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Atrevem-se alguns a dizer que estamos do lado das tradições quando elas oprimem a
liberdade de muitos que partilham este espaço onde interagimos que é o Ocidente.
Afirmam que somos a favor do isolamento em comunidades de gente que os
nacionalistas apelidam de diferente, estranha, estrangeira.
Como podemos nós (aqueles que estamos sempre a fazer o balanço das injustiças desta
forma economicista,de lucro animalesco que alimenta e subjuga governos) sermos os
conservadores?
Nós que aceitamos procurar aprender com a diferença, maximizar a experiência que se
acumula quando se partilham valores, ideias, nós não nos movemos pela relação com o
outro quando é apenas lucrativa.Pelo contrário, temos um projecto que queremos que
seja concretizado, que se transforme de uma ideia para uma realidade e é a humanização
das relações entre Pessoas, Gente, Povos, Mulheres, Homens, Crianças … é este o
grande investimento que fazemos.
A forma como desenhamos o caminho para o futuro próspero , mas que queremos justo
e que não pode ser estranho a quem está ligado a uma cultura ibérica, mediterrânica; o
avivar desta consciência de que a mescla de ideias, hábitos, técnicas, aspirações, é algo
que proporciona historicamente avanços significativos na história universal. Negar este
facto, é negar a afirmação do mediterrâneo, da península e do país; desta criação dos
Homens que é um país, num território onde todos nós nos encontramos e para qual
todos trabalhamos.
É lógico, que somos sensíveis às dificuldades, aos efeitos da exclusão social, aos
diferentes pontos de partida de toda esta gente que está nesta corrida para a
sobrevivência que é de facto necessária em toda esta crise de vontade, crise de
altruísmo,neste momento carente de reflexão e nesta vivência distante da ideia de
solidariedade.
Vivemos e construímos. É esta a nossa cultura global e pelos visto ela pode ser uma
apenas, aquela de quem vive e constrói estes pilares sobre os quais muitos estarão
confortavelmente instalados. Mas só o farão ( a instalação à qual se segue a crítica
retrógada que inspira o novo nacionalismo) quando já estão erguidos os pilares, quando
a pedra já está cortada, carregada, trabalhada; a partir daí, passam muitos para a precária
condição de serem gente descartável por assim se querer decidir na Europa em crise
(onde outros e muitos, pagarão por erros que não são da sua responsabilidade).
Existe quem se negue a aprender que não é com bairros titânicos, gigantes e erguidos
apressadamente que se avança, que se parte para o desconhecido com os desconhecidos
e se alcança o sucesso. Não são paredes que integram é a forma como são erguidas.
Não é nos limites dos mandatos eleitorais que se resolvem problemas que carecem de
um investimento real, sério, profundo, prudente, seguro, contante, humano que resulte
na partilha desta única cultura que realmente partilhamos que é a de viver e construir
estes bairros, cidades, países e continentes onde residimos.
O trabalho é uma ideia que atravessa todo o imaginário humano no tempo e no espaço.
Em qualquer parte do mundo sabemos identificar uma pessoa quando ela trabalha e em
qualquer língua haverá a tradução para este acto que nos une, que é trabalhar.
Nós trabalhamos todos juntos, com todas as nossas diferenças, e para ultrapassar as
nossas divergências, trabalhamos para provar que é possível fazer tudo melhor do que
tudo o que já foi feito, e sempre acreditamos que vale a aventura, vale a pena sermos
destemidos e audazes quando decidimos ,em conjunto e em cooperação, construir um
mundo melhor.