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PROCESSO CIVIL - VI
Ação Executiva
DGAJ
Centro de Formação - 2019
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Manual de apoio / Ação Executiva
14.5 Penhora de imóveis .............................................................. 108
19.1 Venda mediante proposta em carta fechada - art.ºs 816.º e seguintes.. 160
19.2 Venda por negociação particular – art.ºs 832.º e 833.º ................... 165
19.6 Venda em leilão eletrónico – art.º 837.º CPC e art.ºs 20.º a 26.º da Portaria
282/2013, de 29 de agosto ............................................................. 169
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Manual de apoio / Ação Executiva
23.1 Execução para Entrega de Coisa Imóvel Arrendada (EPECIA) ................ 186
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Manual de apoio / Ação Executiva
Ação Ecutiva
1. INTRODUÇÃO
A ação executiva tem sido alvo de diversas reformas ao longo dos últimos anos.
Com a publicação da Lei n.º 41/2013 poderemos afirmar que estamos perante
um novo regime da ação executiva, tendo em conta que as alterações implementadas
foram significativas e relevantes, e que abarcam os diversos intervenientes
processuais. Com efeito, já não estamos apenas a falar de retirar parte da atividade
processual aos tribunais, deixando para estes a sua verdadeira função de dirimir
litígios, mas sim de uma clara tentativa de uniformização, agilização e simplificação
de procedimentos, com o intuito de conduzir de forma mais célere a uma rápida
conclusão do processo executivo, e a uma diminuição da pendência da ação executiva.
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Compete agora fazer uma síntese das principais alterações introduzidas pela
entrada em vigor do novo código.
Uma das medidas mais marcantes para a redução da elevada pendência das ações
executivas deve-se à restrição do rol de títulos executivos, excluindo-se os documentos
particulares assinados pelo devedor que importem a constituição ou o reconhecimento
de obrigações pecuniárias, ou a obrigação de entrega de coisa certa ou prestação de
facto1. Por outro lado, passa a estar tipificada a força executória dos títulos de crédito,
ainda que meros quirógrafos2, alegando no requerimento executivo os factos
constitutivos da relação subjacente (como aliás já era reconhecido pela jurisprudência
dominante).
Uma das matérias, que sempre foi alvo de controvérsia, deve-se à repartição de
competências entre o juiz, a secretaria e o agente de execução, estabelecendo-se que
ao agente de execução cabe efetuar todas as diligências do processo executivo que
não estejam atribuídas à secretaria ou sejam da competência do juiz. Se no passado
não estavam claramente definidas as competências do juiz, da secretaria e do agente
de execução, agora, esse recorte de competências surge de forma clara e, assim, em
sentido oposto àquele que foi previsto aquando da criação da figura do agente de
execução, o novo código veio muito claramente atribuir ao juiz poder decisório nas
matérias declarativas do processo, mantendo o agente de execução o poder de direção
da execução.
1
Os titulares de documentos particulares, que na sua qualidade pretendam fazer valer judicialmente o seu direito de
credores, passam a ter de recorrer, previamente, a soluções como a ação declarativa ou procedimento de injunção.
2
Quirógrafo: obrigação contraída por meio de escrito particular. O exemplo predominante refere-se aos cheques
apresentados depois de ultrapassado o prazo de depósito.
3
Não obstante o processo executivo para pagamento de quantia certa já estivesse condicionado a um tratamento
diferenciado conforme o valor e o título, (sujeito a despacho liminar, ou não) cabia ao agente de execução a análise
do requerimento executivo e a decisão de submeter o processo ao juiz.
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passando a ser possível a cumulação de todos os pedidos julgados procedentes, seja
qual for o seu fim (pagamento, entrega ou prestação de facto).
2. O juiz de execução
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c) Aperfeiçoamento (n.º 4);
d) Rejeição do título executivo (n.º 5);
e) Citação do executado (n.º 6);
f) Citação do cônjuge do executado quando invocada, pelo exequente no
requerimento inicial, a comunicabilidade da dívida (n.º 7).
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que decorreriam da atuação de agente de
execução de outra comarca
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757.º, n.º Ordem de requisição de força pública para Semelhante ao art.º
4 entrega efetiva de imóvel ao depositário, quando 764.º, n.º 4
se trate de domicílio (a pedido do agente de
execução).
760.º, n.º Decisão sobre o modo de exploração dos Pode ter aplicação
2 bens penhorados, quando não haja acordo entre subsidiária e
complementar ao
o exequente e o executado.
art.º 782.º, n.º 3.
800.º, n.º Presidência da abertura de propostas em carta Cfr. art.ºs 820.º, n.º
3 fechada para venda de imóvel e de 1 e 829.º
estabelecimento comercial.
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pelo agente de execução (mediante
requerimento).
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874.º, n.º Fixação do prazo para prestação de facto a
1 pedido do exequente formulado no requerimento
executivo. Isto sucede quando o título executivo
não designa o prazo dentro do qual o facto deva
875.º, n.º
1 ser prestado.
Neste caso, o processo é concluso ao juiz
logo após a autuação do requerimento executivo.
877.º Decisão sobre a demolição da obra à custa
do executado e a indemnização do exequente, ou
fixação apenas do montante desta quando não
haja lugar à demolição – isto quando reconheça a
falta de cumprimento da obrigação negativa, ou
seja, de não praticar algum facto.
3. O agente de execução
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No âmbito das suas competências, cabe ao agente de execução, além do dever
geral de prestar ao Tribunal os esclarecimentos que lhe forem solicitados sobre o
andamento das diligências de que seja incumbido, nos termos do art.º 168.º, n.º 1-b)
do Estatuto da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução, efetuar a inscrição,
atualização, retificação e eliminação dos dados constantes do registo informático de
execuções (cfr. art.ºs 3.º a 5.º do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10/09, na redação que
lhe foi dada pelo art.º 7.º do Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, esta
atualizada pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho), estando-lhe acometidas, igualmente,
as tarefas de inclusão na lista pública de execuções das que, entretanto, forem
extintas com pagamento parcial ou por não terem sido encontrados bens penhoráveis
- o executado é informado da inclusão do seu nome na lista pública de execuções,
bem como o prazo que lhe é conferido para evitar a inclusão do seu nome na lista
pública de execuções, desde que:
4
É curioso que a atualização e retificação de registos na lista pública de execuções é da competência da secretaria,
quando a responsabilidade dos dados dela constantes é do agente de execução, a maioria das vezes, solicitador ou
advogado. Acresce que este ato é urgente e deve ser efetuado no prazo máximo de dois dias, sob pena de, não
havendo decisão, este facto ser comunicado ao Conselho Superior da Magistratura e ao Conselho dos Oficiais de
Justiça (cfr. art.º 16.º-B, n.ºs 2, 3 e 5 do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10/9 e art.ºs 4.º e 10.º da Portaria n.º 313/2009,
de 30 de março).
5
Esta consulta direta é feita eletronicamente a partir do sistema informático de suporte à atividade do agente de
execução (art.º 2.º, n.º 1 da Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de março, com as alterações introduzidas pela Portaria n.º
350/2013, de 3 de dezembro).
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competência, assim como para iniciar as diligências de penhora (art.º 748.º) e 10
dias para os demais atos.
6
A Comissão de Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça (CAAJ), criada pela Lei n.º 77/2013, de 21 de novembro, é
responsável pelo acompanhamento, fiscalização e disciplina dos auxiliares da justiça, sucedendo à Comissão para a
Eficácia das Execuções na sua atuação junto dos agentes de execução, mas com competências mais alargadas,
nomeadamente junto dos administradores judiciais, bem como outros auxiliares da justiça nos termos que a lei
determine.
7
Representado pelo Ministério Público nos termos das competências previstas no seu estatuto (art.º 3.º da Lei n.º
60/98, de 28/08).
8
Se o legislador assim o entendesse, teria acrescentado os isentos de custas aos exequentes que veriam as suas
execuções tramitadas pelo oficial de justiça, nas vestes de agente de execução, como, aliás, fez o legislador de custas
ao isentar o Ministério Público de custas nos termos do art.º 4.º, n.º 1, al. a) do Regulamento das Custas Processuais.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Repare-se que, o oficial de justiça não é designado de agente de execução,
apenas exercendo funções como tal, não lhe sendo aplicável o estatuto de
agente de execução (cfr. n.º 2 do art.º 722.º)9;
9 Às diligências de execução promovidas por oficial de justiça, aplicam-se as disposições da Portaria n.º 282/2013, de
29 de agosto, com as devidas adaptações (art.º 59.º, n.º 1 daquela Portaria).
10
Com base na nova Organização judiciária, introduzida pela Lei n.º 62/2013 de 26 de agosto, as comarcas passaram,
com exceção de Lisboa e Porto, a ser coincidentes com as áreas dos distritos administrativos, pelo que, parece-nos
altamente improvável a inexistência ou escassez de agentes de execução em qualquer uma das comarcas.
11
Repare-se que, neste caso, houve o cuidado de não ter como base de referência a inexistência de agente de execução
na comarca, mas sim no local onde se deva realizar a diligência executiva.
15
Manual de apoio / Ação Executiva
Quando o exequente beneficie de apoio judiciário na modalidade de
atribuição de agente de execução12, as funções de agente de execução
serão desempenhadas pelo oficial de justiça;
3.1 Competências
12
“Quando seja concedido apoio judiciário na modalidade de atribuição de agente de execução, este é sempre um
oficial de justiça, determinado segundo as regras da distribuição.”- Art.º 35.º-A da Lei n.º 34/2004, de 29/7.
13
A uniformização da tramitação da ação executiva, preconizada pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, introduziu a
figura do agente de execução nas execuções instauradas antes de 15 de setembro de 2003 (art.º 6.º n.ºs 1 e 2 do
diploma preambular).
14
Oposição (à execução e à penhora), incidente de comunicabilidade da dívida, reclamação de créditos, habilitação
de sucessores, embargos de terceiro ou outros procedimentos incidentais de natureza declarativa.
16
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Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça – Lei n.º 154/2015, de
14 de setembro e Lei n.º 77/2013, de 21 de novembro.15
15
De notar que o agente de execução não está na dependência funcional do juiz, como se encontrava o solicitador de
execução nos termos definidos no art.º 116.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores na redação anterior ao Decreto-
Lei n.º 226/2008, de 20/11, nem tão pouco se acha agora submetido ao controlo do juiz.
16
Disponibilizada pela Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução em página informática e pesquisável por Comarca
(art.º 41.º da Portaria n.º 282/2013)
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Manual de apoio / Ação Executiva
se trate de realização de diligência em comarca distinta daquela em que o agente de
execução opera, mas sim ao local onde deva ocorrer a diligência17.
17
Neste caso, tendo em conta que as listas de agentes de execução se encontram pesquisáveis por comarcas (art.º 41.º
da Portaria 282/2013), poderá surgir uma dificuldade acrescida por parte dos agentes de execução quando pretendam
efetuar uma delegação de competências, não lhe restando outra alternativa que não seja a de utilizar como critério
de seleção a morada do escritório do agente de execução que se encontre mais perto do local da diligência a realizar.
18
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Caso o agente de execução substituto não aceite a designação, no prazo de 5 dias,
a secretaria designa imediatamente novo agente de execução substituto nos termos
previstos no art.º 38.º, n.º 5 da Portaria n.º 282/2013, de 29/08.
Substituição do agente de execução por outras razões (art.º 39.º da Portaria n.º
282/2013, de 29 de agosto).
18
A lei n.º 77/2013, de 21 de novembro, instituiu a Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares da Justiça (CAAJ),
extinguindo a Comissão para a Eficácia das Execuções (CPEE) de que fala a Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto.
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4. Pendência do Processo Executivo (n.º 5 do art.º 551.º)
A Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, veio dispor, no seu artigo 551.º, n.º 5, que o
«processo de execução corre no tribunal quando seja requerida ou decorra da lei a
prática de ato da competência da secretaria ou do juiz e até à prática do mesmo»,
fazendo assim clara distinção entre os momentos em que o processo é da
responsabilidade do tribunal e os momentos em que não é.
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Manual de apoio / Ação Executiva
1. Apresentação dos pedidos de intervenção em pastas de gestão
ATENÇÃO:
Pastas atuais
As pastas “Atos AE para a
Secretaria” e Atos AE para
Conclusão” deixam de receber
qualquer ato processual. As
pastas vão manter-se no
Novas pastas de sistema até que os atos
gestão processuais aí existentes sejam
tratados ou retirados das
pastas.
A seleção de qualquer uma das novas pastas mostra a lista de pedidos constantes
dessa pasta, organizada por antiguidade do pedido:
21
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c) Com base num ato processual a partir do histórico do processo
a) Finalização dos pedidos de intervenção, com base na prática de ato
processual
Caso o utilizador opte por não finalizar (selecionar) nenhum dos pedidos
mostrados, quando selecionar o botão “Validar” (única forma de fechar a janela), será
apresentada uma mensagem que torna claro que o utilizador optou por não finalizar
pedidos:
22
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b) Finalização de pedidos de intervenção na lista das pastas de gestão
Esta opção deverá ser utilizada quando, com base no pedido apresentado, não
exista qualquer ato processual a praticar pela secretaria, ou o ato que encerra o pedido
já tenha sido praticado em momento anterior.
Caso não exista ato processual para finalização do pedido, a lista será
apresentada vazia, com a seguinte informação ao utilizador:
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Manual de apoio / Ação Executiva
ATENÇÃO:
ATENÇÃO:
24
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O método é idêntico ao processo de finalização com base na prática de um ato
processual (seleção do(s) pedido(s) que se pretenda finalizar e escolher a opção
“validar”).
25
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Escolhido , é devolvida a janela para
classificação
Na pasta de gestão “Pendência da Execução (art.º 551. N.º 5)”, foi adicionada
uma nova subpasta denominada “Pedidos com Conclusão Aberta”.
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Funcionamento:
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Manual de apoio / Ação Executiva
Uma vez assinados os documentos produzidos pelo magistrado, os pedidos de
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Manual de apoio / Ação Executiva
5. A ação executiva – caracterização
A ação executiva não visa a definição do direito violado, mas a sua reparação
efetiva a partir do pedido formulado pelo titular do direito (exequente) através do
requerimento executivo, em que o credor requer as providências adequadas à
realização coativa de uma obrigação que lhe é devida, tendo por base um título pelo
qual se determinam o seu fim e limites – cfr. art.ºs 2.º e 10.º, n.ºs 4 e 5.
A causa de pedir na ação executiva, como seu fundamento substantivo, é a
obrigação exequenda, sendo o título executivo o instrumento documental privilegiado
da sua demonstração – Ac. STJ n.º JSTJ000 in www.dgsi.pt.
Para tanto, é imprescindível que o direito que se pretende fazer valer na ação
executiva conste dum título executivo.
— A ação executiva rege-se, em primeira linha, pelas normas próprias (art.ºs 53.º a
58.º, 85.º a 90.º, 550.º e 551.º, 626.º e 703.º a 877.º), sendo que os art.ºs 703.º a
723.º se revestem de carácter geral;
— Em segundo lugar, a ação executiva rege-se, a título subsidiário, pelas
disposições reguladoras do processo de declaração (n.º 1.º do art.º 551.º);
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Confidencialidade - Art.º 164.º
A regra passa a ser que após a citação (ou notificação no caso da execução de
sentença nos próprios autos) o processo passe a estar disponível para os executados
(e respetivos mandatários) com a exceção dos atos instrutórios da penhora e dos bens
indicados pelo exequente à penhora19.
19
Nos casos em que o requerimento executivo é apresentado em papel e seja possível efetuar a sua digitalização,
deverá ter-se em atenção que os anexos de indicação de bens à penhora (ANEXO P1 a ANEXO P9) não devem ser
incluídos.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Existe ainda disponível uma ferramenta para que o oficial de justiça, clicando
no lado direito do rato em cima do ato que pretende classificar, possa escolher se o
ato se deve manter oculto ou ficar visível para o executado e respetivo mandatário.
Igual procedimento pode ser adotado caso, por exemplo, seja determinado mediante
despacho judicial que um documento passe a estar disponível para consulta:
Requerimento
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Manual de apoio / Ação Executiva
Para aceder aos detalhes do interveniente deverá selecionar o interveniente,
pressionar o botão direito do rato, escolher a opção interveniente, detalhes do
interveniente:
A lei distingue três tipos de ações executivas, consoante o fim a que as mesmas
se destinam ou de acordo com a forma de processo aplicável.
Assim, a ação executiva pode ter por finalidade (art.º 10.º, n.º 6):
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Manual de apoio / Ação Executiva
b) Entrega de coisa certa - o exequente se assume como titular de um direito
à prestação de uma coisa determinada e requer ao tribunal que apreenda
essa coisa ao devedor e seguidamente lha entregue (art.º 827.º do C.C.). A
lei permite que se a coisa a entregar não for encontrada, o exequente
efetue uma liquidação do seu valor e do prejuízo resultante da falta da
entrega, procedendo-se de seguida à penhora nos bens do executado,
suficientes para pagamento da importância apurada (cfr. art.ºs 859.º a
867.º).
Sendo a prestação de facto fungível, o exequente pode requerer que ela seja
prestada por outrem à custa do património do devedor (art.º 828.º do C.C.), sendo,
neste caso, penhorados e vendidos os bens do executado necessários ao pagamento da
obrigação equivalente à que consta do título executivo.
Caso a prestação de facto seja infungível (quando não se pode obter de terceiro
a prestação) e não tendo a prestação sido cumprida voluntariamente pelo devedor, a
obrigação extingue-se, uma vez que o credor não pode obter a sua execução forçada.
20
“A condenação dos réus a não impedirem a realização de obra nova ou de reparação implica uma obrigação de
prestação de facto negativa, na modalidade de obrigação de tolerância ou de deixar fazer (obrigação de pati).
O processo próprio para executar este tipo de obrigação é o de execução para prestação de facto negativo” (art.º
876.º CPC).
21
A prestação diz-se fungível quando pode ser realizada por pessoa diversa do devedor com satisfação do interesse
do credor, sendo-lhe indiferente que ela seja realizada pelo devedor ou por outra pessoa qualquer – cfr. art.º 828.º
do C.Civil.
De modo inverso, prestação infungível é aquela que tem de ser efetuada pelo devedor para satisfação do interesse
do credor.
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Manual de apoio / Ação Executiva
O facto que o devedor estiver obrigado a prestar pode ser positivo ou negativo,
assim a obrigação se traduza em “fazer” ou “não fazer”.
Exemplos:
7. Processo Comum
decisão arbitral ou judicial nos casos em que esta não deva ser executada no
próprio processo;
requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória;
título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida, garantida por hipoteca ou
penhor;
título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida cujo valor não exceda o
dobro da alçada22 do tribunal de 1.ª instância.
Nos casos previstos nos artigos 714.º e 715.º, ou seja, na escolha da prestação
na obrigação alternativa, e na obrigação condicional ou dependente prestação,
respetivamente;
22
Sobre o valor das alçadas consultar art.º 44.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto - Organização do Sistema
Judiciário
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Manual de apoio / Ação Executiva
Quando a obrigação exequenda careça de ser liquidada na fase executiva e a
liquidação não dependa de simples cálculo aritmético (título extrajudicial;
decisão judicial ou equiparada - quando não vigore o ónus de proceder à
liquidação no âmbito do processo de declaração; e decisões arbitrais);
Quando, havendo título executivo, diverso de sentença apenas contra um dos
cônjuges, o exequente alegue a comunicabilidade da dívida no requerimento
executivo;
Nas execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário que não haja
renunciado ao benefício da excussão prévia.
Sendo o Título extrajudicial de obrigações pecuniárias vencidas, não garantido
por hipoteca ou penhor, o valor seja superior ao dobro da alçada de 1.ª
Instância.
8. Processo Especial
Para a execução por custas, tendo em conta o disposto no n.º 5 do ar.º 35.º do
Regulamento das Custas Processuais, aplicam-se subsidiariamente as disposições
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Manual de apoio / Ação Executiva
relativas à execução sumária. O mesmo se aplica para as execuções por multa e
coima, tendo em conta o disposto no n.º 2 do art.º 491.º do CPP e o n.º 2 do art.º 89.º
do D.L. n.º 433/82, de 27 de outubro.
Há ainda que ter em conta o disposto no art.º 551.º, n.º1, que determina que são
subsidiariamente aplicáveis ao processo de execução, com as necessárias
adaptações, as disposições reguladoras do processo de declaração.
9. Pressupostos processuais
Assim, a ação executiva está sujeita, tal como a ação declarativa, a pressupostos
gerais, tais como:
Mas, a ação executiva, além de estar sujeita àqueles pressupostos, está ainda
sujeita a outros, que lhe são específicos, tais como: o título executivo, a certeza, a
exigibilidade da prestação e a liquidez da obrigação exequenda.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Pressupostos específicos da ação executiva
o Título executivo
Condição necessária, porque sem título não pode haver execução (cfr. art.º
10.º, n.º 5). É imperioso que o título acompanhe o requerimento inicial (cfr. art.º 724.º,
n.º 4, al. a))24.
Sentenças condenatórias25
23
O título constitui o pressuposto formal da ação executiva destinado a conferir à pretensão substantiva um grau de
certeza suficiente para consentir a subsequente agressão patrimonial aos bens do vendedor - J. Lebre de Freitas e
outros, C.P.C. Anotado, I/87).
24
O requerimento executivo deve ser acompanhado da cópia do título executivo, quando entregue por via eletrónica,
ou do original, quando entregue em papel, sob pena de recusa – art.º 725.º, n.º 1-d).
25
Sentença é o ato pelo qual o juiz decide a causa principal ou algum incidente que apresente a estrutura duma causa.
As decisões dos tribunais colegiais denominam-se acórdãos – art.º 152.º, n.ºs 2 e 3.
São equiparados às sentenças os despachos e quaisquer decisões ou atos da autoridade judicial que condenem no
cumprimento duma obrigação – art.º 705.º.
37
Manual de apoio / Ação Executiva
Entre outras decisões judiciais, aqui se incluem, por exemplo:
- Sentenças homologatórias das transações ou das confissões de
pedido (cfr. art.º 290.º, n.ºs 3 e 4);
- Decisões dos julgados de paz (cfr. art.ºs 56.º, n.º 1, 60.º e 61.º da
Lei n.º 78/2001, de 13 de Julho);
- Despacho saneador que conheça do mérito da causa – art.º 595.º,
n.ºs 1-b) e 3;
- Autos de conciliação em processo do trabalho homologados pelo
juiz (cfr. art.ºs 51.º a 53.º e 88.º do Código de Processo do Trabalho).
Assim, significa que ainda que atingida por recurso ordinário, a sentença pode
titular uma ação executiva, conquanto o recurso tenha efeito meramente devolutivo.
A execução assim iniciada pode sofrer modificação em função do resultado do recurso,
modificação essa que até pode passar pela extinção da instância executiva se o tribunal
superior revogar a sentença condenatória da 1.ª instância (cfr. art.º 704.º, n.º 2).26
26
Deve ser junta à execução uma certidão da decisão do tribunal superior com nota do trânsito em julgado – cfr. art.º
704.º, n.º 2.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Sentenças estrangeiras
27
Última alteração introduzida pelo Regulamento (UE) n.º 517/2013, do Conselho, de 13 de maio de 2013.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Este Regulamento é aplicável às decisões judiciais, títulos ou instrumentos
autênticos relativos a créditos não contestados e a decisões pronunciadas na sequência
de impugnação de decisões, transações judiciais ou instrumentos autênticos.
A exequibilidade destes documentos está prevista no art.º 703, n.º 1, al. b).
28
O Regulamento está disponível para download na página da DGAJ http://www.dgaj.mj.pt >>> Serviços Jurídicos e
Cooperação Judiciária Internacional.
29
Cfr. art.ºs 369.º a 372.º do Código Civil.
30
Cfr. art.ºs 377.º do Código Civil.
31
Esta norma encontra-se regulamentada pela Portaria n.º 657-B/2006, de 29 de Junho.
40
Manual de apoio / Ação Executiva
como título carece de outro documento probatório da verificação da condição
e do incumprimento do devedor.
Títulos de Crédito
Valem como título executivo os títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos,
tais como letras, livranças e cheques. Tratando-se de meros quirógrafos, sendo os
cheques prescritos o exemplo por excelência, apenas consubstanciam título executivo
desde que os factos constitutivos da relação subjacente constem do próprio documento
ou sejam alegados no requerimento executivo (cfr. art.º 703, n.º 1 al. c)).
Exemplos:
32
De referir que a aplicação desta norma às execuções intentadas após 1 de setembro de 2013 (data da entrada em
vigor do Novo Código de Processo Civil) que tenham como título executivo um documento particular formado na vigência
do art.º 46.º n.º 1 al. c) do antigo código, tem sido considerada como violadora do princípio da segurança e proteção
da confiança (Ac. Tribunal da Relação de Évora, de 27/02/2014, proc.º 374/13.3TUEVR.E1, em www.dgsi.pt).
41
Manual de apoio / Ação Executiva
- Certidão da liquidação da conta de custas e da sentença transitada em
julgado, acompanhada da notificação judicial do devedor ou a certidão destes
elementos processuais, em que se declare a data do termo do prazo de pagamento
voluntário – cfr. n.ºs 1 e 2 do art.º 35.º, do Regulamento das Custas Processuais.
Juros de mora (cfr. n.º 2 do art.º 703.º) – consideram-se abrangidos pelo título
executivo os juros de mora, à taxa legal, da obrigação dele constante. Podem surgir
duas situações:
Caso o título provenha de uma sentença, a execução corre nos próprios autos,
tramitada de forma autónoma, exceto se o processo subir em recurso, em que corre
no traslado. Quando, nos termos da lei de organização judiciária, seja competente
42
Manual de apoio / Ação Executiva
para a execução secção especializada de execução33, devem ser remetidos com
caráter de urgência a cópia da sentença, do requerimento que deu início à execução,
bem como os documentos que o acompanham.
A recusa deve ser notificada ao exequente, o qual poderá reagir por meio de
reclamação para o juiz, para decisão, irrecorrível, salvo quando se funde na falta de
exposição dos factos (cfr. art.º 725.º, n.º 2).
33
Não se encontram instalados juízos de execução nos tribunais judiciais das comarcas de Bragança, Viana do Castelo,
Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Beja e Açores. No tribunal judicial da comarca da Madeira o juízo de
execução existente tem como área de competência territorial todos os municípios com exceção de Porto Santo (Lei n.º
62/2013, de 26 de agosto e DL n.º 49/2014, de 27 de março).
43
Manual de apoio / Ação Executiva
comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça, da concessão do benefício de
apoio judiciário ou o original do título de crédito, reportando-se os efeitos do início da
instância à data da primitiva apresentação (cfr. art.ºs 144.º, 259.º, 551.º, 560.º, e
725.º, n.º3).
Se a ação executiva começar sem despacho liminar e não seja detetada a falta
do título executivo, o executado pode sempre deduzir oposição à execução com tais
fundamentos (cfr. art.ºs 728.º, n.º 1, 729.º, n.º 1, al. a), 731.º e 857.º).
Se o executado, mesmo nesta situação, não recorrer aos meios de defesa atrás
expostos, pode o juiz, em qualquer momento, até ao primeiro ato de transmissão de
bens penhorados, ordenar a notificação do exequente para suprir a falta ou julgar
extinta a execução (cfr. art.º 734.º).
34
Quando se tratar de uma prestação alternativa e a escolha pertencer ao credor, se o mesmo não a fizer no
requerimento executivo, é motivo de recusa por parte da secretaria, nos termos dos art.ºs 724.º, n.º 1, al. h) e 725,
n.º 1 al. c).
44
Manual de apoio / Ação Executiva
declarar por qual das prestações opta, caso não haja outro prazo
convencionado pelas partes (cfr. 803.º, n.º 1 e 548.º do C.C.).
9.2 Exigibilidade
No caso de o juiz entender ouvir o devedor, este será citado com a advertência
que com a falta de contestação se considerará verificada a condição ou efetuada ou
oferecida a prestação, nos termos do requerimento executivo, salvo o previsto no art.º
568.º, exceção à revelia. A contestação só pode ter lugar em oposição à execução,
art.ºs 728.º e 732.º (cfr. art.º 715.º, n.ºs 4 e 5).
Se a obrigação tiver prazo certo, a execução não pode ser proposta antes da
data do seu vencimento.
35
Aqui, a execução principia por diligências probatórias destinadas a demonstrar a exigibilidade da obrigação
exequenda, o que implica a intervenção liminar do juiz e, consequentemente, os termos do processo ordinário.
45
Manual de apoio / Ação Executiva
Se a obrigação não tiver prazo (obrigações puras) o credor tem o direito de
exigir, a todo o tempo, o cumprimento da obrigação. Se a interpelação for
extrajudicial (carta registada com aviso de receção ou notificação judicial avulsa, art.º
256.º) serve como prova que o devedor foi interpelado. O credor junta documento ao
requerimento executivo. Se não houver interpelação extrajudicial, a citação do
executado para a ação executiva vale como interpelação.
NOTA:
9.3 Liquidez
O quantitativo da obrigação tem de estar liquidado. Assim, quando a obrigação
constante do título é ilíquida, é necessário efetuar um certo número de operações no
sentido de tornar essa obrigação líquida.
46
Manual de apoio / Ação Executiva
O exequente deve fixar o seu quantitativo no requerimento executivo, bem como
identificar todas as operações efetuadas para chegar ao valor do pedido exequendo.
Nesta situação tem de haver alegação e prova dos factos em que o exequente
fundamenta o seu pedido. Assim, a liquidação depende da averiguação de certos
factos36.
Quando o título seja uma decisão judicial ou equiparada, em que vigore o ónus
de proceder à liquidação no âmbito de processo de declaração, os montantes vão ser
apurados posteriormente (cfr. art.º 609, n.º 2) no incidente de liquidação iniciado por
requerimento a juntar à ação declarativa em que a sentença tiver sido proferida,
renovando-se a instância para o efeito (cfr. art.º 358.º, n.º 2).
Uma vez que a liquidação tem lugar na ação declarativa, quando a execução é
proposta já a obrigação se encontra liquidada (cfr. art.º 704.º, n.º 6), razão pela qual
o executado só pode deduzir oposição à execução e já não à liquidação.
36
A execução deve iniciar-se por uma tramitação declarativa tendente à fixação do quantum da obrigação exequenda,
o que supõe a citação do executado para contestar e é incompatível com a penhora imediata, aplicando-se a execução
ordinária.
47
Manual de apoio / Ação Executiva
Nota:
Os árbitros são nomeados segundo as regras inscritas nos art.ºs 467.º e seguintes
sendo a decisão arbitral definitiva, limitando-se o juiz a homologá-la.
Nas ações executivas com valor não superior a 5.000 €, não é obrigatória a
constituição de mandatário, mesmo que haja oposição à execução, podendo as próprias
partes intervir no processo.
37 “Em matéria cível a alçada dos tribunais da Relação é de € 30.000 e a dos tribunais de 1ª instância é de € 5.000” –
n.º 1 do art.º 44.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto.
48
Manual de apoio / Ação Executiva
No apenso de reclamação de créditos, o patrocínio de advogado só é necessário
quando seja reclamado algum crédito de valor superior à alçada do tribunal de 1.ª
instância (€ 5.000+ 0,01) e apenas para apreciação deste (cfr. n.º 2 do art.º 58.º).
VE
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A D V O G A D O
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e do
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mais
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0 0 ,00 o
€ 30.000,01 - superior à alçada da Relação os re it
clam
ado
s)
€ 30.000,00 - alçada da Relação
Apenas Também
Da competência territorial
49
Manual de apoio / Ação Executiva
Quando se trate de execução para entrega de coisa certa ou por dívida com
garantia real38 são, respetivamente, competentes o lugar onde a coisa se encontre ou
o da situação dos bens onerados (cfr. n.º 2 do art.º 89.º).
38
Ex: resultante de crédito hipotecário.
50
Manual de apoio / Ação Executiva
termos previstos no artigo 718.º e regulados no Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10 de
setembro, na redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de
novembro.39
- Identificação do processo;
- Identificação do agente de execução, através do seu nome e, sendo
solicitador de execução ou advogado, domicílio profissional, números de cédula
pessoal e de identificação fiscal ou, sendo oficial de justiça, número
mecanográfico;
- Identificação das partes, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 724.º do
Código de Processo Civil, incluindo ainda, sempre que possível, o número de
identificação de pessoa coletiva, a filiação, o número de identificação fiscal, o
número de bilhete de identidade ou, na impossibilidade atendível da sua
apresentação, os números de passaporte ou de licença de condução;
- Pedido, indicando o fim e o montante, a coisa ou a prestação, consoante os
casos;
- Bens indicados para penhora;
- Bens penhorados, com indicação da data e hora da penhora e da adjudicação
ou venda;
- Identificação dos créditos reclamados, através do seu titular e montante do
crédito.
39
O Dec. Lei n.º 201/2003 não foi ainda atualizado tendo em conta o Código de Processo Civil de 2013, pelo que lá se
encontram referências a artigos do anterior código, devendo ser feita uma leitura atualista de tais preceitos.
51
Manual de apoio / Ação Executiva
- O arquivamento do processo executivo de trabalho, por não se terem
encontrado bens para penhora.
- A extinção da execução por acordo de pagamento em prestações ou por
acordo global;
- A conversão da penhora em penhor, nos casos previstos no n.º 3 do artigo
807.º;
- O cumprimento do acordo de pagamento em prestações ou do acordo global,
previstos nos artigos 806.º e 810.º.
Cabe ainda referir que toda a informação contida nesta base de dados deve ser
permanentemente atualizada pelo agente de execução – cfr. art.ºs 717.º, n.º 4 do
CPC e art.º 4.º do DL n.º 201/2003, na redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º
226/2008, de 20 de novembro, sendo possível efetuarem-se retificações e
atualizações a requerimento do titular dos dados, independentemente da fase em
que se encontrem os processos (art.º 718.º, n.º 1).
40 Nos termos do n.º 6 do art.º 59.º da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto, as referências efetuadas ao sistema de
suporte à atividade dos agentes de execução, consideram-se feitas ao sistema informático CITIUS, no que se refere às
diligências de execução promovidas pelo oficial de justiça.
52
Manual de apoio / Ação Executiva
Oposição à execução;
Oposição à penhora;
Convocação de credores;
Venda executiva;
Pagamento aos credores;
Extinção da execução.
Os modelos dos requerimentos executivos foram aprovados pelo n.º 2 do art.º 1.º
da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto, sob o comando do n.º 2 do art.º 712.º.
53
Manual de apoio / Ação Executiva
Após validação, pelo sistema informático, do preenchimento pelo exequente de
todos os campos de preenchimento obrigatório, o requerimento é entregue no
mencionado sistema e, caso o exequente não beneficie de apoio judiciário na
modalidade de atribuição de agente de execução, é-lhe disponibilizada a referência
multibanco referente ao pagamento da quantia inicialmente devida ao agente de
execução a título de honorários e despesas e, se for caso disso, do pagamento da
retribuição a que se refere o n.º 8 do art.º 749.º.
O mesmo será dizer que caso um requerimento executivo submetido via CITIUS
Mandatários, cuja referência para pagamento da provisão do agente de execução
nunca seja processada, a secretaria não chega sequer a ter conhecimento que tal
requerimento foi submetido.
54
Manual de apoio / Ação Executiva
n.ºs 1.º, al. c) e n.º 2, 2.º al. b), 4.º, n.º 3 e 19.º da Portaria n.º 280/2013 e 132.º,
144.º e 712.º, do CPC, com dispensa de remessa dos originais, duplicados e cópias, sem
prejuízo de o juiz o determinar nos termos previstos nos n.ºs 1 e 2 do art.º 4.º da
Portaria n.º 280/2013, de 26/8.
Apresentação em Papel
Remessa pelo correio, sob registo, valendo como data da prática do ato
processual a da efetivação do respetivo registo postal;
55
Manual de apoio / Ação Executiva
O documento para pagamento é emitido de forma automática e imediata
(documento em formato PDF) logo que o Agente de Execução seja associado como
interveniente (torna-se assim obrigatória a associação do Agente de Execução nesta
fase, ou seja, no módulo da secção central).
56
Manual de apoio / Ação Executiva
O prazo para pagamento da referência emitida é de 10 dias. Findo esse prazo
sem que a mesma se encontre paga, o sistema informático pode proceder à
invalidação da referência em causa, não sendo possível a partir desse momento o
seu pagamento nem, consequentemente, a apresentação do requerimento na pasta
para distribuição.
57
Manual de apoio / Ação Executiva
Logo que o pagamento seja efetuado, o requerimento executivo será submetido
à distribuição de forma automática pelo sistema informático sem qualquer intervenção
da secretaria.
41
A este prazo aplica-se o regime previsto nos n.ºs 5 a 7 do art.º 139.º do CPC.
42
Vale como data da prática do ato processual a respetiva entrega.
58
Manual de apoio / Ação Executiva
de remessa pelo correio, sob registo43, ou ainda por telecópia44 (n.ºs 1 e 2 do art.º 10.º
da Portaria 280/2013, de 26 de agosto e n.º 7 do art.º 144.º do CPC).
De harmonia como disposto no art.º 145.º, n.º 246 o pagamento da taxa de justiça
de valor inferior ao devido nos termos do Regulamento das Custas Processuais,
equivale à falta de junção, devendo o mesmo ser devolvido ao apresentante, pelo que
tem as consequências processuais previstas para omissão do pagamento da taxa (cfr.
725.º- n.º 4, al. e) e 558.º, al. f).47
43
Vale como data da prática do ato processual a da efetivação do respetivo registo
44
Vale como data da prática do ato processual a da expedição
45
Embora o art.º 725.º, n.º 1 al. e) ainda preveja a recusa do requerimento executivo na falta de junção do documento
comprovativo do pagamento da taxa de justiça, parece-nos que a sua apresentação eletrónica, com o preenchimento
do campo próprio referente ao DUC, dispensa a sua apresentação desde que o DUC seja dado como pago pelo sistema.
46
Na redação do Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26/2.
47
Caso o exequente junte o mesmo comprovativo de pagamento da taxa de justiça em dois ou mais processos, deve a
secretaria proceder à recusa do requerimento executivo.
59
Manual de apoio / Ação Executiva
Requisitos do requerimento executivo:
“Os pagamentos feitos por forma eletrónica consideram-se realizados quando for efetuada comprovação, no processo,
que ateste a transferência de valor igual ou superior ao valor em dívida” – art.º 32.º, n.º 2 RCP.
60
Manual de apoio / Ação Executiva
dos dados pessoais (cfr. art.ºs 724.º, n.º 1- al. a) e 725.º, n.º 1, al. c) do CPC e 2.º, n.º
1-c) do Decreto-Lei n.º 201/2003, de 10 de Setembro);
- Exposição sucinta dos factos que fundamentam o pedido, quando não constem
do título executivo (anexo C4 do modelo) - art.º 724.º, n.º 1, al. e);
48
O agente de execução designado pode, no prazo de 5 dias após a notificação, declarar que não aceita a designação,
nos termos do artigo 720.º, n.º 8 (cfr. art.º 36.º da Portaria n.º 282/2013, de 29/8).
61
Manual de apoio / Ação Executiva
-Documentos e elementos de que o exequente disponha relativamente aos bens
penhoráveis indicados - art.º 724.º, n.ºs 2 e 4, al. b);
62
Manual de apoio / Ação Executiva
- Quanto aos créditos, declarar a identidade do devedor, o montante, a natureza
e a origem da dívida, o título de que constam, as garantias existentes e a data do
vencimento (anexo P5) cfr. art.ºs 724.º, n.º 3, 773.º e 774.º;
- Quanto aos direitos a bens indivisos, indicar o administrador e os
comproprietários, bem como a quota-parte que neles pertence ao executado (anexo
P6) – cfr. art.º 781.º, n.º 1.
49
De notar que a unidade central (ex-secção central) não pode, em caso algum, proceder à recusa do requerimento
executivo uma vez que este é recusado após a distribuição – cfr. n.º 1 do art.º 725.º
63
Manual de apoio / Ação Executiva
-Na falta de apresentação da cópia ou original do título executivo, se o exequente
a isso estiver obrigado.
Mas, não podemos cingir-nos apenas ao art.º 725.º. Se assim fosse, como
procederíamos, por exemplo, perante um requerimento dirigido a um tribunal
diferente daquele em que fosse apresentado?
64
Manual de apoio / Ação Executiva
Expõe os factos que fundamentam o pedido quando não constem Sim
do título executivo….
65
Manual de apoio / Ação Executiva
Reclamação da recusa de recebimento do requerimento executivo
Prevê o n.º 2 do art.º 725.º que do ato de recusa cabe reclamação para o juiz,
cuja decisão é insuscetível de recurso, salvo quando se funde na falta de exposição
dos factos.
Findo o prazo:
Despacho liminar
66
Manual de apoio / Ação Executiva
Citação do Executado
EXCEÇÃO – art.º 727.º O exequente pode requerer que a penhora seja efetuada
sem a citação prévia do executado, mas desde que alegue factos que justifiquem o
receio de perda da garantia patrimonial do seu crédito e ofereça de imediato os meios
de prova, neste caso o executado só é citado após realização da penhora, podendo
nos 20 dias subsequentes, opor-se à penhora. Ou à execução ou a ambas
cumulativamente (art.ºs 727.º, n.º 4 e 856.º, n.ºs 1 e 3).
67
Manual de apoio / Ação Executiva
11.2 Oposição à execução – Embargos de Executado
Com a estrutura duma verdadeira ação declarativa, a oposição corre por apenso
à ação executiva (cfr. art.º 732.º, n.º 2) e o leque de fundamentos diverge consoante
o título em que se baseia a execução.
Assim:
50
Não é demais relembrar que o conceito de comarca instituído pela Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto (LOSJ), foi
substancialmente alterado com o alargamento da base territorial de cada uma delas. De 231 comarcas passámos a ter
apenas 23, com sede, em regra nas capitais de distrito. As exceções respeitam a Lisboa, dividida nas comarcas de
Lisboa, Lisboa Norte e Lisboa Oeste e o Porto, dividido nas comarcas do Porto e Porto Este.
De notar ainda que esta nova visão tem influência na aplicação das regras da dilação prevista no art.º 245.º, na medida
em que, no exemplo dado, o executado residente em qualquer dos núcleos integrados na Comarca, não beneficia de
dilação pelo facto de o processo correr noutro núcleo, pertencente à mesma Comarca (cfr. art.º 245.º, n.º 1, al.
b), a contrário).
68
Manual de apoio / Ação Executiva
- Se a matéria da oposição resultar de facto superveniente, o prazo
para a sua dedução conta-se a partir da data da ocorrência do facto ou em
que dele o oponente tiver tomado conhecimento (cfr. art.º 728.º, n. 2). A
superveniência pode ser objetiva ou subjetiva. É objetiva quando os factos
ocorram posteriormente ao termo do prazo para a oposição (20 dias). É
subjetiva quando os factos são anteriores, mas o executado só tem
conhecimento deles após o decurso do prazo da oposição.
Se, decorrido este prazo, não for junto o documento em causa, a secretaria
oficiosamente procede de modo idêntico à falta de pagamento da taxa de justiça da
contestação em processo declarativo, o mesmo é dizer-se que observa o disposto no
art.º 570.º, parte final em face do n.º 3 do art.º 145.º.
69
Manual de apoio / Ação Executiva
Dispõe o n.º 2 do art.º 145.º que a junção de documento comprovativo do
pagamento de taxa de justiça de valor inferior ao devido nos termos do Regulamento
das Custas Processuais, equivale à falta de junção, devendo o mesmo ser devolvido ao
apresentante.
70
Manual de apoio / Ação Executiva
o Efeitos do recebimento dos embargos de executado
(cfr. art.º 733.º)
Recebidos os embargos/oposição à execução, esta não é, em regra, suspensa
( cfr. art.º 733.º, n.º 1).
71
Manual de apoio / Ação Executiva
CASOS PRÁTICOS – Execução sob a forma Ordinária
I
Título: Documento exarado (escritura) ou autenticado por notário.
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000,00
Bens indicados à penhora: bens móveis; um veículo automóvel e um
estabelecimento comercial.
II
Título: Letra/ Livrança/ Cheque
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000
Bens indicados à penhora: bens móveis e um veículo automóvel.
72
Manual de apoio / Ação Executiva
obrigação pecuniária vencida e tem valor igual ou superior ao dobro da alçada
do tribunal de 1.ª instância (€ 10.000, cfr. 550.º, n.º 2, d), à contrário).
III
Execução movida apenas contra o devedor subsidiário
O executado não renunciou ao benefício da excussão prévia
Título: Extrajudicial de empréstimo garantido com hipoteca
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 20.000
Bens indicados à penhora: Imóvel
73
Manual de apoio / Ação Executiva
O requerimento executivo, acompanhado pelos documentos com ele
apresentados, é imediatamente enviado por via eletrónica, sem precedência de
despacho liminar, ao agente de execução, nos termos já referidos para a execução
ordinária.
74
Manual de apoio / Ação Executiva
Sobre as consultas e diligências prévias à penhora falaremos no Capítulo “Fase
da Penhora”.
São devidas duas taxas de justiça, uma pelos embargos de executado outra pela
oposição à penhora.
75
Manual de apoio / Ação Executiva
I
Título: Documento exarado (escritura) ou autenticado por notário garantido por
hipoteca.
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000
Bens indicados à penhora: bens móveis; um veículo automóvel e um
estabelecimento comercial.
Se não estiver é:
II
Título: Documento exarado (escritura) ou autenticado por notário.
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 5.000
Bens indicados à penhora: bens móveis e um veículo automóvel.
76
Manual de apoio / Ação Executiva
Como se trata de uma execução, em que o título extrajudicial de obrigação pecuniária
vencida, não está garantido por hipoteca e não se encaixando na al. c) do n.º 2 do art.º
550.º, estamos perante uma execução, cujo título é extrajudicial de obrigação
pecuniária vencida e tem valor inferior ao dobro da alçada do tribunal de 1.ª instância
(€ 10.000, cfr. 550.º, n.º 2, d).
A execução segue a forma sumária. (cfr. 550.º, n.º 2, d). Confrontados com estes
títulos, teremos que verificar se os bens indicados à penhora não incluem bem imóvel,
estabelecimento comercial, direito real menor que sobre eles incida ou quinhão em
património que os inclua (imóvel ou estabelecimento comercial) conforme determina
o n.º 5 do art.º 855.º.
Como não está indicado à penhora nenhum daqueles bens, não há a lugar a despacho
liminar, sendo o executado citado após a realização da penhora (cfr. 855.º, n.ºs 1 e 3
e n.º 1 do 856).
III
Título: Letra/ Livrança/ Cheque
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 5.000
Bens indicados à penhora: bens móveis e um veículo automóvel.
Estamos perante um exemplo idêntico ao anterior diferindo apenas no título que está
na base da execução. No entanto, também este título cabe na previsão da alínea d) do
n.º 2 do art.º 550.º.
A execução segue a forma sumária. (cfr. 550.º, n.º 2, d). Confrontados com estes
títulos, teremos que verificar se os bens indicados à penhora não incluem bem imóvel,
estabelecimento comercial, direito real menor que sobre eles incida ou quinhão em
património que os inclua (imóvel ou estabelecimento comercial) conforme determina
o n.º 5 do art.º 855.º.
Como não está indicado à penhora nenhum daqueles bens, não há a lugar a despacho
liminar, sendo o executado citado após a realização da penhora (cfr. 855.º, n.ºs 1 e 3
e n.º 1 do 856).
77
Manual de apoio / Ação Executiva
IV
Título: Letra/ Livrança/ Cheque
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 5.000
Bens indicados à penhora: Imóvel
A execução segue a forma sumária (cfr. 550.º, n.º 2, d). Confrontados com estes títulos,
teremos que verificar se os bens indicados à penhora não incluem bem imóvel,
estabelecimento comercial, direito real menor que sobre eles incida ou quinhão em
património que os inclua (imóvel ou estabelecimento comercial) conforme determina
o n.º 5 do art.º 855.º.
V
Execução movida apenas contra o devedor subsidiário
O executado renunciou ao benefício da excussão prévia
Título: Extrajudicial de empréstimo garantido com hipoteca
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 20.000
Bens indicados à penhora: Imóvel
78
Manual de apoio / Ação Executiva
VI
Execução movida apenas contra o devedor subsidiário
O executado renunciou ao benefício da excussão prévia
Título: Extrajudicial de empréstimo
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 8.000
Bens indicados à penhora: Imóvel
Mas onde houver secção especializada de execução, deve ser remetida a esta,
com caráter de urgência, cópia da sentença, do requerimento que deu início à
execução e dos documentos que o acompanham (cfr. n.º 2 do art.º 85.º).
51
Requerimento executivo constante do anexo II da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto (cfr. art.º 4.º, n.ºs 2 e 3
da referida Portaria)
79
Manual de apoio / Ação Executiva
Na prática, o processo de execução de sentença será, regra geral, tramitado de
forma integrada no processo declarativo onde foi proferida a sentença, onde passamos
a ter o processo principal e, dependente desse processo, a execução integrada. O
número de processo do “integrado” é exatamente igual ao processo onde foi proferida
a sentença, mas com a extensão final acrescida de um ponto (.) e um número (1):
Como já referido, onde houver juízo de execução, deve ser remetida a este,
com caráter de urgência, o processo integrado. Nestes casos está previsto que o juízo
de execução tenha acesso à consulta da ação principal.
Outro aspeto a considerar, é que de acordo com o art.º 710.º, quando o título
executivo é uma sentença, é permitido cumular a execução de todos os pedidos
julgados procedentes, o que vale por dizer que é possível, no mesmo processo,
executar diferentes decisões judiciais: pagamento quantia certa, entrega de coisa
80
Manual de apoio / Ação Executiva
certa e prestação de facto. Neste caso, executando-se pedidos com finalidade diversa,
é designado apenas um agente de execução para a realização das diligências de
execução (cfr. art.º 4.º, n.º 6 da Portaria 282/2013, de 29 de agosto).
Mas, se a execução for de decisão judicial que condene na entrega de coisa certa,
feita a entrega, o executado é notificado para deduzir oposição, seguindo-se, com
as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 860.º e seguintes (cfr. art.º 626.º n.º
3).
Se estivermos perante esta pluralidade de execuções (art.º 710.º) podem ser logo
penhorados bens suficientes para cobrir a quantia decorrente da eventual conversão
destas execuções, bem como a destinada à indemnização do exequente e ao montante
devido a título de sanção pecuniária compulsória (cfr. art.º 626.º n.º 5).
52
Nestes processos não há lugar à citação, procedendo-se à notificação do executado nos termos gerais, após a penhora.
Também não haverá citação nos casos de pedido de entrega de coisa certa ou de prestação de facto.
81
Manual de apoio / Ação Executiva
âmbito do processo de declaração e decisões arbitrais) Art.º 550.º, n.º 3, al. b),
conjugado com o Art.º 716.º;
-Nas execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário que não haja
renunciado ao benefício da excussão prévia - Art.º 550.º, n.º 3 al. d).
82
Manual de apoio / Ação Executiva
I
Título: Decisão Judicial
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000
Bens indicados à penhora: bens móveis; um veículo automóvel e um
estabelecimento comercial.
Corre nos próprios autos e de forma autónoma (cfr. 85.º, n.º 1).
II
Título: Decisão Judicial
Valor da execução para pagamento de quantia certa: € 15.000
Bens indicados à penhora: Depósitos bancários.
Corre nos próprios autos e de forma autónoma (cfr. 85.º, n.º 1).
83
Manual de apoio / Ação Executiva
13. Execução por Custas, Multas, Coimas e outras
quantias contadas ou liquidadas
53
A economia processual sugere a adoção do termo de “vista” para esta notificação. Desta forma, concede-se ao
Ministério Público a possibilidade de requerer diretamente nos próprios autos o que se lhe oferecer, poupando-se a
elaboração, apresentação, registo de entrada e subsequente entrega na secção de mais um “papel” para juntar ao
processo (sem prejuízo dos meios eletrónicos).
84
Manual de apoio / Ação Executiva
execução (cfr. n.º 1 e 3 do art.º 750.º), com expressa advertência para a cominação
do n.º 1 (parte final) do mesmo artigo54. Caso o executado tenha sido citado
previamente, será agora notificado.
Se o executado não pagar e não indicar bens, nem deduzir oposição, o agente de
execução declara o arquivamento (por termo nos autos)55 nos termos do n.º 7 do art.º
35.º do Regulamento das Custas Processuais e notifica-o ao Ministério Público, e
também ao executado se este já tiver sido citado para a execução.
54
Neste caso, a notificação não deverá conter o texto previsto no anexo I da Portaria n.º 313/2009, de 30/03, com
as alterações introduzidas pela Portaria n.º 279/2013, de 26/08.
55
A partir desta data contam-se os cinco anos da prescrição da dívida de custas, podendo a execução ser movimentada
a todo o momento, logo que sejam conhecidos bens ao executado, o que, doravante, poderá ocorrer com mais
frequência do que no passado em face do registo informático de execuções.
85
Manual de apoio / Ação Executiva
n.º 1 do RGCO (Regime Geral das Contra - Ordenações aprovado pelo Decreto-Lei n.º
433/82, de 27/10) e 510.º e seguintes do Código de Processo Penal.
86
Manual de apoio / Ação Executiva
EXECUÇÃO POR CUSTAS / MULTAS /OUTRAS QUANTIAS CONTADAS
(inexistência ou insuficiência de bens)
CONSULTAS PRÉVIAS
(art.º (art.º n.º
833.º-B,
Art.º 748.º 750.º)
1)
Atenção
POSSIBILIDADE DE
REFORÇO
Notificação ao exequente
751.º, N.º 4
(834.º-3)
(MP) dos resultados
SIM NÃO
Há bens?
Aguarda5 10
Aguarda dias,
dias requerimento
requerimento do MP - Aguarda 10 dias requerimento do MP
do MP- Art.º 750.º n.º 2.
art.º 833.º-B, - art.º 833.º-B, n.º 3.
(art.º 750.º) Art.º 750.º(art.º 750.º)
A requerimento do M.º
Execução prossegue P.º, o juiz dispensa o
os trâmites normais concurso dos credores
até integral e ordena a imediata
pagamento. liquidação dos bens Há mais
bens
penhorados
(art.º 35.º, n.º 5 RCP). NÃO
O produto da liquidação
é suficiente para
NÃO
pagamento dos valores O agente de execução
em dívida? ARQUIVA
(condicionalmente) a
Não há execução e notifica o MP,
mais bens sem prejuízo de
EXTINÇÃO
EXTINÇÃO prosseguimento nos
da da
execução
execução(art.º SIM termos do art.º 35.º, n.º 6
(art.º 849.º)
919.º CPC) RCP.
Assim, caso o M.º P.º, com a notificação da inexistência de bens penhoráveis, não
os indique nem requeira a citação do executado para os indicar, o agente de
execução deverá limitar-se a notificar o arquivamento.
87
Manual de apoio / Ação Executiva
14 Fase da penhora
Nas execuções em que não tenham lugar o despacho liminar nem a citação
prévia – cfr. art.º 855.º, as diligências têm início no prazo máximo de 10 dias (n.º
7 do art.º 720.º) contados da distribuição do requerimento executivo, no caso de a
sua apresentação ter sido efetuada por transmissão eletrónica, ou da notificação
efetuada pela secretaria ao agente de execução, enviando-lhe eletronicamente cópia
do requerimento executivo e dos respetivos documentos, quando apresentados em
papel.
88
Manual de apoio / Ação Executiva
O agente de execução começa por consultar o registo informático de
execuções (art.º 748.º, n.º 2 e DL n.º 201/2003, de 10 de setembro que regula o
registo informático de execuções) observando, de seguida, o comando dos n.ºs 3 e 4
do art.º 748.º.
O resultado das consultas pode, desde logo, determinar a forma como se vai
desenrolar o processo executivo.
Vejamos:
1 - Se do registo constar que foi movida execução ao Executado e que terminou nos
últimos três anos, sem que se tenha verificado integral pagamento, caso o
Exequente não tenha indicado bens à penhora, o agente de execução no prazo de 20
dias realiza todas as diligências que considere necessárias tendentes a localizar bens
penhoráveis do executado, nomeadamente, sem necessidade de despacho prévio, a
consultar as bases de dados (n.º 3 do art.º 748.º, n.1 do art.º 749.º e Portaria 331-
A/2009, de 30 de março, na redação que lhe foi dada pela Portaria 350/2013, de 3
dezembro):
a) Da Administração Tributária;
b) Da Segurança Social;
c) Das Conservatórias do Registo Predial, Comercial e Automóvel;
d) Ou ainda de outros registos ou arquivos semelhantes.
Caso destas diligências não se consigam apurar bens do executado suscetíveis de ser
penhorados, o agente de execução notifica o exequente dos resultados obtidos e se
este não indicar, no prazo de dez dias, os bens concretos que pretende ver
penhorados, o agente de execução, extingue, sem mais, a execução.56
56
De notar que já não é possível a remessa de execução para apensação ou incorporação de outra execução constante
da base de dados, nos termos do anterior art.º 832.º n.ºs 4 e 5 do CPC.
89
Manual de apoio / Ação Executiva
2 – Se, por outro lado, o registo informático de execuções não apresentar qualquer
processo que tenha terminado nos últimos três anos por falta de bens e o exequente
não tiver indicado bens à penhora no requerimento executivo, o agente de execução
leva a cabo, no prazo máximo de vinte dias, todas as diligências que considere
necessárias tendentes a localizar bens penhoráveis do Executado, nomeadamente, a
consulta direta sem necessidade de autorização judicial, às bases de dados:
a) Da Administração Tributária;
b) Da Segurança Social;
90
Manual de apoio / Ação Executiva
extinção, vir a ser incluído na lista pública (o texto da notificação consta do Anexo II
a que se refere o n.º 3 do artigo 3.º da Portaria n.º 313/2009, de 30 de março, com a
redação dada pela Portaria 279/2013, de 26 de Agosto).
Para inserir o executado na lista pública, devem estar registados nos detalhes do
processo a decisão final e o encerramento do processo por inexistência de bens.
Se através da consulta ou se por informação do exequente, o agente de execução
obtiver informação sobre a existência bens do executado, procede de imediato à
penhora.
91
Manual de apoio / Ação Executiva
14.2 A penhorabilidade dos bens
No requerimento executivo é dada indicação dos bens do executado sempre que
o exequente deles tenha conhecimento -art.º 724.º, n.º 1, al. i), com as precisões que
lhe seja possível fornecer (art.º 724.º, n.º 2 e 3).
Assim, a penhora começa pelos bens cujo valor pecuniário seja de mais fácil
realização e se mostrem adequados ao montante do crédito exequendo – cfr. art.º
751.º, n.º 1.
Entre A partir de
Até
Dívida € 5.000,01
exequenda e € 120.000,01
€ 5.000
€ 120.000 (inclusive)
Despesas prováveis 20% * 10% * 5% *
57
6,12 e 18 meses, consoante o valor do crédito exequendo e considerando se o bem imóvel serve de habitação
própria permanente do executado.
92
Manual de apoio / Ação Executiva
* - Estas percentagens são calculadas sobre o “valor processual” da execução –
cfr. art.ºs 735.º, n.º 3 e 296.º e seguintes.
Vamos ver que não! Na verdade, temos que ter em conta que nem todos os bens
podem ser penhorados.
58
Considerem-se, também, para o mesmo efeito, as figuras da cumulação de execução (inicial ou sucessiva) e de
coligação de exequentes – cfr. art.ºs 709.º, 711.º e 56.º.
59
Alguns exemplos: crédito de alimentos –art.º 2008.º, n.º 1 do Cód. Civil; direito de uso e habitação – art.º 1488.º do
Cód. Civil; direito de servidão separadamente do imóvel a que estiver ligada – art.º 1545.º do Cód. Civil; o direito à
sucessão de pessoa viva – art.º 2028.º do Cód. Civil; a raiz dos bens sujeitos a fideicomisso – art.º 2292.º do Cód. Civil;
a propriedade do nome ou da insígnia do estabelecimento separadamente deste – arts.º 297.º e 31.º do Cód. Propriedade
Industrial, aprovado pelo Dec. Lei n.º 36/2003, de 5 de Março (na redação dada pela ultima atualização - Lei n.º
46/2011, de 24/06); subsídio de Natal e de férias dos funcionários e agentes da Administração Pública – art.º 17.º do
Dec. Lei n.º 496/80, de 20/10 (atualizado pelo Dec. Lei 184/91 de 17/01); as prestações dos regimes da segurança
social são parcialmente penhoráveis – art.º 73.º, n.º 2, da Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro (alterada pela Lei n.º 83-
A/2013, de 30 de dezembro);
60
Sobre bens do domínio do Estado cfr. art.ºs 84.º da Constituição da República Portuguesa e 4.º a 7.º do Dec. Lei n.º
477/80, de 15/10.
61
São pessoas coletivas de utilidade pública as associações ou fundações que prossigam fins de interesse geral, ou da
comunidade nacional ou de qualquer região ou circunscrição, cooperando com a administração central ou a
administração local, em termos de merecerem da parte desta administração a declaração de «utilidade pública» - art.º
1.º, n.º 1 do Dec. Lei n.º 460/77, de 7/11 (alterado pelo Dec. Lei n.º 391/2007 de 13 de dezembro). A declaração de
utilidade pública é da competência do governo e é publicada no Diário da República – art.ºs 3.º e 6.º do mesmo diploma.
62
Em princípio, são penhoráveis as capelas particulares e seus adornos.
93
Manual de apoio / Ação Executiva
Os instrumentos indispensáveis aos deficientes e os objetos destinados
ao tratamento de doentes – art.º 736.º, al.ª f);
Os bens do Estado e das restantes pessoas coletivas públicas, de
entidades concessionárias de obras ou serviços públicos ou de pessoas
coletivas de utilidade pública, que se encontrem especialmente afetados
à realização de fins de utilidade pública, salvo tratando-se de execução
para pagamento de dívida com garantia real – art.º 737.º, n.º 1;
Os instrumentos de trabalho e os objetos indispensáveis ao exercício da
atividade ou formação profissional do executado, salvo se:
O executado os indicar para penhora;
A execução se destinar ao pagamento do preço da sua aquisição
ou do custo da sua reparação;
Forem penhorados como elementos corpóreos de um
estabelecimento comercial – art.º 737.º, n.º 2, al.ªs a) a c).
Os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se
encontrem na residência permanente do executado, salvo se se tratar de
execução destinada ao pagamento do preço da respetiva aquisição ou do
custo da sua reparação63 – art.º 737.º, n.º 3);
63
Cfr. Ac. TRL de 85/07/09 in BMJ n.º 356, pg. 438; Ac. TRE de 89/04/04 in Col. Jur. de 1989, Tomo II, pg. 283.
64
Incluem-se as prestações periodicamente pagas pela Segurança Social.
94
Manual de apoio / Ação Executiva
Vejamos:
65
O valor do salário mínimo nacional para o ano de 2015 foi fixado em € 505 – cfr. art.º 2.º da Portaria 144/2014, de
30 de setembro.
95
Manual de apoio / Ação Executiva
Exemplo (art.º 738.º, n.º 3 - 2.ª parte):
Resumindo:
- Em princípio, é penhorável 1/3 do salário do executado.
Exceção: Só assim não será se os restantes 2/3 tiverem um valor inferior ao
salário mínimo nacional caso em que este se mantém intacto, incidindo a penhora
sobre a diferença entre o salário global e o "valor intocável".
96
Manual de apoio / Ação Executiva
Caso os 2/3 ultrapassem o triplo do salário mínimo nacional,
serão suscetíveis de penhora não só a fração de 1/3, mas
também a diferença entre o valor correspondente aos 2/3 e o
triplo do salário mínimo nacional.
Na penhora de dinheiro (art.ºs 739.º; 756.º, n.º 3; 764.º, n.º 5; 788.º, n.º 4-b) e
798.º) ou de saldo bancário (art.ºs 739.º; 780.º; 788.º, n.º 4-b) e 798.º) é
impenhorável o valor global correspondente a um salário mínimo nacional, assim se
permitindo ao executado a satisfação das suas mais elementares necessidades de vida
– art.º 738.º, n.º 5.
66
O art.º 7.º da Portaria n.º 286-A/2014, de 31/12, fixou, para o ano de 2015, na quantia de € 201,53 a pensão social
do regime não contributivo.
97
Manual de apoio / Ação Executiva
Embora o agente de execução proceda à penhora sem precedência de despacho
judicial, o juiz, mediante requerimento do executado, ponderados o montante e a
natureza do crédito exequendo, pode ser chamado a intervir no processo em ordem
a fixar outros limites à penhora, que não os previstos nos n.ºs 3, 4 e 5 do art.º 738.º,
reduzindo a parcela penhorável por período que considere razoável, ou isentando-a,
por período não superior a um ano.- cfr. art.º 738.º, n.º 6. Este normativo prevê a
possibilidade de uma decisão favorável de redução ou isenção da parte penhorável,
para situações de dificuldade financeira do agregado familiar.
II - A penhora subsidiária
98
Manual de apoio / Ação Executiva
os seus bens – cfr. art.º 1735.º C.C. –, salvo a possibilidade de presunção de
compropriedade dos bens móveis fundada na dúvida sobre a propriedade desses bens
– cfr. art.º 1736, n.º 2 CC.
Conjugando os art.ºs 740.º, 741.º e 742.º com o art.º 786.º, n.º 1-a) e n.º 5
conclui-se que:
99
Manual de apoio / Ação Executiva
Neste caso, apensado o requerimento de separação ou junta a
certidão, a execução fica suspensa até à partilha.67
67
O inventário para separação de bens no caso de penhora de bens comuns do casal corre no Cartório Notarial
competente, nos termos previstos no art.º 81.º do RJPI (Regime Jurídico do Processo de Inventário).
68
Deduzido nos termos dos art.ºs 293.º a 295.º e autuado por apenso –n.º 1 do art.º 741.º
100
Manual de apoio / Ação Executiva
Se a divida for considerada comum, a execução prossegue também
contra o cônjuge, podendo os seus bens próprios ser penhorados
subsidiariamente
Se a divida não for considerada comum, o cônjuge deve requerer a
separação de bens ou juntar certidão comprovativa de que já a
requereu.
69
Note-se que nos vários processos poderão ser diferentes os sujeitos processuais.
101
Manual de apoio / Ação Executiva
Esta penhora consiste na notificação ao administrador e aos contitulares
(segundo as regras da citação, nos termos das disposições combinadas dos n.ºs 1 dos
art.ºs 773.º e 781.º) e quando sejam várias as pessoas notificadas, a penhora produz
efeitos a partir da primeira notificação70 - art.º 781.º, n.º 1.
Nas previsões deste artigo cabem as execuções por dívidas da herança propostas
contra o herdeiro, pelas quais respondem os bens que integram o respetivo património
(cfr. art.º 2068.º do CC).
Daí que o n.º 1 do art.º 744.º estabeleça que na execução movida contra o
herdeiro só podem penhorar-se os bens que ele tenha recebido do autor da herança.
70
A penhora considera-se feita no momento da notificação - Ac. STJ, de 94/05/26 in BMJ 437, pg. 471.
102
Manual de apoio / Ação Executiva
Da junção de documentos é oficiosamente notificado o exequente nos termos do
disposto no art.º 427.º ex vi do art.º 551.º, n.º 1. Quer o exequente, quer o executado
poderão reclamar para o juiz da decisão que sobre a questão for tomada pelo
agente de execução – cfr. art.º 723.º, n.º 1, al. c).
Do n.º 1 do art.º 506.º do Código Civil resulta que o fiador garante a satisfação
do direito de crédito, ficando pessoalmente obrigado perante o credor. E acrescenta
o n.º 2 que a obrigação do fiador é acessória da que recai sobre o devedor principal.
Mas, ao fiador é lícito usar o benefício da excussão prévia71, recusando o cumprimento
da obrigação enquanto não tiverem sido excutidos todos os bens do devedor, com ou
sem garantia reais – cfr. art.ºs 516.º e 518.º do CC.
71
O benefício da excussão prévia é invocável pelos seguintes devedores subsidiários: fiador – art.ºs 627.º e seguintes
do Cód. Civil, salvo as exceções do art.º 640.º, n.º 2 e da fiança comercial, em que o fiador é solidariamente responsável
com o afiançado – cfr. art.º 101.º do Cód. Comercial; sócios da sociedade comercial em nome coletivo – art.º 175.º,
n.º 1 do Cód. das Sociedades Comerciais; sócios comanditados da sociedade comercial em comandita – art.º 465.º,
n.º 1 do Cód. das Sociedades Comerciais; sócios da sociedade civil – art.º 997.º, n.º 2 do Cód. Civil.
O avalista nas letras ou nas livranças é considerado principal responsável – art.ºs 32.º e 77.º da LULL.
103
Manual de apoio / Ação Executiva
insuficientes para o pagamento das custas da execução, do crédito exequendo e dos
credores reclamantes que antes dele tenham sido graduados.
Uma vez proposta a execução apenas contra o devedor subsidiário, ele só não
será citado previamente se o exequente, no requerimento executivo, deduzir o pedido
de dispensa de citação prévia, e o juiz, produzidas as provas necessárias, decidir
favoravelmente – cfr. art.ºs 550.º, n.º 3, al. d), 726.º, n.º1 e 727.º.
104
Manual de apoio / Ação Executiva
bens do devedor principal e, por essa via, pedir o levantamento da penhora
dos seus.
No que respeita à penhora, deve começar pelos bens cujo valor pecuniário seja
de mais fácil realização e se mostrem adequados ao montante do crédito do exequente
- o agente de execução deve respeitar as indicações do exequente sobre os bens
que pretende ver prioritariamente penhorados (art.º 751.º, n.º 2). Só assim não será
se as indicações do exequente violarem norma legal imperativa72, ofenderem o
princípio da proporcionalidade da penhora ou infringirem manifestamente a regra
estabelecida no n.º 1.
Mas se estivermos perante uma dívida com garantia real que onere bens
pertencentes ao devedor, a penhora inicia -se pelos bens sobre que incida a garantia
e só pode recair noutros quando se reconheça a insuficiência deles para conseguir o
fim da execução.- cfr. n.º 1 do art.º 752.º.
Norma excecional é a do n.º 3 do art.º 751.º, que admite a penhora, por excesso,
de imóvel ou de estabelecimento comercial, quando no universo patrimonial do
executado não existam bens cuja penhora se preveja não garantir a satisfação integral
da dívida no prazo de 12, 18 ou 6 meses, conforme previsto nas alíneas a) a c).
14.3 A penhora
72
Veja-se o que vem prescrito nos art.ºs 736.º a 739.º sobre a impenhorabilidade de bens.
105
Manual de apoio / Ação Executiva
Norma excecional é o n.º 3 do art.º 751.º, que admite a penhora, por excesso,
de imóvel ou de estabelecimento comercial, quando no universo patrimonial do
executado não existam bens cuja penhora se preveja não garantir a satisfação integral
do devido nos prazos de 12, 18 ou 6 meses, conforme previsto nas alíneas a) a c).
Mas se estivermos perante uma dívida com garantia real que onere bens
pertencentes ao devedor, a penhora inicia -se pelos bens sobre que incida a garantia
e só pode recair noutros quando se reconheça a insuficiência deles para conseguir o
fim da execução.- cfr. n.º 1 do art.º 752.º.
Sendo penhorados bens que estejam na posse de terceiro (cfr. art.º 747.º), o
agente de execução averigua, no ato da penhora, se tal facto advém de direito de
retenção ou de penhor e, na afirmativa, consigna-o no auto de penhora onde identifica
o terceiro73, tendo em vista a sua citação aquando da convocação dos credores
(registados ou conhecidos), nos termos do art.º 786.º, n.ºs 1 e 4.
Reforço ou substituição
73
Estas referências são feitas em “18 - Observações”, do auto de penhora de modelo aprovado pela Portaria n.º
282/2013, de 29 de Agosto.
106
Manual de apoio / Ação Executiva
substituí-la pela penhora de outros bens, nuns casos a pedido do exequente, noutros a
requerimento do executado.
74
O modelo aprovado serve para a penhora de imóveis (art.º755.º, n.º 3), móveis (766.º e 768.º, n.º 1) e
estabelecimentos comerciais (art.º 782.º, n.º 1).
107
Manual de apoio / Ação Executiva
diferentes (cfr. art.º 794.º) ou para a determinação do processo em que há-de ser
realizada a venda única no caso previsto no art.º 743.º, n.º 2.
75
“Art.º 204.º do Cód. Civil: 1 - São coisas imóveis os prédios rústicos e urbanos; as águas; as árvores, os arbustos e
os frutos naturais, enquanto estiverem ligados a solo; os direitos inerentes aos imóveis mencionados nas alíneas
anteriores; as partes integrantes dos prédios rústicos e urbanos. 2 - Entende-se por prédio rústico uma parte
delimitada do solo e as construções nele existentes que não tenham autonomia económica e por prédio urbano
qualquer edifício incorporado no solo, com os terrenos que lhe sirvam de logradouro. 3 - É parte integrante toda a
coisa móvel ligada materialmente ao prédio com carácter de permanência.
Art.º 205.º: São móveis todas as coisas não compreendidas no artigo anterior.”
76
A comunicação eletrónica das penhoras (“Registos On Line”) encontra-se hoje disponível para os agentes de execução
(solicitadores de execução e advogados). Para tanto é necessário que o utilizador tenha um certificado digital,
possibilidade ainda não contemplada para os oficiais de justiça. Assim, nada mais nos resta do que proceder ao envio
da declaração nos termos gerais.
77
Art.º 48.º, n.º 1 do Cód. Reg. Predial (com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 125/2013, de 30 de agosto):”Sem prejuízo
do disposto quanto às execuções fiscais, o registo da penhora é efetuado com base em comunicação eletrónica do
agente de execução ou em declaração por ele subscrita.”
78
Sobre a matéria de registo predial aconselhamos a leitura do texto deste CF intitulado “Alterações ao Código do
Registo Predial – Repercussão na Atividade dos Tribunais, disponível na plataforma de e-learning da DGAJ.
108
Manual de apoio / Ação Executiva
621/2008, de 18/7 – regulamenta, além do mais, os elementos que devem constar do
pedido de registo predial).
O registo da penhora é considerado ato urgente (cfr. art.ºs 755.º, n.º 5 do CPC
e 75.º, n.º 3 do CRP) devendo ser pagos, em simultâneo com o pedido ou antes deste,
os emolumentos ou taxas devidas.
109
Manual de apoio / Ação Executiva
edital na porta ou noutro local visível do imóvel penhorado, adotando o modelo
aprovado pela Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto.
Depositário
110
Manual de apoio / Ação Executiva
Posse dos bens
O depositário deve tomar posse efetiva dos bens penhorados, cuja entrega
deverá constar do auto de penhora, a menos que o cargo incumba ao próprio
executado, caso em que apenas se fará menção do facto no auto.
Estabelece o art.º 760.º que ao depositário incumbem, além dos deveres gerais
de zelo definidos nos art.ºs 1187.º e seguintes do Código Civil, o dever de administrar
os bens e a obrigação de prestar contas (cfr. art.º 952.º), podendo o agente de
execução socorrer-se de colaboradores para o auxiliarem no desempenho do cargo, sob
a sua responsabilidade (cfr. art.º 1198.º do Cód. Civil e n.º 3 do art.º 760.º CPC).
111
Manual de apoio / Ação Executiva
Esta notificação pode ter lugar conjuntamente com a decisão do agente de execução
sobre a modalidade da venda.
Incidente de remoção
112
Manual de apoio / Ação Executiva
imóvel penhorado na data da respetiva inscrição no registo, e por outro lado a
acompanhar a citação/notificação do executado, bem como as demais citações
constantes do art.º 786.º, também não se torna necessária qualquer solicitação para
o efeito.
Essa obrigatoriedade não existe hoje em dia uma vez que, como já se referiu, a
penhora se realiza com a sua inscrição no registo.
Abordando agora a situação da entrega efetiva, parece-nos também que tal não
constitui qualquer reserva à possibilidade de o depositário poder ser constituído
através de notificação nos autos, já que, mesmo no direito anterior, ao assinar o
termo, na secretaria, o depositário não tomava posse efetiva de coisa nenhuma. Para
tanto, e se tal se justificar, pode o mesmo solicitar diretamente o auxílio da força
pública, no caso de ser oposta alguma resistência, ou solicitando a sua determinação
ao juiz, no caso de necessidade de arrombamento de portas, nos termos do disposto
no art.º 757.º, n.º s 2 e 3).
113
Manual de apoio / Ação Executiva
Note-se que o averbamento, no auto do arresto, deve ser sempre efetuado, ainda
que se trate de bens não sujeitos a registo.
Levantamento da penhora
Além dos casos previstos no art.º 751.º n.º 6, tal como quando proceda a oposição
à execução (cfr. art.º 785.º, n.º 6), a penhora pode ser levantada, pelo agente de
execução, a requerimento do executado com fundamento em ato ou omissão que não
seja da sua responsabilidade causadora da paragem da execução durante seis meses -
cfr. n.º 1 do art.º 763.º.
114
Manual de apoio / Ação Executiva
e) As partes integrantes dos prédios rústicos e urbanos.
2. Entende-se por prédio rústico uma parte delimitada do solo
e as construções nele existentes que não tenham autonomia
económica, e por prédio urbano qualquer edifício incorporado
no solo, com os terrenos que lhe sirvam de logradouro.
3. É parte integrante toda a coisa móvel ligada materialmente
ao prédio com carácter de permanência.
Artigo 205.º
Coisas móveis
1. São móveis todas as coisas não compreendidas no artigo
anterior.
2. As coisas móveis sujeitas a registo público é aplicável o
regime das coisas móveis em tudo o que não seja especialmente
regulado.
Com efeito, os bens móveis não sujeitos a registo são penhorados, apreendidos
e imediatamente removidos para depósitos (públicos79 ou não), presumindo-se
pertencentes ao executado os bens encontrados em seu poder, embora o executado
possa reagir perante o juiz, depois de efetuada a penhora, exibindo documentos
comprovativos de direitos de terceiros, os quais podem igualmente tomar posição na
defesa dos seus interesses por meio de embargos de terceiro (cfr. art.º 764.º, n.º 3 e
342.º).
79
Os bens removidos para depósitos públicos são lá vendidos – cfr. art.º 836.º
115
Manual de apoio / Ação Executiva
O auto de penhora
No auto de penhora relatar-se-ão todas ocorrências.
80
O modelo aprovado serve para a penhora de imóveis (art.º 755.º, n.º 3), móveis (766.º e 768.º, n.º 1) e
estabelecimentos comerciais (art.º 782.º, n.º 1).
81
Art.º 227.º-A do Código Penal - Frustração de créditos
1 - O devedor que, após prolação de sentença condenatória exequível, destruir, danificar, fizer desaparecer, ocultar
ou sonegar parte do seu património, para dessa forma intencionalmente frustrar, total ou parcialmente, a satisfação
de um crédito de outrem, é punido, se, instaurada a ação executiva, nela não se conseguir satisfazer inteiramente os
direitos do credor, com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.
116
Manual de apoio / Ação Executiva
O dinheiro, papéis de crédito, pedras e metais preciosos são apreendidos e
depositados numa instituição de crédito à ordem do agente de execução designado, ou
à ordem da secretaria, quando se tratar de oficial de justiça.
Depositário
No entanto, não haverá lugar à remoção se a natureza dos bens for incompatível
com o depósito, se a remoção implicar uma desvalorização substancial dos bens ou a
sua inutilização, ou se o custo da remoção for superior ao valor dos bens. Em qualquer
dos casos deve fazer-se a uma descrição pormenorizada dos bens, à obtenção de
fotografias dos mesmos e, sempre que possível, à imposição de algum sinal distintivo
nos próprios bens, ficando o executado como depositário (cfr. art.º 764.º, n.º 2).
Além dos deveres gerais estabelecidos nos art.ºs 1187.º e seguintes do Cód. Civil,
o depositário de bens móveis fica obrigado a mostrá-los a qualquer pessoa, quando tal
lhe for ordenado – cfr. art.º 771.º, n.º 1. Se não o fizer dentro do prazo de 5 dias nem
justificar as razões da falta, o agente de execução dará conhecimento do facto ao juiz
com o fito de ser decretado o arresto em bens do depositário faltoso para garantia
do valor do depósito (valor atribuído no auto de penhora aos bens em causa), as custas
e as despesas, arresto que será levantado logo que os bens sejam apresentados ou que
sejam pagos os valores atrás referidos, sendo as custas calculadas de imediato, tudo
isto sem prejuízo de eventual responsabilidade criminal82. Simultaneamente, o juiz
ordena ainda:
117
Manual de apoio / Ação Executiva
A extração de certidão dos autos e a entrega ao Ministério Público para efeitos
de procedimento criminal;
118
Manual de apoio / Ação Executiva
Nos termos do n.º 2 do art.º 746.º, o navio considera-se despachado para viagem
logo que esteja em poder do respetivo capitão o desembaraço passado pela capitania
do porto.
Nos outros casos, o pedido pode ser deferido independentemente do acordo das
partes, mediante a garantia de caução prestada pelo exequente ou credor que
requerer a navegação e dum seguro usual contra os riscos, após o que o navio é
entregue ao requerente que se constituirá como depositário, comunicando-se a decisão
à capitania do porto – art.º 770.º.
84
Última alteração: Decreto-Lei n.º 64/2005, 15 de Março.
119
Manual de apoio / Ação Executiva
arresto e penhora, entre outros “atos diversos” ali referidos, sobre aeronave ou
equipamento autónomo (motor, rotor, hélice, APU, etc.), deve ser formulado através
de requerimento cujo formulário se encontra disponível, para download, em formato
“pdf”85.
No que respeita à penhora do veículo, permite-se agora optar por dois caminhos, a
penhora ou se inicia por comunicação eletrónica ou com prévia imobilização do
veículo.
85
http://www.inac.pt/SiteCollectionDocuments/Aeronaves/v2_7_req_registo_atos_diversos.pdf
86
Cfr. art.ºs 161.º e 164 do Código da Estrada.
87
Cfr. art.ºs 167.º e 168.º do Código da Estrada.
120
Manual de apoio / Ação Executiva
Penhora
Entrega do requerimento
88
Artigo 8.º
1 - Os atos relativos a veículos a motor e respetivos reboques podem ser efetuados e os respetivos meios de prova
obtidos em qualquer conservatória do registo de veículos, independentemente da sua localização geográfica.
2 - A competência para a prática dos atos previstos no número anterior pode ser atribuída a qualquer
conservatória de registos, através de despacho do presidente do Instituto dos Registos e do Notariado, I. P.
121
Manual de apoio / Ação Executiva
Os pedidos de registo podem ser efetuados através dos modelos de requerimento
aprovados pelo Presidente do Instituto dos Registos e do Notariado, I.P. (IRN, I.P.)
89
O requerimento obtém-se neste endereço:
http://www.irn.mj.pt/IRN/sections/irn/a_registral/servicos-externos-docs/impressos/automovel/requerimento-de-
registo/downloadFile/file/ANEXD57.pdf?nocache=1216986303.52
122
Manual de apoio / Ação Executiva
A efetivação da penhora através do registo
Os factos sujeitos a registo vêm elencados nos art.ºs 5.º e 6.º do mesmo diploma,
o qual estabelece regras para o registo, complementadas pelo Regulamento do Registo
de Automóveis, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 55/75, de 12 de fevereiro.91 O Código
do Registo Predial é subsidiariamente aplicável ao registo automóvel na medida e nos
termos do disposto no art.º 29.º do citado Decreto n.º 54/75.
http://www.irn.mj.pt/IRN/sections/inicio
Atos complementares
90
Este diploma foi objeto de várias alterações, a última das quais pela Lei n.º 39/2008, de 11 de Agosto.
91
Este foi sujeito a diversas alterações, a última das quais pelo Decreto-Lei n.º 185/2009, de 12 de agosto.
123
Manual de apoio / Ação Executiva
suceder, a comunicação eletrónica da penhora (como já vimos – “nos termos gerais”,
sendo realizada por oficial de justiça) deve ser realizada até ao 1.º dia útil seguinte.
Assim, à penhora realizada pela via do registo segue-se uma série de atos
complementares.
Pelo que mais adiante referiremos, no auto de apreensão deverá ser feita menção
à colocação do selo.
92
. Ver n.ºs 3 a 8 do artigo 164.º, e artigos 161.º, 162.º e 168.º do Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio do Decreto-lei
n.º 114/94, de 3 de maio. Este diploma foi objeto de várias alterações, a última das quais pelo Decreto-Lei n.º 151/2017,
de 7 de dezembro. Ver também o anexo V da Portaria n.º 282/2013, de 29/08.
124
Manual de apoio / Ação Executiva
o Remoção do veículo
Decorre do n.º 3 do art.º 768.º do CPC que a remoção do veículo é um recurso a
utilizar a título excecional, isto é, quando o agente de execução entender necessário
fazê-lo para a salvaguarda do bem.
Depositário
Em matéria de depositário o art.º 768.º é omisso.
Com efeito, as normas reguladoras da penhora de bens móveis não sujeitos a
registo são distintas das que regulam a penhora de bens móveis sujeitos a registo.
Vejamos, em síntese:
A penhora de bens móveis não sujeitos a registo pauta-se por regras próprias -
art.ºs 764.º a 767.º - e acessoriamente pelo preceituado sobre a penhora de bens
imóveis, por força do art.º 772.º.
Quanto aos bens móveis sujeitos a registo, importa, antes de mais, sublinhar que
nele se congregam, embora com tratamentos diversos, veículos automóveis, navios ou
aeronaves.
Vem a propósito lembrar que nas “execuções por custas, multas, coimas e ou
outras quantias contadas” a penhora dos bens móveis sujeitos a registos submete-
se às regras da penhora de imóveis, quer por força da remissão que o n.º 1 do art.º
768.º faz para o art.º 755.º, quer pela via subsidiária do art.º 772.º, aliás, a exemplo
do que se verifica com os bens móveis não sujeitos a registo, muito embora a penhora
de navios ou de mercadorias neles carregadas devam seguir ainda o estabelecido nos
art.ºs 746.º, 769.º e 770.º.
125
Manual de apoio / Ação Executiva
da penhora, para, no prazo de 10 dias (art.º 149.º), declarar expressamente se se opõe
a que o executado, quando necessário e com vista a obviar dificuldades retardatárias
do processo, seja nomeado depositário dos bens penhorados.
Só assim não será se da certidão resultar que o titular inscrito é pessoa diversa
do executado, facto que determina, como é consabido, o cumprimento, pelo agente
de execução, do disposto no artigo 119.º do Código do Registo Predial, aqui aplicado
subsidiariamente por força do art.º 29.º do Decreto-Lei n.º 54/75, de 12 de fevereiro.
Por conseguinte, o sobredito prazo de cinco dias para o agente de execução citar
ou notificar o executado decorre a partir do termo do prazo estabelecido no n.º 1 do
art.º 119.º do CRP ou da data da apresentação da declaração negativa do titular
inscrito.
126
Manual de apoio / Ação Executiva
processo, quando não previamente citado, sem que o agente de execução lhe tivesse
dado tal “notícia” em tempo oportuno.
Poderá questionar-se: e se não for possível imobilizar o veículo por não ser
encontrado ou por qualquer outra razão?
Numa tal situação, o agente de execução, entre outras hipóteses, pode suscitar
a intervenção do juiz no sentido de ordenar a notificação do executado, nos termos e
sob os efeitos cominatórios do art.º 417.º, como também deve notificar o facto ao
exequente para, no prazo de 10 dias (art.º 149.º), dizer o que se lhe oferecer, não
sendo de excluir, numa tal dificuldade e ante a provável insuficiência do bem, a
eventualidade de ele vir a requerer o reforço da penhora, com base no art.º 751.º, n.º
4.
Preceitua o n.º 2 do art.º 768.º que “a penhora de veículo automóvel pode ser
precedida de imobilização, designadamente através da imposição de selos...” A prática
revela-nos que a imobilização do veículo é solicitada a entidades policiais e
predominantemente por estas realizada.
Sendo este o natural sentido da lei, não vemos por que razão não há-de ser a
entidade que procede à imobilização a fazer a imposição do “selo”.
127
Manual de apoio / Ação Executiva
veículo, assim como a assinatura legível do agente e a indicação do seu número de
identificação profissional e a corporação ou serviço a que pertencer, tudo autenticado
com o carimbo em uso na unidade ou serviço respetivos.
1. Diligências precedentes:
- Diligências prévias à penhora no sentido da identificação e localização
do veículo a penhorar;
128
Manual de apoio / Ação Executiva
4. Elaboração do auto de penhora;
5. Atos complementares:
- Pedido de imobilização do veículo e apreensão dos respetivos
documentos, colocação do selo e entrega ao depositário indicado pelo
agente de execução.
Por isso, a penhora dos velocípedes enquadra-se na penhora de bens móveis não
sujeitos a registo nos termos do art.º 764.º.
93
Código da Estrada – DL n.º 114/94, de 3 de Maio, na redação que lhe foi dada pelo DL n.º 151/2017, de 7 de dezembro.
Artigo 112.º
Velocípedes
1 - Velocípede é o veículo com duas ou mais rodas acionado pelo esforço do próprio condutor por meio de pedais ou
dispositivos análogos.
2 - Velocípede com motor é o velocípede equipado com motor auxiliar com potência máxima contínua de 0,25 kW, cuja
alimentação é reduzida progressivamente com o aumento da velocidade e interrompida se atingir a velocidade de 25
km/h, ou antes, se o condutor deixar de pedalar.
3 - Para efeitos do presente Código, os velocípedes com motor, as trotinetas com motor, bem como os dispositivos de
circulação com motor elétrico, autoequilibrados e automotores ou outros meios de circulação análogos com motor são
equiparados a velocípedes.
129
Manual de apoio / Ação Executiva
14.11 Penhora de direitos
Mas a penhora pode incidir também sobre coisas incorpóreas, ou seja, sobre
direitos.
Penhora de créditos
130
Manual de apoio / Ação Executiva
circunstâncias que possam interessar à execução – cfr. art.º 788.º, n.ºs 1 e 2 -, sendo
advertido nos termos e para os efeitos dos art.ºs 773.º, n.ºs 3 e 4 e 777.º, n.º 4.
Estando o crédito garantido por penhor de coisas (cfr. art.ºs 669.º e seguintes do
Cód. Civil), faz-se a apreensão dos próprios bens empenhados nos termos da penhora
de bens móveis.
94
“Diz-se litigioso o direito que tiver sido contestado em juízo contencioso, ainda que arbitral, por qualquer
interessado” – cfr. n.º 3 do art.º 579.º do Código Civil.
131
Manual de apoio / Ação Executiva
O devedor alega que a obrigação depende de prestação do executado
132
Manual de apoio / Ação Executiva
Se o terceiro-devedor não cumprir a obrigação, pode o exequente ou o
adquirente exigir a prestação, servindo de título executivo:
Diz-nos o n.º 1 do art.º 778.º que lhe são aplicáveis as disposições relativas à
penhora de créditos, o que vale por dizer, que a penhora se constitui por notificação
do terceiro (segundo as regras da citação), nos termos do art.º 773.º.
Exemplo:
95
O direito do executado consiste grosso modo na aquisição da propriedade do veículo depois de o pagar integralmente
ao vendedor.
133
Manual de apoio / Ação Executiva
- Elabora o auto de penhora;
- Notifica o executado na execução ordinária (cfr. n.º 1 do art.º
785.º) e na execução de sentença (cfr. n.º 2 do art,º 626,º) ou cita-
o nos casos da execução sumária (cfr. n.º 1 do art.º 856.º).
96
Cfr. penhora de imóveis e móveis sujeitos a registo – art.ºs 755.º e 768.º.
134
Manual de apoio / Ação Executiva
exequendo não seja de alimentos, caso em que é impenhorável apenas o equivalente
à pensão social de regime não contributivo.
Se a execução for extinta por falta de bens sem que a quantia exequenda
esteja satisfeita, o exequente pode pedir a renovação da instância para
satisfação do remanescente, sem repetição das citações – n.º 5 do art.º
779.º e n.º 4 do Art.º 850.º.
Por forma a cumprir estes requisitos legais, a aplicação “Citius” contém uma
nova funcionalidade que vai permitir a concretização desta penhora.
135
Manual de apoio / Ação Executiva
Passo a passo, vamos explicar o modo como proceder.
Escolhemos o executado
titular da conta objeto da
penhora (no caso de
pluralidade de executados é
necessário iniciar um
procedimento de penhora
para cada um deles), e
clicamos 2 vezes em “Nova
penhora”.
136
Manual de apoio / Ação Executiva
Apesar de se tratar de um pedido de informação ao Banco de Portugal, não é
possível alterar este valor na fase de bloqueio.
137
Manual de apoio / Ação Executiva
Nota: na gestão da pasta “Penhoras de Saldos Bancários…”,
para além de consultar as “comunicações recebidas”, temos
também a possibilidade de visualizar as “ comunicações
enviadas sem resposta” (nestas pastas poderá gerir a
totalidade dos pedidos efetuados no juízo).
Neste caso, foram identificadas pelo Banco de Portugal quatro entidades bancárias.
Não estando prevista qualquer solução alternativa para a situação ora descrita,
uma vez que a penhora se efetua exclusivamente por meios eletrónicos, o oficial de
justiça poderá suscitar a intervenção do juiz com a informação que se encontra
impossibilitado de proceder à respetiva penhora eletrónica junto da entidade
identificada.
138
Manual de apoio / Ação Executiva
No separador “comunicações” podem ser visualizados os documentos produzidos,
escolhendo a opção “ver”.
Após processar a informação devolvida pelo Banco de Portugal, vamos dar início
ao pedido de bloqueio.
No separador
“entidades
bancárias”,
seleciona-se a(s)
entidade(s)
bancária(s)
pretendida(s), de
seguida clica-se
em “enviar
pedido de
bloqueio” e
confirma-se o
envio do pedido.
139
Manual de apoio / Ação Executiva
3.2 A resposta ao pedido
A entidade bancária dispõe do prazo de 2 dias úteis para dar resposta ao pedido
de bloqueio - cfr. n.º 8 do art.º 780.º.
140
Manual de apoio / Ação Executiva
4. PEDIDO DE PENHORA AOS BANCOS
O prazo que a lei prevê para o agente de execução proceder à penhora dos
montantes dos saldos bloqueados é de 5 dias, cfr. n.º 9 do art.º 780.º.
141
Manual de apoio / Ação Executiva
Comecemos então por tratar da opção “penhorar”:
Após escolher a opção “penhorar” vai aparecer o seguinte ecrã, no qual será possível
indicar o “valor a penhorar”. Se o valor a penhorar corresponder ao valor bloqueado,
depois de inserir o respetivo valor basta clicar em “enviar operação”:
Tomemos como exemplo uma execução cujo pedido de bloqueio foi de € 10.000
e, entretanto, por pagamento coercivo ou voluntário, a quantia em dívida passou a ser
de € 7.500. Assim, após escolher a opção “penhorar” vai aparecer o seguinte ecrã, no
qual vai ser possível indicar o “valor a penhorar” e, em simultâneo, o “valor a
desbloquear”:
142
Manual de apoio / Ação Executiva
O valor a penhorar seria de € 7.500, e a desbloquear seria de € 2.500.
Valor a penhorar
superior ao bloqueado:
Exemplificando:
Em cada uma delas, depois de salvaguardado o valor de € 485 (salário mínimo), foi
bloqueado o montante de € 300, o que corresponde a um total de € 900.
Neste cenário, porque já está salvaguardado numa das contas o valor do salário
mínimo, na ordem de penhora devemos escolher a opção de “penhorar” e proceder
da seguinte forma:
143
Manual de apoio / Ação Executiva
Resumindo: neste exemplo, dos € 2.000 inicialmente pedidos, foi possível penhorar €
1.870, tendo ficado salvaguardado numa das contas (instituição A) o valor de € 485
correspondente ao valor do salário mínimo nacional.
Para além do exemplo referido, podemos ter de nos socorrer desta funcionalidade,
nomeadamente, nas seguintes situações:
Acordo de pagamento;
Erro nos dados enviados para bloqueio;
Bloqueio de valores em várias contas, que ultrapassam o valor peticionado.
144
Manual de apoio / Ação Executiva
Tal como já referido anteriormente, é possível consultar a(s) resposta(s) aos
pedidos efetuados na pasta de “ gestão da secretaria”, escolhendo a secção de
“Penhoras de Saldos Bancários”, e clicando em “comunicações recebidas”:
5. Pedido de transferência
Para efetuar uma transferência deverá entrar no separador bens e clicar duas
vezes em cima do bem.
145
Manual de apoio / Ação Executiva
Ao efetuar a operação “transferir” vamos ter de colocar que o prazo da oposição já foi
ultrapassado, colocando o marcador na caixa de verificação de “confirma a verificação
dos requisitos legais
previstos no n.º 13 do
artigo 780.º do CPC”.
De seguida deverá
clicar em “enviar
operação”.
Caso tenha sido deduzida oposição à execução e/ou à penhora, a referida transferência
apenas poderá ocorrer após decisão que a julgou improcedente, cfr. n.º 13 do art.º
780.º do CPC e n.º 18 do art.º 18.º da Portaria 282/2013, de 29 de agosto.
Aspeto geral do quadro das “comunicações”, após ter sido pedida a transferência de
saldo:
146
Manual de apoio / Ação Executiva
Após efetuado o pedido de transferência, informaticamente vai ser gerado um
DUC para a entidade bancária proceder ao depósito desse valor à ordem do processo,
conforme se pode ver no exemplo abaixo:
6. Anulação de Penhora
147
Manual de apoio / Ação Executiva
Penhora de
quinhão autónomo
direito a bem indiviso não sujeito a registo
direito real de habitação periódica
outro direito real cujo objeto não deva ser apreendido97
quota em sociedade
Comecemos por recordar as restrições à penhora dos próprios bens que integram
a universalidade do património autónomo ou de bem indiviso estabelecidas no art.º
743.º.
97
Exemplo: penhora da nua propriedade em fração autónoma.
148
Manual de apoio / Ação Executiva
Finalmente, a penhora de quota em sociedade constitui-se, segundo o n.º 6 do
art.º 781.º, pela comunicação (eletrónica ou normal) à conservatória do registo
comercial competente (cfr. art.º 3.º-f) do Código do Registo Comercial), e
complementa-se com uma notificação à própria sociedade98, aplicando-se, quanto à
execução da quota, os art.ºs 183.º, 222.º e 239.º do Código das Sociedades Comerciais.
Quando ao executado sejam penhorados bens, ele pode deduzir oposição nos
termos do art.º 856.º, no prazo de 20 dias a contar da citação efetuada após a
penhora, quando se trate de execução sumária, ou no prazo de 10 dias a contar da
notificação da penhora quando o executado já tiver sido anteriormente citado, nos
termos do art.º 785.º, o que se verifica na execução ordinária.
Também ao terceiro cuja posse ou direito sobre certos bens seja afetada pela
penhora está reservado o direito de contra ela reagir por embargos de terceiro (cfr.
art.ºs 1285.º e 1311.º do CC e 342.º, n.º 1 do CPC).
98
A sede da sociedade constitui o seu domicílio, sem prejuízo de no contrato se estipular domicílio particular para
determinados negócios – art.º 12.º, n.º 2 do Código das Sociedades Comerciais integralmente republicado com o Dec.
Lei n.º 76-A/2006, de 29 de Março.
99
Segundo este normativo, carecem do consentimento de ambos os cônjuges a alienação da casa de morada de família
e, salvo se entre eles vigorar o regime de separação de bens, a alienação de imóveis ou de estabelecimentos próprios
ou comuns.
149
Manual de apoio / Ação Executiva
7.º do Regulamento das Custas Processuais e Tabela II aprovada pelo Decreto-Lei n.º
34/2008, de 26 de Fevereiro).
Sendo admitido o incidente, a execução será suspensa quanto aos bens objeto da
oposição, e se o executado prestar caução, podendo prosseguir se houver outros bens
penhorados (cfr. art.º 785.º, n.º 3).
O exequente pode, ainda, nos termos do art.º 751.º n.º 3, al.ªs b) a e), requerer
a substituição ou reforço da penhora, tal como poderá fazê-lo o próprio executado nos
termos previstos na al.ª a) do mesmo artigo.
O art.º 786.º não especifica as situações em que a citação deve ocorrer, mas, é
da leitura do n.º 4 do referido artigo que se afere a não admissão da reclamação de
créditos quando a penhora incide sob determinados bens. Ora se não são admitidos,
também não deverão ser citados de forma a não se praticarem atos inúteis nos
processos.
Assim, não deverá haver lugar à citação dos credores com privilégio creditório
geral, mobiliário ou imobiliário nas execuções em que tenha sido penhorado:
150
Manual de apoio / Ação Executiva
1 - Renda, vencimento ou rendimento periódico, veículo automóvel, ou bens
móveis de valor inferior a 25 UC.
151
Manual de apoio / Ação Executiva
A citação por transmissão eletrónica de dados efetuada nos termos atrás
referidos considera-se efetuada na data em que a entidade citanda proceder, pela
primeira vez, à consulta da citação e tem-se por efetuada na própria pessoa do
citando.
Caso a primeira consulta não seja efetuada nos primeiros quatro dias após a
data da disponibilização da citação, a mesma presume-se efetuada na própria
pessoa do citando no 5.º dia posterior àquela data, presumindo-se também que o
citado teve oportuno conhecimento dos elementos que lhe foram disponibilizados.
A citação dos restantes credores é efetuada nos termos gerais, ou seja, por carta
registada com aviso de receção de modelo aprovado, não havendo lugar à citação
edital.
Após a citação, têm os credores o prazo de 15 dias para reclamar os seus créditos
(art.º 788.º, n.º 2).
Os titulares de direitos reais de garantia que não tenham sido citados, podem
reclamar espontaneamente o seu crédito até à transmissão dos bens penhorados (art.º
788.º, n.º 3).
Se for deduzida alguma impugnação, o credor cujo crédito haja sido impugnado
pode responder no prazo de 10 dias a contar da notificação (art.º 790.º).
152
Manual de apoio / Ação Executiva
O apenso de verificação e graduação de créditos segue os termos do processo
declarativo comum quando estejamos perante créditos impugnados cuja verificação
dependa de produção de prova (art.º 791.º, n.º 1).
Se a ação ainda não tiver sido proposta, o requerente deverá propô-la contra o
executado, exequente e demais credores.
153
Manual de apoio / Ação Executiva
que a penhora é mais antiga, provocando a suspensão dos efeitos da graduação de
créditos se já tiver ocorrido e, sendo a reclamação atendida, será proferida nova
decisão na qual será incluído o crédito reclamado - art.º 794.º n.º 2;
18. Pagamentos
Findo o prazo para a reclamação de créditos (cfr. art.º 788.º, n.º 2), a execução
prossegue, independentemente dos trâmites do apenso de verificação e graduação de
créditos, com as necessárias diligências para a realização dos pagamentos, a efetuar,
obrigatoriamente, no prazo de três meses a contar da penhora (cfr. art.º 796.º, n.º
1), à exceção da consignação de rendimentos, que pode ser requerida pelo exequente
e deferida logo a seguir à penhora.
154
Manual de apoio / Ação Executiva
18.1 Entrega de dinheiro (art.º 798º)
155
Manual de apoio / Ação Executiva
seu crédito, tendo sempre em atenção, como atrás já foi referido, que as custas saem
precípuas do produto dos bens penhorados (cfr. art.º 541.º).
Todos os bens penhorados podem ser objeto de adjudicação, à exceção dos que,
de acordo com o disposto nos art.ºs 830.º e 831.º, devam ser vendidos nas bolsas de
capitais ou mercadorias ou a certas entidades (cfr. art.º 799.º, n.º 1).
O requerente deve indicar o preço em que assenta a sua oferta, o qual não
poderá ser inferior a 85% do valor base dos bens (cfr. art.º 816.º, n.º 2).
Requerida a adjudicação, será designado dia e hora para abertura das propostas
de preço superior ao oferecido, notificando-se o exequente, os preferentes, executado
e credores reclamantes, se os houver. Na adjudicação, a publicitação segue os termos
previstos para a venda mediante propostas em carta fechada (cfr. 800.º n.º 1), que
mais adiante abordaremos.
156
Manual de apoio / Ação Executiva
18.3 Consignação de rendimentos (art.ºs 803º a 805º)
- Extinguindo-se a execução.
157
Manual de apoio / Ação Executiva
De acordo com o artigo 807.º n.º 1, se o exequente não desistir da penhora deve
esta ser convertida em hipoteca (para bens imóveis ou bens móveis sujeitos a registo,
onde se incluem os veículos automóveis – cfr. alínea f) do n.º 1 do artigo 688.º do CC
e Artigo 4.º do Dec. Lei n.º 54/75) ou penhor (para bens móveis não sujeitos a registo).
Na execução renovada, a penhora inicia-se pelos bens sobre os quais tenha sido
constituída hipoteca ou penhor, só podendo recair noutros quando se reconheça a
insuficiência deles para conseguir os fins da execução – cfr. art.º 808.º, n.º 2
100
Cfr. alínea e) do n.º 2 do art.º 717.º
101
Deve ainda fazer menção no registo informático de execuções do cumprimento do acordo nos termos previstos na
alínea g) do n.º 2 do art.º 717.º
158
Manual de apoio / Ação Executiva
em contrário, a renovação da execução para pagamento do remanescente do crédito –
cfr. art.º 810.º n.ºs 3 a 5.
Quando não esteja prevista na lei, cabe ao agente de execução decidir sobre a
modalidade da venda, depois de ouvidos os interessados, devendo a decisão ter como
objeto as seguintes questões (cfr. art.º 812.º, n.ºs 1 e 2):
- modalidade da venda;
- valor base dos bens a vender;
- eventual formação de lotes, com vista à venda em conjunto dos bens
penhorados.
159
Manual de apoio / Ação Executiva
A fixação do valor base dos bens nos restantes casos
Quanto aos restantes bens, compete ao agente de execução fixar o seu valor base
de acordo com o valor de mercado, podendo realizar as diligências necessárias à
determinação do valor, quando o considerar vantajoso ou algum dos interessados lho
solicitar.
A lei privilegia este tipo de venda para os imóveis penhorados que não hajam de
ser vendidos de outra forma e para os estabelecimentos comerciais de valor superior
a 500 UCs, afastando desta modalidade de venda os bens móveis penhorados (cfr. art.ºs
816.º n.º 1 e 829.º).
Assim, os imóveis são vendidos por propostas em carta fechada (cfr. art.ºs
816.º, n.º 1 e 822.º, n.º 2), sem prejuízo de poderem sê-lo noutras modalidades,
conforme mais adiante se verá.
102
http://www.citius.mj.pt/Portal/consultas/ConsultasVenda.aspx.
160
Manual de apoio / Ação Executiva
O edital é afixado pelo agente de execução ou oficial de justiça, consoante o
caso, na porta dos prédios urbanos a vender (cfr. art.º 816.º, n.º 3).
Nota:
161
Manual de apoio / Ação Executiva
consulta, o estado do bem deverá ser atualizado para “Em venda”,
e a modalidade da venda, a data, hora, local e valor base devem
estar corretamente inseridos.
Os restantes elementos
obrigatórios deverão ser
inseridos no campo da
descrição do bem:
Além dos meios publicitários atrás mencionados, são admissíveis outros meios de
divulgação da venda, como, por exemplo, os jornais - cfr. art.º 817.º, n.º 2.
Os bens a vender devem ser mostrados pelo depositário designado (cfr. art.º
819.º) a quem os queira examinar podendo este fixar as horas para o efeito, devendo
o agente de execução fazer esta menção no anúncio e edital.
Para que se possa incluir na publicidade a dar à venda, do local e horário fixado
para a inspeção dos bens a vender, deverá o agente de execução notificar o
depositário para esse fim, notificação esta que poderá juntar-se à da decisão sobre a
modalidade da venda nos termos do art.º 812.º.
162
Manual de apoio / Ação Executiva
Devem ser notificados os titulares de direito de preferência legal ou
convencional com eficácia real sobre os bens penhorados, informando–os do dia, hora
e local para a abertura das propostas (cfr. art.º 819.º, n.º s 1 e 2).
Nota:
Se o preço mais elevado for oferecido por mais de um proponente abre-se logo
licitação entre eles, salvo se declararem que pretendem adquirir os bens em
compropriedade (cfr. art.º 820.º, n.º 2).
Após abertura das propostas, da licitação ou do sorteio a que haja lugar, são as
mesmas apreciadas pelo exequente, executado e credores que hajam comparecido. Se
nenhum estiver presente, considera-se aceite a proposta de maior valor (cfr. art.º
821.º, n.º 1).
103
No regime anterior ao Dec. Lei n.º 226/2008, o montante da caução era o de 20% calculado sobre o valor base dos
bens.
163
Manual de apoio / Ação Executiva
Aceite alguma proposta, é o proponente notificado para, no prazo de 15 dias,
depositar na execução ou numa instituição de crédito, consoante as diligências
sejam efetuadas por oficial de justiça ou agente de execução (solicitador de execução
ou advogado), a totalidade ou parte do preço em falta com a cominação prevista no
art.º 825.º (cfr. art.º 824.º, n.º s 1 e 2).
164
Manual de apoio / Ação Executiva
Caso se apresente mais de uma pessoa com igual direito de preferência, abre-se
licitação entre elas, sendo aceite o lance de maior valor (cfr. n.º 2 do art.º 823.º).
A venda por negociação particular prevista no art.º 832.º pode surgir nas
seguintes situações:
165
Manual de apoio / Ação Executiva
- quando se frustre a venda em leilão eletrónico, por falta de proponentes;
- o bem em causa tenha um valor inferior a 4 UC.
Esta venda é efetuada por uma pessoa especialmente designada para o efeito
pelo agente de execução, podendo ele próprio ser encarregado da venda (nunca o
oficial de justiça) por acordo de todos os credores e sem oposição do executado, ou,
na falta de acordo ou havendo oposição, por determinação do juiz. Para a venda de
imóveis é preferencialmente designado um mediador oficial (cfr. art.º 833.º, n.º s 1 a
3).
166
Manual de apoio / Ação Executiva
É uma modalidade de venda que está vocacionada para a venda de bens que
tenham sido removidos para o depósito e que não devam ser vendidos de outra
forma.104
Esta venda será feita mensalmente, após ser publicitada nos termos do n.º 2 do
art.º 836.º.
104
Por depósito público entende-se qualquer local de armazenagem de bens que tenha sido afeto, por despacho do
Diretor-Geral da Administração da Justiça, à remoção e depósito de bens penhorados no âmbito de um processo
executivo.
Por depósito equiparado a depósito público entende-se qualquer local de armazenagem de bens que tenha sido afeto
por um agente de execução à remoção e depósito de bens penhorados no âmbito de um processo executivo e cuja
propriedade, arrendamento ou outro título que lhe confira a utilização do local ou dos serviços de armazenagem seja
registado por via eletrónica junto da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.
167
Manual de apoio / Ação Executiva
- Negociação particular;
- Venda direta a pessoas ou entidades que tenham um direito reconhecido a
adquirir os bens.
Para além da publicidade prevista n.º 2 do artigo 836.º, esta venda deve ser
também publicitada na página eletrónica do depositário.
Caso o agente de execução não possa estar presente, devem ser definidas as
condições de aceitação da venda e entregá-las ao depositário.
168
Manual de apoio / Ação Executiva
Os bens adquiridos devem ser entregues ao respetivo adquirente no prazo
máximo de cinco dias, após a entrega ao agente de execução do produto da venda.
Do resultado da venda é lavrada ata, que deve ser assinada pelo agente de
execução ou agentes de execução, pelo adquirente e pelo depositário.
Esta modalidade de venda exclui do seu âmbito os bens que devam ser vendidos
em bolsa ou através de venda direta (art.ºs 830.º e 831.º do CPC).
105
Entende-se por leilão eletrónico a modalidade de venda, que se processa em plataforma eletrónica acessível na
Internet, concebida especialmente para permitir a licitação de bens a vender em processo de execução. As regras
respeitantes à plataforma a que se refere o art.º 20.º da Portaria n.º 282/2013, de 29 de agosto encontram-se
regulamentadas pelo Despacho n.º 12624/2015, do Gabinete da Ministra da Justiça, publicado no Diário da República,
2ª Série, de 9 de novembro de 2015.
169
Manual de apoio / Ação Executiva
leilão o preço base dos bens a vender, o valor da última oferta e o valor de venda
efetiva dos bens leiloados.
Só podem ser aceites ofertas de valor igual ou superior ao valor base da licitação
de cada bem a vender e, de entre estas, é escolhida a proposta cuja oferta corresponda
ao maior dos valores de qualquer das ofertas anteriormente inseridas no sistema para
essa venda.
106
Por necessidade de desenvolvimentos técnicos na aplicação de suporte à tramitação das secretarias judiciais
(Citius), ainda não é possível ao oficial de justiça proceder à venda de bens em leilão eletrónico.
170
Manual de apoio / Ação Executiva
20. Direito de remição
Este direito de remição prevalece sobre o direito de preferência (cfr. art.º 844.º,
n.º 1).
Este pagamento, como atrás foi referido, pode revestir a forma de venda,
adjudicação ou consignação de rendimentos. (cfr. art.ºs 799.º e 803.º).
171
Manual de apoio / Ação Executiva
Extinção nos termos do art.º 750.º, n.º 2, ou seja, quando o agente de
execução não tiver encontrado bens penhoráveis e o exequente e
executado não os tiverem indicado.
172
Manual de apoio / Ação Executiva
Compete ao agente de execução, após notificação da extinção a todos os
intervenientes, proceder à comunicação, por via eletrónica, ao tribunal, da respetiva
extinção, assegurando o sistema informático o arquivamento automático.
Nota:
- Por iniciativa do credor reclamante cujo crédito esteja vencido que pretenda
prosseguir com a execução – art.º 809.º, n.º 1;
107
A este propósito, estabelece o art.º 142.º, n.º 2 da LOSJ que “os processos, livros e papéis ingressam no arquivo do
tribunal após a fiscalização do Ministério Público e a correição, consoante os casos, do juiz ou do magistrado do
Ministério Público, sem prejuízo dos casos em que o arquivamento é assegurado automaticamente pelo sistema
informático, sem necessidade de intervenção judicial ou da secretaria”.
173
Manual de apoio / Ação Executiva
- Também, por iniciativa do adquirente dos bens penhorados, quando a posse
efetiva dos mesmos seja dificultada pelo detentor, pode haver renovação da instância
executiva, nos termos previstos no art.º 828.º.
Decorridos 10 dias (cfr. art.º 149.º) após a notificação (via postal registada –
art.º 249.º e 250.º), e não sendo apresentada qualquer reclamação (art.º 723.º, n.º 1-
c)), o processo, salvo ordem em contrário do magistrado, não necessita do "visto fiscal"
do Ministério Público e da "correição" do juiz, estando desde logo em condições de ser
arquivado, sem intervenção judicial ou da secretaria, conforme previsto no n.º 3 do
art.º 849.º do CPC e no n.º 2 do art.º 142.º da LOSJ.108
108
Fica apenas a nota de que, como é sabido, a aplicação informática não permite o arquivamento do processo de
forma “automática”. O agente de execução apenas pode proceder ao encerramento do processo nas situações de
“adesão a plano de pagamentos” ou “inexistência de bens”, cabendo à secretaria o posterior arquivamento.
174
Manual de apoio / Ação Executiva
e é concluído uma vez decorrido o prazo de 10 dias para reclamação da decisão de
extinção da instância realizada nos termos do n.º 2 do mesmo artigo.
Quando a execução se extinguir sem o executado ter sido citado (cfr. art.º
750.º, n.º 3), afigura-se-nos que esta notificação deve ser realizada com as
formalidades da citação pessoal, por ser a primeira comunicação ao executado sobre
a pendência da ação (cfr. art.º 219.º, n.º 1).
Quando a extinção ocorrer após o executado ter sido regularmente citado para
a execução, a notificação em causa far-se-á por via postal registada, presumindo-se
feita no terceiro dia posterior ao do registo, ou no primeiro dia útil seguinte a esse,
quando o não for (art.º 249.º, n.º 1), ainda que a carta, enviada para o domicílio
correto, tenha sido devolvida110.
109
Trata-se de um prazo processual sujeito às regras do artigo 138.º do CPC.
110
Cfr. art.º 249.º, n.º 2 do CPC.
- Lebre de Freitas, Código de Processo Civil Anotado, 1.º volume, pgs. 446/448.
- Ac. TRPorto n.º JTRP00042250, de 17/02/2009.
- Sobre a constitucionalidade da presunção da notificação cfr. Acórdão do Tribunal Constitucional de 06/12/95,
publicado no DR, II Série, n.º 70, de 22/03/96.
175
Manual de apoio / Ação Executiva
Tribunal Judicial de Alcácer do Sal
Secção Única
Palácio da Justiça - 7580-175 Alcácer do Sal
Telef: 265612955 Fax: 265623514 Mail: alcasal.tc@tribunais.org.pt
200460-10078500
%
*RJ400765945PT*
Exmo(a). Senhor(a)
XXXXX
Pct. XXXXXXo
0000-000 XXXXXXX
Mandatários:
Nos termos do disposto no n.º 1 do art.º 750.º do CPC, fica V. Ex.ª notificado para, no prazo de 10 dias, pagar
ou indicar bens à penhora, com a advertência de que a omissão ou falsa declaração implica uma sanção
pecuniária compulsória no montante de 5% da dívida ao mês, com o limite mínimo global de 10 UC, se ocorrer
ulterior renovação da instância executiva e aí se apurar a existência de bens penhoráveis.
O prazo é contínuo, suspendendo-se, no entanto, nas férias judiciais. Terminando o prazo em dia que os tribunais
estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte.
A presente notificação é enviada de acordo com o disposto nos artigos 16.º-A e 16.º-B do Decreto-Lei n.º
201/2003, de 10 de setembro.
O Oficial de Justiça,
176
Manual de apoio / Ação Executiva
Se, no prazo de dez dias a que se refere a notificação supra, nem o exequente
nem o executado indicarem bens penhoráveis e o executado não comprovar o
pagamento da quantia exequenda ou a adesão a um plano de pagamentos, a execução
é extinta, notificando-se o exequente e executado da extinção.
Esta notificação obedece ao modelo anexo à referida portaria (cfr. art.º 4.º, n.º
4 da Portaria 313/2009), que está disponível no Citius, apenas para utilização nos casos
em que caiba ao oficial de justiça praticar atos de agente de execução:
111
Esta notificação compete ao oficial de justiça unicamente nas execuções em que tenha sido designado para praticar
atos de agente de execução.
177
Manual de apoio / Ação Executiva
Tribunal Judicial de
Secção Única
Palácio da Justiça -
Mail @tribunais.org.pt
Exmo(a). Senhor(a)
XXXX
XXXXX
0000-000 XXXXX
O Oficial de Justiça,
Notas:
Solicita-se que na resposta seja indicada a referência deste documento
178
Manual de apoio / Ação Executiva
Extinta a execução, facto que ocorre após o decurso do prazo de 10 dias para
reclamação da decisão de extinção do agente de execução, inicia-se automaticamente
o procedimento de inclusão do executado na lista pública de execuções.
Decisão final e
um dos seguintes descritivos, consoante os casos:
Extinção por pagamento parcial ou
Extinção por falta/insuficiência de bens.
179
Manual de apoio / Ação Executiva
Cumprido o plano e paga a dívida, atualizam-se novamente os detalhes do
processo, visto que o processo se encontra findo desde a inserção da decisão final por
adesão ao plano de pagamentos.
Há, pois, necessidade de reiniciar o processo para ser inserida uma nova decisão,
desta vez a “extinção por pagamento integral”, o que só deverá acontecer depois de
cumprido o disposto no artigo 849.º.
180
Manual de apoio / Ação Executiva
Como?
Após clicar em “Sim” na caixa de diálogo, abre-se uma nova janela para
inserção do valor em dívida no momento da extinção, que pode não coincidir com o
pedido inicialmente formulado.
http://www.citius.mj.pt/Portal/Execucoes/ListaPublicaExecucoes.aspx.
181
Manual de apoio / Ação Executiva
A inclusão do executado na lista pública efetua-se com base nos seguintes
elementos (art.º 5.º, n.º 2 da Portaria):
nome do executado;
número de identificação fiscal do executado (NIF) ou, apenas nos casos em
que não exista ou não seja conhecido o número de identificação fiscal do
executado, o seu número de identificação civil, de passaporte ou de licença
de condução;
valor em dívida no momento da extinção da execução;
a indicação de que o processo executivo se extinguiu com pagamento parcial
ou por não terem sido encontrados bens penhoráveis e o tribunal onde correu
a execução;
data da inclusão na lista.
182
Manual de apoio / Ação Executiva
execução, (re)incluído na lista pública de execuções, após receção duma comunicação
eletrónica do exequente ou da entidade credenciada, comunicação que será
igualmente enviada ao GRAL – Gabinete para a Resolução Alternativa de Litígios.
Nota:
183
Manual de apoio / Ação Executiva
As notificações ao mandatário do exequente serão efetuadas eletronicamente
através do CITIUS (art.º 21.º e 25 da Portaria 280/2013, de 26 de agosto, 249.º, n.º 1 e
248.º do CPC e 9.º da Portaria n.º 313/2009, na redação dada pela Portaria n.º
279/2013, de 26 de agosto).
Agente de execução
notifica executado e mandatário
- art.º 3.º n.s 1 e 2.
Noprazo
No prazo
de de 30 dias
10 dias O executado
O executadonada fazfaz
nada no no
prazo
prazo
paga
pagaouou
adere a um
adere a um de dez diasde 30 dias.
plano
planodedepagamentos
pagamentos.
alteração/ rectificação
art.º 8.º. Inclusão na lista
Durante o pública de
cumprimento do execuções pelo
plano de Secretaria agente de
pagamentos não há pronuncia-se no execução.
inclusão na lista. prazo de 2 dias.
184
Manual de apoio / Ação Executiva
23. PROCESSO EXECUTIVO PARA ENTREGA DE COISA CERTA
Este tipo de execução tem lugar sempre que o título executivo tenha por fim a
entrega de uma coisa (objeto da obrigação). Não se traduz na execução do património
do devedor para garantia e satisfação dos direitos do credor, mas sim numa obrigação
de entrega de coisa certa, ainda que esta não exista ou não venha a ser encontrada,
podendo neste caso haver uma conversão deste tipo de execução.
Citação
Nestas execuções há sempre lugar à citação prévia do executado (art.º 859.º
do CPC), sem necessidade de despacho liminar (cfr. art.º 226.º, n.º 1 e n.º 4, este à
contrario).
Não haverá, porém, citação prévia, se o título for uma sentença, uma vez que
neste caso, feita a entrega, o executado é notificado para deduzir oposição (cfr. n.º 3
do art.º 626.º).
Haverá despacho liminar quando se afigure ao agente de execução a ocorrência
de alguma das situações que podem levar o juiz a indeferir liminarmente o
requerimento executivo (cfr. art.ºs 726.º, n.ºs 2 e 4 e 855.º, n.º 2, alínea b), aplicáveis
por força do n.º 2 do art.º 551.º).
Apresentado o requerimento executivo e após a distribuição (cfr. art.º 203.º e
segs.) o executado é citado para, no prazo de 20 dias, fazer a entrega (cfr. art.º
859.º), sob pena de esta ser efetuada coercivamente pelo agente de execução (cfr.
art.º 861.º, n.º 1).
185
Manual de apoio / Ação Executiva
em benfeitorias a que tiver direito (cfr. art.º 860.º, n.º 1), devendo concluir com um
pedido líquido (cfr. art.º 716.º).
Mas se a oposição tiver por fundamento outra situação que não as benfeitorias,
só suspende a execução se o executado prestar caução ou for requerido o
diferimento de desocupação do locado arrendado para habitação nos termos do art.º
864.º, o qual assume caráter de urgência - art.º 865.º, n.º 1.
Findo o prazo da citação sem que haja oposição à execução ou esta for julgada
improcedente e o executado não fizer voluntariamente a entrega da coisa, segue-se a
apreensão e entrega judicial (cfr. art.º 861º, n.º 1). Aplicam-se as regras da penhora
com as necessárias adaptações.
Se os bens a entregar forem móveis, o agente de execução faz a entrega da
coisa. Sendo imóveis, o agente de execução investe o exequente na sua posse (cfr.
art.º 861.º, n.º s 2 e 3).
A reforma introduzida pela Lei n.º 31/2012, de 14 de agosto, ao NRAU (Lei n.º
6/2006, de 27 de fevereiro), veio restringir o elenco de títulos executivos que podem
servir de base à execução para entrega de coisa imóvel arrendada.
186
Manual de apoio / Ação Executiva
O processo executivo para entrega de coisa imóvel arrendada está sujeita às
regras específicas dos art.ºs 862.º a 866.º, do CPC.
Não haverá, porém, citação prévia, se o título for uma sentença, uma vez que
neste caso, feita a entrega, o executado é notificado para deduzir oposição (cfr. n.º 3
do art.º 626.º).
187
Manual de apoio / Ação Executiva
Sendo o facto infungível, não é possível obter de terceiro a sua prestação (como
acontece quando um pintor de renome é contratado para retratar determinada pessoa.
Se por qualquer motivo não poder efetuar o retrato, o lesado só pode ser ressarcido
por um equivalente pecuniário, uma vez que o devedor numa situação destas é
insubstituível).
Se for facto fungível é possível ser praticado pelo devedor ou por terceiro, caso
seja indiferente ao credor que seja efetuado por um ou por outro.
Pode distinguir-se entre prestação de facto positivo sujeito a prazo (cfr. art.º s
868.º a 873.º), de facto positivo não sujeito a prazo (cfr. art.ºs 874.º e 875.º) e de
facto negativo (cfr. art.º s 876.º e 877.º).
188
Manual de apoio / Ação Executiva
Pode o exequente mandar fazer sob sua vigilância as obras e trabalhos
necessários, mesmo antes de terminada a avaliação para a realização do facto. Fica,
no entanto, obrigado a dar contas ao agente de execução (cfr. art.º 871.º, n.º 1).
Se o prazo não estiver fixado, o exequente indica o prazo que reputar suficiente
para a prestação, sendo o executado citado para, em 20 dias, dizer o que tiver por
conveniente (cfr. art.º 874.º, n.º 1), sob pena de fixação judicial de prazo.
Fixado o prazo pelo juiz, seguem-se os termos referidos para a prestação de facto
sujeito a prazo, com as necessárias adaptações (cfr. art.º 875.º).
Facto negativo
O executado está obrigado a não praticar certo facto e, apesar disso, praticou
esse mesmo facto, desrespeitando o compromisso.
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Manual de apoio / Ação Executiva
Coleção “PROCESSO CIVIL”
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