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Curso Básico de Falcoaria_______________________________________________________________

ÍNDICE
1 – HISTÓRIA DA FALCOARIA ......................................................................................... 3
1.1 O que é falcoaria ........................................................................................................ 3
1.2 Onde teve início ......................................................................................................... 3
1.3 ABFPAR ..................................................................................................................... 4
2 – AVES DE RAPINA ........................................................................................................ 4
2.1 Aves utilizadas para falcoaria ..................................................................................... 4
2.2 Alimentação ................................................................................................................ 5
2.3 Onde é usada a falcoaria ........................................................................................... 5
3 – APRENDIZAGEM DA FALCOARIA ............................................................................. 7
3.1 Como posso aprender a falcoaria? ............................................................................ 7
3.2 Como posso praticar a falcoaria? ............................................................................... 7
3.3 É fácil aprender falcoaria? Quanto tempo leva? ......................................................... 7
3.4 Vocabulário de falcoaria ............................................................................................ 8
4 – EQUIPAMENTOS E ALOJAMENTOS .......................................................................... 8
4.1 Obtenção do equipamento mínimo ............................................................................ 8
4.2 Uso da telemetria ....................................................................................................... 11
4.3 Alojamentos noturnos e temporários ......................................................................... 12
5 – AMANSAMENTO E ADESTRAMENTO ....................................................................... 13
5.1 Amansamento ............................................................................................................ 13
5.2 Adestramento básico .................................................................................................. 14
5.3 Anotações e higiene ................................................................................................... 16
6 – LEGISLAÇÃO ............................................................................................................... 17
6.1 A falcoaria é uma atividade regulamentada no Brasil? .............................................. 17
6.2 Será publicada uma nova portaria de manejo de fauna ............................................. 17
6.3 Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 .................................................................... 17
7 – PRINCIPAIS DOENÇAS ............................................................................................... 18
7.1 Trichomonose ............................................................................................................. 18
7.2 Aspergilose ................................................................................................................. 18
7.3 Pododermatite ............................................................................................................. 19

ANEXO I – LISTA DE FALCONIFORMES COM OCORRÊNCIA NO TERRITÓRIO


BRASILEIRO ........................................................................................................................ 21
ANEXO II – VOCABULÁRIO DE FALCOARIA EM INGLÊS ............................................... 23
ANEXO III – VOCABULÁRIO DE FALCOARIA EM ESPANHOL ....................................... 29
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................... 39
MATERIAL DIDÁTICO SUGERIDO ..................................................................................... 40
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 41

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1. HISTÓRIA DA FALCOARIA

1.1 – O QUE É FALCOARIA

Falcoaria é a arte de adestrar aves de rapina para a caça de animais em seu habitat natural,
sendo praticada desde a Idade Média pelos nobres. É praticada em vários países, sendo os
principais: Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Portugal, Emirados Árabes, Japão, China e
Mongólia.

1.2 – ONDE TEVE INÍCIO

Estudos sobre a falcoaria mostram que esta arte teve início no Extremo Oriente. A
arqueologia, entretanto, encontrou evidências de que a falcoaria no Oriente Médio data do
século I a.C.

A falcoaria era um esporte popular entre os nobres da Europa medieval e do Japão feudal,
sendo considerado um símbolo de status.

Ovos e filhotes das aves de caça eram bastante raros e caros, e o processo de criar e treinar
falcões requeria bastante tempo, dinheiro e espaço – o que restringia sua prática à nobreza.
No Japão, onde a falcoaria é chamada de takagari, existiam sérias restrições sobre quem
poderia caçar, quais as espécies de animais que poderiam ser
caçadas e onde, tomando-se por base a hierarquia da pessoa
na casa dos samurais.

A falcoaria permaneceu como símbolo de status mesmo


depois de haver perdido o interesse entre seus praticantes.
Águias e falcões empalhados expostos nas paredes
simbolizavam metaforicamente que seu proprietário era nobre
e valente. Gravuras ou quadros com falcões ou cenas da
falcoaria poderiam ser compradas pelos ricos, e exibi-las era
algo mais cômodo que a prática do esporte, servindo
igualmente para índice de certo grau de nobreza e status. É
Figura 1: Deus Hórus
possível que a falcoaria tenha sido desenvolvida na China, já

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que existem muitas referências sobre a sua prática antes da Era Cristã em diversos textos
chineses e japoneses.

A mais antiga representação da falcoaria é um baixo-relevo encontrado em finais do século


XIX no atual Irã, datado de 1.350 A.C. Não existem provas suficientes para determinar se a
falcoaria era praticada no Antigo Egito, mas ainda assim existem muitas imagens de falcões,
que eram consideradas aves místicas. Havia, inclusive, um deus com cabeça de falcão –
Hórus – e falcões mumificados foram encontrados em tumbas dos faraós. A falcoaria aparece
representada em ruínas na Turquia e em restos pertencentes à civilização Assíria; também é
mencionada em alguns textos gregos (embora se saiba que a falcoaria não chegou a ser
praticada na Grécia Antiga). [1]

1.3 - ABFPAR

A ABFPAR (Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina) é uma


entidade civil sem fins lucrativos fundada no dia 19 de outubro de 1997, destinada a
implementar a falcoaria e a apoiar e a desenvolver iniciativas de pesquisa e proteção das aves
de rapina em todo o Brasil.

Após 17 anos de história, a ABFPAR se fortaleceu como organização de pesquisa e defesa do


meio ambiente no Brasil, conquistando reconhecimento mundial como membro da IAF –
International Association for Falconry and Conservation of Birds of Prey (Associação
Internacional para Falcoaria e Conservação de Aves de Rapina). Além de manter contato com
instituições de pesquisa e grupos de trabalho no Brasil, Estados Unidos, México, Espanha e
Argentina. [2]

Em 2013 a Diretoria era constituída: Milton Mello (Presidente), Israel Pimentel (Secretário),
Leo Fukui (Tesoureiro), João Paulo (Técnico), Jeferson Pires (Científico) e Marcus Estevan
(Marketing).

2 – AVES DE RAPINA

2.1 – Aves utilizadas em falcoaria

Na falcoaria utilizamos aves de rapina ou rapinantes, aves carnívoras que compartilham


características semelhantes, como bicos recurvados e pontiagudos, garras fortes e visão
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aguçada. Logo são aves ágeis na captura de seus alimentos, mas cada rapinante está
adaptada a caçar um tipo de presa, ou um grupo determinado de presa.

A palavra rapina vem do latim “raptare”, que significa o que agarra e leva consigo. As aves de
rapina podem ser divididas em dois grupos: aves diurnas e aves noturnas. [3]

2.2 ALIMENTAÇÃO

As aves de rapina alimentam-se de outros animais e necessitam dessas proteinas para


sobreviver. Quando compradas em criadouros ou trabalhadas em reabilitação é necessário
que sua alimentação seja o mais próximo do que seria em vida selvagem. Por isso é
importante que quando tratadas em cativeiro as aves sejam alimentadas com animais inteiros
(pêlos, penas, carne, ossos e viceras), tais como codornas e camundongos, para que possam
obter em sua alimentação todos os nutrientes e sais minerais necessários para a manutenção
de sua saúde.

Algumas aves de rapina quando em seu habitat natural não comem todos os dias, acumulam
gordura para os dias que não estejam propícios a caça, dias chuvosos ou ecesso de calor.

Aves como gavião-real (Harpia hapyja) podem ficar semanas sem comer. Porém, aves
trabalhadas em falcoaria devem ser pesadas diariamente e alimentadas conforme o
necessário.

2.3 – ONDE É USADA A FALCOARIA ?

A falcoaria é utilizada para quatro finalidades: Educação Ambiental, Controle de Fauna,


Reabilitação e a Caça.

Educação Ambiental – É direcionada a educação


populacional, serve para conscientizar sobre os
benefícios que as aves de rapina, assim como toda
fauna e flora silvestre nos trazem, desmentindo mitos
que levam pessoas mal informadas a ferir ou até
mesmo matá-las, as corujas são as mais atingidas por
essas crenças populares. Também para dar
oportunidade de pessoas conhecerem animais que Figura 2: Trabalho de educação ambiental
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não estão presentes no cotidiano.

Controle de Fauna – A intenção do falcoeiro que


trabalha nesse ramo, não é abater o máximo de
presas e sim afastar os “animais-problemas” do local
onde estão causando incomodo. Isso acontece devido
ao instinto natural, presa-predador, pois ao perceber a
presença constante de um predador natural, a presa
procura um local seguro para se instalar. Em muitos
Figura 3: Controle de fauna em aeroportos
paises é utilizada a falcoaria como controle de fauna
em silos, lixões e aeroportos, diminuindo em grande escala o índice de acidentes causados
por colisões entre aves e aeronaves. A falcoaria no Brasil vem crescendo nessa atividade e já
em alguns aeroportos do pais, vem sendo utilizada como controle.

Reabilitação – Aqui no Rio de Janeiro a ABFPAR vem


trabalhando com autorização do Ibama na reabilitação
de aves de rapina que chegam de vários municípios
do estado do Rio de Janeiro e estados vizinhos. As
aves chegam à ABFPAR através de Cetas (Centro de
Triagem do Ibama), zoológicos, apreensões ou por
pessoas que por ventura encontram aves com algum
tipo de problema físicos ou psicológicos. Figura 4: Ave em reabilitação

As aves que chegam são examinadas e colocadas em observação e quando aptas começam
os treinos de falcoaria direcionado a reabilitação. Depois de trabalhadas são soltas em locais
onde ocorre a espécie, local previamente estudado quanto à população e ocorrencia da
espécies e de presas naturais.

Caça – Pela legislação brasileira a caça (captura de


animais em seu habitat natural) é crime em território
nacional. Em países do Oriente a falcoaria é utilizada
como meio de sobrevivência. Uma falcoaria totalmente
primitiva e extremamente eficaz onde se usa
principalmente Águia-Real (Aquila chrysaetos) para

Figura 5: Captura de garça em Fernando 6


de Noronha
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caça de lebres, raposas e lobos. Da presa é utilizado pele e carne, de onde tiram alimento
tanto para os falcoeiros e suas famílias quanto para as suas águias.

Em outras localidades do mundo a falcoaria não chega a ser um meio de sobrevivência, mas
nem por isso é praticada com menos descaso. É utilizada como esporte ou profissionalmente
em trabalhos como vimos acima.

No Brasil utilizamos como mecaninsmo de caça em controle de fauna, desde que autorizado
pelo Ibama.

3. APRENDIZAGEM DA FALCOARIA

3.1 – COMO POSSO APRENDER A FALCOARIA?

Sugerimos que faça um curso de introdução à falcoaria e que se associe a ABFPAR para que
tenha acesso ao fórum restrito aos associados, para troca de informações e experiências. A
bibliografia disponível sobre o assunto está na maioria em outros idiomas (especialmente em
espanhol e inglês). A ABFPAR disponibiliza para os seus associados, boletins semestrais
publicados em língua portuguesa matérias com informações a respeito de aves de rapina.

3.2 – COMO POSSO PRATICAR A FALCOARIA?

A falcoaria é uma atividade restringida pela legislação brasileira. Sugerimos ao interessado


entrar em contato com a ABFPAR e solicitar informações sobre instituições que exercem a
atividade com a devida autorização do IBAMA.

3.3 – É FÁCIL APRENDER FALCOARIA? QUANTO TEMPO LEVA?

É uma atividade que exige muita paciência, sensibilidade e dedicação. Uma dedicação diária e
obrigatória para os que buscam conhecimentos nesta arte milenar. [4]

“O tempo de estudo corresponde exatamente ao tempo de vida do interessado. Não é uma


atividade recomendada para pessoas que viajem muito, sejam indisciplinadas, impacientes,
adeptas de modismos ou com interesses passageiros.” (Leo Fukui)

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3.4 – VOCABULÁRIO DE FALCOARIA

A falcoaria é uma atividade que apresenta características especiais, onde falta até mesmo
uma definição mais precisa sobre qual atividade ela representa é um esporte, uma arte, ou um
instrumento de sobrevivência. Em função destas particularidades foram criados no decorrer
dos séculos de prática da atividade, palavras e expressões que só são reconhecidas pelos
seus praticantes. Por esta razão achamos interessante a criação de um dicionário dos termos
normalmente encontrados em publicações de falcoaria, e cujo significado não são facilmente
encontrados em dicionários, com seus significados correspondentes em português.
Procuramos basear-se nos termos em língua inglesa, seguido de seu correspondente em
nossa língua. O termo ave se refere sempre a aves de rapina. Nem todos os termos que aqui
constam, são específicos da falcoaria, mas foram incluídos por se tratarem de termos técnicos
cujo significado nem sempre é do conhecimento de todos. Vale ainda lembrar que alguns dos
termos estão em desuso, mas são encontrados nas publicações mais antigas. [5]

4 – EQUIPAMENTOS E ALOJAMENTOS

4.1 – OBTENÇÃO DO EQUIPAMENTO MÍNIMO PARA FALCOARIA

Muitas pessoas que se iniciam na atividade de treinamento das aves de rapina, tanto para
reabilitação quanto para a prática da falcoaria ficam em dúvida quanto ao material ou
equipamento necessário para se treinar adequadamente uma ave. Embora alguns possam
achar que alguns dos itens a seguir não sejam indispensáveis para se trabalhar determinadas
espécies de rapinantes, com certeza, o seu uso facilitará, em muito, todo o processo de
treinamento.

Por se tratar de atividade com características peculiares, cada região que a pratica desenvolve
termos e expressões próprias. Como ainda esta se desenvolvendo no Brasil, os termos a
seguir serão, em sua maioria em língua inglesa, onde for possível será utilizado o termo
correspondente em português. Todos os materiais utilizados em falcoaria são feitos sob
medida, para cada espécie, sexo, idade e peso da ave que estiver sendo trabalhada, sempre
visando o seu conforto, bem estar e segurança. A relação a seguir representa o equipamento
mínimo necessário para se trabalhar com qualquer espécie de ave de rapina, e devem ser
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adquiridos antes de obter a ave. A maioria dos equipamentos podem ser confeccionadas pelo
próprio falcoeiro e/ou compradas aqui no Brasil, bastando ter um mínimo de habilidade em
trabalhos manuais e paciência para procurar e escolher material de boa qualidade. Atualmente
existem artesões especializados em equipamento de falcoaria no país, como por exemplo, no
link www.artezanatocetrero.com.br onde poderão ser encontrados quase todos os
equipamentos necessários para o básico da falcoaria.

É uma boa ideia juntar numa bolsa ou colete todo o equipamento necessário no treinamento
no campo. Eu levo para o campo um receptor, transmissor, fiador, isca, apito, uma tesoura ou
faca, capuz, alimento para ave e uma bolsa.

CAPUZ: feito de couro com tamanho, formato e peso adequados para cada espécie e sexo.
Basicamente são utilizados dois tipos: o holandês (dutch hood) mais adequado para as aves
do gênero Falco e o Anglo-índico (anglo-indian hood) mais adequado para os gêneros Buteo,
Parabuteo e Accipiter. Sua função principal é manter a ave calma através do impedimento da
visão de situações que poderiam assustá-la, principalmente na fase inicial do treinamento e
durante o transporte.

LUVA: feita de couro. Sua função além de proteger a mão do falcoeiro enquanto transporta a
ave pousada sobre o punho, é a de dar maior estabilidade e conforto para a ave que vai
pousada sobre ela. Geralmente usada na mão esquerda.

APITO: utilizado para chamar a ave no punho ou na isca.

BALANÇA DE PRECISÃO: equipamento indispensável para o treinamento de qualquer ave


de rapina, mas principalmente daquelas de pequeno porte. Deve ter um poleiro adaptado
sobre o prato. Para a maioria das nossas aves uma balança com capacidade para até 3000g e
variação de 01g é suficiente.

POLEIRO: será o local onde a ave será mantida quando não estiver voando. São utilizados
dois tipos: o poleiro em bloco para as aves do gênero Falco, que terá a superfície plana e
coberta com material que evite traumas no coxim plantar da ave e o poleiro em arco para as
outras espécies, como o próprio nome já diz, terá forma de um arco e também será revestida
com o mesmo tipo de material protetor para os pés.

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ISCA OU LURE: objeto que simula uma presa. Usada para chamar a ave para retornar ao
treinador ao fim de uma sessão de vôo ou para estimular a ave a realizar exercícios para
melhora do condicionamento físico. Costuma ser mais fácil atrair a ave para a isca do que
diretamente para a luva.

BANHEIRA DE ÁGUA: recipiente para a ave se banhar e beber água. Deve ser de tamanho
adequado para a espécie que for utilizar.

JESS: tira de couro que será colocada em cada tarso, por onde será feita a contenção da ave.
Atualmente utiliza-se o “Aylmeri Jess”, por oferecer maior segurança. Nunca voe uma ave com
jess cortada, pois podem facilmente prender numa árvore que seja impossível de subir ou em
arames farpados, tenha em mente que jamais usará esse tipo de jess no campo. Normalmente
é melhor voar os falcões sem o uso da jess. Porém, se estivermos voando accipitrideos
precisamos ter maior controle sobre a ave e as jesses de campo (jess mais fina e sem corte)
podem ser a melhor solução.

DESTORCEDOR: usado para unir as “Jesses”, impedindo que elas se enrolem, com a
“Leash”. Sempre que usamos um destorcedor de boa qualidade, esse aparato não tem o
porquê nos causar nenhum problema. As dificuldades surgem com os destorcedores baratos.
Recordamos também que embora um determinado equipamento que poderia estar sendo
usado de forma provisória, pode causar um acidente com conseqüências permanentes. O
destorcedor Sampo usado para pesca desportiva é forte e funciona bem.

TRELA OU LEASH: usada para prender a ave ao poleiro através do destorcedor. As trelas de
couro não são seguras, sendo a causa de muitas fugas acompanhadas por morte. Podemos
fazer com facilidade uma boa trela com material sintético. Um trabalho de minutos que durará
anos!

FIADOR: longo cordão (aprox. 30 metros) usado na fase de treinamento, para vôos mais
longos precedendo o vôo livre.

GUIZO E/OU EQUIP. DE TELEMETRIA: os dois equipamentos são utilizados para localizar a
ave que se afasta muito do falcoeiro, ou quando não se consegue determinar o ponto exato
onde ocorreu a captura de uma presa pela ave. É um equipamento de grande importância
principalmente para quem voa grandes falcões ou em áreas onde o acompanhamento visual
da atividade de vôo e caça são restritos devido à vegetação e/ou geografia da região.
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ALIMENTO: desnecessário dizer que como todo ser vivo as aves de rapina precisam de uma
fonte de energia. Devemos fornecer uma alimentação mais adequada possível para as
diferentes espécies, sempre de uma fonte confiável e segura que possa nos fornecer um
suprimento constante. Uma dieta de codornas, pintos e camundongos oferecem uma
alimentação variada e de ótima qualidade.

A maioria dos bons livros de falcoaria costuma trazer moldes e medidas, principalmente dos
materiais feitos de couro. O importante é sempre reunir todo o equipamento antes de receber
a ave, não se arrisque a causar acidentes pelo uso de material insuficiente ou inadequado.
Lembre-se sempre que você é o único responsável pela saúde, bem estar e segurança da ave
que estiver sendo trabalhada por você.

4.2 – USO DA TELEMETRIA

Outro equipamento que vale a pena investir, pois com ele você pode evitar de perder sua ave.
Encontrando-a em distância e locais onde muitas vezes não seria possível encontrá-las sem o
auxilio do equipamento. Certa vez encontrei uma ave a 08 km de distancia do local de onde
estávamos numa área urbana, com sinais de rádios, prédios e antenas de celulares
atrapalhando o sinal. O mais importante na telemetria não é o alcance e sim a confiabilidade
do equipamento.

Temos que nos familiarizar por completo com o equipamento e observar o terreno que
estamos. Locais de montanhas e com torres de alta tensão a funcionabilidade do equipamento
pode ser prejudicada. Deve sempre levar o receptor consigo quando sair para voar, não o
deixe em casa, no carro, pois quando precisar é fundamental que esteja em mãos.

Os primeiros minutos atrás de uma ave são os mais críticos, mais importantes e muitos
aprenderam isso depois de perder suas aves.

Confira seu material todo antes de sair de casa, o receptor, os transmissores se estão com as
baterias carregadas, confira também antes de voar a sintonização, o sinal e a proteção contra
umidade, chuva ou excesso de calor, pois podem danificar o equipamento. Há várias formas
de prendermos os transmissores, particularmente uso abraçadeiras plástica no ilhós por onde
passa as jess, ou com braceletes iguais aos que usamos em guizos no tarso da ave, podemos

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prendê-lo também no dorso ou na cauda da ave, mas nos dois últimos casos é necessário um
aparato para adaptar o transmissor.

Os modelos dos transmissores mudam constantemente. Voamos em áreas próximas a áreas


urbanas necessitamos de transmissores com bom alcance e que possamos confiar, pois na
maioria das vezes não podemos ter uma visão da ave e sempre há grandes obstáculos entre
nós. Além da potência extra, uma grande importância é durabilidade da bateria do transmissor.
Se o transmissor tem uma vida de cinco dias e já usado a três, tem 48 horas para encontrá-la.
Pode ser que a bateria dure mais. Ou não!

O transmissor não deve ser desligado até que esteja num local seguro. Um transmissor sem
as baterias ou desligado se perde com extrema facilidade no campo!

4.3 – ALOJAMENTOS NOTURNOS E TEMPORÁRIOS

Os rapinantes que estão em fase de treino ficam atrelados aos poleiros na maior parte do
tempo.

Em clima moderado podem dormir na parte externa da casa, desde que estejam em local
protegido contra predadores. Exemplo, um viveiro feito de alvenaria, tela, madeira e telhado.
Pode ser utilizados poleiros de parede, blocos ou arco e como substrato areia, jornal, grama,
etc. Noites com temperatura mais baixa é bom que durmam na parte interna da casa,
protegendo-as de doenças causadas pela umidade ou pelo frio. Na natureza a maioria dos
rapinantes exceto águias e algumas grandes corujas passam a
noite em árvores cheia, locais ventilados, protegidas dos fortes
ventos e de predadores.

Não indico aves dormirem em alcandaras, pois há casos de


aves amanhecerem mortas por acidentes durante a noite. As
melhores alternativas para os as aves são os poleiros em
bloco/arco ou poleiro de parede ambos individuais, num viveiro
onde tem mais de uma ave é importante que a distância da
trela seja controlada para que as aves não se enrolem uma nas
outras. A medida dos poleiros (exemplo para F. femoralis)
pode ser 20 cm do solo e uns 20x30 cm de base. A trela deve Figura 6: Poleiro de parede
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ser de tamanho suficiente para que as aves cheguem às banheiras e no solo, dessa forma se
evita lesões em asas ou patas por debatidas. Usando poleiros de parede, num só recinto
podemos acomodar várias aves, sempre com muito cuidado e revisando o equipamento
individual. [6]

5. AMANSAMENTO E ADESTRAMENTO

5.1 – AMANSAMENTO

Quando ainda era um filhote a ave aprendeu a temer todos os objetos que não faziam parte
de sua rotina familiar. Nesse mundo de medo está incluso o homem e todas as coisas que
estamos incluindo agora em sua volta. O amansamento é o processo onde o falcoeiro precisa
entrar sem ser percebido no mundo da ave e levando junto parte do seu equipamento de
falcoaria. As aves que foram criadas desde pequenas na presença humana podem não
precisar passar pela fase do amansamento, porém os accipiteres estão entre os mais
assustados e para eles o estresse pode levar a desenvolver aspergilose, diabetes e outras
doenças mais. Meu modo de amansar se baseia em ficar com a ave o máximo de tempo
possível no punho sem o capuz, levo-a para breves passeios, sempre com um roedeiro na
mão enluvada. Quando a coloco no poleiro a deixo num local onde possa ver pessoas,
animais e carros, mas que nada nem ninguém entrem em seu perímetro. Assim ela saberá
que somente eu entrarei nesse espaço e para alimentá-la, deixando um ponto positivo na
ação. Caso a ave se debata eu deixo um pequeno pedaço de carne no poleiro e me afasto,
depois de alguns minutos volto com um pedacinho de carne no punho e me aproximo bem
calmamente até que a ave pegue com o bico a carne
sobre meu punho enluvado, mais um ponto positivo.
Quando a ave está nessa fase, eu chego bem
lentamente mostrando a carne e a chamo na
esperança que suba no meu punho para comer.
Conseguido essa façanha vou repetindo a ação até
que comece a saltar para meu punho de maneira
confiante e assim dar andamento aos treinos. Note

que enquanto tiver uma barreira entre o homem e a


Figura 7: Jesses
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ave, não poderá iniciar o adestramento. A chave do bom treino é a confiança que temos em
nossa ave e ela em nós. [7]

5.2 – ADESTRAMENTO BÁSICO

Vôo ao punho – Depois da barreira que havia entre a ave e o homem estar rompida, iniciam-
se os treinos. Primeiramente vamos aprender que o mais importante não é apenas a distância
que a ave vem ao punho e sim quantas vezes e o interesse com que ela responde aos
chamados, deve vir sempre que chamada não importa de onde esteja. Começamos com
treinos internos com simples saltos do poleiro para o punho. Quando a ave estiver vindo
aproximadamente seis metros, começamos a levá-la para o campo onde pretendemos voá-la
livre. Para diminuir o peso, devemos amarrar o fiador na jess e não no destorcedor, como vê
na gravura.

Podemos usar um mourão, travessão de futebol ou outro tipo de um poleiro. No caso de um


Falco o melhor é que saia do punho de um auxiliar ao em vez de um poleiro. No campo tudo
será diferente de sua casa, pois a ave poderá estranhar o local e outros animais que estiverem
em sua volta. Inicie com uma distância de apenas um metro, caso ela venha com interesse
deixe que coma um pedaço de carne e repita a ação, mas aumentando a distância para dois
metros, caso a mesma responda com lentidão, sem interesse, deixe-a que coma sua ração
toda quando chegar ao punho, encerrando o treino de maneira positiva. No dia seguinte,
chame-a a partir dos últimos dois metros, caso ela venha aumente os passos e a chame
novamente. Caso a resposta for positiva, aumente para dez metros e a chame, deixe que
coma toda a ração independente de sua resposta. Quando estiver vindo a uma distância de
aproximadamente uns vinte metros introduza a isca.

Introdução à isca/lure – Comece de maneira positiva, amarrando na isca a metade de uma


codorna recém-abatida e sem penas. Coloque a ave em um ponto a uma distância de uns
cinco metros aproximadamente e jogue a isca no chão em local bem visível. Quando a ave
“atacá-la”, apite e deixe-a que capture e permita que coma a ração. Nesse instante chegue
próximo lentamente, abaixe-se ao lado do rapinante e comece a oferecer pequenos pedaços
da mesma carne que esta comendo na isca. Assim a ave aprenderá que sua presença é sinal
de comida farta e não uma disputa por comida, mas um ponto positivo. Quando tiver comido a
metade de sua ração diária, chegue próximo dela de maneira sutil e com um pedaço da
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mesma carne no punho, dessa vez um pedaço maior, faça a troca. No próximo dia de treino,
chame o falcão na isca a partir de vinte metros, depois da captura faça como no dia anterior.
Quando a ave estiver respondendo a uns sessenta metros para isca com confiança e
interesse notável você pode começar a planejar o dia para o primeiro vôo livre.

Figura 8: Treinamento de Introdução à isca

Vôo livre – Sem dúvida um dia importante para o qualquer falcoeiro, dia que a ave poderá
responder bem aos comandos ou simplesmente voar e não mais voltar. Nesse dia temos
muito o que levarmos em consideração, como: a escolha do local, horário, vento, temperatura,
sem dizer é claro o peso da ave. O vôo livre da ave é teoricamente a mesma coisa do fiador,
mas na prática tudo é diferente. Um conselho é no primeiro dia chame a ave uma única vez no
punho ou na isca.
A ave saberá que esta voando livre e pode querer voar um pouco mais longe e mais alto, com
a falta de experiência de vôo pode não consegui voltar. O primeiro dia com apenas um vôo
direto ao punho ou isca, o segundo dia com alguns vôos diretos ao punho e isca, no terceiro
dia caminhe pelo campo e deixe a ave voar livre para praticar e assim em diante. Sempre
terminando o dia de treino chamando a ave na isca e deixando que coma o resto de sua ração
diária. Acrescentando sempre um ponto positivo. [8]

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Figura 9: Treinamento de vôo livre

5.3 – ANOTAÇÕES DIÁRIAS E HIGIENE

Quando uma ave se encontra atrelada, normalmente está em treinamento e fazendo vôos
diários. É importante ter um quadro de anotações diárias para observar o progresso do treino,
mensal e até mesmo anual. Abaixo um exemplo de anotação diária que uso para minhas aves.

Ave: Hanna (Falco femoralis, fêmea)


Data Horário Peso Local Comida Peso Obs;
ant. post
07/05/08 08:00 278g Iguaba Codorna 290g Não respondeu bem a isca
08/05/08 08:15 270g Iguaba Codorna 388g Resposta regular.
09/05/08 08:00 265g Iguaba Codorna 275g Respondeu muito bem!
10/05/08 08:30 260g Iguaba Codorna 280g Investiu em presas
Tabela 1: Exemplo de tabela de controle peso

O diário de peso é necessário quando se esta treinando várias aves ou quando mais de uma
pessoa voam as mesmas aves.

Também devemos manter uma rotina semanal de limpeza. Deixar tudo limpo e em ordem.
Uma manhã de sábado ou domingo é um bom momento para fazer uma limpeza semanal
completa, desinfetando poleiros, viveiros, verificando se há algum equipamento com defeito e

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organizando todo o equipamento. A limpeza rotineira ajuda a evitar doenças e a manter as


aves saudáveis.

Nosso dever é evitar que as aves adoeçam e observar-la cuidadosamente e diariamente para
que quando for observado algo de diferente possamos levá-las a um médico veterinário. É
importante sabermos que o mais importante não é curar e sim como prevenir que fiquem
doentes.

6. LEGISLAÇÃO

6.1 – A FALCOARIA É UMA ATIVIDADE REGULAMENTADA NO BRASIL?

Não. A falcoaria envolve a manutenção em cativeiro e o manejo de animais silvestres na


natureza, uma atividade que ainda não possui legislação específica no Brasil.

6.2 – SERÁ PUBLICADA UMA NOVA PORTARIA DE MANEJO DE FAUNA

Está prevista a publicação, pelo IBAMA, de uma nova portaria de manejo de fauna e já foi
anunciado que a falcoaria será regulamentada por um de seus anexos. O IBAMA já anunciou
sua preparação e organizou reuniões técnicas visando, também, delimitar, nessa mesma
Portaria, parâmetros de controle para a prática da falcoaria no Brasil, mas não há uma data
prevista para a publicação da nova Portaria. [9]

6.3 – LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.

Capítulo V - Dos Crimes contra o Meio Ambiente

Seção I - Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativo ou em
rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou
em desacordo com a obtida:

Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

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7. PRINCIPAIS DOENÇAS

7.1 – TRICHOMONOSE

A tricomonose é causada por um protozoário


flagelado, Trichomonas sp, presente no trato digestivo
superior de aves, particularmente em Columbiformes,
podendo também ser encontrado em “aves de rapina”,
podendo atingir aves domésticas e selvagens.

Algumas aves não apresentam sintomas clínicos e


podem desenvolver imunidade contra uma cepa
patogênica. No entanto, em aves não imunizadas
Figura 10: Trichomonas
este parasita pode obstruir a cavidade oral e faringe,
causando dificuldade de deglutição levando à morte por inanição e infecções secundárias.

Os Columbiformes são reservatórios naturais do parasita, em especial os pombos-domésticos


(Columba livia). Os sintomas envolvem abatimento, sonolência, diarréia, penas sem brilho e
arrepiadas, e na fase final da doença há dispnéia e magreza acentuada.

A ingestão do alimento diminui à medida que a doença evolui e as lesões características da


enfermidade podem ser facilmente observadas na cavidade bucais, observadas na região da
faringe, podendo se estender pelo esôfago e papo. Muitas vezes as placas tampam as
laringes e as aves morrem por sufocação.

7.2 ASPERGILOSE

No caso do Aspergillus, um fungo (causador da aspergilose), o


maior risco é a inalação de esporos presentes no ambiente,
principalmente em aves imunossuprimidas (aves em
treinamento, p.ex.).

O Aspergillus é a principal espécie responsável pela aspergilose


em aves e ele existe em qualquer ambiente, no interior das
residências e nos ambientes externos, incluindo aqui o recinto Figura 11: Aspergillus

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das aves. Quando as condições são boas elas ficam na forma vegetativa, literalmente
mofando tudo. Mas, quando as condições não são boas (falta de calor e umidade adequados)
elas ficam em uma forma de resistência, os esporos, que são a forma de contágio, pois são
facilmente suspensos na forma de aerosóis e inalados pelas aves. Esses esporos uma vez
inalados vão para os sacos aéreos e pulmões onde encontram condições para viver e
vegetam, onde mofam estas estruturas causando fibrose, além de produzirem toxinas letais
para as aves.

Evite ambiente quente e úmido, ou onde exista matéria orgânica depositada, como fezes
ressecadas, montes de capim seco, feno, ou ambientes muito empoeirados.
Na hora da limpeza retire a ave do local e se possível use água para lavar o local, evitando
assim a suspensão do material, durante, por exemplo, uma varredura a seco.
E o mais importante é manter a ave em boas condições.

7.3 – BUMBLEFOOT

Pododermatite (Bumblefoot) é uma enfermidade que


atinge o coxim plantar das aves, podendo progredir
para uma infecção profunda, incluindo necrose dos
tendões e osteomielite (inflamação séptica da medula
óssea e do osso, sendo produzida mais
freqüentemente por bactérias alojadas nas áreas
metafisiárias de ossos longos e vértebras).
Nas aves de rapina a infecção pode ser
diagnosticada por isolamento de Staphylococcus Figura 12: Bumblefoot

spp, Mycoplasma spp e outras bactérias pouco comuns. Pode-se observar inchaço no coxim
plantar.

O manejo impróprio é a maior causa dessa enfermidade. A nutrição inadequada e


hipovitaminose A estão como suspeita em muitos casos. A patologia acomete principalmente
as aves pesadas. Poleiro impróprio ou piso inadequado também contribuem para a doença.

Outras condições patológicas, tais como sarnas, infecções por poxvírus, injúrias traumáticas,
e ulcerações podem levar a pododermatite. A pododermatite é observada como um agregado

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de cascas na superfície da pata, claudicação e diminuição da agilidade de empoleirar. A lesão


pode progredir para uma dermatite severa e complicada, áreas ulcerativas e necrosadas,
celulites acentuadas, osteomielite, e tenosinovite (inflamação da bainha do tendão e
membranas sinoviais adjacentes), podendo levar a perda de parte ou total da pata por causa
da infecção.O diagnóstico é feito através de culturas bacterianas, antibiograma e radiografia.
Bumblefoot é, talvez, a maior causa da ida das aves de rapina a um cirurgião veterinário.
Bumblefoot em aves de rapina pode ser classificados em três tipos segundo sua evolução.
No primeiro tipo, uma área lesada pequena, ou às vezes uma superfície brilhante, podem ser
vistos no pé. Isto é causada na maior parte por poleiro impróprio (ou empoleiramento tempo
demasiado longo), ou, menos provavelmente, por equipamento inadequado, tal como os
jesses que são demasiado pequenos. Para tratar este tipo, deve-se corrigir o manejo, voar o
pássaro regularmente e, se preciso, aplicar medicamento adequado receitado pelo veterinário.

O segundo tipo é mais sério, onde houve alguma penetração. Quando o tratamento para o
primeiro tipo não ajudar, é provável que o pássaro requeira antibiótico também.
O terceiro tipo envolve o pássaro que tem a distorção severa dos contornos do pé e/ou dos
dedos do pé, resultando do Bumblefoot que causa os danos consideráveis no pé, às vezes
irreversíveis.

Nos EUA já existe a opção de cremes, sprays e gotas de soluções já preparadas para o
combate ao Bumblefoot, com um mistura de antibióticos, fungicidas, algicidas, bactericidas e
anti-sépcitos. Mesmo com todo tratamento especializado ainda é muito difícil curar
definitivamente uma ave com Bumblefoot.

Revisão da parte veterinária pelo Dr. Jeferson Pires (Méd. Veterinário/Biólogo)

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8 - MATERIAL DIDÁTICO SUGERIDO


(LIVROS, VÍDEOS, FÓRUNS E LINKS DA INTERNET)

LINKS:
www.abfpar.org
www.artezanatocetrero.com.br
www.i-a-f.org
www.cetreria.com
www.westernsportingfalconry.com
www.mikesfalconry.com
www.northwoodsfalconry.com

LIVROS:
-SICK, H. Ornitologia Brasileira, 1997 . Ed. Nova Fronteira (Português)
-BEEBE.F.L.1992. The Complete Falconer. Hancock House Publishers
-FOX, N.1995. Understanding the Bird of Prey. Hancock
-OAKES, W.C. 1993. The Falconer’s Apprentice. Eagle Publishing; USA
-PARRY-JONES,J.1994. Training Birds of Prey. David and Charles Book
-FORD, E. 1992. Falconry-Art and Practice. Blandford Book
-GLASIER. P. 2005. Falconry and Hawking. Third Edition. B T Batsford ltd. London
-KIMSEY, B;Hodge,J. 2007. Falconry Equipment. Houston. Texas
-FERGUSSON-LEES, J., CHRISTIE D. A. 2005. Raptors of the World. Princeton Field Guides.
Princeton University Press. New Jersey, USA

VÍDEOS
vídeos da coleção - Nick Fox

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9 - REFERÊNCIAS
[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Ave_de_rapina
[2] www.abfpar.org
[3] W. Menq ; www.avesderapinabrasil.com.br
[4] www.abfpar.org
[5] L. Jorge ; Boletim ABFPAR
[6] F. Nick; Bird of the Prey
[7] F. Nick; Bird of the Prey
[8] F. Nick; Bird of the Prey
[9] www.abfpar.org
[10] L. Jorge ; Boletim ABFPAR
[11] L. Jorge ; Boletim ABFPAR
[12] L. Jorge ; Boletim ABFPAR

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AGRADECIMENTO

Agradeço aos que me incentivaram a ministrar o Curso de Falcoaria Básica, como a família
ABFPAR e principalmente minha esposa Priscilla Mello, Leo Fukui, Dayane Carvalho e o apoio
prático do meu filho Danilo. Logicamente não seria possível sem a confiança e determinação
dos meus alunos. Obrigado pela oportunidade de passar adiante um pouco de minha
experiência. Porém, tenham a certeza que o dia-a-dia no campo é a melhor sala de aula.

Boa sorte e bons vôos!!!

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ANEXO I – LISTA DE FALCONIFORMES COM OCORRÊNCIA NO TERRITÓRIO


BRASILEIRO (Lista não atualizada)

Nome Vulgar / Nome Científico


Família Accipitridae:
Gavião-peneira (Elanus leucurus)
Gaviãozinho (Gampsonyx swainsonii)
Gavião-tesoura (Elanoides forficatus)
Gavião-de-cabeça-cinza (Leptodon cayanensis)
Caracoleiro (Chondrohierax uncinatus)
Gavião-bombachinha (Harpagus diodon)
Ripina (Harpagus bidentatus)
Sovi (Ictinea plumbea); Sauveiro-do-norte (Ictinia missisipiensis)
Caramujeiro (Rostrhamus sociabilis); Caranguejeiro(Helicolestes hamatus)
Gavião-bombachinha grande (Accipiter bicolor)
Gavião-miudinho (Accipiter superciliosus)
Tauató pintado (Accipiter poliogaster)
Gaviãozinho (Accipiter striatus)
Águia-chilena (Geranoaetus melanoleucus)
Gavião-de-cauda-branca (Buteo albicaudatus)
Gavião-de-rabo-barrado (Buteo albonotatus)
Gavião-papa-gafanhoto (Buteo swainsoni)
Gavião-de-asa-larga (Buteo platypterus)
Gavião-de-sobre-branco (Buteo leucorrhous); Gavião-de-cauda-branca (Buteo brachyurus)
Gavião-pedrez (Asturina nitida)
Gavião-carijó (Rupornis magnirostris)
Gavião-asa-de-telha (Parabuteo unicinctus)
Gavião-pomba da Amazônia (Leucopternis albicollis)
Gavião-pomba-grande (Leucopternis polionota)
Gavião-pomba (Leucopternis lacernulata)
Gavião-de-cara-preta(Leucopternis melanops); Gavião-vaqueiro (Leucopternis kuhli)
Gavião-azul (Leucopternis schistacea)
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Gavião-belo (Busarellus nigricollis)


Gavião-cabloco (Buteogallus meridionalis)
Caranguejeiro (Buteogallus aequinoctialis)
Gavião-preto (Buteogallus urubitinga)
Águia-cinzenta (Harpyhaliaetus coronatus)
Uiraçu-falso (Morphnus guianensis)
Gavião-real, Uiraçu verdadeiro (Harpia harpyja)
Gavião-pato (Spizastur melanoleucus)
Gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus)
Gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus)
Gavião do mangue (Circus buffoni); Tartaranhão-cinza(Circus cinereus)
Gavião-pernilongo (Geranospiza caerulescens)

Família Pandionidae
Águia-pescadora (Pandion haliaetus)

Família Falconidae
Acauã (Herpetotheres cachinans)
Gavião-relógio (Micrastur semitorquatus)
Gavião-caburé (Micrastur ruficollis)
Gavião-mateiro (Micrastur gilvicollis); Tanatau (Micrastur mirandollei)
Gavião-de-anta (Daptrius ater)
Gralhão (Daptrius americanus)
Carrapateiro (Milvago chimachima); Chimango (Milvago chimango)
Caracará (Caracara plancus)
Falcão-peregrino (Falco peregrinus)
Falcão-do-peito-vermelho (Falco deiroleucus)
Cauré (Falco rufigularis)
Falcão-de-coleira (Falco femoralis)
Esmerilhão, Merlin (Falco columbarius)
Quiriquiri (Falco sparverius) [10]

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ANEXO II – VOCABULÁRIO DE FALCOARIA EM INGLÊS

A
Accipiter: Gênero que representa os chamados gaviões e açores, os “gaviões de asa curta”.
Austringer : Aquele que treina e voa gaviões e açores (ver falconer).
Aylmeri: Um tipo modificado (para melhor) de “jess” (“Aylmeri jess”).
B
Bate: O ato da ave se debater no punho ou no poleiro, na tentativa de se afastar destes.
Bell: Guizo.
Bewit: Fina tira de couro usada para prender o guizo ao tarso da ave.
Bind: Agarrar uma presa e mantê-la segura.
Block (perch) : Poleiro de superfície plana, utilizado para falcões.
Blood feathers : Penas em crescimento e que não adquiriram sua rigidez total.
Bob: Movimento de levantar e baixar a cabeça, indicativo de interesse em alguma coisa.
Bow (perch): Poleiro em forma de arco, utilizado para os gaviões.
Braces: Tiras de couro utilizadas para abertura e fechamento de capuz.
Brancher: Relativo à ave que acabou de sair do ninho, e que ainda permanece nos arredores
deste (“filhotão”).
Break into: Começar a comer uma presa.
Brown: Termo que designa um peregrino em plumagem imatura.
Buteo: Gênero ao qual pertencem os “gaviões de asa larga”.
C
Cadge: Tipo de poleiro onde se transporta mais de uma ave.
Call off: Chamar a ave para a isca ou para o punho.
Carry: Transportar a ave no punho ou a tentativa da ave de carregar a presa ou a isca para
longe do falcoeiro.
Cast: Fazer a contenção física de uma ave, regurgitar, lançar uma ave do punho para o vôo,
ou vôo de falcões em dupla.
Casting: Material regurgitado pela ave, geralmente de cor cinza nos jovens e amarela nos
adultos.
Cere: Cera, área em torno do bico da ave, geralmente de cor cinza nos jovens e amarela nos
adultos.
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Check: Mudança de uma presa para outra durante a perseguição, ou indecisão durante a
perseguição por avistar outra presa.
Condition: Estado físico e mental da ave que determina sua disposição para o vôo e caça.
Cope: Aparar unhas e bicos que apresentam crescimento exagerado.
Crab ou Crabbing: Perseguição e/ou briga entre as aves que estão voando ou caçando
juntas.
Creance: Longo cordão (30 a 60 metros de comprimento) utilizado durante da ave para vôos
nestas distâncias.
Crop: O papo da ave, ou o volume de alimento em uma refeição.
D
Draw the hood: Fechar o capuz pelo “braces”.
Deck feathers: As duas penas centrais da cauda.
E
Enter: Introdução da ave a uma presa.
Eyass, Eyas, ou Eyess: Uma ave que foi capturada ainda filhote no ninho.
Eyrie ou Aerie: O ninho de uma ave de rapina.
F
Falco: Gênero que representa os falcões.
Falcon: Falcão, aves do gênero Falco, ou em falcoaria, as fêmeas deste gênero.
Falconer: Aquele que treina e voa falcões (falcoeiro)
Falconry: Falcoaria
Fault Bars: Falhas que surgem nas penas (geralmente na cauda e nas primárias) na forma de
estrias transversais, que representam situações de stress ou alguma deficiência por que a ave
passou durante o crescimento daquela pena.
Feak: Ato de a ave limpar o bico, após a alimentação.
Field: Platéia ou assistência de campo durante os vôos.
Flights ou Flight feathers: Penas principais usadas para o vôo, primárias.
Foot: Agarrar a presa com os pés.
Frounce: Doença de ave.
Full-summed: Indicativo de muda ou crescimento de penas completo.

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G
Gleam: Muco que cobre o material regurgitado.
Gorge: Permitir a ingestão de alimento à vontade, em uma dada refeição.
H
Hack: Prática de “liberdade assistida” para filhotes desenvolverem sua capacidade de vôo
Haggard: Ave capturada com plumagem de adulto.
Halsband: Tira utilizada pelos falcoeiros indianos para lançamento das aves ou para
colocação do guizo no pescoço da ave.
Hard pinned: Indicativo de finalização do crescimento da pena.
Hawk: Denominação dada aos gaviões e açores, podendo ser utilizada para falcões.
Hawking: O mesmo que falcoaria, mas especifica o uso de gaviões, ao invés de falcões.
Hood: Capuz
Hood block: Forma, geralmente de madeira, utilizada para dar forma a alguns modelos de
capuz.
Hood shy: Ave que se recusa a usar o capuz, em geral por falha do falcoeiro.
Hunger traces: Ver fault bars.
Hunger streaks: Ver fault bars.
I
Imp: Método de reconstituição de penas quebradas.
Imprint: Ave capturada muito jovem, no ninho, e que vê o falcoeiro como seus pais.
Intermewed: Ave que passou pelo menos uma muda na mão do falcoeiro.
J
Jack: O macho do Falco columbarius.
Jerkin: O macho do Falco rusticolus.
Jess: Tira de couro, não muito longa, colocada em volta do tarso da ave por onde ela é
mantida segura.
K
Kell: Osso do peito, esterno

L
Lanneret: O macho do Falco biarmicus.

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Leash: Cordão que prende a ave no poleiro.


Longwing ou Long-winged hawks: Os falcões, aves do gênero Falco.
Lure: Isca ou Chamariz, objeto que simula uma presa usada para atrair as aves de volta ao
falcoeiro.
M
Mail: As penas do peito da ave.
Make-hawk: Ave mais velha e experiente usada para ensinar e/ou encorajar as aves mais
jovens.
Make-in: Aproximar-se da ave que está sobre a isca ou a presa para tomá-la ao punho.
Mantle: Ato de a ave esconder o alimento, cobrindo com seu corpo, mantendo as asas e a
cauda abertas, ou também o ato de espreguiçar.
Mark down: Marcar o local exato onde a presa buscou refúgio.
Mew: O recinto da ave.
Molt: A muda anual
Musket: O macho do Accipiter striatus ou Accipiter nisus.
Mutes: Os excrementos da ave.
N
NAFA: Associação Norte Americana de Falcoeiros
P
Passage: A migração das aves.
Passage-hawk: Ave capturada em seu primeiro ano de vida, após ter saído do ninho.
Petty singles: Os dedos de uma ave.
Pick-up piece: Pedaço de carne seguro na luva com a finalidade de fazer com que a ave
largue a presa ou a isca e pule ao punho.
Pitch: Altura em vôo que uma ave atinge para iniciar a caça.
Plumage: As penas da ave.
Plume: O ato de arrancar as penas da presa abatida.
Pounces: As garras da ave.
Preen: Arrumar as penas com o bico.
Put-in: Ato da presa, sendo perseguida, encontrar refúgio.

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Put-over: Movimento de passar o alimento do papo para o estômago, através de movimentos


do pescoço.
Q
Quarry: A presa para a qual as aves são lançadas.
R
Rake away: Voar para longe do falcoeiro ou da presa, se evadir.
Rngle: Pequenas pedras ingeridas pelas aves para auxiliar na digestão.
Reclaim: Reinício de amansamento ou treinamento de uma ave que ficou algum tempo sem
contato com o falcoeiro. (por ex: após a muda)
Red hawk: Peregrino em plumagem imatura, ou mesmo outras espécies.
Reflush: Levantar a presa após ela ter buscado refúgio, durante uma perseguição.
Ring up: Vôo de elevação em espiral.
Ringing flight: Quando uma ave persegue sua presa em vôo ascendente e em espiral.
Rouse: Ato de chacoalhar as penas para arrumá-las.
S
Sacret: O macho do Falco cherrug
Sails: As asas de uma ave
Self-hunting: Quando a ave persegue uma presa sem o comando do falcoeiro.
Serve: Oferecer, apresentar uma presa a ave.
Set down to moult: Manter a ave em viveiro para efetuar a muda anual, sem muito contato
com o falcoeiro e recebendo alimentação à vontade.
Sharp set: Termo utilizado para falcões que estão ávidos para a caça.
Short-winged Hawk: Aves dos gêneros Buteo ou Accipiter.
Slice: Evacuação em jato característico dos gaviões e águias.
Slip: Lançar uma ave para uma presa.
Soar: Planar.
Sore-Hawk: Diz-se de um Accipiter capturado em seu primeiro ano de vida.
Stoop: Vôo picado, descendente, característico dos falcões.
Strike the hood: Abrir o capuz através dos “braces”.
Swivel: Destorcedor utilizado entre as “jesses” e o “leash”.

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T
Take stand: Aguardar, o momento de se lançar sobre a presa, pousado no topo de uma
árvore.
Tiercel. tassel ou tercel: Aves do sexo masculino.
Tid bits: Pequenos pedaços de alimento utilizados para recompensar a ave.
Train: A cauda de uma ave.
Truss: O mesmo que “bind”.
Tyro: O principiante.
Tyring: Partes da presa (asa de pombo, pescoço de frango) usadas para ocupar a ave
durante os treinamentos.
W
Wait-on: Estilo de vôo de falcões, em que a ave aguarda, a grandes altitudes a presa ser
levantada.
Warble: Ato de espreguiçar levantado as duas asas sobre o dorso e ao mesmo tempo abrindo
a cauda em leque.
Weather: Colocar a ave ao ar livre, onde possa tomar banho, se expor ao sol, observar outras
atividades, fora do viveiro.
Weathering ground: Área onde as aves são mantidas ao ar livre.
Wedded: Quando uma ave prefere apenas um tipo de presa.
Y
Yarak: Antigo termo que designava condição ideal de vôo dos açores.
[11]
.

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ANEXO III – VOCABULÁRIO DE FALCOARIA EM ESPANHOL


A
Abajar; Desainar, adelgazar a ave.
Abanto: Alimoche comum (Neophron percnopterus). Ave de rapina parecida ao abutre,
freqüente no sul da Europa.
Abocasta: Uma espécie de ave comestível, cuja identificação não está muito clara.
Aciche: Aceche, caparrosa, vitriolo; ácido sulfúrico e cobre ou ferro.
Acondicionar: Exercitar a ave para que esteja em boa condição física.
Acorredor: Falcão de inferior qualidade que ajuda o falcão maestro.
Acuchilar: Golpear a presa, com as garras em uma passada.
Adobar: Curtir. “Também se diz adobar couros, oficio de curtidores; adobar guantes.”
Afeitar: Adestrar ou hacer uma ave.
Aguaderas: Rémiges secundárias das aves de falcoaria.
Aguar: Obrigar os anatídeos, mediante uma passada do falcão, refugiar-se na água.
Agüero: Pássaro de falcoaria que caça bem na água.
Albayade: Carbonato básico de plomo, de cor branco, utilizado em medicina e cosmética.
Albo: Pássaro de falcoaria de tons claros.
Alcahaz: Cesta para transportar as aves.
Alcandara: Poleiro transversal para por aves de rapina, do poleiro para baixo pende uma lona
ou um pano grosso com algum peso como uma madeira para deixá-la esticada e desta forma
as aves subirem mais facilmente quando se debatem.
Alcatenes: Medicamento que misturado com azeite se utilizava para curar feridas e úlceras
dos cães e aves de falcoaria.
Alcaravanero: Falcão empregado na caça de alcaravanes.
Alcotán: Falco subbuteo, do árabe al-qatan. Ave de rapina de cor castanho nos flancos e
debaixo da cauda; partes inferiores profusamente listradas (não transversalmente); cauda de
cor vermelha com lista algo escuras.
Alfaneque: Falcão Lanário africano.
Alina: C. Michaelis de Vasconcelos diz que alina é carne liviana
Altaneria: Lance de caça em que se solta o falcão para que tome altura, antes da presa ser
levantada.

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Curso Básico de Falcoaria_______________________________________________________________

Alto Vuelo: O que se realiza com qualquer espécie de falcão, tanto seja para altanaria ou para
mano por mano.
Amansamiento: Primeira fase do adestramento.
Anadero: Falcão empregado na caça de anatídeos.
Apiolar: Por correias nos tarsos da ave de falcoaria.
Araniegos: Recebem estes nomes os Açores capturados com araños, depois de abandonar o
ninho.
Araño: Rede empregada para a captura de açores.
Ardido: Valente, intrépido.
Armar: Apiolar
Asentar: Bloquear.
Asombrada: Diz-se da ave que está atemorizada.
Atalaya: Ajudante que tem a missão de observar o vôo das aves da caça e de suas presas.
Atahorma: Ave de rapina que se alimenta de répteis e pequenos mamíferos. Circaetus
gallicus
Atrainar: Soltar traínas, ou melhor, peças precapturadas, uma ave para sua introdução na
caça.
Aventaja: Vantagem, supremazia, superioridade.
Ayudas: Complementos alimentícios ou terapêuticos que se dão as aves para acelerar a
muda.
Azorada: Peça atemorizada por um Açor.
B
Barbero: Mancha clara que os falcões-peregrinos apresentam na garganta e parte alta do
peito.
Baharí: Subespécie de falcão-peregrino de “habitat” geralmente mediterrâneo.
Bajar: Abajar. Desainar.
Bajo Vuelo: Baixo Vôo (Português-BR): O que se realiza com qualquer ave de falcoaria que
não pertenca a família dos Falconídeos.
Baldés: Tipo de couro curtido, de ovelha, muito suave e delgada.
Banco: Bloco (Português-BR): Poleiro baixo para as aves, normalmente pertencente ao
gênero Falco.

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Curso Básico de Falcoaria_______________________________________________________________

Berkutchi: Homem que caça com Berkutes.


Berkute: Águia real asiática, pertencente seguramente a subespécie “Aquila crisaëtus
daphanea”.
Bigote; Bigode (Português-BR): Manchas escuras que apresentam os falcões de ambos
lados do bico.
Bloquear: Ação da ave de caça, quando está atrás de uma presa, pousa próximo onde esta
está escondida e espera que a levantem. Asentar.
Borni: Falcão lanário europeu.
Brazo tornado (a): Lançar a braço tornado, ou a partir da mão, consiste em soltar a ave de
rapina, depois que a presa levante.
Buche: Estômago da ave.
C
Caída: Chama-se caída ao ato da peça que, para esquivar-se do ataque do falcão, deixa-se
cair em terra.
Cajeta: Cesta de vime para o transporte das traínas.
Calzas: Plumas que cobrem a região tibial e tarso das aves. (Spizaetus).
Campestre: Forma de criar os falcões provenientes do ninho, deixando-os totalmente livres
durante 4 ou 6 semanas. Os filhotes assim criados se chamam falcões campestres.
Cañón: Parte oca do ráquis da pluma.
Caperuza :Capuz (Português - BR): Objeto de couro que cobre a cabeça da ave.
Carrera: Vôo do falcão de altanaria, bico a vento para tomar altura.
Cascabel: Guizo que se coloca na ave para facilitar sua localização no campo, enquanto
caça.
Cebar: Introdução a caça. Dar de comer uma ave sobre a presa que acaba de cobrar.
Cebadura: Ação de cebar
Cera: Zona desnuda que apresentam das aves de presa na base do bico.
Cerceta: Querquendula querquendula. Ave palmípede, lacustre do tamanho de um pombo.
Cerradero: Correia que fecha o capuz.
Clavos: Doença que afeta as mãos das aves de rapina.
Coberteras: As duas plumas timoneras centrais que cobrem as demais da cauda.
Cobertoras: Pequenas plumas que cobrem o corpo das aves.

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Curso Básico de Falcoaria_______________________________________________________________

Copla (Espanhol); Dupla (Português-BR): Par de falcões que caçam em companhia.


Correia de couro que prende o guizo ao tarso.
Cortesía: Premio que recebem as aves sobre cada presa capturada, permitindo-se que
comam uma pequena parte da mesma.
Corva: Remige secundária dos falcões.
Cuchilos: Remiges primárias das aves de falcoaria.
Curalle: Bolota de pluma, ou algodão que se dá aos falcões para que façam uma boa
digestão ou para fins medicinais.
D
Doncella: Falcão peregrino nórdico da subespécie “Falco peregrinus leucogenis”.
Debater-se: Quando a ave tenta voar e está presa no poleiro ou na luva do falcoeiro.
Desainar: Fazer com que uma ave de rapina perca sua gordura, mediante uma diminuição de
sua comida.
Desbuchar: Administrar a ave de rapina, carnes pouco nutritivas para que adelgace.
Descanãr: Criar uma ave até que perca os cañones.
Desemballestar: Perder altura e tensão no vôo de altaneria.
Desempulgar: Soltar as pihuelas do falcão para lança-lo.
Destorcedor: Objeto de metal que normalmente se utiliza na pesca. É giratório e é nele que
se prende as correias.
E
Egagropila Pelota (Português-BR): Plumada, Concreción de matérias indigeríveis,
geralmente plumas, que os rapinantes expulsam por via oral depois da digestão.
Embarrar: Ação que a presa se deixa cair em terra para esquivar-se do falcão.
Empuesta: Lance de caça em que se solta a ave de rapina, enquanto a presa está pousada
para que a surpreenda.
Encaperuzar; Encapuzar (Português-BR): Por o capuz.
Enjardinar: Por uma ave de rapina en el césped, ao ar livre.
Ensainar: Engordar.
Entremudado: Pássaro que tem feito sua primeira muda e, todavia conserva algumas plumas
de pollo.

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Escape: É a ação de se soltar para uma ave de rapina treinada animais silvestres pré-
capturados ou domésticos. Às vezes os escapes tem o objetivo de introduzir a ave de rapina
na caça. Em alguns países esta prática é ilegal.
Estirar: Aumentar a resistência de uma ave em vôo.
Estropajo: Grupo de plumas infracobertoras caudais.
Excremento: Excreção, Fezes.
F
Fiador (Espanhol); Fiador (Português-BR): Fio de nylon ou outro material resistente,
empregado durante o adestramento.
Filandra: Filaria, Parásito intestinal das aves. Gusanos.
Filomeras: Gusanos.
G
Garcero: Ave de rapina no vôo da garça
Gastar: Digerir a ração.
Gentil: Falcão capturado fora do ninho, antes do mês de setembro.
Gerifalte: Falco rusticolus. Do alemão geier=abutre e falke=falcão.
Golpar: Lançar o falcão sobre a presa e golpeá-la para atirá-la a terra onde os cães a
recolherão.
Gorga: Ração de comida completa, para uma ave da falcoaria.
Grita: Voz peculiar, geralmente gutural, que emite o falcoeiro, quando a presa se levanta.
Güérmeces: Tricomoniasis. Enfermidade que afeta o tramo bucofaríngeo das aves de
rapinas.
H
Hacer: Fazer um falcão é o mesmo que adestra-lo.
Halconera: Estabelecimento para as aves de falcoaria. Rocha ou paraje habitado por falcões.
Halconeria Falcoaria (Português-BR): Caça com falcões.
Halagar: Dar pedaços de carne a uma ave de falcoaria.
Harmez: Imperfeição na plumagem.
Herida: Em falcoaria, chama-se de herida o lugar onde se oculta uma presa atemorizada por
uma ave de rapina treinada.
Hombrillos: A união das asas com o corpo.

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I
Impronta: Quando uma ave é tirada do meio ambiente numa idade muito jovem, tende a
identificar-se com o falcoeiro. Não reconhece a outros pássaros como iguais. Ao alcançar a
idade adulta terá comportamento reprodutivo para o homem. A dupla impronta é quando tenha
se identificado para o homem e ao mesmo tempo para uma ave de sua espécie.
Injertar: Procedimento por meio do qual uma pluma quebrada é reparada e volta a colocá-la
no lugar.
Innoble: Villana. Ave de rapina que não pertence aos Falconídeos ou Accipitrídeos.
Introducción: Cebadura. Preparação de uma ave de rapina para capturar uma presa
específica.
J
Jaldado: Ave de rapina que apresenta a cera e os tarsos de cor amarelo ou dourado.
L
Lance: Número de aves que se lançam os falcões para que as capturem.
Lavanco: Pato bravo.
Letrado: Falcão gerifalte (Falco rusticolus) de tons claros, com pintas negras como letras.
Liar: Trabar. Ação do falcão em agarrar a presa no ar.
Liviano: Ligeiro, suave.
Lonja Trela (Português-BR): Correia de um metro e meio de comprimento, terminada em um
nódulo. O mais longo dos materiais de uma ave de rapina na falcoaria.
Lúa; Luva (Português-BR): Luva de couro muito forte que se vestem na mão esquerda e
sobre o qual se leva a ave de caça.
LL
Llaves: As unhas internas e posterior de uma ave do gênero Accipiter.
Llevar en mano/Carregar (Português-BR): Sopesar. Vício do falcão que consiste em
levantar vôo, transportando uma presa, quando o falcoeiro se aproxima.
M
Mano por mano/Lance do punho (Português-BR): Lance de caça em que se solta o falcão
depois que a presa se levanta.
Maestro: Falcão maestro é aquele que depois da primeira muda em poder do falcoeiro, está
perfeitamente adestrado.

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Montar: Elevar-se atrás da presa ou em caça de altanaria.


Montar sobre cola: Modo particular de elevar-se, própria do Gerifalte, que sobe em linha reta,
sem fazer circulos, quase em angulo reto.
Muda: Câmbio estacional a pluma. Câmara no qual se encerra as aves durante a muda.
Território ocupado por um par de aves de rapina selvagem.
Mudado: Ave de rapina que tem terminado a segunda muda e tem perdido todas as
plumagens de pollo.
N
Neblí: Falcão Peregrino nórdico.
Negras: Chama-se assim a cada uma das quatro franjas escuras que apresenta a cauda dos
Açores (Accipiter gentilis).
Niegas: Ave de rapina empregada em falcoaria capturada no ninho.
Noble/Nobre (Português-BR): Ave de falcoaria pertencente a família dos Falconídeos ou
Accipitrídeos.
O
Olear-se: Ação que as aves realizam de molhar sua plumagem com a secreção gordurosa
proveniente da glândula uropigial.
P
Papo: Dilatação esofágica das aves, onde armazenam a comida.
Pasajero/Passageiro(Português/BR): Ave de rapina “filhote”, capturado quando começa a
realizar os primeiros vôos, antes de realizar a primeira muda.
Pegar: Chocar no ar com a presa.
Pensar de si: Repousar tranqüilamente, como meditando.
Pelota: Plumada, egagrópila.
Perdigón: Filhote de perdiz.
Pescar: Diz-se da ave de falcoaria quando se metem na água para capturar um anatídeo, que
resiste em executar o vôo.
Picada: 1) Vôo vertical, a grande velocidade contra uma presa. 2) pequena porção de
alimento oferecida a ave.
Pico a vento: Vento acima, lance contra o vento.
Pihuelas: Correias de couro de pele de animais, que se fixam aos tarsos das aves de rapina.

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Piñones: Plumas da asa bastarda. Piñoncillos.


Placear: Levar o Açor as praças, feiras a todos tipos de movimento para que se amanse.
Plumada: Egagrópila.
Plumas primárias: Plumas principais de vôo, largas em forma de cuchillos.
Polaina: Parte da Pihuela que rodea o tarso.
Pollo: Falcão que todavia não tem feito a primeira muda.
Presión/Pressão (Português-BR): Presa de grande tamanho, como o grou, a abetarda, o
ganso, etc.
Prima: Ave de falcoaria fêmea.
Punta: Se diz que o falcão de altanaria faz uma punta, quando dar uma passada nas perdizes,
se mantém voando em círculos sobre elas na espera que se levantem.
Q
Quebrada: Diz-se da presa que está atemorizada e esgotada pela perseguição da ave de
rapina.
R
Rabo a viento: Vento abaixo. Lance a favor do vento.
Ralea: Ave não apta para ser caçada por falcões de altanaria. Qualquer presa inconveniente.
Ramero: Accipiter pollo, capturado depois de abandonar o ninho e antes que possa voar com
desenvoltura. Quando anda pelas ramagens.
Rapela: Chama-se falcões de rapela aos passageiros que se capturam do retorno migratório.
Real: Chama-se falcão real ao niego perfeitamente introduzido na caça.
Recaçador: Recebe este nome o pássaro que repete os ataques a uma presa difícil.
Remera: Ave que move as asas a um ritmo rápido durante o vôo; como se remasse no ar.
Rémiges: Cuchillos. Grandes plumas das asas, imprescindíveis para o vôo.
Roedero: Carne com o qual se prolonga a comida de uma ave de rapina, geralmente um rabo
de boi ou um membro de volátil.
Roquez: Ave de rapina de tons escuros.
Rojo: Falcão pollo.
S
Sacar: Extrair um filhote da câmara, onde tem perdido os canhões.
Sacre: Falco cherrug

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Salto de las pihuelas: Correia que une as pihuelas a lonja, para evitar o choque quando a
ave se debate, normalmente de elástico.
Señolero: Falcão que conhece o señuelo.
Señuelo: Artefato de couro e plumas que se emprega para chamar o falcão.
Shahin: Falcão peregrino meridional de conformação física muito pequena.
Sopesar: Carregar da mão.
Soro: Pollo, rojo, falcão que tem feito a primeira muda.
T
Tagarote: Falcão peregrino africano (Falco peregrinus minor)
Telemetria/Telemetria (Português-BR): Sistema de rádio que se utiliza para rastrear uma
ave que se perca. A ave de rapina leva um pequeno transmissor nas patas ou caudas. O
falcoeiro utiliza um receptor para indicar a posição do pássaro.
Templar: Por uma ave em condições ótima de vôo.
Tercia; Sessão alternativa no adestramento da ave.
Tijera: Primeira rémige primária.
Timón: plumas da cauda.
Timoneras: Grandes plumas da cauda.
Tira: Vôo direto em linha reta, sem fazer círculos.
Toghrol: Ave de rapina pertencente ao gênero Spizaetus.
Tolleduras: Excrementos.
Tornillo/Destorcedor (Português-BR): Peça de metal que destorce facilmente que se
localiza entre a lonja e as pihuelas, evitando que enrole.
Tornos: Chama-se assim aos círculos que descrevem o falcão para tomar ou manter.
Torzuelo: Qualquer ave de falcoaria macho.
Trabar: Liar, agarrar a presa no ar.
Traína: Presa recapturada para cebar uma ave.
Trastejar: Recorrer detenidamente um local, para levantar uma presa.
V
Varal: Poleiro para as aves.
Veleras: Aves que utilizam as corrente térmicas para voar, batendo as asas o mínimo
possível.

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Ventana: Orifício nasal das aves de rapina.


Viandas gruesas: Alimentos fortes, de difícil digestão.
Viento abajo: Rabo a viento
Viento arriba: Pico a viento
Villana: Innoble
Y
Yarak: Diz-se de uma ave de rapina, normalmente Accipiters quando se encontra em peso
ótimo para a caça. É uma palavra de origem indigena.
Z
Zahareño/Ave adulta (Português-BR): Falcão capturado depois de sua primeira muda.
Zanco: Tarso.
Zorzaleño: Neblí com o peito pintado como um zorzal.
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