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Determinação da gravidade por experimentos de queda livre

Primeiro Autor, Segundo Autor, Terceiro Autor


Física Experimental I, 2T23, Turma A

Neste relatório reporta-se um processo de determinação da aceleração gravitacional utilizando


o fenômeno de queda livre, com base na medição de altura e tempo de queda. Foram realizadas
medições para 5 alturas diferentes e os resultados combinados utilizando-se o conceito de médias
ponderadas. Obteve-se um valor de gm = (9,79 ± 0,26) m/s2 para a aceleração da gravidade no
laboratório. O intervalo representado por esse resultado contém valores típicos associados a essa
grandeza, como estimativas teóricas, experimentais e valores de referência para essa grandeza.

INTRODUÇÃO MATERIAIS E MÉTODOS

A trajetória de projéteis e a queda livre foram particu-


larmente estudadas por Galileu (1564-1642), que, ao de-
senvolver a cinemática, analisou movimentos uniformes e
uniformemente variados [1]. O estudo desses dois tipos de
movimento permitiu-lhe descrever a queda livre dos corpos
(em que se despreza a resistência do ar). Galileu observou
que a aceleração de uma bola descendo uma rampa é cons-
tante e imaginou que essa propriedade também valeria para
a queda livre, que seria o caso limite para uma rampa de Figura 1. Materiais utilizados na realização experimento: (a)
inclinação máxima, afirmava que qualquer objeto cairia da cronômetro, (b) esfera metálica, (c) trena.
mesma forma, independentemente de seu peso.
Sendo assim, Galileu enunciou que todos os objetos aban- Com um cronômetro manual (Unilab, modelo RS-008)
donados da mesma altura em queda livre, em cada instante, de resolução ∆r = 0,01 s (Figura 1a), foram medidos os
têm o mesmo valor de velocidade, estejam eles ligados ou tempos de queda de uma esfera metálica maciça (Figura 1b)
não. Galileu observou que, nas proximidades da superfí- a partir de cinco alturas distintas. Para cada altura, foram
cie do nosso planeta, qualquer objeto em queda livre tem realizadas 30 medições do tempo de queda. A posição a
valor de aceleração de aproximadamente 10 m/s2 . Essa partir da qual a esfera foi abandonada foi determinada com
aceleração, frequentemente conhecida como aceleração gra- uma trena (Vonder, modelo Plus 8m) de resolução ∆r =
vitacional ~g , varia d ponto a ponto na superfície da Terra, 0,1 cm (Figura 1c) e medida separadamente por cada um
dependendo da altitude e da longitude. Em 1901, pelo dos experimentais.
Comitê Geral de Pesos e Medidas (CIPM) estabeleceu a A partir do maior e menor valor de cada uma das gran-
aceleração da gravidade padrão como sendo 9,80665 m/s2 , dezas medidas, obteve-se sua flutuação (∆f = (ymax −
a 45◦ de latitude e ao nível do mar [3]. A sua direção é ymin )/2), que foi comparada a resolução do equipamento
vertical em cada ponto e seu sentido é “para baixo” (em utilizado para classificar a incerteza [4] associada a cada
direção ao centro do planeta). grandeza medida como Tipo A[5], se ∆f > ∆r e a gran-
Galileu observou, também, que o módulo da velocidade deza é então representada pela média dos valores obtidos
de um objeto em queda livre, partindo do repouso, é pro- e a incerteza pelo desvio padrão da médias desses valores;
porcional ao tempo de queda e, nesse caso, a função posição ou Tipo B [5] se ∆f ≤ ∆r e a grandeza pode então ser re-
do movimento é dada por presentada√por um dos valores obtidos e a incerteza como
1 uy = ∆r/ 3. A incerteza associada à gravidade é classi-
y = y0 + v0 t + at2 . (1) ficada como Tipo C [5] uma vez que esta é uma grandeza
2
calculada e não medida diretamente. Nesse caso, conside-
Portanto, medindo-se o tempo de queda e a altura de rando o modelo de medição, a gravidade será obtida pela
queda h, pode-se determinar o valor da aceleração gravita- equação (2) e a incerteza será obtida a partir de
cional local por: v
u n  s 
uX ∂y 2 2
  2
2 −4h
2h uy = t u2xk = uh
2+ ut 2 .
g= . (2) ∂xk t2 t3
t2 k=1

O objetivo do experimento aqui relatado é, portanto, Os resultados obtidos para diferentes alturas foram com-
medir a aceleração gravitacional no Laboratório utilizando parados, por meio do teste de compatibilidade [6]
como modelo de medição a relação entre essa propriedade, | ȳ − ȳ2 |
a altura e o tempo de queda de um objeto g(h, t), dada pela q 1 ≤ k, (3)
equação acima. u2y1 + u2y2
2

onde considerou-se um intervalo de confiança de 68,3%, ou utilizando a expressão (derivada da lei da gravitação uni-
seja, k = 1. Os resultados compatíveis foram combinados 4πGρR3
versal de Newton [1]) g = GM/R2 = , onde
por meio de uma média ponderada pela incerteza 3R2
P G = 6,67 × 10−11 m3 /kg · s2 , obtêm-se uma estimativa
wi gi 1 1 (considerando o mesmo número de algarismos significa-
ḡm = P e ugm = pP , com wi = ,
wi wi ugi 2 tivos do nosso resultado) de g = 9,81 m/s2 , que tam-
bém encontra-se no intervalo definido pelo resultado ex-
para se obter o resultado final gm = (ḡm ± ugm ) m/s2 para perimental. Utilizando um “applet” disponível na inter-
a aceleração da gravidade. net, produzido pela empresa Sensors ONE [7], conside-
rando a latitude (-16.603321) e altitude (790 m) em que
foram realizados os experimentos, a gravidade foi esti-
RESULTADOS
mada em 9,78211, que também encontra-se no intervalo
experimental obtido. Como valor de referência, adotemos
Com base nos valores medidos, verificou-se para os da- gref = (9,782028±0,000023) m/s2 , fornecido pelo Observa-
dos da altura uma flutuação de ∆f = 0,05 cm, menor que tório Nacional [8]. Um teste de compatibilidade entre esse
a resolução da trena, e portanto, recebeu avaliação do Tipo valor e o resultado experimental mostra uma alta compati-
B. Já os resultados do tempo de queda mostraram uma bilidade (k ∼ 0,04).
flutuação de ∆f = 0,02 s, maior que a resolução do cronô-
metro, e portanto, recebeu avaliação do Tipo A, tendo sido
realizadas. A gravidade em cada caso foi calculada con-
forme discutido e os resultados obtidos desse tratamento CONCLUSÃO
são mostrados na Tabela I.

i (h ± uh ) m (t ± ut ) s (gi ± ugi ) m/s2 O aparato experimental proposto para realização da me-


1 0,65400 ± 0,00058 0,365 ± 0,011 9,82 ± 0,59 dição da gravidade por meio da investigação de eventos de
2 0,53200 ± 0,00058 0,330 ± 0,010 9,77 ± 0,59 queda livre mostrou-se adequado, fornecendo valores veros-
3 0,42800 ± 0,00058 0,296 ± 0,012 9,77 ± 0,79 símeis, o que sugere a ausência de erros grosseiros relevan-
3 0,31500 ± 0,00058 0,254 ± 0,013 9,8 ± 1,0 tes. O valor experimental para a gravidade no laboratório
4 0,25500 ± 0,00058 0,228 ± 0,016 9,8 ± 1,4
5 0,16600 ± 0,00058 0,186 ± 0,024 9,6 ± 2,5
encontrado foi gm = (9,79 ± 0,26) m/s2 e é compatível
com estimativas teóricas e o valor de referência experimen-
Tabela I. Resultados da medição do tempo de queda em função tal. As limitações para redução da incerteza encontram-se,
da altura e as respectivas acelerações da gravidade correspon- principalmente, no pequeno espaço em que foram analisa-
dentes. dos os eventos de queda livre e na importante contribuição
do tempo de reação do operador na medição do tempo. A
Os valores obtidos para as acelerações gravitacionais fo- análise de eventos de queda livre a partir de alturas maio-
ram comparados utilizando o teste de compatibilidade dado res constitui um possível aprimoramento dessa montagem
pela Eq. (3) e todos os resultados se mostraram compatí- experimental.
veis. Um gráfico contendo os dados de altura e tempo de
queda da Tabela I pode ser visto em Anexo a este relatório.
A média ponderada entre os valores encontrados resultou
em um gravidade média de:
[1] H. M. Nussenzveig. Física Básica, vol. 1. Edgard Blücher, São
2 Paulo (2002).
gm = (9,79 ± 0,26) m/s . (4) [2] W. W. Furtado. Apostila de Laboratório de Física I. UFG, Goi-
ânia (2014).
[3] Comité international des poids et mesures.
DISCUSSÃO http://www.bipm.org/en/committees/cipm/. Acessado em
01 de janeiro de 2017.
[4] JCGM/Grupo de trabalho para tradução luso-brasileiro. Voca-
Inicialmente, observa-se que os valores de gravidade obti- bulário Internacional de Metrologia: Conceitos fundamentais e
dos para cada altura são bastante próximos, sugerindo que gerais e termos associados. INMETRO, Duque de Caxias (2012).
[5] G. Piacente. Física experimental: notas introdutórias. UFG, Goi-
um único valor possa ser atribuído a essa quantidade para ânia (2014).
todos os eventos de queda livre. Além disso, a estimativa [6] JCGM/Grupo de trabalho para tradução do GUM. Avaliação de
historicamente atribuída a Galileu, isto é, é valor próximo a dados de medição: Guia para a expressão de incerteza de medi-
10 m/s2 encontra-se no intervalo obtido pela medição repor- ção. INMETRO, Duque de Caxias (2012).
[7] Sensors ONE. https://www.sensorsone.com/local-gravity-
tada, bem como o valor estabelecido em 1901, pelo CIPM. calculator/. Acessado em 01 de janeiro de 2017.
Da mesma forma, se considerarmos a Terra uma esfera de [8] Observatório Nacional. http://www.on.br/index.php/pt-br/.
raio R = 6371 km e densidade média ρ = 5510 kg/m3 , Acessado em 01 de janeiro de 2017.

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