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Escola Secundária Dona Maria II 2009 / 2010

OS MAIAS

“O JANTAR EM CASA DOS GOUVARINHOS”

TRABALHO REALIZADO POR :


Ana David nº 1
Hélder nº 12
Sara nº 26
Nuno nº28
Escola Secundária Dona Maria II 2009 / 2010

A INTRIGA
Para falar na intriga principal, primeiramente é necessário identificar as personagens que
a constituem: Carlos da Maia, Maria Eduarda e Afonso da Maia. Na intriga principal são
retratados os amores incestuosos de Carlos da Maia e Maria Eduarda que findam com a
desagregação da família Maia, com a morte de Afonso e a separação de Carlos e Maria
Eduarda, justamente por terem reconhecido o incesto que juntos cometiam.
Carlos é o protagonista da intriga principal, teve uma educação à inglesa e tirou o curso
de medicina em Coimbra. Apesar de serem irmãos, estavam afastados e por isso a
educação de Maria Eduarda foi completamente diferente, donde se conclui que a sua
paixão não foi condicionada pela educação que tivera, nem pela hereditariedade, nem
pelo meio onde cresceram. A sua ligação amorosa foi comandada à distância por uma
entidade que se denomina destino, destino esse que está presente em toda a obra.
A acção principal de “Os Maias”, desenvolve-se de acordo com o modelo da tragédia
clássica: peripécia, reconhecimento e catástrofe. A peripécia verificou-se com as
revelações casuais de Guimarães a João da Ega sobre a identidade de Maria Eduarda; o
reconhecimento, surgiu pelas revelações de Guimarães, tornando a relação entre Carlos
e Maria Eduarda uma relação incestuosa, provocando por fim a catástrofe consumada
pela morte do avô e a separação definitiva dos dois amantes, Carlos da Maia e Maria
Eduarda.
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PERSONAGENS
Carlos da Maia
Filho de Pedro da Maia, é o protagonista da obra e, após o suicídio do pai, foi viver com
o avô que lhe proporciona uma educação à inglesa. Por ter tido uma educação baseada
apenas em valores físicos e espirituais, a sua vida fracassou, apesar de ter sido educado
para enfrentar todas as contrariedades, mas, também devido ao meio onde se instalou –
uma sociedade parasita, ociosa, fútil e sem estímulos, e, por outro lado, devido a
aspectos hereditários – a fraqueza e cobardia do pai, o egoísmo, a futilidade e o espírito
boémio da mãe.
Quanto ao seu retrato físico, Carlos da Maia tem uma estrutura larga, é bem constituído,
tem largos ombros, olhos negros, pele branca, cabelos negros e ondulados e barba fina
castanha escura, pequena na face e aguçada no queixo.
 “(…) e os olhos dos Maias, aqueles irresistíveis olhos do pai, de um negro líquido,
ternos como os dele e mais graves.”
 “(…) o que lhe dava, com o bonito bigode arqueado aos cantos da boca, uma
fisionomia de belo cavaleira da Renascença.”
Quanto aos seus traços psicológicos, Carlos é bem-educado, tem gostos requintados, é
corajoso, frontal, amigo, generoso, cosmopolita, sensual, diletante e vítima da
hereditariedade, pois tem um gosto exagerado pelo luxo, herdado da mãe, e tendência
para o sentimentalismo, que herdou do pai.
 “Mas tinha nas veias o veneno de diletantismo: e estava destinado, como dizia
João da Ega, a ser um desses médicos literários que inventam doenças de que a
humanidade palpava se presta logo a morrer!”

Maria Eduarda
Entrou na sociedade lisboeta pela mão de Castro Gomes, com quem partilhava a sua
vida há três anos, ignorando a sua verdadeira identidade. É em Lisboa que se dá o
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infortunado encontro com Carlos que consuma a desgraça predita por Vilaça, quando
Afonso habitar de novo o Ramalhete, ignorando as suas lendas e os seus agouros. A
súbita revelação da verdadeira identidade da sua deusa vai provocar em Carlos
estupefacção e compaixão, posteriormente o incesto consciente e, depois deste, a
repugnância. A separação é a única solução para esta situação caótica a que se junta a
morte de Afonso. No final da obra, parte para Paris onde mais tarde se casa com Mr. de
Trelain.
Quanto ao seu retrato físico, Maria Eduarda tem uma estrutura alta, cabelos loiros, tem a
pele branca, é uma mulher bem constituída, sensual mas delicada e simples.
 “(…) uma senhora alta, loira, com um meio véu muito apertado e muito escuro
que realçava o esplendor da sua carnação ebúrnea. (…) com um passo soberano
de deusa, maravilhosamente bem feita, deixando atrás de si como uma claridade,
um reflexo de cabelos de oiro, e um aroma no ar.”
No que toca aos seus traços psicológicos, é culta, requintada, tem dignidade, sensata,
equilibrada, generosa, tem uma forte consciência moral e social e uma ideologia
progressiva e pragmática.
 Era vista por Carlos como uma deusa;
 Escolhe a maneira mais fácil de subir na vida: juntar-se com homens ricos;
 Usa a “doença” da Miss Sara para Carlos ir a sua casa e este aproveita;
 Afastam-se depois de saberem do incesto.

João da Ega
Grande companheiro e confidente de Carlos da Maia, é o responsável pela apresentação
de Carlos à sociedade lisboeta (através do jantar que organiza no Hotel Central) e tem
um papel fundamental na intriga principal, visto que é ele a quem Guimarães entrega o
cofre com a verdade. Tal como Carlos, é um dândi e um diletante, sendo, no entanto,
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muito mais excêntrico e exuberante. Desenvolve uma paixão avassaladora por Raquel
Cohen, que termina com a sua expulsão de casa da amante, pelo seu marido.
Quanto ao seu retrato físico, João da Ega é magro, tem um pescoço esganiçado, tem um
monóculo, tem o bigode arrebitado e nariz adunco. É um retrato de Eça.
Psicologicamente, é irreverente, intelectual, revolucionário, boémio, excêntrico,
exagerado, provocador, sarcástico, crítico, anarquista sem moral e sem Deus, positivista
e romântico.

Conde de Gouvarinho
Representa o político incompetente, é ministro e par do Reino. Casou com a filha de um
comerciante rico do Porto, aliando o seu título ao dinheiro dela, pelo que é um
casamento de conveniência.
No que toca ao seu retrato físico, o Conde de Gouvarinho tem um bigode encerrado e
uma pêra curta.
Quanto aos seus traços psicológicos, é ignorante, incompetente, fútil, vaidoso e maçador.

Condessa de Gouvarinho
Sendo uma mulher fútil que despreza o marido pelo seu fraco poder económico,
desenvolve uma paixão por Carlos (até este se enfastiar e resolver abandoná-la).
Simboliza as mulheres adúlteras, e é uma aristocrata que corporiza a decadência moral e
a ausência de escala de valores da alta sociedade.
Fisicamente, tem olhos escuros e finos, cabelos crespos e ruivos, tem o nariz petulante,
a boca larga, a pele clara, fina e doce e é bem constituída.
Psicologicamente, é fútil, adúltera, imoral, não tem escrúpulos, é sensual e provocante.
 “Brilhava mais e melhor que todas na imaginação de Carlos.”;
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 Tem um casamento falhado, desprezando o marido pelo seu fraco poder


económico;
 Procura Carlos, com a desculpa de que o filho está doente;
 Carlos acaba tudo com ela, pela futilidade desta.

Sousa Neto
Representante da Administração Pública, é um homem ignorante que desconhece o
sociólogo Proudhon, que defende a imitação do estrangeiro, acompanha as conversas
sem intervir, acatando todas as opiniões alheias, mesmo que absurdas. Representa a
burocracia, a tacanhez intelectual e a ineficácia da Administração.
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PAPEL DAS PERSONAGENS NA INTRIGA


CENTRAL
Na intriga principal coexistem poucas personagens, nomeadamente Carlos, Afonso, Maria
Eduarda, Ega e Guimarães. Carlos é o protagonista, teve uma educação à inglesa e tirou
o curso de medicina em Coimbra; Afonso está quase só ligado à intriga, sendo o elo de
Carlos com o passado e com a intriga secundária protagonizada por Pedro, seu filho, e
por Maria Monforte; Maria Eduarda pertence somente à intriga e é o objecto do amor e
desejo de Carlos. A educação de Maria Eduarda foi completamente diferente da de
Carlos, donde se conclui que a sua paixão não foi condicionada pela educação, nem pela
hereditariedade, nem pelo meio. A sua ligação amorosa foi comandada à distância por
uma entidade que se denomina destino; Ega é o melhor amigo e confidente de Carlos,
intervém de maneira importante na crónica de costumes; Guimarães exclusivamente
personagem da intriga, transporta a identificação de Maria Eduarda, obrigando ao
reconhecimento e apressando a tragédia.
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DE QUE FORMA O EPISÓDIO: "O JANTAR EM


CASA DOS GOUVARINHOS" SE RELACIONA
COM A INTRIGA PRINCIPAL?
O jantar dos Gouvarinhos tem como objectivos reunir a alta burguesia e aristocrática e
reunir a camada dirigente do país. Apresentando a sua ignorância, a incapacidade de
diálogo coerente bem como a falta de cultura.
Os alvos visados neste jantar são: o Conde de Gouvarinho e Sousa Neto. O Conde
Gouvarinho que vai ser presidente, comenta desfavoravelmente as mulheres, revela uma
vísivel falta de cultura, tem lapsos de memória e não compreende a ironia sarcástica de
Ega. No que toca a Sousa Neto, este é deputado, acompanha as conversas sem intervir,
não entra nas discussões e acata todas as opiniões alheias ainda que absurdas.
Este jantar está relacionado com a intriga principal desta obra na medida em que é nele
que a relação amorosa, já a decorrer entre Carlos e Maria Eduarda, começa a ser alvo
das atenções alheias. Carlos, através do seu amigo Ega fica a saber que Dâmaso
Salcede tem andado a espalhar, de forma deselegante e algo grosseira, a relação que
Carlos suponha secreta. Ao saber disto, Carlos fica furioso e, a partir deste momento
toma consciência do quão importante é para si Maria Eduarda, assim como se mostra
decidido a calar o intrometido do delator.

VISÃO CRÍTICA DA SOCIEDADE PORTUGUESA


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Este espaço social denominado na obra por “jantar na casa dos Gouvarinho”, só é
possível, e é criado por uma natural interacção entre as personagens através das suas
falas.
As respectivas falas das personagens permitem facilmente perceber o atraso intelectual
da nação e dos valores sociais “poluídos” que a definem.
Três temas principais são abordados neste episódio:
 A educação das mulheres: denota-se a evidente conveniência que “uma senhora
deve ser prendada”, mas as capacidades femininas não poderão chegar a um
patamar tal , que estas sejam capazes de discutir com o homem assuntos de
caris intelectual(Ega, com um ar provocador, defende que “a mulher só devia ter
duas prendas: cozinhar bem e amar bem.”)
 A falta de cultura dos indivíduos detentores de cargos de responsabilidade na
esfera social do poder nacional: De forma a elucidar os leitores de tal realidade,
Eça evoca a personagem de Sousa Neto.
Sousa Neto, oficial superior de uma grande repartição do Estado, da Instrução
Publica não conhece Prodhon, reconhecendo mesmo pouco depois, a Ega a sua
ignorância, dizendo que não sabia que “esse filósofo tivesse escrito sobre
assuntos escabrosos” como o amor. Depois, disse também que era-lhe normal
aceitar as “opiniões alheias”, evitando assim qualquer tipo de peripécias.
 O deslumbramento pelo estrangeiro: Sousa Neto declara-se curioso em relação
ao estrangeiro, interpelando Carlos da Maia, demonstrando assim um
“aprisionamento cultural” denotando ainda que este se cingia apenas a território
nacional.

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