessidades e interesses individuais dos jovens na escola e refletir mais eficazmente as
circunstâncias geográficas, financeiras ou outras com que as escolas se deparam. Em muitos países
são criados clubes de desporto nas escolas por estas mesmas razões. Estes clubes desempenham
um papel importante na organização de atividades extracurriculares e oferecem uma ampla variedade
de disciplinas desportivas em função dos recursos financeiros, materiais, técnicos e humanos de que
dispõem, assim como dos interesses e aptidões dos jovens participantes.
A Associação de Clubes de Desporto Escolar na República Checa organiza cursos específicos de educação física nas escolas e
competições escolares desde o nível interescolar até ao nível nacional. A Associação permite aos melhores alunos participar em
competições internacionais.
Na Estónia, é organizada desde 1981 uma competição anual de ginástica com a duração de dois dias no Gymnasium alemão de
Tallinn. Todos os alunos do 2.º ao 4.º anos de escolaridade praticam em conjunto, enquanto os que frequentam entre o 5.º e o 12.º
ano de escolaridade praticam individualmente ou em equipas. Os atletas que competem são selecionados pelos próprios alunos,
sendo que os pais e os antigos alunos desempenham o papel de júri. A competição é transmitida na televisão nacional.
42
Capítulo 6: Atividades Físicas e Desportivas Extracurriculares
Na Hungria, uma escola que abranja pelo menos quatro anos de escolaridade tem de assegurar o funcionamento de um clube de
desporto escolar.
Alguns países implementam programas desportivos direcionados especificamente para esses grupos
de crianças de forma a melhor compreender e responder às suas necessidades, contribuindo para
que sejam plenamente aceites no seio da sociedade.
Na Bélgica (comunidade flamenga), a Fundação Flamenga para o Desporto Escolar oferece um amplo leque de atividades
extracurriculares (tais como treinos extraordinários durante as tardes de quarta-feira, competições e eventos desportivos), incluindo
atividades para crianças com necessidades educativas especiais.
A Grécia tem vindo a implementar programas que apoiam a participação ativa das crianças com necessidades educativas especiais
em eventos desportivos. Os programas visam modificar as perceções sociais sobre a deficiência e encorajar a diversidade.
A Espanha lançou um programa de atividades desportivas organizadas, as quais prestam uma atenção especial à diversidade e à
integração de crianças, independentemente das suas dificuldades. O programa também visa a integração de raparigas, imigrantes e
crianças portadoras de deficiência.
Vários países destacam medidas especiais que permitem aos jovens atletas mais promissores
praticar o seu desporto preferido, a um nível avançado, nas escolas do ensino regular.
Na Dinamarca, as escolas podem candidatar-se a um perfil de apoio ao desporto. Tais escolas proporcionam aos alunos agrupados
dentro da mesma faixa etária quatro aulas suplementares de treinos durante o horário letivo e duas vezes por semana. Este perfil é
obtido em cooperação com a Team Denmark.
No Listenstaine, foi iniciado o projeto ‘Desporto Escolar do Listenstaine’ nas escolas de ensino secundário regular em Schaan
(níveis CITE 2 e 3). Este projeto assegura condições especiais aos alunos que ambicionam por ter uma carreira em desportos de
competição, organizando e adaptando os dias escolares de forma a permitir aos alunos um treino regular e supervisionado por um
treinador de um clube duas vezes por dia.
43
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Determinados países criam medidas especiais para jovens atletas dotados, envolvendo os seus pais,
as escolas ou as autoridades públicas, de forma a conciliar as exigências do ensino regular com os
treinos e as competições desportivas.
Na Bélgica (comunidade francesa), uma lista de atividades desportivas e de coortes etárias é preparada, enquanto uma comissão
especial elabora uma lista de jovens reconhecidos como atletas de alto nível. O governo confirma as listagens propostas pela
comissão e, pelo menos duas vezes por ano, determina a duração deste tipo de reconhecimento (até ao limite máximo de dois
anos).
De acordo com a lei vigente, na Eslovénia, os alunos que são futuros atletas podem adquirir um estatuto especial. A escola e os
pais assinam um acordo em que definem os ajustamentos em relação ao trabalho escolar (em termos de avaliação e frequência,
etc.). As escolas básicas (CITE 1 e 2) devem possuir regras que especificam os procedimentos para obter este estatuto especial.
A participação nestes eventos é muitas vezes possível a partir dos primeiros anos do ensino primário.
Em geral, as competições vão desde o nível escolar, local e regional até ao nível final que é nacional,
e muitas vezes os jovens atletas são apurados para participarem em eventos internacionais. A
preparação para estas competições envolve inúmeras e variadas sessões de treino, requerendo do
atleta uma motivação e satisfação a longo prazo relativamente à participação ativa no desporto. As
competições podem ser financiadas por recursos públicos ou por patrocinadores privados (ou
ambos). O trabalho voluntário também contribui para a sua organização. Em alguns países, as
competições podem basear-se em tradições antigas ou serem vistas como eventos nacionais ou
internacionais importantes, assinaladas com as suas próprias cerimónias de abertura e de
encerramento ao estilo olímpico.
Efetivamente, o espírito olímpico tem sido inspirador de eventos deste tipo, tanto para participantes
como para organizadores.
O Chipre estabeleceu um programa olímpico que procura inspirar os alunos a participar no maior número de desportos possível, e
também destacar o impacto positivo do desporto e da participação desportiva enquanto compromisso para uma vida ativa. O
Programa Educativo Olímpico promove os valores e os ideais olímpicos.
Na Alemanha, a Fundação Nacional do Desporto Escolar e os Länder financiam a iniciativa Jugend trainiert für Olympia (Os Jovens
Treinam para os Jogos Olímpicos), na qual as equipas das escolas competem em 17 modalidades olímpicas a nível local e regional.
A competição final a nível nacional é financiada pelo governo federal. Um dos principais objetivos desta competição é apoiar a
prática desportiva para além da escolaridade obrigatória.
Os países que acolheram recentemente os Jogos Olímpicos (Grécia e Reino Unido) implementaram
ações especiais ligadas aos Jogos Olímpicos de Verão em 2004 e 2012.
44
Capítulo 6: Atividades Físicas e Desportivas Extracurriculares
A Grécia implementou um programa de visitas pedagógicas aos recintos dos Jogos Olímpicos de 2004, sendo que os alunos
podem, também, praticar várias atividades físicas nas instalações olímpicas.
Durante o período preliminar dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o Reino Unido (Inglaterra) introduziu a ação Schools Games
(Jogos Escolares) para motivar e inspirar milhões de jovens em todo o país a participar em desportos escolares mais competitivos.
Os jogos têm tido continuidade após o verão de 2012.
Os principais objetivos das escolas de nível CITE 1 envolvidas no ‘Programa Pessoa’ em Portugal são a promoção de um
comportamento saudável em termos de alimentação, e o aumento da atividade física de forma a prevenir a obesidade através de
uma metodologia especial. A intervenção também inclui um programa educativo sobre saúde e peso para os pais, concebido para
incentivar escolhas saudáveis no seio da família.
A Islândia adotou um projeto conhecido como ‘Escolas Promotoras de Saúde’. Toda a escola (incluindo crianças e professores) é
envolvida no desenvolvimento de uma prática de promoção da saúde, a qual incorpora elementos como a alimentação e higiene
oral, motricidade e segurança, a promoção da saúde mental e um estilo de vida saudável de um modo geral.
Em Chipre, o programa-piloto ‘Pausas Letivas Ativas’ encoraja as crianças a participar em atividades físicas – e especialmente não
competitivas – durante os intervalos letivos. O seu principal objetivo é reduzir a violência escolar e a intimidação (bullying).
Na Áustria, o programa ‘Die 4 besten 5’ promove cinco exercícios durante um período de quatro semanas. As atividades podem ser
realizadas antes, durante ou após as aulas e destinam-se a aumentar a concentração dos alunos.
Na Finlândia, um programa conhecido como ‘Escolas Finlandesas em Movimento’ coordena novos e existentes modelos de ação
que tornam o dia escolar mais ativo fisicamente. O projeto destina-se a aumentar a atividade física durante os dias de escola.
Na Eslovénia, as escolas podem organizar intervalos mais longos destinados a atividades físicas. As crianças deixam a sala de
aula e participam em várias atividades no recreio exterior da escola ou no ginásio.
45
CAPÍTULO 7: REFORMAS PLANEADAS
Cerca de um terço dos países europeus abrangidos pelo presente relatório encontram-se atualmente
envolvidos em reformas ou debates nacionais diretamente ligados quer ao desporto praticado pela
sociedade em geral quer à educação física na escola. Este capítulo centra-se nas reformas para os
quatro domínios que se seguem:
Em alguns países, as reformas são abrangentes e integram diversos aspetos da educação física
em simultâneo. Na Hungria, por exemplo, uma nova reforma aborda o currículo central, o DPC e os
equipamentos de desporto escolar. A Finlândia prevê o aumento da carga horária consagrada à
educação física e a promoção da especialização docente nesta disciplina.
Na Letónia, as novas recomendações estratégicas em matéria de desporto abrangem o período de 2013 a 2020 e centram-se nos
seguintes tópicos: desporto para crianças e jovens, desporto para todos, desporto de elite, desporto para pessoas portadoras de
deficiência, orientação médica e cuidados de saúde, e infraestruturas e financiamento para o desporto. Esta estratégia também
determina o papel do Estado na modernização das instalações para jovens atletas promissores, no planeamento e na utilização de
todos os tipos de recursos no desporto, e na promoção de investigação científica na área do desporto. Os principais grupos alvo
incluem crianças e jovens, praticantes de desporto, especialistas na área do desporto e atletas.
A vigorar a partir de 2013, a Áustria está a trabalhar numa nova estratégia para promover a saúde e a condição física em todos os
tipos de escola. Esta estratégia abrange questões como a saúde física e mental dos alunos, apoio médico na escola e melhoria das
infraestruturas desportivas. Uma das suas preocupações centrais é a melhoria da condição física das crianças e jovens através da
inclusão de atividades de fitness nas disciplinas normais, da melhoria da qualidade da educação física e do estímulo à cooperação
com as federações de desporto.
A Roménia lançou uma nova estratégia para a organização e desenvolvimento do sistema de educação física e desporto para o
período de 2012–2020. Entre os principais objetivos desta estratégia encontram-se: melhorar a educação, saúde e socialização dos
cidadãos através do seu envolvimento em atividades físicas e desportivas; melhorar a educação física na escola através da
atribuição da carga horária apropriada; e modernizar e melhorar a formação de professores de educação física.
Uma iniciativa recentemente lançada em Chipre visa, em concreto, incentivar alunos do ensino
secundário a praticarem atividades desportivas numa base extracurricular:
Em virtude dos resultados de investigações realizadas, que revelam que o estado de saúde dos alunos em Chipre é alarmante, o
Ministério da Educação e Cultura, em colaboração com a Organização de Desportos cipriota, está a planear a consolidação de um
46
Capítulo 7: Reformas Previstas
programa de atividades físicas direcionado para alunos do ensino secundário, a realizar no período da tarde. Serão constituídos
clubes desportivos em dez escolas-piloto no ano 2014, com o fim de encorajar mais alunos a praticar atividades físicas que
conduzam a uma melhoria do seu estado geral de saúde.
O Chipre e o Reino Unido (Inglaterra) são dois bons exemplos, na medida em que a revisão curricular
empreendida nestes países definiu metas mais precisas, expectativas e resultados esperados de
aprendizagem, para a disciplina de educação física.
Em Chipre, o novo currículo para a disciplina de educação física no ensino primário tem vindo a ser gradualmente implementado
desde 2011/12. O documento revisto é claro e objetivo já que define com precisão as metas a alcançar e quais os indicadores de
sucesso. Além disso, contém um vasto leque de atividades destinadas a crianças de várias idades, o que permite aos professores
um planeamento mais eficaz do seu trabalho.
No Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, e Irlanda do Norte), o currículo revisto, disponibilizado para consulta pública em
Fevereiro de 2013, e com a entrada em vigor prevista para Setembro de 2014, mantém a educação física como disciplina
obrigatória, com a expectativa de que todas as crianças possam aprender a nadar. Além disso, enfatiza o desporto de competição.
No entanto, propõe um plano de estudos mais reduzido e mais focado nos conhecimentos e competências essenciais. Tal permite
que as escolas tenham mais liberdade na elaboração dos seus próprios currículos de forma a irem ao encontro das necessidades
mais prementes dos alunos.
Portugal e Finlândia são dois países onde o planeamento das reformas curriculares prevê a atribuição
de maior importância à educação física. Enquanto Portugal pretende alargar a educação física
obrigatória a todos os anos do ensino primário, a Finlândia pretende aumentar a carga horária letiva
alocada à disciplina em toda a escolaridade obrigatória.
Em Portugal não existe, ao nível do ensino primário (do 1.º ao 4.º ano de escolaridade), uma disciplina obrigatória especificamente
dedicada à educação física. Contudo, a área disciplinar ‘Expressões’ inclui a prática de atividades físicas. Este país tem vindo a
desenvolver um projeto-piloto com o intuito de alargar o programa de educação física a todos os anos do ensino primário. A sua
finalidade prende-se com a redução de comportamentos sedentários e o desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis.
Na Finlândia, um novo programa governamental visa reforçar o ensino da educação física a partir do ano escolar de 2016/17. Neste
sentido, o Ministério da Educação avançou com uma proposta para o aumento do tempo anual consagrado a esta disciplina, ao
longo de toda a escolaridade obrigatória (do 1.º ao 9.º ano de escolaridade). Esse acréscimo corresponderá a um aumento de uma
média de 57 para 63 horas por ano (ver Capítulo 3).
As reformas curriculares na Grécia e na Turquia visam não apenas aumentar a carga horária letiva
em educação física, mas também ampliar e variar o seu conteúdo, complementando os desportos
tradicionais praticados na escola com novas atividades. Além disso, estas reformas são conducentes
a uma maior autonomia das escolas no que respeita à organização da disciplina, tanto no âmbito do
currículo como nas atividades extracurriculares.
Na Grécia, a carga horária letiva semanal consagrada à educação física nos primeiros quatro anos do ensino primário, será
duplicada nas escolas primárias integradas no projeto-piloto (ll-day pilot primary schools) que compreende a implementação de um
currículo reformado e unificado. Estas escolas são convidadas a incluir módulos com novas formas de expressão corporal (e. g. hip
hop e jazz), e a aplicar uma abordagem transdisciplinar de modo a articular estas atividades com outras disciplinas. Além disso, os
professores de educação física podem utilizar estes novos métodos na preparação de atividades extracurriculares, tais como
eventos e apresentações escolares.
47
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Na Hungria, desde o ano letivo 2012/13, tem vindo a ser implementada, de forma gradual, uma nova reforma. As mudanças
propostas conduzirão a um aumento da carga horária letiva obrigatória alocada à educação física, permitindo que os alunos
pratiquem desporto e atividades físicas cinco vezes por semana. No ensino secundário inferior, a carga horária letiva atribuída à
disciplina será duplicada. Além do mais, novas e flexíveis alocações de tempo permitirão às escolas a inclusão nos seus currículos
de formas alternativas de atividade física como dança, natação e equitação. Das cinco aulas semanais, duas podem ser utilizadas
para estas atividades que, em determinados casos, podem mesmo ser desenvolvidas em clubes desportivos escolares.
Quatro países encontram-se em fase de revisão no que concerne aos seus padrões e abordagens de
avaliação dos resultados de aprendizagem esperados em educação física. Tal iniciativa visa
normalizar e facilitar o processo de avaliação bem como simplificar a comparação dos resultados. Em
França, por exemplo, país onde as escolas são atualmente responsáveis pela elaboração de escalas
de avaliação para a educação física (capítulo 4), um novo instrumento de avaliação possibilitará uma
comparação a nível nacional dos resultados desportivos dos alunos.
Na República Checa, encontra-se em fase de preparação um conjunto de normas para a educação física (e para outras disciplinas)
com vista a melhorar a avaliação dos resultados da aprendizagem dos alunos. Essas normas incluirão indicadores detalhados sobre
os resultados esperados com exemplos da avaliação.
A França dispõe de uma lista de atividades desportivas e de competências correspondentes, identificadas a nível nacional, que
funciona como base de referência para os programas de educação física de cada instituição. Recentemente, foi criado um novo
quadro de avaliação que define, por exemplo, critérios e notas ou pontos para cada uma das atividades desportivas no final do
ensino secundário inferior. Tal não só permite uma avaliação mais rigorosa dos alunos, como possibilita uma comparação entre
escolas a nível nacional. Um dos objetivos é estabelecer um nível de proficiência em educação física comum a todo o país. Este
projeto de avaliação a nível nacional está a ser testado pela primeira vez no ano letivo 2012/13.
A Áustria passa por um processo de implementação de diretrizes que definem quais os níveis a atingir em educação física no 8.º
ano de escolaridade. Estes níveis referem-se a competências pessoais, sociais e desportivas, e a sua implementação prática deverá
permitir a identificação de soluções para os alunos cujo desempenho não é satisfatório.
Desde 2013, Portugal tem vindo a implementar a ‘Plataforma FitEscola’ de modo a proporcionar a todas as escolas as ferramentas
necessárias para a aplicação de uma bateria de testes destinados a avaliar as aptidões físicas dos alunos.
Na Finlândia, o reforço no ensino da educação física e o aumento da carga horária propostos num novo programa governamental,
assim como o envelhecimento de professores no país, resultou numa maior necessidade de professores qualificados para a
disciplina. Por força desses motivos, os professores têm sido incentivados a especializarem-se nesta área, enquanto são criadas
novas oportunidades de emprego e envidados esforços no sentido de atrair alunos para a profissão.
Três países estão atualmente a implementar ou a planear reformas nos currículos centrais para a
disciplina de educação física, reformas essas que irão afetar o DPC dos seus docentes. Com o objetivo
de facilitar a implementação das reformas, os professores têm vindo a receber apoio na realização de
determinadas atividades ou a frequentar cursos no âmbito do DPC relacionados com as referidas
alterações curriculares. Tal aplica-se à Estónia, a Chipre e a Malta, onde reformas curriculares para a
48
Capítulo 7: Reformas Previstas
educação física têm vindo a ser gradualmente implementadas desde 2011/12 (ver secção 5.3), e ainda
à Hungria, que prevê mudanças nesta área com efeitos a partir de 2012/13 (ver secção 7.2).
Na Hungria, a disponibilidade e a qualidade das infraestruturas desportivas nas escolas depende muito da situação financeira de
cada município, daí que as diferenças de uma escola para outra, no acesso ao exercício físico organizado e a instalações
desportivas, sejam significativas. De modo a garantir a igualdade de oportunidades no que respeita à prática do desporto e a um
ensino de qualidade em todas as escolas, a responsabilidade operacional pelas infraestruturas escolares em municípios pequenos
(com uma população inferior a 3 000 habitantes), foi transferida das escolas para o governo a 1 de Janeiro de 2013.
49
GLOSSÁRIO, BASES DE DADOS ESTATÍSTICAS E REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BG Bulgária FI Finlândia
FR França HR Croácia
CY Chipre IS Islândia
LV Letónia TR Turquia
MT Malta LI Listenstaine
AT Áustria CH Suíça
Código estatístico
51
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Convenções internacionais
DPC Desenvolvimento Profissional Contínuo
EF Educação Física
Classificações
Classificação Internacional Tipo da Educação (CITE 1997)
A Classificação Internacional Tipo da Educação (CITE) é um instrumento que permite a compilação
de estatísticas sobre educação a nível internacional. Integra duas variáveis de classificação cruzada:
as áreas de estudo e os níveis de ensino, com as dimensões complementares da orientação (geral,
profissional ou pré-profissional) e da finalidade (ingresso noutro nível de ensino ou no mercado de
trabalho). A atual versão, CITE 97 ( 3) distingue sete níveis de educação e ensino. Empiricamente, o
CITE presume a existência de diversos critérios que podem auxiliar no processo de atribuição de
programas de educação a níveis de ensino. Consoante o nível e o tipo de ensino em causa, é
necessário estabelecer um sistema de hierarquização dos critérios principais e complementares
(qualificação normalmente exigida para o ingresso, requisitos mínimos de admissão, idade mínima,
qualificação do pessoal, etc.).
CITE 1: Ensino Primário
Nível de ensino que geralmente se inicia entre os 4 e os 7 anos de idade, obrigatório em todos os
países e que tem normalmente uma duração de 5 a 6 anos. Em Portugal, corresponde aos 1.º e 2.º
ciclos do ensino básico.
CITE 2: Ensino secundário inferior
Este nível dá continuidade aos programas de base do ensino primário, embora a estrutura do ensino
seja, normalmente, mais orientada para as disciplinas. Em geral, o final deste nível coincide com o fim
da escolaridade obrigatória. Em Portugal, corresponde ao 3.º ciclo do ensino básico.
CITE 3: Ensino secundário superior
Este nível de ensino inicia-se habitualmente no final da escolaridade obrigatória. A idade de admissão
situa-se, normalmente, entre os 15 e os 16 anos. Em geral, são necessárias qualificações de ingresso
(conclusão da escolaridade obrigatória) e outros requisitos mínimos de admissão. O ensino tem,
frequentemente, uma estrutura mais orientada para as disciplinas do que no nível CITE 2. A duração
normal do nível CITE 3 varia entre dois e cinco anos. Em Portugal, corresponde ao ensino
secundário.
(3) http://www.uis.unesco.org/ev.php?ID=3813_201&ID2=DO_TOPIC
52
Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Referências Bibliográficas
Definições
Currículo (ou programas de estudo) refere-se a 'documentos de orientação' que, no contexto do
presente documento, se definem como: diferentes tipos de documento oficiais que contêm
orientações, deveres e/ou recomendações para a disciplina de educação física e para as instituições
educativas. Podem existir ao mesmo tempo diversos tipos de documentos orientadores para a
disciplina de educação física.
Horário flexível:
Significa que a carga horária a atribuir às diferentes disciplinas obrigatórias não foi fixada ou que,
para além da carga horária fixada para as referidas disciplinas, o currículo prevê um número de horas
que os alunos ou as escolas podem consagrar às disciplinas da sua opção.
Professor generalista
Professor qualificado para lecionar todas (ou quase todas) as disciplinas do currículo, incluindo
educação física. Estes professores são responsáveis pelo ensino da disciplina de educação física,
independentemente de terem ou não recebido qualquer formação neste campo.
Professor especialista
Um professor qualificado para ensinar uma ou duas disciplinas diferentes. Para um professor
especialista em educação física, tal pode incluir a lecionação de educação física apenas ou de
educação física e de uma outra disciplina.
Estratégia
Um plano ou método de abordagem desenvolvido normalmente pelo governo nacional/regional num
esforço para atingir com sucesso uma meta ou um objetivo global. Uma estratégia não menciona
necessariamente ações concretas.
53
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Referências Bibliográficas
EACEA/Eurydice, 2011. The structure of the European education systems 2011/12: schematic
diagrams. Bruxelas: Eurydice.
Comissão Europeia, 2007a. Livro Branco sobre o Desporto. COM(2007) 391 final. [pdf] Disponível
em: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2007:0391:FIN:PT:PDF
[Acedido a 22 outubro 2013].
54
ANEXO
Bulgária
Estratégia nacional
República Checa
Estratégia nacional
Dinamarca
Estratégia nacional
55
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Alemanha
Iniciativas em larga escala
Preparação de jovens para os Jogos Olímpicos (Jugend trainiert für Olympia), desde 1969
http://www.jtfo.net/home/
Com 800 000 crianças e jovens a competir, o campeonato nacional de equipas escolares é considerado a maior competição de
desporto escolar no mundo. É organizado sob os auspícios do Presidente da República Federal da Alemanha.
A preparação de jovens para os Jogos Olímpicos abarca competições em 17 modalidades olímpicas e baseia-se numa formação de
base muito abrangente, sessões de treino variadas, uma motivação e satisfação a longo prazo com o desempenho desportivo,
assim como na promoção de trabalho voluntário. O evento envolveu mais de 25 milhões de crianças e jovens desde 1969, e mais
2,3 milhões de professores e supervisores. A participação está aberta a partir do primeiro ano do ensino primário até ao Abitur
(exame geral de acesso ao ensino superior).
Preparação de Jovens para os Jogos Paralímpicos (Jugend trainiert für Paralympics), desde 2010
http://www.jtfp.de
A iniciativa teve início como um projeto-piloto em 2010 e 2011 e foi implementada numa base anual. Em 2012, cerca 300
participantes estiveram envolvidos nas finais nacionais. No futuro, as finais nacionais de 'Preparação de Jovens para os
Paralímpicos' e de 'Preparação de Jovens para os Jogos Olímpicos' irão decorrer em três eventos nacionais conjuntos nas
seguintes seis categorias: futebol, atletismo, natação, basquetebol em cadeira de rodas, ténis de mesa e esqui de fundo.
Estónia
Iniciativa em larga escala
Para todas as crianças entre o 1.º e o 12.º ano de escolaridade, incluindo os seus pais:
• Dias desportivos e atividades (atletismo (pista e corta-mato), provas de bicicleta e skateboarding, etc.) ao ar livre;
• Caminhadas (para aprender sobre a natureza na vizinhança da escola, como sobreviver na natureza e debater ideias
sobre o ambiente local e o desenvolvimento sustentável).
Destina-se a todas as crianças entre o 1.º e o 12.º ano de escolaridade e visa promover os desportos de inverno (esqui, skate, trenó,
caminhada, etc.) e estimular novas ideias para atividades de cooperação no inverno.
Destina-se a todas as crianças entre o 1.º e o 12.º ano de escolaridade e visa promover as atividades desportivas (caminhada,
passeio, corrida, ciclismo, patinagem, etc.) ao ar livre.
56
Anexo
Grécia
Iniciativas em larga escala
Programa de Educação e Desportos no Estádio Panathinaico e na Olímpia Antiga
Atletismo ‘Júnior' (CITE 1)
http://et.diavgeia.gov.gr/f/minedu/ada/45%CE%A0%CE%919-%CE%9D%CE%9A9
http://et.diavgeia.gov.gr/f/minedu/ada/%CE%92%CE%9F%CE%96%CE%969-%CE%9D%CE%9D%CE%97
Inclui visitas ao Estádio Panathinaico onde as crianças do ensino primário podem participar em várias atividades desportivas.
Espanha
Estratégia nacional
Plano integral para a atividade física e o desporto (Plan integral para la actividad física y el deporte), 2010-20
http://www.csd.gob.es/csd/estaticos/plan-integral/LIBRO-PLAN-AD.pdf
O plano destina-se a promover o acesso universal ao desporto de qualidade para toda a população. O Governo espanhol é obrigado
a difundir e a distribuir informação sobre atividade física, desportos e atividades recreativas.
Este plano contempla quatro objetivos principais, um dos quais é ‘desenvolver o desporto em idade escolar’. Promove a educação
física no currículo e as atividades físicas e desportivas no sistema educativo; também estende a sua implementação aos projetos
educativos de escola, em coordenação com outras partes interessadas.
Plano integral para a atividade física e o desporto em idade escolar (Plan integral para la actividad
física y el deporte en edad escolar), 2010-20
http://www.csd.gob.es/csd/estaticos/plan-integral/escolar.pdf
Este plano emana do plano integral geral. Visa a promoção de desportos e de atividades físicas de qualidade entre as crianças em
idade escolar (dos 3 aos 18 anos de idade), incluindo a oferta nas escolas e nos clubes desportivos ou outras entidades e
organizações sociais. Inclui os objetivos gerais, as principais linhas de ação estratégicas e uma lista de projetos específicos,
medidas e iniciativas a desenvolver (juntamente com as etapas e calendarização) por ordem de prioridade, assim como uma lista de
indicadores para a sua avaliação.
57
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
http://www.csd.gob.es/csd/promocion/deporte-escolar/2022-centros-escolares-promotores-de-la-actividad-fisica-y-el-
deporte-subvenciones-a-comunidades-autonomas-para-su-desarrollo/view?set_language=en&cl=en
Esta iniciativa visa o desenvolvimento de centros educativos que promovam a educação física e o desporto. Para além disso, é
disponibilizado um guia para ajudar as escolas a criar o seu próprio Plano de Desporto Escolar, e apoiar medidas existentes para
melhorar o currículo de educação física.
Irlanda
Iniciativa em larga escala
Itália
Iniciativas em larga escala
Projeto de Literacia Motora (Alfabetizzazione motoria), entre os anos letivos de 2009/10 e 2012/13
http://www.alfabetizzazionemotoria.it/
O objetivo do projeto é melhorar as capacidades motoras e cognitivas e a saúde dos pré-adolescentes. Para tal, o docente da
escola é apoiado por um assistente titular de um diploma em Ciências Motoras, condição para lecionar 30 horas de educação física
na escola primária.
O sítio de Internet do projeto disponibiliza informações, materiais e documentos de estudo. Uma parte da plataforma é dedicada à
recolha de dados para uma futura análise estatística. Desde o ano letivo de 2009/10 que são promovidos seminários a nível
nacional e regional onde são prestadas informações específicas.
Jogos Desportivos Estudantis (Giochi Sportivi Studenteschi), desde o ano letivo de 2010/11
http://hubmiur.pubblica.istruzione.it/web/istruzione/giochi-sportivi-studenteschi
Os Jogos Desportivos Estudantis (GSS) dirigem-se a alunos que frequentam escolas públicas, assim como escolas de ensino
primário e de ensino secundário inferior e superior que sejam oficialmente reconhecidas. Adicionalmente, os GSS desenvolvem o
trabalho realizado pelos professores de educação física. A abordagem à prática extracurricular de desportos também consolida o
desenvolvimento dos alunos enquanto seres humanos. As federações desportivas contribuem para as finais nacionais do GSS em
termos de organização e de financiamento.
58
Anexo
Chipre
Iniciativas em larga escala
O Programa de Educação Olímpica, desde 2006
http://www.schools.ac.cy/klimakio/Themata/Diathematika/Olym_paideia/index.htm
Este programa foi criado sob os auspícios do Ministério da Educação e Cultura e do Comité Olímpico do Chipre. Destina-se a
crianças e jovens entre os 6 e os18 anos de idade. O programa promove os valores e os ideais olímpicos.
Plano Nacional de Prémios para o Desporto Escolar, Setembro 2010 a Maio 2013
http://www.moec.gov.cy/en/
Existem dois tipos de recompensas: 1. Emblema Desportivo do Aluno – os requisitos para obter este prémio são a realização de um
exercício de 15 minutos de aeróbica (corrida e/ou marcha), e a participação em, pelo menos, 20 horas de atividades físicas por mês.
2. Bandeira do Desporto Escolar – para conquistarem este prémio, as unidades escolares (estabelecimentos de ensino) têm de
comprovar que 45% dos alunos da escola receberam um emblema desportivo. Nesse caso, a bandeira é atribuída ao
estabelecimento, que conquistou o direito de exibir a bandeira durante o período de três anos.
Os principais objetivos da iniciativa são fomentar as atividades físicas benéficas para a saúde e aumentar o tempo que os alunos
consagram à atividade física dentro e fora do contexto escolar, bem como o número de alunos envolvidos nessas atividades. O
Plano foi concebido para o nível CITE 2.
Letónia
Estratégia nacional
Orientações de Política Desportiva para os anos 2004 a 2012 e Programa Nacional de
Desenvolvimento do Desporto para os anos 2006 a 2012
http://izm.izm.gov.lv/upload_file/Sports/IZM_190710_SPP.pdf
Os cinco principais objetivos são 1) desportos para crianças e jovens, 2) desporto de elite, 3) desporto para todos, 4) desporto para
pessoas portadoras de deficiência e 5) instalações desportivas. A política desportiva para crianças e jovens visa oferecer a cada
jovem a oportunidade de participar no desporto, determinar a responsabilidade do Estado relativamente à oferta obrigatória de
educação física, contribuir para melhorar o desempenho de jovens atletas talentosos e garantir o planeamento e a utilização de
todos os tipos de recursos para as atividades desportivas destinadas às crianças e jovens.
Lituânia
Estratégia nacional
Estratégia de Desenvolvimento do Desporto, 2011-20
http://tar.tic.lt/Default.aspx?id=2&item=results&aktoid=22FA25A7-8395-4B1F-B6EB-5149504F601C
As principais missões ligadas à educação física traduzem-se no acréscimo do número de aulas semanais de educação física seja
no ensino formal ou no ensino informal, e na promoção da utilização das instalações desportivas existentes nos estabelecimentos
educativos.
59
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Malta
Estratégia nacional
Repensar o Desporto: rumo ao Desenvolvimento Pessoal, Saúde e Sucesso, desde 2007
http://www.sportmalta.org.mt/userFiles/Sport%20Strategy%202007.pdf
Os principais objetivos são a promoção de programas para crianças e pais, com o fim de alcançar um nível mais elevado de
participação nas atividades desportivas e o desenvolvimento da literacia, assim como um estilo de vida mais saudável entre as
crianças.
Áustria
Estratégia nacional
Estratégia para a Saúde da Criança, desde 2011
http://bmg.gv.at/home/Schwerpunkte/Praevention/Eltern_und_Kind/Kindergesundheitsstrategie
Os principais objetivos ligados à educação física e ao desporto são: melhorar as competências básicas das crianças e dos
adolescentes; utilizar a educação de forma positiva como um fator chave que influencia a saúde; encorajar e permitir que os jovens
pratiquem exercícios físicos; e desenvolver hábitos de alimentação saudáveis entre eles.
60
Anexo
Polónia
Estratégia nacional
Estratégia de Desenvolvimento do Desporto na Polónia, 2007-15
http://www.cie.gov.pl/HLP%5Cfiles.nsf/0/D0E768D1C8CB4F1EC1257346002D1779/$file/Strategia_rozwoju_sportu_2015.pd
f?Open
O principal objetivo desta estratégia é uma sociedade ativa e em boa forma física. Inclui uma secção sobre a condição física das
crianças e dos jovens. O desenvolvimento do desporto centra-se na educação física obrigatória assim como nas atividades e nos
desportos extracurriculares.
Portugal
Estratégia nacional
Desporto escolar, 2009-13
http://www.desportoescolar.min-edu.pt/institucional.aspx
Trata-se de um instrumento essencial de promoção da saúde, do desporto e das atividades físicas em geral, assim como de
integração social e de prevenção do insucesso escolar. Os seus objetivos estratégicos centram-se, entre outros, no aumento do
leque de oportunidades para praticar atividades físicas de qualidade em todas as escolas.
Roménia
Estratégia nacional
Protocolo entre o Ministério da Educação, o Comité Olímpico e a Agência de Juventude e Desportos,
2008-12
http://www.edu.ro/index.php/pressrel/8297
O objetivo geral deste Protocolo é conseguir uma melhoria da saúde da população através do envolvimento dos alunos e dos
estudantes em atividades desportivas. A recomendação implica a prática de um mínimo de três horas semanais de educação física
e de desporto nas escolas. O Protocolo visa o acréscimo do número de competições desportivas. Também pretende criar um registo
nacional para o controlo biométrico da população escolar, o qual deverá revelar as tendências pertinentes de uma geração para
outra.
61
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Eslovénia
Estratégia nacional
62
Anexo
Eslováquia
Estratégia nacional
O conceito de desenvolver atividades físicas entre as crianças e os jovens, 2011
http://www.minedu.sk/sportovanie-deti-ziakov-a-studentov/
O objetivo do Conceito é desenvolver uma atitude positiva em relação às atividades físicas ao longo da vida entre crianças e jovens.
Para além disso, propõe uma melhoria dos currículos de educação física e um aumento da carga horária letiva. O grupo alvo são
crianças e jovens entre os 6 e os18 anos de idade.
Finlândia
Iniciativa em larga escala
Escolas Finlandesas em Movimento, 2010-15
http://www.liikkuvakoulu.fi/
Este projeto coordena novos modelos de ação e outros já existentes concebidos para tornar o dia escolar mais ativo fisicamente.
Pretende um incremento da atividade física ao longo do dia escolar, seja a caminho da escola, durante os intervalos ou através da
inclusão de atividades físicas nas diversas disciplinas escolares.
63
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
'5x60', 2009-20
http://www.sportwales.org.uk/community-sport/education/5x60.aspx
O programa visa aumentar o número de alunos do ensino secundário que participam em desportos ou atividades físicas durante 60
minutos, pelo menos cinco vezes por semana. Aumenta as oportunidades para a prática de desportos extracurriculares e de
sessões de atividades físicas para crianças do ensino primário e complementa a oferta existente para desportos e educação física
nas escolas. Oferece um leque de atividades para todas as crianças independentemente das aptidões. Um princípio chave é que as
próprias crianças devem escolher as atividades em que se querem envolver, as quais incluem desportos competitivos, atividades
informais como a dança e a aeróbica, atividades com treinador e atividades ao ar livre.
Educação Física & Desporto Escolar (PE& School Sport) (PESS), desde 2000
http://www.sportwales.org.uk/community-sport/education/pe--school-sport/about-pess.aspx
Este programa teve início em 2000 e foi reestruturado em 2011. O seu objetivo é assegurar que todos os jovens são incentivados e
acompanhados na prática de educação física e desporto na escola. É proposta a todos os jovens uma oferta que seja transversal ao
currículo, extracurricular e comunitária, e que lhes forneça as competências, a confiança e o entusiasmo para ficarem ligados ao
desporto para o resto da vida.
64
Anexo
Islândia
Estratégia nacional
Listenstaine
Estratégia nacional
Conceito Nacional de Desporto, 2005
O conceito enfatiza a importância das atividades físicas na sociedade atual, bem como o papel do Estado, associações e outras
partes interessadas, e as medidas e os objetivos da política de desporto. No que diz respeito à educação física, o conceito centra-se
na promoção e na melhoria da oferta existente para atividades desportivas opcionais e voluntárias e na participação das escolas em
competições internacionais de escolas.
Croácia
Estratégia nacional
Estratégia para o Desenvolvimento do Desporto Escolar na Croácia, 2009-14
http://public.mzos.hr/lgs.axd?t=16&id=15673
A estratégia visa estabelecer condições favoráveis ao desenvolvimento sistemático de desportos escolares na Croácia, e aborda
questões como as infraestruturas necessárias para tal desenvolvimento, a educação de treinadores profissionais e a organização de
competições escolares a todos os níveis, a partir da própria escola, passando pelos níveis local e regional até a nível nacional. Por
outro lado, são debatidos os modelos de organização administrativa e de financiamento. Outros objetivos são as atividades
desportivas de competição nas escolas, facilitando a coesão social entre as crianças na escola, melhorando a integração social das
crianças desfavorecidas e das crianças com necessidades especiais, e melhorando a autoestima através dos resultados
desportivos.
65
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Alemanha
Estónia Irlanda Grécia
Grundschule + Realschule
66
Anexo
(continuação) Carga horária letiva mínima anual recomendada para educação física como disciplina obrigatória no
ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2011/12
Reino Unido –
Eslováquia Finlândia Suécia
Inglaterra e País de Gales
67
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
Nota explicativa
A figura representa o número mínimo de horas exatas (60 minutos) consagradas ao ensino obrigatório de educação
física durante a escolaridade obrigatória com base nas recomendações nacionais mínimas no currículo para o ano de
referência indicado. Para métodos de cálculo mais pormenorizados, pode consultar-se Recommended annual taught
time in full-time compulsory education in Europe, 2011/12 (EACEA/Eurydice, 2011).
O ensino obrigatório geral a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (nível
CITE 2) ou com o fim da escolaridade de estrutura única (níveis CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália,
Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), onde
alguns ou todos os níveis CITE 3 podem fazer parte do ensino geral obrigatório a tempo inteiro. Para mais informação,
pode consultar-se a publicação: The structure of European education systems 2011/12: schematic diagrams
(EACEA/Eurydice, 2011).
Os anos escolares no ensino geral obrigatório a tempo inteiro correspondem a diferentes idades, dependendo do país.
Para informações sobre a correspondência entre a idade teórica dos alunos e os anos de escolaridade, pode consultar-
se The structure of European education systems 2011/12: schematic diagrams (EACEA/Eurydice, 2011).
Para uma definição de 'Horário flexível', ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Referências
Bibliográficas.
68
AGRADECIMENTOS
Direção Científica
Arlette Delhaxhe
Autores
Olga Borodankova
Colaboração externa
Paginação e gráficos
Patrice Brel
Coordenação da produção
Gisèle De Lel
69
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
BÉLGICA ALEMANHA
Unité Eurydice de la Fédération Wallonie-Bruxelles Eurydice-Informationsstelle des Bundes
Ministère de la Fédération Wallonie-Bruxelles Project Management Agency
Direction des relations internationales Part of the German Aerospace Center (DLR)
Boulevard Léopold II, 44 – Bureau 6A/012 EU-Bureau of the BMBF/German Ministry for Education and
1080 Bruxelles Research
Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta Heinrich-Konen-Str. 1
53227 Bonn
Eurydice Vlaanderen
Departement Onderwijs en Vorming/ Eurydice-Informationsstelle des Bundes
Afdeling Strategische Beleidsondersteuning Project Management Agency
Hendrik Consciencegebouw Part of the German Aerospace Center
Koning Albert II-laan 15 EU-Bureau of the German Ministry for Education and
1210 Brussel Research
Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta Rosa-Luxemburg-Straße 2
10178 Berlin
Eurydice-Informationsstelle der Deutschsprachigen
Gemeinschaft Eurydice-Informationsstelle der Länder im Sekretariat der
Autonome Hochschule in der DG Kultusministerkonferenz
Monschauer Strasse 57 Graurheindorfer Straße 157
4700 Eupen 53117 Bonn
Contribuição da Unidade: Stéphanie Nix Contribuição da Unidade: Brigitte Lohmar
BULGÁRIA ESTÓNIA
Eurydice Unit Eurydice Unit
Human Resource Development Centre SA Archimedes
Education Research and Planning Unit Koidula 13A
15, Graf Ignatiev Str. 10125 Tallinn
1000 Sofia Contribuição da Unidade: Inge Raudsepp (Chief expert –
Contribuição da Unidade: Lachezar Afrikanov (perito) Physical education, Arts, Music – Innove Foundation)
ESPANHA
Eurydice España-REDIE
Centro Nacional de Innovación e Investigación Educativa
(CNIIE)
Ministerio de Educación, Cultura y Deporte
c/General Oraa 55
28006 Madrid
Contribuição da Unidade: Flora Gil Traver;
Montserrat Grañeras Pastrana; Mario Andrés Candelas;
Amparo de la Loma Moragón Sahuquillo
70
Agradecimentos
FRANÇA LITUÂNIA
Unité française d’Eurydice Eurydice Unit
Ministère de l'Éducation nationale, de l’Enseignement National Agency for School Evaluation
supérieur et de la Recherche Didlaukio 82
Direction de l’évaluation, de la prospective et de la 08303 Vilnius
performance Contribuição da Unidade: Egidija Nausedienė,
Mission aux relations européennes et internationales Jurgita Nemanienė
61-65, rue Dutot
75732 Paris Cedex 15 LUXEMBURGO
Contribuição da Unidade: Thierry Damour;
perito: Jean-Pierre Barrué (inspecteur général de l’Education Unité d’Eurydice
nationale) Ministère de l’Éducation nationale et de la Formation
professionnelle (MENFP)
CROÁCIA 29, rue Aldringen
2926 Luxembourg
Ministarstvo znanosti, obrazovanja i športa
Donje Svetice 38 HUNGRIA
10000 Zagreb
Contribuição da Unidade: peritos: Duje Bonacci, Eurydice National Unit
Fadila Gracin Hungarian Institute for Educational Research and
Development
ISLÂNDIA Szalay u. 10-14
1055 Budapest
Eurydice Unit Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta
Education Testing Institute
Borgartúni 7a MALTA
105 Reykjavik
Contribuição da Unidade: Margrét Harðardóttir, Eurydice Unit
Védís Grönvold Research and Development Department
Directorate for Quality and Standards in Education
ITÁLIA Great Siege Rd.
Floriana VLT 2000
Unità italiana di Eurydice Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta
Istituto Nazionale di Documentazione, Innovazione e Ricerca
Educativa (INDIRE) PAÍSES BAIXOS
Agenzia LLP
Via Buonarroti 10 Eurydice Nederland
50122 Firenze Ministerie van Onderwijs, Cultuur en Wetenschap
Contribuição da Unidade: Alessandra Mochi; peritos: Directie Internationaal Beleid
Giuseppe Pierro (Dirigente Ufficio I "Affari generali" – Ufficio V Etage 4
"Sport" – Direzione Generale per lo studente, l'integrazione, Rijnstraat 50
la partecipazione e la comunicazione – MIUR); Mario Bellucci 2500 BJ Den Haag
(Docente – Esperto in Politiche giovanili e Educazione fisica e
sportiva del MIUR) NORUEGA
CHIPRE Eurydice Unit
Ministry of Education and Research
Eurydice Unit AIK-avd., Kunnskapsdepartementet
Ministry of Education and Culture Kirkegata 18
Kimonos and Thoukydidou 0032 Oslo
1434 Nicosia Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta
Contribuição da Unidade: Christiana Haperi; peritos:
Anna Poiriazi, Giorgios Giallourides (Ministry of Education ÁUSTRIA
and Culture)
Eurydice-Informationsstelle
LETÓNIA Bundesministerium für Unterricht, Kunst und Kultur
Abt. IA/1b
Eurydice Unit Minoritenplatz 5
Valsts izglītības attīstības aģentūra 1014 Wien
State Education Development Agency Contribuição da Unidade: perito: Günther Apflauer
Vaļņu street 3
1050 Riga
Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta e
peritos: Imants Vasmanis, Inese Bautre (National Centre for
Education) e Maija Priedīte (Valmiera State Gymnasium)
LISTENSTAINE
Informationsstelle Eurydice
Schulamt des Fürstentums Listenstaine
Austrasse 79
9490 Vaduz
Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta
71
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa
POLÓNIA ESLOVÁQUIA
Eurydice Unit Eurydice Unit
Foundation for the Development of the Education System Slovak Academic Association for International Cooperation
Mokotowska 43 Svoradova 1
00-551 Warsaw 811 03 Bratislava
Contribuição da Unidade: Beata Płatos em cooperação com Contribuição da Unidade: Marta Ivanova, Martina Račkova
os peritos do Ministério de Educação Nacional e o Ministério
do Desporto FINLÂNDIA
PORTUGAL Eurydice Finlândia
Finnish National Board of Education
Unidade Portuguesa da Rede Eurydice (UPRE) P.O. Box 380
Ministério da Educação e Ciência 00531 Helsinki
Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência Contribuição da Unidade: Hanna Laakso e Matti Pietilä
(DGEEC)
Av. 24 de Julho, 134 SUÉCIA
1399-54 Lisboa
Contribuição da Unidade: Isabel Almeida Eurydice Unit
peritos: Anália Gomes, Jorge Moreira Department for the Promotion of Internationalisation
International Programme Office for Education and Training
ROMÉNIA Kungsbroplan 3A
Box 22007
Eurydice Unit 104 22 Stockholm
National Agency for Community Programmes in the Field of Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta
Education and Vocational Training
rd
Calea Serban Voda, no. 133, 3 floor TURQUIA
Sector 4
040205 Bucharest Eurydice Unit Türkiye
Contribuição da Unidade: Veronica – Gabriela Chirea, em MEB, Strateji Geliştirme Başkanlığı (SGB)
cooperação com os peritos: Elena Nely Avram (National Eurydice Türkiye Birimi, Merkez Bina 4. Kat
Centre for Assessment and Examination) e Alin Cătălin B-Blok Bakanlıklar
Păunescu (Ministry of National Education) 06648 Ankara
Contribuição da Unidade: Osman Yıldırım Ugur;
SUIÇA Dilek Güleçyüz
72
Comissão Europeia; EACEA; Eurydice
2013 – 76 p.
Relatório Eurydice
ISBN 978-92-9201-476-6
doi:10.2797/33378
Descritores: educação física, currículo, resultado da aprendizagem, educação para a saúde, carga
horária, avaliação dos alunos, professor, professor generalista, professor especialista, atividades
extracurriculares, reforma educativa, ensino primário, ensino secundário, secundário inferior,
ensino geral, análise comparativa, Croácia, Turquia, EFTA/AECL, União Europeia
A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa delineia o ponto da situação da educação
física e das atividades desportivas nas escolas em 30 países europeus. O presente relatório abrange
o ensino primário e o secundário inferior e fornece uma panorâmica sobre os seguintes tópicos: a
existência de estratégias nacionais e de iniciativas em larga escala, o estatuto da educação física nos
currículos nacionais e nos documentos orientadores, a carga horária anual recomendada, a avaliação
dos alunos, a formação de professores, as atividades extracurriculares e as reformas planeadas. O
relatório resulta de uma análise aprofundada de dados primários disponibilizados pelas unidades
nacionais da Rede Eurydice e pode ser considerado como uma primeira tentativa por parte da
Comissão Europeia para identificar as preocupações fundamentais e os pontos fortes no domínio da
educação física nas escolas na Europa.
EURYDICE na Internet –
http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice
EC-31-13-672-PT-N