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Resumo
Este trabalho apresenta os resultados da produção do aço bifásico DP980 galvanizado a
quente na ArcelorMittal Brasil, com foco no atendimento às propriedades mecânicas e
microestruturais. Foram analisadas bobinas produzidas industrialmente de um aço bifásico
baixo carbono com e sem adição de boro, e também amostras para simulação de
recozimento. A análise foi baseada nas propriedades obtidas no ensaio de tração e também
na microestrutura. Foi observado que o aço com adição de boro apresentou propriedades
mecânicas mais elevadas que o aço sem a adição deste elemento, e este aumento está
diretamente relacionado à maior fração volumétrica de martensita encontrada neste aço.
Este fato está ligado à segregação do boro nas interfaces ferrita / austenita durante o
recozimento intercrítico, evitando assim a nucleação e crescimento da “nova” ferrita, com um
consequente enriquecimento de carbono na austenita. Esta austenita mais enriquecida de
carbono gera uma maior quantidade de martensita na microestrutura final. Diante disso, o
aço DP980 produzido industrialmente com adição de boro apresentou melhores
propriedades mecânicas e microestruturais, sendo compatível com os requisitos
demandados atualmente pela indústria automotiva, quando galvanizado a quente nas
condições de processo estabelecidas neste estudo.
Palavras-chave: Bifásicos; Boro; Martensita.
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1 INTRODUÇÃO
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Figura 1. Efeito da fração volumétrica de martensita no limite de resistência de três aços bifásicos
[3].
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Figura 2. Efeito da adição de B, Mo, Mn, Cr e V na variação do limite de resistência do aço C-Mn [5].
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
Encharque
Resfriamento
Rápido
Temperatura (ºC)
Equalização
Aquecimento
Resfriamento
Lento
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380
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Figura 4. Resultados do ensaio de Baumann nas placas de DP980 com e sem boro.
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Tabela 2. Propriedades mecânicas do aço laminado a quente DP980 com e sem adição de boro.
LE LR ALO
Aço -
(MPa) (MPa) (%)
Média 673 981 12
DP s/ B
Desvio Padrão 38 36 1
Média 759 1063 7,5
DP c/ B
Desvio Padrão 23 14 2
A figura 5 mostra as microestruturas do aço DP980 com e sem adição de boro, como
laminado a quente. Observa-se uma maior fração volumétrica de martensita e
bainita no aço com boro, sendo que este aço apresentou uma somatória destes
constituintes de 34% enquanto o aço sem adição de boro apresentou uma somatória
de 18%.
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25
%
600
20
400 15
10
200
5
0 0
760 780 800 820 840
Temperatura (°C)
Figura 6. LE, LR e fração volumétrica de martensita em função da temperatura de recozimento.
F
F
M
M
Figura 7. Microestruturas recozidas a 760 e 840ºC (indicação da ferrita, martensita e bainita). MEV,
ataque nital 4%.
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As bobinas provenientes das corridas de DP980 com e sem adição de boro foram
processadas na linha de galvanização com uma temperatura de recozimento de
790ºC com ± 10ºC. A tabela 3 mostra os resultados de limite de escoamento (LE),
limite de resistência (LR), alongamento total (ALO) e coeficiente de encruamento
(valor n) das bobinas como galvanizada a quente, bem como a faixa especificada
pela indústria automotiva.
Tabela 3. Propriedades mecânicas do aço DP980 com e sem adição de boro.
LE LR ALO Valor
Aço -
(MPa) (MPa) (%) n
Média 669 960 15 0,173
DP s/ B
Desvio Padrão 35 31 1 0,023
Média 699 1025 14 0,160
DP c/ B
Desvio Padrão 37 31 1 0,023
600-
Especificação ≥ 980 ≥ 10 ≥ 0,08
750
F
M
M
F
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600 44
42
400 41
40
200
38
0 36
DP s/ B DP c/ B
Figura 9. Propriedades mecânicas e fração volumétrica de martensita dos dois aços estudados.
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mesmo não aconteceu para o aço sem a adição deste elemento, pois neste caso, o
limite de resistência ficou abaixo do especificado.
4 CONCLUSÃO
- A adição de boro no aço bifásico como laminado a quente teve efeito significativo
nos valores de propriedades mecânicas (LE, LR e ALO) e na microestrutura (fração
de bainita e martensita).
- A produção industrial do aço bifásico na linha de galvanização foi coerente com os
resultados obtidos por simulação, mostrando que a janela de temperatura proposta
de 790 ± 10ºC é uma boa referência para as próximas produções.
- O aço bifásico com adição de boro apresentou propriedades mecânicas mais
elevadas que o aço sem a adição deste elemento, com uma diferença de 30 MPa
para o limite de escoamento e 65 MPa para o limite de resistência.
- O aço bifásico com adição de boro apresentou maior fração volumétrica de
martensita que o aço bifásico sem a adição deste elemento. Esta diferença está
relacionada à capacidade do boro em segregar nas interfaces ferrita / austenita
durante o recozimento, diminuindo a energia nestas interfaces e evitando a
nucleação e crescimento da “nova” ferrita, e por conseguinte, há o enriquecimento
de carbono na austenita.
- A maior fração volumétrica de martensita no aço bifásico com adição de boro
explica as propriedades mecânicas mais elevadas neste aço, uma vez que há a
correlação forte entre este consituinte e o limite de resistência.
- Com relação ao atendimento das propriedades mecânicas requeridas, o aço
bifásico com adição de boro produzido industrialmente atendeu plenamente estes
requisitos, diferente do aço sem a adição deste elemento.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
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