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INSTITUTO ANDRADE BUENO

CURSO DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA

CAIO CEZAR SOARES MERCEDES


CLÉBER JUVENAL GONÇALVES
EMÍLIO DUARTE CUNHA DE MORAIS
GUILHERME ARAÚJO PEREIRA
JOÃO PAULO OLIVEIRA GRACIANO

SEGURANÇA PÚBLICA: PERSPECTIVAS ATUAIS E


FUTURAS NO BRASIL

2017
2

CAIO CEZAR SOARES MERCEDES


CLÉBER JUVENAL GONÇALVES
EMÍLIO DUARTE CUNHA DE MORAIS
GUILHERME ARAÚJO PEREIRA
JOÃO PAULO OLIVEIRA GRACIANO

SEGURANÇA PÚBLICA: PERSPECTIVAS ATUAIS E


FUTURAS NO BRASIL

Trabalho apresentado ao curso de


graduação de Gestão em Segurança
Pública do Instituto Andrade Bueno.

Orientador: Prof. Pedro Luis Pereira


Neto

2017
3

CAIO CEZAR SOARES MERCEDES


CLÉBER JUVENAL GONÇALVES
EMÍLIO DUARTE CUNHA DE MORAIS
GUILHERME ARAÚJO PEREIRA
JOÃO PAULO OLIVEIRA GRACIANO

SEGURANÇA PÚBLICA: PERSPECTIVAS ATUAIS E FUTURAS NO


BRASIL

Trabalho apresentado ao curso de


graduação de Gestão em Segurança
Pública do Instituto Andrade Bueno.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

2017
4

Dedicamos este trabalho primeiramente a


Deus. Sem Ele, nada seria possível. Às
nossas esposas e companheiras, que
sempre apoiaram nos momentos mais
difíceis. Aos nossos pais, por terem nos
dado a chance de correr atrás de tudo que
sonhamos.
5

AGRADECIMENTOS

Queremos agradecer primeiramente а Deus, qυе nos permitiu qυе tudo isso
acontecesse, ао longo dе nossas vidas, е nãо somente nestes meses como
estudantes. Em todos оs momentos, Ele é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.

Às nossas famílias, que sempre foram e serão nossa base em tudo; à Polícia
Militar de Minas Gerais, um exemplo de corporação a todo país; aos nossos amigos,
que tanto nos ajudaram nesta caminhada, que passaram por dificuldades, aflições
e incontáveis alegrias juntos.

Agradecemos, em especial, а todos оs professores do Instituto Andrade


Bueno, pоr terem nos proporcionado о conhecimento, nãо apenas racional, mаs а
manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação
profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а nós, nãо somente pоr terem nos ensinado,
mаs por terem nos feito aprender. А palavra mestre nunca fará justiça
аоs professores dedicados, аоs quais sеm nominar, terão оs nossos eternos
agradecimentos.
6

RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo externar à sociedade


brasileira que, em nosso país, não se pode imaginar a segurança pública apenas
como responsabilidade de uma ou mais organizações ou apenas dos municípios,
estados e Governo Federal. A Constituição Federal estabeleceu um Sistema de
Segurança Pública, que definiu o nível de responsabilidade e as missões de cada
órgão que o integra, com objetivo a preservação da ordem pública, do patrimônio e
das pessoas. A pesquisa é do tipo exploratória e descritiva, descrevendo dados que
foram identificados no levantamento bibliográfico. Também há uma exploração
discursivas sobre tais dados. Durante o estudo, procuramos analisar as principais
causas e origens da criminalidade no atual contexto social brasileiro. Também
analisamos as principais perspectivas e diretrizes pontuadas no Plano Nacional de
Segurança Pública, que é o principal documento que norteia o sistema de segurança
público brasileiro. Dos estudos realizados, pode-se concluir que as maiores causas
dos problemas de segurança no Brasil vêm do período colonial. Desde que foi
descoberto, nosso país sofre com tais problemas, por ter sido iniciada sua colonização
com grande diferença social, estabelecendo o confronto entre as classes e gerando
grande inconformismo na população, gerando os crimes e atos de violência. Os
resultados obtidos mostram que o desenvolvimento, em nível nacional, de políticas
públicas é uma complexa tarefa que exige a abordagem em frentes diferentes, onde
a criminalidade possui uma grande barreira que impede de ser analisada de forma
integral. O estudo demonstra, além dos problemas de gestão na segurança pública,
que a resistência social, política e policial são os maiores fatores que influenciam na
dificuldade da inovação da abordagem das políticas de segurança pública.
Palavras chave: Política; Segurança pública; Violência; Social; Gestão.
7

ABSTRACT
The purpose of this Course Conclusion Paper is to expose Brazilian society that in our
country, public safety can not be imagined solely as the responsibility of one or more
organizations or only of the municipalities, states and Federal Government. The
Federal Constitution established a Public Security System, which defined the level of
responsibility and the missions of each body that integrates it, with the purpose of
preserving public order, patrimony and people. The research is exploratory and
descriptive, describing data that were identified in the bibliographic survey. There is
also a discursive exploration of such data. During the study, we sought to analyze the
main causes and origins of crime in the current Brazilian social context. We also
analyze the main perspectives and guidelines punctuated in the National Public
Security Plan, which is the main document that guides the Brazilian public security
system. From the studies carried out, one can conclude that the major causes of
security problems in Brazil come from the colonial period. Since it was discovered, our
country suffers from such problems, since its colonization has begun with great social
difference, establishing the confrontation between classes and generating great
nonconformity in the population, generating crimes and acts of violence. The results
show that the development of public policies at the national level is a complex task that
requires the approach on different fronts, where crime has a great barrier that prevents
it from being analyzed in a comprehensive way. The study demonstrates, in addition
to management problems in public security, that social, political and police resistance
are the major factors that influence the difficulty of innovation in the approach to public
security policies.

Keywords: Politics; Public security; Violence; Social; Management.


8

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................09
1. A VIOLÊNCIA NO BRASIL.....................................................................11
2. A FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICO
BRASILEIRO...................................................................................................16
2.1 POLÍCIA FEDERAL...............................................................................16
2.2 POLÍCIA MILITAR.................................................................................17
2.3 POLICIA CIVIL.......................................................................................18
2.4 SUBSISTEMA PENITENCIÁRIO...........................................................18
2.5 PODER JUDICIÁRIO.............................................................................19
3. POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E OS DESAFIOS PARA A
INOVAÇÃO NO BRASIL.................................................................................20

CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................23

REFERÊNCIAS.....................................................................................25
9

INTRODUÇÃO

Nosso país, em contexto histórico, foi descoberto sob o estigma da violência,


uma vez que os portugueses exerceram a colonização com regime de exploração,
tentando escravizar e marginalizar os primeiros povos indígenas com que tiveram
contato. Como tal tarefa era complicada devido a vastidão do território brasileiro,
trouxeram nativos da África, os escravos, para o trabalho no campo e extração de
madeira. Estes escravos não tinham quaisquer direitos à cidadania e,
constantemente, sofriam castigos físicos severos. O Brasil se desenvolveu sob esse
clima de convivência social, que se reflete até atualmente. Hoje em dia, o tema
segurança pública é de extrema sensibilidade, onde grande parte da população
brasileira se sente segura somente com um policial ostensivo em seu campo de visão.
A violência social tem aumentado por diversos fatores mas, principalmente, pela
impunidade por parte da justiça. O criminoso não tem mais preocupação com sua ficha
criminal ou com os processos que responde perante à justiça.

Os mais importantes problemas pertinentes à administração pública brasileira


são aqueles que dizem respeito a segurança pública, especialmente observando-se
que os índices de violência e de criminalidade continuam a aumentar
exponencialmente. Neste seguimento, é de extrema importância que se desenvolva
um estudo que possibilite a análise da segurança pública no território brasileiro.
Durante muito tempo, e atualmente, o significado de segurança pública vem sendo
distorcido. Grande parte da população brasileira pensa que as polícias são as únicas
incumbidas no combate ao crime e pela aplicação das leis e medidas sociais, quando,
na realidade, seu conceito é muito mais amplo, uma vez que a polícia é o instrumento
que controla o nível de civilização da sociedade, acompanhando sua evolução.

O presente Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo explorar a


evolução e funcionamento da Segurança Pública no Brasil desde o seu surgimento e
a definição da violência social. Pode-se dizer, conceitualmente falando, que a
segurança pública possui dois aspectos: o amplo, onde a educação é o ponto
fundamental; e o formal, que é limitado e restrito. Desta forma, o problema que norteia
o trabalho é: qual a atual conjuntura da segurança pública no Brasil e quais suas
perspectivas futuras e tendências? Partindo da definição deste problema, o objetivo
maior do trabalho se dá em realizar uma investigação teórica sobre os aspectos
principais relativos à gestão da segurança pública no Brasil, com ênfase na sua
10

situação atual, perspectivas e tendências. Já os objetivos específicos são: apontar a


origem e as causas cruciais da criminalidade no Brasil atualmente; analisar a
funcionalidade do sistema de segurança público brasileiro; pontuar as barreiras que
impedem o melhoramento da segurança pública brasileira.

O trabalho foi realizado empregando resumos, artigos científicos, monografias,


teses e dissertações disponíveis eletronicamente, além de livros do período de 1988
a 2017. A coleta será realizada nas bases eletrônicas LILACS (Literatura Latino
Americana e do Caribe em Ciências Sociais e da Saúde) PUBMED, Scielo (Scientific
Eletronic Library Online) e BIREME (Biblioteca Regional de Medicina).
11

1 A VIOLÊNCIA NO BRASIL

A origem da criminalidade no Brasil não pode ser estudada sem uma profunda
análise do surgimento da violência social brasileira, como fato determinante do atual
comportamento dos agentes responsáveis pela promoção da segurança pública e da
população (BASTOS, 2012).

Conforme Bastos (2012), o Brasil nasceu sob a sombra da violência,


começando com a colonização por interesses de exploração das nossas riquezas,
para elevar o poderio econômico de Portugal. Durante mais de 300 anos, o Brasil foi
uma colônia sendo explorado em todas as suas riquezas, tanto na extração de Pau-
Brasil quanto de minerais preciosos, sem nenhum interesse de criar uma nação ou
organização estatal. Em 07 de setembro de 1822, o Brasil tornou-se independente,
tendo, assim, menos tempo como país do que como colônia portuguesa.

Os portugueses, durante o período colonial, tentaram escravizar os nativos que


viviam aqui. Sem êxito, acabando por trazer milhares de negros da África, para serem
empregados nos campos, na extração de madeiras e minérios e na produção
agropastoril. Segundo Bastos (2012), a partir desta época a violência começou a
crescer no Brasil, com o extermínio de milhares de índios. Os povos africanos
acabaram sendo escravizados, sendo submetidos a condições desumanas, a castigos
severos, além da inexistência de quaisquer direitos, exceto alimentação e moradia,
mesmo que precárias. Eram excluídos socialmente, sendo marginalizados e
desclassificados. Para povoar a nova terra, sujeitos marginalizados e com baixa
qualificação em Portugal foram trazidos até aqui.

As capitanias hereditárias foram criadas durante o período de colonização. Os


Donatários, que eram seus titulares, possuíam quase que absolutos poderes, sendo
juízes cíveis e criminais em suas terras. Desta forma, o poder administrativo e político
da colônia era fragmentado pelos donos das terras, em mãos privadas, totalmente
disperso. A segurança era garantida por mercenários, contratados pelos Donatários e
armados pelos senhores das terras, que só tinham como limites as ordens dos
patrões, com o poder de vida ou morte em seus domínios (MENDES, 2009).

A abolição da escravatura ocorreu em 13 de maio de 1888. Na teoria, os negros


tornaram-se livres, mas, na prática, muitos não tinham para onde ir, tampouco terra
para produzir. Muitos continuaram nas fazendas nas mesmas condições anteriores.
12

Outros foram embora para viver em conjuntos denominados guetos, onde havia
grande miséria. Mendes (2009) explica que, a partir disso, surgiu o conceito de que
“poucos com tudo e muitos com nada”. As oportunidades para índios e negros
prosperarem sempre foram reduzidas, tornando tais grupos os chamados excluídos
sociais.

As formas de criminalidade e suas particularidades mudam conforme os


estados e cada região do país. O Brasil é um país com território extenso, onde pode-
se deduzir que as formas de violência também são grandes. Os grandes centros
urbanos, com o passar dos tempos, com a industrialização e melhoria da qualidade
de vida, atraíram a população das regiões menos favorecidas, esvaziando os campos
e promovendo a superpopulação das cidades, elevando ainda mais as áreas de
miséria, uma vez que tais centros urbanos não possuíam capacidade para alocar o
número elevado de pessoas, que não possuíam quaisquer qualificações exceto a
capacidade de serviços braçais. Desta forma, explica Soares (2006), surgiram os
problemas de desemprego, educação, saúde saneamento básico, moradia, falta de
alimentos, corrupção e a favelização.

O desequilíbrio social trouxe um componente desesperador, perturbador e


destruidor: a violência social. Analisando a literatura, os índices que mais se
evidenciam no território brasileiro são o tráfico de drogas e armas. Mas há também
outros meios de violência, como a doméstica e crimes de maior gravidade.

“Essa matriz da criminalidade tem assumido uma característica


peculiar, ao infiltrar-se e disseminar-se como estilo cultural e meio
econômico de vida, com seu mercado próprio e lamentavelmente
promissor. Exige, portanto, trabalho policial investigativo no combate
às redes atacadistas, ações policiais ostensivas na contenção do
varejo, mas, sobretudo, requer intervenção sócia preventiva bem
coordenada, territorialmente circunscrita e sintonizada com a
multidimensionalidade dos problemas envolvidos.” (SOARES, 2006)

Nestes outros exemplos de crimes, o que mais se distingue é a violência


doméstica, especialmente a violência contra crianças e mulheres. Tais crimes estão
ocorrendo com mais frequência a cada dia que passa na sociedade brasileira.
“Em mais de 60% dos casos observados, nas pesquisas e nos
diversos levantamentos realizados no país, quem perpetra a violência
é conhecido da vítima–parente, marido, ex-marido, amante, pai,
padrasto etc. Isso significa que essa matriz da violência, apesar de
merecer máxima atenção e de constituir uma problemática da maior
gravidade para os que a sofrem ou testemunham, seja por suas
conseqüências presentes, seja por seus efeitos futuros (as pesquisas
13

mostram que quem se submeteu à violência, na infância, ou a


testemunhou, tem mais propensão a envolver-se com práticas
violentas, mais tarde), não é acionada por criminosos profissionais ou
por perpetradores que constroem uma carreira criminal.” (SOARES,
2006, p. 92)

No presente contexto, podemos perceber que o Brasil possui urgência na


necessidade de melhorias na implementação de políticas específicas que atenda a
segurança pública da nossa sociedade atual. Nota-se também que nosso país tem
passado por diversas transformações no que tange a organização da segurança
política e pública, que são os setores mais importantes para os cidadãos.
Em relação ao universo criminal, o Brasil apresenta um complexo contexto
causado pela diversidade dos tipos de violência. Tal fator exige do Estado uma
capacidade de desenvolvimento de políticas eficientes para conseguir atuar contra
estes problemas sociais. Adorno (2006) explica que, nosso modelo de gestão atual de
segurança pública tem sofrido várias mudanças.
“No Brasil, a reconstrução da sociedade e do Estado democráticos,
após 20 anos do regime autoritário, não foi suficientemente profunda
para conter o arbítrio das agências responsáveis pelo controle da
ordem pública. Não obstante as mudanças dos padrões emergentes
de criminalidade urbana violenta, as políticas de segurança e justiça
criminal, formuladas e implementadas pelos governos democráticos,
não se diferenciaram grosso modo daquelas adotadas pelo regime
autoritário. A despeito dos avanços e conquistas obtidos nos últimos
anos, traços do passado autoritário revelam-se resistentes às
mudanças em direção ao Estado democrático de Direito [...]”
(ADORNO, 2006, p. 233).

Pode-se verificar que, atualmente, o sistema de segurança pública no Brasil é


baseado na Constituição Federal de 1988, onde demonstra compromisso com a
segurança coletiva e individual. As políticas de segurança pública atuais, infelizmente,
parecem não obter êxito na resolução dos problemas de criminalidade que assolam a
sociedade brasileira (CARVALHO; SILVA, 2003).
“Planejamento, monitoramento, avaliação de resultados, gasto
eficiente dos recursos financeiros não têm sido procedimentos usuais
nas ações de combate à criminalidade, seja no executivo federal, seja
nos executivos estaduais. Desse ponto de vista, a história das políticas
de segurança pública na sociedade brasileira nas duas últimas
décadas se resume a uma série de intervenções governamentais
espasmódicas, meramente reativas, voltadas para a solução imediata
de crises que assolam a ordem pública [...]” (SAPORI, 2007, p. 109).

O modelo atual de segurança pública não tem conseguido implementar


políticas públicas que consigam atender às necessidades da nossa sociedade. Tais
políticas dizem respeito a todos os meios de combate à criminalidade legais como,
por exemplo, criação de normas, decretos e leis que tratem as formas variadas de
14

violência que vem surgindo. Observa-se que a gestão da segurança pública é uma
grande responsabilidade que envolve uma infinidade de aspectos que devem ser
pautados quando se vai elaborar normas e leis para o combate à violência em âmbito
municipal, estadual e nacional (CARVALHO; SILVA, 2003).
Outro ponto importante de salientar é que deve prevalecer uma organização
bem entrosada dos vários órgãos responsáveis pelo combate ao crime como, por
exemplo, o setor legislativo, judiciário e a Polícia. Os órgãos públicos de segurança
devem estar comprometidos adequadamente e unidos para a criação de leis que
condizem a realidade. É evidente que a identificação das causas principais do crime
e da violência em um país é uma tarefa complicada, especialmente pela criminalidade
envolver uma ampla diversidade de crimes, associada a diferentes dinâmicas sociais.
É relevante compreender que dificilmente seria possível a identificação de uma causa
específica que sintetize o universo complexo e variado da criminalidade (SOARES,
2006).
No contexto atual brasileiro, a variedade de crimes é extensa pois envolve
todos os níveis sociais, desde furtos simples por crianças pobres abandonadas até
crimes de alta complexidade, que vão do tráfico de drogas, assalto a bancos e
corrupção política. Dentro deste universo diversificado da criminalidade, geralmente,
todos os tipos de crimes estão direta ou indiretamente relacionados, formando uma
rede extensa e complexa demais para de solucionada e classificada. De maneira
geral, no Brasil, as causas gerais da criminalidade estão relacionadas aos altos níveis
de desigualdade e pobreza, apontados como fatores determinantes da criminalidade
do país. Neste contexto, fica evidente a necessidade de se desenvolver políticas de
segurança pública eficazes e com capacidade de amenizar as diferentes frentes
criminais da sociedade (SOARES, 2006).
No Brasil, os termos criminalidade e violência social tem, praticamente, o
mesmo significado. Porém, há diferenças que não são consideradas pelas pessoas
que confundem seus significados. Um crime sempre é uma violência social, porém,
nem sempre a violência social é crime.
A criminalidade resulta da violação explícita da lei penal brasileira. Pela
Constituição, não existe crime sem que haja uma lei anterior que o defina. Para ser
considerado crime, o ato tem de ser tipificado em lei. O Código Penal Brasileiro define
todas as penas aplicadas para o indivíduo que comete tais crimes. Temos como
exemplo de crimes: invasão de domicílio, estupro, lesão corporal, receptação de
15

produtos roubados, falsificação de dinheiro, corrupção, tráfico de armas e


contrabando.
Já a violência social resulta de atos sociais que podem afetar a convivência
entre indivíduos da mesma sociedade, gerando desagregações, sofrimentos,
pobreza, crimes, depressão, destruição, etc. Como exemplo, temos invasão a
domicílio, discussões que não cheguem às vias de fato; acidentes de trânsito; falta de
condições adequadas para o atendimento de urgência em hospitais; grandes filas em
bancos para o pagamento de salários atrasados; falta de moradias; abandono de
crianças; alcoolismo; exposição às doenças como dengue, DSTs e febre amarela; o
suicídio; os grandes níveis de miséria; a mendicância; a discriminação de todo tipo;
condições precárias das escolas; a fome e etc. Todos estes fatores revelam a violência
social existente no Brasil.
16

2 A FUNCIONALIDADE DO SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICO BRASILEIRO

O Sistemas de Segurança Pública Brasileiro é complementado por várias


Constituições Estaduais e Leis Federais. Há de se saber se tal sistema funciona de
forma adequada como previsto em legislação e se a população brasileira confia em
tal sistema e sente-se segura (MOURA, 2015).

Se observarmos com cautela podemos verificar que, em certo momento, alguns


tipos de violência e crimes sofreram redução mas, algum tempo depois, voltaram a
crescer. Em alguns estados, atualmente, as taxas de crimes hediondos são mais
elevadas que em outros. Moura (2015) concluiu que o Sistema de Segurança Público
Brasileiro não funciona de forma totalmente plena. A população brasileira vem
demonstrado enorme insatisfação no quesito segurança pública. Por falta de
informação ou por não entender como funciona o sistema, direcionam sua insatisfação
e críticas às Polícias Militares e Civis, como se só estas fossem as responsáveis pela
aplicação das leis e promoção da justiça. Tal fato se dá por tais organizações estarem
na ponta da lança do sistema. A criminalidade é como uma infecção: quando surge,
aplicam-se remédios para combate-la. Porém, com o passar do tempo, tais remédios
não surtem o efeito esperado contra a origem da infecção. A seguir, há uma análise
pormenorizada da funcionalidade do Sistema de Segurança Pública Brasileiro

2.1 POLÍCIA FEDERAL

Em tese, seu papel seria de fazer o ciclo de policiamento completo. Porém,


enfrenta barreiras no que tange à execução de ações preventivas relacionadas
principalmente a: tráfico de mulheres e crianças, de armas, de drogas, contrabando,
sequestros, corrupção política, etc. Por exemplo, a cocaína está espalhada por todo
o território brasileiro, mesmo o país não sendo um dos grandes produtores mundiais,
por causa do Brasil ser parte de umas das rotas internacionais do tráfico de drogas
(FREITAS, 2016).

Com suas ações quase que exclusivamente voltadas para investigações,


grande parte dos brasileiros desconhece os atos preventivos da Polícia Federal. As
Polícias Civis são responsáveis pelas investigações e as Polícias Militares pelas
ações de prevenção mas, a Polícia Federal, fica a cargo da investigação e prevenção
dos crimes que lhe competem. O Brasil, além de possuir um território extenso, faz
fronteira com países sul-americanos conhecidos por altos índices de criminalidade e
17

por serem parte das rotas internacionais de tráfico. Com isto, o efetivo atual da Polícia
Federal torna-se incapaz de patrulhar fronteiras e combater o tráfico, de drogas e
armas. Mesmo se o governo aumentasse tal efetivo, ainda seria difícil o combate de
tais crimes.

2.2 POLÍCIA MILITAR

As Polícias Militares possuem ação preventiva de extrema importância, onde a


presença do policial militar patrulhando de forma ostensiva inibe e desestimula a
prática de atos ilícitos e garante a ordem pública, influenciando os cidadãos de forma
concreta. É, de certa forma, uma polícia preventiva.

Quando acontece algum tipo de delito, a Polícia Militar tem de fazer a repressão
de forma imediata, adotando todas as providências necessárias. Tem como obrigação
encaminhar as partes ao delegado circunscricional, juntamente com as provas que
possam existir, que dará prosseguimento ao caso. Quando a ordem vigente é violada,
o policial militar precisa exercer repressão imediata para restaura-la, que caracteriza
a ação de polícia repressiva.

Em todo o Brasil, as Polícias Militares passam por problemas grandes no que


diz respeito a equipamentos e efetivos. O número de alguns crimes cresceu
absurdamente, de forma que o efetivo atual é incapaz de estar em todos os lugares
de forma ostensiva, mesmo a presença da força militar essencial para inibição e
combate dos mesmos. Os equipamentos, muitas vezes sucateados, tornaram-se um
dos maiores problemas dentro da força militar, onde há a escassez em alguns lugares.
Com equipamentos obsoletos, em quantidade suficiente ou de baixa qualidade, a
atividade preventiva torna-se ineficaz.

Com o aumento dos atos de violência social e crimes, tanto no grau de


agressividade quando na quantidade, as Polícias Militares não tem obtido sucesso no
controle dessa violência. Sabe-se que os policiais militares são bem treinados e
conceituados perante a sociedade. Porém, a falta de efetivo suficiente para manter,
em todos os pontos possíveis um alto grau de vigilância, tornou-se o maior dos
obstáculos dentro das corporações.
18

2.3 POLÍCIA CIVIL

As atribuições da Polícia Civil possuem são a mesma coisa de Polícia


Judiciária. Tem como objetivo a investigação dos delitos que não foram evitados com
a ação preventiva. A Polícia Civil desenvolve investigações, formalizando e
consubstanciando os atos durante o inquérito policial ou a prisão em flagrante.
Segundo Zambanelli (2016) explica, as ações da Polícia Civil são sequenciais as da
Polícia Militar, onde completa-se o ciclo da polícia e desenvolve-se o ciclo da
persecução criminal, pois antes da fase processual tem de haver a fase investigatória.

A Polícia Civil não possui as condições necessárias para absorver e investigar


todos os registros de crimes que lhes são encaminhados pois, assim como as Polícias
Militares, também sofrem com carência de efetivo, escassez de recursos materiais,
falta de contingente qualificado e, em alguns casos, instalações inadequadas.
Segundo dados, não conseguem a resolução de mais de 20% dos crimes cometidos
no Brasil. Em alguns estados, os índices são maiores. Em outros, há índices menores,
porém prevalece a sensação de pouca produção.

Em todos os Estados brasileiros, devido ao crescimento da população


carcerária, as delegacias de polícia se tornaram depósito de presos. Em 2010, o
Ministério da Justiça divulgou dados onde, nas delegacias brasileiras, haviam 50.456
presos, onde 6.619 são mulheres e 43.927 são homens, mesmo havendo vaga
somente para 16.753 pessoas. Nas celas das Polícias Civis, há a superlotação de
presos, muitas vezes amontoados entre si, que vai de desencontro total aos Direitos
Humanos. Os Policiais Civis, que deveriam cumprir seu papel investigativo, deixam
de fazê-lo para serem carcereiros, num enorme desvio de função. Os presos são de
competência das Secretarias de Justiça dos Estados, e não das Polícias Civis.

2.4 SUBSISTEMA PENITENCIÁRIO

Mesmos constatando falhas em todo o Sistema de Segurança Pública, o


Penitenciário é o que possui as falhas mais graves. Nele, praticamente todos os
Direitos Humanos são violados e ignorados. Na maioria dos presídios, em uma vista
rápida, pode-se constatar a evidente superlotação das celas, com presos amontoados
em si em condições sub-humanas. É evidente que existem mais presos do que vagas
nos presídios.
19

Diariamente, a mídia noticia relatos onde o Sistema Penitenciário é constante


alvo de investidas criminosas, como por exemplo: bandidos que continuam a
comandar suas facções mesmo encarcerados, drogas e armas dentro das celas,
brigas entre rivais, etc. O sistema acaba sendo incapaz de manter um preso fora do
ambiente criminal.

A Lei 1º 7.210 de 11 de julho de 1984 instituiu a Legislação Correlata e Lei de


Execução Penal, que estabelecem que a construção e administração dos presídios
são de competência do Governo Federal, Governos Estaduais e Distrito Federal.

2.5 PODER JUDICIÁRIO

Cada Juiz, em nosso país, tem sob sua responsabilidade milhares de


processos criminais a serem solucionados. O volume aumenta, a cada dia que passa,
e torna impossível a promoção do julgamento em tempo hábil.

Alguns crimes acabam por prescrever com o passar do tempo e não chegam
ao julgamento, trazendo à tona a impunidade que toma conta do Brasil. Isso traz
imensa dor aos familiares e às vítimas destes criminosos, com a sensação de
incompetência do Poder Judiciário e a impunidade que assola o país, explicitando a
incapacidade do Estado em promover a justiça para todos (GIOVANELLI, 2008).

Levando em consideração a soma de todos os crimes, a porcentagem de


julgamento em tempo hábil não chega a 50%. Saber que nosso Poder Judiciário
encontra-se com reduzida capacidade para o atendimento da demanda de processos
é frustrante. No Sistema Penitenciário Brasileiro existe um enorme número de presos
sem o julgamento devido, o que configura, em certos casos, prisões ilegais.
20

3. POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E OS DESAFIOS PARA A INOVAÇÃO


NO BRASIL

A segurança pública, aos olhos da população, é função única dos Estados


Federados. A Constituição Federal de 05 de outubro de 1988 subdividiu a
responsabilidade entre municípios, estados e Governo Federal, cada qual com seu
nível de responsabilidade. A Constituição estabelece os órgãos federais e suas
responsabilidades, como a Polícia Federal, a Polícia Ferroviária Federal e a Polícia
Rodoviária Federal e, também, dos órgãos estaduais, como as Polícias Civis e
Polícias Militares. Acresce, ainda, certas funções pata as prefeituras municipais
(BRASIL, 1988).

O Governo Federal, sem alterar a missão do Estado e compreendendo que a


segurança pública precisa ser gerida mais centralizadamente, implantou uma política
nacional própria de segurança pública e propôs que os Estados aderissem, o que
acabou acontecendo.

A instituição policial é um dos órgãos principais responsáveis pela segurança


pública e, desta forma, é de suma importância que a política de segurança pública
tenha como um dos objetivos melhorar sua estrutura, acarretando uma melhor
abordagem da criminalidade e diminuindo os índices de violência na comunidade.

Rolim (2006) reitera que um dos mais preocupantes fatores no que tange ao
aperfeiçoamento das políticas públicas no Brasil é a resistência cultural da instituição
policial no que diz respeito aos novos valores que devem ser compreendidos para que
as consequentes ações andem junto com os objetivos que a Política Nacional de
Segurança Pública determina.

“A cultura policial se marca, finalmente, por um conservadorismo


intelectual que, sob a capa do pragmatismo, privilegia o olhar rasteiro,
a tomada em consideração apenas dos elementos concretos e o
antiintelectualismo. Tudo o que se apresenta sob a forma de inovação,
de experimentação ou de pesquisa suscita reações de rejeição
imediata. Pelo fato de ser redutora de incerteza, a reprodução do
‘eterno passado’ congela o universo policial em práticas rotineiras e
bloqueia sua capacidade de se adaptar à mudança social.” (MONET,
2001, p.155)

Conforme Brodeus (2002, p. 265) escreveu, a sociedade tem um pensamento


da cultura policial basear-se em um tratamento duro e violento aos infratores, o que
21

configura uma concepção diferente do que a Política Nacional de Segurança Pública


prega.

É importante, neste sentido, que absolutamente todos os programas de


combate ao crime envolvam organizações que já possuam cultura tradicional de
valores para serem implantados de forma clara, de forma que se conscientize todos
os envolvidos no que diz respeito aos novos rumos a serem tomados e,
principalmente, o motivo de tais mudanças estarem sendo feitas (CORDNER et al.,
1991).

Apesar da polícia, assim como outros órgãos, apresentarem resistência,


podemos perceber que há também uma resistência com relação a renovação dos
valores dentro da própria sociedade e na gestão política do Brasil, como diz Rolim
(2006):

“É difícil estabelecerem-se posições do tipo estão consolidadas no


senso comum ou se somente representam a aceitação genérica do
discurso defensor do lema “lei e ordem” ou do receituário repressivo
proposto de forma militante pela maioria dos formadores de opinião no
Brasil. Em outras palavras, seria preciso medir até que ponto a
demanda punitiva disseminada socialmente não expressa, sobretudo,
o discurso típico reproduzido pela mídia, mais do que uma posição
autônoma da própria cidadania. Seja como for, a maior parte da mídia
trata dos temas da segurança pública a partir de posições distorcidas
e preconceituosas cujos efeitos políticos tendem a agravar os próprios
problemas de segurança.” (ROLIM, 2006, p. 37)

Como podemos perceber, a espelho do Brasil e outros países com índices de


violência elevados, a sociedade possui um senso comum que necessita urgentemente
de ações efetivas no combate à criminalidade. Porém, se trata de um descentralizado
movimento que diversas vezes é orientado pela mídia ou por partidos políticos. Rolim
(2006) destrincha tal perspectiva em nível político de gestão de segurança pública:

“Via de regra, os gestores da segurança pública no Brasil são pessoas


que pouco ou nada sabem sobre o tema e que, não raro, administram
suas pastas com a sensibilidade aguçada por objetivos eleitorais. Os
governantes, por seu turno, quando pensam em “resultados” em
segurança pública, apostam em projetos que permitam a capitalização
política a curto prazo, desprezando todas as iniciativas que demandem
um tempo maior de maturação. Na maior parte das vezes, autorizam
as políticas na área sem que estas tenham sido selecionadas a partir
de um diagnóstico competente e sem que elas próprias sejam um
momento coerente dentro de um plano racional de segurança. Como
tais iniciativas não são avaliadas, não é possível afirmar nada a
respeito da sua eficácia.” (ROLIM, 2006, p. 38)

Como podemos perceber, a cultura política em nosso país é impulsiva e


tendenciosa, o que acaba por impedir que ações planejadas e eficazes no combate
22

ao crime sejam implementadas. O Brasil, infelizmente, possui grandes resistências no


que se trata a implementação de inovações, mesmo que eficazes comprovadamente,
para o desenvolvimento das políticas e importantes medidas para a segurança pública
nacional.
23

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo do presente Trabalho de Conclusão de Curso foi elaborar


um levantamento teórico sobre os aspectos mais importantes relacionados à gestão
de segurança pública no Brasil, evidenciando a atual situação da mesma, juntamente
com perspectivas e tendências.

Neste ponto, durante a elaboração do estudo, buscou-se identificar a origem e


as causas principais da criminalidade em nosso país no atual contexto. Como
podemos perceber, tais causas são tão complexas quanto os problemas que as
rodeiam, especialmente dada a gravidade dos crimes ocorridos e seus autores. Mas,
de maneira geral, dois tipos específicos de crimes sustentam a criminalidade no Brasil:
o crime organizado e o tráfico de drogas.

Também foram estudados alguns das diretrizes e princípios mais importantes


que norteiam o Plano Nacional de Segurança Pública. Neste ponto, ficou notável que
a PSNP é de fundamental importância para a expectativa de melhora da atual
realidade da segurança pública, sendo uma maneira de empreender ações e medidas
de forma abrangente e unificada.

As formas de combate ao crime organizado e o tráfico de drogas são grandes


e envolvem os aspectos de estrutura dos órgãos designados para o combate à
criminalidade, através do empreendimento de rigorosas ações nos maiores focos da
criminalidade e de inovações tecnológicas. Com tais ações, é esperado que os
maiores responsáveis pelo crime organizado e tráfico de drogas sejam identificados e
responsabilizados legalmente, bem como pretende-se atingir a redução significativa
da entrada de drogas através das fronteiras. Além destes pontos, também há um
esforço para o estabelecimento de operações rigorosas, articuladas e integradas no
combate ao crime, envolvendo as forças públicas de segurança.

Já com as ações educativas da PNSP, espera-se a obtenção da capacidade


jurídica punitiva do Estado, de forma melhorada e ampliada, com a absorção das
tendências modernas do processo e direito penal, com a sanção e aprovação das
propostas legislativas e com a inibição dos atos ilícitos com rigor maior
desenvolvendo-se, desta forma, um sistema penal mais moderno e eficaz.
24

No que tange às medidas institucionais da PNSP, elas tem como objetivo


disponibilizar informações de cunho estatístico comparáveis e confiáveis,
possibilitando o desenvolvimento de métodos de coletas de dados sistematizados e
unificados em nível nacional. Tal investimento é extremamente importante pois abre
caminhos para a produção sistêmica de informações em todo o Brasil, de forma a
facilitar a ação dos órgãos de segurança pública executivos, como as polícias.

Tais ações visam, além de fornecer informações sobre a criminalidade na


sociedade, estabelecer uma consistente base de dados sobre o censo penitenciário,
que possibilitará o levantamento de índices estatísticos sobre a população carcerária
no Brasil, que podem ser aplicados em programas de combate e prevenção à
violência. As informações sobre a criminalidade de forma sistematizada são de
extrema importância, não somente no auxílio aos órgãos de segurança pública
executivos, mas, também, na viabilização do desenvolvimento de políticas de
segurança pública coerentes com a realidade atual do Brasil e devidamente
planejadas.

No último tópico deste Trabalho de Conclusão de Curso, foram expostos os


desafios a serem superados para o aperfeiçoamento da segurança pública brasileira.
Como podermos perceber, a conotação brasileira tem um sério problema quanto a
resistência de inovação de valores na segurança pública. Tal resistência foi externada
no principal órgão de segurança pública do Brasil, que é a instituição policial.

Os estudos, como exemplificado, mostram que os valores culturais que


abrangem o âmbito policial são complicados de serem renovados devido aos
costumes que perduram durante os anos, que acabaram por se transformar em ideias
e valores considerados mais importantes até do que as próprias leis. Pode-se
observar que tal resistência também está enraizada na sociedade e em seu nível
político. Quando se diz respeito a resistência dos cidadãos, como pode-se observar,
há valores do senso comum que são criados normalmente por experiências
fragmentadas e individuais, além do desejo de ver a justiça cumprida e da pressão
que as mídias exercem, onde a violência e criminalidade atingem níveis alarmantes.
25

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