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ALGUMAS COISAS QUE (DES)APRENDI COM A

ARTE
This entry was tagged #formação docente Arte arte e educação arte e filosofia arte e política arte e vida educação formação

Formação de Professores and posted on 2 de agosto de 2019

(Imagem do acervo)
Algumas coisas que (des)aprendi com a arte
1. que ela está onde aparentemente não está, e que isso provoca deslocamentos importantes na educação;
2. que ela é um campo em eterno campo, portanto toda e qualquer definição sempre será um erro;
3. que organizar-se é uma forma de aprender e que ela tem muito a ver com isso;
4. que ela sempre será política, do contrário não será arte;
5. que ela poderia ser chamada filosofia, mas isso a filosofia nunca permitiria;
6. que ainda que seja considerada uma disciplina pelo sistema educacional, disciplina é tudo o que ela não
tem, ainda bem;
7. que ela é uma resposta, mas também uma maneira de perguntar, e que isso pode virar completamente o
jogo;
8. que a pedagogia é transitória ou nunca poderá ser pedagogia, e que isso tem muito mais a ver com arte
do que com educação;
9. que a curiosidade é muito mais interessante que a criatividade; assim como a inquietude vale muito
mais a pena que os tranquilizantes;
10. que é tarefa da educação ensinar um conhecimento capaz de por em cheque o próprio conhecimento, e
que a arte pode ajudar nesta tarefa;
11. que arte e educação são dois campos e não um, e está bem que seja assim, pois é justamente a fricção
entre eles que faz com que um e outro sejam ainda mais potentes, não a sua soma;
12. que os modelos só servem a quem os fabrica, portanto mais do que reproduzir teorias distantes
precisamos construir exercícios críticos experimentais, e isso é um outro nome para a arte;
13. que habitar o desconforto nada tem a ver com as teorias; se o que nos atravessa o corpo é o que de fato
nos move no mundo então é preciso por abaixo as teorias iluministas que ainda alimentam nossas
escolas e academias.
14. que não há despatriarcalização sem descolonização; e que se a escola que ser “outro” lugar, precisa ir
além do “precisamos pensar e falar sobre isso”.
15. que não há escola sem rua; conhecimento sem corpo; ação sem calor; educação sem polis; polis sem
arte; arte sem educação.
16. que se habla lo que se siente, não o que se pensa, e que dar-se conta disso pode mudar completamente a
nossa noção de educação.
17. que menosprezar a intuição é um erro brutal em se tratando de educação: aprendizagem é curiosidade e
curiosidade é intuição.
18. que as enfermidades são ocorrências estrategicamente geradas por um mundo perverso empenhado em
patologizar o que não conhece, e que a arte é uma das ferramentas mais potentes que temos para
desobedecer a tais normas.
19. que a arte contém os demais campos de uma maneira que nenhum pode contê-la;
20. e que, portanto, mais que um campo que nos permite aprender, trata-se de um potente estado, lugar,
forma e ferramenta que nos possibilita desaprender. Desaprender o que está posto. E isso em 2019 não é
pouca coisa.
Por essas e outras é que precisamos de arte na escola, porque ela possibilita à escola coisas que a escola não
saberia fazer sem ela.

Por Mônica Hoff


(monicahoff@gmail.com)
Artista, educadora e pesquisadora, Mestra em Artes Visuais pela UFRGS e Doutoranda em Artes Visuais
pela UDESC. De 2006 a 2014, foi responsável pela coordenação geral do Projeto Pedagógico da Bienal do
Mercosul (POA/BR), atuando também como curadora de base na nona edição do evento, realizada em 2013.

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