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O TREINAMENTO DE NATAÇÃO PARA INTEGRANTES DO CORPO

DE BOMBEIROS, COM ÊNFASE NO SALVAMENTO AQUÁTICO,


VISANDO O TRABALHO DE GUARDA-VIDAS NO LITORAL
PARANAENSE.

Alecsander Aparecido DORNELAS 1

INTRODUÇÃO

A atividade do Corpo de Bombeiros no meio aquático, na realização de salvamentos,


exige um excelente preparo físico. Mas seria este preparo físico realizado de maneira
satisfatória atualmente? O Bombeiro Militar precisa ter velocidade para chegar até a vítima de
afogamento e resistência para trazê-la à praia, a salvo.
Estima-se que em todo o mundo, “cerca de 150.000 pessoas morrem por ano em
conseqüência de afogamento. É a terceira causa mais comum de morte acidental. (...) O sexo
masculino responde por 60% dos casos”. (TEIXEIRA JR, E. V. 2001. p. 225).
A principal função do guarda-vidas é a segurança dos banhistas. Por isso, todo um
treinamento técnico profissional é necessário para qualificação do bombeiro a ser habilitado
como tal.
Os guarda-vidas são homens e mulheres integrantes do Corpo de Bombeiros,
provenientes de todo o estado, especializados em salvamento aquático e, que nas praias e
balneários está presente para assegurar a tranqüilidade daqueles que procuram o lazer junto à
água executando uma tarefa que tem se consolidado como de fundamental importância devido
à prevenção proporcionada e ao provável número de vidas poupadas desde a década de 1960,
quando este trabalho foi iniciado no território paranaense.
No transcorrer de uma ação de salvamento aquático, o guarda-vidas deve mostrar que
possui um preparo físico adequado e uma técnica apurada, o que se observará pela capacidade
de resposta (velocidade e resistência), permitindo assim o sucesso da operação de salvamento.
Como então, deve ser o treinamento do Bombeiro Militar visando a atividade de
guarda-vidas? Procuraremos identificar o treinamento ideal visando à aquisição de velocidade
e resistência.

1
Acadêmico do 1º Ano do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade de Educação Física e
Fisioterapia de Jacarezinho.
O PROFISSIONAL BOMBEIRO MILITAR

No Brasil, as Corporações dos Bombeiros trabalham de forma diferente de outros


países, uma vez que aqui uma mesma Corporação desenvolve ações de combate a incêndio,
atendimento pré-hospitalar, busca, resgate e ainda salvamentos, terrestre, em altura e aquático,
enquanto na Europa e América do Norte estas atividades são realizadas por mais de uma
instituição, seja em conjunto ou isolada.
Observa-se que em todos os lugares as atividades desempenhadas só poderão ser
desenvolvidas, segundo um preparo técnico e físico, já que o serviço operacional envolve
riscos em todas as variáveis de atuação possíveis e falhas em qualquer destes pontos
resultarão em acidentes, como são os diversos relatos de acidentes profissionais existentes.
É inadmissível, por ser plenamente evitável, que uma falha que resulte em acidente ou,
ainda pior, em morte, tenha sido causado por falta de treinamento do profissional.
No Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná, o Curso de Guarda-vidas tem
categoria de especialização com duração de 650 horas-aula, ministrado em tempo integral em
quatro meses com dedicação exclusiva (fase “acadêmica”), e ainda o estágio nos postos de
guarda-vidas na Operação Verão.

A NATAÇÃO

Direcionando para a atividade desenvolvida pelos guarda-vidas, lembremos que esta é


desenvolvida no meio líquido, e se torna necessário a explanação de alguns conceitos em
relação a este ponto.
Segundo CATTEAU e GAROFF(1990), o conceito de natação é:
“[...] toda prática de atividade humana na água e na superfície, que exclui uma subordinação
permanente a utilização de acessórios ou de artifícios para atingir uma autonomia sempre
maior face ao meio e que se exprime por um desempenho.”
Para um desenvolvimento satisfatório no meio líquido, parte-se do princípio que o
guarda-vidas saiba nadar, e saber nadar, segundo CATTEAU e GAROFF (1990):
“É ter resolvido, qualitativa e quantitativamente, em qualquer eventualidade, o triplo
problema que se coloca permanentemente: melhor equilíbrio, melhor respiração, melhor
propulsão, no elemento líquido.” Para adquirir uma boa capacidade de nadar, o profissional
deverá melhorar o equilíbrio, a propulsão e a respiração no meio líquido
Segundo nos mostra a literatura, o gasto energético de atividades desenvolvidas na
água é bem maior que o gasto energético de atividades desenvolvidas no meio terrestre. Para
isto podemos recorrer a Mcdarle (1992), quando relata sobre o custo energético para nadar em
uma piscina em determinada distância é, cerca de quatro vezes maior que para correr a mesma
distância.
Desta mesma forma observamos no que diz Guedes(1998), sobre a demanda
energética na natação: “[...]Um indivíduo habilidoso requer menor custo energético para se
deslocar na água.” (p. 226). Então, assim poderemos elaborar treinamento específico para o
meio aquático.

A APTIDÃO FÍSICA E O TREINAMENTO

Com a prática de atividade física, desenvolvemos uma série de componentes


relacionados com os aspectos fisiológicos e até psicológicos. A relação entre estes aspectos e
a nossa capacidade de realizar movimentos, nos coloca diante do conhecemos como aptidão
física. Os componentes da aptidão física, que são os aspectos fisiológicos e psicológicos
relacionados à capacidade de realizar movimentos, podem estar voltados para a saúde ou para
o rendimento. Os componentes da aptidão física são: agilidade, potência, resistência
cardiorrespiratória, velocidade, resistência e força muscular, flexibilidade e equilíbrio.
Para a atividade de guarda-vidas, alguns destes aspectos são muito importantes, pois
exige estas capacidades de forma muito intensiva durante uma ação de salvamento. Podemos
destacar como mais importantes os seguintes componentes: resistência cardiorrespiratória,
resistência e força muscular, velocidade.
Um programa de treinamento de exercício físico irá permitir que a prática da ação de
salvamento desprenda um gasto energético menor, dentro do menor tempo possível para a
realização da ação de salvamente. Se o guarda-vidas usar toda a sua energia disponível sem
concluir a ação pode ser perigoso, tanto para o guarda-vidas quanto para a vítima, pois o
esgotamento físico poderá ser vital, já que provavelmente se encontrarão em uma condição
desfavorável no meio líquido.
Para chegar nesse patamar o guarda-vidas deve passar por um treinamento rigoroso, e
para que este treinamento aconteça de forma mais eficaz, será necessário aplicá-lo como
exercício físico, pois exige que seja estruturado, planejado e repetitivo. A estes exercícios
podem ser associados a técnicas próprias de salvamento, melhorando de sobremaneira as
aptidões físicas mais exigidas, pois observamos uma especificidade no desenvolvimento da
atividade própria do meio líquido.
O guarda-vidas precisa realizar treinamentos em forma de exercícios, para que não
pereça junto com a vítima. O treinamento pode ser genérico ou específico, onde o primeiro
procura atender a um conjunto maior, normalmente todo o corpo, enquanto o segundo, visa a
especificidade do conjunto.
Segundo Barbanti (1997), vimos a entender treinamento generalizado como o
treinamento que visa o enriquecimento físico de todo o corpo, “[...] usando um fortalecimento
harmonioso[...]”(p.3) do organismo com o objetivo de formação geral, enquanto que o
treinamento específico já tem como objetivo desenvolver mais especificamente os
componentes usados na prática desejada, ‘[...]se estabelece uma relação ótima entre os
componentes determinantes do rendimento em uma modalidade” (p.3). Este treinamento fará
um aumento da resistência corporal durante sua realização.
Os trabalhos desenvolvidos pelos Bombeiros exigem uma boa condição física e uma
capacidade física/resistência, pois é um trabalho realizado no meio líquido e é desenvolvido
por um tempo em que a capacidade e a resistência serão muito solicitadas. Para o guarda-
vidas, profissional de salvamento aquático, é necessário trabalharmos uma resistência
muscular geral e local, podendo ser aeróbia ou anaeróbia.
O trabalho de resistência nos levará a ter vários benefícios, que direta e indiretamente
influenciarão no desenvolvimento da atividade de guarda-vidas. Entre estes benefícios
podemos citar a manutenção e aumento da aptidão física geral; prevenção de doenças
degenerativas do sistema cardiovascular; fortalecimento do sistema imunológico, entre outros
efeitos secundários.
Ao observarmos as características de ação de um guarda-vidas durante a realização de
um salvamento aquático, entendemos porque da necessidade de treinos de resistência, já que
as adversidades encontradas exigirão deste profissional este tipo de desenvolvimento da sua
capacidade física. Em seu deslocamento até a chegada na vítima, o guarda-vidas se deparará
com marolas, buracos, pessoas, etc. Muitas vezes terá que ir além da linha de arrebentação2 .
Entretanto, também fica notório que a velocidade é um segundo elemento de igual
importância, pois quanto menor o tempo para realizar o salvamento, maior serão as
possibilidades de sucesso na operação, razão esta pela qual as duas capacidades físicas são
partes integrantes e determinantes da avaliação final destes profissionais.

2
Linha paralela à orla onde quebram as ondas
A velocidade é uma capacidade que atribui a execução de uma ação qualquer com o
mínimo tempo. Ao entrar na água para realizar um salvamento o guarda-vidas terá que fazer
uso de sua velocidade máxima a fim de chegar o quanto antes na vítima.

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