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Aula
03
MEDIEVAL E
CONTEMPORÂNEA
• Filosofia Medieval
• Filosofia Contemporânea
• Filósofos Contemporâneos
Objetivos de aprendizagem
Seções de estudo
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aos dezesseis anos, completou os estudos superiores. Não foi um bom aluno.
Na juventude, detestava estudar grego. Interessa-se por Filosofia ao ler uma
obra de Cícero. Quando criança era cristão, mas depois interessou-se por
outras religiões, como a dos maniqueus, que formavam uma seita e dividiam o
mundo entre o bem e o mal, trevas e luz, espírito e matéria. Com o seu espírito
o homem pode transcender a matéria, para os maniqueístas.
O maniqueísmo contém uma visão dualista radical, onde bem e mal
são tomados como princípios absolutos. Posteriormente, Agostinho combateu
essa doutrina, que foi criada por Manes. De início, ele recusava a ler a Bíblia,
por considerá-la vulgar.
Com vinte anos, perdeu o pai e ficou sendo o responsável pelo sustento
de duas famílias. Foi professor de retórica em Cartago, mas depois se mudou para
Roma. Sua mãe foi contra a mudança e Agostinho teve de enganá-la na hora da
viagem. De Roma foi para Milão, onde foi novamente professor de retórica. Foi
influenciado pelos estóicos, por Platão e o neoplatonismo, também estava entre
os adeptos do ceticismo. Abandonou o maniqueísmo, que criticava. Converteu-
se então à fé cristã, depois de conhecer a palavra do apóstolo Paulo, e batizou-se
aos trinta e dois anos de idade. Desistiu do cargo de professor. Voltou a Tagaste
onde funda uma comunidade monástica, disposto a fundamentar racionalmente
a fé, como foi comum na Idade Média. Mostrou que sem a fé, a razão não é
capaz de levar para a felicidade. A razão, para Agostinho, serve de auxiliar da
fé, esclarecendo e tornando inteligível aquilo que intuímos.
Santo Agostinho escreveu Contra os Acadêmicos e expôs a teoria de
que os sentidos dizem algo verdadeiro. O erro provém do juízo que fazemos das
sensações e não delas próprias. A sensação não é falsa, o que é falso é querer
ver nelas uma verdade externa ao próprio sujeito.
Agostinho ficou conhecido por "cristianizar" Platão fazendo vários
paralelos entre a parte espiritualista dele (que diz existir um mundo transcendente)
e as sagradas escrituras. Faz a distinção entre o corpo, sujeito à sorte do mundo
e a alma, que é atemporal, com a qual se pode conhecer Deus. Antes de Deus
ter criado o mundo a partir do nada, as ideias eternas já existiam na sua mente.
Deus é bondade pura. Ele já conhece o que uma pessoa vai viver antes dela
viver. Assim, apesar da humanidade ter sido amaldiçoada depois do pecado
original, alguns alcançarão a verdade divina, a salvação. Isso depende do uso
que fazemos do livre arbítrio, a faculdade que o indivíduo tem de determinar de
acordo com a sua própria consciência a sua conduta, livre da Divina Providência
enquanto está vivo. Seria o ato livre de decisão e de opção.
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Sua palavra é sua essência; ela é pura essência infinita, sem começo nem
fim, pois nada existiu antes da essência divina e nada existirá depois. Para a essência
o presente, o passado e o futuro são juntos ao nosso tempo, é uma coisa só. A essência
é imutável, uma substância, embora seja diferente da substância das outras criaturas.
Existe de uma maneira simples e não pode ser comparado com a consciência das
criaturas, pois é perfeito e maravilhoso e tem todas as qualidades já citadas.
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1.3.2 - A Metafísica
Em relação com essa gnosiologia, e dependente dela, a existência de
Deus é provada, fundamentalmente, a priori, enquanto no espírito humano
haveria uma presença particular de Deus. Ao lado dessa prova a priori, não nega
Agostinho as provas a posteriori da existência de Deus, em especial a que se
afirma sobre a mudança e a imperfeição de todas as coisas. Quanto à natureza
de Deus, Agostinho possui uma noção exata, ortodoxa, cristã: Deus é poder
racional infinito, eterno, imutável, simples, espírito, pessoa, consciência, o que
era excluído pelo platonismo. Deus é ainda ser, saber, amor. Quanto, enfim, às
relações com o mundo, Deus é concebido exatamente como livre criador. No
pensamento clássico grego, tínhamos um dualismo metafísico; no pensamento
cristão - agostiniano - temos ainda um dualismo, porém moral, pelo pecado dos
espíritos livres, insurgidos orgulhosamente contra Deus e, portanto, preferindo
o mundo a Deus. No cristianismo, o mal é, metafisicamente, negação, privação;
moralmente, porém, tem uma realidade na vontade má, aberrante de Deus. O
problema que Agostinho tratou, em especial, é o das relações entre Deus e o
tempo. Deus não é no tempo, o qual é uma criatura de Deus: o tempo começa
com a criação. Antes da criação não há tempo, dependendo o tempo da existência
de coisas que vem-a-ser e são, portanto, criadas.
Também a psicologia agostiniana harmonizou-se com o seu platonismo
cristão. Por certo, o corpo não é mau por natureza, porquanto a matéria não pode
ser essencialmente má, sendo criada por Deus, que fez boas todas as coisas. Mas
a união do corpo com a alma é, de certo modo, extrínseca, acidental: alma e
corpo não formam aquela unidade metafísica, substancial, como na concepção
aristotélico-tomista, em virtude da doutrina da forma e da matéria. A alma nasce
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1.3.3 - A Moral
Evidentemente, a moral agostiniana é teísta e cristã e, logo, transcendente
e ascética. Nota característica da sua moral é o voluntarismo, a saber, a primazia
do prático, da ação - própria do pensamento latino - , contrariamente ao primado
do teorético, do conhecimento - próprio do pensamento grego. A vontade não é
determinada pelo intelecto, mas precede-o. Não obstante, Agostinho tem também
atitudes teoréticas como, por exemplo, quando afirma que Deus, fim último das
criaturas, é possuído por um ato de inteligência. A virtude não é uma ordem de
razão (hábito conforme a razão), como dizia Aristóteles, mas uma ordem do amor.
Entretanto a vontade é livre, e pode querer o mal, pois é um ser limitado,
podendo agir desordenadamente, imoralmente, contra a vontade de Deus. E deve-
se considerar não causa eficiente, mas deficiente da sua ação viciosa, porquanto
o mal não tem realidade metafísica. O pecado, pois, tem em si mesmo imanente a
pena da sua desordem, porquanto a criatura, não podendo lesar a Deus, prejudica
a si mesma, determinando a dilaceração da sua natureza.
A fórmula agostiniana em torno da liberdade em Adão - antes do pecado
original - é: poder não pecar; depois do pecado original é: não poder não pecar;
nos bem-aventurados será: não poder pecar. A vontade humana, portanto, já é
impotente sem a graça. O problema da graça - que tanto preocupa Agostinho -
tem, além de um interesse teológico, também um interesse filosófico, porquanto
se trata de conciliar a causalidade absoluta de Deus com o livre arbítrio do homem.
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Como é sabido, Agostinho, para salvar o primeiro elemento, tende a descurar o segundo.
Quanto à família, Agostinho, como Paulo apóstolo, considera o celibato
superior ao matrimônio; se o mundo terminasse por causa do celibato, ele alegrar-
se-ia, como da passagem do tempo para a eternidade. Quanto à política, ele tem
uma concepção negativa da função estatal; se não houvesse pecado e os homens
fossem todos justos, o Estado seria inútil. Consoante Agostinho, a propriedade
seria de direito positivo, e não natural. Nem a escravidão é de direito natural, mas
consequência do pecado original, que perturbou a natureza humana, individual e
social. Ela não pode ser superada naturalmente, racionalmente, porquanto a natureza
humana já é corrompida; pode ser superada sobrenaturalmente, asceticamente,
mediante a conformação cristã de quem é escravo e a caridade de quem é amo.
1.3.4 - O Mal
Agostinho foi profundamente impressionado pelo problema do mal - de
que dá uma vasta e viva fenomenologia. Foi também longamente desviado pela
solução dualista dos maniqueus, que lhe impediu o conhecimento do justo conceito
de Deus e da possibilidade da vida moral. A solução deste problema por ele achada
foi a sua libertação e a sua grande descoberta filosófico-teológica, e marca uma
diferença fundamental entre o pensamento grego e o pensamento cristão. Antes
de tudo, nega a realidade metafísica do mal. O mal não é ser, mas privação de
ser, como a obscuridade é ausência de luz. Tal privação é imprescindível em todo
ser que não seja Deus, enquanto criado, limitado. Destarte é explicado o assim
chamado mal metafísico, que não é verdadeiro mal, porquanto não tira aos seres
o lhes é devido por natureza. Quanto ao mal físico, que atinge também a perfeição
natural dos seres, Agostinho procura justificá-lo mediante um velho argumento,
digamos assim, estético: o contraste dos seres contribuiria para a harmonia do
conjunto. Mas é esta a parte menos afortunada da doutrina agostiniana do mal.
Quanto ao mal moral, finalmente existe realmente a má vontade que
livremente faz o mal; ela, porém, não é causa eficiente, mas deficiente, sendo o mal
não ser. Este não ser pode unicamente provir do homem, livre e limitado, e não de
Deus, que é puro ser e produz unicamente o ser. O mal moral entrou no mundo humano
pelo pecado original e atual; por isso, a humanidade foi punida com o sofrimento,
físico e moral, além de tê-lo sido com a perda dos dons gratuitos de Deus. Como se
vê, o mal físico tem, desse modo, uma outra explicação mais profunda. Remediou
esse mal moral a redenção de Cristo, Homem-Deus, que restituiu à humanidade
os dons sobrenaturais e a possibilidade do bem moral; mas deixou permanecer o
sofrimento, consequência do pecado, como meio de purificação e expiação.
E a explicação última de tudo isso - do mal moral e de suas consequências
- estaria no fato de que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal, do que não
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FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
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3.2.1 - Pensamento
A filosofia de Hegel é a tentativa de considerar todo o universo como um
todo sistemático. O sistema é baseado na fé. Na religião cristã, Deus foi revelado
como verdade e como espírito. Como espírito, o homem pode receber essa revelação.
Na religião, a verdade está oculta na imagem, mas na Filosofia, o véu se rasga, de
modo que o homem pode conhecer o infinito e ver todas as coisas em Deus.
Na Filosofia da História, Hegel pressupôs que a história da humanidade é
um processo através do qual a humanidade tem feito progresso espiritual e moral
e avançado seu autoconhecimento. A história tem um propósito e cabe ao filósofo
descobrir qual é. Alguns historiadores encontraram sua chave na operação das
leis naturais de vários tipos. A atitude de Hegel, no entanto, apoiou-se na fé de
que a história é a representação do propósito de Deus e que o homem tinha agora
avançado longe o bastante para descobrir o que esse propósito era: ele é a gradual
realização da liberdade humana.
3.3.1 - O Conhecimento
Tradicionalmente o conhecimento implicava a dicotomia da relação
sujeito-objeto, em que o homem, como cognoscente, é algo dentro de um ambiente
que ele confronta. Para Heidegger, essa relação deve ser transposta. O Saber mais
profundo, ao contrário, é matéria do phainesthai (grego: "mostrar-se" ou "estar na
luz"), a palavra da qual fenomenologia, como um método, é derivada. Algo está
exatamente "lá" na luz. Assim, neste conhecimento profundo, a distinção entre o
sujeito e o objeto não é imediata, mas vem somente depois com a conceitualização,
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como nas ciências. Então, o homem existe segundo certos fenômenos, que são os
modos como ele está lá, na luz (Dasein, o "o ser" em alemão é, etimologicamente,
a palavra da, que significa "lá" com a palavra sein, que significa "estar").
3.4.1 - A Verdade
Se não há lógica na existência, mas a existência é verdadeira, então
a verdade também não tem lógica. Essa é a questão que Kierkegard aborda em
"Post-scriptum não científico". Assim, para ele, não encontramos a verdade como
uma coisa objetiva e lógica, destacada de nós, mas através de nosso modo único e
peculiar de apreender as coisas que é nossa paixão. A verdade é encontrada através
da subjetividade. Quanto maior o ardor com que se acredita, mais verdadeiro é o
objeto do conhecimento. Isso evidentemente equivale a fazer da verdade a expressão
da fé. É ao colocar maior ou menor fé em algo, que construímos nossa verdade.
A verdade, para Kierkegaard, não é uma "coisa", mas uma afirmação em
relação ao mundo, uma posição de vida. Quando ele diz "a verdade é subjetividade",
isto é somente enquanto o sujeito traz tanta paixão junto com seu pensamento que
a síntese será um fato verdadeiro. Aquilo que é incerteza, sustentado com o mais
apaixonado empenho, torna-se verdade, a mais alta verdade existente para alguém.
Assim, o que é subjetivo é verdade, enquanto a coisa objetiva, ao contrário, é incerta.
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Glossário
Sugestões de Filmes
Filmes
Joana D'arc de Luc Besson. O ano é 1429. A França está em convulsão política
e religiosa, com os membros da família real em luta pelo domínio do trono. Mas uma
camponesa de uma aldeia remota dá ao seu país o milagre que ele estava procurando.
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