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Natureza, cultura e gênero: uma crítica

CAROL P. MacCORMACK

Levi Strauss é reducionista

Usa natureza em dois sentidos:

o mundo fenomenológico, como nós o percebemos, excluindo a cultura. Natureza, aqui, é a


categoria residual de tudo o que estiver fora da cultura (Badcock, 1975:98). Mas é também a
natureza humana, à qual os códigos culturais são reduzidos e, como Leach mostrou, Lévi-
Strauss cai em um paradoxo. Se ele é bemsucedido em identificar fatos como o tabu do incesto
e as regras de exogamia como uma verdade universal para os seres humanos, eles devem ser
naturais. Contudo, ele pressupõe que a qualidade cultural única da humanidade baseia-se no
que não é natural; naquilo que é socialmente transmitido e arbitrário, do mesmo modo que o
símbolo está para o significado, na língua (Leach, 1970:121 e 1973:39).

Schneider levou isso ao extremo; cultura não é natureza, mas natureza é um conceito
inteiramente cultural (1972

Lévi-Strauss observa que certas coisas como o incesto ou o ato de cozinhar são universais, mas
não são essenciais para manter a vida no mundo animal. Portanto, estas coisas devem ser
símbolos “pelos quais a cultura se distingue da natureza para que os homens possam se
reassegurar de que não são bestas (beasts)” (Leach 1970:129). Outros também comentaram
que o método de Lévi-Strauss não é indutivo, mas prioritariamente dedutivo. Ele sugere que
em todo mito se deva encontrar uma estrutura binária de opostos que não é específica para
uma única versão do mito. De fato, ele os encontra, e encontra também pares
complementares de oposição. P4

Nossa mente estrutura o mito, e em uma resposta em loop, o mito instrui nossa percepção no
universo fenomenológico. Gênesis, por exemplo, coloca os homens em oposição à natureza e
nos promete o domínio sobre a mesma. Com o protestantismo, passamos a considerar
responsabilidade individual a compreensão racional e o aproveitamento da natureza. O mito,
em sua forma atual, reflete a fé da sociedade industrial como uma sociedade construída pela
atividade empreendedora 5

. Quando as mulheres são definidas como “naturais” um maior prestigio, ou uma “virtude”
moral, é atrelada ao domínio dos homens sobre as mulheres em uma analogia à virtude do
domínio humano sobre as fontes de recursos naturais ou sobre a energia libidinosa dos
indivíduos. Parece-nos bastante lógico em nossa tradição judaico-cristã e tradição industrial
associar a natureza ao feminino (Ardener 1975). 6

No século XVIII, a natureza foi tida como o aspecto do mundo revelado através do escrutínio
científico. Ela possuía leis previsíveis, mas que não haviam sido sobrepujadas. As mulheres
eram o repositório das leis naturais e moralidade natural, mas também eram emocionais e
passionais precisando ser contidas pelos laços sociais. As categorias opostas de natureza e
cultura (ou sociedade) surgiram como parte de uma polêmica ideológica e historicamente
particular na Europa do século XVIII; uma polêmica que criou posteriores contradições ao
definir a mulher como natural (superior), mas instrumento de uma sociedade de homens
(subordinado). No século XVIII, a natureza foi tida como o aspecto do mundo revelado através
do escrutínio científico. Ela possuía leis previsíveis, mas que não haviam sido sobrepujadas. As
mulheres eram o repositório das leis naturais e moralidade natural, mas também eram
emocionais e passionais precisando ser contidas pelos laços sociais. As categorias opostas de
natureza e cultura (ou sociedade) surgiram como parte de uma polêmica ideológica e
historicamente particular na Europa do século XVIII; uma polêmica que criou posteriores
contradições ao definir a mulher como natural (superior), mas instrumento de uma sociedade
de homens (subordinado). 6

Embora Lévi-Strauss diga claramente que a estrutura não está no nível da realidade empírica
(1977: 79), ele apela para realidade empírica quando constrói um modelo de sociedade
humana na qual as mulheres são simples objetos passivos da atividade masculina (1963:47).8
O seu modelo de sociedade humana tem premissa de que “homens são possuidores e
mulheres são posse... esposas são adquiridas e irmãs e filhas são negociadas “ (1969a: 136).
Para ele, homens e mulheres são intercambiáveis e iguais de um ponto de vista formal, mas
não de um ponto de vista social p 10
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Um modelo de parentesco formulado por Lévi-Strauss é uma construção lógica baseada na


regra universal de proibição do incesto e uma série de regras para casamento exogâmico. Este
modelo é ambivalente sobre os níveis muito mais complexos das atividades de homens e
mulheres. A lógica do modelo como foi construído nega ou negligencia as observações de que
as mulheres são ativas nas relações, agindo por vezes como casamenteiras, e compartilhando
da riqueza do trabalho do cônjuge e dos bens nas transações matrimoniais 010

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