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Balanço emocional

Ano de 2019 acabando, espírito natalino na praça, hora de "consertar" o que foi
quebrado e proteger o que ainda está intacto, não é mesmo? Muito
provavelmente, passamos os meses, dias, horas e segundos sobrevivendo às
mais diversas situações que foram nos surgindo sem pensar um pouco em nós
mesmos, nas escolhas que fizemos e por que fizemos.
O final de um ano sempre nos convida a olharmos os passos que demos, as
reações que tivemos, as pessoas que nos magoaram ou que magoamos.
Talvez esse balanço emocional é que nos dá a sensação de que o período de
festividades natalinas seja triste. Muitos de nós devemos ter ouvido uma ou
outra pessoa, de nossa família ou até mesmo amigos, que diz sentir-se mal
nesta época.
Bem. Você leitor(a) já deve ter percebido que nós do blog
https://vidaadois.com.br nos empenhamos e até gostamos de fazer vários
questionamentos sobre as mais variadas coisas do nosso cotidiano e uma das
que mais temos empreendido esforços relaciona-se às nossas crenças, ou
seja, sobre aquilo que aprendemos como verdade “quase” absoluta. A ideia
não é contrapor-se somente com a intenção de contrariar, mas, sim, causar um
certo constrangimento em nosso cérebro para nos fazer pensar e, assim, sair
do chamado piloto automático.
Algumas vezes, uma ou outra pessoa manifesta uma certa indisposição
conosco por nos achar chatos, mas o fundamento para essa tal chatice é trazer
para a zona consciente de nosso cérebro se o que acreditamos está
relacionado à realidade ou é fruto de imaginação, isto é, se o que vemos é real
ou não.
Muitos já devem ter ouvido falar de um
personagem que povoa nosso imaginário:
Joãozinho, aquele moleque pestilento e
inconveniente que faz perguntas e considerações
desconcertantes que nos leva, muitas vezes, a
querer tapar-lhe a boca.
Esse personagem-arquétipo tem uma importância
fantástica para nos tirar do piloto automático em
que muitos de nós vivemos. Por exemplo, reza a
lenda que certa vez Joãozinho aproximou-se de
seu pai, que lia um jornal na sala de sua casa, e perguntou-lhe: pai, como eu
nasci? O pai, nesse momento, sem abaixar o jornal, estremeceu e seu cérebro
começou a maquinar uma forma de falar sobre sexo para aquela criança de
nove anos de idade, pois a crença que trazia em seu íntimo era a de que esse
tipo de assunto não se deve falar com um filho. Literalmente sua crença fora
chacoalhada.
Interessante perceber que, nesses casos, Joãozinho fica sempre na dele,
aguardando pacientemente a resposta, independentemente do tempo que
possa demorar. O pai, vendo que não lhe havia outra alternativa a não ser
responder, enfrentou seus medos, olhou para o filho e, meio sem jeito,
começou uma estória de uma tal cegonha que o havia trazido de muito, muito
longe e o deixado na porta de casa dentro de um cesto, envolvido em um
lençol azulzinho. Ao terminar a estória, Joãozinho, sem muito rodeio,
arrematou: então para que serve o senhor nesta casa? E, depois desta singela
conclusão, Joãozinho saiu dali deixando o pai com seus pensamentos e crença
completamente baratinados. Entretanto, duas coisas ocorreram no íntimo
daquele homem:
1. Onde foi e quem ensinou essas coisas para esse menino, já que aqui
em casa nunca falamos sobre isso?
2. Se ele sabia a resposta por que diabos veio me encher o saco?
Pois é. Quantas vezes em nossas vidas deixamos de manifestar o Joãozinho
que existe em nosso íntimo por medo, receio de que algo desconhecido nos
aconteça. Mas, o que efetivamente irá nos acontecer? Que maldição é essa
que pesará sobre nós se manifestarmos o que somos de verdade e não o que
as demais pessoas de nosso grupo social “quer” que sejamos? Será que esse
grupo quer realmente isso ou eu que interpreto que devo ser daquele jeito para
ser aceito pelas demais pessoas?
Hoje em dia procuramos despertar esse arquétipo questionador tanto em nós
quanto naqueles que leem nossos artigos, pois percebemos que é melhor a
incerteza de qual “maldição” irá acontecer conosco ao perguntarmos algo do
que a ignorância que nos arremessa para um conjunto de crenças que, muitas
vezes, não fazem nenhum sentido.
E foi com todas essas sensações que realizamos, entre os dias 04 a 06 de
dezembro desse ano o evento que denominamos “Roda de Conversa Natal
para os Relacionamentos” que contou com a presença de doze pessoas e foi
simplesmente fantástico trocar informações e sentires sobre como nos
relacionamos.
Dentre as várias considerações que foram construídas destacamos:
 A possibilidade de realizarmos autoconhecimento enquanto nos
relacionamos, justamente pelo fato de ser durante esse período de
encontro com pessoas próximas que manifestamos nossa humanidade,
ou seja, somos quem somos sem qualquer tipo de verniz social para
parecermos outra coisa;
 A consideração de que os comportamentos que identificamos no outro e
que, muitas vezes julgamos e reclamamos, podem ser comportamentos
que também temos e negamos.
 Que muitas vezes queremos que o outro seja exatamente na medida do
que acreditamos precisar para a nossa vida;
 Que o autoacolhimento sobre nossas características e o autorrespeito
ao ser humano que somos nos possibilitará viver um relacionamento
mais consciente e, talvez, mais leve.
 Que a postura de namorar está relacionada ao comportamento de um
aprendiz que, com respeito e sensibilidade, desenvolve juntamente com
o(a) outro(a) a capacidade de gerenciar suas emoções e ambos se
estimulam a viver o relacionamento de maneira menos exigente consigo
e com as demais pessoas, pois compreende que todos, indistintamente,
estão na mesma toada, isto é, ignoramos porque somos como somos.
(e-book).
Esses aspectos, quando compreendidos
em nosso íntimo, podem nos estimular a
viver uma vida mais próxima da realidade
e um pouco mais longe da fantasia e
imaginação.
Percebemos que é comum nos dias
atuais nos "escondermos" dos outros nas
mídias sociais, onde expomos nossos
conceitos e preconceitos e, até mesmo,
brigamos virtualmente pelo fato de
alguém discordar do que pensamos.
Mas, nunca seremos capazes de “fugir” de quem somos de verdade, pois cada
vez que lemos algo ou vemos uma figura, um meme ou afins, começamos a
formular considerações, os pensamentos começam a se chocar uns com os
outros, um frio na barriga se instala e, a depender do conteúdo visto, uma voz
começa a conduzir nossos dedos e um ser completamente desconhecido toma
posse de nós e quando vemos já foi...
Sabe quando estávamos no início da vida escolar e surgia uma briga qualquer
e os lutadores ficavam imóveis se observando enquanto a turma em volta
provocava chamando-os de “marica”, “mulherzinha”, “medroso”, “bundão”,
“quem fô home cospe aqui...”, "vixe! Ah! Eu num dexava falar isso da minha
mãe", "se fosse comigo já tinha dado na cara dele"... Isso tudo está registrado
em nossa mente, pronto para ser utilizado, bastando apenas um único estímulo
externo. Qualquer estímulo.
Toda essa gama de sentimentos e emoções compõe a humanidade da qual
fazemos parte e justamente essas informações marcadas em nosso íntimo nos
permite vislumbrar o quanto somos pessoas angustiadas, depressivas,
carentes, infantis, corruptas, malvadas, vingativas, medrosas, invejosas, falsas
moralistas, mentirosas, ansiosas, preconceituosas e quantos "osas" mais
existirem com sentido negativo, além de cheios de certezas sobre coisas
incertas e incertos sobre coisas certas. Mas, também, somos pessoas
momentaneamente felizes, parceiras, compreensivas, proativas, companheiras,
etc., trazendo em nós comportamentos conceituados como positivos e
negativos tudo junto e misturado.
Resumindo, somos seres humanos aprendendo a lidar conosco mesmos e que
precisamos nos relacionar uns com os outros para essa empreitada, caso
contrário teremos uma vida fútil e sem sentido. E cá pra nós, fala sério, se
fosse para passar pela vida dessa forma, porque nadamos mais rápido do que
tantos outros espermatozoides?

Fazemos esse balanço e nos expomos a você, leitor(a), por sentirmos que
somos individualidades que, ao manter contato com o outro, levamos algo dele
para nosso interior e deixamos algo nosso com ele. Ousamos pensar que, se
nesse contato, nos sentimos bem, se algo de valor agregou à pessoa que
somos, cuidemos bem dessa algo então.
Contudo, se esse contato produziu dor, insatisfação ou algo que não seja
compreendido, façamos o exercício de olhar para esse ponto com mais carinho
ainda, porque talvez no momento em que trocamos essas sensações
consideradas ruins estávamos diante de um espelho refletindo nós mesmos e
nos assustamos com o que vimos e, muito provavelmente, o objetivo não era
causar esse constrangimento, mas o medo nos arremessa para emoções que
não controlamos.
Com isso, procuramos assumir a postura de que não sabemos o que é
relacionar-se, ou seja, nos colocamos na condição de aprendizes e, ao fazer
isso, nos sentimos a vontade para ficar atentos aos nossos comportamentos,
minimizando as micro-ofensas que ocorrem no dia-a-dia, para dizer àquele(a)
com quem nos relacionamos que se fiz o que fiz não percebi ou ainda que
naquele exato momento não será possível qualquer tipo de diálogo, melhor
deixar para depois. Na verdade, somos uma verdadeira locomotiva ambulante
que, a qualquer momento, pode sair dos trilhos e arrastar tudo o que estiver
pela frente sem saber o que efetivamente aconteceu para que isso ocorra.
Consideramos que, quando acreditamos cegamente em algo sem que haja
possibilidade de algum tipo de questionamento, fechamos nosso interior para
qualquer forma de aprendizagem, porque acreditamos já saber e aquele que
julga saber, muitas vezes, acredita que não precisa aprender mais nada.
Bem, pessoas, esse é o exercício que nós do Blog Vida a Dois empreendemos
nos últimos anos e intensificamos em 2019 com o intuito de levar para o meio
social considerações sobre relacionamento tanto de casal quanto de amigos,
colegas de trabalho, familiares, etc., pois onde quer que estejamos ali estará
um ser humano sendo... ser humano.
A crença que desenvolvemos atualmente é a de
que todos nós temos condições de desenvolver
musculatura emocional para nos autoacolher e
autoaceitar e, consequentemente, acolher e aceitar
aqueles com quem convivemos, com quem nos
relacionamos.

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