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V COLBEDUCA 2019

Colóquio Luso-Brasileiro de Educação

CADERNO DE
RESUMOS
Entre currículos nacionais e
avaliações internacionais:
os desafios de uma educação global
Luciane Mulazani dos Santos
Geovana Mendonça Lunardi Mendes
Maria Caroline Silveira
(Organizadoras)

CADERNO DE RESUMOS DO
V COLÓQUIO LUSO-BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO

1ª edição

Joinville
2019

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 2


COORDENAÇÃO DO CONVÊNIO UDESC/UMINHO
Geovana Mendonça L. Mendes – FAED/UDESC
José Carlos Morgado – IE/Uminho
Luciane Mulazani dos Santos – CCT/UDESC

COMITÊ ORGANIZADOR DO EVENTO


Alfredo Balduíno Santos – CEAD/UDESC Iaago Ariel Schwoelk Lobo – CCT/UDESC
Anelise Girardi – FAED/UDESC José Carlos Morgado – IE/Uminho
Carolina Soares Bueno – CCT/UDESC Lidiane Goedert – CEAD/UDESC
Cléia Demétrio Pereira – CEAD/UDESC Luciane Mulazani dos Santos – CCT/UDESC
Cristiano Rodolfo Tironi – FAED/UDESC Luiz Clement – CCT/UDESC
Edivaldo Lubavem – FAED/UDESC Priscila Aguiar Souza Preus – FAED/UDESC
Eliane Bihuna de Azevedo – CCT/UDESC Maria Caroline Silveira – CCT/UDESC
Elisa Henning – CCT/UDESC Maria Helena Tomaz – CEAD/UDESC
Fernanda Cristine A. de Oliveira – CCT/UDESC Maura Pauletto Taschetto – FAED/UDESC
Gabriella Araujo Souza Esteves – FAED/UDESC Rafael Gué Martini – CEAD/UDESC
Gabriela Maria D. de Carvalho – CEAD/UDESC Stephanie Johansen Longo Basso – UTFPR
Geovana Mendonça L. Mendes – FAED/UDESC Tulio Andreas Martins Tieppo – CCT/UDESC

COMITÊ CIENTÍFICO DO EVENTO


Ademilde Silveira Sartori – UDESC Ivani Teresinha Lawall – UDESC
Alaim Souza Neto – UFSC Joana Sousa – UMinho
Ana Paula Nunes Chaves – UDESC José Augusto Pacheco – UMinho
Ana Maria Costa e Silva – UMinho José Carlos Morgado – UMinho
António José Meneses Osório – UMinho Juares da Silva Thiesen – UFSC
Altino José Martins Filho – UDESC Kátia Liége Nunes Gonçalves – UFPA
Avanilde Kemczinski – UDESC Lourival José Martins Filho – UDESC
Bento Silva – UMinho Luciane Mulazani dos Santos – UDESC
Carlos Nogueira Fino – Universidade da Luiz Clement – UDESC
Madeira Maria Alexandra Oliveira Gomes – UMinho
Claudia Glavam Duarte – UFRGS Maria Altina Silva Ramos – UMinho
Elisa Henning – UDESC Maria da Graça Moraes Braga Martin – UDESC
Elisandra Bär de Figueiredo – UDESC Maria João Gomes – UMinho
Floriano Augusto Viseu – UMinho Maria Palmira Carlos Alves – UMinho
Geovana Mendonça L. Mendes – UDESC Regina Helena Munhoz – UDESC
Isabel Maria Torre Carvalho Viana – UMinho Vera Marcia Marques Santos – UDESC

PROMOÇÃO:

APOIO:

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 3


SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................6
PROGRAMAÇÃO E LOCAL ...................................................................................................................9
RESUMOS ......................................................................................................................................... 12
MESAS-REDONDAS ....................................................................................................................... 13
ENTRE AS AVALIAÇÕES INTERNACIONAIS E LOCAIS: QUAIS DESAFIOS CURRICULARES? ....14
INDÚSTRIA EDUCACIONAL: ALINHAMENTOS VIA CURRÍCULO COMO PRODUTO-SOLUÇÃO 15
ENTRE MENSAGENS E IMAGENS: UMA CONSTITUIÇÃO DA AVALIAÇÃO DO ENSINO
E DO CURRÍCULO ............................................................................................................16
IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO PPGECMT:
CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS ................................................................17
IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO PPGECMT:
CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS ................................................................18
ENTRE O TRADICIONAL E AS INOVAÇÕES: QUAIS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS? ............19
ENTRE O TRADICIONAL E AS INOVAÇÕES: QUAIS AS MUDANÇAS NA CONCEPÇÃO DO
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM? ......................................................................20
O QUE PODE (EM TERMOS DE POTÊNCIA) A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA QUANDO
PROBLEMATIZADA A PARTIR DA FILOSOFIA DA DIFERENÇA? ...........................................21
O QUE PODE A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA QUANDO PROBLEMATIZADA A PARTIR DA
FILOSOFIA DA DIFERENÇA? .............................................................................................22
IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO PPGE:
CONTRIBUIÇÕES PARA A ÁREA DA EDUCAÇÃO ..................................................................... 23
IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO PPGE:
CONTRIBUIÇÕES PARA A ÁREA DA EDUCAÇÃO ................................................................24
IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO PPGECMT:
CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIAS ...............................25
IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO PPGECMT:
CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIAS ...............................26
INOVAÇÃO, TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E PERSPECTIVAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA
A EDUCAÇÃO BÁSICA: DESAFIOS GLOBAIS .......................................................................27
ESCOLA, INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E TECNOLÓGICOS DA
INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS AO CURRÍCULO ESCOLAR .................................28
Argumentação e ensino por investigação: em busca do raciocínio crítico .........................29
COMUNICAÇÕES ORAIS................................................................................................................ 30
DESENVOLVIMENTO CURRICULAR ...................................................................................31

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ENSINO DE CIÊNCIAS .......................................................................................................73
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ............................................................................................. 100
TECNOLOGIA EDUCACIONAL .......................................................................................... 146

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V COLBEDUCA

APRESENTAÇÃO

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A parceria entre a Universidade do Minho, de Portugal e a Universidade do Estado de
Santa Catarina vem de longa data. No conjunto das ações decorrentes dessa parceria,
realizamos desde 2015, anualmente, o Colóquio Luso-Brasileiro de Educação –
COLBEDUCA. Desde então, nos reunimos para compartilharmos pesquisas e práticas
realizadas nas áreas de Desenvolvimento Curricular, Tecnologia Educacional, Educação
Matemática e Ensino de Ciências e publicamos os resultados alcançados nas discussões.
Dessa forma, o COLBEDUCA é pensado e organizado de modo a possibilitar
compartilhamento de ideias, reflexões e propostas de ensino e de pesquisa. Além disso,
coloca-se no papel de contribuir para o fortalecimento e a divulgação do Programa de
Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UDESC, do Programa de Pós-Graduação em
Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias (PPGECMT) da UDESC e do Curso de
Doutoramento em Ciências da Educação do Instituto de Educação (IE) da UMinho, em
busca da socialização e consolidação de produção científica na área da Educação.
Na primeira edição, em 2015, nos reunimos no Centro de Ciências Humanas e da
Educação (FAED) da UDESC, sob o tema “Currículo, Tecnologias e Ensino: desafios atuais”,
escolhido em função de linhas de investigação que aproximam os grupos de pesquisa
envolvidos das duas universidades, UDESC e UMinho, além de serem importantes
temáticas, sempre com necessidade de debate, para aqueles envolvidos com os modos
de se fazer, pensar e discutir a Educação. Na programação, desenvolvida ao longo de dois
dias, houve espaço para quatro conferências, uma mesa-redonda e sessões de
apresentação de trabalhos1.
O segundo COLBEDUCA realizou-se nos dias 5 e 6 de setembro de 2016, no Centro de
Ciências Tecnológicas da UDESC, na cidade de Joinville, Santa Catarina. Assim como na
primeira edição, foram realizadas discussões nas áreas temáticas Desenvolvimento
Curricular; Tecnologia Educacional e Educação Matemática. A novidade dessa edição foi a
inserção da área temática Ensino de Ciências, ampliando, assim, as práticas e pesquisas
envolvidas. Como tema do evento, escolhemos “Práticas e pesquisas educacionais em
debate – desafios para a próxima década” para mobilizarmos reflexões sobre as situações
atuais e as perspectivas para a Educação no Brasil e em Portugal. Foram apresentados 54
trabalhos no formato comunicação oral, 20 no formato pôster e 4 mesas-redondas2.
A terceira edição do COLBEDUCA aconteceu nos dias 17 e 18 de outubro de 2017 no
Centro de Ciências Humanas e da Educação (FAED) da UDESC (Universidade do Estado de
Santa Catarina) em Florianópolis. Assim como nas duas edições anteriores, foram
realizadas discussões nas áreas temáticas que aproximam as duas instituições em termos
das pesquisas que desenvolvem na área da Educação e do Ensino. Como tema do evento,
escolhemos “Desafios contemporâneos da Educação Escolar: diálogos sobre o currículo,

1
Os anais da primeira edição estão disponíveis em:
http://media.wix.com/ugd/cb5894_cce4608c2eb74f17a04f1ca7d018b8f7.pdf
2
Os anais da segunda edição estão disponíveis em:
http://www.revistas.udesc.br/index.php/colbeduca/issue/view/482

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ensino e tecnologias”. Foram apresentados 127 trabalhos no formato comunicação oral,
3 mesas-redondas e 2 conferências3.
Em 2018, realizamos o IV COLBEDUCA. Desta vez, sediados pela UMINHO em Portugal,
nas cidades de Braga e de Paredes de Coura, nos dias 24 e 25 de Janeiro de 2018.
Articulou-se com a realização do CIEE 2018 – Currículo, Inclusão e Educação Escolar em
pareceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). O tema escolhido foi “Currículo e
Inclusão em Tempos de Internacionalização”. Mais uma vez, evidenciamos práticas e
pesquisas luso-brasileiras em Educação, articuladas em duas conferências, três mesas-
redondas e na apresentação de 146 comunicações orais, sendo 58 delas a distância4.
Nos dias 29 e 30 de outubro de 2019, receberemos os convidados para o V COLBEDUCA
no Centro de Ciências Tecnológicas da UDESC, em Joinville/SC. Sob o tema “Entre
currículos nacionais e avaliações internacionais: os desafios de uma educação global”,
teremos sete mesas-redondas e 140 comunicações orais, sendo 34 delas a distância.
Com alegria e satisfação, publicamos aqui o caderno de resumos dos trabalhos que serão
apresentados nas mesas redondas e nas sessões de comunicações orais. Convidamos a
todos para aproveitarem a leitura a partir daquilo que será compartilhado em torno dos
eixos e temas do V COLBEDUCA.

Obrigada
Profa. Dra. Geovana Mendonça Lunardi Mendes – FAED/PPGE/UDESC
Profa. Dra. Luciane Mulazani dos Santos – CCT/PPGECMT/PPGE/UDESC

3
Os anais da terceira edição estão disponíveis em:
http://www.revistas.udesc.br/index.php/colbeduca/issue/view/569
4
Os anais da quarta edição estão disponíveis em:
http://www.revistas.udesc.br/index.php/colbeduca/issue/view/591

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V COLBEDUCA

PROGRAMAÇÃO E
LOCAL

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TERÇA, 29 DE OUTUBRO DE 2019 QUARTA, 30 DE OUTUBRO DE 2019
8:00 às 09:30 - Credenciamento/Café 7:45 - Café
09:30 - Cerimônia de abertura 08:00 às 10:30
Comunicações presenciais Eixos DC – EM – EC – TE
10:30 às 12:30 10:30 às 12:30
Comunicações presenciais Mesa redonda: O que pode (em termos de potência) a
Eixos DC – EM – EC – TE Educação Matemática quando problematizada a partir
da filosofia da diferença?
Claudia Glavam Duarte – UFRGS
Kátia Liége Nunes Gonçalves – UFPA
Adriano Luiz dos Santos Né – UDESC
10:30 às 12:30
Mesa redonda: Impacto e caráter inovador na atuação
profissional de egressos do PPGE: contribuições para a
área da Educação.
Martha Kaschny Borges – UDESC
Luciane Mulazani dos Santos - UDESC
Edna Araujo
Fernando Sossai
Raquel R. Z. Valduga Schöninger
Silviane de Luca Avila
14:00 às 16:00 14:00 às 16:00
Mesa redonda: Entre as avaliações internacionais Mesa redonda: Inovação, tecnologias educacionais e
e locais: quais desafios curriculares? perspectivas didático-pedagógicas para a Educação
Juares da Silva Thiesen – UFSC Básica: desafios globais
Cléia Demétrio Pereira – UDESC Alaim Souza Neto – UFSC
Luciane Mulazani dos Santos – UDESC Alex Belluco do Carmo – UDESC
14:00 às 16:00 14:00 às 16:00
Mesa redonda: Impacto e caráter inovador na Mesa redonda: Impacto e caráter inovador na atuação
atuação profissional de egressos do PPGECMT: profissional de egressos do PPGECMT: contribuições
contribuições para o ensino de ciências para o ensino de matemática e tecnologias
Luiz Clement Luiz Clement
Carla Maria Fachini Baptista Diego Teixeira Witt
Juliana Cristine Hübl Julliano Turmina
Nayra Luiza Carminatti Lui Fellippe da Silva Bellincantta Mollossi
Sandra Maria Pepes do Vale Maria Caroline Silveira
16:00 - Café 16:00 - Café
16:30 às 18:30 16:30 às 18:30
Mesa redonda: Entre o tradicional e as inovações: Comunicações presenciais
quais tecnologias educacionais? Eixos DC – EM – EC – TE
Avanilde Kemczinski – UDESC
Isabela Gasparini – UDESC
Maria do Carmo Duarte Freitas – UFPR
Roberto Pereira – UFPR
Marília Amaral – UTFPR
Clodis Boscarioli – UNIOESTE
19:00 – Encerramento: cerimônia de premiação de
trabalhos apresentados em comunicações orais.

As comunicações a distância estarão disponíveis em fórum de discussão no site do V COLBEDUCA


ao longo dos dois dias do evento, para interação entre todos os participantes.

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LOCALIZAÇÃO

Endereço: Rua Paulo Malschitzki, nº 200, Zona Industrial Norte, Joinville/SC. CEP: 89219-710

Crédito da imagem: Manual UDESC Joinville

CONTATO: colbeduca@gmail.com | @colbeduca | https://colbeduca.wixsite.com/colbeduca2019

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V COLBEDUCA

RESUMOS
MESAS-REDONDAS E COMUNICAÇÕES ORAIS

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V COLBEDUCA

MESAS-REDONDAS

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V COLBEDUCA

ENTRE AS AVALIAÇÕES
INTERNACIONAIS E LOCAIS:
QUAIS DESAFIOS CURRICULARES?
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS

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INDÚSTRIA EDUCACIONAL: ALINHAMENTOS VIA CURRÍCULO COMO PRODUTO-SOLUÇÃO

Juares da Silva Thiesen; Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC; juares.thiesen@ufsc.br

Nesses últimos dois anos, o tema da internacionalização dos currículos nos contextos da Educação
Básica brasileira, tem sido objeto de minhas pesquisas na Universidade Federal de Santa Catarina.
O objetivo maior é compreender e discutir estratégias, intensidades, alcances e impactos desse
movimento transnacional nos territórios curriculares da educação pública tanto no âmbito das
redes de ensino, quanto das escolas. No recorte mais específico para essa mesa de trabalho,
busco problematizar relações de aproximação e alinhamento que o Conselho de Secretários de
Estado da Educação – CONSED vem construindo, por via de seus discursos e ações, com
proposições educacionais e curriculares de organizações não estatais sejam elas nacionais ou
internacionais. Segundo Maranhão (2000), o CONSED está presente no cenário educacional
brasileiro desde 1983, quando surgiu o Fórum Nacional de Secretários de Educação, efetivando-se
como Associação em 1986. O CONSED tem sido uma entidade visivelmente ativa frente as
importantes decisões da política educacional brasileira como foi, por exemplo, na elaboração do
capítulo da educação na Constituinte de 1988, na discussão da Lei de Diretrizes e Bases de 1996 e
na elaboração dos Planos Nacionais de Educação. O Conselho segue mobilizado para apoiar a
Educação Básica pública especialmente a gerida pelos órgãos centrais das unidades da federação,
com envolvimento em distintos projetos e ações – destaca-se seu recente envolvimento com a
formulação dos textos da BNCC e com o chamado novo Ensino Médio. É, pois, no conjunto dessas
ações e de outras iniciativas que o CONSED vem estreitando relações com outros setores da
sociedade civil, em especial com organizações privadas numa evidente tendência de alinhamento,
estabelecendo, inclusive, parcerias formais com projetos pensados e elaborados fora do contexto
das redes públicas. A participação dessas entidades privadas na chamada frente de currículo e
novo ensino médio, constitui um bom exemplo dessa aproximação. O próprio CONSED informa
que “Instituto Unibanco, Itaú BBA, Oi Futuro, Instituto Natura, Movimento pela Base, Inspirare,
Instituto Sonho Grande, Fundação Telefônica e Instituto Reúna são parceiros nesta iniciativa”. Não
é diferente a mobilização que vem sendo feita pela Associação na formulação da BNCC, processo
no qual a Fundação Leman tem participação fundamental. No relatório do Grupo de trabalho do
CONSED que propõe a criação de Sistemas Estaduais de Avaliação da Educação Básica, aparecem
estampadas as marcas Instituto Ayrton Senna, Instituto Unibanco e Itaú Social como parceiras.
Estes são apenas alguns exemplos de um amplo conjunto de ações indicando essa relação que
rapidamente vai deslocando a gestão curricular da esfera pública para a privada com argumentos
que buscam sustentação em significantes como modernização, inovação, eficiência, qualidade,
etc. Em geral, essas iniciativas aparecem discursivamente associadas a ideia de busca por padrões
internacionais, seja no campo da avaliação de desempenho mensurados em larga escala, seja pela
(re)contextualização de modelos curriculares globais que transitam em distintas escalas
mobilizados pelas chamadas redes políticas transnacionais.

Palavras-chave: internacionalização, currículo, avaliação, CONSED.

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ENTRE MENSAGENS E IMAGENS: UMA CONSTITUIÇÃO DA AVALIAÇÃO DO ENSINO
E DO CURRÍCULO

Luciane Mulazani dos Santos; UDESC; luciane.mulazani@udesc.br

Esta conversa é um convite para reflexões e para manifestações sobre os desafios de uma
educação global nos panoramas construídos entre currículos nacionais e avaliações
internacionais, tema do V COLBEDUCA. Serão abordados os temas currículo, avaliação e
internacionalização em diferentes contextos educacionais, da Educação Básica à Pós-Graduação,
passando pelo Ensino Superior. Os temas formação de professores e profissionalidade docente
serão os fios que ajudarão a tecer a discussão. E, entre mensagens e imagens, serão debatidas
algumas das diferentes formas de representação da avaliação do ensino e do currículo no Brasil e
no exterior. Espera-se, ao final da conversa, construir um conjunto de expressões-chave que
representem a discussão realizada ao longo da mesa-redonda.

Palavras-chave: currículo, avaliação, internacionalização, formação de professores, representação.

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V COLBEDUCA

IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA


ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE
EGRESSOS DO PPGECMT:
CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE
CIÊNCIAS
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS

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IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS
DO PPGECMT/UDESC: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

Luiz Clement; DFIS/PPGECMT/UDESC; luiz.clement@udesc.br


Carla Maria Fachini Baptista; PPGECMT/UDESC; carlafachini.fisica@gmail.com
Juliana Cristine Hübl; PPGECMT/UDESC; juli.hubl@yahoo.com.br
Nayra Luiza Carminatti; PPGECMT/UDESC; nayralcarminatti@gmail.com
Sandra Maria Pepes do Vale; PPGECMT/UDESC; pepessandra@gmail.com

A proposta para criação e implantação do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências,


Matemática e Tecnologias do PPGECMT/UDESC, foi fruto de um processo construtivo envolvendo
um grupo de professores oriundos dos departamentos de Matemática, Física, Química e Ciência
da Computação do Centro de Ciências Tecnológicas (CCT) da UDESC, para atender a uma
demanda da região. A implementação do PPGECMT e o início das atividades no Curso de
Mestrado Profissional, na área de concentração “Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias”
ocorreu em 2015. Desde a sua implantação (agosto de 2015), o Curso mantém uma entrada anual
de alunos, sempre com ingresso no mês de agosto. Quanto à demanda cabe destacar que a
procura tem sido alta desde a desde o primeiro processo seletivo. No Edital de seleção para a
primeira turma (2015) teve 61 inscritos para 18 vagas, na segunda turma (2016) foram 85
inscritos para 28 vagas; na terceira turma (2017) 102 inscritos para 22 vagas; na quarta turma
(2018) foram 85 inscritos para 22 vagas e na quinta turma foram 80 inscritos para 23 vagas. Em
termos de impacto na formação continuada de professores, mediante titulação como mestres, o
PPGECMT já possui 56 Dissertações e Produtos Educacionais defendidos durante. Os Produtos
Educacionais passam por validação (em contexto e por banca pública), registro, implementação
em contexto próprio e divulgação em repositórios nacionais. Neste sentido, constata-se que é
momento para avaliarmos a dimensão do impacto e do caráter inovador na atuação profissional
de egressos do PPGECMT. O foco desta mesa-redonda será, mediante a participação de quatro
egressos, refletirmos sobre esta dimensão na subárea de Ensino de Ciências. Tendo por base as
proposições iniciais dos projetos selecionados, observamos que a subárea de Ensino de Ciências
concentra 42 proposições ao longo do período 2015-2019 (37,2% dos ingressantes).

Palavras-chave: mestrado profissional, ensino de ciências, egressos, impacto na sociedade,


formação de professores.

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V COLBEDUCA

ENTRE O TRADICIONAL E AS
INOVAÇÕES: QUAIS TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS?
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS

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ENTRE O TRADICIONAL E AS INOVAÇÕES: QUAIS AS MUDANÇAS NA CONCEPÇÃO DO PROCESSO
DE ENSINO E APRENDIZAGEM?

Avanilde Kemczinski; UDESC; avanilde.kemczinski@udesc.br.


Clodis Boscarioli; UNIOESTE; clodis.boscarioli@unioeste.br.
Isabela Gasparini; UDESC; isabela.gasparini@udesc.br.
Maria do Carmo Freitas; UFPR; mcf@ufpr.br.
Marília Amaral; UTFPR; marilia.utfpr@gmail.com.
Roberto Pereira; UFPR; rpereira@inf.ufpr.br

O contexto desta mesa nasce da necessidade de propiciarmos condições para o uso e apropriação
de tecnologias de maneira participativa, considerando as diferenças e identidades existentes na
sociedade de forma efetiva, criativa, proativa e colaborativa. Independentemente da tecnologia
em questão, é necessário que as pessoas sejam consideradas e ouvidas de forma participativa
para que possam ser engajadas em experiências significativas e positivas por meio de atividades e
dinâmicas que promovam o bem-estar e a inclusão. Promover espaços para entender como essas
experiências devem ser pensadas e viabilizadas é um desafio que requer uma compreensão
situada do contexto a ser trabalhado, sabendo as necessidades, expectativas, valores, dificuldades
e motivações do público-alvo; requer, também, conhecer a realidade socioeconômica, os recursos
disponíveis, a linguagem não verbal da interação cotidiana. O desafio de pensar e propor essas
experiências assume dimensões ainda maiores e demanda responsabilidade, já que nossa
sociedade carrega marcas da exclusão digital e social. Neste contexto, pensar na Educação
brasileira e em viabilizar essas experiências de aprendizado exige manter em mente que ninguém
ensina ninguém: enquanto professores, somos responsáveis por criar ambientes propícios para
que as pessoas construam seus conhecimentos, aprendam, explorem e evoluam de acordo com
suas diferenças. As experiências vivenciadas podem ser traduzidas em ações colaborativas,
buscando a transformação da pessoa e do ambiente em que ela está inserida. A interação da
pessoa com o meio, integrada às competências e o suporte das tecnologias educacionais, podem
fazer com que a aprendizagem se torne mais relevante e concreta. Além disso, deve-se
reconhecer as diferentes formas de busca de conhecimento, seja este regulado ou não, presencial
nos diferentes níveis, híbrido ou totalmente on-line, e as tecnologias educacionais devem permitir
que as pessoas sejam ativas e protagonistas no processo de ensino e aprendizagem. Para tal,
novos modelos de educação serão discutidos por todos os envolvidos, criando uma rede que
produz e compartilha conhecimentos, estimulando o uso de tecnologias para facilitar o
aprendizado autônomo, aberto e de qualidade. Somos parte do processo de construção do
conhecimento e, por isso mesmo, mais uma das partes interessadas nesse processo, carregando a
responsabilidade e a missão de torná-lo rico, importante, motivador e feliz, por meio de práticas
pedagógicas com metodologias inovadoras que considerem as tecnologias digitais como meio, e
que valorizem o conhecimento prévio, contextualizado, dos alunos.

Palavras-chave: experiências significativas, tecnologias educacionais, informática na educação,


inovação na educação.

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V COLBEDUCA

O QUE PODE (EM TERMOS DE


POTÊNCIA) A EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA QUANDO
PROBLEMATIZADA A PARTIR DA
FILOSOFIA DA DIFERENÇA?
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS

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O QUE PODE A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA QUANDO PROBLEMATIZADA A PARTIR DA FILOSOFIA
DA DIFERENÇA?
Claudia Glavam Duarte; UFRGS; claudiaglavam@hotmail.com
Kátia Liége Nunes Gonçalves; UFPA; liegekatia@gmail.com
Adriano Luiz dos Santos Né; UDESC; adriano.ne@udesc.br

Provocar acontecimentos no pensamento e inaugurar a possibilidade de pensar diferentemente das ideias


fixas e naturalizadas em Educação Matemática, talvez este seja o fermento, uma das poTÊNcias, para que
filósofos como Michel Foucault e Gilles Deleuze funcionem como intercessores de nossas práticas e
pesquisas em torno deste campo de saber. Dessa forma, fazer pequenos desLocamentos de suas
teorizações para o campo de imanência educacional vem nos permitindo produzir fissuras no pensamento,
que antes acreditava vir de dentro, “que pensava sem meu consentimento” (ANTUNES, 2001), e que pode
agora se DesTerritorializar. Referimo-nos em particular às contingências e arbitrariedades que nos alertam
estes filósofos quando problematizam a verdade e o sujeito nos micro espaços de suas constituições. Assim,
insPiradas pela provocação deleuziana: “em que a filosofia pode servir a matemáticos ou mesmo a músicos,
mesmo e sobretudo quando ela não fala de música ou de matemática” ou seria pensar a vida e
Matemática? (DELEUZE, 2002, p.225), propomo-nos trepidar o pensamento com a Filosofia da Diferença
como um vetor de potência para os saberes e fazeres em Educação Matemática. Passamos a olhAR a
Educação Matemática como um território imerso nas malhas de poder e saber que produzem sujeitos, e
por isso temos Foucault como um dos intercessores, pois como ele mesmo afirma, é o sujeito que constitui
o fio condutor de suas pesquisas. Em que seu objetivo maior foi construir uma história que mostrasse os
diferentes modos pelos quais os sujeitos são produzidos em nossa cultura. Assim, compreender como nos
tornamos o que somos e conhecer os processos de subjetivAção, entendidos como tecnologias pelas quais
somos investidos e marcados como sujeitos faz parte de nossa agenda como professores (também de
Matemática). Estas provocações filosóficas tornam-se fervilhantes na medida em que possamos intensificar
as forças que nos motivam pensar(-nos) diferente, mudar de ideia, desalojar-nos de algumas certezas e
enxergar o território da Educação Matemática como algo perigoso, pois concordamos com Foucault que
nem tudo é ruim, mas sim perigoso, e que, portanto, temos sempre algo a fazer. Portanto, não se trata de
uma FILOsofia contemplativa, de reflexão, mas de provocar agenciamentos outros na constituição de uma
docência, de um currículo e, de forma mais ampla de uma ética que faça a vida pulsar com mais força no
entre, no meio... lá onde se diz que nada nasce ou acontece. Deleuze adverte que, mesmo a ciência cada
vez mais, sendo como “a grama, no meio, entre as coisas e entre as outras coisas, acompanhando a fuga
delas (é verdade que os aparelhos de poder exigirão cada vez mais uma reordenação, uma recodificação da
ciência)” (DELEUZE; PARNET, 1998, p. 55). Em meio a Educação Matemática e Matemáticas explodem
questionamentos como: por que ainda é pulsante em meio ao ensinar-aprender Matemática na
Licenciatura direcionamentos tão apartados da deFormação para a docência? O que pode a Graduação de
Matemática na/para uma vida de estudante e do ser-professor? Em aulas, em que se discutem as
Matemáticas, muitas vezes se esquecem de que se têm vidas: estudantes, professores, outras pessoas...
Cabe lembrar que é um lugar que acontecem encontros, interdições, resistências, interações e que podem
promover desConstruções e problematizAções e mobilizAÇÃO do ensinar-estudar-aprender Matemática e
outras coisa. Mas como MOVImentar as disciplinas tão discipliNADAs nas Graduações? Na Licenciatura de
Matemática com a Educação Matemática como fazer violentar o pensamento e se pensar outro? A Filosofia
da Diferença como um vetor de poTÊNcia pode fissurar o pensamento e provocar as invenções, o que
tornaria as aulas percursos mais ziguezagueantes: interativos, investigativos, cheio de incertezas,
problematizadoras, imbricando o ensino-pesquisa-extensão-inovação tecnológica. Já paramos para pensar
que a se-pa-ra-ção é o que atravessa o CURRICULO oficial e segue na tentativa de recusar o divergente e a
capacidade de pensar fora da FORMA e passarmos a pensar sempre o MESMO? Ela (EDUCAÇÃO), Elas
(Educação Matemática e Matemáticas..) e nós e... temos podemos! É imperativo que as disciPLInas tão
discipliNADAs pelas técnicas postas e pelo próprio rigor que impõe a Matemática, sejam rePensada pelos
professores por outra ótica, com olhARES obtusÂngulos em que se alarga o olhAR, não vendo apenas os
conteúdos que se ministra, mas como esses conteúdos/conhecimentos se comunicam no circuito da
Matemática na vida. Provoquemos OLHAres POTENCIAlizadores!

Palavras-chave: filosofia, diferença, educação, matemática, potência.

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IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA


ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE
EGRESSOS DO PPGE: CONTRIBUIÇÕES
PARA A ÁREA DA EDUCAÇÃO
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS

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IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS DO PPGE/UDESC:
CONTRIBUIÇÕES PARA A ÁREA DA EDUCAÇÃO

Martha Kaschny Borges; PPGE/UDESC; marthakaschny@hotmail.com


Luciane Mulazani dos Santos; PPGE/UDESC; luciane.mulazani@udesc.br
Edna Araujo; egressa PPGE/UDESC
Fernando Sossai; egresso PPGE/UDESC
Raquel R. Z. Valduga Schöninger; egressa PPGE/UDESC
Silviane de Luca Avila; egressa PPGE/UDESC

A Pós-Graduação stricto sensu em Educação tem importante papel na formação de professores e


na produção de pesquisas na área. No final de cada ciclo, os cursos de mestrado e de doutorado
inserem docentes e pesquisadores na sociedade capazes de impactar os diferentes contextos e
níveis educacionais em que atuam como, por exemplo, o ensino, a administração e a produção
científica. Dessa forma, os egressos de cursos de mestrado e de doutorado em Educação
constroem suas vivências de modo a contribuir, com sua formação acadêmica, para o
desenvolvimento da área, dos sistemas educacionais e da sociedade. O Programa de Pós-
Graduação em Educação (PPGE) da UDESC, com sede no Centro de Ciências da Educação (FAED),
se insere nesse panorama a partir da formação dos primeiros egressos Mestres em Educação no
ano de 2013 e dos primeiros egressos Doutores em Educação a partir de 2015, constituídos em
torno de uma das três linhas de pesquisa que alicerçam o Programa: História e Historiografia da
Educação; Educação, Comunicação e Tecnologia; Políticas Educacionais, Ensino e Formação. É
assim que esta mesa-redonda se constrói como uma atividade integradora com egressos do PPGE
para acompanhamento de suas trajetórias após a conclusão de seus cursos, abrindo um espaço
para que compartilhem suas experiências, em relatos que apresentam e discutem sua inserção na
área da Educação. Serão abordadas questões como: suas percepções sobre a formação recebida
no Programa; vivências profissionais na educação e na pesquisa; produção intelectual (publicações
em periódicos, livros, anais de eventos etc.); papéis desempenhados na sociedade com
impacto cientifico, social e cultural que contribuem para o desenvolvimento local, regional e
nacional; inovação e perspectivas para o futuro. Espera-se que as experiências compartilhadas
contribuam para o desenvolvimento do PPGE e também que inspirem novos estudantes para que
desejem ser futuros egressos do Mestrado em Educação ou do Doutorado em Educação da
UDESC.

Palavras-chave: pós-graduação stricto sensu, PPGE, doutorado em educação, mestrado em


educação, egressos.

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IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA


ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE
EGRESSOS DO PPGECMT:
CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE
MATEMÁTICA E TECNOLOGIAS
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS

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IMPACTO E CARÁTER INOVADOR NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DE EGRESSOS
DO PPGECMT/UDESC: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIAS

Luiz Clement; DFIS/PPGECMT/UDESC; luiz.clement@udesc.br


Diego Teixeira Witt; PPGECMT/UDESC; diego.witt@ifc.edu.br
Julliano Turmina; PPGECMT/UDESC; jtturmina@gmail.com
Lui Fellippe da Silva Bellincantta Mollossi; PPGECMT/UDESC; luimollossi@hotmail.com
Maria Caroline Silveira; PPGECMT/UDESC; maria.mcs@hotmail.com

A proposta para criação e implantação do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências,


Matemática e Tecnologias do PPGECMT/UDESC, foi fruto de um processo construtivo envolvendo
um grupo de professores oriundos dos departamentos de Matemática, Física, Química e Ciência
da Computação do Centro de Ciências Tecnológicas (CCT) da UDESC, para atender a uma
demanda da região. A implementação do PPGECMT e o início das atividades no Curso de
Mestrado Profissional, na área de concentração “Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias”
ocorreu em 2015. Desde a sua implantação (agosto de 2015), o Curso mantém uma entrada anual
de alunos, sempre com ingresso no mês de agosto. Quanto à demanda cabe destacar que a
procura tem sido alta desde a desde o primeiro processo seletivo. No Edital de seleção para a
primeira turma (2015) teve 61 inscritos para 18 vagas, na segunda turma (2016) foram 85
inscritos para 28 vagas; na terceira turma (2017) 102 inscritos para 22 vagas; na quarta turma
(2018) foram 85 inscritos para 22 vagas e na quinta turma foram 80 inscritos para 23 vagas. Em
termos de impacto na formação continuada de professores, mediante titulação como mestres, o
PPGECMT já possui 56 Dissertações e Produtos Educacionais defendidos durante. Os Produtos
Educacionais passam por validação (em contexto e por banca pública), registro, implementação
em contexto próprio e divulgação em repositórios nacionais. Neste sentido, constata-se que é
momento para avaliarmos a dimensão do impacto e do caráter inovador na atuação profissional
de egressos do PPGECMT. O foco desta mesa-redonda será, mediante a participação de quatro
egressos, refletirmos sobre esta dimensão nas subáreas de Ensino de Matemática e Ensino de
Tecnologias. Tendo por base as proposições iniciais dos projetos selecionados, observamos que a
subárea de Ensino de Matemática concentra 52 proposições ao longo do período 2015-2019 (46%
dos ingressantes) e a subárea de Ensino de Tecnologias concentra 19 proposições ao longo do
período 2015-2019 (16,8% dos ingressantes).

Palavras-chave: mestrado profissional, ensino de matemática, ensino de tecnologias, impacto


na sociedade, formação de professores.

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INOVAÇÃO, TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS E PERSPECTIVAS
DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA A
EDUCAÇÃO BÁSICA: DESAFIOS
GLOBAIS
RESUMOS DAS MESAS-REDONDAS

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ESCOLA, INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E TECNOLÓGICOS DA
INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS AO CURRÍCULO ESCOLAR

Alaim Souza Neto; UFSC; alaim.souza@ufsc.br

A comunicação desta mesa está inserida como uma das ações do grupo de pesquisa registrado
junto ao CNPQ, Observatório de Práticas Curriculares, o qual coordenamos na UFSC Blumenau. É
também uma ação do projeto de pesquisa intitulado EDUCAÇÃO ESCOLAR, CURRÍCULO E
TECNOLOGIAS: Análise de infraestrutura, formação docente e aspectos didático-pedagógico-
curriculares sobre o uso de tecnologias digitais na escola. O projeto tem como objetivo principal
investigar os usos pedagógicos de tecnologias digitais contemporâneas (computadores, tablets,
celulares, etc.) em escolas públicas da rede estadual de ensino localizadas no município de
Blumenau, estado de Santa Catarina, atentando-se, sobretudo, para elementos didáticos e
pedagógicos que revelem elementos de possíveis mudanças curriculares durante os processos de
ensino e de aprendizagem no ensino de Matemática e Química, relacionando os campos da
Educação, Currículo e Tecnologias. Como ênfase teórica, tem-se diferentes interfaces entre os
campos do Currículo, Formação de Professores e Políticas Educacionais, além de outras linhas de
atuação teórica, como cultura escolar, práticas pedagógicas. No campo macro, realizamos um
mapeamento social das políticas que contemplam os usos de Tecnologias Digitais - TD na escola,
juntamente com um mapeamento da situação de escolas públicas blumenauenses no que diz
respeito à infraestrutura tecnológica, formação docente e práticas curriculares com o uso dessas
TD. Com base nesse diagnóstico, almejamos ao final realizar um estudo qualitativo em escolas,
objetivando investigar em que medida, possíveis mudanças curriculares, especialmente,
vinculadas aos processos de seleção, organização, difusão e socialização do conhecimento escolar
(conteúdos escolares), podem ser identificadas no cotidiano das escolas selecionadas a partir dos
usos das TD e quais dessas relações são possíveis configurá-las como inovadoras ao processo de
aprendizagem dos estudantes. Como base de dados, pretende-se trabalhar com as informações
disponibilizadas nos resultados do Censo Escolar e INEP, bem como dados dos questionários,
entrevistas e, se possível, observações de práticas pedagógicas, todos estes em relações estreita
com disciplinas que ministramos nos cursos de Licenciatura em Química e Matemática, a saber:
Didática; Organização Escolar; Educação, Ciência e Tecnologias. Com o projeto, almejamos criar
redes de pesquisa com outras instituições, inclusive Universidades e grupos de pesquisa já
constituídos, a fim de estabelecer interlocução com a rede pública de educação básica na cidade
de Blumenau, contribuindo com a formação inicial e continuada de professores.

Palavras-chave: currículo, escola, tecnologias digitais, formação docente, integração de


tecnologias.

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ARGUMENTAÇÃO E ENSINO POR INVESTIGAÇÃO: EM BUSCA DO RACIOCÍNIO CRÍTICO

Alex Bellucco; UDESC; alex.carmo@udesc.br

Face às crescentes dificuldades apresentadas pelos discentes no ensino de ciências, tais como
associar fenômenos e linguagens científicas ou compreender a natureza desses saberes e suas
relações com a sociedade, discuto desafios relativos à aprendizagem desses conteúdos visando o
pensamento crítico, com intuito de formar estudantes autônomos e autossuficientes.
Contraponho ao modelo de ensino tradicional, no qual temos um aluno passivo que pouco fala
nas aulas, limitando-se a “absorver” os temas expostos, a abordagem didática investigativa com
foco no desenvolvimento de algumas práticas científicas – nos valemos da metáfora de
aprendizagem como enculturação, na qual aprender ciência é sinônimo de se envolver na cultura
científica, apreendendo parte de suas linguagens, métodos, processos e práticas, adquirindo
novas visões de mundo e ampliando as antigas. Para tal fim, é imprescindível outra lógica além da
formal que predomina nos ensinos básico e superior, denominada informal, que nada tem a ver
com o pensamento informal. Ou melhor, a primeira trata das representações científicas formais
em sua apresentação final, por exemplo, em deduções matemáticas sobre alguma área científica,
e a segunda, que trata das formas como o conhecimento é gerado e validado, tanto na ciência
quanto na sala de aula. Nesse contexto, a argumentação desempenha papel central na construção
de explicações na resolução dos problemas de ciência adaptados ao contexto educacional, visando
o desenvolvimento do raciocínio crítico. Dessa forma, a qualidade argumentativa tem um papel
essencial, por isso, proponho uma ferramenta de análise dessa qualidade, envolvendo formas e
conteúdos para coordenação de alegações e evidências no processo argumentativo de construção
de conhecimentos em sala de aula. Respectivamente, essa maneira de olhar para a justificação
dos conhecimentos, perpassa necessariamente pelos critérios como são validados os saberes e
pelas linguagens utilizadas no contexto escolar. Além disso, em ambas as categorias, há elementos
importantes que envolvem esse processo, a saber: levantamento e teste de hipóteses; seriação,
classificação e organização de informações; explicação; previsão; dedução; indução; abdução e
raciocínio lógico e proporcional. Ao longo desse cenário, destaco o ensino por investigação como
alternativa para um ensino de ciências mais coerente do ponto de vista epistemológico, por meio
de sugestões de atividades em sala de aula.

Palavras-chave: argumentação, ensino por investigação, raciocínio crítico.

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COMUNICAÇÕES ORAIS

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DESENVOLVIMENTO
CURRICULAR
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

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ENSINO DE ANÁLISE REAL NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

Caroline Vanessa Wendland; UDESC; carol.cvw@gmail.com

Esta pesquisa traz, primeiramente, considerações apresentadas por dois recentes trabalhos que
buscam o real entendimento do porquê da presença da disciplina de Análise Real, ou Análise na
Reta, nos cursos de Licenciatura em Matemática no Brasil. Com raros trabalhos de pesquisa em
instituições de ensino já realizados acerca deste tema, os autores dos artigos de base divulgam
opiniões de agentes envolvidos no tema: professores e licenciandos. São comentadas algumas
motivações para a existência da disciplina nos últimos períodos da graduação na visão dos
próprios envolvidos. Após pesquisa e análise bibliográfica, partiu-se para uma pesquisa qualitativa
por meio de questionário via internet. Buscou-se investigar na região de Joinville, no Estado de
Santa Catarina, a opinião de licenciados em Matemática acerca dessa disciplina. Perguntou-se, em
resumo, o que se lembravam da disciplina, a forma como a mesma foi ministrada, como foi o seu
desempenho acadêmico e o quanto a mesma enriqueceu seu trabalho após conclusão do curso.
As respostas foram variadas. Alguns acreditam que a disciplina tem a função de fundamentar o
conhecimento matemático do licenciando, consolidando e formalizando conceitos não estudados
em sua forma completa em fases acadêmicas anteriores. Entretanto, outros veem a disciplina
como dispensável no currículo, por ser de cunho pesado para um curso que forma professores
para o ensino básico. Creem que uma disciplina da área de Educação Matemática poderia atuar
de maneira mais enriquecedora nos últimos momentos da graduação do que o curso de Análise
Real, entre outras disciplinas citadas. Este trabalho de revisão não busca verdades últimas ou
dados inquestionáveis, apenas deseja levar a uma reflexão sobre o tema, tão pouco discutido.
Neste caso, concluiu-se que alguns alunos finalizam a matéria de Análise Real sem entender as
motivações para a mesma compor o currículo de seu curso. Mas, também, pode-se estudar as
causas que justificam a disciplina na graduação. Assim, entende-se que há uma possível falha na
ligação professor-aluno, que acarreta numa confusão quanto a importância desta matéria.
Defende-se, por fim, que não somente na educação básica se deve buscar significado para os
estudos, mas que também os alunos do ensino superior, em especial os de Licenciatura em
Matemática, gostariam de compreender melhor a implicação das disciplinas para seu futuro como
professor.

Palavras-chave: licenciatura em matemática, análise real, currículo.

DC-001

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CONCEPÇÕES DE CURRÍCULO E SUJEITO NOS DOCUMENTOS OFICIAIS.

Danielle Pykocz; UDESC; danielle.pykocz@gmail.com


Larissa Cerignoni Benites; UDESC; lari.benites@gmail.com

Este resumo tem origem no desenvolvimento da pesquisa de mestrado intitulada “A Base


Nacional Comum Curricular e a Integração dos Currículos Disciplinares: princípios pedagógicos e
políticos”, que vem sendo realizada no Programa de Pós-graduação em Educação do Centro de
Ciências Humanas e Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina (FAED/UDESC).
Compreendeu-se que a BNCC reflete um processo histórico de fomentação de diversas políticas
curriculares já instituídas, como por exemplo, a Lei de Diretrizes e Bases-LDB, Diretrizes
Curriculares Nacionais-DCN e os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN. Diante deste contexto,
objetivou-se compreender qual(is) é(são) a(s) concepção(ões) que se tem de currículo e do perfil
dos sujeitos nestes documentos supracitados, que são considerados oficiais e se articulam com a
proposição da BNCC. Assim, trata-se de uma pesquisa qualitativa que se apoiou na técnica de
análise documental, e para esse momento foi possível mencionar alguns resultados vistos por
meio de dois apontamentos. O primeiro refletiu a variedade de concepções de currículo. A
concepção de currículo dos documentos oficiais é atravessada por um conjunto de concepções e
intencionalidades que disputam a escola, uma vez que o currículo legitima um tipo de
conhecimento cuja seleção apoia-se em bases ideológicas e opera como instrumento de
dominação e difusão de um tipo de cultura. O segundo apontamento diz respeito à relação de
poder na escolha do currículo e como esta proposição se relaciona diretamente com a noção de
sujeito. Essa perspectiva acabou por conduzir a articulação entre o perfil de sujeito que se
pretende formar via escolarização e as orientações curriculares dos documentos oficiais. O que se
percebeu nos documentos analisados foi a consagração das tradicionais disciplinas escolares que
de forma integrada devem desenvolver valores, capacidades, habilidades e/ou competências, seja
por meio dos seus objetos, métodos, instrumentos próprios ou linguagem característica. Neste
sentido, o conteúdo escolar apresentou valor no seu potencial instrumental para a formação
cidadã e preparação para o trabalho. Em seu horizonte está a formação de um sujeito autônomo,
crítico, participativo, inventivo, criativo, cooperativo, entre outras características
comportamentais. Autonomia, ideal de origem progressista, aparece em evidência e atrelados ao
desenvolvimento de capacidades e competências de natureza diversa. Como orientação de
organização curricular, destacam-se os ideais de flexibilidade e de contextualização, justificados
pela necessidade de se produzir sentidos aos conteúdos escolares. Porém, a ausência de sentidos
não conduz, como seria de se esperar, para uma maior autonomia das escolas na elaboração dos
seus currículos, já que o sentido só pode ser construído no contexto escolar. Como considerações
finais registra-se que ao se compreender as ideias que se tem sobre currículo e sujeito ao longo
dos documentos oficiais, notam-se as suas construções até se chegar à BNCC; um documento que
traz como pretensão a oferta de sentidos prontos, manifesto por conteúdos estruturados no
conjunto de habilidades e competências a serem desenvolvidas no aluno.

Palavras-chave: currículo, políticas curriculares, educação básica.

DC-002

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ENSAIOS DE DESENVOLVIMENTO CURRICULAR EM ESCOLAS QUILOMBOLAS: DESEJOS E
DESAFIOS

Antônio Ferreira; Instituto Federal do Paraná;


antonio.ferreira@ifpr.edu.br
Edimara Gonçalves Soares; Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha -
SEED/PR; edimarasoares@yahoo.com.br

Este artigo vincula-se a uma pesquisa mais ampla, acerca da modalidade de Educação Escolar
Quilombola nas escolas quilombolas do Paraná. O objetivo principal é investigar como as
expectativas das comunidades quilombolas em relação a escola e também seu modo de vida se
materializam no currículo escolar. Tratamos de analisar a interface dos saberes quilombolas na
composição e organização do currículo escolar. A opção teórica sobre currículo filia-se à
perspectiva crítica, por possibilitar questionar e problematizar as formas dominantes de
conhecimento escolar, e por defender a formação crítica dos sujeitos e lhes habilitar para intervir
e transformar condições ideológicas e materiais de subordinação. Assim, no âmbito da teoria
crítica elaboramos indagações centrais sobre: como as práticas curriculares na escola quilombola
podem fortalecer os mecanismos de luta e defesa dos sujeitos quilombolas no campo
sociocultural? Que papel assume o currículo escolar no contexto das escolas quilombolas? Ainda,
compreendemos o currículo como um “território em disputa” (ARROYO, 2011), um artefato
produzido pela humanidade, portanto, histórico, cultural e social (MOREIRA & SILVA, 2003;
VASCONCELLOS, 2009). O percurso metodológico foi de abordagem qualitativa, com método
etnográfico. Como resultados da pesquisa, destacamos que a comunidade quilombola demanda
da escola a construção de um currículo escolar que reconheça e valorize suas tradições
culturais/históricas transmitidas por seus antepassados e recriadas na atualidade. A comunidade
não está solicitando à escola a continuidade de um currículo que não dialoga com sua realidade,
que não considera o contexto sociocultural e histórico em que a escola está inserida, mas sim,
que a escola construa práticas curriculares que possibilitem ampliar, gradativamente, a visão de
mundo dos alunos, pois com isso terão acesso à universalização do saber, à cultura universal
patrimônio comum de toda humanidade. A análise dos dados coletados em entrevistas e
observação na realidade escolar e comunidade quilombola nos permite inferir que as
especificidades do currículo nas escolas quilombolas perpassam pelo entrelaçamento dos
conteúdos disciplinares com modo de vida quilombola. Ainda, mediante interpretação dos
dados, verifica-se que o currículo nas escolas quilombolas do Paraná ainda sufoca a voz dos
sujeitos quilombolas, torna folclóricos seus saberes tradicionais e ignora a dinâmica social das
comunidades quilombolas. As escolas quilombolas não apresentam nos seus componentes
curriculares uma estrutura voltada para a formação dos sujeitos que vivem nas comunidades
quilombolas. O desenvolvimento curricular das escolas quilombolas deve possibilitar uma
integração entre os conhecimentos escolares/científicos com os saberes tecnológicos, formas de
produção do trabalho, as formas de organização social, as estratégias de resistências e defesas,
em síntese, os saberes da ancestralidade negra. O desenvolvimento curricular nas escolas
quilombolas requer que se pense acerca que práticas curriculares devem ser construídas, que
conhecimentos/conteúdos dos componentes curriculares são significativos para as comunidades
quilombolas, que conceitos/teorias servem para potenciar possibilidades emancipatórias e
afirmação indenitária dos estudantes quilombolas.

Palavras-chave: práticas curriculares, escolas quilombolas, educação quilombola.

DC-003

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DESCOBERTAS INFANTIS: VIVÊNCIAS NOS CAMPOS DE EXPERIÊNCIA

Ana Paula Corrêa; Faculdade Guilherme Guimbala; anapc.correa@yahoo.com.br


Cristina Ortiga Ferreira; Faculdade Guilherme Guimbala; cristinaortigaferreira@gmail.com

Este relato tem por objetivo apresentar propostas de intervenção na educação infantil com 130
crianças de 1 a 6 anos em uma escola bilíngue de Joinville/SC, de acordo com as alterações
previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este documento define, em sua
estruturação, o agrupamento de crianças em três fases: bebês, crianças bem pequenas e crianças
pequenas. As fases “correspondem, aproximadamente, às possibilidades de aprendizagem e às
características do desenvolvimento das crianças”. (BRASIL, 2017). Outra inovação proposta pela
BNCC são os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento: conviver, brincar, participar,
explorar, expressar, conhecer-se, essenciais para a construção da identidade e da subjetividade
das crianças. Dando continuidade ao olhar de infância apresentado dos Referencias Curriculares
da Educação Infantil (RCNEI, 1998) a BNCC defende que na Educação Infantil, o desenvolvimento
se dá por meio das brincadeiras e do relacionamento das crianças com outras crianças, com os
adultos e consigo mesma. Destacando que a função da escola é diversificar e ampliar as
aprendizagens, direcionando de maneira intencional as atividades, brincadeiras e experiências.
Para isto apresenta os campos de experiência que colocam a criança como protagonistas no
processo educativo. Ao todo, são cinco campos: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e
movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaços,
tempos, quantidades, relações e transformações. Estes evidenciam noções, habilidades, atitudes,
valores e afetos que devem ser desenvolvidos nas crianças. Desta forma, a proposta de
intervenção teve como objetivo estimular as diferentes linguagens da criança analisando a
atividade criadora e as diferentes maneiras que cada uma constrói o pensamento. As crianças
foram incentivadas a investigar o ambiente e a expressar incluindo a utilização de palavras,
movimentos, desenhos, pinturas, montagens, projeção, esculturas, música e dramatizações. A
organização dos espaços deixou transparecer a atenção dada ao protagonismo infantil,
favorecendo a ação e a construção da identidade individual e do grupo, onde as crianças foram
percebidas como sujeitos ativos em seu processo de criação. Os objetos oferecidos explicitaram
as possibilidades oferecidas e aguçaram a curiosidade, atenção e o desejo das crianças em
produzirem com autonomia e autoria. A análise das atividades ocorreu por meio de registros de
imagens, falas, diálogos, reações e expressões face aos diferentes estímulos apresentados, tendo
os registros nas paredes e demais áreas da escola como um meio de reflexão dessa vivência.
Através desta documentação foi possível constatar a potencialidade das atividades sensoriais na
primeira infância e a importância da interação e da mediação do outro/professor na construção
do pensamento a partir da utilização de diferentes linguagens. A mediação dos professores
produziu significados e sentidos que contribuíram com o processo de internalização constituído
por meio das atividades integradas, O direito de todas as crianças é aprender a brincar e a
interagir e esta foi a escolha pedagógica desta proposição.

Palavras-chave: educação infantil, mediação, protagonismo, registro.

DC-004

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POLÍTICAS DE INCLUSÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA ANÁLISE NO CONTEXTO DAS
PRÁTICAS CURRICULARES DO BRASIL E DE PORTUGAL

Cléia Demétrio Pereira; UDESC; cleia.pereira@udesc.br

Este texto apresenta parte dos estudos realizados no doutorado, cujo objetivo foi analisar
documentos dos sistemas educativos brasileiro e português, os quais regulamentam a
organização dos percursos escolares de alunos com deficiência da educação básica numa
perspectiva da educação, considerando a diferenciação curricular como possibilidade de mobilizar
a justiça curricular. Compreendemos a justiça curricular no movimento que envolve a tomada de
decisões sobre o currículo, desde a elaboração até sua atuação nas práticas curriculares, visando
minimizar as desigualdades presentes nos percursos de escolarização dos alunos (CONNELL, 1997;
SILVA, 2018). O desenvolvimento dessa investigação foi de natureza qualitativa, na qual a
pesquisa documental identificou um conjunto de documentos oficiais que regulamentam a
inclusão escolar no Brasil e Portugal, entre os anos de 2008 e 2016. Dos documentos identificados
verificamos que o Decreto-Lei nº. 3/2008 (PORTUGAL, 2008) e a Política Nacional de Educação
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) ganharam maior visibilidade, por se
tratar de documentos de referência em seus contextos educativos. Esses documentos foram
analisados por meio da “análise temática” (BARDIN, 2009) e política de atuação (BALL, MAGUIRE,
BRAUN, 2016), a fim de extrair os significados que deram sentido às temáticas sobre ‘políticas de
inclusão escolar’; ‘diferenciação curricular’ e ‘justiça curricular e escolarização’. Além disso, de
compreender a tradução e interpretação dos textos políticos, a partir dos atores que produzem a
política e dos que colocam em atuação nas práticas curriculares, pois é nesse movimento que “as
políticas tornam-se “vivas” e atuantes (ou não)” no contexto das práticas curriculares (BALL,
MAGUIRE, BRAUN, 2016). Mediante as análises empreendidas nos contextos brasileiro e
português, constatamos que a convergência das políticas internacionais (BALL, 2001) tem
influenciado a condução das políticas nacionais na perspectiva da educação inclusiva como
princípio de equidade na educação escolar, desde a década de 1990. Verificamos que os
desdobramentos das políticas educativas no Brasil se expressam pela implantação das salas de
recursos multifuncionais, com o objetivo de realizar o atendimento educacional especializado aos
alunos com deficiência, atribuindo ao professor especializado, a responsabilidade de assegurar a
inclusão escolar, mediante sua atuação com os recursos tecnológicos disponíveis sem qualquer
objeção a sua atuação docente de cunho pedagógico, menos ainda, aos conhecimentos
curriculares, e, muitas vezes, sem estabelecer uma dialética com os demais profissionais do
ensino comum. Em Portugal, as políticas curriculares estabelecem a inclusão dos alunos com
deficiência em projetos de formação escolar nos agrupamento de escolas, subsidiados pela
diversificação e diferenciação curricular (PORTUGAL, 2008), que se mantém vigente com a
instituição do novo Decreto-Lei 54/2018 (PORTUGAL, 2018). Cumpre dizer que em ambos os
sistemas educativos há presença de políticas educativas que regulamentam a escolarização de
alunos com deficiência. Entretanto, não encontramos evidências mais explícitas sobre o acesso
aos conhecimentos escolares, os quais fazem sentido a garantia de justiça curricular para todos os
alunos. Assim, o acesso aos conhecimentos escolares continua sendo um desafio da
contemporaneidade e a justiça curricular um ideário a ser atingido no processo de inclusão
escolar de alunos com deficiência na educação básica.

Palavras-chave: políticas de inclusão escolar, educação básica, práticas curriculares.

DC-005

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MEMORIAL DA VIDA ACADÊMICA: UMA ANÁLISE DOS MATERIAIS PRODUZIDOS PELOS ALUNOS
DA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO II

Daniela Nascimento da Silva; UDESC; daniela.silva@edu.udesc.br.


Tatiana Comiotto; UDESC; comiotto.tatiana@gmail.com

Este artigo parte de uma atividade realizada pelos alunos de Licenciatura em Química e
Licenciatura em Matemática, da disciplina de Psicologia da Educação II – na Universidade do
Estado de Santa Catarina – Joinville/SC. Essa atividade foi intitulada ‘Memorial da Vida
Acadêmica’ e ela é uma adaptação de uma das técnicas de ensino-aprendizagem de Célestin
Freinet: o Livro da Vida. A proposta do Memorial da Vida Acadêmica é que a turma (sala de aula)
apresente a sua trajetória escolar, desde o primeiro contato com a escola, até os dias mais atuais
na graduação. Além dos estudantes resgatarem as memórias da infância e até mesmo da
adolescência, o Memorial da Vida Acadêmica tem como finalidade a assimilação entre as
vivências escolares da turma com os conteúdos estudados na disciplina de Psicologia da Educação
II. Com isso, os estudantes abordam situações vivenciadas no meio escolar, com uma visão
docente adicionada, a partir dos autores e correntes de aprendizagens apresentados na disciplina.
Contudo, os alunos relatam sobre metodologias utilizadas pelo professor e/ou a escola, postura
do professor com os alunos, métodos de avaliação do professor, etc. Os relatos para a produção
do Memorial podem ser feitos através de textos, fotos, desenhos, documentos, figuras ou
recortes. Portanto, o presente artigo tem por objetivo discorrer e analisar os aspectos da vida
escolar desses acadêmicos seguindo as teorias de aprendizagem ou metodologias de ensino
utilizadas por autores que estão contidos na ementa da disciplina de Psicologia da Educação II,
nos quais são: Paulo Freire, Rogers, Bruner, Skinner, Wallon, Freinet, Emília Ferreiro, Piaget,
Gardner, Vygotsky, Maria Montessori, entre outros. Para esta pesquisa, foram analisados os
memoriais de 36 alunos, de Licenciatura em Química e Licenciatura em Matemática, dos
semestres 2013/1, 2013/2, 2014/1 e 2014/2. A proposta para a análise desses memoriais foi a
construção de uma tabela, onde nela continha as informações ‘aluno’, ‘trecho do memorial’ e
‘autor citado’. Com isso, separou-se os memoriais dos graduandos por autor e ainda, eles foram
divididos em três outras grandes categorias, seguindo as teorias de aprendizagem – behaviorista,
cognitivista e humanista. Após as análises dos memoriais, concluiu-se que, além dos estudantes
apresentarem memórias ‘marcantes’ de sua trajetória acadêmica, eles fizeram relações, das suas
vivências, com os conteúdos aprendidos na disciplina de Psicologia da Educação II.

Palavras-chave: Psicologia da Educação II, licenciatura em matemática, licenciatura em química,


Célestin Freinet, Livro da Vida.

DC-006

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A CARTOGRAFIA ESCOLAR, O PENSAMENTO ESPACIAL E O RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO NA BASE
NACIONAL COMUM CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL

Natália Lampert Batista; Universidade Federal de Santa Maria; natilbatista3@gmail.com

O ensino de Geografia na contemporaneidade precisa buscar estratégias metodológicas capazes


de compreender a realidade do espaço geográfico. Essa fluidez repercute na sala de aula e no
processo de ensino-aprendizagem. Para dar contar dessa demanda, a Geografia Escolar deve se
apoiar nas múltiplas linguagens desse tempo. A Cartografia Escolar, como linguagem geográfica,
vem ganhando destaque nas novas (e contestadas) normativas para o ensino de Geografia como
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esse documento propõe que a abordagem dos
conhecimentos geográficos, no Ensino Fundamental, passe a ser pautada pelo raciocínio
geográfico e pelo pensamento espacial dando a Cartografia Escolar, portanto, considerável
importância. O raciocínio geográfico, de acordo com a Base, compreende uma maneira de
exercitar e de estimular o desenvolvimento do pensamento espacial, associa-se a abstração e a
compreensão do espaço com base na localização, no entendimento do ordenamento territorial e
das conexões existentes entre sociedade e natureza (BRASIL, 2018). O pensamento espacial é
propulsor do raciocínio geográfico, isto é, da compreensão do mundo pelo viés da Geografia.
Assim, com base nas premissas apresentadas, o presente trabalho visa destacar como a
Cartografia Escolar e, por extensão, o pensamento espacial e o raciocínio geográfico são
retratados na BNCC. Observa-se que é claramente mencionado elementos da Cartografia Escolar
como foco da educação geográfica. São exemplos dos objetos de conhecimento da Geografia que
perpassam pela Cartografia Escolar: 6º ano – “(EF06GE08) Medir distâncias na superfície pelas
escalas gráficas e numéricas dos mapas”; “(EF06GE09) Elaborar modelos tridimensionais, blocos-
diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e
estruturas da superfície terrestre” (BRASIL, 2018, p. 383); 7º ano – “(EF07GE09) Interpretar e
elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações
demográficas e econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais,
regionalizações e analogias espaciais”; “(EF07GE10) Elaborar e interpretar gráficos de barras,
gráficos de setores e histogramas, com base em dados socioeconômicos das regiões brasileiras”;
8º ano – “(EF08GE18) Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para
analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais,
modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América”; “(EF08GE19) Interpretar
cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações
geográficas acerca da África e América” (BRASIL, 2018, p. 389); 9º ano – “(EF09GE14) Elaborar e
interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e
anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre
diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais”; “(EF09GE15)
Comparar e classificar diferentes regiões do mundo com base em informações populacionais,
econômicas e socioambientais representadas em mapas temáticos e com diferentes projeções
cartográficas” (BRASIL, 2018). Portanto, conclui-se que o pensamento espacial, o raciocínio
geográfico e as habilidades e competências da Cartografia Escolar são mencionadas e destacadas
na BNCC na medida em que os objetos do conhecimento ressaltam a exigência de compreender
as espacialidades dos fenômenos e elementos estudados pela Geografia.

Palavras-chave: currículo, ensino de geografia, geografia escolar.

DC-007

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O ESTADO DO CONHECIMENTO EM TORNO DAS PESQUISAS SOBRE ENSINO DE MÚSICA E
DEFICIÊNCIA VISUAL

Fabiane Araujo Chaves; UDESC; fabiane_chaves@yahoo.com.br


Cristina Rolim Wolffenbüttel; UERGS; cristina-wolffenbuttel@uergs.edu.br

A inclusão de pessoas com deficiência na rede regular de ensino é uma realidade. Até há pouco
tempo, pessoas com deficiência frequentavam escolas especiais ou ficavam em casa, vivendo à
margem da sociedade. Entretanto, para que existam efetivas práticas inclusivas, é importante que
os profissionais conheçam essa realidade e se adaptem a ela. Esta adequação tem sido um longo
processo, o qual tem demandado não somente a adaptação do espaço físico, mas também o
preparo por parte dos profissionais envolvidos. Na educação musical não é diferente. Embora as
pesquisas sejam recentes, os profissionais buscam conhecer alternativas para a educação musical
inclusiva. Com a Lei n.º 11.769/2008, o ensino da música tornou-se obrigatório nas escolas de
Educação Básica. Essa obrigatoriedade foi ratificada por meio da Resolução n.º 2/2016. Sendo
assim, é importante que os professores estejam preparados para o atendimento desta demanda
de trabalho, considerando-se a inclusão de crianças com deficiência, de modo a realizar um
ensino de qualidade, conforme os objetivos propostos em sua disciplina. Partindo desses
pressupostos, a presente pesquisa apresenta o estado do conhecimento sobre o que tem sido
pesquisado e publicado envolvendo a educação musical e a deficiência visual. Além disso, objetiva
refletir a esse respeito, com vistas a contribuir com os estudos que entrelaçam ambas as áreas.
Como resultados da pesquisa foram coletadas 35 publicações, incluindo artigos científicos,
dissertações, teses, resumos, projetos de pesquisa e livros online. A maioria dos materiais
coletados trata do ensino e/ou da importância da Musicografia Braille como recurso de
aprendizagem para as pessoas com deficiência visual. Observou-se, também, na maior parte das
publicações, a procura por músicos ou estudantes de música com deficiência visual como sujeitos
de pesquisa. Em apenas uma investigação, caracterizada como tese, houve o interesse em
conhecer a realidade sobre o ensino de música para crianças cegas, considerando este como um
campo que pode ser estudado com mais detalhes. A inclusão tem sido um desafio em diversas
áreas da sociedade. Na escola, tem-se mostrado cada vez mais efetiva, ao mesmo tempo em que
os profissionais estão buscando aperfeiçoamento e capacitações para que possam aprender a
lidar com as diferenças. Esta realidade tem se apresentado, também, aos professores de música.
Entende-se, portanto, a necessidade de haver um incremento nas pesquisas sobre educação
musical e deficiência visual, bem como a formação dos professores de música no que se refere à
educação inclusiva, beneficiando a população com deficiência visual que deseja ter acesso à
educação musical.

Palavras-chave: educação musical, deficiência visual, inclusão.

DC-008

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A EDUCAÇÃO DECOLONIAL COMO INSTRUMENTO DE CIDADANIA NA REDE FEDERAL DE
EDUCAÇÃO.

Mariana da Silva de Lima; Universidade Unichristus, Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia do Ceará; marybr@gmail.com

O racismo é um fenômeno que recentemente foi reconhecido como sendo algo intrínseco a
diversos setores que compõem a sociedade brasileira. Por muito tempo acreditamos que nossa
sociedade era de fato uma “democracia racial”, porém hoje em dia percebemos que a realidade
se apresenta como algo distante disso. É perceptível que a entrada de um grande número de
pessoas negras nas universidades, por meio das políticas afirmativas dos últimos anos, foi um
fenômeno que deu voz a uma parcela da sociedade dentro dos ambientes acadêmicos. Ainda
assim, em vários setores da educação é visível que o racismo institucional ainda se apresenta
persistente. Diferentemente do racismo enquanto conduta individual, o racismo institucional se
caracteriza por ser um sistema de negação de direitos a um determinado grupo por conta de sua
raça. No Brasil, ainda há muito que ser estudado quanto à questão do racismo institucional, no
entanto atualmente muito tem sido feito para desconstruir todo um sistema que invisibiliza a
população afro-brasileira, negando-lhe muitas vezes direitos mais básicos, como saúde e
educação de qualidade. As instituições de ensino não fogem à regra, sendo facilmente observado
que, em nosso sistema educacional, nos deparamos com um arcabouço de conhecimento, a ser
trabalhado pelas escolas, baseado em uma epistemologia eminentemente eurocêntrica, negando
o direito ao conhecimento de suas origens e de sua história a uma parte considerável da
população brasileira. Por conta dessa situação, o objetivo desse trabalho foi analisar as
intervenções de educação decolonial desenvolvidas no âmbito escolar do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, em seus mais diversos campi, por meio das intervenções
de docentes e servidores técnico-administrativos. A o estudo em questão é eminentemente
qualitativo e foi feito ao longo de 2 anos. Através das análises dos eventos e intervenções, foi
observado que foram abordadas as mais diversas temáticas como saúde da população negra,
educação decolonial, religiões de matriz africana, cultura afro-brasileira. A análise feita mostrou
também que as intervenções não eram feitas apenas no âmbito escolar mas também por meio de
projetos de extensão, para benefício de comunidades no entorno das instituições. As intervenções
dos servidores e docentes, em conjunto com os estudantes, é uma prática importante para o
desenvolvimento de uma sociedade mais plural e igualitária. Em especial no que concerne à
representatividade dos mais diversos grupos que compõem a comunidade discente que é
atendida pelos Institutos Federais.

Palavras-chave: educação decolonial, cultura afro-brasileira, educação afrocentrada .

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CONTRIBUIÇÃO DA FORMAÇÃO DOCENTE PARA AS PRÁTICAS DIDÁTICAS E PEDAGÓGICAS COM
CRIANÇAS AUTISTAS EM JOINVILLE - SC

Roselaine Maciel Regis Pietra; Faculdade Guilherme Guimbala; roselainepietra@gmail.com

A presente pesquisa objetivou analisar as contribuições da formação docente para as práticas


didáticas e pedagógicas com crianças autistas na cidade de Joinville – SC. Em seu percurso foram
analisadas propostas de intervenção em espaço específico - a Associação dos Amigos dos Autistas
de Joinville – AMA. Como discussão teórica, as contribuições de Junkes (2006); Tardiff (2007);
Imbernón (2010), que possibilitaram a ampliação do olhar para os dados recolhidos através de
questionários, entrevistas e observação focando sempre na especificidade dos distintos
momentos do desenvolvimento profissional docente. A pesquisa contou com 1 gestor, 1
coordenador pedagógico, 1 coordenador técnico e 21 professores nem todos efetivos e que
reflete um grupo de professoras, mulheres, que representam a tradicional figura feminina
atrelada à docência. Dentre as descobertas relevantes encontram-se o fato de professores
escolhidos pela secretaria municipal da educação, com a maior parcela do grupo formados em
nível superior, contudo com alguns profissionais ainda em formação. Outro aspecto que chama a
atenção é a formação que ocorre em serviço. Isso remete ao balanço de produções realizadas na
CAPES que revelou existirem muitas pesquisas sobre o tema autismo, no entanto, poucos sobre
formação docente voltada ao trabalho com alunos com espectro do autismo. A visão do grupo de
professores sobre a formação para lidar com alunos com espectro do autismo permitiu perceber
que, notadamente, os cursos de formação inicial ainda não são eficazes em preparar o docente
para a realidade com o qual irá se deparar no exercício profissional. No que dizem respeito à
formação continuada, os docentes deixaram claro que se preocupam em qualificar sua formação
acadêmica, formal, com cursos de especialização, mas que por meio de cursos compreendidos
como não formais e pelas aprendizagens decorrentes da prática é que eles reconhecem adquirir
os principais conhecimentos que utilizam cotidianamente em suas práticas pedagógicas. Também
foi assinalado pelos gestores que promovem momentos de formação continuada ao grupo de
professores, mas não reconhecem estes momentos como uma política da instituição, bem como
não percebem motivação em todos os professores para participar e avançar em seu
desenvolvimento profissional. Os resultados desta pesquisa apontaram que além da iniciativa
pessoal e/ou motivacional de cada docente, a sua formação inicial e continuada precisa melhorar;
assim como as diversas fontes de aprendizagens precisam consideradas quanto ao planejamento
de suas formações.

Palavras–chave: formação docente, autismo, práticas didático-pedagógicas.

DC-010

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GÊNERO E SEXUALIDADE NA ESCOLA: UMA REFERÊNCIA DE AÇÕES E PRINCÍPIOS EDUCACIONAIS
HUMANISTAS E IGUALITÁRIOS

Vera Márcia Marques Santos; UDESC; vera.santos@udesc.br


Soeli Francisca Mazzini Monte Blanco; UDESC; soeli.francisca@udesc.br
Janine Soares R. Moraes; UDESC; neabjaninesoares@gmail.com

Em um contexto de retrocessos, lutas para manter direitos e (r)existências, que se manifestam em


todas as áreas da vida em sociedade, a educação mais do que nunca, vira alvo de políticas de
Estado que se apresentam conservadoras. Em tempos históricos como estes, em que erguem-se
muros internos e imaginários, contra inimigos também imaginários, é importante pensar e discutir
o desenvolvimento curricular de forma a subverter essa lógica conservadora extremista que nega
dimensões que transversalizam as nossas vidas. É neste contexto que o Programa de Extensão
“Saúde e Cidadania”, que está vinculado ao Centro de Educação a Distância (CEAD) da
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e aos laboratórios de Educação Sexual
(LabEduSex/CEAD/UDESC) e Laboratório de Direitos Humanos (LabDH/CEAD/UDESC), faz parceria
com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB/UDESC) desenvolve suas ações na escola Estadual
Júlio da Costa Neves entre 2018 e 2019, com as turmas do ensino fundamental dois,
professores/as e gestores/as escolares. Desta forma nosso objeto de estudo foram as oficinas
aplicadas na escola estadual, na cidade de Florianópolis/SC, com o tema “Gênero e Sexualidade”
como uma prática de educação humanista e igualitária. A ação objetivou discutir e apresentar
situações teórico-metodológicas para expandir as possibilidades do exercício de uma educação
autônoma e livre para dialogar com a sociedade, incluindo temas que são importantes para
garantir a saúde na sua integralidade, cidadania e direitos humanos, dentro e fora da escola.
Nosso referencial teórico apoia-se nas discussões de Mendes e Santos (2018), sobre a potência da
educação sexual na escola; Arroyo (2013) sobre políticas curriculares; pelas considerações de
Sodré (2012) para pensar a cultura e educação; Oliveira (2017) para apresentar a
interseccionalidade e de Blanco (2017) discutindo a ação das oficinas e seu impacto na escola
como uma ação de extensão, pois no contexto da prática, é importante considerar a importância
dos diálogos curriculares entre a Universidade e a Educação Básica. Para a investigação, nos
utilizamos da pesquisa-ação, ficha de leitura e pesquisa bibliográfica. Ao final apresentamos como
as oficinas proporcionaram uma ampliação de olhares sobre os espaços, os corpos, o tempo e a
educação sexual na escola, os impactos positivos desta ação para o desenvolvimento do currículo
e para ampliar o dialogar com a sociedade, incluindo temas que são importantes para garantir
princípios educacionais humanistas e igualitários.

Palavras-chave: currículo, educação sexual, desenvolvimento curricular, interseccionalidade,


direitos humanos.

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ANÁLISE MOTIVACIONAL DOS DISCENTES DOS CURSOS DE LICENCIATURAS DA UDESC/CCT NA
UNIVERSIDADE

Maria Elise Sonnenhohl; UDESC; mari.eliseson@gmail.com


Tatiana Comiotto; UDESC; comiotto.tatiana@gmail.com

Analisar os fatores que contribuem para com a motivação dos estudantes no ambiente acadêmico
pode auxiliar na construção de novas políticas públicas relacionadas com o ensino superior, além
de estender programas que promovem a permanência dos estudantes na universidade até a
conclusão do curso, fortalece a saúde mental dos alunos que os capacita para o mercado de
trabalho. A motivação por si só não é algo que se manifesta apenas no aluno, ela envolve o
sistema educacional como um todo, a família e o ambiente social, afetando os estudantes de
forma intrapessoal, interpessoal, contextual e situacional. O presente trabalho tem como objetivo
identificar quais são os fatores que motivam os alunos dos cursos de licenciatura da UDESC/CCT a
permanecer na universidade, bem como o que a universidade poderia fazer para auxiliá-los nesse
caminho. Para tal foi desenvolvido um questionário online no “google forms” e divulgado por e-
mail e em redes sociais para alunos dos três cursos de licenciatura: física, matemática e química.
As perguntas do questionário foram divididas em objetivas e descritiva. O questionário foi
aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da universidade e foi respondido por 77 alunos dos
cursos de licenciaturas, sendo 17 da física, 33 da matemática e 27 da química. Nos três cursos
estão matriculados regularmente 507 alunos (148 em física, 196 em matemática e 163 em
química) no primeiro semestre de 2019. Obteve-se 15,18% respostas do questionário (11,48% da
física, 16,83% da matemática e 16,56% da química). Dentro dos fatores os alunos mencionam os
motivarem a permanecer na universidade destacam-se: o amor pela profissão (46,7%); o diploma
(14,3%); um futuro melhor (14,3%); a educação de qualidade e gratuita (5,2%); Os estudantes
também disseram que: não se sentem motivados (6,5%); tem medo de desistir (3,9%) e ou que
não possuem outra opção (1,3%). De acordo com Cardoso e Bzuneck (2004), para que o aluno
esteja motivado é necessário que ele tenha escolhido o curso que frequenta, estando envolvido
de forma ativa nas tarefas que levam ao processo de aprendizagem. Além disso, o contexto
universitário tem um papel importante a desempenhar no processo de adaptação à universidade,
sendo necessário compreender o papel da universidade no desempenho e motivação dos
estudantes. Os alunos ainda responderam que para se sentirem mais acolhidos a universidade
poderia possuir mais ações voltadas a este fim (24,7%); integração entre alunos, cursos e
universidade (22,1%); ser mais empática e humana (9,17%); ter mais ambientes de lazer (11,7%);
ser menos competitiva (6,5%). 16,9% não souberam opinar e 9,1% disseram que a universidade
não tem que fazer nada. Esses fatores poderiam ser trabalhados pela universidade para que o
ambiente acadêmico seja um espaço seguro e profícuo para que os estudantes se sintam mais
motivados. Sendo assim, é possível concluir que os estudantes têm como maior motivação a
paixão pela profissão, entretanto, ainda existem ações que a universidade poderia tomar para
acolher todo e qualquer estudante em situação de vulnerabilidade. Além disso, proporcionar um
ambiente de lazer, de maior integração e menos competitivo também poderiam auxiliar na
motivação dos estudantes.

Palavras-chave: motivação, universidade, licenciatura.

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DIÁLOGOS COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: A CONSTRUÇÃO DO PROJETO
POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO UNI BILINGUAL SCHOOL

Cristina Ortiga Ferreira; Faculdade Guilherme Guimbala; cristinaortigaferreira@gmail.com


Débora Parucker Camilotti Roesler; Uni Bilingual School; debora@unischools.com.br
Olga Maria Parucker; Uni Bilingual School; olga@unischools.com.br

Este trabalho apresenta reflexões do coletivo Uni Bilingual School durante o processo de
reelaboração do projeto político-pedagógico (PPP), com vistas a adequar-se às orientações
estabelecidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este documento foi homologado pelo
Ministério da Educação (MEC) para nortear as equipes pedagógicas na elaboração dos seus
currículos. Por ser obrigatória, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no
Plano Nacional da Educação, define os direitos de aprendizagens a serem vivenciados pelos
estudantes em todas as escolas brasileiras. Não há consenso quanto ao que significa o termo
bilíngue. Bloomfield (1935) o conceituou como o controle nativo de duas línguas; Macnamara
(1967) definiu que para ser bilíngue o indivíduo deve possuir competência mínima em uma das
quatro habilidades linguísticas (fala, audição, leitura e escrita) em uma língua diferente da sua
nativa; Titone (1972) descreveu como a "capacidade individual de falar uma segunda língua
obedecendo às suas estruturas e não parafraseando a primeira língua". Vale ressaltar que, para o
MEC são consideradas bilíngues somente as escolas para deficientes auditivos, indígenas e de
fronteiras. Deste modo não há, na legislação brasileira, uma regulamentação específica para
escolas bilingues de língua estrangeira. Diferente das escolas internacionais, que seguem o
currículo do país de origem, as bilingues devem seguir o currículo nacional. Uni Bilingual School
atua a 25 anos na cidade de Joinville/ SC nas etapas da educação infantil e anos iniciais do Ensino
Fundamental. Seguindo o currículo internacional de Cambridge, propõem um currículo flexível,
desafiador e inspirador, culturalmente sensível, mas internacional na abordagem. Buscando
promover o desenvolvimento dos estudantes em todas as dimensões: intelectual, física, social,
emocional e cultural as turmas do Toddlers ao K2 (4 anos) têm contato com a língua portuguesa e
inglesa nas situações de aprendizagem. A partir do K3 (5 anos) iniciam com o “Framework” de
Cambridge nas disciplinas inglês, matemática e ciências tendo no Fundamental I, a progressão do
conhecimento pela consolidação das aprendizagens anteriores e pela ampliação práticas de
linguagem e da experiência estética e intercultural. A certificação "Statement of Achievement" e
o "Report to Student” é alcançada ao final do Stage 6 (5º ano) mediante realização do
"Checkpoint" de cada matéria. O Uni ampliou a carga horária com o segundo idioma, de maneira
que os conteúdos a serem abordados sejam complementares aos definidos na Base. Na vida
social, os textos/gêneros discursivos que abrangem uma multiplicidade de linguagens e recursos
semióticos estão cada vez mais presentes, apontando para a necessidade dos multiletramentos.
Na BNCC, a visão dos multiletramentos é “concebida também nas práticas sociais do mundo
digital” (BRASIL, 2017, p. 240) onde estudantes passam a interagir com uma variedade de textos,
seja na condição de leitores ou produtores. As perspectivas de ensino-aprendizagem do inglês,
propostas na BNCC encontram-se em sintonia com as demandas mundial, e no Uni são
alavancadas pelo advento de novas linguagens e formas de interação multimodalizadas e híbridas.
Rever as avaliações, integrar disciplinas, entender estudantes e professores como protagonistas,
foram outras formas de atender às demandas da Base.

Palavras-chave: educação bilíngue, BNCC, projeto político pedagógico.

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BORDANDO HISTÓRIAS: AS NARRATIVAS DE UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA E SEUS EFEITOS NO
CONTEXTO INCLUSIVO

Sônia Maria Antônia Holdorf Braun; UFRGS; soniamariabraun@gmail.com


Carla Karnoppi Vasques; UFRGS; k.recuero@gmail.com

Após a publicação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação


Inclusiva (PNEEPEI), ocorrida em 2008, o acesso de discentes considerados com deficiência em
escolas comuns brasileiras teve um aumento significativo. Os direitos à educação, à diferença e
à igualdade lançam inúmeros desafios às redes de ensino e às escolas ao demandarem novas
formas organizativas do trabalho escolar, bem como a sustentação e validação das inúmeras
maneiras de ser e estar do aluno/a e professor/a. Se o acesso à escolarização é inegável,
diferentes autores e pesquisas (BAPTISTA, BENINCASA-MEIRELLES, 2017; BUENO, MELLETI,
2011) afirmam que, na vida ordinária das escolas, ainda persiste a noção do aluno da educação
especial como diferente, anormal e desigual. Como reconhecer o outro considerando a
educação especial a partir de outras perspectivas? Como acolher a dessemelhança, o
inesperado e o novo advindos do (des)encontro com esses alunos/as? Uma abordagem ética e
estética se impõe: escutar as queixas, as narrativas e as descrições realizadas pelos docentes
para indagar, posteriormente, os efeitos das chamadas diretrizes inclusivas no âmbito daquilo
que pode se apresentar como resultado da imposição de uma norma ou da possibilidade de
escolha. O presente artigo aborda essas temáticas a partir de uma formação continuada,
ocorrida no ano de 2018, no âmbito de uma universidade pública federal. O argumento se
estabelece a partir do diálogo com as artes visuais manuais, especialmente o tricô, o crochê e
o bordado. Estes “fazeres especiais” buscam acolher o mal-estar e as singularidades dos
docentes, elementos considerados fulcrais para uma experiência formativa inclusiva.
Conforme Richter (2003), o bordado, o crochê e o tricô podem propiciar uma apropriação e
valoração do cotidiano, além de produzir narrativas mais implicadas com os espaços
educativos, com aquilo que causa estranhamento, e, por fim, com o que ocorre
ordinariamente na escola e, muitas vezes, não é reconhecido como valioso. Logo, na tessitura
do artigo, apresentar-se-ão narrativas de sete professoras das séries iniciais de uma escola
pública brasileira, em diálogo com uma intervenção artística – intitulada “Bordando Histórias”
– considerada significativa e valiosa tanto para a experiência formativa quanto educativa e
para uma pesquisa em educação atenta aos princípios democráticos. Diante dos impasses
advindos do encontro com um aluno que desestabiliza as tradicionais formas de ensinar e
aprender, a intervenção permitiu acolher o estranhamento e colocar em cena o ponto de vista
das professoras sobre sua própria condição, inseridas em um contexto social e político.

Palavras-chave: educação especial, arte-educação, formação de professores, mal-estar


docente, inclusão.

DC-014

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A HORTA E SUAS CONTRIBUIÇÕES

Aline de Assis Scherer; CEI Nossa Senhora de Aparecida; schererassis@gmail.com


Lara Kristian Scherer; Escola Básica Frei Damião; laraschere76@gmail.com
Carina Amorim de Souza; CEI Nossa Senhora de Aparecida; Veras.fabiano@hotmail.com
Suziane Maria Gesser; CEM Luar; suzianemgesser@gmail.com
Fabio Marcelo Cuty da Silva; UFSC; fmsilva01975@gmail.com

Este estudo pretende mostrar como a Educação Ambiental pode contribuir para o
desenvolvimento e aprendizagem para as crianças já na Educação Infantil. Evidencia-se como o
Centro de Educação Infantil Nossa Senhora de Aparecida, localizado na cidade de São José – SC
adaptou-se para transformar seus espaços e adequá-los ao interesse das crianças, levando-se em
consideração que muitas crianças, estão à mercê de alimentos industrializados e fast-food e ainda
diante da percepção dos professores sobre os hábitos alimentares apresentados pelas crianças. O
objetivo se configura em oferecer novas possibilidades às crianças, para que de fato possam
conhecer novos alimentos e a partir do contato com eles desenvolverem uma alimentação mais
saudável e cuidados com a natureza levando-se em consideração que somos parte dela.
Embasamos este estudo nos estudos Alves (2018), Campos (2015), Costa (2015), Santos (2013),
entre outros. A metodologia adotada foi a pesquisa qualitativa e bibliográfica. Nas análises de
dados podemos considerar que a educação ambiental faz parte do dia a dia das crianças, que ao
trazê-las para o cotidiano da educação infantil efetivamos uma prática de desenvolvimento muito
significativo, e enquanto, no que tange ao papel do professor, devemos rever nossas posturas e
buscar efetivarmos uma prática que valorize e respeite a natureza e fortaleça os vínculos das
crianças com algo tão importante para nossas vidas. Optou-se por escrever sobre este tema tendo
em vista sua importância para e na sociedade e evidenciando o fato de muitas crianças no dia a
dia não terem contato com a natureza. A educação ambiental corrobora de modo significativo na
questão da compreensão das crianças acerca do cuidado e preservação da natureza, levando-se
em consideração que para a realização deste trabalho não é necessário muito espaço e que sua
proposta favorece o desenvolvimento de aptidões como, por exemplo, o conhecimento, hábitos
saudáveis e qualidade de vida, não somente para as crianças, mas para todos. Por fim, este
estudo, tem como finalidade contribuir com os colegas e profissionais da educação no sentido de
elucidar a importância da educação ambiental já na educação infantil, de modo que as crianças
possam de fato fazer parte deste movimento de cuidar do planeta como cuida de si mesma.

Palavras-chave: educação ambiental, educação infantil, horta.

DC-015

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NOVO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DA CONSTRUÇÃO DE UM CURRÍCULO
INTEGRADO EM DUAS INSTITUIÇÕES

Marcella Suarez Di Santo; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás;


msdisanto@gmail.com.
Paulo Alves da Silva; Universidade de Brasília; pauloeducador@gmail.com

Este trabalho apresenta a experiência de construção de um currículo integrado para a oferta do


novo ensino médio em duas instituições, sendo uma ofertante da educação básica e outra de
educação profissional e tecnológica, por meio de projeto pedagógico unificado. O projeto foi
implementado em 2018, em regime de experiência pedagógica, conforme artigo 81 da Lei nº
9.394/96 e amparado na Lei nº 13.415/2017, ressaltando que este iniciou antes da elaboração da
Base Nacional Comum Curricular - BNCC, publicada apenas em dezembro de 2018. O pressuposto
deste trabalho corrobora com as teorias de currículo, que afirmam que os processos de
compreensão das concepções e objetivos nos quais se inserem as políticas públicas de construção
de currículos oficiais, bem como o debate acerca do currículo, são efetivamente realizados nas
escolas quando docentes, estudantes e demais profissionais da educação são envolvidos. Dessa
forma, observamos que este momento representa uma oportunidade para os sistemas de ensino
elaborarem seus currículos em consonância com as demandas da sociedade e das comunidades
escolares, constituindo, portanto, uma identidade institucional diante desse desafio do novo
ensino médio no Brasil. Considerando os desafios postos para que as instituições escolares se
mobilizem, discutam e (re)construam seus currículos, é importante identificar as experiencias em
andamento que possam subsidiar as políticas públicas de educação em âmbito nacional. Por meio
de uma metodologia qualitativa, este artigo analisou a participação de docentes e gestores das
duas instituições no processo de discussão e elaboração do Projeto Pedagógico de Curso e do
desenho curricular e evidenciou que a participação dos docentes na construção do projeto bem
como na integração curricular tornou o projeto exequível e os próprios envolvidos na construção
dos currículos se tornaram os formadores e multiplicadores de outros docentes das redes. Do
mesmo modo, os currículos implantados em cinco escolas passaram a ter visibilidade e esses
participantes do projeto experimental foram envolvidos nas demais atividades e desdobramentos,
como a construção de projetos integradores, participação em jogos e eventos institucionais ou
extra institucionais, corroborando com as críticas apontadas por estudiosos acerca do currículo
nacional e sua (não)efetividade nos casos em que professores são meros reprodutores de um
modelo fixado.

Palavras-chave: ensino médio, currículo integrado, educação profissional e tecnológica, formação


de professores.

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A IMPLANTAÇÃO DA BNCC NA REGIAO DE BLUMENAU: UM OLHAR DOS LICENCIANDOS DO
PROESDE DA UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

Luciane Schulz; FURB; luciane.schulz19@gmail.com

Com enfoque em estudos acerca da nova Base Nacional Comum Curricular - BNCC, da Educação
Infantil e Ensino Fundamental buscou-se compreender como está a receptividade dos professores
dos municípios da região de Blumenau (SC) em relação a estas mudanças em seus contextos
educativos no ano de 2018. A avaliação desta receptividade se deu no contexto do curso de
extensão do Programa de Educação Superior para Desenvolvimento Regional – PROESDE
Licenciaturas, na Universidade Regional de Blumenau – FURB. Durante esse percurso, 45 alunos
bolsistas, estudantes de diversas licenciaturas presenciais participaram de momentos formativos
com atividades tendo como foco: a BNCC; a diversidade e a interdisciplinaridade; acompanharam
as formações docentes da Secretaria Municipal de Blumenau e de Gaspar. Por fim, aplicaram
questionários, formulados pela Secretaria Estadual de Educação a aproximadamente cem
professores atuantes na Educação Básica das Escolas Estaduais e Municipais de Blumenau,
Gaspar, Laurentino e Pomerode. Desses percursos diversas questões problemas foram levantadas
de acordo com a vivência especifica de cada grupo de estudante e de professores e de suas áreas
de conhecimento. Como resultados desse levantamento de dados, prevaleceram profissionais da
Educação Infantil e no Ensino Médio, seguindo das séries iniciais e finais do Ensino Fundamental,
que em sua maioria já haviam tomado conhecimento sobre a BNCC e seu material por meio de
palestras, informações da internet, o Dia D, curso presencial e seminários. Referente aos maiores
desafios a serem enfrentados para a implantação da BNCC, a maioria apontou ser a possibilidade
de Formação Integral do Estudante, seguido das Competências e Habilidades a serem atingidas,
assim como do Material Didático. Com relação ao fato de conciliar o novo currículo com a
proposta do seu Município, a maioria destacou que esse processo deve ser gradativo e constante,
afirmando a existência de momentos de formação continuada, mas ainda insuficientes. Além do
mais, apontam que para tal, essas formações poderiam ser por meio de cursos e palestras, como
embasamento epistemológico e oficinas, seminários para a discussão e troca de experiências, em
um viés metodológico. Esses resultados fomentaram a capacidade reflexiva em grupo, fazendo a
formação assumir um papel de superação das atualizações científicas, pedagógicas e didáticas,
nas perspectivas tecnicistas de um grupo de formadores especialistas para os professores. Por
outro, que propiciou uma formação com criação de espaços de participação e reflexão coletiva
dessas dimensões, envolvendo formadores com professores. O curso PROESDE – Licenciatura
FURB, fez um percurso bastante interessante, buscando integrar os acadêmicos nas atividades na
comunidade acadêmica que discutiram a BNCC e propostas curriculares na própria universidade e
nos municípios da região. A participação das atividades de formação docente da Secretaria
Municipal de Blumenau e de Gaspar envolvendo a BNCC e as propostas Municipais e aplicação in
loco dos questionários em outras cidades, possibilitaram aos acadêmicos o encontro presencial
com professores, ou seja, o entrelaçamento da formação inicial com a formação continuada.
Neste sentido afirmamos a importância de ações sistematizadas entre as redes de ensino e a
universidade relacionando pesquisa e extensão, pois nesses percursos ambos reafirmam seus
papeis e parcerias nesse processo.

Palavras-chave: BNCC, formação docente inicial, percurso formativo, PROESDE Licenciaturas FURB,
região de Blumenau.

DC-017

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UNIVERSIDADE, FORMAÇÃO DOCENTE E EDUCAÇÃO BÁSICA: DIÁLOGOS CURRICULARES SOBRE
A EDUCAÇÃO ÉTNICO RACIAL

Maria Helena Tomaz; UDESC; helenadpad@gmail.com


André Vinicio Bialeski Vieira; UDESC; avbvieira125@gmail.com
Janine Soares R. Moraes; UDESC; neabjaninesoares@gmail.com

O processo de atualização da Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina/PCSC foi


desencadeado em 2014 e orientou-se por três fios condutores: a perspectiva de formação
integral, a concepção de percurso formativo e a atenção à concepção de diversidade. Nessa
atualização, identidades plurais foram resgatadas na discussão sobre o currículo escolar
considerando as demandas dos crescentes movimentos sociais e as Diretrizes Curriculares
Nacionais para educação e direitos humanos: a educação para as relações de gênero; a educação
para a diversidade sexual (orientação sexual e identidade de gênero); a educação e prevenção; a
educação ambiental formal; a educação das relações étnico-raciais; e as modalidades de ensino: a
educação especial; a educação escolar indígena; a educação do campo e a educação escolar
quilombola. Mais especificamente, no campo da educação das relações étnico-raciais, a produção
do documento curricular catarinense considerou as Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que
tornam obrigatório o ensino de conteúdos de matriz afro-brasileira, africana e indígena no
currículo das escolas. Ao considerar esse contexto de produção e influências, o referido trabalho
trata de discutir e explanar questões teórico-metodológicas e ações de formação continuada de
professores a partir dos referenciais da PCSC que objetivam expandir as possibilidades do
exercício de direitos e a construção novas ações inclusivas que fortaleçam políticas de formação,
valorizar a riqueza da diversidade étnico-racial e cultural existentes no Brasil e em Santa Catarina,
bem como enriquecer os debates sobre a atuação de políticas curriculares e inovação curricular.
Essas questões teórico-metodológicas e ações de formação continuada envolvem a política de
extensão e formação docente desenvolvida pela Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC), materializadas pelo Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (NEAB). Nessa perspectiva, o
enquadramento teórico, é subsidiado pelas discussões de Pacheco (2002), Arroyo (2013) e Ball,
Maguire e Braun (2016) sobre políticas curriculares; pelas considerações de Carneiro, Knechtel e
Morales (2012) sobre o debate sobre as diferenças culturais e suas identidades no campo da
educação e pelas considerações de Gomes (2011, 2012) sobre a descolonização dos currículos
como possibilidade de mudança epistemológica e política nas questões de diversidade e étnico-
raciais. No contexto da prática, as considerações do trabalho destacam a importância dos diálogos
curriculares entre a Universidade e contexto da educação básica, a partir de parcerias
estabelecidas entre o Observatório de Relações Étnico Raciais (OBERER) do NEAB/UDESC e a
Escola Básica Julio da Costa Neves da rede pública estadual de ensino nas ações de extensão, de
formação docente e de desenvolvimento curricular. As proximidades construídas com os
professores, considerando e potencializando suas demandas possibilitam instaurar um debate
mais ampliado sobre como a política curricular catarinense e a (re)configuração do currículo e
suas (re)contextualizações nas práticas escolares na educação básica.

Palavras-chave: currículo, política curricular, desenvolvimento curricular, diversidade, relações


étnico raciais.

DC-018

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ONDE ESTÁ A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA BNCC?

Marilei Schackow Moraes; Universidade da Região de Joinville – Univille;


marilei.mswm@gmail.com
Silmara dos Santos da Cunha; Universidade da Região de Joinville – Univille;
silmarasc1@gmail.com
Jane Mery Richter Voigt; Universidade da Região de Joinville – Univille; jane.mery@univille.br

Em meio a uma proposta de um currículo nacional que contempla todos os níveis de escolaridade,
compreendemos que a Educação de Jovens e Adultos - EJA também merece atenção. Esta é uma
modalidade de ensino que tem por objetivo formar adultos capazes de compreender o mundo e
sua complexidade, para que possam participar da sociedade de forma ativa e dinâmica com
possibilidade de transformação. Assim, o presente estudo se pauta em questões como: Que tipo
de currículo pode ser pensado para alunos da EJA? Com a nova Base Nacional Curricular Comum –
BNCC, de que modo que esses alunos terão, de fato, uma aprendizagem significativa e seus
direitos garantidos? Como pressupostos da pesquisa, entendemos que ao considerar as mudanças
nas políticas curriculares e consequentemente no currículo escolar, cada vez mais se observa que
as políticas públicas da educação ocorrem de acordo com os modelos impostos por organismos
internacionais, determinando o que estudar, o que avaliar e como ensinar (MORGADO, 2018).
Dessa forma, o Estado, vinculado a um ideário neoliberal e neoconservador, passa a exercer um
papel de regulador do funcionamento da educação, com políticas cada vez mais descentralizadas,
atendendo a uma lógica de inovação e de eficácia. Então, qual o lugar da EJA nesse processo?
Portanto, o objetivo dessa comunicação é apresentar reflexões oriundas de uma pesquisa sobre o
currículo da EJA na BNCC. O referencial teórico da pesquisa, numa perspectiva crítica, contempla
os estudos do currículo, das políticas curriculares e da EJA. De abordagem qualitativa, a pesquisa
foi realizada por meio de estudo documental, buscando nos documentos curriculares nacionais
elementos orientadores do currículo da EJA. Os resultados são analisados com base em autores
como Morgado (2018), Pacheco (2002) e Apple (2011). As análises indicaram que os documentos
curriculares nacionais para a Educação de Jovens e Adultos foram elaborados sem considerar as
experiências desses jovens e adultos, o que poderia tornar a prática curricular mais significativa
para esses estudantes. As ausências de garantias a respeito das particularidades da EJA podem
levar a oferta de uma educação precária, uma vez que exigem tempos e espaços diferentes e
singularizadas formas de atuação. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB
9.394/96) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos (Parecer
CNE/CEB 11/2000 e Resolução CNE/CEB 1/2000) devem ser garantidos os direitos a educação a
todos os jovens e adultos. No entanto, a nova BNCC não define um programa diferenciado de
currículo para a EJA, apenas para o ensino regular, subentendendo-se que esta modalidade sirva
também à educação da EJA. Não podemos deixar de trazer o pensamento de Pacheco (2002), ao
defender um currículo no qual os professores desenvolvam práticas multiculturais e flexíveis,
reconhecendo cenários particulares que atenda às individualidades de cada aluno.

Palavras-chave: currículo, base nacional curricular comum, educação de jovens e adultos.

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A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA NOS PAÍSES DO CONE
SUL E O CURRÍCULO DA GEOGRAFIA ESCOLAR

Natália Lampert Batista; Universidade Federal de Santa Maria; natilbatista3@gmail.com

Ao pensar a formação inicial e continuada de professores de Geografia, no contexto do Cone Sul,


é preciso ter clara a necessidade de articulação entre as políticas de formação docente e a
estrutura de currículo da disciplina de Geografia, isto é, precisa-se instigar o profissional de
educação para que esse conheça e se posicione criticamente frente a sua própria formação inicial
e continuada, frente as políticas públicas voltadas à formação docente e frente aos currículos
contemporâneos. Assim, ao pensar a formação de professores para o Cone Sul, é preciso
reconhecer as potencialidades e os desafios desse território, identificar o que une e o que separa
esses países, questionar o que está posto e o que não contribui com a efetiva prática docente e
propor alternativas pedagógicas mais eficientes para cada contexto de atuação e de formação
docente. Com base nisso, a presente proposta de pesquisa nasce da inquietação frente à relação
das políticas de formação docente e sua compatibilidade com os currículos de Geografia para a
educação básica nos países do Cone Sul e integra a pesquisa referente ao Programa Nacional de
Pós-doutorado (PNPD/CAPES), em desenvolvimento no Programa de Pós-graduação em Geografia
(PPGGEO), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Seu objetivo geral é comparar as
políticas de formação docente nos países do Cone Sul, verificando as suas articulações com os
currículos da educação básica e potencializando a promoção de uma identidade docente no
ensino de Geografia para o Cone Sul. Os objetivos específicos são: (1) conhecer as políticas de
formação docente dos países do Cone Sul e as estruturas de currículos do componente curricular
Geografia na educação básica; (2) verificar a coerência entre as políticas de formação docente dos
países do Cone Sul com os currículos vigentes; (3) realizar uma análise comparativa entre as
políticas de formação docente dos países do Cone Sul, identificando semelhanças e diferenças; (4)
propor alternativas de formação inicial e continuada com vistas à integração para temas comuns
à disciplina de Geografia nos currículos dos países do Cone Sul, potencializando a constituição de
uma “identidade docente” para o território. Para o desenvolvimento da pesquisa, em primeiro
momento, será realizado o levantamento das políticas de formação docente e dos currículos de
Geografia da educação básica em vigência no território. Após esses levantamentos, será realizada
a análise da coerência entre as políticas e currículos que vigoram em cada país. De posse dessas
informações, passar-se-á a analisar as semelhanças e as diferenças entre as políticas e os
currículos de cada país, visando aproximar os elementos que permitem uma articulação e a
promoção de uma “identidade docente” por meio da análise do discurso. Espera-se que, ao final
do projeto, tenha-se um diagnóstico de quais são as políticas de formação docente nos países do
Cone Sul, bem como suas possibilidades de articulação com os currículos da educação básica
vigentes em cada país.

Palavras-chave: formação inicial, formação continuada, currículo, geografia, cone sul.

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DIÁLOGOS COM O ENSINO MÉDIO

Claudia Caroline Dobner; Faculdade Guilherme Guimbala; dobner.psi@gmail.com


Cristina Ortiga Ferreira; Faculdade Guilherme Guimbala; cristinaortigaferreira@gmail.com
Jessica Cristina Nogueira; Faculdade Guilherme Guimbala; jessicanogueira94@hotmail.com
Laura Cini Freitas ; Faculdade Guilherme Guimbala; laura_catha@hotmail.co
Vanessa Vanderwegen; Faculdade Guilherme Guimbala; vanessa.vanderwegen@hotmail.com

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada com 48 estudantes do ensino
médio noturno de uma escola de Joinville que implantará o Novo Ensino Médio em 2020. Os
dados foram coletados em agosto de 2019 a partir de uma adaptação ao questionário
estruturado, disponível no Portal do Novo Ensino Médio. Buscava-se uma escuta, quantitativa e
qualitativa, das duas turmas selecionadas para a aplicação dos projetos de docência do curso de
Psicologia da Faculdade Guilherme Guimbala, bem como o confronto com os dados
anteriormente coletados nas demais turmas. Há muito as estatísticas de evasão escolar e baixo
índice do IDEB, vem sinalizando a necessidade de mudanças na educação. A crise de legitimidade
da escola apontada por Krawczyk (2009), não se restringem ao Ensino Médio, no entanto a
partir, da Lei nº 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o
Ministério da Educação estabeleceu mudanças na estrutura do Ensino Médio, ampliando o tempo
mínimo (de 800 horas para 1.000 horas anuais até 2022) e definindo uma organização curricular
mais flexível, contemplada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Tal proposta traz três
grandes frentes: garantia de direitos de aprendizagem comuns a todos os jovens; a valorização da
aprendizagem, com a ampliação da carga horária de estudos; o desenvolvimento do
protagonismo estudantil e de seu projeto de vida, incluindo uma escolha orientada do que
querem estudar (itinerários formativos). Os jovens, sujeitos de pesquisa, tinham, sua maioria,
entre 16 e 18 anos, (63%) indicando uma boa correspondência idade/série. Pode-se constatar que
a relação dos entrevistados com a escola é permeada por sentimentos positivos e negativos aos
quais são atribuídos múltiplos sentidos e significados, Ora visto como espaço de encontro e
sociabilidade, onde os saberes e conhecimentos são úteis à vida, à continuidade dos estudos e ao
trabalho, ora apontada para um sentimento de abandono, desinteresse e não identificação,
expressa numa visão crítica sobre a escola e seus problemas de infraestrutura e pessoal. Ao lado
do reconhecimento da importância dos docentes, muitos pesquisados ressaltaram a fragilidade na
relação professor-aluno, quanto a falta de diálogo, referida por estes não apenas como conversa
e brincadeiras mas associada ao respeito no modo de ensinar. A desmotivação dos professores,
revelada pelo número de faltas também é vista como determinante para a desmotivação dos
estudantes. O futuro é uma das principais preocupações dos pesquisados, de modo que temáticas
como orientação profissional, saúde mental foram sugeridas para o desenvolvimento dos
projetos. A partir dos depoimentos dos jovens, foi possível identificar algumas contribuições das
escolas à realização de suas demandas e expectativas, mas também muitas lacunas e impasses. A
pesquisa possibilitou descortinar um quadro de dificuldades nas relações interpessoais, em um
momento que a educação passa por grandes mudanças, e são estabelecidas novas exigências em
termos de habilidades e conhecimentos. Numa sociedade onde a incerteza e a imprevisibilidade
preponderam, a escolha assertiva dos itinerários associados à educação das emoções,
desenvolvimento da empatia, autocontrole, pode gerar a tão sonhada equidade.

Palavras-chave: novo ensino médio, protagonismo, projeto de vida, itinerários.

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APORTE ESPISTEMOLÓGICO DA PEDAGOGIA CIENTÍFICA PARA ELABORAÇÃO DE MÉTODOS
DIFERENCIADOS PARA ENSINAR

Kátia Cristina Zabel Tomasini; Faculdade Guilherme Guimbala; katia.zabel@gmail.com


Roselaine Maciel Regis Pietra; Faculdade Guilherme Guimbala; roselainepietra@gmail.com

O tema investigado consiste no aporte epistemológico da pedagogia científica, com enfoque em


descrever sua contribuição para elaboração de métodos diferenciados para ensinar. Esta temática
foi escolhida a luz do texto “Epistemologia e teorias da educação do Brasil” de Saviani. No
percurso metodológico buscou-se analisar a problemática de se efetuar a dialética entre a teoria
estudada e a prática experimentada em atendimento individualizado realizado no Laboratório de
Aprendizagem de uma faculdade. O objetivo de tal empreitada é demonstrar a importância de se
contemplar os elementos científicos de observação e experimentação por parte do professor,
para ensinar crianças que não respondem bem quando ensinadas por meio de métodos
convencionais. Trata-se de um estudo de caso, que utilizou como técnica de coleta de dados, a
observação participante, sistemática. O sujeito desta pesquisa, descritiva de abordagem
qualitativa, é uma criança de 10 anos, que apresenta dificuldades de aprendizagem, aqui
denominada pelo pseudônimo “Teresa”. A pesquisa evidencia que o arcabouço epistemológico da
pedagogia científica, apresentado por Montessori, Franco e outros, contribuiu efetivamente para
que fosse possível auxiliar a criança na superação de sua dificuldade, conferindo um aprendizado
efetivo e autônomo, por meio de signos que lhe auxiliaram na memorização da tabuada.

Palavras-chave: pedagogia científica, epistemologia da pedagogia, método para ensinar tabuada,


matemática, laboratório de aprendizagem.

DC-022

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DESAFIOS DE ESCOLAS EM TEMPO INTEGRAL: ENTRE CURRÍCULOS PRESCRITOS E A
AUTONOMIA CURRICULAR

Jane Mery Richter Voigt; UNIVILLE; jane.mery@univille.br


Leiri Aparecida Ratti; UNIVILLE; leiri.r@gmail.com
Carlos Huller; UNIVILLE; huller.carlos@hotmail.com

Diante do cenário educacional atual vinculado às políticas conservadoras, construir um projeto de


educação que fomente a construção de um currículo pensado democraticamente, possibilitando a
autonomia curricular dos professores, tornou-se uma difícil tarefa. Embora algumas ações no sentido
de implantação de escolas em tempo integral tenham sido construídas, vê-se, na prática, poucas
instituições de ensino que já tiveram êxito na implantação desse modelo educacional. Para Sacristán
(2000), um currículo tem ao seu redor campos de várias ações, no qual atuam variados agentes e
forças determinando-o sobre diferentes aspectos. Construir um currículo com a participação direta da
comunidade permitiria que essa comunidade, em toda sua diversidade, pudesse se perceber nesse
processo. Partindo desses pressupostos, ao observar as recentes políticas curriculares para o Ensino
Médio, dentre elas o Ensino Médio Integral em Tempo Integral – EMITI, uma parceria da Secretaria de
Estado da Educação com o Instituto Ayrton Senna, surgem as seguintes questões: Como essas forças
agem sobre os currículos? Quais os desafios dos professores na implementação do projeto de
educação integral? De que forma os professores podem reestruturar o currículo e planejar a prática
respeitando as orientações superiores? Em quais situações o professor faz uso do poder de decisão
(autonomia curricular) na prática pedagógica de modo a atender às expectativas da comunidade
escolar? De que forma os professores e a comunidade escolar participam de sua construção?
Portanto, essa comunicação tem como objetivo apontar os desafios da proposta de educação integral
para o EMITI, analisando a relação entre os currículos prescritos e a autonomia curricular. Esta
produção abarca aspectos teóricos relacionados às políticas curriculares; à organização curricular e à
construção da Autonomia Curricular, e conta com referencial ancorado em pesquisadores como:
Sacristán (2000), Morgado (2013, 2004, 2000), Pacheco (2002), Voigt (2018). De perspectiva
metodológica qualitativa, foi realizada uma pesquisa com professores de instituições públicas
estaduais que atuam no EMITI na cidade de Joinville - SC. Os participantes da pesquisa responderam a
um questionário com questões abertas e fechadas sobre a autonomia curricular no projeto
educacional do EMITI, voltado ao ensino integral em tempo integral. Em termos gerais, os professores
consideram que têm autonomia nas decisões curriculares, mas a centralidade nas decisões impede o
desenvolvimento das práticas curriculares com base nos princípios de autonomia e flexibilidade. Os
resultados apontam que, de certo modo, não há clareza quanto ao que determina o exercício do
poder de decisão na prática docente, entendido nesse trabalho como autonomia curricular. Por outro
lado, evidencia-se que a autonomia curricular da escola e dos professores fica prejudicada diante de
inúmeros mecanismos de controle aplicados por meio de um currículo prescritivo e práticas
curriculares controladas. A educação integral em tempo integral, como alternativa de projeto
educativo, deve contemplar um currículo construído coletivamente e que favoreça a formação crítica
e emancipatória. Avanços na educação dependem da autonomia curricular dos professores, atores
fundamentais no projeto educacional, permitindo à escola tornar-se um ambiente voltado à
educação integral.

Palavras-chave: currículo, autonomia curricular, ensino médio integral em tempo integral.

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O MEDIADOR ESCOLAR COMO POTENCIALIZADOR NO PROCESSO DE BRINCAR DA CRIANÇA
CEGA

Fabiane Araujo Chaves; UDESC; fabiane_chaves@yahoo.com.br


Thacio Azevedo Ladeira; UDESC; thacioladeira@gmail.com

A inclusão escolar se apresenta como um desafio para a realidade da escola e propõe a busca de
alternativas flexíveis para o desenvolvimento educacional. O mediador escolar pode fazer parte
deste processo, acompanhando o educando durante o dia letivo, potencializando a socialização e
aprendizagem, atuando como um facilitador das tarefas escolares por meio da adaptação
curricular. A brincadeira ocupa papel fundamental na vida das crianças. Sabemos que é na
infância onde muitos conceitos são aprendidos a partir do brincar, bem como novas amizades se
estabelecem de acordo com os tipos de brincadeiras. O horário do intervalo ou recreio é onde
acontecem as brincadeiras de maneira mais livre e espontânea. Para as crianças que enxergam
(ou videntes) é automático a ação de sair da sala de aula e ir direto para o pátio brincar. Em
seguida encontram um ou mais amigos e logo se distraem durante todo o tempo livre.
Entretanto, como é esta questão para as crianças cegas? A utilização do lúdico como alternativa
para inclusão pode ser muito eficaz, pois se apresenta como uma outra via de aprendizagem para
as pluralidades presentes na escola que tem modos de aprender igualmente diversos, como em
casos de alunos cegos. De acordo com Sá, Campos e Silva (2007, p.15) o deficiente visual é aquele
que “tem uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que
afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou
movimento em um campo mais ou menos abrangente”. Temos visto que os deficientes visuais,
em geral, não são estimulados pela escola a participar das atividades cotidianas, de modo que se
cria um sistema paralelo de exclusão num aparente modelo de inclusão, uma prática de
in/exclusão (VEIGA-NETO, 2011). Desse modo, esta pesquisa exploratória teve como objetivo
realizar um levantamento teórico realizado a respeito da temática acerca do professor mediador
como profissional ativo no processo do brincar para a criança cega, no sentido de acolher as
necessidades das pessoas com deficiência visual oferecendo uma alternativa, a partir do brincar,
para potencializar seu desenvolvimento escolar e social. A pesquisa em questão não propõe
esgotar o tema trabalhado por ser de caráter exploratório. Sendo assim, são necessárias mais
pesquisas que abordem esta temática, bem como, que ocorra a divulgação destes conhecimentos
aos profissionais que trabalham em escolas, seja por meio de capacitações, eventos, seminários
entre outros, a fim de difundir subsídios teóricos para práticas inclusivas.

Palavras-chave: deficiência visual, brincar, inclusão, professor mediador.

DC-024

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ABORDANDO VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO CURRÍCULO ESCOLAR NA REDE FEDERAL DE
EDUCAÇÃO.

Mariana da Silva de Lima; Universidade Unichristus, Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia do Ceará; marybr@gmail.com

O relato de experiência descreve a atividade exitosa desenvolvida no Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Caucaia, resultado da inserção da temática da
violência obstétrica no currículo da disciplina de Biologia, para adolescentes do ensino médio. A
violência obstétrica é um dos reflexos mais cruéis da violência de gênero, pois ela se apresenta
em um momento de extrema vulnerabilidade da mulher: a hora do parto. Apesar disso, é
praticamente inexistente a abordagem acerca dessa temática na maioria das escolas. A ausência
da abordagem desse assunto muitas vezes está relacionada ao desconhecimento de como inserir
tal conteúdo no cotidiano escolar, ao desconhecimento do assunto por parte da grande maioria
do corpo docente ou mesmo pelo fato do assunto em si ainda ser tratado como tabu. O
empoderamento por meio de informações qualificadas faz-se necessário, independentemente da
idade da mulher ao parir. Nesse sentido é importante destacar que várias são as pesquisas que
mostram que no Brasil os índices de gravidez na adolescência e na juventude são significativos e,
adicionalmente à educação sexual e reprodutiva que garanta um adequado planejamento
familiar, é essencial que as mulheres e seus parceiros tomem conhecimento das informações e
discussões acerca da violência obstétrica. Essa problemática é algo que atinge as mais diversas
classes sociais, sendo necessário que em todas as escolas seja criada a cultura de acesso a
informação acerca da hora do parto e dos direitos da mulher parturiente. As intervenções no
âmbito escolar foram feitas na disciplina de biologia 2, no módulo de fisiologia humana,
especificamente nas aulas sobre desenvolvimento embrionário humano. Após a abordagem do
conteúdo, a docente facilitou uma discussão com os estudantes sobre os relatos que tinham
conhecimento a respeito da experiência do parto na família de cada um. Por fim, a educadora
apresentou alguns conceitos, relatos de experiências de parto e informações da Organização
Mundial de Saúde sobre o que é um parto humanizado. Os alunos participaram da discussão
ativamente. Os resultados mostraram que a temática da violência obstétrica é um assunto
fundamental a ser tratado nos módulos de fisiologia humana que trabalhem proximamente o
assunto na disciplina de biologia.

Palavras-chave: educação sexual, violência obstétrica, educação e direitos humanos.

DC-025

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 56


LABORATÓRIO DE APRENDIZAGEM

Roselaine Maciel Regis Pietra; Faculdade Guilherme Guimbala – FGG/ACE;


roselainepietra@gmail.com

Aprender é muito mais prazeroso se utilizarmos a metodologia certa. Muito já se falou do


potencial não desenvolvido nas nossas capacidades cerebrais, mas na verdade nos deixamos de
expandir grande parte de nossas potencialidades enquanto poderíamos desenvolver habilidades
cognitivas, sociais e emocionais. E por que não desenvolvemos isso naturalmente? Porque
precisamos de estímulos, de conhecimento, de metodologia. Estudos mostram que crianças e
adolescentes de hoje possuem uma capacidade impressionante de absorver conhecimentos
simultâneos. Televisão, internet, games, publicações tudo contribui. Mas cientificamente está
provado uma dificuldade flagrante em crianças e adolescentes, jovens e adultos. Não fomos
preparados a aprender a aprender. O Laboratório de Aprendizagem não é um apenas um espaço,
estrategicamente montado e sim uma proposta pedagógica fundamentada na ação lúdica que
impulsiona habilidades cognitiva, sociais e emocionais por intermédio de materiais e jogos de
expressão e raciocínio. Este espaço é organizado de maneira alegre e descontraída e é constituído
por materiais que variam com a idade e série dos alunos. O objetivo deste trabalho é, através da
Investigação do processo de construção de conhecimento do aluno, estimular e desenvolver a
inteligência das crianças que apresentam dificuldades de alfabetização e/ou baixo rendimento
escolar nas séries iniciais do ensino fundamental, utilizando-se de metodologia baseada em
materiais estruturados e jogos de raciocínio com mediação. Durante o período em que estão
neste espaço os alunos são monitorados durante as atividades com os jogos e estimulados no que
se refere ao processo de decisão, raciocínio lógico, táticas e estratégias, trabalho em equipe,
cooperação social, resolução de conflitos, autodisciplina, aprender a ganhar e perder, aumento da
autoestima e inúmeras outras habilidades que preparam o indivíduo para a vida em uma
sociedade moderna, frenética e exigente. Como aporte teórico trouxemos os autores, CASTRO
(2005); FRANCO( 2012); FREIRE(1996); OLIVEIRA (2011); PERRENOUD (2000); RODRIGUES (2017);
SIEGEL (2015) e WALONN (2000). O projeto do Laboratório de Aprendizagem traz em seu cerne a
noção de que o jeito mais produtivo de se aprender é através de uma experiência singular e
autêntica, que estimula a pessoa a querer mais. Os resultados desta pesquisa indicaram que
materiais estruturados e jogos são exemplos perfeitos: são divertidos, atraentes, excitantes, e
inspiram um grande entusiasmo, além de proporcionar pesquisas futuras para o desenvolvimento
de novas metodologias aplicadas para o desenvolvimento dos aprendentes. É importante o fato
de que a experiência de aprender produz um terreno fértil para a aplicação de métodos de
raciocínio e de convivência.

Palavras-chave: laboratório de aprendizagem, metodologia, jogos pedagógicos, conhecimento.

DC-026

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A ADEQUAÇÃO CURRICULAR DOS CURSOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA EM TRÊS
UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO SUL DO BRASIL

Jennifer de Souza; Universidade Federal do Paraná; jenniferdesouza3001@gmail.com

Este texto é um recorte de uma pesquisa de mestrado em andamento que tem como objetivo
investigar como os cursos de Licenciatura em Matemática têm implementado em seus currículos
as mudanças nas leis e diretrizes nacionais para formação docente, ocorridas entre os anos de
2015 e 2017. A Resolução CNE/CP nº 2/2015 determinou novas diretrizes para a formação de
professores no Brasil e estabeleceu o prazo de dois anos para a adequação dos currículos dos
cursos de licenciatura do país, estipulando o dia 1º de julho de 2017 como prazo máximo. Essa
Resolução, dentre outras coisas, definiu carga horária de, no mínimo, 3.200 horas para os cursos
de licenciatura, o que representa uma ampliação de 400 horas nos cursos. Essa adequação
curricular ficou a cargo de cada Instituição de Ensino Superior, incluindo a interpretação e
definição dos diferentes aspectos a serem considerados nessa reestruturação. Para atingir tal
objetivo, além da análise dos documentos oficiais, uma maior compreensão dessas adequações
realizadas nos cursos de Licenciatura em Matemática será possível a partir da produção de fontes
orais fundamentadas nos parâmetros metodológicos da História Oral praticada pelo Grupo de
Pesquisa em História Oral e Educação Matemática (GHOEM), em sua vertente História Oral
temática. Ao trabalhar com a História Oral temática o pesquisador centraliza-se nas experiências
vividas pelo entrevistado referente a um tema específico e elabora um roteiro a fim de guiar o
depoente, cuidando para que ele não se afaste demais ou deixe de abordar questões relevantes
ao tema da pesquisa. Em fase final de produção de fontes orais, a pesquisa já referida apresenta
as entrevistas realizadas com coordenadores envolvidos na reestruturação dos cursos de
Licenciatura em Matemática em universidades públicas do sul do Brasil, sendo realizadas com um
professor vinculado a cada uma das seguintes instituições: Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Através das fontes orais já produzidas foi possível perceber uma superposição de
aspectos técnicos e administrativos sobre os pedagógicos, os problemas relativos à burocracia
interna das Universidades, a escassez de recursos humanos, as relações de poder nas disputa
entre disciplinas e a ausência de tempo para uma discussão mais aprofundada. Por outro lado, é
importante salientar o saudável movimento de discussão curricular que tais adequações acabam
gerando. Dessa forma, acredita-se que a finalização dessa pesquisa possa contribuir para apontar
caminhos que visem a aprimorar indicações de futuras reformas que poderão ser realizadas de
forma conjunta com aqueles que a implantarão, reduzindo as situações negativas aqui citadas.
Entende-se que tais situações, sobretudo da forma como as indicações foram realizadas,
aparentam um desconhecimento da realidade das instituições, sobretudo públicas, de ensino
superior, tanto no que diz respeito à sua estrutura como, principalmente, no que diz respeito à
escassez de recursos humanos.

Palavras-chave: educação matemática, licenciatura em matemática, currículo, história oral.

DC-027

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PESQUISAS SOBRE O DESENHO UNIVERSAL PARA APRENDIZAGEM: UNIDADES DIDÁTICAS NA
APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

Evelize Hofelmann Bachmann; UDESC; evelize.h@gmail.com


Fabíola Sucupira Ferreira Sell; UDESC; fabiola.sell@udesc.br

Há diversas formas de contextualizar as práticas matemáticas realizadas em sala de aula. A fim de


compreender as necessidades atuais, é necessário superar práticas ultrapassadas e impulsionar
possibilidades de transformações na educação. (ONUCHIC, ALLEVATO et al, 2014). Para tanto,
práticas pedagógicas pensadas a fim de promover êxito na aprendizagem de todos os alunos,
incluindo estudantes público-alvo da educação especial, são desafiadoras para muitos
professores. O Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) apresenta uma visão colaborativa,
que resulta no desenvolvimento de um currículo flexível e que possibilite o planejamento de
estratégias mais acolhedoras a partir de diretrizes que funcionam como uma ferramenta a fim de
atender às necessidades de alunos com ou sem deficiência (CAST, 2018). Compreendendo a
importância de desenvolver um planejamento que possibilite maior envolvimento de professores
e alunos no processo de ensino e aprendizagem da matemática, pretende-se apresentar pesquisa
acerca das contribuições do DUA e suas diretrizes no planejamento e desenvolvimento de
atividades flexíveis e inclusivas. Livros, Teses e dissertações foram investigados a fim de
identificar conceitos, planejamentos, atividades e resultados provenientes da aplicação do DUA.
As informações provenientes desta pesquisa contribuirão em um segundo momento, com o
planejamento de unidades didáticas, contendo atividades relacionadas a matemática através do
uso de materiais didáticos manipulativos e sensoriais. Entende-se que as atividades envolvendo
materiais didáticos manipulativos, acrescidas de mais uma funcionalidade a partir das
experiências sensoriais (SMOLE, 2014), possibilitam a interação e consequentemente a inclusão
de todos os alunos. As unidades didáticas serão caracterizadas como produto educacional, e
disponibilizadas através de uma ferramenta digital para compartilhamento de informações (blog),
desenvolvida a partir do direcionamento do design instrucional, utilizando como bases
norteadora o sistema modelo ADDIE (analysis, design, development, implementation e
evaluation) (FILATRO, 2008). Como metodologia para a coleta de informações resultantes do
produto educacional, pretende-se desenvolver procedimento de pesquisa relacionado a um
estudo qualitativo. As informações coletadas serão apresentadas através da entrevista narrativa,
possibilitando o pesquisador reconstituir vivências e atribuições dos entrevistados, por meio das
experiências obtidas pela própria empiria realizada no ambiente de pesquisa (BAUER E GASKELL,
2003). A validação do produto educacional acontecerá a partir do levantamento de elementos
norteadores que serão analisados pelo professor que estará aplicando as atividades e pela
pesquisadora que também estará colaborando com as práticas realizadas em sala de aula. A
validação também ocorrerá por meio dos registros obtidos através de anotações e gravações em
áudio provenientes das práticas estabelecidas pelas unidades didáticas. Por fim, anseia-se por
meio desta pesquisa, possibilitar a disponibilização das unidades didáticas alicerçadas no DUA, a
professores que pretendem impulsionar possibilidades de transformações inclusivas na
aprendizagem da matemática.

Palavras-chave: pesquisa, desenho universal para aprendizagem, unidades didáticas, matemática.

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A ARTE CONTEMPORÂNEA COMO PARTE DO COTIDIANO DA ESCOLA INFANTIL

Gertrudes Angélica Vargas Bernardo; UFRGS; angélica.vbernardo@gmail.com

Este trabalho discute a importância da arte contemporânea como parte integrante do currículo
das escolas de educação infantil e do desenvolvimento de atividades gráfico plásticas com
crianças bem pequenas. Parte da problematização da percepção da arte como sujeira pelas
próprias crianças a partir de experiências expressivas empobrecidas. Traz a arte contemporânea
como referencial, a partir do entendimento das similaridades entre suas diferentes linguagens e
os modos de ser e estar das crianças no mundo. (cunha 2017a; 2017b); (LAVELBERG 2017);
(PILLAR 2014); (GANDINI 2012). É resultado de pesquisa realizada no segundo semestre de 2017
para o trabalho conclusão de curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi desenvolvido em uma Escola de Educação Infantil na
cidade de Porto Alegre (RS) com grupos de 6 a 12 crianças de 2 a 3 anos e 11 meses. A
metodologia utilizada foi a da pesquisa-ação, tendo em vista a importância de pesquisas com
crianças que produzam novas possibilidades de reflexão sobre o currículo de forma ética e
comprometida com a infância. Foram desenvolvidos oito momentos de atividades gráfico-
plásticas, de outubro a novembro de 2017 denominados respectivamente: “Com os pés também é
arte?”; “Se apertar sai bastante, né, profe?” “Tubarões e peixes em um mar de carvão vegetal”;
“Dá mais tinta, profe?:Se misturar tudo faz marrom!”; “Somos um tipo de artistas, né, profe?”;
“Dá pra se esconder, né, profe?: borrifando o varal de TNT”; “Em cima do outro trabalho pode?: A
arte em movimento”;” Vampiros, lobos, fantasmas e a Pepa”. Os referenciais utilizados neste
trabalho foram a arte contemporânea e suas possíveis conexões com os campos de experiências
que fazem parte das concepções atuais do currículo para educação das crianças de 0 a 5 anos e 11
meses (LOBORUK & BARBOSA, 2017); (BARBOSA, 2016); (RICHTER & BARBOSA, 2010); (BRASIL,
2009a; 2009b), presentes na Base Nacional Comum Curricular BNCC (MEC, 2017) .Ainda as
discussões propostas por diversos (as) teóricos (as) da sociologia da infância, a respeito do
protagonismo das crianças bem pequenas, em suas relações com seus pares e com os adultos em
suas experiências e descobertas sobre o mundo. Discussões que representam importante
mudança de paradigma não só das concepções sobre a infância, mas também nas concepções das
práticas docentes promovendo uma nova visão de currículo. (SARMENTO, 2004); (PEDROSA,
2009); (CORSARO, 2009; 2014); (RICHTER & BARBOSA, 2010). A análise das narrativas das crianças
nos momentos propostos evidenciou a relevância de experiências significativas com os materiais
expressivos para desconstrução da percepção destas atividades como sujeira, sendo de grande
relevância a postura das professoras. Também ao analisar o tempo de permanência nestas
atividades verificou-se que os tempos e espaços devem ser cambiáveis e necessitam de
flexibilização para que a arte possa fazer parte do cotidiano da escola como parte integrante do
currículo.

Palavras-chave: educação infantil, campos de experiências, arte contemporânea, currículo.

DC-029

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ARTE CONTEMPORÂNEA, ARQUITETURAS DE JOGO E CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS: QUESTÕES
PARA PENSAR O CURRÍCULO

Nathalia Scheuermann dos Santos; UFRGS; natyscheuer@gmail.com


Rodrigo Saballa de Carvalho; UFRGS; rsaballa@terra.com.br

O presente trabalho a partir do campo dos Estudos Sociais da Infância tem como objetivo
contribuir com as reflexões sobre arte contemporânea e currículo na Educação Infantil. A
pesquisa é decorrente do trabalho conclusão de curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), realizado em uma Escola de Educação Infantil
na cidade de Porto Alegre (RS) com crianças de 2 a 5 anos, no primeiro semestre de 2018. Para
tanto, são apresentadas outras possibilidades de práticas pedagógicas na Educação Infantil
envolvendo especificamente propostas de arquiteturas de jogo (ABAD, 2018), as quais são
inspiradas em instalações de arte contemporânea. A partir da problematização dessas propostas
frente a uma realidade de trabalho com arte com as crianças, por vezes, ainda sob um viés da
impossibilidade do fazer e do senso comum, busca-se discutir outras perspectivas para os
currículos das escolas infantis, articulando com os cinco campos de experiências – 1) O eu, o outro
e o nós; 2) Corpo, gestos e movimentos; 3) Traços, sons, cores e formas; 4) Escuta, fala,
pensamento e imaginação; e 5) Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações -
presentes na Base Nacional Comum Curricular – BNCC (MEC, 2017). O percurso metodológico da
investigação é pautado teoricamente na pesquisa-ação, a qual, é refletida, pensada, participativa,
e vislumbra mudanças no contexto pesquisado junto aos sujeitos envolvidos. O referencial teórico
desenvolvido ao longo do estudo baseou-se em autores como Cunha (2017a e 2017b), Iavelberg
(2017) e Barbieri (2012) nas discussões acerca da arte contemporânea e as crianças; Díaz-Obregón
Cruzado (2003) buscando conceituar instalação; e Abad (2008) embasando o conceito utilizado,
arquiteturas efêmeras de jogo. Metodologicamente, foram propostas sete sessões de
arquiteturas de jogo denominadas “O Mar de Bolas”, “A Festa dos Papéis”, “Caminhos Possíveis”,
“Chuva de Arco-Irís”, “Possibilidades ao Cubo”, e “Entrelaços, Cordas e Tecidos”, as quais, foram
inspiradas em instalações de artistas (Martin Creed, Reiner Ruthenbeck, Kimsooja, Pipilotti Rist,
Mitsuo Miura, Bianca Santini) e um projeto de arte contemporânea (Createctura) para um grupo
de seis crianças pequenas e bem pequenas (2 a 5 anos). Nesta pesquisa com crianças, o cuidado
ético e respeitoso permeou todo o processo de escrita e campo perante as crianças, suas escolhas
e sentimentos, frente às sessões desenvolvidas e seus desejos ou não de participação. A partir das
análises das sessões de arquiteturas de jogo propostas durante a pesquisa, foi possível perceber
que as sessões desenvolvidas com arquiteturas de jogo, relacionadas às discussões acerca do
currículo na Educação Infantil, possibilitam o (re)pensar o mesmo e fornecem pistas para a
constituição de um olhar que valoriza a arte, como campo próprio para experimentação, criação,
imaginação e ação performática das crianças. Da mesma maneira, as reflexões apresentadas no
trabalho sobre as possíveis interlocuções entre arte contemporânea e campos de experiências
apontam para uma noção de currículo que valoriza as crianças e seus fazeres em seu cerne.

Palavras-chave: educação infantil, arquiteturas de jogo, arte contemporânea, campos de


experiências, currículo.

DC-030

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AVALIAÇÃO ESCOLAR DIFERENCIADA COMO FORMA DE INCLUSÃO DAS MÚLTIPLAS
POTENCIALIDADES

Thacio Azevedo Ladeira; UDESC; thacioladeira@gmail.com

Com a ampliação dos processos inclusivos nas escolas é preciso pensar em diferentes estratégias
pedagógicas frente aos novos desafios que surgem, dentre os quais destaco a necessidade de
avaliação escolar numa perspectiva inclusiva. A avaliação de alunos deficientes ainda tem gerado
muitas incertezas por parte das escolas que ficam na dúvida entre manter o padrão de avaliação
oferecida para todos os alunos ou considerar as limitações dos educandos em propostas
diferenciadas. Tais questões foram acolhidas por meio de uma pesquisa exploratória através da
atuação profissional de assistência pedagógica especializada a diversas escolas do município de
Miracema/RJ, enquanto pedagogo do município. A pesquisa fundamenta-se na Cartografia,
método de Gilles Deleuze e Félix Guattari, que visa o acompanhamento de processos, não de
objetos (PASSOS; KASTREUP; ESCÓSSIA, 2015). Fazer pesquisa cartográfica é posicionar-se de
forma engajada com a vivência num território existencial, direcionando a pesquisa de acordo com
as pistas que surgem ao habitar o território, pois o pesquisador cartográfico participa dos
acontecimentos que fluem do cotidiano da escola, não se limitando a uma postura passiva
(PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2015, p.17). Com isso, o presente trabalho objetiva apresentar a
avaliação como processo multidimensional, portanto, assumida em diversos planos, o que implica
na utilização de várias estratégias avaliativas e na valorização de múltiplas inteligências e estilos
cognitivos. Além disso, busca também refletir em alternativas inclusivas de avaliação e auxiliar na
elaboração de propostas diferenciadas. Destaco para isso a necessidade de assumir a
flexibilização do currículo escolar e adaptação desse currículo à realidade do aluno em processo
de inclusão, para que se alcance metas mais realistas de acordo com a condição de cada aluno,
em acordo com o que orienta a LDB em seu artigo 59. Dessa forma, para que a avaliação alcance
suas finalidades, é necessário que se tenha conhecimento do potencial de aprendizagem do aluno
e dos avanços que ele alcança com relação ao seu próprio desempenho, sem comparar com o
desempenho dos outros. Esse aluno vai requerer atenção especial devido às características de
aprendizagem diferentes que apresenta. De modo prático, a escola precisará ampliar suas
ferramentas de avaliação, pois uma avaliação dinâmica considera os diferentes estilos cognitivos
e os diferentes processos de aprendizagem presentes numa mesma sala de aula. Para que isso
seja possível, a avaliação precisa ser contínua, ou seja, não apenas em um dia específico, mas por
meio de observação do progresso do discente. A prática para educação inclusiva requer a busca
por múltiplas formas de ensinar a partir do reconhecimento de haver na sala de aula uma
diversidade de formas de aprender. Então, é necessário sair do lugar da acomodação e se
aventurar com esses alunos para traçar estratégias diferenciadas.

Palavras-chave: inclusão, avaliação, diversidade.

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BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: ADAPTAÇÕES CURRICULARES NO CONTEXTO DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

Louíze Roberta Mafra de Sousa; Universidade Federal do Pará; louize.mafra@gmail.com

Ao falarmos sobre os instrumentos necessários para a promoção de uma educação básica que
possua uma identidade inclusiva para alunos com necessidades educacionais especiais (NEE’s), é
de suma importância que nos atentemos ao currículo escolar e sua contribuição para a
aprendizagem. O mesmo trata-se de um documento que reúne conteúdos específicos
relacionados às disciplinas, objetivos a serem alcançados com foco no corpo discente e práticas
pedagógicas a serem desenvolvidas pelas instituições de ensino e seus profissionais (BRASIL,
2001). No contexto da educação especial a partir de uma perspectiva inclusiva, a estrutura
curricular deve apresentar-se de maneira aberta à modificações ou adaptações que possam
auxiliar nos processos de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais
especiais. Considerando as peculiaridades dos alunos e atentando-se ao fato de que ao longo de
processos de ensino e aprendizagem os caminhos que nos levam a alcançar nossos objetivos
podem ser construídos de diversas maneiras, as adaptações, flexibilizações ou até adequações
curriculares vêm com o propósito de buscar alternativas para que o currículo escolar alcance a
todos os alunos, independentemente das especificidades. O presente trabalho tem por objetivo
propor reflexões acerca da utilização de adaptações curriculares para a promoção de um ensino
inclusivo para alunos com necessidades educacionais especiais diante da exigência de uma Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). A pesquisa possui uma abordagem qualitativa e caracteriza-se
como uma pesquisa documental. Foram analisadas as três versões da Base Nacional Comum
Curricular, publicadas nos anos de 2015, 2016 e 2017, como referencial de análise utilizamos a
Análise Textual Discursiva de Moraes e Galiazzi (2016). A BNCC ao longo de suas três versões
apresenta a educação especial e suas possibilidades de trabalho, no que diz respeito a adaptações
curriculares, de maneira progressivamente menos evidente em seu corpo textual. Foi possível
observar que os espaços dentro dos textos da BNCC de 2015 e 2016 (1ª e 2ª versões) propunham
com mais clareza os objetivos e princípios relacionados a educação de alunos com necessidades
educacionais especiais, inclusive reconhecendo desafios e dificuldades como as condições, até
aquele momento, de não acessibilidade de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades (BRASIL, 2015). A BNCC publicada em 2017, faz breves
citações referentes a educação inclusiva, contudo não discute de maneira mais profunda o tema
como feito em versões anteriores. A implementação de uma base nacional para o currículo deve
ser amplamente discutida, pois pensar em um documento único sem considerar as singularidades
do processo de aprendizagem em diferentes contextos não oferece contribuições para amenizar
as desigualdades presentes no sistema educacional brasileiro (MERCADO e FUMES, 2017).
Consideramos o currículo escolar um elemento essencial e decisivo no desenvolvimento de um
ensino cada vez mais inclusivo para alunos público alvo da educação especial, o mesmo deve
caracterizar-se como um documento de estrutura flexível e aberto a modificações, tendo como
principal objetivo possibilitar e maximizar as condições de aprendizagem de maneira igualitária a
todos.

Palavras-chave: adaptações curriculares, base nacional comum curricular, educação inclusiva,


educação especial.

DC-032

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BRANQUITUDE NA INFÂNCIA NUM CONTEXTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL COM CRIANÇAS DE
QUATRO A SEIS ANOS E SUAS PROFESSORAS

Cintia Cardoso; Universidade Federal do Paraná; cinttiacardoso@gmail.com

Este artigo apresentará parte de uma dissertação de mestrado defendida em 2018 pela
Universidade Federal do Paraná, intitulada: Branquitude na Educação Infantil: um estudo sobre a
Educação das Relações Étnico-Raciais em uma Unidade Educativa do Município de Florianópolis,
que objetivou compreender a branquitude, -a identidade racial atribuída às pessoas brancas-
como prática de poder e configuração de uma identidade branca, se expressa nas experiências
educativo-pedagógicas da educação infantil em uma Unidade Educativa da Rede Municipal de
Ensino de Florianópolis/SC. Compreender as desigualdades raciais na educação, de forma
relacional, tendo o branco como tema principal, pois o negro é geralmente posto no centro dos
estudos que tratam do tema como vítima de uma violência racial, por outro lado à obscuridade
deliberada sobre o branco dificultou que se analisassem de maneira relacional as relações étnico-
raciais, e mais, provocou poucos pesquisadores e pesquisadoras a investigarem o branco como
sujeito central dos estudos acadêmicos sobre relações raciais brasileiras, e neste estudo o foco é a
identidade racial branca e as construções sociais em torno, porém vale ponderar que embora
crianças e professoras brancas seja o foco da pesquisa a perspectiva da abordagem é relacional,
portanto, as relações envolvem todos os sujeitos e as ações identificadas no contexto, pois é na
relação que analiso o papel que cada um ocupa. Compreendemos como experiências educativo-
pedagógicas, o conjunto de práticas e saberes, o próprio desenvolvimento curricular buscando
com isso apreender essas experiências focando nas pessoas e suas interações com os espaços, os
diferentes elementos que o compõem no interior da unidade educativa, as linguagens, as ações
pedagógicas, as materialidades, sobretudo, as dimensões das relações raciais vividas no espaço.
Neste esforço, optei pela etnografia como metodologia de pesquisa e os instrumentos peculiares:
a fotografia, as conversas informais com as professoras brancas, diálogos com as crianças brancas,
a construção do diário de campo e o uso da gravação de áudio. Os resultados apontam que há a
preponderância de uma hegemonia curricular, ou seja, uma supervalorização do branco e a
negação da representatividade de outros segmentos raciais como negros e indígenas. Nas
materialidades como o acervo literário, as imagens lançadas nas paredes, as bonecas e bonecos
priorizam a criança branca e coloca em desvantagem racial a criança negra e de outros grupos
étnico-raciais, que por ventura, frequentem o espaço. Nesse ínterim as crianças brancas desta
unidade educativa contam com vantagens raciais que se materializam nas práticas pedagógicas e
na diferença de tratamento que reiteram o lugar de destaque e de positividade a elas que lhes
dão a certeza de que são merecedoras de toda a deferência, que entre todas elas são as
escolhidas e por isso, podem deduzir que são melhores que outros grupos não representados com
a mesma frequência, com o mesmo destaque. Por consequência apreendem esse lugar
hierárquico nas relações raciais brasileiras, assim o privilégio/vantagem raciais vai sendo
ensinados às crianças brancas na infância nos espaços de educação infantil.

Palavras-chave: branquitude, infância, currículo, educação infantil.

DC-033

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CURRÍCULO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA: LEGITIMAÇÃO DE CONHECIMENTOS E
FORMAÇÃO

Letícia Dias de Lima; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; leticiadiaspiano@gmail.com


Fabiany de Cássia Tavares Silva; Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul; fabiany.tavares@ufms.br

A pesquisa, em andamento, no doutoramento em Educação, discute a formação do músico


popular em diálogo com questões curriculares do ensino superior de Música. Neste contexto, esse
trabalho dedica-se a um dos questionamentos orientadores, isto é, o habitus conservatorial,
presente nos currículos dos Cursos de Música, legitimado pelos/nos processos de seleção,
organização e distribuição de conhecimentos. Para tanto, incursionamos pela teoria crítica do
currículo, na perspectiva de (de)compor o caráter político e artístico dessa legitimação, por meio
da investigação, inicial, de fontes documentais, a saber: Parecer CNE/CES nº 146/2002, aprovado
em 3 de abril de 2002 – aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em
Música; Parecer CNE/CES nº 195/2003, aprovado em 5 de agosto de 2003
– diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em Música, Dança, Teatro e Design;
Resolução CNE/CES nº 2, de 8 de março de 2004 – aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais do
Curso de Graduação em Música e dá outras providências. A essas fontes cruzamos dados
organizados pelo/no levantamento da produção acadêmica, veiculada no período de 2005 a 2015,
na Revista da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM), apreendida como instrumento
utilizado para expressões acerca dos ganhos e perdas nesse conjunto de (re)significações da
formação. Vale registrar que tal período compreende os momentos pós diretriz específica e
anterior a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível
superior, Resolução n. 2, de 01 de julho de 2015. Neste contexto, estabelecemos diálogos teóricos
para conhecer e reconhecer as regras do jogo em um campo determinado (BOURDIEU, 1984,
1998), e práticas metodológicas capazes de apreender, além da lógica da reprodução e
determinação, o papel da agência e da contra-hegemonia (APPLE, 2006, 2010). Em conclusão,
ainda que contemplando parte dos questionamentos orientadores da escrita de uma tese, nos
aproximamos da compreensão da formação do músico popular como uma forma particular da
atividade social, como algo “desligado” do grande grupo de instituições que definem os capitais
sociais, de forma que determinados grupos e classes têm historicamente sido ajudados, ao passo
que outros têm sido tratados de maneira menos adequada.

Palavras-chave: ensino superior, curso de música, currículo, teoria crítica, formação do músico.

DC-034

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ESTRATÉGIAS UTILIZADAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO: O
CASO DO IFRR / CAMPUS BOA VISTA ZONA OESTE (CBVZO)

Hudson do Vale de Oliveira; Instituto Federal de Roraima; hudson.oliveira@ifrr.edu.br


Francimeire Sales de Souza; Instituto Federal de Roraima; francimeire.souza@ifrr.edu.br

Para muitos docentes, trabalhar com alunos surdos tem se configurado em um grande desafio no
dia a dia da prática docente. O desafio é ainda maior considerando a falta de experiência da
maioria dos docentes com este público. Para vencer esse desafio, os docentes do Instituto Federal
de Roraima (IFRR) / Campus Boa Vista Zona Oeste (CBVZO) têm buscado criar estratégias para a
efetivação do processo de ensino e aprendizagem, assim como favorecer a interculturalidade por
meio da comunicação. Dessa forma, o objetivo deste estudo é apresentar a experiência dos
docentes do IFRR / CBVZO na utilização de estratégias para colaborar com a aprendizagem de
alunos surdos. A experiência em questão tem possibilitado o desenvolvimento de estratégias com
foco no aprendizado de uma aluna surda, especialmente considerando as competências
necessárias no processo, com ênfase no maior aproveitamento desta aluna nos componentes
curriculares, especificamente da área técnica, uma vez que ela faz curso técnico integrado ao
ensino médio. Tem-se observado que a utilização de diferentes estratégias tem oportunizado à
aluna maiores chances de obter os resultados acadêmicos que são exigidos pela instituição, assim
como tem contribuído para a comunicação da aluna com os demais alunos ouvintes. Nessa
perspectiva do desenvolvimento de mecanismos para favorecer o aprendizado, Dell’areti et al.
(2004) ressaltaram a necessidade de se propor novas estratégias e instrumentos que incentivem o
desenvolvimento de habilidades e de competências básicas. Como estratégias utilizadas pelos
docentes, têm-se: apresentação de vídeos/filmes, uso de imagens, produção de cartazes,
elaboração de projetos e produção textual. Foi possível perceber que a utilização de tais
estratégias garantiu maior participação da aluna nas atividades desenvolvidas dentro e fora de
sala de aula, individual e coletivamente. Apesar da falta de letramento da aluna, as atividades
desenvolvidas em sala contribuíram para bons resultados da aluna, uma vez que no momento de
atividades práticas ela conseguiu desenvolver sem que houvesse a intervenção do intérprete de
libras. Diante das novas práticas utilizadas, percebeu-se que a aluna se mostrou mais envolvida no
processo de ensino e aprendizagem. Assim, destaca-se que a utilização de diferentes estratégias
para buscar sanar os percalços que surgiram ao longo da caminhada acadêmica da aluna, com
intuito de garantir bom aproveitamento, pode ser uma alternativa viável a ser adotada.

Palavras-chave: aprendizagem; estratégias, sujeito surdo.

DC-035

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LETRAMENTO E BRINCADEIRA: IMPLICAÇÕES E EFEITOS DA BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOCENTE NA PRÉ-ESCOLA

Lisiane Rossatto Tebaldi; UFRGS; lisianetebaldi@hotmail.com


Rodrigo Saballa de Carvalho; UFRGS; rsaballa@terra.com.br

O presente trabalho, é decorrente de uma pesquisa no campo dos Estudos Sociais da Infância,
que tem como objetivo discutir as implicações e os efeitos das práticas de letramento na pré-
escola, a partir da análise do campo de experiência “escuta, fala, pensamento e imaginação”,
apresentado na Base Nacional Comum Curricular para Educação Infantil (MEC, 2018), assim como
dos demais documentos curriculares. Trata-se de um estudo teórico, que se fundamenta na
discussão sobre a produção de narrativas orais (COOPER, 2005; SAWYER, 2011; BINDER, 2017;
GARVIS, 2017; PRAMLING, 2017; PHIL et al., 2017; TSAI, 2017) pelas crianças pré-escolares por
meio da mediação literária (CARDOSO, 2014) e do brincar letrado (ROSKOS; CHRISTIE, 2009;
ROWE, 2009; PELLEGRINI; VAN RYZIN, 2009; WASJKOP, 2017). Metodologicamente, trata-se de
uma análise documental. Além do estudo da Base Nacional Comum Curricular (MEC, 2018), a
materialidade investigativa da pesquisa, também é constituída pelas Diretrizes Curriculares
Nacionais de Educação Infantil (BRASIL, 2013) e Referencial Curricular Gaúcho de Educação
Infantil (RS, 2018). A partir dos estudos realizados, o trabalho apresenta uma análise sobre: 1) as
discussões sobre o letramento na Educação Infantil e tensões enfrentadas no âmbito epistêmico
da área; 2) as orientações expressas nos documentos curriculares (DCNEI, BNCC e RCG) sobre o
trabalho com a linguagem oral na Educação Infantil e suas possíveis reverberações na prática
pedagógica docente; 3) as potentes interlocuções entre o brincar e o letrar na pré-escola a partir
de uma proposta de trabalho participativa, intencional e sistematizada; 4) as implicações e os
efeitos do trabalho com letramento na pré-escola no que diz respeito ao desenvolvimento do
vocabulário das crianças, capacidade expressiva, narratividade e imaginação. A partir das análises
empreendidas no decorrer da pesquisa, foi possível depreender que as orientações curriculares
da Educação Infantil, sobretudo, a Base Nacional Comum Curricular (MEC, 2018), apresenta
importantes contribuições para o planejamento de práticas pedagógicas envolvendo o letramento
e a brincadeira na pré-escola. Trata-se, sem dúvida alguma, de indicativos que possibilitam com
que o professor realize o planejamento de práticas pedagógicas que tenham como foco o
desenvolvimento da linguagem oral/escrita das crianças. Por outro lado, ressalta-se a importância
de que seja realizada uma análise crítica dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da
pré-escola, relativos ao campo de experiência “escuta, fala, pensamento e imaginação”, para que
não seja cometido o equívoco de antecipação da escolarização das crianças na Educação Infantil e
desrespeito aos direitos de aprendizagem – conviver, brincar, participar, explorar, expressar e
conhecer-se – expressos na Base Nacional Comum Curricular (MEC, 2018).

Palavras-chave: letramento, educação infantil, pré-escola, oralidade, BNCC.

DC-036

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O ENSINO DA COMPREENSÃO DE LEITURA NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Nakita Ani Guckert Marquez; UDESC, IFC; nakitaanimarquez@hotmail.com


Juliane Dutra da Rosa Silvano; UDESC; juli_dutradarosa@hotmail.com
Nathália Andregtoni; UDESC; nandregtoni@gmail.com
Márcia Martins dos Passos; marmartins_7@hotmail.com
Dalva Maria Alves Godoy; UDESC; dalvagodoy@gmail.com

No contexto de uma sociedade grafocêntrica, onde a centralidade do código escrito é evidente, a


leitura exerce papel fundamental na vida dos sujeitos. Frequentemente, através da leitura e da
escrita o indivíduo atua e interage socialmente, utilizando essa habilidade como mais uma
significativa e importante possibilidade de transmissão e aquisição de conhecimentos. Não é raro,
nos dias de hoje, nos depararmos com leitores (ditos “alfabetizados”) que apenas decifram o
código escrito, mas têm dificuldade em compreender o que leem e, desta forma, não conseguem
utilizar a leitura para, de fato, interagir socialmente. Desta forma destaca-se o ensino da
compreensão leitora por sua importância na formação de leitores capazes de, além de decodificar
o código escrito, compreender e fazer uso social daquilo que leem. Considerando a compreensão
leitora como uma importante etapa a ser trabalhada no decorrer do processo de alfabetização,
entende-se que compreender bem um texto exige habilidade, interação e esforço, não é apenas
uma ação cognitiva e linguística que se desenvolve naturalmente ou individualmente. A
compreensão de texto é uma forma de agir e interagir sobre a cultura e a sociedade na relação
com o outro (MARCUSCHI, 2008). O presente trabalho aborda a importância do ensino da
compreensão de leitura nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, ao passo que buscou verificar a
presença de previsões legais sobre tal assunto no âmbito das políticas públicas educacionais
vigentes. Para tal, tomou-se por foco a análise das recomendações curriculares sobre o ensino de
compreensão leitora contempladas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento este
que estabelece os objetivos de aprendizagens comuns que devem ser desenvolvidas por todos os
alunos, ao longo do percurso formativo na Educação Básica (BRASIL, 2017). A partir da leitura e
análise do documento legal, constata-se que o mesmo conta com importantes elementos para o
trabalho com o ensino da compreensão de leitura, entretanto ainda apresenta aspectos que
precisam ser repensados e melhor aprofundados, tais como a formação dos professores e alguns
outros processos da leitura referentes à compreensão, os quais ainda aparecem de
forma inconsistente e pouco aprofundada, não embasando o fazer docente como deveriam,
especialmente por tratar-se de previsões de um documento legal que é uma base nacional para
os currículos de todas as escolas públicas ou privadas do Brasil e, consequentemente, para as
práticas docentes em todos estes ambientes formais de ensino.

Palavras-chave: educação, compreensão da leitura, base nacional comum curricular.

DC-037

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O PROCESSO DE RECONTEXTUALIZAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR DE
EDUCAÇÃO INFANTIL NO REFERENCIAL CURRICULAR DA CIDADE DE CANOAS - RS

Valmir dos Santos Dorneles Júnior; UFRGS; valmir.dornelesjr@gmail.com


Nathalia Scheuermann dos Santos; UFRGS; natyscheuer@gmail.com
Rodrigo Saballa de Carvalho; UFRGS; rsaballa@terra.com.br

O presente trabalho é decorrente de uma pesquisa, que a partir das contribuições dos Estudos
sobre Currículo na Educação Infantil, tem como objetivo discutir o processo de recontextualização
da Base Nacional Comum Curricular de Educação Infantil (MEC, 2017), no processo de elaboração
do Referencial Curricular do município de Canoas (RCC) – Rio Grande do Sul. Tendo em vista que a
Base Nacional Comum Curricular (MEC, 2017) é um documento normativo nacional que demanda
a reorganização curricular dos municípios, justifica-se a importância de que sejam analisados
detalhadamente os processos de recontextualização presentes na elaboração do documento
curricular local da Educação Infantil. Metodologicamente, trata-se de uma análise documental, a
partir da qual é realizada uma análise do conteúdo. A materialidade investigativa é composta
pelas Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil (BRASIL, 2009), Base Nacional Comum
Curricular (MEC, 2017) e Referencial Curricular da cidade de Canoas – RS (CANOAS, 2019). Tendo
em vista o exposto, cabe esclarecer que o Referencial Curricular de Canoasemergiu a partir da
exigência da formulação de um documento que contemplasse as especificidades do município.Tal
processo foi iniciado no ano de 2018, oportunizando discussões com os docentes da rede
municipal de Canoas e entrando em vigor no ano de 2019, a partir do processo de reformulação
dos Projetos Políticos Pedagógicos das Escolas de Educação Infantil municipais e da efetiva
operacionalização das orientações curriculares nas práticas pedagógicas desenvolvidas com as
crianças.Desse modo, o trabalho aborda especificamente o campo da Educação Infantil, o qual na
Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) se distingue das demais etapas da Educação
Básica com relação a sua organização, reiterando os seis direitos de aprendizagem e
desenvolvimento (Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar, Conhecer-se), já presentes
nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (BRASIL, 2009).Apresentandoos cinco
campos de experiência (1 - O eu, o outro e o nós; 2 - Corpo, gestos e movimentos; 3 - Traços,
sons, cores e formas; 4 - Escuta, fala, pensamento e imaginação; e 5 - Espaços, tempos,
quantidades, relações e transformações)para se pensar os currículos nas instituições, assim como
os objetivos específicos de aprendizagem e desenvolvimento de acordo com cada faixa etária que
compreendem as crianças que frequentam a Educação Infantil.Nesse sentido, o trabalhoanalisa e
discute de que maneira a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) está caracterizada no
Referencial Curricular, indicando pontos que se assemelham entre os documentos, bem como o
que se difere com relação as particularidades do município. Além disso, as análises empreendidas,
indicamtensionamentos que devem ser realizados no Referencial Curricular, para que o mesmo
não se torne um manual pedagógico orientativo da ação docente.Enfim, a partir do trabalho é
possível refletir a respeito da importância de discussão dos documentos curriculares, bem como
de seus processos de recontextualização nas cidades em que são implementados. Isso porque,
nos processos de implantação curricular, sempre devem ser levadas em consideração as
particularidades do contexto da cidade, bem como da comunidade escolar.

Palavras-chave: educação infantil, currículo, base nacional comum curricular, referencial


curricular.

DC-038

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O USO DE RECURSOS DIDÁTICOS COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM NO ENSINO
FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Amanda Gabriela Zanella; Unipampa; amdzanella@gmail.com


Priscila Nunes Paiva; Unipampa; priscilanunespaiva@gmail.com

O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência da construção de materiais de apoio
pedagógico para alunos de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental localizada na periferia
do município de Uruguaiana, Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. O projeto surgiu após a
análise e reflexão do período de sondagem por parte dos educadores/as, juntamente com a
equipe pedagógica. Durante a reflexão das dificuldades encontradas o grupo observou que os
alunos apresentavam dificuldades em conteúdos básicos e essenciais para a consolidação da
aprendizagem. No decorrer da investigação sobre os fatos apresentados surgiu a importância que
os materiais visuais, como cartazes, imagens e material concreto, influenciam o processo de
aquisição por parte do educando. Durante os anos iniciais o lúdico e o visual são elementos que
tornam a aprendizagem mais significativa, porém quando os educandos contemplam a
aprendizagem inicial e ingressam nos anos finais, o lúdico e o visual já não são vistos em sala de
aula. Com o objetivo de buscar possíveis soluções para as dificuldades encontradas os
educadores/as planejaram atividades que propiciassem a construção do material de apoio,
contando com a participação dos próprios educandos, para que os mesmos tornassem a atividade
significativa para o processo de ensino aprendizagem. Foram elaborados cartazes com dicas e
informações sobre erros ortográficos, regra de acentuação, separação silábica, pontuação,
gêneros textuais, uso dos porquês, figuras geométricas, tabuada, reta numérica, linha do tempo,
cores primárias, movimentos históricos, quebra cabeças, material de contagem e alfabeto móvel.
Os materiais foram confeccionados por níveis e dispostos nas turmas. Após a construção das
ferramentas os alunos conseguiram estabelecer uma relação significativa entre o que estava
sendo construído com as dificuldades encontradas durante o processo da aprendizagem, pois
durante a produção muitas dúvidas surgiam e os alunos conseguiram produzir o material com
autonomia. O material a ser utilizado deve proporcionar ao aluno o estímulo à pesquisa e a busca
de novos conhecimentos. O propósito do uso de materiais concretos no ensino escolar é o de
fazer o aluno a adquirir a cultura investigativa, o que o preparará para enfrentar o mundo com
ações práticas e ser sujeito ativo na sociedade. Os educadores/as juntamente com os educandos
conseguiram compreender que o recurso didático pode ser fundamental para que ocorra
desenvolvimento cognitivo da criança, mas o recurso mais adequado, nem sempre será o
visualmente mais bonito e nem o já construído. Muitas vezes, durante a construção de um
recurso, o aluno tem a oportunidade de aprender de forma mais efetiva e marcante para toda sua
vida. Em outro momento, o mais importante não será o recurso, mas sim, a discussão e resolução
de uma situação problema ligada ao contexto do aluno, ou ainda, à discussão e utilização de um
raciocínio mais abstrato, tendo como proposta formar um aluno reflexivo com relação ao seu
contexto social.

Palavras-chave: aprendizagem, lúdico, visual, significativo, recursos.

DC-039

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PROJETO LABORATÓRIO-ESCOLA: VIVÊNCIAS DE EXTENSÃO NA COMUNIDADE

Soeli Francisca Mazzini Monte Blanco; UDESC; soeli.francisca@udesc.br


Soila Arminda Mazzini Monte Blanco; UNIP; samonteblanco@gmail.com
Marzely Gorges Farias; UDESC; marzely.farias@udesc.br
Lara Louize Pereira de Oliveira; UDESC; polaralouize@gmail.com
Carolina Martins D’Avila; UDESC; carolinaadavila@gmail.com

O presente trabalho tem por objetivo relatar as vivências de um projeto desenvolvido pelo
Laboratório de Direitos Humanos (LabDH) do Centro de Educação a Distância (CEAD/UDESC) com
sede na cidade de Florianópolis/SC em parceria com a Escola Municipal de Ensino Fundamental
Maria de Lourdes Castro na cidade de Santa Maria/RS. O Projeto tem o objetivo de contribuir para
o conhecimento e aplicação de ações pedagógicas relacionadas à saúde, cidadania,
sustentabilidade, e cultura de paz, auxiliando na construção de uma sociedade que respeita os
direitos humanos e os direitos da criança e do adolescente. O contexto brasileiro atual apresenta
uma enorme demanda de formação de professores/as para fazer frente a uma política pública
educacional de direitos humanos, uma vez que, embora na legislação brasileira vigente os direitos
do/a cidadão/ã estejam resguardados, as condições físicas e de recursos das instituições de ensino
bem como a formação docente, na maioria das vezes, não são suficientes para atender as
demandas educacionais dos/as estudantes. Neste sentido, numa relação multilateral com os
setores da sociedade, este projeto desenvolve ações de extensão que buscam intervir e contribuir
através da realização de atividades educativas de promoção da saúde, da cidadania, da
sustentabilidade e da cultura de paz em ambientes escolares, pois a transformação se dá pela
educação, e a semeadura dessa intenção pode ser inserida no cotidiano da escola, na sala de aula,
no recreio, na cantina e demais dependências por onde as crianças circulem. Para tanto, foram
elaboradas atividades educativas atraentes para as crianças com a utilização de musicalização,
jogos, brincadeiras, teatro, contos, entre outras. O projeto é composto por oficinas para os/as
estudantes e professores/as, as ações são planejadas e executadas envolvendo também outros/as
profissionais da educação, acadêmicos/as dos cursos de licenciatura e de enfermagem das
instituições parceiras e representações da sociedade civil organizada. Durante o processo de
execução das ações de extensão, a avaliação e o replanejamento são constantes, principalmente
pela diversidade do conhecimento dos/as cursistas atendidos/as, verificando-se ao longo do
percurso se os objetivos propostos foram alcançados e se o trabalho desenvolvido proporcionou
ao grupo a aquisição de conceitos e o desenvolvimento pessoal. Além disso, percebeu-se que a
indissociabilidade entre extensão, ensino e pesquisa é fundamental para a articulação entre a
teoria e a prática, possibilitando o intercâmbio de saberes entre academia e a sociedade. Utilizou-
se como ferramentas metodológicas dinâmicas e atividades lúdicas com enfoque nos eixos
orientadores: saúde, cidadania, sustentabilidade e cultura de paz, conforme as demandas,
necessidades e anseios da comunidade escolar. Como resultado pode-se observar um espaço de
convívio inspirado no respeito ao próximo, e na aceitação das diferenças, com o desenvolvimento
de uma educação em valores e o estímulo de ações que contribuam para a transformação da
sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e voltada para a preservação da natureza.

Palavras-chave: extensão universitária, cidadania, direitos humanos, educação inclusiva, cultura


de paz.

DC-040

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RELAÇÃO CURRÍCULO E CONHECIMENTO NA/PARA EDUCAÇÃO DO CAMPO: ANÁLISES EM
CONSTRUÇÃO

Clarice Simão Pereira; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; claricespereira@hotmail.com


Fabiany de Cássia Tavares Silva; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; fabiany@uol.com.br

Este trabalho expõe parte dos estudos, realizados no processo de escrita de tese, desenvolvida no
Programa de Pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisa Observatório de Cultura Escolar, que
envolve seleção e análise de dissertações e teses, produzidas entre 2007 a 2017. Tais produtos
acadêmicos são tomados como fontes e objetos no (re)conhecimento das posições
epistemológicas, assumidas na/pelas múltiplas relações e categorias apresentadas ao estudo do
currículo na/da Educação do Campo. Vale registrar que investigamos as análises construídas
acerca dos saberes prescritos para a escolarização do campesino, por meio de aproximações à
compreensão dos elementos e dos relacionamentos que envolvem o papel do Estado e que são
produzidos na relação com ele. Nesse contexto, sinalizamos para a centralidade do currículo
estabelecer as ligações existentes entre os âmbitos cultural, social, político, econômico e o
campo. Para tanto, as reflexões acerca da relação currículo e conhecimento devem problematizar
a maneira como vemos e projetamos as aprendizagens para o sujeito campesino, bem como as
interpretações do senso comum que a ela atribuímos, atuando para “saturar” nossa própria
consciência da diferença instituída. O senso comum encontra-se imbricado na noção de
hegemonia, uma vez que os discursos hegemônicos se configuram na medida em que estão
aliados à vida prática e com os alicerces que a sustentam. Depreendemos dessa noção, a tarefa
de apreender a estrutura do campo da educação do/no campo, dada pelas relações de força
entre os agentes (indivíduos e grupos) e as instituições que lutam pela hegemonia, isto é, o
monopólio da autoridade que outorga o poder de ditar as regras, de repartir o capital específico
deste campo. Capital definido por tempos e ritmos, luta pela terra e cultura, que acabam por
encontrar-se repartido, dispondo as relações internas do/no campo, formatando a sua estrutura
Nesta perspectiva, apresentamos os resultados dessa investigação em três tópicos: o primeiro
expondo breves informações sobre a Educação do Campo e alguns aspectos históricos; o
segundo, incorrendo em reflexões sobre o currículo e o conhecimento e; o terceiro, transitando
pelas informações trazidas pelas/nas teses e dissertações. Em conclusão, ainda, defendemos que
a relação currículo e conhecimento precisa distanciar-se da produção e preservação de divisões e
diferenças, que reforçam a ausência de uma orientação multicultural numa perspectiva
emancipatória.

Palavras-chave: currículo, conhecimento, educação do/no campo.

DC-041

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V COLBEDUCA

ENSINO DE CIÊNCIAS
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

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PERFIL DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL: POSSÍVEIS RELAÇOES COM O ESTILO
MOTIVACIONAL DE PROFESSORES

Ana Maria Bojarski, UDESC; ana_bojarski@hotmail.com


Sarah Helem Tschá; UDESC; sarah.helem.tsc@gmail.com
Ivani Teresinha Lawall; UDESC; ivani.lawall@udesc.br
Luiz Clement; UDESC; luiz.clement@udesc.br
Neste trabalho, retratamos alguns aspectos relativos a caracterização e análise das fases de
desenvolvimento profissional de professores da Educação Básica Esta investigação faz parte do
trabalho desenvolvido no âmbito dos projetos de pesquisa: I) "Formação, Inovação e Motivação
no Processo de Ensino Aprendizagem na Área de Ciências, Matemática e Tecnologias" e II)
"Cognição, Motivação e Práticas Educativas: Relações e Implicações no Processo de Ensino-
Aprendizagem de Ciências". Estudos sobre o desenvolvimento profissional de professores faz
parte da agenda de pesquisas da área de Formação de Professores e segundo Tardif (2002) o
desenvolvimento do saber profissional está associado tanto às suas fontes e lugares de aquisição
quanto aos seus momentos e fases de construção. Alguns autores (Huberman, 2000; Fuller &
Bown, 1975, Kagan, 1992) dividem o desenvolvimento profissional dos professores em fases, que
retratam as mudanças que ocorrem ao longo do tempo, em termos dos aspectos que determinam
o comportamento, o conhecimento, as imagens, as crenças ou as percepções dos professores
sobre o trabalho docente. Huberman (2000) utiliza como base para explicar o ciclo profissional
dos professores o tempo de serviço, dividindo-o em fases que identificam a evolução profissional
do docente. As principais fases de desenvolvimento descritas por Huberman são: FASE 1 – Entrada
na carreira (de 1 a 3 anos de profissão) - no início da carreira, o professor conhece a realidade
escolar, explora e vivencia opções provisórias. FASE 2 – Estabilização (de 4 a 6 anos de profissão) -
a fase de estabilização é uma etapa decisiva no desenvolvimento profissional do professor, pois
ele cria a sua identidade profissional. FASE 3 – Diversificação e Experimentação (de 7 a 25 anos de
profissão) - depois de ter consolidado sua “competência” pedagógica, os professores passam por
uma série de experiências pessoais, diversificando material didático, metodologias de ensino,
modos de avaliação, maneira de trabalhar com os alunos, a procura de mais autoridade,
responsabilidade e prestígio. FASE 4 – Serenidade e distanciamento afetivo (de 25 a 35 anos de
profissão) - essa fase também pode ser caracterizada pela procura por uma situação profissional
mais estável. FASE 5 – Preparação para a aposentadoria (de 35 a 40 anos de profissão) - ao final
da carreira, o professor se distancia das questões escolares, dedicando a maior parte do seu
tempo a projetos pessoais. O desenvolvimento de uma carreira é um processo e não uma série de
acontecimentos. As fases aqui apresentadas não são regras podendo, então, ocorrer ou não, e
mesmo ocorrendo, a sequência não será a mesma para todos (Huberman, 2000). Cientes do
aporte teórico-conceitual relativo às fases de desenvolvimento profissional de professores,
procuramos tomar dados junto a um número expressivo de profissionais que atuam na Educação
Básica, para podermos caracterizá-los sob esta dimensão teórica, bem como, buscar traçar
algumas relações entre a dimensão profissional com o perfil motivacional de professores. Para
isso, foram coletados dados mediante uso de questionário online, encaminhado via e-mail a
professores em serviço na rede municipal, estadual e federal, em cidades de Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. O Questionário foi distribuído no início do primeiro semestre de 2019 e até o
momento tivemos retorno de 166 questionários, respondidos por professores da Educação Básica.
Apoio do CNPQ, FAPESC e UDESC.

Palavras-chave: desenvolvimento profissional, formação de professores, estilo motivacional.

EC-001

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: O DESAFIO DO PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE ENSINO

Moisés da Silva Lara; UDESC; moisesslara@gmail.com


Nicole Glock Maceno; UDESC; nicolemaceno@gmail.com

Considerando que um dos maiores desafios na formação de professores é proporcionar a eles


experiências que rompam com os métodos de ensino centrados apenas no professor, os quais não
contribuem para o engajamento dos estudantes (CURY, 1998; SILVA; EICHLER; DEL PINO, 2003),
neste trabalho nos analisamos o planejamento de aulas realizado por licenciandos do Curso de
Química, durante o Estágio Curricular Supervisionado, cuja proposta era elaborar uma Sequência
Didática a partir de um tema de contextualização que permitisse abordar conteúdos específicos
de química e, ao mesmo tempo, problematizar as suas implicações ambientais, sociais,
econômicas e outras. Conforme defendem Reid e Hodson (1993), uma cultura científica básica
deve contemplar o conhecimento de fatos, conceitos e teorias da Ciência, mas também, de sua
aplicação, o que inclui o domínio de saberes e técnicas referentes à utilização de instrumentos e à
resolução de problemas de diferentes naturezas. Nesse sentido, os Parâmetros Curriculares
Nacionais do Ensino Médio (BRASIL, 2000) e as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio (BRASIL, 2006), defendem a contextualização e a interdisciplinaridade como eixos centrais
na organização do ensino, enfatizando a necessidade de que o aprendizado de ciências contribua
para o desenvolvimento de uma cultura ampla. Contrariamente, os métodos de ensino ditos
tradicionais, colocam o estudante numa posição de passividade, na qual se estimula a
memorização de informações, muitas vezes sem conexão com a sua realidade. Segundo Santos
(2007), esses métodos levam à limitação na capacidade dos estudantes de empregarem o
conhecimento científico em situações reais e de refletirem sobre o impacto da ciência e da
tecnologia na sociedade. No entanto, apesar da importância para o Ensino de Ciências, entre os
docentes ainda há uma compreensão bastante limitada sobre a contextualização, e poucos
conseguem empregar uma metodologia que a contemple em suas aulas. Como destaca Santos
(2007), muitos professores entendem a contextualização apenas como um método para aumentar
a motivação e favorecer a aprendizagem e, assim, limitam-se em descrever fenômenos do
cotidiano numa “linguagem científica”, sem problematizar diferentes instâncias do conhecimento.
Portanto, neste trabalho nos analisamos as propostas de Sequências Didáticas de 10 licenciandos
que, em sua primeira versão, foi possível identificar as seguintes dificuldades: preocupação
apenas com o rigor científico dos conteúdos específicos e pouca atenção aos temas explorados,
muitas vezes perpetuando o senso comum; enfoque estritamente descritivo do tema de
contextualização, sem problematização, usando-o apenas como pretexto para abordar os
conteúdos específicos; redução da contextualização ao uso de exemplos pontuais; dificuldade de
articulação dos conteúdos específicos com o tema de contextualização; exercícios e atividades
avaliativas descontextualizados. As constatações acima sugerem que, embora os licenciados
tenham suficiente domínio dos conteúdos de química, ainda é necessário ampliar as
oportunidades de inserção deles no planejamento e execução de projetos que atendam às
propostas de ensino contextualizadas e interdisciplinares.

Palavras-chave: formação de professores, iniciação à docência, estágio curricular supervisionado,


ensino por projetos, contextualização.

EC-002

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CLUBE DA BIOLOGIA: UMA ABORDAGEM PRÁTICA E DINÂMICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS

Giovana Hanae Pereira Assanuma Loechel; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
giovanahanae2@gmail.com
Luise Quintanilha Severa dos Santos; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
luiseqss2@gmail.com

Ainda hoje, a educação apresenta inúmeras características de um ensino tradicional, onde


somente o professor tem conhecimento enquanto os saberes dos alunos não são considerados.
Assim, com o passar do tempo muitos alunos foram perdendo periodicamente o interesse pelas
aulas, pois além do fato de seus conhecimentos serem pouco valorizados, também há baixa
utilização de diferentes recursos e metodologias para a implementação das práticas didáticas.
Neste sentido, vivências mais dinâmicas, lúdicas, capazes de despertar a curiosidade e instigar o
espírito crítico, apresentam-se como uma necessidade nas atividades de ensino. O Clube da
Biologia surgiu como um projeto destinado à refinar o ensino de Ciências, com ênfase na Biologia,
dentro da comunidade acadêmica do IFPR (campus Paranaguá), onde os alunos dos Cursos
Técnicos ofertados pelo Instituto são convidados e direcionados para participarem de atividades
preparadas pelos estudantes voluntários do 3º Ano do Curso Técnico Integrado em Meio
Ambiente, denominados “alunos facilitadores”. Neste projeto, temas específicos da disciplina de
Biologia foram abordados mediante a demanda gerada à partir da observação destes em sala de
aula, sendo que os conteúdos selecionados priorizavam aqueles fundamentais para a área
temática. Os alunos alvo do grupo de estudo foram selecionados por indicação do corpo docente
e/ou por livre escolha discente, formando grupos de números variados de acordo com o tema
trabalhado. Os “alunos facilitadores” atuaram de forma a mobilizar suas habilidades e
desenvolver seu potencial criativo, comunicativo e proativo, fortalecendo a realização do trabalho
em equipe, o uso da ludicidade, interdisciplinaridade, capacidade de sintetizar e transmitir o
conhecimento adquirido. Sobre as atividades do projeto, um cronograma foi previamente
definido pelos alunos voluntários contendo temas específicos da área biológica, para serem,
mensalmente, trabalhados. Três meses temáticos foram selecionados e serão neste trabalho
apresentados, contendo as seguintes atividades: 1) Do átomo à célula; 2) Construção de um
Microscópio Caseiro e 3) Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Todas essas atividades foram
organizadas de forma a contribuir na aprendizagem dos discentes envolvidos. Concluiu-se que por
meio da adoção de recursos didáticos, o Clube de Biologia mostrou-se capaz de eliminar as
inseguranças presentes na sala de aula de maneira prática e lúdica, devolvendo o interesse entre
aluno/conhecimento e favorecendo o vínculo educativo entre os educadores e os discentes.

Palavras-chave: clube da biologia, ensino-aprendizagem, ensino de biologia, recursos didáticos.

EC-003

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 76


REPRESENTATIVIDADE IMPORTA: O ENSINO DE FÍSICA E O PROTAGONISMO DE CIENTISTAS
NEGRAS

Bruna Tabatha Cussô Caetano; UDESC; bruna.cusso@hotmail.com


Carlos Raphael Rocha; UDESC; carlos.rocha@udesc.br

Escolher a ciência como carreira profissional no Brasil sempre foi para poucos indivíduos, mas,
dentre aqueles que escolhem trilhar esse caminho, é possível reconhecer um perfil generalizado
de homens brancos e de capital aquisitivo elevado. Além disso, homens brancos, europeus e
aristocratas foram os que contaram e escreveram a história da ciência tal como é ensinada
atualmente nas escolas, na academia e tida como aceita por quase toda a comunidade científica.
Essa construção do conhecimento científico excluiu e silenciou mulheres, classe trabalhadora,
conhecimentos orientais, africanos e indígenas de maneira a tornar a participação deles
inacessível e questionável. Desde a Guerra Fria, a pesquisa em Ensino de Ciências pensa maneiras
de chamar os estudantes para a ciência, porém, ao não se preocupar com temas transversais
como gênero, raça e classe, ocorre uma conivência (implícita ou não) com a exclusão de minorias
por não articular formas de atrair esses indivíduos para as ciências e para integrá-los no meio
científico. A falta de representatividade, de protagonismo de personagens de identificação e de
saberes significativos à identidade desses também auxilia a causar essa exclusão. O apagamento
de indivíduos negros se torna preocupante quando se percebe que, mesmo a população negra
compondo mais de 54,6% da população brasileira, apenas 10,4% das mulheres negras entre 25 a
44 anos concluem o ensino superior, segundo dados do IBGE, em 2018, e, destas, menos de 3%
são doutoras professoras em programa de pós-graduação, segundo informações do Inep.
Entender esses dados e estudar os fatores que o tornam tão baixos é responsabilidade do Ensino
de Ciências. A Lei 10.369/03 não isenta disciplinas como a Física dessa pauta. Para tanto, como
apontado pelas pesquisadoras Barbara Pinheiro e Katemari Rosa, faz-se necessária a apropriação
de conhecimentos que: norteiam a democratização do ensino; entendem as influências racistas
na construção da ciência; trazem o protagonismo de indivíduos negros; levam em consideração a
vida, o genocídio da juventude negra e sua relação com a escolaridade; trazem empoderamento e
identidade para esses estudantes; e fazem a interseccionalidade entre raça e gênero na ciência.
Pensando nisso, estudamos estes tópicos para refletir a ausência das mulheres negras na Ciência,
com ênfase na Física, e tomar medidas para atrair alunas negras do Ensino Médio para as
Ciências, ou pelo menos aproximá-la de suas realidades, apropriá-las desses conhecimentos e
mostrar que a ciência também é uma opção viável para elas. Ações como minicursos, filmes,
palestras, oficinas e projetos temáticos irão compor as atividades articuladas para atingir este
propósito, além de promover na universidade o debate racial, visto que é um fator de exclusão de
alunos/as negros/as nos cursos de exatas e que promove a evasão. Afinal de contas, se
desejamos estudantes de Ensino Médio em cursos de exatas, a universidade deve estar
empenhada em combater o racismo estrutural e institucional em suas múltiplas manifestações de
maneira a tornar suas chegadas agradáveis e o mais favorável possível. Não basta apenas não ser
racista, é necessário ter um ensino de ciências, uma universidade e uma comunidade científica
antirracista.

Palavras-chave: ensino de ciências, ensino de física, negritude, representatividade,


descolonização.

EC-004

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 77


MINHA PESQUISA É ESSA: DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA ATRAVÉS DE MÍDIAS SOCIAIS DE UM
PROGRAMA DE EXTENSÃO

Camila Orsi; UDESC; camila.orsi@edu.udesc.br


Brenno Ralf Maciel Oliveira; UDESC; brenno.oliveira@udesc.br
Catarinie Diniz Pereira; UDESC; catarinie.pereira@udesc.br
Karine Priscila Naidek; UDESC; karine.neidek@udesc.br

O termo “fazer ciência”, no Brasil, está diretamente atrelado às Universidades Públicas, isso
porque mais de 95% da produção científica desenvolvida no país vem dessas instituições. Em uma
pesquisa realizada, a pedido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pela Clarivate Analytics o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking, com mais de 190 países,
de produção científica global, acima de países como Holanda, Rússia e Suíça. Em março desse ano,
o Governo Federal anunciou dentre tantos outros, um corte orçamentário ao Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Esse corte reduz, em 42%, o orçamento
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para o pagamento de
bolsas para alunos de ensino médio, iniciação científica, mestrados e doutorados. Embora a
medida se mostre negativa à ciência nacional, uma parcela da sociedade se posicionou contra às
universidades. Com isso, nota-se que apesar das instituições terem reconhecimento mundial, as
comunidades em que estão inseridas não possuem o conhecimento do que se produz e a
importância de uma universidade pública para o crescimento do país. Percebe-se então, uma
necessidade da divulgação cientifica no Brasil, divulgação essa que pode ocorrer de diferentes
maneiras3, porém é preciso que atinja a sociedade de maneira positiva, afim de que a sociedade
entenda e seja capaz de reproduzir essa fala. Dessa maneira, as redes sociais, podem se configurar
como um meio de divulgação científica, devido a facilidade de acesso da sociedade no geral.
Sabendo disso, o Programa de Extensão Cientifi-CIDADE: Popularizando a Ciência e a
Universidade, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), criou uma série de vídeos,
denominada “Minha Pesquisa é Essa”. Visando a divulgação cientifica a partir da fala de pós-
graduandos, do Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) e Programa de Pós-Graduação
em Ensino de Ciências, Matemáticas e Tecnologias (PPGECMT), ao compartilharem suas pesquisas
científicas com a população, através das mídias sociais do projeto. Para isso, no início os
entrevistados informam o curso de graduação e a qual programa de pós graduação ele fez parte,
em seguida em até 2 minutos é explicada a sua pesquisa, logo depois são destacadas todas as
contribuições que o pós-graduando julga que essa pesquisa trouxe e ou/ trará para a sociedade e
por fim, é solicitado que explique novamente, porém para alunos de ensino médio. Esse exercício,
além de mostrar que muitas vezes, os indivíduos da comunidade científica não se atentam para
que a linguagem empregada atinja o mais amplo público, faz com que os entrevistados trabalhem
a conversão da linguagem cientifica em linguagem comum, tornando-a mais acessível à
população4. Com os vídeos, o programa espera diminuir o número de pessoas sem acesso à
informação, afim de aumentar o apoio as instituições públicas de ensino.

Palavras-chave: divulgação científica, química, ensino de ciências e matemática, produção


científica, universidades públicas.

EC-005

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UM PANORAMA DAS PESQUISAS SOBRE PRÁTICAS EPISTÊMICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS
BRASILEIRO

Alexandre Mannes; Universidade do Estado de Santa Catarina; alexandremannes@gmail.com


Alex Bellucco; Universidade do Estado de Santa Catarina; alex.carmo@udesc.br

Este trabalho, de revisão de literatura, busca localizar em periódicos brasileiros trabalhos que
abordam o tema de práticas epistêmicas, com o objetivo de analisar quais as principais linhas de
estudo que seguem essa área. Práticas epistêmicas são padrões de ações realizadas por membros
de uma comunidade enquanto compartilham objetivos, valores e significados e podem ocorrer
nas instâncias sociais de produção, comunicação e avaliação do conhecimento. Para a realização
da revisão bibliográfica optou-se por selecionar artigos nos principais periódicos brasileiros, pois
consistem em um dos principais meios de divulgação científica do país e são facilmente acessíveis
pelo público em geral, devido à maioria estar disponível via internet gratuitamente. Os periódicos
analisados foram selecionados utilizando a classificação Qualis da Capes, onde optou-se por
periódicos de ensino de ciências com classificações A1, A2, B1 e B2. A seleção de artigos se deu
manualmente, observando todos os títulos de cada periódico e lendo os potenciais artigos sobre o
tema, para então descartar ou incluir na pesquisa. A revisão limitou-se às publicações nos últimos
cinco anos, buscando uma perspectiva mais atual sobre a pesquisa no tema. Após a seleção dos
artigos, realizou-se uma análise de seus conteúdos, buscando classificá-los conforme seus
enfoques e verificando diferentes abordagens sobre práticas epistêmicas. Com base na revisão
que decorreu até o presente momento, os artigos que trabalham com práticas epistêmicas
utilizam os conceitos de KELLY e DUSCHL (2002) para auxiliar na explicação do tema. Até este
momento foram analisados dez periódicos de classificação Qualis A1, onde foram encontrados
seis trabalhos que abordaram o tema de práticas epistêmicas. A maior parte dos artigos
analisados buscam criar uma ferramenta analítica, ou utilizar/adaptar uma já existente, como
forma de categorizar as práticas epistêmicas que ocorrem no ensino de ciências, buscando
exemplificar de quais formas a produção, a comunicação e a avaliação do conhecimento
aparecem durante as aulas de ciências. Com a análise dos artigos é perceptível a aparição de
alguns temas que, com frequência acompanham práticas epistêmicas, como ensino por
investigação, argumentação, interações discursivas e movimentos epistêmicos. Como as práticas
epistêmicas são práticas sociais, era esperado que surgissem temas que incentivam ou emergem
de tais situações. Com apoio da FAPESC.

Palavras-chave: práticas epistêmicas, ensino de ciências, revisão bibliográfica.

EC-006

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 79


COMO ABORDAR AS CONTRIBUIÇÕES FEMININAS PARA A FÍSICA MODERNA NO ENSINO
MÉDIO?

Caroline Meurer de Liz; UDESC; carolinemeurerdeliz11@gmail.com


Dara Beatriz dos Santos Souza; UDESC; dara.sjb9@hotmail.com
Carlos Raphael Rocha; UDESC; carlos.rocha@udesc.br

As mulheres sempre contribuíram fortemente para o desenvolvimento científico ao longo de toda


história. Nota-se, no entanto, através dos estudos envolvendo gênero e ciência, que muitas foram
as dificuldades enfrentadas por grandes mentes femininas do meio científico para serem
reconhecidas e para terem seus trabalhos incentivados, como Maria Goeppert-Mayer e Sau Lan
Wu. Encontram-se registros acerca da participação das mulheres no desenvolvimento científico
desde a Grécia Antiga, por exemplo, onde se permitia a participação das mulheres no estudo da
filosofia. Com o surgimento das primeiras universidades, em meados do século XI, observou-se,
infelizmente, a exclusão da maioria das mulheres da educação superior. Através de todo o curso
da história das ciências, as mulheres têm sido subestimadas, principalmente pela estrutura
patriarcal da sociedade e do meio científico em si e, diante disso, temos como principal objetivo
incentivar e criar projetos curriculares voltados para a educação científica produzida por
mulheres. As mudanças em propostas curriculares devem incorporar os trabalhos desenvolvidos
por mulheres na ciência, em especial, no nosso caso, a Física Moderna, e também que esses
trabalhos possam servir promover o reconhecimento da ciência como um espaço pertencente às
alunas envolvidas. Partindo de artigos de estudos de gênero em ciências, como o de D. A. Agrello
e R. Garg, publicado em 2009, e de projetos aplicados anteriormente, como o Projeto Lily,
apresentado no trabalho de Astrid T. Sinnes e Marianne Løken de 2012, conseguimos evidenciar
dificuldades das mulheres em se inserir no ramo científico e como desde cedo são negligenciadas
e têm seus trabalhos descartados ou subestimados. Com todas essas dificuldades enfrentadas
pelas cientistas, nosso projeto visa aumentar a divulgação dos trabalhos de cientistas mulheres,
inserido no contexto da física moderna, pensado na aplicação de uma sequência didática para
alunas de terceira série do ensino médio. Nomes como o de Lise Meitner, com seus estudos sobre
fissão nuclear, de Cecilia Payne-Gaposckin, com suas contribuições para a espectroscopia, de
Chien-Shiung Wu que, além de contribuir para a física nuclear, refutou a lei de conservação de
paridade do decaimento radioativo, entre outras cientistas, são apenas algumas a serem
abordadas. Essas são só algumas das realizações feitas por mulheres ao decorrer da história, neste
ramo, visto que o trabalho de revisão para busca de personalidades ligadas à nossa temática ainda
está em andamento. Visamos aumentar a visibilidade dessas cientistas e, também, fazer com que
a comunidade escolar em geral se sensibilize e se orgulhe com esses feitos e que possam ser
inseridos no ensino de física. Esperamos, com esse trabalho, instigar as alunas, desenvolver o
interesse e a curiosidade delas para a ciência através de intervenções em sala de aula e projetos
de extensão, trazendo-as efetivamente para o meio científico.

Palavras-chave: ensino de ciência, ensino de física, mulheres na ciência.

EC-007

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A MÚSICA COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE QUÍMICA ATRAVÉS DE
PLATAFORMAS DIGITAIS

Iohana Souza Santarelli; UDESC; iohana_santarelli@hotmail.com


Brenno Ralf Maciel Oliveira; UDESC; brenno.oliveira@udesc.br
Catarinie Diniz Pereira; UDESC; catarinie.pereira@udesc.br
Karine Priscila Naidek; UDESC; karine.naidek@udesc.br

A música é um recurso didático de fácil acesso que pode ser utilizado para o ensino de Ciências e
pode ser favorável para a construção do conhecimento de conceitos químicos, auxiliando o
professor a diversificar as suas aulas, além de estar muito presente no cotidiano dos jovens e
adultos. “A música e a letra podem ser uma importante alternativa para estreitar o diálogo entre
alunos, professores e conhecimento científico, uma vez que abordam temáticas com grande
potencial de problematização e está presente na vida do aluno” (SILVEIRA e KIOURANIS, 2008, p.
29). Muitos autores descrevem a música como sendo auxiliadora da memorização e percepção ao
estudar o conteúdo, além de motivar o processo de ensino-aprendizagem, Mortimer (2002)
destaca que ao considerar a realidade de muitos alunos, é necessário que haja uma mudança na
maneira de conduzir o trabalho pedagógico. Também é destacado por Silveira e Kiouranis (2008)
que “o conhecimento químico pode ser construído pelas crianças e pelos jovens de tal forma que
eles compreendam questões relevantes e outras tangíveis ao dia-a-dia, assim como possa
contribuir para modificar a imagem sobre a química”. Então, percebe-se a importância para o
ensino de Ciências da utilização da música como recurso didático, uma vez que há um
engajamento maior vindo dos alunos quando são estimulados com aulas diferentes das que estão
habituados. A visão de muitos alunos do Ensino Médio em relação ao ensino de Química é muitas
vezes distorcida e os que não apreciam muito essa ciência não conseguem relacioná-la com outras
áreas do conhecimento (VICINGUERA e CUNHA, 2012, p.6). Então, com o uso de recursos
didáticos para complementar o ensino de Ciências, o professor consegue trazer outra forma de
lecionar e agir em sala de aula, tornando o ensino de química mais efetivo e atraente para os
estudantes. A partir desta pesquisa sobre a música e recursos didáticos, o projeto de extensão
Cientifi-CIDADE deu início a série de vídeos “Música com Química”, trazendo algumas paródias
envolvendo conteúdos químicos, as letras são produzidas pelo projeto, e são gravadas por
estudantes de toda a universidade (UDESC). Um dos objetivos da série é permitir que os
professores de ensino médio utilizem os vídeos como material didático, alcançar os estudantes
através das redes sociais e popularizar a ciência, visando melhorar e diversificar o ensino de
química para que se torne mais interessante de acordo com os estudantes. Os vídeos são
publicados em plataformas digitais como o Youtube e Facebook e pode-se observar um grande
engajamento nos acessos, onde o vídeo mais acessado da série contém 3206 pessoas alcançadas e
180 envolvimentos no Facebook (dados de 03/09/2019), sendo um dos vídeos de maior alcance
na plataforma, destacando-se das demais séries produzidas pelo Cientifi-CIDADE.

Palavras-chave: ensino, química, música.

EC-008

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AVALIANDO A AUTONOMIA E O ENGAJAMENTO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO EM AULAS DE
BIOLOGIA POR MEIO DE UMA SEQUÊNCIA DE ENSINO INVESTIGATIVA.

Driele Valiati; UDESC; drielevaliati@hotmail.com


Alex Bellucco; UDESC; alex.carmo@udesc.br

O presente trabalho é motivado por nossa experiência com Ensino de Biologia nas escolas
públicas, no qual, percebemos um desinteresse dos estudantes pelas atividades desenvolvidas em
sala de aula, principalmente nas séries finais do Ensino Médio. Buscando uma solução para essa
situação recorremos ao Ensino por Investigação (CARVALHO,2013; SCARPA e SILVA, 2013; SCARPA
e CARDOSO, 2018; CLEMENT, 2013; AZEVEDO, 2004; TEIXEIRA e NETO, 2017), no qual o estudante
é envolvido em um problema científico, desempenhando um papel ativo no processo de
construção do conhecimento. Dessa forma, visando uma melhoria de postura tanto do professor
quanto de seus alunos em relação ao ensino e a aprendizagem de Biologia, elaboramos uma
Sequência de Ensino Investigativa, inspirados pelos preceitos teóricos apresentados por Carvalho
(2013), elaborada com o propósito de discutir conceitos de ecologia e com foco na temática das
enchentes, que ocorrem na cidade de Rio do Sul/SC. As etapas que possibilitam essa construção
são descritas segundo (CARVALHO, 2013) como a de propor um problema que esteja relacionada
aos conteúdos curriculares e também com a realidade dos alunos. Outra etapa importante é a
resolução do problema, realizada em pequenos grupos para complementar a aprendizagem. Com
as hipóteses já estabelecidas, os grupos são desfeitos e os alunos discutem suas descobertas. Por
fim, na última etapa escrevem ou desenham individualmente sobre os conceitos científicos
contemplados com a atividade. A escolha deste tema justifica-se pelos pressupostos
desenvolvidos no trabalho de Carvalho (2013), que fomentam a importância de abordar conceitos
associados com o cotidiano do aluno, possibilitando assim, um interesse maior em desenvolver as
atividades investigativas. Tendo em vista, que esta temática pode ser abordada dentro do
conteúdo curricular da 3ª série do Ensino Médio, destinado ao estudo da Ecologia. Para verificar a
efetividade desse trabalho, utilizamos dois conceitos como ferramenta de análise: a autonomia
dos alunos na tomada de decisão e o engajamento (JULIO; VAZ; FAGUNDES, 2011; TRIVELATO;
TORINANDEL, 2015; MORAES; TAZIRI, 2019). A metodologia de pesquisa abordade é descrita como
de Natureza Interventiva com foco na pesquisa de aplicação que visa elaborar, aplicar e analisar
dados de modo que não altere significativamente a realidade do pesquisado ou objeto de
pesquisa, mas que permita gerar conhecimento (TEIXEIRA; NETO, 2017). Para a coleta de dados
será utilizado entrevistas, vídeo gravações e materiais produzidos pelos alunos. Com apoio
FAPESC.

Palavras-chave: ensino por investigação, sequência de ensino investigativa, autonomia,


engajamento, ecologia.

EC-009

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 82


PROJETOS DE EXTENSÃO DO IFC – CAMPUS ARAQUARI:
ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS

Katia Hardt Siewert; IFC – Campus Araquari; katia.siewert@ifc.edu.br.


Grasiela Voss; IFC – Campus Araquari; grasiela.voss@ifc.edu.br.

O Instituto Federal Catarinense (IFC) conceitua, em um dos seus documentos norteadores, que a
extensão é um processo educativo, cultural, social, científico e tecnológico que promove a
interação entre as instituições, os segmentos sociais e o mundo do trabalho, com ênfase na
produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos, visando o desenvolvimento
socioeconômico sustentável local e regional (PDI, 2014). Nessa visão interativa, de difusão de
conhecimentos e promoção de transformações nas comunidades interna e externa, dois projetos
de extensão vinham sendo desenvolvidos, cada com suas especificidades. Fazendo ou não uso de
fomentos disponibilizados em editais, os projetos Viagem pelo Céu e Apoio, Organização e
Formação de Docentes e Estudantes paras as Feiras de Matemática tinham atividades e público-
alvo distintos. Em 2019, as professoras proponentes verificaram a possibilidade de trabalhar em
conjunto. Uma das atividades propostas no projeto de apoio às Feiras, utilizou a astronomia, tema
do primeiro projeto descrito, como conteúdo chave para a alfabetização científica na educação
infantil e séries iniciais. Vale ressaltar que assuntos relacionados com o céu estão presentes no
cotidiano das crianças e que sol, lua, estrelas, buracos negros, planetas etc. sempre despertam
interesse. No entanto, uma das autoras constatou que o assunto era tratado equivocadamente
com as crianças, ou utilizava-se de assuntos místicos para sua explanação. Como os professores
das séries iniciais são graduados em pedagogia, nem sempre dominam conceitos fundamentais de
astronomia e acabam por descartá-los (LANGUI, NARDI, 2009). Para aliar um assunto interessante
para a educação infantil e séries iniciais, as professoras de matemática e física do IFC - Campus
Araquari - investiram na formação desses sujeitos. O intuito foi divulgar as Feiras de Matemática
e, com as atividades focadas na astronomia, preparar pelo menos dois estudantes a apresentar
numa Feira, que tem como principal objetivo socializar práticas pedagógicas. As atividades foram
executadas nos CEI Vovó Brandina, de Araquari-SC e no CRAS Jardim Paraíso, de Joinville-SC. Essas
instituições foram receptivas com a proposta e, as crianças mostravam-se interessadas,
empolgadas e ansiosas com o momento da viagem pelo céu. O trabalho teve como princípio a
ludicidade, visualizando as nebulosas e descobrindo a origem do sistema solar, ou verificando
nesse universo a cor de cada planeta, que se dá em razão de diferentes composições químicas. O
projeto obteve êxito em quase todas as etapas, observando-se o prazer em aprender e um
sentimento de “pertencimento” à Terra e ao universo por parte das crianças, favorecendo o
desenvolvimento de hábitos e atitudes diferenciadas em relação ao mundo. Empecilhos
ocorreram e a proposta de levar crianças para uma Feira de matemática não foi concretizada, seja
pela inexperiência das proponentes nessa ação e/ou pelo não conhecimento das famílias da
importância desse processo.

Palavras-chave: astronomia, feiras de matemática, artes, lúdico, evento científico.

EC-010

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CONSTRUÇÃO DE UM DESSALINIZADOR SOLAR: UMA ATIVIDADE PARA O ENSINO DE
CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS

Filipe Antunes da Silva; UDESC; filipeatn@gmail.com.


Luiz Clement; UDESC; luiz.clement@udesc.br.

Um dos problemas bastante recorrente na prática docente é a desproporcionalidade no ensino de


conteúdos conceituais, estes em maior presença, em relação ao ensino de conteúdos
procedimentais e atitudinais. Embora considerados de suma importância no processo educativo,
os conteúdos conceituais não apresentam todos os elementos necessários para a formação do
aluno. Além de pensar, explicar e analisar certos conceitos, os alunos também precisam aprender
a fazer, manejar, usar, construir, experimentar e elaborar. Em outras palavras, é necessário que os
alunos aprendam procedimentos para que se sintam participantes e ativos no processo de ensino
e aprendizagem. Diante disso, este trabalho tem por objetivo identificar a presença de conteúdos
procedimentais numa sequência de ensino envolvendo a construção de uma dessalinizador solar.
Por meio de uma pesquisa qualitativa, este trabalho constitui-se na análise de uma sequência de
ensino, aplicada numa escola pública estadual no município de São Francisco do Sul - SC, com três
turmas da segunda série do Ensino Médio, na disciplina de Química, totalizando sete aulas. Os
resultados são analisados e discutidos de acordo com a identificação de conteúdos
procedimentais trabalhados durante o desenvolvimento da sequência de ensino proposta. Para
isso, é utilizado a classificação dos procedimentos proposto por Pozo e Postigo (1994), as quais
são: 1) aquisição da informação; 2) interpretação da informação; 3) análise da informação e
realização de inferências; 4) compreensão e organização conceitual da informação e 5)
comunicação da informação. A sequência de ensino foi dividida em duas etapas, na etapa inicial,
compreendida por duas aulas, após uma problematização inicial, os alunos precisaram buscar e
selecionar informações a respeito da construção de um dessalinizador, posteriormente traduzir
estas informações, ou seja, adequá-las a realidade do problema, para num momento de
socialização das ideais, expressar tanto escrita quanto oralmente as ideias propostas. Na etapa
final, compreendia nas cinco últimas aulas, seguindo a sequência de problematização, discussão,
sistematização do conhecimento, aplicação do conhecimento e por último comunicação dos
resultados, os alunos tiveram que além de buscar e selecionar informações, também tiveram que
construir uma maquete de uma dessalinizador solar, para isso precisaram primeiramente
compreender as técnicas e organizar os conhecimentos obtidos, depois aplicar este conhecimento
e enfim comunicar os resultados alcançados na forma de um seminário. Em síntese, pode-se
afirmar que os resultados da análise mostram que a sequência de ensino aplicada proporcionou a
realização de diversos conteúdos procedimentais, os quais foram enquadradas em todas as
classificações propostas por Pozo e Postigo (1994). Diante da análise dos resultados pode-se
concluir que a construção deste dessalinizador solar, mesma que na forma de uma maquete,
apresentou-se como uma rica ferramenta de ensino para a exploração de conteúdos
procedimentais, além de possibilitar o ensino de diversos conteúdos conceituais e poder abranger
diversas áreas do conhecimento.

Palavras-chave: ensino de ciências, sequência de ensino, dessalinizador solar.

EC-011

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ASPECTOS GERAIS DAS RECENTES PUBLICAÇÕES ACERCA DO USO DA TEORIA DOS CAMPOS
CONCEITUAIS DE GÉRARD VERGNAUD

Felype Heusy; UDESC; felype.heusy@gmail.com.


Carlos Raphael Rocha; UDESC; carlos.rocha@udesc.br

Apoiado nas notáveis contribuições que a fundamentação da Teoria dos Campos Conceituais (TCC)
de Gérard Vergnaud trouxe para publicações de trabalhos na área de Ensino de Ciências,
constatou-se a necessidade da elaboração de uma revisão literária para entender ou se aproximar
do estado da obra do autor. Destarte, toma-se como pressuposto que conhecimento e ciência são
construções coletivas e que, para haver problematizações relevantes, os pesquisadores devem se
interessar com a situação desse estado, independente do tema, algo certamente facilitado com o
encontro de revisões atualizadas. Esta revisão, então, apresenta artigos publicados no período de
2007 a 2018 e encontrados com a utilização de termos como “Vergnaud”, “Campos Conceituais” e
“Invariantes Operatórios” nos mecanismos de busca das revistas. A seleção das revistas foi de
acordo com seus respectivos parâmetros de impacto contidos na plataforma Sucupira da CAPES e
o grau de relevância no âmbito acadêmico. Foram contabilizadas quinze revistas com materiais e,
devido à grande quantidade de trabalhos, fez-se necessário dividi-los em categorias. Inicialmente
duas seções foram criadas: uma que utiliza a TCC como base para pesquisa em ensino e outra que
a encara apenas como uma teoria complementar, ou seja, cita a TCC apenas em alguns aspectos a
fim de agregar a outras teorias, sem preocupação com uma metodologia de análise aprofundada
ou com o desenvolvimento de sequências didáticas. A primeira seção ainda apresentou grandes
discrepâncias nos métodos de abordagem da TCC e, por isso, fez-se necessária a fragmentação em
três subseções: sequências didáticas fundamentadas na TCC (utilizam-na como base para o
desenvolvimento e análise de uma sequência didática, contribuindo para a construção de
situações-problemas com verdadeiros significados a serem utilizados na aplicação da sequência,
bem como a análise de invariantes operatórios explicitados pelos alunos); artigos que aliam a TCC
a outros referenciais teóricos para análise de situações-problema bem como, de possíveis
invariantes operatórios; artigos que utilizam a TCC como referencial teórico, mas sem apresentar
uma sequência didática aplicada ou analisada. Após estes recortes, verificou-se que alguns
trabalhos analisados ainda buscavam algum tipo de análise da eficiência da usabilidade da TCC,
especialmente os situados mais próximo do início do período analisado. Em outros já se
considerou o referencial com credibilidade adequada e partiu-se para a elaboração, a proposição
e a análise de sequências didáticas, mesmo que aliadas a outros referenciais, como o de Ausubel,
por exemplo. Nos trabalhos encontrados, não se encontrou críticas negativas a respeito do uso da
TCC. Aconselha-se, entretanto, que, para um bom entendimento do processo de aplicação da TCC,
os pesquisadores baseiem-se nos artigos que compõem a primeira e a segunda parte do primeiro
grande grupo. Caso queira-se ampliar as reflexões acerca de alguns aspectos mais específicos, os
trabalhos que compõem a terceira parte do primeiro grupo podem ser relevantes. Os artigos do
segundo grupo pouco têm a acrescentar sobre um entendimento da TCC. Salienta-se, no entanto,
que não é o objetivo e nem de competência invalidar nenhum trabalho, apenas nortear pesquisas
que venham a utilizar a TCC como referencial teórico.

Palavras-chave: Vergnaud, teoria dos campos conceituais, revisão literária.

EC-012

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 85


A IMPORTÂNCIA DA CONSTRUÇÃO DE PERGUNTAS NA ETAPA ZERO DA ILHA DE
RACIONALIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL

Karlinne Lisandra Devegili; UDESC; karlinnedevegili@gmail.com.br


Ivani Teresinha Lawall; UDESC; ivani.lawall@udesc.br

O projeto de formação continuada, proposta pela UDESC com parceria com a Secretaria da
Educação do Munícipio de Joinville no ano de 2016, com professores de Ciências, Geografia e
História teve como foco discutir propostas interdisciplinares em sala de aula. A proposta do
projeto que além de favorecer a mudança didática sobre a perspectiva do que se entende por
pesquisa escolar, apresenta a Alfabetização Científica e Tecnológica em seus objetivos gerais
(humanistas, sociais, econômicos e políticos), pedagógicos (comunicação, autonomia, e um certo
manejo do meio) e a identidade da metodologia de Ilha de Racionalidade. A metodologia
apresentada aos professores, contou com as etapas sugeridas por Fourez para a Ilha de
Racionalidade bem como uma etapa extra, indicada por pesquisadores no Ensino de Ciências da
UFSC, como etapa zero. Etapa esta com viés didático, no qual o professor delineia uma situação-
problema, que será ponto de partida para a construção da atividade. E é dentro desta situação-
problema elaborada, que este trabalho tem por objetivo identificar se as perguntas criadas pelos
professores, apresentam potencial para que uma atividade que favoreça a Alfabetização Científica
e Tecnológica (ACT). O curso de formação continuada contou com a participação de dezessete
escolas, na qual somente oito propuseram a situação-problema, dentre elas, quatro com
formação de perguntas e as outras a partir de temas. O delineamento da análise aqui apresentada
se deu sobre a criação da situação-problema, entendida como responsabilidade do professor.
Para tanto, utiliza-se da classificação proposta por Machado e Sasseron (2012), que categoriza as
perguntas do professor de modo a promover a Alfabetização Científica. Com indicadores
mapeados como: perguntas problematizadoras, perguntas de história e perguntas centradas na
pessoa. A partir dos resultados obtidos apresenta-se uma análise sobre as perguntas elaboradas
pelos professores participantes, inseridas em uma situações-problema destinadas aos alunos do
Ensino Fundamental. Os trechos analisados são parte dos registros apresentados na plataforma
Google drive, relatos da etapa que compõe cada Ilha de Racionalidade. Os relatos eram
compartilhados com seus colegas de formação, para que pudessem acompanhar a aplicação, bem
como proporcionar momentos de discussão e apreciação durante os encontros presenciais do
curso de formação. Parte dos indicadores são percebidos ao longo das perguntas geradas,
contudo por vezes de forma incompleta, não preenchendo todos os requisitos, percebe-se uma
profunda dificuldade sobre como elaborar uma pergunta que proporcione a argumentação dos
alunos de Ensino Fundamental.

Palavras-chave: interdisciplinaridade, formação de professores, alfabetização científica e


tecnológica (ACT), ensino de ciências.

EC-013

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 86


ENSINO DE CIÊNCIAS E AS POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
VISUAL NA ESCOLA

Paola Cazzanelli; Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS;


pcazzanelli@live.com
Rejane Ramos Klein; Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS;
rrklein1@gmail.com

O presente trabalho tem por objetivo compreender como o ensino de Ciências pode contribuir
para a aprendizagem dos conhecimentos dos alunos deficientes visuais (DV). A metodologia
apresentou uma abordagem qualitativa através de entrevistas semiestruturadas com cinco alunos
DV e uma professora de Ciências de duas escolas da rede pública municipal de São Leopoldo, no
estado do Rio Grande do Sul. A fundamentação teórica trouxe autores como Vilela-Ribeiro e
Benite (2010, p. 587) que enfatizam, que a disciplina de Ciências é essencial na educação para a
cidadania, visto que a participação efetiva na sociedade, se faz de modo essencial, respeitando
suas necessidades educativas especiais. Aqui, destaca-se a importância, através da apreciação da
natureza na ciência, o fato de os conteúdos serem, em sua grande maioria, vivenciados na prática,
no cotidiano. Com isso, a integridade da postura do professor de Ciências deve ser fundamental,
frente aos conteúdos, buscando um ensino de qualidade a todos os educandos (LAUERMANN,
2017, p. 30). Silva (2014, p.191), lembra que uma das propostas educativas para o século XXI inclui
questões relacionadas com ciência, tecnologia e sociedade em todas as áreas do conhecimento,
especialmente no ensino de ciências. O autor ainda ressalta que os avanços da ciência têm se
instaurado na sociedade e, consequentemente, sua relação com o cotidiano se torna fator
imprescindível para o desenvolvimento da cidadania. Faz-se necessário, portanto, um ensino de
Ciências mais comprometido e problematizador da realidade, cuja aprendizagem seja mais
significativa para o estudante. Os livros didáticos em softwares compõem a Tecnologia Assistiva
(TA) e são uma das possibilidades dos alunos DVs no seu processo de ensino aprendizagem, que
de acordo com Riffel (apud COLPES 2014, p. 21), do ponto de vista educacional, engloba
mecanismos que proporcionem ao deficiente inclusão social e maior independência, contribuindo
para ampliar sua comunicação e adquirir melhor controle sobre seu ambiente e aprendizado.
Considerando estes conceitos, os resultados do estudo apontaram, através de transcrições das
entrevistas, para as adaptações curriculares no cotidiano por parte dos professores, que vem
beneficiando o processo de ensino aprendizagem dos educandos cegos e com baixa visão.
Conclui-se ressaltando a relevância da formação acadêmica na Biologia, quanto ao domínio do
conhecimento morfológico e fisiológico dos mamíferos. Indicando para a conscientização dos
educadores destas áreas quanto ao ensino voltado para todos, independentemente de suas
necessidades especiais. Aponta-se continuação de pesquisas na área do ensino de Ciências,
voltado aos livros didáticos em softwares das disciplinas de Química e Física.

Palavras-chave: ensino de ciências, inclusão, deficiência visual.

EC-014

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 87


PROBLEMATIZAÇÃO SOBRE ENERGIA TERMOELÉTRICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL

Janaina Alves de Souza; UDESC; jana.boo23@gmail.com


Maria da Graça Moraes Braga Martin; UDESC; maria.martin@udesc.br

Dada a necessidade de superação do ensino tradicional a Base Nacional Comum Curricular propõe
que o ensino de Ciências no Ensino Fundamental seja construído através de situações de
aprendizagem organizadas com questões desafiadoras que incitem o espírito científico. O
presente estudo expõe uma proposta de problematização embasada no ensino por investigação,
que tem como eixo a participação ativa dos alunos e, por meio de um problema ou questão
central, realizam o levantamento de soluções e hipóteses. Nesse caso, a investigação foi sobre
energia termoelétrica e o foco das atividades foi transformação de energia. Com esta temática, os
processos químicos, físicos e biológicos puderam ser considerados e abordados de forma
interdisciplinar, permitindo uma gama de enfoques de acordo com a habilidade a ser
desenvolvida nos alunos, com o conteúdo pedagógico em questão e com o interesse da turma. O
objetivo foi analisar se a problematização proposta atende os requisitos: Levantamento de
soluções ou hipóteses; Apresentação dos conhecimentos prévios; Apropriação do problema pelo
aluno. A problematização foi implementada em uma turma de 7º ano com 14 alunos entre 12 e 13
anos de idade, com duração aproximadamente de 2 aulas (45 min. aula), analisadas por meio de
transcrições, produção dos alunos e entrevistas. A problematização constituiu-se de uma conversa
inicial sobre formas de geração de energia elétrica que os estudantes já conheciam e em seguida
uma discussão sobre os processos que ocorrem em uma usina termoelétrica. Dividiu-se os alunos
em pequenos grupos e a seguinte questão foi proposta: Quais processos seriam necessários para
que aja a produção de eletricidade a partir do carvão? Foi requisitado que construíssem um
desenho (esquema) e um pequeno texto explicando como seria esse processo. Durante esse
momento, o docente trabalhou com os grupos instigando-os. Então, cada grupo apresentou a sua
ideia para a turma e escolheram qual hipótese que melhor satisfez a questão. O professor
continuou a discussão, e deu sequência às demais etapas que constitui uma abordagem
investigativa a partir de pesquisas para teste das hipóteses e outras atividades. A análise do
processo de problematização, indicou que atendeu os critérios de atividade investigativa e que os
alunos participaram ativamente apontando e indicando hipóteses e soluções de como a energia é
produzida a partir da lenha ou carvão. Seus conhecimentos prévios estiveram presentes através
da apresentação de conceitos ou exemplos de seu cotidiano. De modo geral, se envolveram na
resolução discutindo e refletindo sobre o problema.

Palavras-chave: ensino por investigação, ensino de ciências, transformação de energia.

EC-015

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 88


A CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ADAPTADA EM JOGOS DIDÁTICOS PARA A EDUCAÇÃO
ESPECIAL

Luise Quintanilha Severa dos Santos; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
luiseqss2@gmail.com

As tendências internacionais educacionais da atualidade apontam, mesmo que timidamente, para


formações holísticas de ensino que busquem explorar as diversas inteligências, habilidades e
capacidades, tanto acadêmicas quanto cognitivas e sociais de seus estudantes. Além de tratar da
capacitação dos profissionais do futuro, as transformações dos sistemas de ensino apontam para
outro fator, cada dia mais discutido: a crise ambiental; a natureza; o meio ambiente. Tratar desses
assuntos em sala de aula têm se tornado uma exigência nos últimos anos, apesar do conceito já
existir a muito, e das práticas já serem devidamente colocadas em diversos países como obrigação
legal de todas as instituições que compõem a sociedade. Esta súbita valorização do ensino
interdisciplinar e transversal, que abrange não somente o ensino das ciências, que rege a
educação ambiental, alavancou uma série de estudos, práticas, projetos, educadores e
pesquisadores dedicados ao assunto. Entretanto, na busca por práticas de educação ambiental
inclusiva às deficiências intelectuais, o número de trabalho se reduz a, praticamente, zero.
Visando tais demandas, o objetivo do presente trabalho encontrou-se na promoção da educação
ambiental ao público específico de deficientes intelectuais em ambiente escolar. Para cumprir tal
propósito, foram elaborados e adaptados doze jogos e atividades didáticas de educação
ambiental a serem aplicados em uma turma escolar de dez alunos durante quatro dias (sendo
uma prática por semana) atendendo às matérias de base curricular comum já estabelecidas e
aplicadas pela professora titular da turma, bem como as demandas indicadas pela mesma
(tratando de dificuldades apresentadas no período de aprendizagem). Sendo quatro dias de
prática, e compreendendo que a educação ambiental deve contextualizar-se à realidade do
público alvo, estabeleceram-se quatro tópicos regionais ambientais a serem discutidos em sala,
sendo eles: flora nativa da mata atlântica, comunidades caiçaras, comunidades indígenas e fauna
nativa da mata atlântica, respectivamente. A cada um destes temas atribuiu-se uma ou duas
matérias do currículo base, sendo contemplados os estudos da ciência, geografia, matemática,
português e história. Anteriormente ao desenvolvimento das práticas, foram realizadas visitas de
integração à turma e diálogos com a professora titular a fim de adaptar materiais e métodos
didáticos de maneira eficaz. A partir de tais diálogos e convivências, definiu-se como forma mais
efetiva de apresentação o uso de palavras-chave e da repetição. O plano de aula elaborado para
as quatro práticas continha: I. Jogo de avaliação de conhecimentos prévios; II. Explanação do
conteúdo; III. Jogo de fixação; IV. Jogo de avaliação de conhecimentos subsequentes. A
quantidade de palavras-chave necessárias foi avaliada na primeira semana (tema flora nativa)
definindo-se o uso de oito palavras-chave (quatro ameaças e quatro características). Após as
quatro semanas de atividades, e por meio das avaliações ao final de cada aula, concluiu-se que os
métodos didáticos apresentados aos alunos geraram resultados positivos, a transversalidade da
educação ambiental manifestou-se exultante, e por fim, a adaptabilidade e inovação, através de
caminhos simples, dependem muitas vezes apenas da disposição, do tempo e da pesquisa dos
educadores.

Palavras-chave: educação científica, educação ambiental, inclusão, ensino transversal, jogos


didáticos.

EC-016

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O TEMA AZIA COMO SITUAÇÃO PROBLEMATIZADORA PARA O ENSINO DE QUÍMICA NO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Alex Rodrigues; IFC Instituto Federal Catarinense Campus Araquari – SC; chemicaalex@gmail.com
Anelise Grünfeld de Luca; IFC Instituto Federal Catarinense Campus Araquari – SC;
anelise.luca@ifc.edu.br.

Este trabalho objetiva apresentar os avanços na aprendizagem de conceitos químicos de


estudantes do 2º ano do Ensino Médio, por meio da situação problematizadora que mobilizou os
saberes populares, escolares e científicos sobre a azia, durante o Estágio Supervisionado. A
sequência didática desenvolvida fundamentou-se nos três momentos pedagógicos sistematizados
por Delizoicov (1991), em Freire (1987) e Snyders (1988): problematização inicial, organização do
conhecimento e aplicação do conhecimento. Primeiro momento foi aplicado um questionário
diagnóstico para obter informações sobre o posicionamento dos estudantes sobre o tema azia, na
sequência foi realizado a leitura de um texto intitulado: “Contra a química, não há azia que
resista” (Pereira, 2004), com o intuito de proporcionar discussões sobre a relação entre azia e os
conceitos da química. Em outra aula se fez uma sistematização dos dados coletados no
questionário e as reflexões observadas na aula anterior e realizado um experimento denominado
“Sopro Mágico”. No segundo momento foi apresentado os conteúdos referentes ao equilíbrio
químico (reações reversíveis e irreversíveis, princípio de Le Chatelier e os fatores que influenciam
o equilíbrio das reações) com auxílio de um experimento demonstrativo sobre o aquecimento do
sulfato de cobre. Após foram discutidos os conceitos químicos relacionados ao experimento e
realização de alguns exercícios sobre equilíbrio químico. Em sequência foram apresentados os
conceitos: (pH e pOH, equilibro iônico da água; solução tampão; ácidos e bases na linguagem
cotidiana; ácidos e bases comportamento químico na água). Depois foi realizado um experimento
de escala de pH, com o objetivo de visualizar os valores de pH de produtos e alimentos escolhidos
pelos estudantes e utilizados em seu dia a dia. No terceiro momento foram retomadas as
questões propostas no Primeiro Momento, com a escrita de um texto que relatou a importância
do ensino de química proposto, com o objetivo de confrontar os conhecimentos iniciais com os
conhecimentos apropriados a partir desta sequência didática. A análise dos resultados obtidos
por meio da sequência didática considerou os pressupostos de aprendizagem apresentados por
Galiazzi; Ramos; Moraes, (2007), aprender como reconstruir o já conhecido; aprender como
movimentar-se na linguagem; fala, escrita e leitura como ferramentas do aprender;
ressignificação da experimentação em química a partir a linguagem. De acordo com os recortes
dos questionários e relatórios escritos pelos estudantes evidenciaram-se avanços na
aprendizagem, por meio da linguagem, da escrita e da experimentação. Durante as aulas foram
fomentados debates acerca das questões que envolviam alimentação e bem-estar, onde os
estudantes assumiram o papel de protagonistas, sendo que suas opiniões e explicações foram
importantes e consideradas na dinâmica da sala de aula. A azia foi um tema gerador de todo o
processo de aprendizagem, além de ser uma palavra comum e muito utilizada pelos estudantes
no seu cotidiano, foi possível a contextualização dos conteúdos como pH, pOH, ácidos e bases,
equilíbrio químico, proporcionando aos estudantes imergir em discussões do cotidiano e a
resoluções para problemas em suas práticas sociais.

Palavras-chaves: problematização, azia, ensino de química.

EC-017

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 90


O DESENVOLVIMENTO DA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA A PARTIR DA POLUIÇÃO
DO RIO CACHOEIRA

Karoline dos Santos Tarnowski; UDESC; karol.tarnowski@hotmail.com


Janaína Alves de Souza; UDESC; jana.boo23@gmail.com
Ivani Teresinha Lawall; UDESC; ivani.lawall@udesc.br
Nicole Glock Maceno; UDESC; nicolemaceno@gmail.com

A Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT) tem por objetivo desenvolver a capacidade reflexiva
do estudante em um processo que fornece subsídios à compreensão da Ciência e Tecnologia,
podendo ser considerada um meio de emancipação da sociedade, já que seus objetivos são
pautados em esferas humanas, sociais e econômica-políticas e conferem os atributos autonomia,
comunicação e domínio & responsabilidade (FOUREZ, 2003; 2005). O presente trabalho constitui-
se em uma pesquisa qualitativa realizada com 77 alunos da 1ª série do Ensino Médio, de uma
escola pública, na disciplina de Química, com o objetivo de analisar o desenvolvimento da ACT nos
estudantes através dos atributos. Em uma atividade desenvolvida em duplas, envolvendo a
discussão de problemáticas sociocientíficas relacionadas aos conceitos de substâncias puras,
misturas e suas técnicas de separação, os dados foram obtidos a partir das produções textuais dos
estudantes. As problemáticas foram baseadas em três notícias: uma sobre a poluição do Rio
Cachoeira (Joinville-SC) por corantes industriais; a segunda sobre a preservação desse rio; e a
terceira sobre o acesso à água barrenta de uma população maranhense. Tendo como base os
atributos da ACT, as categorias de análise, verificou-se que a proposta contemplou o
desenvolvimento da ACT. Para a categoria autonomia, que se refere à capacidade de
compreender e representar situações reais e lidar de modo razoável e racional com problemas
que se apresentam, foi constatado que os estudantes compreenderam que: 1. a poluição do rio
por corante poderia ter sido evitada se o filtro da empresa que o poluiu retivesse as impurezas; 2.
podem ocorrer alterações hidrológicas, morte de animais e proliferação de doenças, caso o rio
não seja preservado; 3. águas barrentas não são potáveis, trazendo hipóteses sobre possíveis
problemas de consumi-las, como doenças e intoxicação; e 4. foram capazes de propor técnicas de
separação de misturas que poderiam ser utilizadas para separar a água do barro. No que se refere
à comunicação, compreendida como a capacidade de relacionar-se com os demais realizando
trocas sobre as questões com que se depara, foi observado que a maior parte dos estudantes
desenvolveu a atividade por meio do diálogo com o colega da dupla, e que foi registrado o ponto
de vista conjunto acerca das problemáticas em questão. Em relação à categoria domínio &
responsabilidade, entendida como a tomada de decisão com base no domínio dos conceitos que
detém, apenas uma dupla a apresentou pois discutiu possibilidades para evitar a poluição do rio,
para que problemas como os de filtros que poluem rios não ocorram novamente e sugeriram
revisões e manutenções periódicas do equipamento de filtração. Diante da baixa ocorrência deste
último atributo em relação aos demais, pondera-se que isso pode ter ocorrido devido às
problemáticas trazidas não terem conduzido os estudantes a essa reflexão. Assim, a partir da
análise da atividade, almeja-se reformular a proposta de ensino para que o desenvolvimento de
todos os atributos possa ser alcançado por um maior número de estudantes.

Palavras-chave: alfabetização científica & tecnológica, autonomia, comunicação, domínio &


responsabilidade.

EC-018

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 91


PERCEPÇÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA POR ACADÊMICOS DE LICENCIATURA EM QUÍMICA: TEMAS E
CONTINGÊNCIAS NO ENSINO SUPERIOR.

Nicole Glock Maceno; UDESC; nicolemaceno@gmail.com


Moisés da Silva Lara; UDESC; moisesslara@gmail.com
Nicole Andrietti; UDESC; nicoleandrietti@gmail.com
Angelita Krama; UDESC; angelitakrama@gmail.com

As pesquisas societais sobre a Percepção Pública da Ciência e Tecnologia (no inglês Public
Understanding Science, PUS) são realizadas há décadas, principalmente em decorrência da
Sociedade Real de Londres, fundada em 1653, interessada em divulgar e incentivar o
engajamento científico na população local e global. As discussões sobre a Percepção Pública da
Ciência e Tecnologia na sociedade é constante em função da necessidade da elaboração de ações
e políticas públicas voltadas à comunidade científica e ao bem público (CASTELFRANCHI, 2013;
CARIBÉ, 2011; FERREIRA, 2014), além do diálogo com a esfera popular em termos da educação,
de pesquisas e da cultura científica. Desse modo, entender os significados e os desdobramentos
da Ciência e Tecnologia (C&T) para a sociedade implica em analisar de que forma a esfera
científica e popular dialogam, pressupondo que interferem-se mutuamente, tanto em termos de
produção bem como de consumo das informações. Em muitos casos, além do desenvolvimento
de pesquisas e a produção do conhecimento propriamente dito, os cientistas esforçam-se em
produzir diferentes gêneros discursivos para a divulgação científica, o que pode ser mais ou
menos consumido pela população, o que interfere no grau de informação e conhecimento sobre
a Ciência. Assim, a comunicação e a divulgação científica auxiliam na prestação de contas, na
educação e cultura científica, além do engajamento e instrução da população em diversos
aspectos importantes para a qualidade de vida. Ao mesmo tempo, as interpretações e debates
promovidos pela sociedade afetam a produção científica, desde na reflexão sobre a ética até
mesmo a pertinência das pesquisas desenvolvidas. Igualmente importante é investigar o grau de
aceitação ou de rejeição da sociedade sobre as produções científicas e tecnológicas, em função da
necessária ética e de suas implicações societais. Desse modo, o presente estudo tem por objetivo
discutir a Percepção Pública da Ciência e Tecnologia de 54 acadêmicos, que integram fases
distintas de um curso de Licenciatura em Química a partir do uso de uma enquete aplicada
virtualmente pela ferramenta Survey Monkey® com nove questões, e que foi adaptada da
enquete originalmente elaborada em 2015 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos e o
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (BRASIL, 2017), que foi respondida pela população
brasileira. A produção dos dados indicou que os acadêmicos possuem atividades de ensino na
graduação voltadas à Percepção Pública da C&T sobre diversos temas e análise crítica sobre sua
produção por meio de estudos epistemológicos. As exposições são realizadas principalmente
pelos professores, que procuram instruir os acadêmicos sobre as aplicações da C&T e como
produzir conhecimentos científicos. Ainda assim, as colocações são instrucionais e informativas,
por um discurso centrado apenas no par mais avançado, conferindo pouca autonomia,
participação e engajamento dos acadêmicos nessas atividades, dificultando as oportunidades de
crítica e aprendizado sobre a C&T, e suas implicações na sociedade, ou ainda, de que modo a
sociedade afeta a produção do conhecimento científico e tecnológico. Também foi constatado
divergências quanto ao grau de conhecimento dos acadêmicos sobre temas atuais da Ciência e
em suas percepções sobre a ética de cientistas.

Palavras-chave: ciência, tecnologia, percepção pública, epistemologia, divulgação científica.

EC-019

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 92


INVESTIGANDO A CINEMÁTICA POR MEIO DO LANÇAMENTO DE FOGUETES: ANALISANDO OS
MOVIMENTOS COM SOFTWARES EDUCACIONAIS.

Odirlei Forster; UDESC; odirlei2008@gmail.com


Luiz Clement; UDESC; luiz.clement@udesc.br

Com base na experiência como professor em escolas da rede pública do Estado de Santa Catarina,
se pode perceber algumas dificuldades relativas ao processo de ensino de Física, por exemplo, a
falta de interesse dos alunos pela disciplina, professores desestimulados, falta de laboratórios
adequados, falta de recursos humanos e financeiros para realização de atividades diferenciadas
de ensino, dentre outras. Identificamos a necessidade de investigações sobre perspectivas de
ensino-aprendizagem que proporcionem ao estudante maior envolvimento e protagonismo na
construção do seu conhecimento, bem como, uma aprendizagem mais efetiva e o
estabelecimento de uma concepção mais coerente sobre a produção do conhecimento científico.
Nesse sentido, consideramos que a perspectiva de Ensino por Investigação pode contribuir para o
alcance desses propósitos. O Ensino por Investigação é uma perspectiva de ensino-aprendizagem
que considera fundamental a utilização de situações-problema, além de localizar o estudante
como agente ativo no processo educacional e objetiva aprendizagens de e sobre Ciências. Neste
sentido, qualquer que seja o foco conceitual a ser abordado em aulas de ciências é importante
que se busque superar as perspectivas educativas pautadas em processos de ensino puramente
transmissivas, ainda estão muito presentes nos cenários educativos brasileiros. A Cinemática, por
exemplo, que é o primeiro conteúdo de Física a ser trabalho, tanto no Ensino Fundamental quanto
no Ensino Médio, costuma ser abordado de forma expositiva e descontextualizada, passando uma
visão limitada sobre Ciência e centralizando o processo de ensino-aprendizagem no professor.
Essa temática não precisa ser abordada dessa forma, uma vez que ela explica como os corpos se
movimentam e, portanto, sua contextualização é perfeitamente factível, com o professor
deixando de ser o detentor absoluto do conhecimento e apresentando os conceitos a partir da
observação dos movimentos de objetos presentes no dia a dia dos alunos. Com a intenção de
contribuir com a melhoria da qualidade de ensino desta área do conhecimento, elaboramos,
implementamos e analisamos uma sequência de aulas investigativas, em que abordamos o
Movimento Uniforme, Movimento Uniformemente Variado e o Movimento Oblíquo com o auxílio
de dois softwares educacionais, o Tracker e o Modellus. Adianta-se que os resultados obtidos
indicam a viabilidade da utilização de softwares educacionais para se abordar conceitos de
Cinemática. Os alunos agiram com naturalidade quando o professor apresentou o novo
instrumento didático, empenharam se para compreender o funcionamento e logo perceberam as
semelhanças entres os movimentos virtuais e os movimentos reais observados em aulas
anteriores. Essa atividade faz parte de um trabalho maior, junto ao Curso de Mestrado
Profissional em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias, cuja investigação foi conduzida
com base no seguinte questionamento – a estruturação didático-pedagógica de SEI, em torno do
lançamento de foguetes de garrafas PET, favorece vivências investigativas em conteúdos de
Cinemática?

Palavras-chave: ensino de física, ensino por investigação, cinemática, foguetes de garrafas pet,
ensino fundamental.

EC-020

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 93


UM PÉ DE QUÊ? EM BUSCA DE UMA CULTURA DA INDAGAÇÃO NA SALA DE AULA

Sarah Bahr Pessôa; Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE; sarahbpessoa@gmail.com


Ma. Sônia Márcia Marcílio Fambomel; Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE;
fambomelsonia@gmail.com

O trabalho “Um pé de quê? Em busca de uma cultura da indagação na sala de aula” originou-se do
projeto de intervenção aplicado durante o período de docência no Estágio Curricular
Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, pertencente à grade curricular do 4° ano
do curso de Pedagogia da Univille, realizado pela acadêmica Sarah Pessôa em uma escola da rede
municipal de Joinville em setembro de 2018. A justificativa e os objetivos do projeto surgiram ao
longo da etapa de observação, momento em que a acadêmica acompanhou as turmas do campo
de estágio. Nessa etapa pôde-se constatar que as crianças realizavam poucos questionamentos
relativos aos conteúdos durante as aulas, aparentando pouca curiosidade ou insegurança em
expressá-la. Tal cenário levou a acadêmica a refletir e pesquisar sobre a importância da
curiosidade e os caminhos que a escola pode encontrar para contribuir na formação integral de
cidadãos ativos e questionadores. Logo, a estagiária optou por abordar os conteúdos da docência
a partir de uma perspectiva questionadora, de forma que a curiosidade das crianças fosse um
facilitador e propulsor da aprendizagem, proporcionando uma sala de aula imersa na “cultura da
indagação”, termo utilizado por Vickery para designar um ambiente de aprendizagem crítica onde
todos sintam-se acolhidos para perguntar, questionar e aprender por meio da exploração. Para
alcançar este propósito, surgiu a necessidade de encontrar um tema que fosse de curiosidade das
crianças: por meio de uma ficha os alunos escreveram perguntas que poderiam ser acerca de
qualquer tema. Após a análise das perguntas, percebeu-se que a grande maioria dos
questionamentos eram relativos a elementos pertencentes ao mundo natural: surgiu assim o
tema “árvores”. Ao longo da semana a turma realizou diversas investigações com o objetivo de
ampliar os conhecimentos sobre as árvores, investigar as espécies presentes no campo de estágio
e compreender a sua importância para a vida na terra, ao mesmo tempo que aprendessem a
valorizar o ato de perguntar. As perguntas investigadas foram: “O que é uma árvore?”, “Quais são
as árvores que temos na nossa escola?”, “Como as árvores vivem?” e “Como seria um mundo sem
árvores?” A partir de cada pergunta investigativa, as crianças levantavam suas próprias hipóteses
para, em seguida, iniciarem a investigação. Para responder essas questões foram adotadas
diferentes metodologias como a leitura de textos explicativos, pesquisas na sala de informática,
experiências científicas e a observação das árvores presentes na escola em grupos (por meio de
uma ficha de observação construída coletivamente), entre outras. A culminância da docência
consistiu na organização de uma exposição com cartazes e textos explicativos (todos elaborados
pelos alunos), de forma que suas descobertas fossem compartilhadas com os demais colegas. O
projeto alcançou os objetivos propostos, de modo que as crianças tiveram os seus conhecimentos
ampliados e sua curiosidade provocada, participando ativamente de todo o percurso de
construção do conhecimento com questionamentos frequentes.

Palavras-chave: estágio curricular supervisionado, curiosidade, cultura da indagação, árvores.

EC-021

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 94


ENERGIA E MEIO AMBIENTE: A CONSTRUÇÃO DE UM LAPBOOK COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO

Viviane Zanuzzo; Universidade de Passo Fundo – UPF; 128321@upf.br


Aline Locatelli; Universidade de Passo Fundo – UPF; alinelocatelli@upf.br
Eloisa Basso; Universidade de Passo Fundo – UPF; 77655@upf.br
Mauro Nicolodi; Universidade de Passo Fundo – UPF; 146298@upf.br

A formação docente é um processo permanente e envolve uma formação inicial e continuada, ou


seja, ser professor é estar em constante processo de formação. Nesse sentido, os mestrandos do
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECM) da Universidade de
Passo Fundo estão desenvolvendo no segundo semestre de 2019 na disciplina, intitulada Energia e
Meio Ambiente, uma estratégia de ensino, no qual, os discentes têm por objetivo construir, um
livro interativo denominado lapbook. Segundo Brito e Martins (2018) essa ferramenta é bastante
utilizada, e existem diversas instruções para a confecção desse material na internet, entretanto
não são encontramos trabalhos acadêmicos que mencionem, referenciem ou teorizem sobre ele.
A ideia de construção dessa ferramenta de ensino surgiu com o intuito do diálogo, sistematização
e construção do conhecimento a partir de um tema atual e relevante discutido na disciplina.
Ainda, tal ferramenta envolve a criatividade e a prática sem padrões estabelecidos como certo ou
errado, sendo toda a informação considerada com grau de importância. Quando destacamos o
tema energia e meio ambiente, no cenário atual torna-se necessário construir conhecimento na
área de energias, impactos ao meio ambiente, bem como as diversas formas de energia que são
empregadas nos diversos setores da nossa sociedade, também sendo necessário desenvolver um
pensamento crítico com relação a sua importância no contexto social, sensibilizando quanto a
utilização de fontes energéticas renováveis. A proposta vai ao encontro com teoria de
aprendizagem de Ausubel (2003, p. 143) que relata que “numa altura posterior, na aprendizagem
significativa a partir de textos, as figuras e os diagramas gráficos, que evocam imagens, também
facilitam a aprendizagem...”. Nesse sentido, a utilização de tal ferramenta na sistematização dos
conteúdos/conceitos trabalhados na disciplina apresenta potencial para se classificar como uma
estratégia facilitadora da aprendizagem, uma vez que o estudante é quem protagoniza a
construção do seu conhecimento, para que o assunto abordado torne-se dotado de significado. A
construção do lapbook teve início no mês de agosto e totalizará oito encontros semanais. Em cada
encontro está sendo produzida uma parte do lapbook pelos pares. A finalidade além de
sistematização dos conhecimentos sobre o tema é também e proporcionar que os mestrandos
vivenciem na prática essa ferramenta, pontuando as limitações e as potencialidades para que num
futuro próximo possam levar para suas escolas e possam aplicar tal ferramenta em sala de aula
adaptando-a conforme as realidades existentes.

Palavras-chave: ensino de ciências, energia e meio ambiente, lapbook.

EC-022

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 95


ENSINO POR INVESTIGAÇÃO: PANORAMA BRASILEIRO

William Spiess; UDESC; William.spiess@hotmail.com


Alex Belluco; UDESC; alex.carmo@udesc.br

Este presente trabalho de revisão de literatura, tem como objetivo estudar como os
pesquisadores brasileiros pensam sobre o ensino por investigação, buscando estabelecer uma
referência sobre os tipos de interpretação e enfoques sobre esta temática. Este tipo de
abordagem didática é uma metodologia que, apesar de possuir várias interpretações, têm o aluno
como protagonista na construção do próprio conhecimento, dando-lhe mais liberdade intelectual,
e colocando o professor numa posição de orientador no processo de aprendizagem. Os autores na
área concordam ser necessário que os estudantes se engajem na resolução de problemas, emitam
e testem hipóteses através de experimentos, bibliografias, entre outras fontes de pesquisa,
busquem informações e que eles comuniquem e argumentem sobre seus resultados aos demais
colegas de sala. A presente pesquisa parte de uma revisão bibliográfica dos últimos cinco anos de
publicações nos principais periódicos brasileiros de ensino de ciências, buscando as pesquisas
mais atuais sobre a temática. Os periódicos selecionados foram escolhidos através da classificação
Qualis da CAPES, onde optou-se por aqueles avaliados com as classificações A1, A2, B1 e B2, ou
seja, os de maior relevância em termos de pesquisa. As publicações foram escolhidas
manualmente, observando os títulos de cada uma nos periódicos de nossa amostra, em seguida,
separou-se e leu-se os artigos em potencial, para então incluí-los ou não à base estudada. A
avaliação dos mesmos, está sendo feita em duas etapas. A primeira busca verificar quais os níveis
de ensino os autores trabalham e se o foco deles com o estudo são os alunos, a formação de
professores ou relatos de experiências. E, na segunda etapa, pretende classificá-los conforme seus
enfoques e com isso analisar as interpretações dos autores sobre o tema. Para a realização dessa
segunda etapa, foi necessário mapear o conceito de ensino por investigação, com isso uma breve
revisão histórica foi feita, estudando alguns artigos nacionais e internacionais, mapeando as
origens, principais interpretações e tendências. Até o momento analisamos quatro revistas com
classificação A1 (Ciência e Educação, Educação e Pesquisa, Ensaio: Pesquisa e Educação em
Ciências e a Revista Brasileira de Ensino de Física) e uma com classificação A2 (Investigações em
Ensino de Ciências) e foram encontrados até o momento dez artigos sobre o tema. Por meio de
uma análise preliminar, verificamos que boa parte dos artigos estudados tem seu foco nos alunos
do ensino médio e notamos também, que a grande maioria dos autores brasileiros ainda utilizam
as definições propostas e praticadas pela pesquisadora Ana Maria Pessoa de Carvalho.

Palavras-chave: ensino investigativo, ensino de ciências, revisão bibliográfica.

EC-023

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PRIMEIRAS MEMÓRIAS DE PROFESSOR(A): A PERCEPÇÃO DA ESCOLA POR MEIO DA ANÁLISE DE
DIÁRIOS DE CAMPO DE LICENCIANDOS EM QUÍMICA

Anelise Grunfeld de Luca; Instituto Federal Catarinense – Campus


Araquari; e-mail: anelise.luca@ifc.edu.br
Marilândes Mól Ribeiro de Melo; Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari; e-mail:
marilandes.melo@ifc.edu.br

A formação de professores se orienta na perspectiva de desenvolver os conhecimentos, atitudes e


procedimentos inerentes ao exercício da docência, considerando múltiplos aspectos que
caracterizam a comunidade escolar. Na formação o Estágio Supervisionado (ES) é indispensável
nos cursos de licenciatura, pois prepara para enfrentar os desafios da carreira docente. É
interessante que aconteça ao longo da formação acadêmica como incentivo a conhecer
paulatinamente os espaços escolares em todos os âmbitos e para a apropriação das diferentes
realidades sociais e culturais da comunidade escolar. O ES ambiciona preparar os licenciandos
para a prática pedagógica e se configura como possibilidade de articular teoria e prática e
conhecer a realidade da profissão docente (SCALABRIN; MOLINARI, 2013). O ES 1 ofertado pelo
Instituto Federal Catarinense (IFC) – Campus Araquari é destinado à observação, que possui um
papel essencial no processo de mudança do comportamento e da atitude do futuro professor que
busca a construção das práticas pedagógicas por meio da relação com professores formadores,
supervisores e colegas de curso. É denominado pelos licenciandos de “estágio de observação” e
propõe a observação da realidade educacional; dos aspectos históricos e políticos do Ensino
Médio; das diretrizes que orientam o trabalho da escola; do contexto social e cultural da
comunidade escolar e da escola. A observação demanda processos de colaboração e cooperação
entre os agentes anteriormente mencionados em direção à reflexão sobre os fatos que ocorrem
ao longo do processo formativo. O licenciando não deve estar atento exclusivamente às condutas
dos professores supervisores, nem às atividades por eles desenvolvidas, mas às construções que
tais situações proporcionam; isso permite vislumbrar novas maneiras de operar
pedagogicamente, pois o guia a tomar consciência de si em situações reais de ensino
aprendizagem. Ao professor formador cabe motivar a construção da autoconsciência do futuro
docente sobre as interações que se estabelecem na comunidade escolar e na instituição
formadora: este é um fator relevante para o sucesso do processo formativo e para uma
aprendizagem fundamentada. Como instrumento para o registro das observações realizadas na
escola em aspecto amplo e micro foi utilizado o Diário de Campo, no qual foram realizados
registros das situações pedagógicas vivenciadas pelo licenciando enquanto um professor em
formação. A elaboração do Diário de Campo, muito mais que avaliar, permite explorar as
informações com vistas à sua construção como docente e permite avançar os primeiros passos
rumo à construção da profissionalidade, pois nele são grafados episódios, situações pedagógicas,
descobertas, trajetos e até segredos que manifestam os primeiros traços de constituição do
futuro docente. Este recurso é elaborado como registro ao longo do semestre na disciplina de ES
1, no qual os licenciandos tem a oportunidade de ser inseridos pela primeira vez na rotina da
escola. Assim, esta proposta objetiva analisar a visão/percepção da escola por meio da análise de
Diários de Campo elaborados por licenciandos do Curso de Licenciatura em Química do IFC –
Campus Araquari. A escola nesses documentos é marcada pela perspectiva tradicional e
contradições entre o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar, bem como pelas relações
interpessoais verticalizadas.

Palavras-chave: escola, formação de professores, diário de campo, memórias.


EC-024

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AÇÕES EDUCATIVAS PARA A AUTONOMIA, DESENVOLVIDAS EM UMA COMUNIDADE
QUILOMBOLA: PRÓXIMA AO CÓRREGO DO MACUCO-CONCEIÇÃO DA BARRA-ES

Lélio Costa e Silva; Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; leliovet@gmail.com

Esse trabalho se refere ao Projeto Sementeira Suzano, que é caracterizado como um espaço de
aprendizado, reflexão e socialização de informações. Tem como objetivo informar, envolver e
sensibilizar pessoas para implementar recursos e propostas em ações socioambientais ligadas à
educação ambiental. Seu objetivo maior é o de que os conceitos propostos sejam reeditados - e
não apenas multiplicados pelo participante no ambiente das comunidades contíguas à empresa
Suzano S.A. nos estados da Bahia e Espírito Santo.O trabalho é o relato de um resultado da
atuação de uma equipe interdisciplinarde Educação Ambiental e Sanitária em uma comunidade
quilombola no norte do Espírito Santo denominada Córrego do Macuco, - município de Conceição
da Barra. Trata-se de uma ação realizada por uma empresa de projetos educativos (Árvore da
Vida- Consultoria) contratada pela Suzano S.A, empresa de celulose, para buscar soluções
educativas e ambientais para as comunidades tradicionais locais sob dois eixos temáticos: água e
lixo.Partindo de um marco zero, quando a realidade era precária, as ações pioneiras aconteceram
nos anos de 2010, 2011 e 2012 e seus resultados positivos se estenderam aos anos seguintes,
quando a comunidade, agora legalizada e autônoma, deu prosseguimento a uma série de
empreendimentos e melhorias na infraestrutura. A busca de melhoria permanece até os dias
atuais. Os resultados apontam para a autodeterminação e a mobilização daquela importante
comunidade quilombola que conseguiu melhorar substancialmente a sua realidade ambiental,
social, sanitária e econômica, a partir de atividades e metodologias ativas de educação
empregadas pela equipe multidisciplinar. Partindo de uma realidade inicial, precária, de miséria,
desequilíbrio ambiental e sanitário, a equipe apoiando-se em três prismas: a contextualização, a
concretização e a globalização do conhecimento, realizou encontros com múltiplos temas
didáticos e sustentáveis para ações educativas de sustentabilidade em uma relação de
interdependências que caracterizam a responsabilidade socioambiental. Posteriormente a
Empresa Suzano continuou com diversas ações, incentivando a população local a buscar o seu
desenvolvimento culminando em uma realidade bem melhor em relação àquela de 2010, 2011.
Hoje a Comunidade Córrego do Macuco é um exemplo de autonomia, gestão e superação. Esse
trabalho descreve as metodologias e procedimentos didáticos que foram utilizados na pesquisa.

Palavras-chave: educação ambiental, trabalho social, comunidade quilombola.

EC-025

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CARACTERÍSTICAS EPISTEMOLÓGICAS E PEDAGÓGICAS DOS PROBLEMAS PARA O ENSINO DE
FÍSICA

Leonardo Santiago Lima Marengão; Universidade Estadual de Londrina;


leonardo.marengao@ifg.edu.br
Angela Marta Pereira das Dores Savioli; Universidade Estadual de
Londrina; angelamartasavioli@gmail.com

Este trabalho apresenta uma discussão teórica acerca de algumas concepções, de viés tanto
epistemológico quanto pedagógico, a respeito do conceito de problema no que diz respeito ao
Ensino de Ciências em geral e de Física, em particular no nível do Ensino Médio. Defende-se que a
existência de uma falta de harmonização entre a maneira em que ocorre o ensino da ciência e a
sua própria natureza seja um dos fatores que contribuem para o baixo rendimento escolar,
geralmente observado no Ensino Médio nas disciplinas de ciências naturais, em especial da Física.
O recorte aqui utilizado trata dessa inconsistência entre aspectos epistemológicos e pedagógicos
no que diz respeito à função dos problemas, os quais são importantes tanto para a construção do
conhecimento científico quanto para o seu ensino. A partir dos resultados de algumas pesquisas
anteriores, tais como Massoni e Moreira (2010), acredita-se na necessidade de uma maior
compreensão dos professores de Física a respeito da natureza da ciência, o que poderia contribuir
para que se alcançasse melhores resultados na aprendizagem escolar dos estudantes. Admite-se a
necessidade de uma maior harmonização entre a forma de utilização dos problemas enquanto
instrumentos didáticos e a sua função epistemológica. O principal referencial do ponto de vista
epistemológico é Gaston Bachelard, a partir do qual entende-se que os problemas têm a função
de atuarem como motores para o desenvolvimento do conhecimento científico, ou seja, é a partir
de problemas que a ciência se desenvolve. Assim, um tratamento didático aproblemático se
distancia da maneira pela qual se constrói o conhecimento científico. Quanto à questão
pedagógica, utilizando como principal referencial Paulo Freire, defende-se que os problemas
sejam elementos introdutores do conteúdo científico e não apenas fixadores deste, o que permite
a abertura de um canal de diálogo com os estudantes de modo a possibilitar que estes se tornem
sujeitos ativos na construção do seu conhecimento. Esta inversão da sequência didática, com os
problemas precedendo o conteúdo propriamente dito, é sugerida pela perspectiva
problematizadora do Ensino de Ciências, a qual é aqui apontada como uma possível abordagem
para que se consiga a desejada aproximação entre as naturezas pedagógica e epistemológica dos
problemas para o Ensino de Física.

Palavras-chave: ensino de física, epistemologia, problematização.

EC-026

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V COLBEDUCA

EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE
INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID): REGRAS DE SINAIS

Antonio Tomaz da Rosa Junior; atrjunior123@gmail.com


Bruno Gabriel D´Avila; UDESC; brunogabrieldavila3@gmail.com
Matheus Vinicius Nunes; UDESC; matheus_vinu@hotmail.com
Murilo Campigotto de Oliveira; UDESC; murilocampi@gmail.com

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) de matemática, da


Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), proporciona uma valiosa aproximação entre
os discentes do curso de licenciatura em Matemática que integram este programa e escolas
públicas de educação básica do município de Joinville (SC). Como bolsistas deste programa, entre
outras experiências, pudemos identificar na prática que em sala de aula os professores
encontram muitas dificuldades ao iniciar um novo conteúdo matemático porque seus alunos não
apresentam uma boa compreensão de conhecimentos que já foram estudados, mesmo daqueles
básicos, como alguns conceitos geométricos elementares, operações com frações, resolução de
equações e até mesmo as regras de sinais. Neste trabalho apresentamos uma experiência que
pudemos realizar com alunos do 1º Ano do Ensino Médio de uma escola estadual da cidade de
Joinville (SC) que visava contribuir na aprendizagem da regra de sinais. Em nosso trabalho no
PIBID planejamos e aplicamos quatro jogos que visavam abordar este tema olhando para três
significados importantes, a representação do conjunto dos números inteiros na reta, as regras de
sinais para as operações de adição e subtração, buscando associá-la ao modelo comercial, e as
regras de sinais para a multiplicação. Além disso, aplicamos um pré-teste antes dos encontros e
um pós-teste ao final, onde pudemos identificar que os alunos, num primeiro momento, se auto
avaliavam como tendo dificuldades com as regras de sinais, sobretudo na multiplicação, após a
aplicação do projeto passaram a se considerar como sabendo estas regra, mas errando
momentâneas vezes por falta de atenção. Este aumento na autoconfiança dos alunos pôde ser
identificado melhora significativa que apresentaram ao resolverem as expressões numéricas do
pós-teste e também na questão conceitual deste mesmo teste, em que precisavam apresentar
justificativas para as operações efetuadas. Para organização das atividades e avaliação dos
resultados, nos baseamos numa abordagem vygotskyana e na relevância dos jogos e brincadeiras
dentro desta, pois as interações vivenciadas e orientações recebidas durante as atividades
influenciaram produtivamente na Zona de Desenvolvimento Proximal que os alunos se
encontravam e, o que nos permitiu trabalhá-la de forma prazerosa e eficaz com a metodologia
utilizada.

Palavras-chave: educação matemática, PIBID, jogos, atividades lúdicas, regra de sinais.

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AS CONTRIBUIÇÕES DA MODELAGEM MATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE UM ALUNO AUTISTA

Andressa Franciele Scambara Schipanski; Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR;


andressafrancielem@gmail.com

Com o advento da filosofia de inclusão escolar, a educação de pessoas com necessidades


educacionais especiais, incluindo autistas, passou a ser direcionada também para a escola regular,
não cabendo apenas para ambientes específicos como escolas especiais. Esta busca em promover
a inclusão destes alunos, tem gerado diferentes reflexões nos últimos anos. Sabemos que apesar
da educação ser um direito fundamental para todos, ainda não é uma realidade para diversos
alunos. Salienta-se a importância de promover práticas em sala de aula que busquem contribuir
com a Educação Inclusiva. No âmbito da Educação Matemática, a Modelagem Matemática é uma
metodologia para o ensino que tende a propiciar a relação do conteúdo matemático com
assuntos que sejam do interesse dos estudantes, possibilitando assim a construção do
conhecimento por parte do aluno, visando formar alunos críticos, reflexivos e criativos. O
trabalho em equipe, característica marcante dessa metodologia, estimula o espirito colaborativo
e cooperativo entre os alunos. Entretanto, são escassas as pesquisas que buscam relacionar tal
metodologia com a Educação Inclusiva. Dessa forma, busca-se investigar quais os envolvimentos
e/ou ações de um aluno autista em uma atividade de Modelagem Matemática, e quais as
contribuições dessa metodologia de ensino na formação desses alunos. Este trabalho propõem
relatar uma experiência com Modelagem Matemática, em um colégio estadual da cidade de Porto
União – SC - BR, numa turma do 5ª ano do Ensino Fundamental, com média de onze anos de
idade, a qual possuía um aluno autista matriculado. O aluno autista, tinha 11 anos, seu nível de
autismo é considerado moderado, possui acompanhamento psicológico e frequenta a sala de
recursos que o colégio oferece em contraturno. Está matriculado na escola desde o primeiro ano
das séries iniciais e, apesar de estar inserido na rotina escolar e relacionar-se diariamente com
colegas da mesma idade, não acompanha os conteúdos acadêmicos de sua turma. Ao final da
investigação, destacamos que o trabalho em grupo, a liberdade de ação dos estudantes e a tarefa
na perspectiva heurística, são fundamentais para possibilitar o desenvolvimento social de alunos
autistas. Esses aspectos dependem da atitude adotada pelo professor durante o desenvolvimento
da atividade e também em como o aluno autista foi preparado para a mudança da rotina escolar.
Conclui-se que a Modelagem Matemática, ao abordar situações da realidade, propicia ao aluno
autista, e aos outros alunos, a liberdade para participar ativamente das atividades propostas,
rompendo a linearidade e o formalismo matemático. Além disso, estimula a criatividade, oferece
condições para a formação crítica e reflexiva, potencializa o desenvolvimento social, pois
possibilita o trabalho em grupo, as discussões e socializações das ideias, fazendo dele o
protagonista em sala de aula, sendo corresponsável pela sua aprendizagem.

Palavras-chave: modelagem matemática, autismo, desenvolvimento social, educação matemática.

EM-002

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UTILIZAÇÃO DE MAQUETE PARA TRABALHAR O TEOREMA DE TALES COM ESTUDANTES
AUTISTAS.

Rabechy Machado Rodrigues; IFC – Campus Avançado Sombrio; rabechymachado@hotmail.com


Carla Margarete Ferreira dos Santos; IFC – Campus Avançado Sombrio; carla.santos@ifc.edu.br
Carla Sofia Dias Brasil; IFC – Campus Avançado Sombrio; carla.brasil@ifc.edu.br

Este artigo apresenta uma proposta didática que aborda o conteúdo do Teorema de Tales por
meio de material manipulativo, onde também se aplica as tendências da História da Matemática e
da Etnomatemática. Justifica-se a importância do ensino do Teorema de Tales na Geometria
devido aplicação deste na resolução de problemas em diversas áreas, inclusive em situações
básicas do cotidiano. Desde sua origem, segundo os Registros da História o Teorema de Tales,
encontra-se fundamentado em necessidades vivenciadas pelos humanos para resolver diversos
problemas que estes passavam. Nascido antes da era de Cristo, Tales de Mileto era um
importante matemático, filósofo e também astrônomo grego. Tales de Mileto utilizou alguns de
seus conhecimentos mais básicos de Geometria e de Proporcionalidade para calcular a altura
exata de uma pirâmide, assim surgiu um de seus mais famosos e conhecidos teoremas. Ele
percebeu que havia uma proporcionalidade curiosa entre a medida da sombra de um objeto e a
medida real de sua altura, observando que os raios do Sol chegavam ao nosso planeta sempre em
posição inclinada e paralelos (ALICE, 2018). Embora apontado como um conteúdo necessário,
com aplicações em diversas áreas, infelizmente é pouco explorado nas escolas. Pois segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) (1998), a Geometria, aqui se inclui o Teorema de Tales,
não tem tido destaque nas aulas de Matemática e em geral é confundida com o estudo de
medidas. Pensando em realizar uma atividade diferenciada para trabalhar esse conteúdo, essa
proposta foi construída e aplicada no quinto semestre do curso de Licenciatura em Matemática
do Instituto Federal Catarinense – Campus Avançado Sombrio nas disciplinas de Educação
Inclusiva, Prática de Ensino da Matemática na Educação Básica e Estágio Supervisionado I, tendo
por objetivo a aplicação futura para os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental. Para a aula
foi construída uma maquete objetivando uma melhor visualização da aplicação do Teorema de
Tales no cotidiano. Essa atividade foi pensada devido ao fato de que os autistas têm como
característica uma ótima memória de imagens e objetos. Então, utilizou-se a maquete como um
material manipulativo para aplicação do Teorema de Tales. O material foi elaborado assim como a
problematização com base na realidade de ruas presente em um bairro da cidade de Sombrio,
tendo em vista a futura aplicação darse-á em uma escola do município. A maquete pode ser vista
como material manipulativo que chama a atenção dos estudantes de um modo geral e inclui os
que têm autismo. Foi considerado também elo entre a História matemática e a Etnomatemática.
Após a aplicação da aula constatou-se a importância de adaptar estratégias e metodologias a
realidade local, também foi possível identificar o quanto um material concreto – a maquete-
torna a aula mais atrativa até mesmo para quem já conhece o conteúdo abordado, pois permite
que o mesmo seja explanado sobre outra ótica.

Palavras-chave: inclusão, etnomatemática, história da matemática,teorema de tales, material


manipulativo.

EM-003

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 103


TRIGONOMETRIA NO ENSINO MÉDIO: JOGO COMO RECURSO DIDÁTICO

Caroline Vanessa Wendland; UDESC; carol.cvw@gmail.com.

No trabalho apresenta-se uma abordagem sobre questões históricas, de ensino e de aprendizado


referentes à trigonometria, baseado em pesquisas bibliográficas e elaboração e aplicação de jogo
didático. A diversificação metodológica e a construção do conhecimento através do lúdico são
objetivos essenciais desta pesquisa. Historicamente a trigonometria esteve envolvida com
questões de navegação, agrimensura e astronomia. Atualmente, qualquer curso de engenharia,
por exemplo, exige domínio desses conceitos em diversas disciplinas. Na educação básica,
destaca-se sua presença no currículo do ensino médio, bem como as dificuldades encontradas
pelos estudantes com esse conteúdo nessa etapa de ensino. A notação diferenciada e a falta de
exemplos práticos levam à aversão do conteúdo, contribuindo para o fracasso escolar. Buscando
recursos que auxiliem na melhor compreensão de arcos, ângulos, seno, cosseno e tangente na
circunferência trigonométrica, é proposta uma intervenção pedagógica através de uma
metodologia ativa de aprendizagem: um jogo didático, chamado de Mandala Trigonométrica.
Busca-se, através de um jogo educativo, um aprender significativo, onde o aluno e jogador
participa ativamente de seu próprio desenvolvimento. O jogo escolhido engloba os conceitos
anteriormente citados e busca estimular o raciocínio lógico do aluno, sua compreensão
matemática e melhor desenvolver seu conhecimento nesta etapa do ensino médio. Os jogos
ocorreram no formato dupla contra dupla. Durante as partidas, tem-se como objetivo identificar
os arcos e os valores dos senos, cossenos e tangentes por meio de circunferência trigonométrica
e seus eixos, movimentando peões. A atividade foi realizada com uma turma do segundo ano do
ensino médio de uma escola pública de Joinville, no estado de Santa Catarina. O perfil da turma
era de alunos desmotivados e com muita dificuldade em Matemática. Após a aplicação da
atividade lúdica, essa turma apresentou evolução no entendimento do conteúdo, sendo
comparadas as notas da prova (antes da atividade) e a sua respectiva recuperação (depois da
atividade), referente ao mesmo conteúdo. Muitos alunos relataram não precisar mais decorar as
fórmulas de redução ao primeiro quadrante, optando por desenhar seu próprio ciclo
trigonométrico, o que demonstra um avanço lógico bastante importante. O envolvimento dos
alunos nas aulas seguintes cresceu significativamente, tornando esses momentos mais dinâmicos,
agradáveis e de bom rendimento.

Palavras-chave: aprendizagem, trigonometria, jogo educativo.

EM-004

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 104


UMA PROPOSTA DE MODELAGEM MATEMÁTICA: DECAIMENTO RADIOATIVO E FUNÇÃO
EXPONENCIAL

Carolina Colusso Poerschke; UDESC; carolpoerschke@outlook.com.

Neste artigo apresento alguns elementos sobre a metodologia da Modelagem Matemática como
estratégia de ensino, além do relato de experiência acerca da aplicação do projeto “Uma proposta
de Modelagem Matemática: Decaimento Radioativo e Função Exponencial”. Durante a realização
da disciplina de Prática de Ensino de Matemática do curso de Licenciatura em Matemática, da
Universidade do Estado de Santa Catarina, efetuei a aplicação deste projeto com 25 alunos, em
uma turma de 1º ano do Ensino Médio, no Colégio da Univille, localizado em Joinville, Santa
Catarina. A proposta desta disciplina é baseada e objetivada no exercício da criação, elaboração e
aplicação de um projeto de ensino de matemática, utilizando alguma metodologia diferenciada
sobre conteúdos que compõem a grade curricular da educação básica. A aplicação do projeto que
consta nesse relato ocorreu no primeiro semestre de 2019, e se desenvolveu durante 08
encontros, os quais foram divididos entre pesquisas, discussões, montagem e entrega do produto
final. Ressaltando que seguir etapas a fim de que o conteúdo matemático seja sistematizado e
aplicado, é uma estratégia de ensino e aprendizagem dentro da metodologia da modelagem
matemática. O conteúdo abordado neste projeto compreendeu as análises e estudos acerca de
funções exponenciais em relação as situações problemas, geradas pela meia vida de um
determinado elemento radioativo. Aos alunos foram propostas as seguintes atividades: pesquisar
informações sobre um elemento químico radioativo; buscar informações sobre suas aplicações na
sociedade, assim como seus malefícios e benefícios; pesquisar sobre a preocupação
governamental a respeito da contaminação ambiental e social, através de materiais radioativos.
Ainda, os alunos elaboraram uma situação problema, com referências reais, de algum decaimento
radioativo presente em um determinado corpo, assim, envolvendo a função exponencial para a
análise do caso. Por fim, foi trabalhada a análise gráfica de cada situação de decaimento
radioativo, com o auxílio do software Geogebra. Através do uso de etapas da metodologia da
Modelagem Matemática na sala de aula, foi possível trabalhar a interdisciplinaridade, mostrando
ao aluno como a matemática pode ser útil em sua vida fora do ambiente escolar e como ela
interage com as demais áreas do conhecimento, além de aproximar a matemática de problemas
reais. Ainda, a proposta de ensino apresentada permitiu que o aluno tenha sido o promotor de
toda discussão e pesquisa, onde foi motivado pelo professor através da questão motriz, que os
guiou em todo o projeto.

Palavras-chave: modelagem matemática, projeto, função exponencial.

EM-005

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 105


O ESTUDO DA GEOMETRIA ESPACIAL E ANALÍTICA: UMA AULA DIFERENCIADA PARA O ENSINO
MÉDIO

Agatha Yoshimura; UDESC; agathayoshimura@hotmail.com


Fernanda da Silva; UDESC; feh.da.silva@outlook.com
Silvia Teresinha Frizzarini; UDESC; stfrizzarini@hotmail.com

O objetivo deste trabalho é relatar experiências obtidas após elaborar e aplicar um plano de aula
diferenciado sobre o conteúdo de Geometria Analítica e Espacial para alunos do Ensino Médio.
Considerando que a grande dificuldade dos alunos, nesses conteúdos, são a visualização dos
sólidos geométrico e a sua abstração, buscou-se uma metodologia diferenciada que abordasse
melhor esses aspectos. Após pesquisas bibliográficas, tais como: “Laboratório de ensino de
matemática e materiais didáticos manipuláveis” de Lorenzato (2009) e “A aprendizagem de
polinômios através da resolução de problemas por meio de um ensino contextualizado” de Morais
(2008) optou-se pelos materiais manipuláveis a fim de trazer uma abordagem mais
contextualizada. Os materiais preparados foram os sólidos geométricos e um plano cartesiano
desenhado sobre a cartolina, em tamanho maior, para resolver os problemas propostos. Para a
contextualização da atividade, o plano cartesiano serviu como planta da cidade e os sólidos
representavam os prédios. A aula foi baseada em uma revisão, então os alunos já tinham
conhecimento sobre as fórmulas, de onde e para que funcionavam. Por isso, a aula teve uma
característica mais de fixação de conteúdo, avaliação e contextualização. A sala foi dividida em
duplas, cada dupla escolheu um sólido, com seu terreno numerado sobre o plano cartesiano e,
assim, receberam um questionário para responder com o auxílio do professor, tendo como
questões, por exemplo, para calcular a distância entre dois prédios ou verificar se os prédios de
colegas de outras duplas caberiam no seu terreno, entre outras questões. Esses exercícios foram
recolhidos, como forma de avaliação, assim como o exercício seguinte, no qual os alunos tiveram
que calcular a área da superfície e o volume de todos os prédios presentes no mapa. A aula
contextualizada atraiu muito os alunos e isso auxiliou no interesse durante as atividades, porém
os materiais manipuláveis dividiram a turma, para alguns auxiliou na visão espacial, porém outros
se confundiram, uma vez que a planificação dos sólidos deveria ser realizada mentalmente. Então,
percebemos que uma aula diferenciada atinge os alunos de formas diferentes e é nosso trabalho
como professores ter domínio do conhecimento e do material que está sendo aplicado para poder
aproveitar ao máximo seu potencial. Entre os resultados encontrados e que poderia ser
repensado para uma próxima vez, foi a escala dos prédios, pois o mapa foi feito com uma escala
de 2cm para 1u.m no mapa, causando um pouco de confusão para a retirada de medidas, já que
os prédios não estavam na mesma escala. Isso nos mostra que mesmo que a aula lúdica seja uma
opção diferente e atraente aos olhos de alunos e professores, ainda assim possui dificuldades e
nem sempre toda turma atingirá o seu potencial esperado. No entanto, concluímos que mesmo
que o planejamento deste tipo de aula exija mais do professor, sua aplicação pode apresentar
bons resultados em sala de aula. Essas aulas atraem a atenção do aluno e possibilita uma maior
interação entre conteúdo.

Palavras-chave: educação matemática, geometria plana e espacial, geometria analítica, aula


diferenciada, ensino médio.

EM-006

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 106


PERCEPÇÃO DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO QUE CURSAM PEDAGOGIA SOBRE
A OBMEP-NÍVEL A

Cláudio Cristiano Liell; ULBRA; cristianoliell@hotmail.com

Atualmente, percebe-se que muitos estudantes não estão motivados para a aprendizagem de
conceitos no dia a dia escolar. Para que ocorra a reversão desse quadro, vários projetos vêm
sendo desenvolvidos na escola, como, por exemplo, a realização de olimpíadas científicas. No
Brasil as olimpíadas de conhecimento envolvem milhões de alunos e centenas de milhares de
professores. A mais importante é a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas -
OBMEP que é um projeto nacional dirigido às escolas públicas e privadas brasileiras, realizado
pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada - IMPA, com o apoio da Sociedade
Brasileira de Matemática – SBM. Este artigo, parte de uma pesquisa de Pós doutorado, analisa as
percepções de futuros professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental sobre a
1ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – Nível A aplicada em 2018 e está
fundamentado principalmente em Zabala (1998), Bachelard (1996), Lins (2005), Nacarato ( 2011),
Sá (2009) e Cocco (2014). Este trabalho envolveu 11 estudantes de pedagogia da Faculdade
Cenecista Farroupilha, localizada em Farroupilha, Rio Grande do Sul. Os envolvidos resolveram as
questões da Olimpíada e também foram submetidas a responder um questionário com 5
questões abertas e 5 questões fechadas, a respeito do entendimento sobre a olimpíada aplicada.
Será também apresentado as opiniões e constatações dos futuros educadores referentes a
formação desenvolvida no curso de Pedagogia que estão cursando. Constatou-se que as questões
com maior índice de erros cometidos pelas graduandas, referem-se principalmente aos conteúdos
das unidades temáticas de álgebra, grandezas e medidas; boa parte apresentou dificuldade de
interpretação das questões da olimpíada, metade das graduandas destacam que apresentam
muita dificuldade em matemática e que nas escolas não deixarão trabalhar alguns conteúdos da
olimpíada porque as direções pedem para priorizar as quatro operações. Os professores
investigados também destacam que recebem muito embasamento teórico, porém precisariam de
atividades mais práticas para adquirirem melhores experiências para o trabalho de sala de aula,
ou seja, acreditam que o curso poderia oportunizar mais o estudo de conceitos matemáticos, pois
muitas não viram em sua caminhada estudantil certos conceitos.

Palavras-chave: olimpíadas de matemática, aprendizagem matemática, percepções professores.

EM-007

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 107


QUANDO UMA EQUAÇÃO DIOFANTINA TEM SOLUÇÃO? ESTABELECENDO CONJECTURAS NO
CONTEXTO DO ENSINO SUPERIOR.

Débora Eloísa Nass Kieckhoefel; UDESC; debora.kieckhoefel@udesc.br


Elisandra Bar de Figueiredo; UDESC; elisandra.figueiredo@udesc.br
Ivanete Zuchi Siple; UDESC; ivazuchi@gmail.com

No primeiro semestre de 2018, durante o desenvolvimento de uma pesquisa em nível de


mestrado foram realizadas quatro atividades com alunos ingressantes no curso de Licenciatura
em Matemática da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Essas atividades se
referiam às equações diofantinas, conteúdo abordado na disciplina de Introdução à Teoria dos
Números (ITN). Essa pesquisa foi realizada no contexto do Mestrado Profissional em Matemática
em Rede Nacional (PROFMAT) e tinha como objetivo geral apresentar uma possiblidade de
relacionar o conteúdo de equações diofantinas visto em ITN com o contexto da Escola Básica. A
primeira atividade envolvia história da matemática; a segunda, a formalização do conteúdo; a
terceira, resolução de exercícios; e a quarta, uma discussão sobre as equações diofantinas e a
Educação Básica. Aqui, abordaremos apenas a segunda atividade, realizada em equipes, durante
as aulas de ITN. Essa atividade consistiu na proposição de uma sequência didática dividida em
duas partes: na primeira, objetivávamos que os estudantes criassem conjecturas para responder a
situação-problema: “quando uma equação diofantina tem solução?”; na segunda parte,
almejávamos que os alunos conjecturassem que uma equação diofantina, quando tem solução,
possui infinitas soluções, e ainda, apresentassem seu o conjunto solução. As respostas para essas
perguntas já são conhecidas e formalizadas na matemática por meio de duas proposições, que
utilizam o conceito de máximo divisor comum (mdc), conteúdo este já estudado pelos alunos na
Educação Básica e na disciplina de ITN. A sequência didática proposta continha exemplos
particulares, a partir dos quais os alunos deveriam discutir estratégias e observar padrões a fim de
criar suas próprias conjecturas. Para responder a primeira pergunta, os alunos buscaram relações
entre os coeficientes tentando relacionar com algum conteúdo já visto na disciplina, como
paridade, números primos, máximo divisor comum, mínimo múltiplo comum, etc. Quase todas as
equipes apresentaram alguma conjectura, mas chama a atenção que elas eram válidas apenas
para casos particulares e não podiam ser generalizadas para qualquer equação diofantina. Já na
segunda parte da atividade, os alunos conseguiam perceber facilmente a existência de infinitas
soluções, inclusive apresentando algumas delas. O problema se dava no momento de apresentar
o conjunto solução, pois, para isso, era necessário estabelecer um parâmetro e nesse ponto os
alunos encontravam uma barreira, pois não conseguiam expressar matematicamente o que
conseguiam visualizar nos exemplos. Eles sabiam identificar e explicar verbalmente qual era o
conjunto solução, contudo, não tinham domínio e clareza da linguagem matemática para que
pudessem expressar esse conjunto. Vale destacar a riqueza das discussões realizadas pelas
equipes, tais como o envolvimento, a criatividade e a vontade de descobrir a resposta para as
questões propostas, bem como o diálogo entusiasmado (e às vezes decepcionado) quando
alguma conjectura criada por eles funcionava (ou não).

Palavras-chave: sequência didática, criação de hipóteses, Educação Básica.

EM-008

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 108


FRAÇÕES NO ENSINO MÉDIO: ABORDAGEM ATRAVÉS DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS

Aimê Cardoso Sarmanho; UDESC; aimesarmanho@msn.com


Julia França Palhano; UDESC; ju.fpalhano@gmail.com
Magly Xavier Trentini; UDESC; maglyxt@gmail.com

Um dos elementos necessários para a aprendizagem de um saber matemático é o estudo da


disciplina através de uma sequência lógica de conceitos, que permitam que os alunos avancem no
conteúdo lecionado gradativamente. Na Escola de Educação Básica Professora Jandira D’Ávila, em
Joinville (SC), segundo um levantamento informal realizado pelo professor titular das séries de
Ensino Médio da escola, entre os maiores empecilhos encontrados pelos alunos para progredirem
na aprendizagem de matemática no 2º ano, está a conceituação e operação com números
fracionários. A importância do conceito de frações para o estudo de matemática e seu constante
uso, seja nas aulas ou no cotidiano de nossas vidas, faz com que esta dificuldade seja algo muito
prejudicial para o processo de aprendizagem dos alunos como um todo, além disso, vale
considerar que ela tem potencial para se tornar um grande obstáculo pedagógico. Diante disso,
na posição de integrantes do Programa de Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)
de matemática que atuam nessa escola, dedicamos o segundo semestre de 2018 para abordar tal
conteúdo com as duas turmas do 2º ano do Ensino Médio existentes na instituição. Visando
alcançar uma abstração conceitual do conteúdo, buscamos utilizar metodologias alternativas de
ensino – com destaque para o uso de materiais manipuláveis – que fossem capazes de auxiliar
nesse processo. Optamos por aplicar um pré-teste para analisar o nível de conhecimento nas
turmas a respeito do tema e, a partir dos resultados obtidos, desenvolvemos um planejamento de
revisão e abordagem do conteúdo por meio de materiais manipuláveis e o aplicamos. As
atividades foram realizadas com uma média de quinze alunos por aula, em quatro encontros,
sendo um encontro por semana, em que buscávamos abordar alguns dos significados distintos
que a fração assume na prática matemática. No primeiro encontro abordamos o conceito de
“parte e todo”, intrínseca às frações, utilizando a construção e análise de gráficos. No encontro
seguinte, visando a fixação do conceito de “parte e todo”, desenvolvemos algumas atividades
envolvendo o uso de Tangrans, que também desenvolveu a identificação das relações de
proporção existentes entre as peças, outro significado para as frações. Na terceira semana
utilizamos alguns copos com medidas e suco para ilustrar a soma de frações e o artifício da
“divisão por 1” para justificar a regra da divisão de frações. Por último, a turma foi dividida em
dois grupos para a realização de uma gincana de resolução de questões, com o intuito tanto de
fixar o conteúdo quanto de avaliar a evolução dos alunos no tema em comparação ao pré-teste.
Durante as aplicações pudemos notar que em diversos casos o uso de metodologias alternativas
pode incitar o interesse e a vontade de aprender nos alunos, além de assumir um papel
fundamental para muitos no processo de abstração matemática. Por se tratar de uma abordagem
não “tradicional”, percebemos que os alunos precisaram ter mais autonomia em suas ações, o
que ressaltou a importância e a capacidade que possuem de tornarem-se sujeitos ativos em seus
processos de aprendizagem.

Palavras-chave: educação matemática, material manipulável, ensino de fração, PIBID.

EM-009

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 109


OFICINAS PEDAGÓGICAS E EXPRESSÃO GRÁFICA: FERRAMENTAS PARA A APRENDIZAGEM DE
MATEMÁTICA BÁSICA

Alessandra Assad Angieski; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;


alessandra.assad@ifpr.edu.br
Davi Paula da Silva; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
davipaulasilva@hotmail.com

Este resumo retrata o desenvolvimento do projeto de oficinas de Matemática Básica que ocorrem
nas imediações do Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá, cujo principal objetivo é
minimizar a defasagem apresentada pelos estudantes perante conteúdos ditos “básicos” na
disciplina de Matemática. Diante dos últimos dados apresentados pelo Sistema de Avaliação da
Educação Básica (SAEB) para a disciplina de Matemática, observa-se que para os três níveis
avaliados (5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio) os índices estão
relativamente abaixo do esperado, evidenciando assim a dificuldade apresentada pelos
estudantes diante da disciplina. Ressalta-se ainda que o índice do 9º ano do Ensino Fundamental
está muito próximo ao índice dos estudantes concluintes do Ensino Médio. Baseado nessas
informações criou-se então o projeto das oficinas de Matemática Básica, oriundo do grupo de
estudos e pesquisas em Expressão Gráfica e/no processo de ensino-aprendizagem. As oficinas são
ofertadas aos estudantes do primeiro ano do Ensino Médio, semanalmente. São preparadas em
conjunto entre a docente responsável e os estudantes voluntários que ajudam desde a pesquisa
dos conteúdos, até a criação das atividades e a aplicação das oficinas para as turmas
participantes. Os conteúdos são pré-estabelecidos perante uma avaliação diagnóstica aplicada a
esses estudantes no primeiro encontro, podendo ser adaptados conforme a necessidade dos
participantes. As oficinas pedagógicas são fomentadas com base na Expressão Gráfica, sendo este
um campo de estudos que utiliza de desenhos, modelos, materiais manipuláveis e recursos
computacionais, afim de apresentar, representar, exemplificar, aplicar, formalizar e visualizar
conceitos. Deste modo a essência das oficinas pedagógicas de Matemática Básica, que buscam
ilustrar os conteúdos de Matemática de forma mais lúdica e dinâmica. A escolha pela metodologia
de oficinas pedagógicas ocorreu por se tratar de uma proposta de trabalho em grupo que visa
contribuir de forma coletiva na construção do saber e principalmente pelas trocas de experiências
entre todos os envolvidos (docente, estudantes voluntários e estudantes participantes). Além
disso, as oficinas pedagógicas dinamizam o processo de ensino-aprendizagem e instigam o
engajamento criativo. Nas oficinas diversos são os processos de estímulos aos estudantes, tais
como: sala temática, jogos, materiais manipuláveis, uso de recursos computacionais, entre outros.
Os resultados apresentados até o momento são bastante satisfatórios, desde a participação dos
estudantes, quanto a observação da melhora do rendimento desses estudantes na disciplina de
Matemática. Pode-se dizer também que para alguns estudantes as oficinas funcionam como
desmistificadora desta disciplina, ou seja, mudando a ideia de que a Matemática é dita como
“difícil”. Abrindo uma série de oportunidades para que os presentes participantes tornem-se
futuros voluntários na aplicação das oficinas pedagógicas. Para alguns estudantes a melhor
estratégia de aprendizagem é auxiliando colegas, portanto, posteriormente podem contribuir no
desenvolvimento do projeto como voluntários.

Palavras-chave: ensino-aprendizagem, expressão gráfica, matemática básica, oficinas pedagógicas.

EM-010

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 110


ENSINO, APRENDIZAGEM, FORMAÇÃO DE PROFESSORES, UNIVERSIDADE E ESCOLA: TUDO ISSO
EM DOIS LABORATÓRIOS DE MATEMÁTICA?

Alex Manoel Vieira; UDESC; alexvieira.264@gmail.com


Antonio Tomaz da Rosa Junior; UDESC; atrjunior123@gmail.com
Adriano Luiz Dos Santos Né; UDESC; adriano.ne@udesc.br

O Laboratório de Ensino de Matemática (LEM) é um tema que vem sendo estudado e debatido há
algum tempo no campo da Educação Matemática, encontramos artigos que discutem sobre as
potencialidades dos laboratórios para o ensino e a aprendizagem de matemática, os quais
mostram que esta potencialidade está estreitamente relacionada com a concepção que os
professores que o utilizam trazem consigo a respeito da educação (LORENZATO, 2012), há os que
falam da influência do LEM na formação de professores de matemática (PASSOS, 2012; TURRIOTI;
PEREZ, 2012), como um espaço que proporciona ao docente, ou futuro docente, uma prática
profissional reflexiva sobre suas ações, além de promover criações que auxiliam no
desenvolvimento da criatividade do professor. Ainda sobre estas produções, vale lembrar que o
LEM geralmente está relacionado à criação de materiais didáticos e atividades com o uso de
tecnologias de informação e comunicação, outros elementos que influenciam diretamente a
formação docente. Por fim, identificamos ainda produções que discutem o LEM como um meio
para realizar a interação entre universidade e comunidade (BERTONI, GASPAR, 2012). O curso de
Licenciatura em Matemática da UDESC participa do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência (PIBID) desde julho de 2011 e no último edital de 2018 foi contemplado com 30 bolsas
de Iniciação à Docência, o que fez com que os bolsistas dividissem sua atuação em três escolas
públicas da cidade de Joinville (SC). Em duas delas há laboratórios de matemática que são
organizados pelos bolsistas para o trabalho com os alunos das escolas, um destes laboratórios foi
fundado em maio de 2013 numa parceria entre escola e o grupo PIBID/Matemática da UDESC, o
outro já existia como espaço físico – que muitas vezes era partilhado com outras disciplinas –, mas
foi “revitalizado” quando um dos grupos do PIBID/Matemática passou a atuar na escola. Neste
trabalho procuramos mostrar, por meio da apresentação de algumas das ações realizadas, como
os bolsistas deste programa vêm atuando no LEM. Buscamos focar nas discussões existentes em
Educação Matemática inicialmente apresentadas, o ensino e a aprendizagem de matemática, os
efeitos na formação dos bolsistas e professores da escola envolvidos, e sua contribuição na
interação entre universidade e escola. Pudemos constatar que o LEM – conforme os discursos que
circulam no campo acadêmico – contribui para motivar a aprendizagem dos alunos,
principalmente por se tratar de um espaço que, diferentemente da sala de aula, faz com que as
expectativas dos alunos no processo de ensino e aprendizagem se modifique de forma positiva.
Além disso, a produção de jogos, atividades com o uso de materiais manipuláveis e até mesmo os
reforços escolares realizados no LEM, trouxeram valiosas contribuições para a prática docente,
principalmente no que tange a concepção de educação que os graduandos e professores trazem
consigo.

Palavras-chave: educação matemática; PIBID; licenciatura em matemática; laboratório de


matemática; formação de professores de matemática.

EM-011

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 111


MATEMÁTICA DO CAMPO: COMO OS CONCEITOS ETNOMATEMÁTICOS DIALOGAM NUM
SENTIDO CASA/ESCOLA E ESCOLA/CASA

André Ribeiro da Silva; Instituto Federal Catarinense; andre.silva@ifc.edu.br


Regina Helena Munhoz; UDESC; regina.munhoz@udesc.br

O trabalho aqui apresentado se trata de uma pesquisa de caráter qualitativo/participativo


realizada com estudantes de duas turmas do Técnico em Agropecuária do Instituto Federal
Catarinense (IFC) de Abelardo Luz (SC) no primeiro semestre de 2019. A comunidade escolar desse
instituto é predominantemente do campo, portanto a pesquisa discursa numa reflexão sobre
como a matemática aprendida, desenvolvida e aplicada em suas propriedades rurais dialoga com
a matemática das disciplinas técnicas do curso. Embasada principalmente em Ubiratan
D’Ambrosio, a pesquisa teve como preponderante objetivo perceber e refletir sobre a natureza
das facilidades e tensões no processo de aprendizagem quando o aluno traz seus conceitos,
geralmente aprendidos com familiares, para a instituição e, também, quando ele retorna para sua
propriedade com novas formulações técnicas sobre os mais diversos tópicos e práticas da área. A
escolha pelos estudos desse ramo, no caso a Etnomatemática, se deu pelo fato dessa tendência
de ensino abrir os olhos e dar ouvidos às diversas culturas, que, quando não pertencentes a um
currículo eurocentrista, são constantemente esquecidas e silenciadas. Historicamente os
conhecimentos de povos campesinos são marginalizados e, com intuído de compreender melhor
essa relação do campo com a educação matemática, foi realizada uma fundamentação básica
sobre o que é Educação do Campo. Por fim, desenvolveu-se também um questionário discursivo
com propósito de entender melhor a formação, constituição familiar e a realidade sobre as
concepções Etnomatemáticas que os estudantes trazem da sua comunidade. Ainda que as
perguntas fossem de caráter discursivo, pouco se pôde investigar nas respostas devido à falta de
profundidade e detalhes nas falas. Então, formou-se com os educandos um grupo focal com o
intuito de se obter narrativas mais detalhadas e com relevância para o objetivo dessa pesquisa. Os
dados obtidos demonstraram uma realidade predominante de agricultura de produtores
familiares, com seus conhecimentos adquiridos preeminentemente de pai para filho. De certa
forma, poucas tensões foram sentidas nas narrativas, salvo casos em que descreveram que, ao
retornar para casa, ainda se ouvem discursos como “Eu sempre fiz assim e sempre deu certo!” ou
até mesmo “Quando cê carpi esse lote todo durante 30 anos, então cê pode me dizer como faz!”.
Mas, de maneira geral, tanto, pais como estudantes e professores, entendem essa troca de
conhecimento como favorável nesse processo de aprendizagem, pois consideram que eles são em
sua grande maioria complementares entre si, ou, no mínimo que não se constituem em saberes
antagônicos. De qualquer forma a presente pesquisa se revelou positiva nesse sentido, pois a
partir do momento que esses estudantes percebem que os saberes populares e científicos não
estabelecem uma relação dicotômica, mais se reconhecem como sujeitos de culturas e saberes
significativos que permeiam as diversidades culturais do nosso país.

Palavras-chave: etnomatemática, educação do campo, educação matemática.

EM-012

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 112


INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE GEOMETRIA EM CURSOS DE LICENCIATURA EM
MATEMÁTICA

Deiziane Coutinho de Miranda; Universidade do Estado da Bahia – UNEB/Senhor do Bonfim;


dcoutinho@uneb.br

No presente trabalho estarei discutindo acerca da interdisciplinaridade no ensino de Geometria


nos cursos de licenciatura, tomando como referência o Curso de Licenciatura em Matemática da
Universidade do Estado da Bahia - UNEB, Departamento de Educação Campus VII, ao qual sou
professora e atuo nos componentes curriculares direcionados ao ensino de Geometria,
especificamente as Geometrias Analíticas, Plana e Espacial. Nesse ano, estou desenvolvendo dois
Projetos de Extensão Universitária, a saber: Matemática na Educação Básica: Materiais Didáticos
Manipulativos e Geometria na Licenciatura: Uma proposta de interdisciplinaridade, sendo
apresentarei os resultados já encontrados em um desses projetos de extensão. O currículo do
Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, Departamento
de Educação Campus VII, apresenta 57 (cinquenta e sete) componentes curriculares obrigatórios,
distribuídos em 8 (oito) semestres letivos, dentre estes, percebo que alguns são direcionados para
o ensino de Geometria, demonstrando assim, a importância de olhares atentos a essa área. Deste
modo, a presente pesquisa busca trazer uma discussão e reflexão acerca dos resultados já
encontrados no Projeto de Pesquisa e Extensão: Geometria na Licenciatura: Proposta de
Interdisciplinaridade. O mesmo busca levar a interdisciplinaridade de Componentes Curriculares
e/ou conteúdo que envolva a Geometria. Para isso, saliento que vetor é uma classe de
equipolência de segmentos orientados, ou seja, existe segmentos orientados de mesmo
comprimento, mesma direção e mesmo sentido. Ao que tange as operações vetoriais, as
principais são: norma de um vetor (comprimento), adição vetorial, diferença entre vetores,
multiplicação por um escalar, ângulos entre dois vetores, combinação linear, produto escalar,
produto vetorial, produto misto e linearidade de um vetor. Essa pesquisa se caracteriza como
sendo bibliográfica, pois, irei desenvolver e mostrar resultados a partir de dados coletados em
artigos científicos e trabalhos acadêmicos publicados em eventos. Percebo por meio dos dados já
alcançados, que existe diversas maneiras de trabalhar vetores e operações vetoriais do
Componente Curricular Geometria Analítica I, com os diversos componentes curriculares do
curso, além disso, existe diversas possibilidades de trabalhos conjuntos envolvendo essas áreas e
outras que também utilizem o estudo acerca de vetores. Deste modo, torna se notório a presença
de interdisciplinaridade entre componentes curriculares direcinados ao ensino de Geometria em
Cursos de Licenciatura em matemática.

Palavras-chave: educação, matemática, geometria analítica, vetores, interdisciplinaridade.

EM-013

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 113


FORMAÇÃO DE PROFESSORES COMPROMETIDOS COM PESQUISAS E COM PRINCÍPIOS
INOVADORES NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Diva Marília Flemming; Universidade do Sul de Santa Catarina; flemmingdiva@gmail.com

O presente trabalho tem como objetivo relatar as experiências realizadas na Licenciatura de


Matemática, modalidade a distância, estabelecidas a partir das concepções que nortearam a
organização didática da disciplina, “Prática Educativa Alicerçada nas Tendências em Educação
Matemática”. Consideramos pertinente a apresentação do relato, frente à temática e objetivos do
evento, pois estamos tentando romper com propostas tradicionais na formação do professor(a)
de matemática. Como pesquisadora, professora, coordenadora de curso e como líder de um
grupo de pesquisa da Unisul, acompanho a formação de professores de matemática desde 2001,
buscando sempre inovações para que as propostas curriculares dos cursos (presencial e a
distância), acompanhem as políticas públicas brasileiras e as discussões das Tendências em
Educação Matemática, no Brasil e em outros países. As ideias inovadoras iniciaram com a
construção de um Projeto Pedagógico do Curso (PPC), alicerçado nas Tendências em Educação
Matemática sob a forma de disciplinas que ao serem aplicadas produziram vivências práticas e
reais para a sala de aula nas Escolas de Educação Básica (FLEMMING et al., 2003). As ideias de
inovação se consolidaram e a atuação dos egressos abrem caminhos para o repensar a própria
prática. Atualmente temos a certeza de que precisamos sempre inovar, pois vivenciamos um
avanço sistemático das tecnologias com mudanças sociais visíveis. A nossa prática inovadora de
“ontem”, pode não ser uma inovação “hoje”. O que devemos considerar hoje? Temos que inovar
frente as atuais políticas de formação para a prática tendo como suporte tecnologias
educacionais. A disciplina, objeto de nossa pesquisa, ofertada na modalidade a distância, aponta
novas formas de trabalhar as Tendências em Educação Matemática. Optamos por focar na
formação do professor pesquisador, ou seja, queremos um professor que acompanhe os
movimentos das pesquisas na área da educação e saiba analisar e refletir sobre a sua própria
prática. Na disciplina citada, os estudantes têm atividades em pequenos grupos e em grandes
grupos visando a troca de ideias e de experiências. O estudante desenvolve muitas leituras para
análise e reflexão frente aos conceitos das Tendências em Educação Matemática. Os resultados
são apresentados na forma de: análises críticas; artigos de revisão da literatura ou de relatos de
pesquisa, dentre outros. O estudante recebe uma lista de livros que focam as tendências em
educação matemática e a partir de uma escolha prévia, faz uma leitura criteriosa visando a
construção de diferentes atividades práticas que buscam o uso das tendências em educação
matemática num contexto mais significativo, envolvendo as políticas públicas de sustentabilidade
ambiental, direitos humanos, educação especial, dentre outras. Os depoimentos dos estudantes
mostram a importância da formação do professor pesquisador em ambientes interdisciplinares.

Palavras-chave: educação matemática, ambientes interdisciplinares, professor pesquisador.

EM-014

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 114


MINHA MEMÓRIA, A DEFINIÇÃO E UMA PRÁTICA DE ENSINO: DISCUTINDO ALGUNS SABERES
DOCENTES DE LICENCIANDOS EM MATEMÁTICA

Adriano Luiz dos Santos Né; UDESC; adriano.ne@udesc.br.

Quando olhamos para as pesquisas no campo da Educação Matemática que discutem a formação
de professores, fica evidente o discurso que aponta para ações que propiciem o desenvolvimento
de profissionais com duas características principais, a reflexão sobre sua prática e a autonomia em
suas ações (SCHÖN, 1995, GÓMEZ, 1995, FIORENTINI; COSTA, 2002). Reflexão esta que acontece
mediante uma articulação dialética entre teoria e prática, por meio da interação entre o professor
e diferentes grupos, como matemáticos, profissionais que atuam na formação de professores,
educadores matemáticos, pesquisadores do campo da Educação, entre outros, tomando o
cuidado de buscar por uma identidade entre o seu interesse como professor e do grupo que
pretende se aproximar, para que esta interação possa gerar resultados à ação docente
(FIORENTINI, COSTA, 2002). Neste trabalho apresento algumas concepções que estudantes do
curso de Licenciatura em Matemática, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
apresentaram em duas disciplinas do curso que tem relação com a prática profissional, uma que
tem como foco a discussão e o trabalho com materiais manipuláveis nas aulas de matemática,
Laboratório de Ensino de Matemática I (LEM1), e a outra trata-se do primeiro estágio de regência
do curso, Estágio Curricular Supervisionado III (ECS3). Analisando as propostas de atividades
construídas em LEM1, e alguns planos de aulas elaborados por estudantes em ECS3, foi possível
identificar de forma muito bem delineada alguns saberes (TARDIF, 2000) e concepções que estes
licenciandos trazem consigo, servindo para uma discussão no que tange a interação deste futuro
profissional com outros campos de conhecimento. Uma das características mais marcantes está
relacionada com a forma que os estudantes lhe dão com o saber matemático, em suas ações nas
referidas disciplinas é possível verificar uma tendência a seguir o forte formalismo de disciplinas
específicas – como Cálculo, Álgebra, Geometria Plana – para abordar um conteúdo, buscando
sempre por iniciar suas ações no estágio com definições mais rigorosas, que muitas vezes
parecem irrelevantes no âmbito da sala de aula, seguidas de exemplos; ou propondo atividades
com manipulações de sólidos que tentem mostrar resultados que deixam em dúvida se o esforço
que a manipulação demanda é relevante para a aprendizagem dos alunos. Além disso, quando
colocados na posição de alunos, seja para experienciar alguma atividade que demandam o uso de
materiais concretos, ou para refletir sobre algum conteúdo que será trabalhado em sala de aula,
suas respostas apresentam uma forma de agir que se ancora mais em fórmulas, teoremas e
imagens já estabelecidos, institucionalizados, do que na livre reflexão sobre a atividade proposta,
o que evidencia ainda mais o pensamento formal e de certa forma “mecanizado”. Outra
característica marcante é que muitos estudantes ao ter que abordar um conteúdo matemática na
preparação de uma aula de regência, ou na produção de alguma atividade com material
manipulável, buscam sempre pela memória que trazem consigo sobre o conteúdo, ao invés de se
disporem a uma investigação em livros didáticos e outras fontes visando primeiramente uma
construção epistemológica do conteúdo que se pretende ensinar.

Palavras-chave: educação matemática, formação de professores de matemática, material


manipulável, estágio de regência, saberes docentes.

EM-015

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 115


GAMIFICANDO A AVALIAÇÃO DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS: RELATO DE PRÁTICA
PEDAGÓGICA EXITOSA

Gislaine Cristina dos Passos da Costa; Colégio Santo Antônio;


gislaine_passos@santoantonio.edu.br
Janaina Schlickmann Klettemberg; Universidade do Estado de Santa Catarina;
jana.klettemberg@gmail.com

O termo gamificação compreende o uso de elementos de design de jogos em contextos que não
são jogos, a fim de promover ao usuário uma experiência maravilhosa, atraente e memorável.
Esse conceito foi inicialmente aplicado por empresas como Foursquare, Nike e Starbucks e
rapidamente ganhou interesse da comunidade em geral. A ideia do uso de design de jogos pode
ser potencialmente aplicada à educação, uma vez que eles podem motivar e engajar o aluno nas
atividades, além de possuir design persuasivo e influência social. Aplicar a gamificação na
educação é identificar um problema educacional e aplicar elementos de jogos (e.g. avatares,
narrativas, feedback, desafios, conquistas, emblemas, regras, etc.), a fim de conseguir uma
mudança de comportamento e consequentemente uma aprendizagem significativa, colocando o
aluno como protagonista do processo. Isso é feito mediante a introdução dos elementos de jogos
que mudem a percepção das coisas que estão causando problemas motivacionais. Por exemplo,
antes, a leitura de um material era obrigatória (problema motivacional), agora, com a inserção de
elementos de jogos, a leitura de um livro é uma ferramenta para ganhar o adversário, que pode
ser uma atividade avaliativa. Frequentemente, a avaliação formal é vista, pelos alunos, como
inimiga, pois é classificatória, fechada e não possibilita a exploração das potencialidades dos
alunos, além de causar desconfortos psicológicos, como ansiedade e medo. O conceito de
gamificação e sua potencialidade foram aplicados nas avaliações de Matemática do 2º ano das
Séries Iniciais de uma escola privada do munícipio de Joinville, Santa Catarina. As avaliações,
anteriormente apenas restritas ao individualismo e classificação, tornaram-se mais dinâmicas.
Foram introduzidos elementos de jogos como a narrativa, desafios, recompensas e missões, para
tornar a avaliação de Matemática uma experiência engajadora, possibilitando a imersão sensorial,
imaginativa e baseada em desafios. Já nas primeiras avaliações gamificadas percebeu-se um
envolvimento crescente dos alunos e consequentemente um ganho exponencial no processo de
ensino-aprendizagem. Os alunos tornaram-se mais participativos, percebendo que a avaliação é
um processo prazeroso. Com as alterações feitas, a criatividade, a tomada de decisões e a
colaboração, habilidade tão essencial, foram sendo desenvolvidas. A gamificação aplicada às
avaliações de Matemática foi usada para melhorar o esforço cognitivo dos alunos, motivando-os a
focar sua atenção, criar estratégias de resolução e facilitaram a tomada de decisão, além de
promover feedback instantâneo e, se necessário, a retomada de conceitos matemáticos sanando
dúvidas e criando insights para novas aprendizagens.

Palavras-chave: gamificação, avaliação educacional, educação, matemática.

EM-016

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 116


O ENSINO DE FUNÇÕES NA FORMAÇÃO DE UMA PROFESSORA
Suzerlei da Cruz Marques; UDESC; marques.su74@gmail.com
Silvia Teresinha Frizzarini; UDESC; stfrizzarini@hotmail.com

Este trabalho tem intenção de discutir as experiências vivenciadas no Laboratório de Ensino de


Matemática IV, do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado de Santa
Catarina (Campus CCT-Joinville), sobre as práticas iniciais de lecionar conforme proposta da
disciplina. São descritas duas aulas sobre funções, uma delas trazendo a introdução do conceito
sobre funções, utilizando um método tradicional de aula com apenas quadro e giz e a outra aula
que utilizou materiais manipuláveis e tecnológicos para o ensino de funções do primeiro grau e
seus gráficos. Primeiramente, para a aula tradicional, o tema abordado foi a introdução de
funções, em que foi trabalhado com domínio e imagem de uma função, analisando seus gráficos,
mostrando se a função era ou não definida. O tempo considerado foi uma aula de 50 minutos,
utilizando a Apostila de Matemática Básica (MORO; BARZ, 2014). No plano de aula tradicional, por
mais que se tenha feito pesquisas de material didático, não existiu a preocupação com criar algo.
Realmente existiu um conforto maior nesta situação, já que se planeja o que se escreve no quadro
com exercícios, mas apenas transmite, ou seja, não há um mistério de como os alunos reagem a
essa aula. Claro que podem surgir questionamentos, mas isso não foge muito do comum. Na
segunda aula, seguiu com o assunto de funções, mas agora com funções de primeiro grau,
utilizando principalmente a manipulação do Geoplano, em que os eixos coordenados eram
representados por barbante colorido. Os alunos construíam um segmento de reta e depois era
pedido a sua equação, conhecendo-se dois pontos que pertencentes a ela e, alguns vezes, tendo a
equação era pedido que encontrassem pontos que pertenciam a ela. Já, no plano de aula
diferenciada, todo conforto para escrever o planejamento da primeira aula foi embora! Pela falta
de criatividade, foi muito difícil pensar em um material para essa aula. Inicialmente foi pensado
fazer uma continuidade do assunto de funções que havia começado na primeira aula, mas não
havia uma ideia de como fazer isso, o que se usaria para conseguir trazer as operações de
funções, realmente se pairava a sensação de dúvidas, até decidir que seria usado o Geoplano. No
entanto, o formato desse material manipulável, com a ordem dos preguinhos, impossibilita que se
faça curvas. Outra restrição do Geoplano é que não conseguimos construir uma reta, conseguimos
representar um segmento dela apenas, por isso foi trabalhado o gráfico considerando apenas
esses segmentos. Essa disciplina somou-se muito na formação da professora, pois por mais que
se acha que se consegue administrar uma sala de aula, quando realmente se assume a sala de
aula, tudo é diferente, o tempo corre diferente, a noção de espaço é outra, é outra experiência,
que vale muito a pena, pois essa experiência faz ter o primeiro baque ainda na faculdade, - para
não chegar em uma sala de aula e morrer de nervoso -; embora que se possa sentir isso igual na
primeira aula de verdade!

Palavras-chave: relato de experiência, docência, funções, formação de professores.

EM-017

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 117


ETNOMATEMÁTICA: CAMINHO PARA DECOLONIALIDADE DO SABER

Samora Caetano; UNILAB, UFSC; samoracaetano@homtail.com


Eliane Costa Santos; UNILAB ; elianecostasantos@unilab.edu.br

Essa pesquisa é parte de um trabalho de conclusão de curso, ainda em construção, na linha da


etnomatemática, no intuito de pensar com a sala de aula um dos caminhos afrocentrado para a
decolonialidade do saber das culturas ditas “periféricas”, em especifico, dos africanos de Guiné
Bissau. Nesse sentido, trazemos um jogo de origens africana chamado Mancala, apontando como
pode ser trabalhado em sala de aula, no intuito de promover a intersecção da matemática com
outra cultura que não a hegemônica. Apontando conhecimentos na perspectiva de serem
introduzidos no currículo escolar de forma a contribuir com a decolonialidade do saber,
desconstruindo barreiras cientifica que acabam rejeitando os saberes não eurocêntricos. Para
realização desse trabalho tomamos como base: D´Ambrosio (2001) para pensar epistemologia
etnomatemática; Powel e Bairral (2006) acerca da linguagem matemática; Quijano (2005) e Sousa
Santos (2009) para pensar a decolonialidade do saber, e Santos (2018) para entender a
etnomatemático e cultura africana. O jogo foi desenvolvido em sala de aula do Curso de
Etnomatemática na UNILAB (2017.2) e aplicados em turmas do ensino fundamental do município
de Acarape, bem como, em formação de professores. Em um trabalho não acabado trazemos
como considerações finais as diversas falas tanto de professores quanto de estudantes que
apontam a necessidade de esses fazeres e saberes estarem em sala de aula a fim de desconstruir
ou reconstruir outros caminhos ou outras formas de pensar a matemática escolar.

Palavra-chave: matemática escolar, etnomatemática, decolonialidade, epistemologia, jogo


mancala.

EM-018

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 118


A METODOLOGIA DE ESTUDIO DE CLASE COMO FERRAMENTA PARA OS PROCESSOS DE ENSINO
DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS

Luiza Dietrich Loch; Universidade do Vale do Taquari – Univates; luiza.loch@universo.univates.br

O presente trabalho evidencia as possibilidades e limitações da metodologia de estudio de clase


nos processos de formação continuada de um grupo de docentes dos anos iniciais do ensino
fundamental. A ação é parte de uma pesquisa maior, financiada pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), em desenvolvimento na Universidade do Vale
do Taquari, Univates, RS. Dela participam docentes, alunos de graduação e pós-graduação da
Univates, professores da escola básica e pesquisadores da Universidades do Pará (Brasil), Narino
(Colômbia) e Pisa (Itália). Qualitativa e com inspirações etnográficas, a investigação tem como
aportes teóricos estudos de professores da Universidade de Narino, que expressam como a
metodologia do estudio de clase pode ser potente para a reflexão sobre as práticas docentes,
sobretudo como elas podem configurar estratégias para o desenvolvimento profissional. Com
relação à metodologia de pesquisa, no segundo semestre de 2018 foram realizadas ações
formativas em uma escola de uma rede pública municipal do Vale do Taquari, RS, nas quais foram
desenvolvidas, inicialmente com professores e seus estudantes, de quarto e quinto anos,
questões exploratório-investigativas com ênfase em noções de pré-álgebra. Os materiais de
pesquisa se constituíram de atividades manipuláveis, desenvolvidas pelos bolsistas, professores
orientadores e docentes da escola. Nessa ótica, devem ser seguidas quatro etapas. Na primeira,
ocorreu o planejamento das atividades, seguida da implementação em observação da aula,
momento em que uma professora observa a realização da aula de seu colega e vice-versa. Na
terceira, ocorreu a auto-avaliação e co-avaliação do desenvolvimento das atividades por parte da
professora que as desenvolveu as atividades em sala de aula e, a seguir, a professora observadora
fez seus comentários. Por fim, a quarta etapa - momento em que se reescrevem as atividades
levando em conta os resultados da auto-avaliação e da co-avaliação - não foi realizada pois as
professoras envolvidas não se sentiram preparados para fazer uso do estudio de clase e alegaram
a necessidade de maior disponibilidade e flexibilidade no cronograma escolar. Contudo,
mencionaram a importância de um professor ter a possibilidade acompanhar o trabalho de um
colega destacando assim, a relevância de fazer formação continuada em pequenos grupos em
detrimento de grandes grupos. Por conta disso, novas ações estão sendo desenvolvidas com estas
docentes em 2019, denotando a necessidade de maior tempo para estudos teórico-
metodológicos.

Palavras-chave: estudio de clase, educação básica, etnomatemática, anos iniciais do ensino


fundamental.

EM-019

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 119


OLHAR DISCENTE SOBRE A METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS PARA ENSINAR
CÁLCULO

Eliane Bihuna de Azevedo; UDESC; eliane.azevedo@udesc.br


Elisandra Bar de Figueiredo; UDESC; elisandra.figueiredo@udesc.br
Pedro Manuel Baptista Palhares; UMINHO; palhares@ie.uminho.pt

Os elevados índices de insucesso e evasão na disciplina de Cálculo Diferencial e Integral (CDI)


servem como propulsores para diversas pesquisas tanto no âmbito nacional como internacional.
Dentre os diversos motivos que a literatura atribuiu às dificuldades inerentes ao ensino e a
aprendizagem de CDI está a metodologia de ensino adotada que, predominantemente, é
tradicional. Pela experiência docente das autoras deste texto, a maioria das aulas de CDI na
Universidade do Estado de Santa Catarina estão inseridas nesse contexto. Com o intuito de
aprimorar a sua prática docente e fazer com que os estudantes participassem mais ativamente na
construção do conhecimento, a primeira autora desenvolveu uma pesquisa de doutoramento
(orientada pelos coautores) cujo objetivo foi desenvolver estratégias para utilizar a metodologia
de ensino-aprendizagem-avaliação de Matemática para ensinar conteúdos de Cálculo Diferencial
e Integral através da Resolução de Problemas durante os horários regulares de aula. Para ensinar
através da resolução de problemas nos apoiamos no terceiro roteiro de atividades do Grupo de
Trabalho e Estudos em Resolução de Problemas. Este roteiro de dez atividades fornece
orientações ao professor que deseja ensinar sob essa concepção de ensino. A pesquisa
desenvolvida foi mista, com predominância dos dados qualitativos, e para coleta de dados foi
considerado o design de investigação-ação. O público participante foi constituído pelos
estudantes matriculados nas turmas de CDI dos cursos de Licenciatura em Matemática e
Licenciatura em Química. Um dos instrumentos utilizado na coleta dos dados qualitativos foi uma
entrevista semiestruturada. Este trabalho almeja apresentar a análise qualitativa e interpretativa
dos dados oriundos de quinze entrevistas. O roteiro de entrevistas que norteou esses trabalhos
consistiu de oito questões, sendo que dessas as duas primeiras eram para caracterizar os
participantes quanto ao Curso de graduação que estavam vinculados e identificar se estavam
cursando a disciplina pela primeira vez. Caso não fosse ingressante na disciplina, identificava-se o
número de vezes que a cursou. O último item de interesse era saber se havia alguma sugestão de
melhoria, tendo em vista a continuidade dos trabalhos desenvolvidos pela professora, bem como
para ouvir críticas e/ou comentários gerais que julgassem pertinentes. As questões intermediárias
do roteiro se referiam às atividades de resolução e formulação de problemas. Ressaltamos que na
pesquisa a formulação de problemas foi vista como uma extensão da resolução de problemas.
Essa análise nos revelou que a maioria dos estudantes aprovou essa abordagem metodológica e a
que pesquisa contribuiu positivamente para a aprendizagem. Convém destacar que apesar de
termos trabalhado com parte do público não indicado pela literatura, pois os que cursavam a
disciplina ao menos pela segunda vez já tinham algum conhecimentos dos conteúdos de CDI,
foram identificadas contribuições para a aprendizagem para todos os estudantes.

Palavras-chave: ensino de cálculo, metodologia de resolução de problemas, análise interpretativa.

EM-020

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 120


ESTADO DA ARTE SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: O QUE REVELAM
OS ARTIGOS PUBLICADOS NO VII SIPEM?

Guilherme Mendes Tomaz dos Santos; Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN;
mendes.guilherme234@gmail.com
Júlio Paulo Cabral dos Reis; Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG; julio.reis@ifmg.edu.br
Marcos Manoel da Silva; UDESC; parceria.marcos@gmail.com
Alex Manoel Vieira; UDESC; alexvieira.264@gmail.com

A formação de professores no Brasil é um tema em constante preocupação nas pesquisas


educacionais e nas discussões nas diferentes áreas de conhecimento, principalmente no âmbito
das licenciaturas. A área da matemática, por sua vez, acaba sendo, por sua especificidade e sua
linguagem, um dos grandes desafios acadêmico-formativos no âmbito dos processos de ensino,
aprendizagem e desenvolvimento profissional do professor. Neste sentido, de modo a intentar
identificar como está sendo abordado esta temática analítico-investigativa na academia, este
trabalho teve por objetivo realizar um estudo do estado da arte nos anais do VII Seminário
Internacional de Pesquisa em Educação Matemática – VII SIPEM – de modo a revelar de que modo
a temática formação de professores desta área foi abordado nos trabalhos produzidos nas
investigações apresentadas no respectivo evento no ano de 2018. Para tanto, utilizamos a
metodologia qualitativa para a abordagem metodológica desta pesquisa e tivemos o objetivo
exploratório-descritivo para compreender as abordagens nas referidas produções. Deste modo,
para a constituição do corpus analítico-investigativo realizamos a leitura dos trabalhos focalizando
o título, resumo, objetivo, metodologia e resultados e, a partir dessa leitura, os selecionamos
pelos descritores-chave “Formação de Professores”, “Formação Docente” e “Formação
Pedagógica”. Neste interim, encontramos 69 trabalhos referentes aos descritores-chave definidos.
Destas 69 produções, apenas 33 associavam-se de alguma com a temática cerne do estudo –
formação de professores na área de matemática. Por conseguinte, o corpus foi constituído por 33
artigos presentes nos anais do VII SIPEM 2018. Para analisar os dados, utilizamos a técnica de
análise de conteúdo. Por meio da técnica, realizamos a leitura flutuante para identificar os eixos
temáticos, exploramos e lemos os materiais e, por fim, categorizamos os trabalhos dentro das
perspectivas de formação docente. Categorias como “Constituição e Profissionalidade Docente”,
“Desenvolvimento Profissional”, “Práticas pedagógicas”, dentre outras, estiveram presentes nos
eixos temáticos. Como principais resultados da pesquisa, podemos concluir que: a) a formação
docente de professores de matemática ainda é um desafio nos cursos de licenciatura; b) as
práticas didático-pedagógicas ainda são mais tradicionais e sem o protagonismo discente; c) a
constituição do professor de matemática necessita de um olhar mais voltado ao processo de
tecnologização e para o estudante do século XXI; d) a formação continuada de professores de
matemática necessita de maior atenção às necessidades formativas do grupo a que se propõe a
respectiva formação; e) dentre outros. Por fim, esperamos que este trabalho possa contribuir
para a área de Educação e Educação Matemática, de modo a repercutir a sistematização deste
estado da arte para embasar futuras pesquisas sobre a temática da formação de professores em
matemática.

Palavras-chave: educação, educação superior, educação matemática, formação de professores.

EM-021

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 121


EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A MATEMÁTICA CRÍTICA: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE
FUNÇÃO AFIM ATRAVÉS DA FATURA DE ÁGUA

Gislaine Mendes Donel; UDESC; lainedonel@gmail.


Regina Helena Munhoz; UDESC; regina.munhoz@udesc.br

O presente trabalho tem como característica principal apresentar uma pesquisa em andamento
envolvendo a Educação Ambiental Crítica, a Educação Matemática Crítica e o conteúdo de Função
Afim. O objetivo geral dessa pesquisa é apresentar uma proposta de ensino que relacione a
Matemática Crítica e questões socioambientais com a realidade do aluno. Com este intuito
apresenta-se num primeiro momento um breve estudo do referencial teórico sobre Educação
Ambiental Crítica e Educação Matemática Crítica, bem como as conexões que podem ser
estabelecidas entre essas áreas. A Educação Ambiental Crítica, em seu âmbito está preocupada
com uma sociedade mais justa, mais sustentável e principalmente mais crítica, buscando assim a
compreensão do mundo e o repensar das relações individuais, coletivas e planetárias. Nesse
sentido destaca-se também a relevância da cidadania, confirmando a importância do tema a ser
abordado na prática escolar. Considerando uma abordagem complexa, pois abrange o
entendimento de natureza, sociedade, ser humano e educação, trabalha entre ciências (sociais e
natureza) e filosofia. Na Matemática Crítica destaca-se a devida dificuldade dos professores de
tornar a matemática mais contextualizada e não apenas baseada na repetição de fórmulas e
principalmente perpetuando a dificuldade dos alunos em resolverem e interpretarem problemas
matematicamente. Portanto, existe a necessidade do desenvolvimento de competências, que não
se refere apenas as habilidades matemáticas, mas possibilita interpretar e agir em uma situação
social e política que seja desenvolvida pela matemática. O desenvolvimento de atividades que
relacionem a Educação Ambiental Crítica e a Matemática Crítica, podem se constituir em uma
possibilidade para que problemas socioambientais sejam analisados a partir de conteúdos
matemáticos e desta forma estes conteúdos passem a fazer sentido para os alunos por estarem
contextualizados. Desta forma, o trabalho aqui apresentado procurou envolver a Educação
Ambiental Crítica, Matemática Crítica e o conteúdo de Função Afim, especificamente a partir da
leitura de uma fatura da luz, buscando um caminho que aproximasse os educandos da
Matemática. Assim, aborda-se de que forma essas concepções em conexão podem ser
desenvolvidas em sala de aula, apresentando uma proposta de atividade direcionada ao 1º ano do
Ensino Médio. Importante destacar que a atividade propostas não foi aplicada em sala,
evidenciando seu processo em andamento e sua futura aplicação. Torna-se um desafio para o
professor ter a responsabilidade de formar cidadãos críticos, de ensinar e ainda de tornar essa
aprendizagem prazerosa para seus alunos. Por esse motivo destaca a relevância da incessante
busca por novas possibilidades a serem trabalhadas em sala de aula.

Palavras-chave: educação ambiental crítica, matemática crítica, função afim.

EM-022

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 122


EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ATRAVÉS DE JOGOS PEDAGÓGICOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA
ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIAS INTELECTUAIS

Luise Quintanilha Severa dos Santos; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
luiseqss2@gmail.com
Davi Paula da Silva; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
davipaulasilva@hotmail.com
Eduarda Lopes Mendes; Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá;
eduardalopesmendes@hotmail.com

O presente trabalho traz como relato de experiência uma prática de Educação Matemática aliada
à Educação Ambiental (EA), adaptada a um público de dez estudantes com deficiências
intelectuais em sala de aula de uma escola municipal de educação especial da cidade de
Paranaguá - Paraná. O objetivo das atividades fundamentou-se no desenvolvimento de
metodologias educacionais inclusivas e facilitadoras das aprendizagens múltiplas ao ensino da
matemática básica, no exercício dos direitos à Educação Ambiental previsto pela lei 9.795/99 a
todos os públicos sociais, e na transversalidade de tal ensino. Desta forma, a prática em questão,
que ocorreu na segunda semana de junho de 2019, teve como tema a flora nativa da Mata
Atlântica, utilizando as ferramentas da Educação Matemática. O plano de aula constituiu-se em
quatro momentos: avaliação de conhecimentos prévios, debates sobre a temática, atividade de
fixação, e avaliação de conhecimentos subsequentes. Tais atividades ocorreram por meio da
aplicação de jogos produzidos pelos autores a partir de materiais recicláveis e de papelaria, com a
finalidade de serem reproduzíveis em outros contextos, sendo eles: jogo da memória, para
avaliação prévia; jogo de dominó, para fixação; e jogo de tabuleiro, para avaliação subsequente.
Além dos objetivos educacionais ambientais, a aula do dia em questão focou no ensino
matemático dos conteúdos previamente abordados pela professora titular da turma, e procurou
atender as demandas indicadas com relação às dificuldades dos alunos. Dessa forma, por meio do
diálogo, determinaram-se três obstáculos que atingiam ao grupo estudantil como um todo, sendo
estes a associação entre quantidades e símbolos matemáticos, contagem, antecessores e
sucessores. A cada dificuldade atribuiu-se um jogo, e assim os conhecimentos sobre tais assuntos
puderam ser exercitados de forma contextualizada e dinâmica pelos estudantes. Através do jogo
da memória, trabalhou-se a contagem, pois ao terem retirado todas as “cartas” da mesa, as peças
foram contadas a fim de determinar quem possuía em mãos, o maior número de pares. Com o
jogo de dominó, contemplou-se a associação quantitativa e os símbolos matemáticos, uma vez
que a peça do dominó contém um número de um dos lados, e uma fotografia do outro com
imagens da flora. O objetivo era conectar sempre uma imagem da flora (com uma quantidade
variante de 1 a 6 elementos), aos símbolos matemáticos correspondentes a quantidade da
fotografia (números de 1 a 6). Por meio do jogo de tabuleiro, desenvolveu-se a contagem, os
sucessores e antecessores, pois os alunos ao se depararem com casas do tabuleiro contendo
pontos de exclamação deveriam avançar ou retroceder um número determinado de espaços.
Após a finalização dos procedimentos, por meio das avaliações e conversas, pode-se concluir que
a compreensão dos alunos para com os objetivos educacionais ambientais e matemáticos
mostrou-se efetiva, além de constatar que a associação entre matemática e EA beneficiou o
processo de ensino-aprendizagem de ambas as matérias. Ademais, constatou-se na prática a
transversalidade da Educação Ambiental, e sua adaptabilidade possível a todas as áreas do
conhecimento.

Palavras-chave: educação matemática, inclusão, educação ambiental, jogos pedagógicos.


EM-023

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 123


MODELAGEM MATEMÁTICA E A MATEMÁTICA FINANCEIRA: UM MAPEAMENTO SISTEMÁTICO

Lorena Silva de Andrade Dias; UDESC; lorena.andradedias@gmail.com


Tatiana Comiotto; UDESC; comiotto.tatiana@gmail.com
Regina Helena Munhoz; UDESC; regina.munhoz@udesc.br

As queixas a respeito da falta de conexão entre o conhecimento matemático, desenvolvido em


sala de aula, com o conhecimento do cotidiano, é uma constante entre os alunos do Ensino
Médio. “Onde eu vou usar isso na minha vida?” é um questionamento que professores de
Matemática já ouviram, ou irão ouvir, muitas vezes, ao longo de sua carreira. Nesse sentido, a
Modelagem Matemática se apresenta como uma metodologia que pode apresentar uma resposta
para essa pergunta/inquietação dos alunos, pois procura traduzir determinadas situações do dia a
dia para uma linguagem matemática – neste caso especialmente aquelas que também são objetos
de estudo da Matemática Financeira. Dessa forma, o objetivo desse artigo – cuja demanda
originou-se de pesquisas para a elaboração da dissertação junto ao Programa de Pós-Graduação
em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias (PPGCMT) – consistiu na realização de um
mapeamento sistemático a fim de analisar, a partir de artigos científicos, como vem sendo
realizada a abordagem da Modelagem Matemática no ensino da Matemática Financeira, em salas
de aula do Ensino Médio. Para isso, definiram-se os seguintes questionamentos para condução
das análises: (1) De que maneira os artigos abordam a Modelagem Matemática? (2) Como a
Matemática Financeira está sendo abordada no Ensino Médio? e (3) De que forma os artigos
estabelecem relações entre Modelagem Matemática e Matemática Financeira? Assim, para a
realização desse mapeamento, foram consultados periódicos da área de Educação Matemática,
anais de eventos sobre Modelagem Matemática e, também, realizadas pesquisas nos mecanismos
de busca acadêmicos Google Scholar e Scielo. Dessa investigação retornaram um total de 84
trabalhos dos quais, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão – artigos científicos
publicados, em português, entre 2010 e 2018, relacionados com a área de educação e destinados
para a sala de aula; sendo excluídos os trabalhos não correspondentes a estes critérios –, foram
extraídos quatro artigos científicos para análise. Os resultados apontaram que ações, dentro dessa
temática, vêm sendo desenvolvidas a fim de tornar o ensino de Matemática mais significativo e
conectado com demandas da realidade dos alunos. Entretanto, a expectativa inicial de que seriam
encontrados muito mais trabalhos dentro dessa temática – já que a Matemática Financeira é um
dos tópicos matemáticos com mais conexões com o cotidiano dos alunos – não foi satisfeita.
Ainda, na condução dessa investigação, observou-se que os trabalhos estiveram limitados aos
conceitos básicos da Matemática Financeira – a saber, juros simples e compostos, lucro, desconto,
etc. – deixando de dialogar com outras disciplinas como, por exemplo, História e Geografia;
articulação essa que permitiria o desenvolvimento de uma visão sobre o funcionamento do
sistema capitalista, das regras de oferta e demandas, dos efeitos da publicidade sobre os padrões
de consumo da sociedade, entre outros tópicos.

Palavras-chave: modelagem matemática, matemática financeira, mapeamento sistemático.

EM-024

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 124


UM MAPEAMENTO DE PESQUISAS SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DA
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Marcos Manoel da Silva; UDESC; mardasil1@gmail.com.


Elisandra Bar de Figueiredo; UDESC; elisandra.figueiredo@udesc.br.
Eliane Bihuna de Azevedo; UDESC; eliane.azevedo@udesc.br

A Resolução de Problemas (RP) pode ser vista como uma metodologia de ensino que propicia ao
aluno a participação mais ativa na construção do conhecimento matemático dentro da sala de
aula, perpassando desde as séries iniciais até o Ensino Superior. Na tentativa de compreender
como a metodologia de ensino-aprendizagem-avaliação de Matemática através da RP tem sido
usada, realizamos uma pesquisa de estado do conhecimento a partir de publicações em
periódicos em nível nacional e das pesquisas acadêmicas disponíveis no portal da CAPES, no
período de 2011 a 2018. A coleta de dados partiu da seleção de artigos em periódicos Qualis A1,
teses e dissertações do Catálogo da CAPES que compreendiam a área da Educação Matemática.
Os critérios de busca foram assim definidos: stringer “Resolução de Problemas” AND
“Matemática”, no período supracitado; leitura do título e resumo; leitura da introdução e
conclusão. Nessa busca encontramos 20 objetos que atenderam os critérios estabelecidos, sendo
que desses, foram obtidos quatorze artigos, cinco dissertações e uma tese. Para concluir,
realizamos a leitura completa dos artigos e uma leitura em diagonal nas dissertações e teses de
modo a responder os questionamentos que nortearam a pesquisa de modo geral. Esse trabalho
apresenta a categorização desses vinte objetos no que tange a utilização da RP como sendo uma
pesquisa teórica ou empírica; classificando sua aplicação como metodologia de ensino e de
aprendizagem ou como processo de resolução de problemas. Destacamos que desses vinte
objetos, sete atenderam diretamente nosso foco de busca, a utilização da metodologia de ensino-
aprendizagem-avaliação de Matemática através da RP. Sendo, esses sete, formados por três
objetos que apresentam resultados de atividades desenvolvidas com alunos, três objetos que
apresentam atividades desenvolvidas com professores e futuros professores, caracterizando
formação docente e/ou formação continuada e um objeto que traz um estado da arte acrescido
de novas contribuições de pesquisas realizadas pelo Grupo de Trabalho e Estudos em Resolução
de Problemas.

Palavras-chave: metodologia de ensino-aprendizagem-avaliação, matemática, mapeamento em


periódicos, mapeamento em teses e dissertações.

EM-025

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 125


MOSTRA REGIONAL DE MATEMÁTICA DE JOINVILLE: FORMAÇÃO DOCENTE CENTRADA NO
PARTICIPANTE

Katia Hardt Siewert; IFC – Campus Araquari; katia.siewert@ifc.edu.br


Nayra Luiza Carminatti; EEM Governador Luiz Henrique da Silveira; nayra.fisica@gmail.com
Ingrid Dias Belo; ingrid@digitaldoor.com.br

Este trabalho trata sobre uma ação realizada no Projeto de Extensão Apoio, Organização e
Formação de Docentes e Estudantes para as Feiras de Matemática. A formação de docentes
ocorre desde 2017, em parceria entre o IFC e a Gerência Regional de Educação de Joinville
(GERED), para incentivar professores atuantes em todos os níveis de ensino a compartilhar, nessas
Feiras, suas experiências pedagógicas. Ainda há muitos desafios nesse processo, dentre eles, a
carga horária dos docentes e a inexperiência da escrita de um artigo científico, fatores que
impedem muitos professores de finalizar o curso de formação. Além disso, ajustes na organização
do curso de formação são necessários todos os anos, tendo em vista a ampliação de público,
sendo necessário também a adequação da fala dos palestrantes. Em 2019, as atividades foram
pensadas em consonância com as colocações e questionamentos dos participantes no encontro
anterior, propondo-se um trabalho mais voltado ao interesse do público das Feiras de
Matemática, abordando as questões essenciais de uma Feira desse porte. Neste resumo,
descreve-se a vivência de uma participante do curso, desde a formação até a avaliação de
trabalhos na Mostra Regional de Joinville. A participante e uma das autoras deste trabalho,
destacou a importância de conhecer todas as etapas de organização e participação de uma Feira
de Matemática e a possibilidade de compreender os motivos que levam às mudanças na produção
escrita e na forma de avaliação, sempre valorizando a prática pedagógica com os estudantes. A
abordagem utilizada na citada versão do curso coloca o professor no centro da capacitação, para
vivenciar a experiência e não apenas escutar relatos. A maior dificuldade foi a avaliação,
considerada como ação complexa, pois o avaliador deve ter um olhar científico para as
habilidades desenvolvidas pelos estudantes durante o processo e, identificar a relevância da
produção para esse sujeito. Outra dificuldade foi sintetizar a experiência aos professores
avaliadores que não participaram do curso, mas precisavam avaliar os trabalhos. Esse momento
de síntese foi importante para que as avaliações seguissem os mesmos critérios e tivessem o
mesmo olhar. Percebeu-se que muitos professores não foram informados que o IFC e a GERED
eram os realizadores do curso. Diante do exposto, o curso de formação proporcionou encontros
focados na discussão e práticas diferenciadas de como ensinar Matemática e publicar em evento
científico. A intenção era evidenciar que todos os professores, não somente matemáticos, podem
adquirir conhecimentos e participar de um evento da área, além de comprovar que a proximidade
entre palestrantes, organizadoras e participantes num processo de formação docente é o caminho
para uma educação igualitária, e os objetivos tendem a ser alcançados.

Palavras-chave: ensino da matemática, escrita científica, trabalho colaborativo, avaliação,


formação centrada no participante.

EM-026

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 126


PRIMEIROS PASSOS DE UMA PROFESSORA: EXPERIMENTANDO E REFLETINDO

Nicole Cristine Rech; UDESC; nicrisre@gmail.com


Silvia Teresinha Frizzarini; UDESC; stfrizzarini@hotmail.com

O objetivo deste relato de experiência é discutir sobre as atividades práticas de docência


realizadas na disciplina de Laboratório de Ensino de Matemática IV, do curso de Licenciatura em
Matemática da UDESC, Joinville. São descritas as aulas sobre Progressão Geométrica (PG), sendo
uma aula tradicional e outra diferenciada, apontando as diferenças do planejamento com o
decorrer de cada aula e relatando as reflexões, emoções e sugestões de possíveis alternativas que
poderiam ser tomadas para melhores resultados. A aula tradicional utilizou-se apenas quadro e
giz, já na diferenciada foi utilizada a metodologia de materiais manipuláveis, em específico as
dobraduras, para explicar o comportamento de uma PG com as características dos Fractais. O
conceito de Fractais possibilita a percepção do comportamento da Progressão Geométrica com a
característica dos fractais. Para isso, foi preparada uma atividade com dobraduras e recortes na
folha sulfite, recorrendo ao modelo apresentado em “Fractais no Ensino Fundamental: Explorando
essa nova geometria” por Almeida et al. (2007). A aula iniciou com um vídeo explicando as demais
áreas em que se encontram os fractais. Em seguida, foi realizada a construção do cartão degrau
central, sendo explicado passo a passo de como fazer o material e enfatizando o que acontece
após cada iteração sobre a quantidade de paralelepípedos novos que surgem. Depois, os alunos
observaram a quantidade total de paralelepípedos bem como o volume desses paralelepípedos,
que aborda a questão de soma dos n primeiros termos de uma PG. Previu-se uma atividade de
generalização da soma dos n primeiros termos de uma PG, mas não foi possível concluir. O que fez
falta nessa aula foi um planejamento mais preciso. No momento de propor a atividade sobre as
generalizações, não foi determinada uma forma clara para orientar as respostas dos alunos, por
parecer um detalhe tão simples, mas que causou uma dificuldade maior, impedindo de chegar no
resultado esperado. A disciplina de Laboratório de Ensino de Matemática IV, proporcionou uma
valiosa experiência sobre como planejar e executar uma aula, bem como refletir sobre eventuais
erros, acertos, faltas e excessos que ocorrem durante a aula. As aulas ministradas, tanto a
tradicional, quanto a diferenciada trouxeram certa ansiedade. A professora obteve uma
autocrítica muito aguçada e que foi um pouco difícil de lidar com tamanha rigidez e julgamentos
que se fez pesar sobre si mesma. Principalmente na aula tradicional, a professora certamente se
sentiu muito impotente ao ministrar a aula e planejar o tempo desta. Na aula diferenciada, a
professora se sentiu mais satisfeita, por perceber a empolgação de alguns alunos, apesar de não
conseguir chegar na última atividade planejada. Conclui-se que, ao refletir sobre a importância do
planejamento das aulas, existem “detalhes sutis” não previstos, talvez por se pensar que o plano
de aula é só para os professores e não sobre o que os alunos vão fazer e questionar-se sobre: Vão
resolver esses exercícios? De que forma eles podem resolver? Talvez devêssemos pensar um
pouco mais sobre “Se eu fosse um aluno nessa aula, o que eu preciso fazer?”.

Palavras-chave: educação matemática, laboratório de ensino de matemática, progressão


geométrica, relato de experiência, fractais.

EM-027

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 127


O CÁLCULO DE VOLUME DE SÓLIDOS USANDO O PRINCÍPIO DE CAVALIERI MEDIADO POR
MATERIAIS CONFECCIONADOS EM IMPRESSÃO 3D

Luiz Gustavo Cunha; EEB Profª Antônia A. C. dos Santos; luizlgcunha@gmail.com


Rogério de Aguiar; UDESC; rogerio.aguiar@udesc.br

Sabe-se que os alunos possuem uma certa dificuldade com questões que envolvem o cálculo de
volumes dentro da geometria espacial. Esse artigo visa abordar uma dessas deficiências, que é a
dificuldade de percepção dos alunos na visualização dos sólidos geométricos e ao cálculo de
volumes. A falta de familiaridade e interação com esses sólidos em sua forma tridimensional
influencia no momento dos alunos fazerem seus cálculos. Com a intenção de reduzir essa
deficiência, foi elaborada uma sequência didática que aborda o cálculo de volumes utilizando o
Princípio de Cavalieri, auxiliada pela manipulação de materiais concretos confeccionados em
impressão 3D e pela visualização dinâmica propiciada pelo software GeoGebra. O Princípio de
Cavalieri é uma ferramenta que pode ser ensinada aos alunos do Ensino Médio, pois possui ideias
simples e permite determinar o volume de sólidos não usuais de modo facilitado, desde que se
possa compará-lo a um sólido mais simples que possua as características necessárias. Tal princípio
é apresentado na maioria dos livros didáticos, mas é pouco abordado pelos professores. Para
aguçar a curiosidade dos alunos acerca desse tema, foram confeccionados alguns sólidos
geométricos na impressora 3D, para que os alunos pudessem manipular e medir seus elementos,
de modo que os compreendessem e os analisassem melhor. Os alunos contaram com a
visualização dessas figuras no software GeoGebra, de modo que os elementos dos sólidos
puderam ser explorados e modificados, levando os alunos a uma melhor compreensão dos
parâmetros encontrados em cada sólido. Percorrendo as ideias envolvidas pelo Princípio de
Cavalieri, os alunos foram capazes de reconhecer os elementos necessários para a criação das
fórmulas que calculam o volume dos prismas, pirâmides, cones e cilindros, bem como da esfera,
utilizando a anticlépsidra para comparação. A sequência didática elaborada possui um total de
sete atividades, que foram distribuídas em seis aulas em novembro de 2018, aplicada aos alunos
da terceira série do Ensino Médio de uma escola pública de Joinville. A sequência didática teve
como objetivo explorar o princípio de Cavalieri a fim de calcular o volume de sólidos geométricos
sem recorrer unicamente às fórmulas memorizadas. Apesar das fórmulas encontradas serem
justificadas por esse princípio, sua aplicação em sala de aula é pouco explorada e com as
atividades da sequência didática os alunos puderam vivenciar outra maneira de se efetuar o
cálculo de volumes de alguns sólidos geométricos. Portanto, da maneira como ela foi proposta,
utilizando-se materiais concretos e o software GeoGebra como recursos auxiliares, permitiu-se
que os alunos entendessem o Princípio de Cavalieri para calcular o volume de sólidos
geométricos, de modo que podemos afirmar que essa estratégia de ensino pode ser uma
alternativa para ensino de cálculo de volumes no Ensino Médio, como prevê a BNCC.

Palavras-chave: volume de sólidos, Princípio de Cavalieri, impressão 3D.

EM-028

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 128


MODELAGEM MATEMÁTICA NO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO: TRABALHANDO CONCEITOS
GEOMÉTRICOS NA CONSTRUÇÃO DE UMA PIPA

Rosângela Maria Kowalek; Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR;


rosangelakowalek1@gmail.com
Andressa Franciele Scambara Schipanski; Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR;
andressafrancielem@gmail.com

O presente trabalho apresenta reflexões sobre o ensino e a prática com Modelagem Matemática
no Ciclo de Alfabetização, que compreende o 1.º, 2.º e 3.º anos dos Anos Iniciais. É nessa etapa
que acontece à Alfabetização Matemática, na qual a criança deve construir as primeiras noções
de espaço, forma, grandezas e pensamento lógico. Diversos estudos apontam essa metodologia
de ensino como profícua para os Anos Inicias, evidenciam que seu uso possibilita compreender e
interpretar as diferentes situações do cotidiano. Visando analisar como os estudantes
desenvolvem os pensamentos e conceitos relacionados a geometria em uma atividade sob a luz
dessa metodologia de ensino. Para tanto foi desenvolvida uma atividade de modelagem
matemática em uma sala de aula multi-seriada de 1º e 2º anos, em uma escola da zona rural do
município de Porto União, no estado de Santa Catarina – BR. A temática escolhida pelos
estudantes foi brincadeiras de criança. Na pesquisa exploratória, os estudantes realizaram uma
entrevista com seus familiares sobre as brincadeiras de antigamente, dessa pesquisa a
brincadeiras que se destacou foi à pipa. Ao desenvolver a atividade foi possível abordar diversos
conceitos, alguns não essencialmente matemáticos. Foi favorecida também a leitura e a escrita, o
espirito cooperativo durante o trabalho em equipe e a criatividade dos alunos. Em relação ao
objetivo proposto neste trabalho, a Modelagem Matemática proporcionou trabalhar conteúdos
geométricos como conceitos de quadrados, triângulos, e retângulos. Com essas figuras foi
trabalho as suas características, bem como as componentes que as formam (lados e vértices), a
atividade ainda proporcionou estabelecendo relação entre os conceitos matemáticos (de
geometria) e a situação oriunda da realidade (construção da pipa), o que favoreceu a
compreensão dos estudantes. É possível inferir que esta metodologia favorece a aprendizagem
das crianças, pois elas se sentem motivadas e valorizadas em seu processo de escolarização.
Ressaltamos ainda, que ao trabalhar com atividades relacionadas ao interesse dos estudantes,
gera entusiasmo e envolvimento durante a atividade.

Palavras-chave: modelagem matemática, alfabetização matemática, ciclo de alfabetização,


geometria.

EM-029

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 129


ENSINO E APRENDIZAGEM DAS QUATROS OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS:
UM RELATO DE INVESTIGAÇÕES EM SALA DE AULA

José Ricardo R. Zeni; Unesp, FE, Guaratinguetá; jose.rr.zeni@unesp.br


Ana Beatriz Martins Silva; Unesp, FE, Guaratinguetá; anabehmartins@gmail.com

Esta comunicação traz um relato das atividades desenvolvidas durante o ano de 2019 em parceria
com uma escola municipal do ensino fundamental (anos iniciais) onde foram realizadas
observações da aula de matemática de duas turmas do 3o ano do Ensino Fundamental e também
algumas intervenções. Estas atividades fazem parte de um projeto do programa Núcleos de
Ensino da Unesp (projeto em andamento), que tem por objetivo principal investigar a prática em
sala de aula de matemática dos professores do 3o. ano, com foco no conteúdo de números e
operações. O projeto tem por objetivo também contribuir para a formação da aluna bolsista
(licencianda em matemática), que tem acompanhado as aulas na escola parceira (uma vez por
semana, cerca de 2 horas, com cada turma). A investigação em sala de aula tem permitido aos
pesquisadores deste projeto uma melhor compreensão dos processos de ensino e de
aprendizagem; em particular, das práticas dos professores e também das competências
adquiridas e das dificuldades dos alunos. Observamos que ao abordarem as quatro operações
fundamentais, os professores têm uma prática mais voltada para o cálculo mental e também com
lápis e papel, com listas de exercícios do tipo calcule e também com problemas contextualizados.
Outra observação relevante foi o fato dos professores, num momento posterior, não se
preocuparem tanto com os princípios básicos das operações, como por exemplo, no caso da
tabuada, os professores esperam que os alunos decorem a tabuada, não se utilizando da definição
básica da multiplicação como a soma de parcelas iguais. Ainda que boa parte (cerca de 50%) dos
alunos consiga se sair bem com esta abordagem, podemos perceber que os alunos que não
decoraram o resultado ficam sem auxílio para compreender como efetuar o cálculo. Observamos
ainda que um dos professores tem, em alguns momentos, uma dinâmica que envolve os alunos,
através de desafios e atividades recreativas, entretanto nenhum deles trouxe um material
concreto para a sala de aula, um material que pudesse contribuir para a construção do
conhecimento pelo aluno, reforçando o modelo mental dos mesmos. Baseado nestas
observações, elaboramos algumas propostas de intervenção em sala de aula, usando materiais
concretos e/ou estruturados, como o material dourado, peças de dominó, baralho, entre outros,
para que os alunos, distribuídos em grupos, coloquem a “mão na massa” para efetuar alguns
cálculos, e assim, possam estabelecer conexões entre o cálculo formal e os materiais que estavam
manipulando. Durante as intervenções, pudemos observar os alunos se manifestarem sobre o que
estavam fazendo, em particular, da matemática envolvida nas manipulações. Observamos que
alguns dos alunos com dificuldade no cálculo formal se saíram bem nas manipulações e
conseguiram uma boa compreensão da matemática envolvida. Esta comunicação pretende
detalhar alguns destes fatos, apresentando maiores detalhes do projeto, do contexto (escola,
professores e turmas), das observações realizadas, e focar em algumas das intervenções
realizadas, apresentando a proposta e o relato da experiência em sala de aula.

Palavras-chave: ensino fundamental, anos iniciais, números e operações, ensino e aprendizagem,


formação de professores.

EM-030

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 130


A HISTÓRIA COMO METODOLOGIA PARA A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS

Aimê Cardoso Sarmanho; UDESC; aimesarmanho@msn.com


Julia França Palhano; UDESC; ju.fpalhano@gmail.com
Lucilaine Coradin Adão Carvalho Bueno; UDESC; lucilaineadao@gmail.com
Magly Xavier Trentini; UDESC; maglyxt@gmail.com

Comumente, o saber matemático é visto na sociedade como exclusivo para alguns poucos, que
possuem “o dom” ou algo do tipo. A ideia de que as ciências exatas estão em um patamar
elevado, acaba por insinuar o encontro com uma dificuldade que beira o impossível e tende a
amedrontar e inibir muitos alunos antes mesmo de eles encontrarem de fato os empecilhos
prometidos, desmotivando-os e enfim transformando a disciplina em uma grande incógnita para
a maior parte dos estudantes. Além disso, a necessidade do formalismo na Matemática e o pouco
tempo disponível para a abordagem dos diversos conteúdos programados para o período letivo,
na maioria das vezes impulsiona a omissão do processo de construção desse saber e de sua
formalização, o que gera a equivocada impressão de que a Matemática não admite erros. Vimos
como alternativa para a desmitificação da “soberania matemática” o uso da História como
recurso metodológico, visando ressaltar que a evolução da Ciência em geral, e em especial da
Matemática, em muitos casos foi possível apenas a partir de incontáveis tentativas e erros ao
longo da história. Utilizando o site Pixton, que permite a criação de histórias em quadrinho online,
desenvolvemos uma sequência de atividades envolvendo tanto o uso dessa tecnologia como a
pesquisa da História que envolve a Matemática. O projeto pode ser aplicado no decorrer do ano
letivo, iniciando com uma explicação a respeito do projeto e em seguida proporcionado o
primeiro contato com o site, onde os alunos seriam orientados a criar um endereço de e-mail e a
realizar o cadastro na plataforma Pixton. Posteriormente algumas ferramentas do site devem ser
explanadas e é interessante que seja disponibilizado um tempo para que os próprios alunos
possam se familiarizar com o site, iniciando uma história em quadrinhos com tema livre. Tendo
sido aplicada essa parte introdutória, o professor pode solicitar a construção de uma história em
quadrinhos para os conteúdos que julgar mais interessantes ou determinantes para a História da
Matemática. Ao final do semestre, podem ser selecionadas algumas das histórias em quadrinhos
para serem expostas em um mural na escola, formando uma linha do tempo da Matemática.
Aplicamos o projeto com uma turma do 8º ano da Escola Municipal Padre Valente Simioni em oito
aulas. A professora titular da turma disponibilizou oito de suas aulas de introdução ao conceito de
circunferências alunos foram separados em duplas e trabalharam na história em quadrinhos a
origem do Pi. Na semana seguinte, ao término da construção da história em quadrinhos,
aplicamos também um teste auto avaliativo que consistia em perguntas a respeito do projeto, da
absorção do conteúdo, da participação pessoal e da correspondente dupla no projeto e alguns
dos conceitos que esperávamos que os alunos pudessem adquirir na pesquisa para a construção
da história em quadrinhos criada. Tivemos grande adesão da turma com o projeto, o que teve um
impacto positivo na autoavaliação, onde pudemos notar que os alunos não só conseguiram
formalizar os conceitos matemáticos que envolvem o tema, mas também gostaram bastante da
atividade.

Palavras-chave: educação matemática; história da matemática; história em quadrinhos; Pixton.

EM-031

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 131


APROXIMANDO MATEMÁTICA E LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Thaisa Karina Kruger Kursancew; UDESC; thaisakarina@gmail.com


Fabíola Sucupira Ferreira Sell; UDESC; fabiola.sell@udesc.br
Elisa Henning; UDESC; elisa.henning@udesc.br

A Educação Infantil, atualmente considerada primeira etapa da educação básica, passou por
inúmeras transformações durante a sua trajetória histórica no que concerne às concepções da
educação de crianças em espaços coletivos e às práticas pedagógicas promotoras de
aprendizagens e desenvolvimento articuladas aos processos do Ensino Fundamental. Diante disso,
com este trabalho busca-se refletir sobre práticas pedagógicas que promovam a articulação de
diferentes saberes especificamente envolvendo a Matemática e a Literatura na Educação Infantil.
Sendo assim, a partir da perspectiva de que a criança compreende o mundo de forma integrada,
questões como “Onde os saberes começam a se fragmentar?” surgiram no decorrer desta
pesquisa, provocando inquietações, as quais têm contribuído para perceber a relevância de
aproximar e articular diferentes saberes em todas as etapas da educação básica. No caso
específico deste estudo busca-se compreender como aproximar Literatura e Matemática na
Educação Infantil. Nesse sentido, fez-se necessária a busca por referenciais teóricos que
abordassem a Matemática, Literatura e Educação Infantil. Assim, como resultados, para o
entendimento da Matemática na Educação Infantil, referenciais como Smole (2000), Duhalde e
Cuberes (1998), Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2013) e a
Base Nacional Comum Curricular (2017) foram utilizados, no que diz respeito à compreensão da
Literatura na Educação Infantil os estudos de Lajolo (2005), Abramovich (1983/2005) e Bunn
(2016) e para apresentar as possibilidades de aproximação entre Matemática e Literatura na
Educação Infantil as pesquisas de Dewey (1978) e Smole (2013). Este estudo integra uma pesquisa
de mestrado que se caracteriza como qualitativa no âmbito das ciências sociais e de natureza
aplicada. O contexto de aplicação da pesquisa é uma turma de 20 crianças na faixa etária entre
cinco e seis anos da rede municipal de Joinville. Os dados coletados serão articulados aos
referenciais teóricos e às percepções da pesquisadora durante o desenvolvimento do trabalho
com projetos. A triangulação de dados auxiliará na elaboração do produto educacional, o qual tem
como objetivo inspirar e instrumentalizar professores de Educação Infantil no desenvolvimento de
propostas pedagógicas que promovam experiências articulando saberes relacionados à
Matemática e à Literatura com crianças entre cinco e seis anos. Além da triangulação de dados
realizada com o desenvolvimento do trabalho com projeto o produto educacional será analisado
por professores da Educação Infantil com objetivo de verificar sob o olhar destes se as propostas
sugeridas oportunizam a aproximação entre Matemática e Literatura, se garantem os direitos das
crianças e o desenvolvimento de competências conforme BNCC (2017), bem como verificar a
viabilidade das propostas sugeridas.

Palavras-chave: literatura, matemática, educação infantil, experiência.

EM-032

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PÁGINA EM BRANCO
Trabalho retirado a pedido da autora.

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FUNÇÃO DO PRIMEIRO GRAU NA ANÁLISE DO CONSUMO DE ÁGUA

Suzerlei da Cruz Marques; UDESC; marques.su74@gmail.com

Este trabalho destina-se a apresentar o relato de um projeto realizado com os alunos do primeiro
ano do ensino médio na Escola de Ensino Básico Bailarina Liselott Trinks, no período de
20/05/2019 a 10/06/2019, com a participação da professora Clarice Erhardt e orientação da
professora Débora Nass. O principal objetivo do projeto foi, a partir dos conceitos de modelagem
matemática, encontrar um modelo para calcular o valor final da conta de água, levando em
consideração as tarifas da Companhia de Águas de Joinville. Alguma das atividades que foram
desenvolvidas foram: pesquisa em laboratório de informática, construção de gráficos e resolução
de problemas. Dentro desta proposta, os alunos que já haviam estudado o conteúdo de função do
primeiro grau, tiveram a oportunidade de revisar o conteúdo de uma maneira contextualizada.
Acredito que a relação entre uma situação do cotidiano e o modelo matemático, mostrou aos
alunos que o que é aprendido na escola não é algo isolado do mundo, e sim pertencente ao meio
em que estão inseridos. De início houve algumas dificuldades, como alterar o modelo de sala de
aula com que os alunos estavam acostumados, e fazer com que eles pensassem em como resolver
um problema sem que o professor indicasse uma solução, ou fazer com que os alunos se
interessassem pelo projeto. Outra dificuldade foi que muitos alunos, mesmo estando no primeiro
ano do ensino médio, ainda não sabiam resolver ou representar uma função. Durante o
desenvolvimento das atividades todas essas dúvidas que surgiam acabaram colaborando com o
desenvolvimento do projeto e com a interação dos alunos na aula. Na maioria das aulas os alunos
trabalharam em grupos de até seis alunos. No primeiro momento do projeto foi construída uma
função que determinava o custo da fatura residencial de água, essa função foi construída pela
professora em conjunto com os alunos, e para finalizar o projeto os alunos construíram sozinhos a
função e os gráficos que determinavam os valores das faturas dos tipos comerciais e industriais. A
avaliação foi processual e foi perceptível a melhora dos alunos na compreensão do conteúdo, nas
construções dos gráficos, nas resoluções e até no entrosamento da turma. Alguns dos objetivos
específicos eram construir gráficos de função do primeiro grau, relembrar conceitos como
domínio e imagem de uma função, e com a avaliação, e principalmente a correção dos gráficos e
funções construídas pelos alunos foi possível observar que os objetivos foram alcançados de
maneira satisfatória.

Palavras-chave: projetos, funções, modelagem matemática.

EM-034

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 134


ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS CONCLUINTES DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NAS
PROVAS DO ENADE 2014 E ENADE 2017

Itália Tatiana Bordin; UDESC; bordin.italia@hotmail.com


Elisa Henning; UDESC; elisa.henning@udesc.br

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) é um importante instrumento de


acompanhamento e monitoramento da qualidade dos cursos superiores, no Brasil. Este trabalho
foi desenvolvido com o objetivo de investigar os desempenhos dos respondentes dos exames de
2014 e de 2017. O grupo de respondentes é composto por concluintes dos cursos de Licenciatura
em Matemática de todas as Instituições de Ensino Superior (IES) do Brasil. As análises, aqui
apresentadas, foram feitas por meio da Teoria de Resposta ao Item, metodologia já utilizada, pelo
Ministério da Educação (MEC) para elaboração e análise de avaliações de larga escala. Neste
trabalho foram analisadas as questões objetivas de conhecimento específico, das provas, em seus
aspectos pedagógicos e psicométricos. Essa escolha foi feita pelo caráter dicotômico deste grupo
de questões. Foi observada uma diferença entre o perfil da prova de 2014 e a prova de 2017, no
que se refere a natureza dos conteúdos explorados nas questões. Enquanto a prova de 2014
trouxe, na maioria das questões válidas, assuntos discutidos, exclusivamente, no Ensino Superior,
a prova de 2017 foi elaborada contendo, também, questões composta por uma miscelânea de
conteúdos pertinentes ao Ensino Básico. Ainda, algumas questões das provas foram anuladas,
pelo próprio MEC, por apresentarem inadequações na sua correlação ponto bisserial e, por isso,
também foram excluídas deste trabalho, a fim de evitar uma análise distorcida da realidade. O
conjunto das respostas dadas mostrou a dificuldade, por parte da maioria dos respondentes, na
resolução das questões, mesmo naquelas cujos conteúdos predominam no Ensino Básico. Os
baixos desempenhos, observados nos exames de 2014 e 2017, contribuíram para caracterizar
estas provas como difíceis, para seus respondentes. Estes resultados podem servir de alerta às IES
para a necessidade de melhoria e adequação dos seus processos de ensino e aprendizagem.
Neste aspecto, este trabalho tentou colaborar, mostrando em quais itens e conteúdos houve
menor ou maior aproveitamento. Além disso, foram apresentadas sugestões para possíveis
configurações da prova do ENADE bem como reflexões acerca das ementas das IES, visto que as
Diretrizes Curriculares Nacionais, para o curso de Licenciatura em Matemática, se apresentam de
maneira subjetiva em relação ao ensino de alguns conteúdos.

Palavras-chave: ENADE, licenciatura em matemática, teoria de resposta ao item.

EM-035

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 135


ENSINO DE GEOMETRIA EM TURMAS DE 4º E 5º ANO: INFLUÊNCIA ETNOMATEMÁTICA

Luiza Dietrich Loch; Universidade do Vale do Taquari – Univates; luiza.loch@universo.univates.br

O presente trabalho tem por objetivo explicitar um conjunto de resultados sobre uma prática
pedagógica investigativa com cerne no ensino de geometria nos anos iniciais do ensino
fundamental. A temática está relacionada com um grupo de atividades desenvolvidas em uma
Escola Municipal de Ensino Fundamental de um município do Vale do Taquari, em parceria com a
Secretaria de Educação, com as turmas de 4º e 5º anos. Metodologicamente, a investigação
iniciou com a análise e leitura de referenciais teóricos de autores que estudam a Etnomatemática,
principalmente nos estudos de Ubiratan D’Ambrosio e Gelsa Knijinik, abordando conceitos de
semelhanças de família e jogos de linguagem. A partir de então, os integrantes da pesquisa
reuniram-se com as professoras das respectivas turmas para iniciar o planejamento das
atividades. Dessa forma, os encontros com os alunos começaram e as ações foram desenvolvidas.
A organização das práticas pedagógicas estava intimamente ligada com a Etnomatemática, os
alunos, então, foram instigados a pensar em diferentes formas de moradias, utilizamos
indagações sobre suas próprias casas. Houve questionamentos acerca de como diferentes
culturas constroem moradias ou se distintas regiões do planeta teriam que adaptar suas
habitações por motivos naturais (frio, calor, chuva, neve, etc). A partir disso, os alunos foram
divididos em grupos menores, e cada um teve o encargo de desenhar um projeto de moradia, de
sua preferência, com base na experiência que tiveram anteriormente, conhecendo diferentes
culturas e formas de construir. Nos encontros seguintes, os estudantes tiveram a tarefa de
construir uma maquete, baseada no projeto desenhado para posterior apresentação ao grupo
todo. Como consequência, pode-se observar resultados bastante consideráveis. A princípio
pensou-se que os projetos elaborados pelos alunos seriam utilizados como alicerce durante a
montagem das maquetes, porém, a maioria desconsiderou a existência do projeto, visto que suas
preocupações se apoiaram na fase de construção da maquete em detrimento de observar a fase
anterior do projeto. A esse respeito um dos alunos explicitou que “ [...] só eu que acho que a
gente não precisa escrever do que é feito, por exemplo, o prédio vai ser de caixa de papelão, a
gente já tem esse modelo aqui [...]”, seguido de outro que comentou “[...] Por que quando a
gente foi fazer essa maquete, a gente não se lembrava muito bem do projeto, como eram as
coisas e então nós esquecemos [...]”. Por outro lado, os estudantes deram relevância para o
cálculo das medidas necessárias para a construção das maquetes e o formato geométrico das
estruturas. Indagações como “[...] A régua está reta? [...] Precisamos medir [...]” Aluno 2: “[...] Ah,
não importa se está reto [...]” Aluno 1 “[...] Mas a margem é importante também [...]”. Em síntese,
os alunos demonstraram interesse e empenho durante as atividades, sobretudo explicitando
diferentes formas de pensar matematicamente e relacionando culturas e tipos de moradias.

Palavras-chave: ensino de matemática, anos iniciais do ensino fundamental, geometria,


etnomatemática.

EM-036

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 136


A ESTATÍSTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Cláudio Cristiano Liell; ULBRA; cristianoliell@hotmail.com


Morgana da Silveira; Faculdade Cenecista Farroupilha; morgdasilveira1@outlook.com

Este estudo tem por objetivo apresentar e desenvolver a estatística na Educação Infantil, como
um meio de interpretação da realidade e desenvolver a cidadania. O trabalho foi realizado com
15 crianças de 3 a 6 anos em uma escola privada de Educação Infantil do município de
Farroupilha, Rio Grande do Sul. Os alunos investigados pertenciam à turma do maternal III e Pré I
e já haviam trabalhado com sua professora regente noções de números, como a contagem verbal
do 1 ao 10 e a escrita de cada um deles, mas ainda não tinham estudados noções de estatística.
Sendo assim, tendo em vista os conhecimentos prévios de cada criança, elaborou-se uma aula
com o intuito de introduzir e aprofundar noções de estatística, trabalhando quantidades,
investigação, comparação e avaliação. O trabalho consiste em uma pesquisa feita através da
seguinte pergunta: “Entre as opções banana, maçã e bergamota, é a fruta favorita da turma?
”Para responder esse questionamento as crianças deveriam realizar uma pesquisa, e com o
resultado desta, desenvolver um gráfico e posteriormente avaliá-lo. Inicialmente a atividade foi
realizada com uma roda de conversa, onde o tema a ser discutido era alimentação. Os alunos
responderam questões referentes as suas preferências, se costumam comer frutas e quais as
preferidas. Ao responderem, relataram situações do seu cotidiano que envolviam essa temática.
Eles por sua vez mostraram interesse sobre o tema pois, todos estavam empolgados para
responder cada questionamento. Posteriormente, foi realizada uma brincadeira, na qual todos
alunos construíram um gráfico, com a resposta de cada criança, sobre a fruta favorita entre as
opções apresentadas. Para a realização dos gráficos, a turma realizou um círculo no chão com os
desenhos de três frutas (banana, maçã e bergamota). Cada aluno recebeu um coração que
representava o voto dos estudantes que eram colocados ao lado da figura que representava sua
fruta favorita. Quando questionados sobre os resultados, os alunos foram instigados a responder
qual era a fruta predileta da turma. Mesmo sem a contagem dos corações, alguns souberam dizer
a resposta correta, outros apenas responderam, a fruta que haviam votado, sem pensar na
somatória dos votos. Portanto, foi proposto que todos fizessem a contagem de votos de cada
fruta, para averiguar se a resposta dada estava correta. Este trabalho está fundamentado
principalmente em Zabala (1998), Bachelard (1996), Lins (2005), Nacarato ( 2011), Sá (2009) e
Cocco (2014) e traz a importância de trabalhar a estatística na escola desde a Educação Infantil,
pois desta forma são oportunizadas ferramentas que levam os estudantes a interpretar fatos
cotidianos e até mesmo, desenvolver a cidadania.

Palavras-chave: educação infantil, análises, interpretação.

EM-037

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 137


ETNOMATEMÁTICA: UMA ABORDAGEM DE ENSINO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Helen Tailane Mudrak; UDESC; helenmudrak@gmail.com


Kemeli Müller Ristau; UDESC; mullerkemeli@gmail.com

Muitas metodologias integradoras são desenvolvidas com o intuito de auxiliar o profissional da


educação a planejar suas aulas e assim, por meio delas conseguir uma aprendizagem significativa
na construção do conhecimento ou saber do aluno. Uma das metodologias que podem ser
utilizadas no ensino da matemática é a Etnomatemática, que de um modo geral, é a valorização
das práticas do contexto cultural de determinado grupo relacionando-as com o conhecimento
matemático formalizado. Para D’Ambrósio (1997, p.17) a Etnomatemática é um programa de
pesquisa que procura “entender o saber/fazer matemático ao longo da história da humanidade,
contextualizado em diferentes grupos de interesse, comunidades, povos e nações”. Assim,
buscando estudar a matemática de um determinado grupo foi escolhido o ramo da construção
civil, sendo investigadas junto aos trabalhadores as atividades que produzissem conhecimentos
matemáticos e que apontassem estreitas relações com a trigonometria. Analisando o ensino e
aprendizagem da trigonometria do Ensino Médio das escolas públicas, relacionando-o com a
construção civil e tendo como base teórica o campo da Etnomatemática, buscou-se mostrar a
matemática como uma manifestação cultural viva, que surge ao longo da história com o objetivo
de solucionar os problemas impostos pela humanidade de forma a garantir a sobrevivência e o
bem-estar do ser humano, segundo D’ Ambrósio (1997). A proposta iniciou-se com uma atividade
externa, na qual os alunos foram levados para visitar obras em diferentes etapas de construção.
Na visita eles observaram a utilização da matemática na prática dos pedreiros, em atividades
como: esquadrejamento da área a ser construída, massa para a construção, levantamento de
paredes com o auxílio do prumo, área e quantidade de tijolos. Nessa etapa, eles aprenderam
juntamente com os profissionais como realizar os cálculos para desenvolver tais atividades.
Seguindo para uma próxima etapa, realizada em sala de aula, onde os alunos participaram de
uma “Competição Civil”. Essa atividade consistiu em reproduzir as aplicações dos pedreiros na
obra, em questões matemáticas dentro da sala de aula, por meio de desafios que os alunos
resolvem em grupos, desenvolvendo assim as competências socioemocionais, como: colaboração,
senso crítico, resolução de problemas, comunicação e abertura para o novo. O primeiro desafio
que foi lançado para eles tinha como objetivo desenvolver a aplicação do Teorema de Pitágoras
por meio do esquadrejamento. Seguindo para a mistura da massa que aplica os conhecimentos
relacionados à proporção, logo após, o desafio de perpendicularidade de paredes com o uso do
prumo e por fim, a quantidade de tijolos a serem utilizados, envolvendo o cálculo de áreas. Por
meio dessas atividades, buscou-se relacionar o saber de um grupo com o conhecimento científico
matemático, proporcionando ao aluno a construção do conhecimento por meio de exemplos
práticos do seu cotidiano.

Palavras-chave: etnomatemática, trigonometria, abordagem.

EM-038

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 138


O DESLINDAR DE PROBLEMAS ADITIVOS: ERROS NA CONVERSÃO DO ENUNCIADO PARA A
ESCRITA DA EQUAÇÃO ARITMÉTICA

Edislana Alves Barros Andrade; UFT; edislanaalves@gmail.com

Através de uma abordagem qualitativa, descreve-se neste artigo a representação e compreensão


de problemas aditivos. A motivação para a escolha da temática é fruto das observações do
estágio supervisionado, realizado na cidade de Paraiso do Tocantins, na escola Instituto
Presbiteriano Vale do Tocantins, em turmas do 6° ano do ensino fundamental. O Estágio
Curricular Supervisionado deve perfazer um total de 400 horas, divididas em quatro períodos de
100 horas denominados estágios I, II, IIII e IV. Os estágios I e II acontecem no ensino fundamental,
enquanto os outros dois no ensino médio. Os alunos estagiários devem estar regularmente
matriculados na disciplina de Estágio Supervisionado que compreende aulas teóricas e atuação na
escola. Durante a realização do estágio constatou-se que muitos estudantes apresentam
dificuldades em converter o enunciado dos problemas para a escrita da equação aritmética
correspondente. Percebe-se um grande desafio do professor em sala de aula, ao ver que muitos
alunos não conseguem identificar a operação a ser realizada na resolução de questões em que as
situações descrevem operações de adição, subtração ou as duas juntas. Então, motivada por esta
observação investigou-se propostas pedagógicas que priorizassem compreender como operar
com os dados e as informações disponibilizadas nos enunciados dos problemas. Assumiu-se como
o campo de referencial teórico, o estudo da Teoria dos Campos Conceituais de Gerard Vergnaud.
Para ele é relevante a criação de um contexto onde a construção do conhecimento aritmético
ocorra pela interação do estudante com situações de ensino que propiciem favorecer aos
estudantes o desenvolvimento das capacidades para interpretar e representar as situações
referentes às operações fundamentais com números naturais. Utilizou-se na investigação a
categoria que trata das classes de problemas em que uma transformação liga duas medidas
(estado-transformação-estado). E a outra categoria que trata das classes de problemas em que há
composição de duas transformações (transformação-transformação-transformação). A partir da
compreensão dos problemas aditivos, evidenciou-se que os problemas que envolvem a não
congruência na conversão são os que persistem em obstáculos para os estudantes e traduzem
pelos fracassos quando requerem uma mudança de representação. Entretanto, nos casos de
congruência a mudança torna-se trivial para a maioria dos estudantes. Após a investigação,
concluiu-se que a partir da teoria de Vergnaud é possível conhecer os esquemas dos estudantes e
diagnosticar as dificuldades enfrentadas ao solucionar as situações propostas.

Palavras-chave: conversões, estágio curricular, problemas aditivos.

EM-039

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POR QUE APRENDER ÁLGEBRA? O PENSAMENTO ALGÉBRICO NA BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR

Jaqueline Molon; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)
– Campus Canoas e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
jaqueline.molon@canoas.ifrs.edu.br

O desenvolvimento de habilidades e competências vinculadas ao pensamento algébrico ao longo


da educação básica tem enfrentado, historicamente, obstáculos de naturezas diversas. Estudos
têm apontado dificuldades que os estudantes apresentam em relação à compreensão de
conceitos e procedimentos da álgebra ao longo da Educação Básica. Os reflexos dessa
problemática têm sido constatados também no Ensino Superior, em pesquisas que procuram
compreender o insucesso dos estudantes em disciplinas como o Cálculo Diferencial e Integral, por
exemplo. O desenvolvimento do raciocínio algébrico implica a compreensão de conceitos e
procedimentos que estão relacionados, principalmente, com o pensamento numérico e
geométrico e suas aplicações em inúmeras situações de ordem prática. A álgebra deve ser
compreendida com ferramenta que possibilita a representação e modelagem de situações
variadas cujo trato matemático surge como uma possibilidade de busca por soluções. Dessa
forma, o ensino da álgebra contribui, também, para o desenvolvimento do pensamento lógico e
das capacidades de análise, compreensão e tomada de decisão dos estudantes, aspectos
essenciais para que eles se tornem capazes se posicionarem criticamente diante dos problemas
da atualidade. Aprender álgebra, portanto, está além do seu caráter meramente matemático. A
partir desses aspectos e tendo em vista a homologação, em dezembro 2017, da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) esse trabalho tem o objetivo de analisar de que forma este documento
contempla a construção do conhecimento algébrico, enquanto trabalho pedagógico a ser
desenvolvido no ambiente escolar, tendo em vista o desenvolvimento de habilidades e
competências necessárias para a compreensão e enfrentamento das variadas situações da
sociedade atual. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com base documental e cunho descritivo
que buscará responder ao seguinte questionamento: de que forma o desenvolvimento do
pensamento algébrico está estruturado nos diferentes níveis educacionais (educação infantil,
ensino fundamental I e II e ensino médio) na BNCC? Essa pesquisa integra-se a um projeto de tese
de doutorado que, ao utilizar itens do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), vinculados à
habilidade “H21 – Resolver situações-problema cuja modelagem envolva conhecimentos
algébricos”, buscará identificar elementos que possam auxiliar os docentes a identificar
evidências de lacunas cognitivas dos estudantes. Como resultados, destaca-se que o pensamento
algébrico está presente em todos os níveis de ensino. O trabalho com a álgebra envolve o
desenvolvimento de habilidades que extrapolam o nível dos conteúdos tais como: selecionar e
organizar dados e informações e identificar as suas diferentes formas de representação. Assim, o
trabalho pedagógico deve compreender que o desenvolvimento do pensamento algébrico não se
dá de forma isolada e deve ser abordado juntamente com outras formas de pensar, que vão além
do conhecimento matemático, aproximando-o também ao pensamento computacional, tendo em
vista a constituição de um cidadão capaz de criticar, enfrentar e tomar decisões de modo a buscar
soluções aos velhos e novos problemas de nossa sociedade. Este trabalho possui apoio e fomento
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS).

Palavras-chave: pensamento algébrico, BNCC, educação básica, ensino de matemática.

EM-040

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REFLEXOS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA NO RESULTADO
DA PROVA BRASIL

Maria José de Lima; Instituto Federal do Espirito Santo; e-mail. ello.lima@hotmail.com


Lilyane Gonzaga Figueiredo; Instituto Federal do Espirito Santo; lilyane.figueiredo@ifes.edu.br

Ao ouvir diariamente pessoas afirmarem que não gostam da disciplina de Matemática por
apresentar dificuldade em entender e aprender certos conteúdos relacionados a disciplina, surge
uma inquietação em pesquisar por que muitos alunos concluem a Educação Básica com
dificuldade em compreender conceitos matemáticos simples. Esta pesquisa busca refletir sobre as
habilidades em defasagem em Matemática dos alunos no Ensino Fundamental II através da
análise dos resultados de reprovação da Escola Estadual de Ensino Fundamental Liberal
Zandonadi e os resultados da escola na Prova Brasil. A escola está localizada na região urbana de
Venda Nova do Imigrante/ES. De acordo com o IBGE (2018), têm aproximadamente 24.800
habitantes. A economia da cidade se baseia na agricultura, principalmente do café. É referência
nacional no agroturismo com destaque na confecção artesanal de produtos típicos da culinária
como: socol, doces, geleias, licores, biscoitos, entre outros. A execução da pesquisa se justifica em
virtude dos desafios enfrentados pelos estudantes em relação a disciplina e ao índice elevado de
reprovação. Tendo como base o ano letivo de 2016 da escola, observou-se que dos 171 alunos
matriculados no Ensino Fundamental II, 72 alunos reprovaram na disciplina de Matemática o que
corresponde a um percentual de 42,1% de reprovação. Para confirmar os desafios enfrentados
pelos alunos do Ensino Fundamental II da escola em questão em relação a disciplina de
Matemática, foi analisado o resultado de uma determinada turma na Prova Brasil nos anos de
2013 e 2017. Em 2013, 92 alunos matriculados no 5º ano participaram da Prova Brasil e
constatou-se que 5,24% dos alunos encontram-se no Nível Insuficiente, 59,86% no Nível Básico e
34,9% no Nível Adequado. Em 2017, o desempenho desta mesma turma, agora cursando o 9º Ano
do Ensino Fundamental II, o resultado da avalição mostrou que em Nível de Proficiência, 37,24%
dos alunos encontram-se no Nível Insuficiente, 55,64% encontram-se no Nível Básico e apenas
7,12% (aproximadamente 4 alunos) no Nível Adequado que indica que o aluno é capaz, preparado,
competente e eficiente no que faz. A hipótese é que a dificuldade de aprendizagem em
Matemática nas séries iniciais interfere no desenvolvimento de competências e habilidades das
etapas seguintes, e esta defasagem vai se perpetuando por toda a Educação Básica. Diante desta
realidade, este trabalho busca refletir sobre resultados de reprovação e seus reflexos na Prova
Brasil, explicitando uma fragilidade no nosso sistema de ensino.
Palavras-chave: dificuldade de aprendizagem, currículo, sistema de ensino, prova Brasil.
EM-041

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TECNOLOGIAS DIGITAIS NOS PROCESSOS DE TRANSNUMERAÇÃO

José Ronaldo Alves Araújo; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo;


jronaldoaaraujo@gmail.com
Celina Aparecida Almeida Pereira Abar; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo;
abarcaap@pucsp.br

Este artigo apresenta estudos iniciais de uma investigação de doutorado realizada no Programa
de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP) e tem como foco os processos de construção do pensamento estatístico, em
específico, os da Transnumeração mediados pela utilização de tecnologias digitais. Esta pesquisa é
resultante de questionamentos oriundos de mestrado acadêmico em Educação Matemática de
um dos autores. A problemática emerge na medida que observamos a quantidade de informações
que nos chegam em todos os momentos, sob formas de representações que, em sua maioria,
sugerem domínio de alguma tecnologia que permita a sua compreensão. Nesse sentido,
identificar formas estruturais de pensamentos que afetam a compreensão das informações, é
algo que consideramos emergente, pois a Transnumeração, como um tipo de pensamento
estatístico, pode favorecer a compreensão destas informações. Na perspectiva do ambiente
tecnológico, se observa sua influência nos processos cognitivos concomitantes com os processos
da Transnumeração e com a relação do ser humano com a tecnologia, induzindo a reflexão no
âmbito educacional da importância de acesso a essas tecnologias. Decorrente dessa reflexão, a
partir da década de 1980, foram consideradas, pela comunidade de Educação Estatística, as
potencialidades dos computadores como suporte para o tratamento de informações. Diante dos
avanços, no desenvolvimento curricular, desde então, já se tem em conta o interesse de
considerar a utilização de softwares para o ensino da Estatística. Podemos considerar, por
exemplo, o GeoGebra com suas potencialidades para o processo de construção de significados
dos objetos da Estatística, nas múltiplas representações de dados, que se configura como uma
vantagem didática que pode favorecer os processos de Transnumeração. A noção de
Transnumeração refere-se à ideia fundamental, em uma abordagem estatística, para o
aprendizado, indicando formas de alterar representações de dados e aspectos de um sistema
para chegar a um melhor entendimento desse sistema. Deste modo, computadores e softwares
podem ser usados como ferramentas na solução de problemas, contribuindo para a compreensão
de informações e, por consequência, na formação do pensamento. Deste modo a intenção desse
estudo é aplicar sequências de atividades com aporte metodológico de uma Engenharia Didática
e, as conjecturas, ainda que introdutórias, apontam para a possibilidade de resultados positivos
quanto ao suporte das tecnologias digitais para a construção do pensamento estatístico e, por
consequência, aos processos de Transnumeração.

Palavras-chave: transnumeração, pensamento estatístico, tecnologia digital, educação estatística.

EM-042

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UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA O ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE GEOMETRIA BASEADA
NA TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Helen Tailane Mudrak; UDESC; helenmudrak@gmail.com


Kemeli Müller Ristau; UDESC; mullerkemeli@gmail.com

Atualmente, é comum encontrarmos estudantes de ensino médio que não sabem o significado
das operações matemáticas básicas, sendo estas tratadas no início do ensino básico, como por
exemplo, a multiplicação ou a divisão. É possível que saibam o modo de calcular e o procedimento
passo a passo para encontrar o resultado, mas não conseguem compreender o significado, apenas
reproduzem fórmulas. Não existem problemas somente com as operações básicas, mas também
em outros conceitos matemáticos em que elas estão envolvidas. Este ato de apenas reproduzir ou
decorar fórmulas é definido por David Ausubel como uma aprendizagem mecânica, segundo
Moreira e Masini (2008, p.25) “a aprendizagem mecânica é uma aprendizagem sem compreensão,
sem transferência, quase sem significado e com pouca retenção”. Sendo assim, o estudante pode
saber encontrar o resultado, mas com o passar do tempo esquecerá o método de resolução e
encontrará dificuldades em conteúdos posteriores, que necessitem do entendimento deste
conteúdo básico. Segundo a teoria de David Ausubel este conhecimento anterior a outro é
chamado de conceito subsunçor que serve como âncora para um novo conhecimento, o processo
de ancoragem é definido pelo mesmo teórico como o “processo responsável por ligar os
conhecimentos já adquiridos aos novos conhecimentos colocando-os em interação” (BESSA, 2011,
p.190). Em contrapartida com a aprendizagem mecânica, quando o aluno possui o conceito
subsunçor bem definido, isto é, um conceito bem definido que pode ser a base para outro novo e
depois consegue assimilar este conteúdo já aprendido com o novo através do processo de
ancoragem, ele pode ter uma aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa é o
processo onde uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura do
conhecimento do aprendiz. Moreira e Masini (2008, p.16) enfatizam que “se não há essa
interação, não há aprendizagem significativa”. Na área de geometria podem ser utilizados
materiais manipuláveis como materiais introdutórios, para que possibilitem a aquisição de
conceitos subsunçores aos alunos e possam facilitar a aprendizagem significativa do conteúdo a
ser trabalhado em seguida. Os materiais manipuláveis podem ser entendidos como “objetos ou
coisas que o aluno é capaz de sentir, tocar, manipular e movimentar. Podem ser objetos reais que
têm aplicação no dia-a-dia ou podem ser objetos que são usados para representar uma ideia”
(REYS apud PASSOS, 2006, p. 78), portanto, são instrumentos de aprendizagem, artefatos
didáticos ou materiais didáticos. Durante a aplicação da proposta de atividade em sala de aula, no
9º ano do ensino fundamental, pode-se perceber a importância deste conceito subsunçor, pois a
utilização do material manipulável ajudou e despertou interesse, facilitando o processo de
aprendizagem, tornando-a uma aprendizagem significativa.

Palavras-chave: aprendizagem significativa, aprendizagem mecânica, geometria, subsunçores.

EM-043

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UTILIZANDO SÍMBOLOS EM EXPRESSÕES COM SIGNIFICADO

Luciane Führ; EMEF. Francisco Cândido Xavier; lucianefuhr@yahoo.com.br


Luisa Rodriguez Doering; UFRGS; ldoering@mat.ufrgs.br

Neste trabalho descrevemos o desenvolvimento e as conclusões obtidas na implementação de


atividades em uma sala de aula, em uma turma de sétimo ano do Ensino Fundamental de uma
escola pública municipal. Lins (2005) relata que os estudantes encontram dificuldades com a
simbologia matemática e que outras disciplinas têm uma ligação mais direta com o cotidiano do
aluno, enquanto a Matemática não tem necessidade de estar ligada ao mundo físico, podendo ser
menos palpável. As atividades relatadas neste texto têm o propósito de estimular os alunos a criar
a sua escrita e simbologia para representar uma situação e pretendem atribuir significado a
expressões criadas pelos próprios alunos antes de terem contato com expressões em um contexto
puramente matemático. Também é objetivo da prática descrita sensibilizar o olhar dos estudantes
para os símbolos que já utilizam no seu cotidiano, levando-os a perceber que os símbolos em
Matemática têm significados próprios e representam diferentes objetos, sendo necessário
entender o que eles representam para podermos utilizá-los como facilitadores em determinadas
situações. A pesquisa é qualitativa, com foco no processo de ensino e aprendizagem. A análise dos
dados se deu a partir dos procedimentos utilizados pelos alunos para realizar as atividades e não
apenas com a observação do resultado final. Os dados para análise foram anotações da
professora-pesquisadora durante as aulas, registros dos alunos e fotografias. Os resultados são
analisados na perspectiva da teoria dos registros de representação semiótica, com base em Duval
(2003, 2012, 2013). O autor destaca a importância de os alunos entenderem as diferentes formas
de representação de um objeto matemático (registros semióticos) e conseguirem transitar entre
elas para que ocorra compreensão em Matemática. Neste trabalho, priorizamos o processo de
conversão da escrita em língua materna para a escrita simbólica, que permeia a Matemática nos
diversos níveis de escolarização. Os resultados foram positivos e demonstram que, a partir de
situações relacionadas à rotina dos estudantes e de uma simbologia criada por eles, foi possível a
elaboração de expressões para representar diferentes contextos e a sua manipulação, como soma
de expressões e multiplicação de uma expressão por uma constante. Além disso, quando forem
introduzidos símbolos específicos de conteúdos matemáticos é possível que os estudantes se
remetam às suas expressões e escritas simbólicas próprias para fazerem associações. Acreditamos
que as atividades descritas contribuem para a melhor compreensão das operações com
expressões que utilizem símbolos próprios da Matemática e sirvam como uma referência quando
surgirem dificuldades em relação a esse assunto nas aulas.

Palavras-chave: ensino de matemática, escrita simbólica, expressões algébricas.

EM-044

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FATORAÇÕES MATRICIAIS: UMA APLICAÇÃO NA ÁLGEBRA LINEAR

Helen Tailane Mudrak; UDESC; helenmudrak@gmail.com


Kemeli Müller Ristau; UDESC; mullerkemeli@gmail.com

Existem diversas fatorações matriciais que são úteis para determinadas classes de problemas que
podem facilitar, dependendo do método utilizado, a análise de estabilidade de sistemas
dinâmicos. Geralmente estas fatorações são utilizadas para simplificar a análise de sistemas,
aperfeiçoar algoritmos computacionais ou para programar de maneira mais eficiente os
algoritmos numéricos que envolvem operações com matrizes e vetores. Em muitas aplicações
práticas, onde se faz necessário o uso de cálculos matriciais, como no caso das resoluções de
sistemas de equações diferenciais lineares, vale mais a pena realizar a conversão desses
problemas em outros mais fáceis por meio de uma fatoração matricial conveniente. Além disto,
matrizes de dados representando alguma observação numérica são geralmente de grande
dimensão e de difícil análise e, portanto, a fatoração destas matrizes em formas canônicas pode
revelar suas características e estruturas inerentes, ajudando na interpretação de seus significados
de maneira mais rápida. Quando resolvemos um sistema de equação linear, raramente
resolvemos o sistema que pretendemos resolver, em vez disso resolvemos um que o aproxima.
Em um sistema Ax = b, os coeficientes em A e b serão tipicamente conhecidos por algumas
medições e, portanto, estarão sujeitos a erros de medição. A álgebra linear pode ser abordada de
diferentes pontos de vistas: por meio de transformações lineares, por meio de matrizes e
também do ponto de vista das formas quadráticas. A escolha por um destes pontos de vista
depende do objetivo que se pretende alcançar, em geral nos cursos de graduação a álgebra linear
é apresentada do ponto de vista de transformações lineares, sendo preliminarmente apresentada
a teoria inicial de matrizes e os espaços vetoriais. Quando a intenção é desenvolver algoritmos
computacionais para a solução de problemas práticos, cuja solução numérica é aceitável, recorre-
se a álgebra linear do ponto de vista das matrizes. As formas quadráticas mostram-se do ponto de
vista geométrico, devido a sua aplicação à classificação de cônicas no plano e quádricas no espaço
tridimensional. Vetores, matrizes, transformações lineares, formas quadráticas são objetos
matemáticos que ocorrem com frequência em várias aplicações, principalmente nas áreas de
engenharia e da Física. A riqueza das fatorações matriciais está na introdução dos métodos
computacionais ao estudo da álgebra linear. O presente projeto de pesquisa desenvolvido visa
mostrar outro ponto de vista da álgebra linear, pouco abordado no curso de licenciatura em
matemática, além de mostrar uma aplicação prática do seu estudo, respondendo de modo parcial
a recorrente pergunta: Para que serve álgebra linear? Para tanto, desenvolvemos a pesquisa por
meio de embasamentos teóricos buscando as diferentes formas de fatorações matriciais bem
como as suas aplicações práticas.

Palavras-chave: matrizes, matemática, fatorações.

EC-027

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V COLBEDUCA

TECNOLOGIA
EDUCACIONAL
RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 146


FORMAÇÃO DOCENTE PARA O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS: PESQUISA-AÇÃO

Anelise Muxfeldt Trentini; UNIVILLE; anelise.trentini@ielusc.br


Marly Kruger de Pesce; UNIVILLE; marlykrugerdepesce@gmail.com

Com o crescente uso das tecnologias digitais na educação, torna-se necessário um preparo mais
abrangente do docente quando se apresentam as novas possibilidades agregadas às práticas
pedagógicas. Para tanto, este estudo tem como objetivo propor uma formação docente coletiva
fundamentada na ideia da pesquisa no processo formativo e na prática pedagógica. Pretende-se
por meio dos objetivos específicos: identificar as concepções de ensino e práticas pedagógicas
usadas com as tecnologias digitais; verificar a relação teoria e prática dos professores
participantes; as práticas pedagógicas propostas. Os resultados esperados com esta pesquisa são
de que a partir dos estudos e reflexões realizadas seja possível planejar propostas inovadoras com
o uso das tecnologias digitais para o ensino fundamental e que a prática docente possa se
transformar numa formação docente coletiva. Este estudo terá uma abordagem qualitativa, que,
segundo Minayo (2010), caracteriza-se por privilegiar a compreensão e/ou a interpretação de
uma dada realidade ou problemática, ao invés de mensurar. A metodologia utilizada será a
pesquisa-ação, que é uma forma de mobilizar os participantes a construírem novos saberes. A
pesquisa-ação educacional é principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de
professores pesquisadores de modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar seu
ensino e, em decorrência, o aprendizado de seus alunos (TRIPP, 2005). Os participantes desta
pesquisa serão seis professoras que lecionam para a 3ªsérie do ensino fundamental de um colégio
particular da cidade de Joinville. A pesquisa ocorrerá em 2019/2020, com encontros de estudos,
reflexões, relatos e diálogos a respeito das práticas pedagógicas dessas seis professoras,
mediadas pelas tecnologias digitais. Será apresentado e decidido em conjunto com as professoras
um plano de trabalho e um cronograma para os encontros. Estes momentos se caracterizarão por
estudos de textos propostos pela pesquisadora ou pelas professoras, planejamento de atividades
mediadas pelas tecnologias digitais, que serão aplicadas em suas respectivas turmas e relato dos
resultados das atividades desenvolvidas. O Plano Inicial a ser apresentado para as participantes
da pesquisa é o seguinte: 1º encontro- apresentação das participantes, explicação sobre a
proposta, discussão do plano de trabalho, cronograma e temas a serem estudados; 2º encontro-
estudo e discussão do primeiro texto; 3º encontro- estudo e discussão do segundo texto; 4º
encontro- elaboração de uma atividade com uso das tecnologias; 5º encontro- relato e análise
reflexiva dos resultados da atividade desenvolvida; 6º encontro- relato e análise reflexiva dos
resultados da atividade desenvolvida. Avaliação do processo de pesquisa será nos encontros que
serão filmados como forma de coleta de dados para a possível análise das falas, as quais serão
transcritas. Espera-se que a participação nos encontros possa promover a prática das professoras
com vista a inserção das tecnologias de forma crítica e emancipatória.

Palavras-chave: formação docente, prática pedagógica, séries iniciais, tecnologias digitais.

TE-001

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 147


DESENVOLVIMENTO DE UM MICROSCÓPIO PORTÁTIL FABRICADO EM IMPRESSORA 3D PARA A
DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO.

Davi Paula da Silva; IFPR – Campus Paranaguá; davipaulasilva@hotmail.com


Eduarda Lopes Mendes; IFPR – Campus Paranaguá; eduardalopesmendes@hotmail.com
Giovana Hanae Pereira Assanuma Loechel; IFPR – Campus Paranaguá; giovanahanae2@gmail.com
Rafael Rogora Kawano; IFPR – Campus Paranaguá; rafael.kawano@ifpr.edu.br

A utilização dos microscópios nas aulas de Ciências e Biologia são fundamentais para a construção
do saber individual e coletivo, contudo, a possibilidade de aquisição dos mesmos é uma realidade
distante para muitos colégios públicos, devido ao seu elevado custo de aquisição e manutenção.
No presente trabalho almeja-se abordar a criação de um modelo de microscópio portátil para o
celular, que realiza aumentos significativos, de forma a auxiliar principalmente nas aulas práticas.
Para tanto, por meio da utilização de materiais de baixo custo, produziram-se vários modelos que,
posteriormente, foram distribuídos para as instituições com maior demanda. A identificação das
instituições com maiores demandas se deu a partir de uma pesquisa efetuada pela equipe deste
projeto, que quantificou os microscópios existentes nas escolas de esfera estadual e municipal do
município de Paranaguá-PR, e portanto, identificou os colégios com maior déficit destes
instrumentos ópticos. Simultaneamente, no ato de doação dos microscópios, realizou-se também
oficinas pedagógicas de manipulação e visualização de espécimes da fauna e flora, auxiliando nas
práticas educativas de ensino das Ciências. No que diz respeito ao processo de construção do
equipamento, a pesquisa contemplou duas versões de microscópio, sendo a primeira, um
microscópio de mesa construído a partir de resíduos eletrônicos, que serviu de inspiração para o
atual projeto, que tange o aprimoramento do primeiro: um microscópio portátil para celular
fabricado a partir de uma impressora 3D. Como resultado da pesquisa foi possível analisar que
dos 16 colégios contemplados no presente estudo, 31,25% não possuem microscópio, enquanto,
das 11 escolas que possuem ao menos 1 microscópio, 27,27% alegam mal funcionamento do
mesmo, justificando a relevância deste trabalho. Até o presente momento foi possível aplicar
duas oficinas de manipulação do microscópio, gerando imagens de alta qualidade e ampliação de
40 vezes. Além disso, têm-se que as demonstrações foram significativas tanto para os alunos, que
compreenderam as estruturas microscópicas das plantas e demais elementos, quanto para os
integrantes do projeto, que se sentiram motivados a apresentarem o microscópio a outros
educandos. Portanto, pretende-se, desta forma, ampliar as oficinas para outras instituições de
ensino, aprimorando a pesquisa através da criação de um manual que possa fornecer instruções
passo a passo da construção do microscópio, tendo como finalidade facilitar o acesso ao
instrumento por meio da fabricação autônoma dos equipamentos pelas demais escolas. Os
resultados obtidos até o momento reforçam o objetivo de contribuir para a democratização do
Ensino das Ciências, proporcionando o acesso ao equipamento pelas instituições de ensino,
mesmo com poucos recursos, e aos alunos a possibilidade de realizar aulas práticas e interativas
através do microscópio portátil.

Palavras-chave: educação, ensino-aprendizagem, impressora 3D, microscópios, oficinas


pedagógicas.

TE-002

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EDUCAÇÃO FINANCEIRA NAS AULAS DE MATEMÁTICA COM O USO DE MOBILE LEARNING

Adilson Vilson Vieira; UDESC; adilsonvv@gmail.com


Elisa Henning; UDESC; elisa.henning@udesc.br
Learcino dos Santos Luiz; UDESC; learcino.luiz@udesc.br

Um dos grandes desafios dos professores de matemática é envolver os estudantes em situações


inovadoras que estimulem o aprendizado, colocando o aluno como protagonista em relação a sua
aprendizagem a partir de pesquisas e investigações que despertem a curiosidade dos estudantes.
Ações pedagógicas baseadas na teoria do Mobile Learning possuem características inovadoras,
pois, oportunizam o desenvolvimento da autonomia e da criatividade ao tornar o estudante o
centro do processo da aprendizagem. A metodologia utilizada para o presente estudo foi a da
pesquisa experimental, onde foram apresentadas aos alunos situações financeiras desafiadoras
com a intenção de provocar a reflexão e desenvolver o seu senso de pesquisa para resolver o
problema. Planejar a aula considerando o aluno como sujeito ativo da aprendizagem exige que o
professor esteja consciente e disposto a enfrentar os riscos envolvidos no decorrer dessa
mudança. Neste trabalho o professor deixa de ter o controle sobre as produções e construções
dos alunos e atua como um planejador, organizador, facilitador e mediador entre o sujeito e o
objeto do conhecimento. Nesse sentido, este artigo apresenta resultados de uma atividade sobre
Educação Financeira, sob a perspectiva da Educação Matemática Crítica, e conta com a utilização
de tecnologias móveis, como smartphones e tabletes, para a produção de um vídeo explicativo
sobre as diferenças entre Juros Simples e Juros Compostos. A Educação Matemática Crítica,
proposta por Ole Skovsmose (2000), nos dá o embasamento teórico necessário para essa
proposta de trabalho, pois, revela a importância que a matemática ocupa em uma sociedade
altamente tecnológica e propõe os cenários para investigação como uma forma de envolver os
estudantes em sua própria trajetória de aprendizagem. Dessa forma, desenvolvemos uma
investigação matemática para solucionar um cenário que envolvia a diferença entre os tipos de
Juros. O produto final dessa atividade é a realização de um vídeo contendo as explicações para a
resolução desse cenário, que contou com a atuação e dramatização dos estudantes para a
resolução do problema apresentado. Foram analisadas as possibilidades pedagógicas da teoria do
Mobile Learning para o ensino de conceitos financeiros em turmas de 9° ano do Ensino
Fundamental. A relevância deste trabalho se revela ao apresentar uma forma eficiente de
utilização das tecnologias digitais na educação, e também, por inserir dinâmicas e metodologias
de ensino que levem os alunos, não só ao conhecimento dos conteúdos curriculares, mas ao
desenvolvimento de habilidades e competências importantes para o cidadão do século XXI, como
saber trabalhar em grupo, usar a criatividade, ser protagonista de seu aprendizado e utilizar as
tecnologias digitais com racionalidade, para a resolução de problemas.

Palavras-chave: educação financeira, educação matemática crítica, mobile learning.

TE-003

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 149


O VÍDEO "A GUIANA SUMIU": COMO O YOUTUBE PODE CONTRIBUIR
PARA O DEBATE GEOPOLÍTICO EM SALA DE AULA.

Laura Josani Andrade Correa; Escola da ALESC; lauracorrea@alesc.sc.gov.br


Aquiles Mauri Alves Gonçalves Junior; Escola da ALESC; aquilesgjunior@gmail.com

Este trabalho apresenta uma análise colaborativa do vídeo "A Guiana sumiu", do grupo
humorístico "Porta dos Fundos" disponibilizado no sítio do YouTube e explorá-lo como recurso
didático para a promoção do debate geopolítico na Educação de Jovens e Adultos (EJA). A
proposta é oferecer uma visão interdisciplinar aliando os princípios da mídia-educação e da
geopolítica. Desse modo, o ensaio oferece reflexões sobre como o professor pode ser um
mediador cultural (MARTIN-BARBERO, 2006) na medida em que contribui para o desenvolvimento
de estudos geográficos e políticos no contexto das transformações sociotécnicas
contemporâneas. A reflexão sobre o vídeo prevê um ambiente pedagógico como um lugar de
fascinação e inventividade (ASSMAN, 1998). Além disso, é preciso pensar na escola como um
espaço que impulsione o pensamento autônomo e possibilite aos estudantes a produção de seu
próprio entendimento da realidade (FREIRE, 1996). A utilização do vídeo parte do entendimento
de que os estudantes da EJA são parte de uma geração conectada a internet e propor um
conteúdo disponibilizado pelo YouTube chamaria a atenção deles por fazer parte desse cenário da
cibercultura (LEVY, 1999) e da sociedade em rede (CASTELLS, 2008). O docente com uma visão
interdisciplinar da educação pode eleger um site que promove canais de vídeos para despertar a
curiosidade pelo conhecimento geográfico. Vive-se na era em que o YouTube assume o
protagonismo que antes era dominado pela televisão (BURGESS & GREEN, 2009). As mudanças
tanto tecnológicas quanto sociais evidenciam a necessidade de reconfiguração contínua da escola
no sentido de criar novas linguagens de ensino, promovendo outras formas de leitura e análise de
mundo para além de métodos descontextualizados e especializados. Para tanto, adota-se os
métodos indutivo e descritivo (MARCONI e LAKATOS, 2003; FURASTE, 2012). Neste estudo serão
abordados os temas a respeito das práticas pedagógicas no ensino de Geografia (KAERCHER,
2016) aliada aos aspectos da cultura da convergência (JENKINS, 2008). Assim, a base teórica está
apoiada nas discussões a respeito da educação, da escola, da comunicação e das tecnologias na
mídia-educação (FANTIN, 2006). A iniciativa de sugerir essa atividade para salas de aula da EJA
surge no Núcleo de Pesquisa e Produção do Conhecimento da Escola da Assembleia Legislativa do
Estado de Santa Catarina que tem como objetivo incentivar a investigação científica na Casa. Os
pesquisadores trabalham através da colaboração para o desenvolvimento de estudos para
evidenciar a mediação cultural realizada no núcleo para a troca e a disseminação de informações,
experiências e conhecimento. Espera-se que este estudo possa contribuir para a melhoria do
cotidiano de docentes e discentes da EJA a partir da apropriação das tecnologias para uso
educacional na construção do conhecimento interdisciplinar da geopolítica.

Palavras-chave: tecnologias educacionais, mediação cultural, geopolítica.

TE-004

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 150


UM JOGO SÉRIO COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA SEXUAL
INFANTIL

Alexandre Mendonça Fava; UDESC; alexandre.fava@hotmail.com


Carla Diacui Medeiros Berkenbrock; UDESC; carla.berkenbrock@udesc.br

A violência sexual infantil é um problema de saúde pública mundial que sequela tanto a vítima
quanto a sociedade, sendo agravada pelo fato de as crianças em sua maioria não denunciarem
seus agressores, seja por coerção ou seja por considerarem os atos realizados como uma prática
comum e normal. Somado a isso, o assunto ainda é pouco abordado na sociedade, sendo
considerado um tabu por muitos, dificultando desta forma a conscientização infantil acerca do
tema. Nesse sentido, aplicativos para prevenção da violência sexual infantil se demonstram
promissores por proporcionarem uma abordagem educacional lúdica acerca do tema. Dentre
alguns aplicativos do gênero, destaca-se o jogo “Infância Segura”, pois além da educação infantil,
o jogo também proporciona um sistema de gestão educacional, com o professor sendo
retroalimentado com as ações executadas pelas crianças no jogo. A ideia de um jogo para
prevenção da violência sexual infantil é promissora, no entanto é algo que precisa ser visto com a
devida cautela, para se evitar traumas ou constrangimentos. O jogo em questão, inicialmente
instrui as crianças sobre as partes do corpo. Posteriormente o jogo educa os menores apontando
quais partes do corpo são íntimas, para por fim, o jogo lecionar sobre os tipos de toques, dando
exemplos de toques bons e toques ruins no corpo. Com o intuito de mensurar seus reais
impactos, a ferramenta educacional infantil foi disponibilizada a duas crianças. Com base no
modelo de avaliação educacional de Savi, o nível de engajamento, interesse e satisfação dos
menores foi medido, alcançando uma pontuação de 37 pontos em um máximo de 46 pontos, um
resultado preliminar promissor. Durante os experimentos realizados, foi constatado uma certa
dificuldade na compreensão inicial de certas tarefas, destacando desta forma, a necessidade da
remodelagem das instruções dadas ao jogador. O atual estágio de desenvolvimento do jogo, o
coloca em uma situação na qual recomendações e sugestões de professores e especialistas, sejam
mais fáceis de serem implementadas. Com o devido retoque na ferramenta e com o apoio da
comunidade educacional e científica, o jogo possui potencial para assumir um papel chave na
prevenção da violência sexual infantil no Brasil.

Palavras-chave: jogo sério, educação infantil, violência sexual.

TE-005

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 151


TECNOLOGIA E INCLUSÃO

Lara Kristian Scherer; Escola Básica Frei Damião; laraschere76@gmail.com


Suziane Maria Gesser; CEM Luar; suzianemgesser@gmail.com
Tânia Cristina de Souza; CEIM Lindóia M. S. de Faria; taniacsouz@gmail.com
Aline de Assis Scherer; CEI N. S. de Aparecida; schererassis@gmail.com
Fabio Marcelo Cuty da Silva; UFSC; fmsilva01975@gmail.com

Este trabalho retrata a proeminência do uso das tecnologias e sua contribuição na educação como
ferramenta indispensável no processo de aprendizagem dos alunos, principalmente aqueles com
deficiência. Visto que muitas tecnologias estão sendo utilizadas na sala de aula potencializando o
conhecimento a fim de efetivar o desenvolvimento e o saber dos educandos em uma escola
inclusiva. Optou-se por escrever este relato tendo em vista seus avanços na sociedade e
evidenciando a inclusão dos educandos no sistema educacional. As tecnologias corroboram de
modo significativo na questão da educação inclusiva, sabe-se, no entanto que muitas escolas
carecem de material e salas de aulas especializadas para a realização deste trabalho.
Dessa maneira, deve-se pensar em uma prática pedagógica diversificada, sabemos que para isso é
necessário ter uma formação docente qualificada e eficiente que seja voltada a todas as
necessidades do indivíduo, direcionando o ensino alicerçado em bases pedagógicas que
reverencie a construção de um saber que respeite as diferenças e se adapte a toda e qualquer
diversidade. Os objetivos traçados nesse caso estão orientados a oferecerem oportunidades de
conhecimento com o uso das tecnologias, refletir as situações de aprendizagem de forma que
todos os alunos participem e avancem em função de suas possibilidades e por fim, encorajar o
esforço, e não apenas o resultado no processo de inclusão. A metodologia utilizada foi através de
pesquisa realizada em sala de aula na Escola Básica Frei Damião no Município de Palhoça – SC,
durante as aulas de Geografia com os alunos do 7º ano na sala digital. Os alunos que fazem parte
deste grupo utilizaram recursos pedagógicos que proporcionaram diante das dificuldades
apresentas uma premissa de possibilidades de avanços no aprendizado e consequente
desenvolvimento e inclusão dos educandos com deficiência. O presente estudo buscou conceitos
onde a mediação tecnológica e a educação inclusiva fossem ampliadas no universo tecnológico e
o uso de suas ferramentas servisse de intermediação para que o professor de modo reflexivo atue
de forma a ampliar seus conceitos e o uso positivo da tecnologia de comunicação no universo
educacional inclusivo. Por fim, sugestiona-se que futuras pesquisas e trabalhos sejam
desenvolvidos a respeito desta temática tão relevante no tocante à Educação Especial de uma
forma geral.

Palavras-chave: tecnologia, educação, inclusão.

TE-006

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 152


REFLEXÃO EPISTEMOLÓGICA SOBRE O USO DE GEOGEBRA E SCRATCH NO ENSINO DE
CONTEÚDOS MATEMÁTICOS

Vanessa L. C. de Almeida Klaus; UNIOESTE; vanessa_matematica@yahoo.com.br


Márcia Regina Kaminski; UNIOESTE; marciarkjf@gmail.com
Clodis Boscarioli; UNIOESTE; boscarioli@gmail.com

A sociedade contemporânea tem realizado práticas cotidianas cada vez mais dependentes das
tecnologias, especialmente as digitais, que com suas diferentes funcionalidades e aplicações têm
se apresentado como objetos de comunicação e informação essenciais à atuação do homem em
diversos contextos, dentre eles o educacional, foco deste artigo. Neste sentido, e sob o viés
pedagógico, observamos com frequência na literatura científica que as práticas docentes com
tecnologias digitais têm visado o planejamento de ações formativas que proporcionam aos
aprendizes não apenas o conhecimento do artefato tecnológico em si, podendo ser o software
educativo, o celular, internet, ou outro, mas que procuram considerá-las influências na aquisição
do conhecimento e na transformação do aluno. Isto posto, sopesamos que os professores que
utilizam das tecnologias digitais para ensinar e aprender conteúdos disciplinares, como os de
Matemática, necessitam percorrer caminhos didáticos e pedagógicos que contribuam à
constituição do aluno crítico, capaz de tomada de decisões, consciente de suas responsabilidades
e ações exercidas dentro e fora da escola. Nesse contexto, entendemos que artefato tecnológico
digital precisa ser concebido por esses profissionais como mediador desse processo de
emancipação. Todavia, associar esse pensamento ao fazer docente pode não ser trivial para
muitos professores, porque há aqueles que cujas práticas de ensino não são pensadas nesse
propósito, e, por consequência, não ocorrem visando a construção do conhecimento. Por esta
razão, com o interesse de compreendermos epistemologicamente como os professores de
Matemática têm posicionado as tecnologias digitais em suas práticas de ensino objetivamos
apresentar uma reflexão a respeito da abordagem dessas tecnologias nas atividades de ensino de
matemática, com particular interesse no uso do Geogebra e do Scratch, que contribuem para a
transformação do aluno como sujeito. Para tanto, a investigação realizada foi de cunho qualitativo
com base na análise bibliográfica. Esperamos com os resultados provocar, de maneira reflexiva, os
professores que ensinam Matemática e utilizam das tecnologias digitais para fins educativos,
sobre o modo como os artefatos digitais são concebidos em seus planejamentos e o quanto isso
pode repercutir na formação do aluno, bem como despertar o interesse de mais docentes sobre o
uso das tecnologias digitais em suas práticas pedagógicas.

Palavras-chave: reflexão epistemológica, informática na educação, práticas docentes.

TE-007

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 153


PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DIGITAIS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Fábia Ramos da Cruz Clemente; UNIVILLE; fabiaramoscruzclemente@gmail.com


Marly Krüger de Pesce; UNIVILLE; marlykrugerdepesce@gmail.com

Os contínuos avanços tecnológicos ocorridos nos últimos tempos provocaram modificações na


forma como as pessoas se relacionam, trabalham, se divertem e organizam o pensamento,
mediando a atividade humana. No que se refere às tecnologias digitais, as crianças que nasceram
a partir de 2010 se relacionam com elas diariamente. Estão desenvolvendo diferentes formas de
aprender e apresentam perfis cognitivos diferentes das gerações anteriores. Utilizam alguns
recursos tecnológicos com naturalidade e facilidade, antes mesmo do processo de alfabetização.
As escolas também perceberam essas mudanças consideráveis e têm inserido as tecnologias
digitais com finalidades pedagógicas, propondo atividades articuladas aos objetivos do conteúdo
didático. Situações que exigem professores atuando como mediadores do conhecimento e não
apenas transmissores de informações. Proporcionando contribuições marcantes ao processo de
aprendizagem e favorecendo a formação de um cidadão que é protagonista do seu
desenvolvimento. Assim, este trabalho, que é um recorte de uma dissertação de mestrado,
inserido na linha de pesquisa “Trabalho e Formação Docente” e do “Grupo de Pesquisa Estudos
Curriculares, Docência e Tecnologias”, tem por objetivo analisar as práticas pedagógicas dos
professores alfabetizadores atuantes em uma escola municipal de Joinville e que utilizam as
tecnologias digitais. A pesquisa é de abordagem qualitativa, um estudo de caso de caráter
etnográfico (ANDRÉ, 1995). Os dados foram obtidos a partir da observação do contexto escolar e
de aulas que eram utilizadas as tecnologias digitais de um primeiro e um segundo ano, que
resultou na elaboração do diário de campo. Também foi realizada consulta a documentos da
escola (Projeto Político Pedagógico e Planejamento de aulas), além de entrevistas
semiestruturadas com três professoras das turmas observadas. A fundamentação teórica pauta-
se em Imbernon (2009), Sampaio (2003), Tfouni (1995), entre outros pesquisadores dessa
temática. A análise de dados se deu com base nos pressupostos da análise de conteúdo (FRANCO,
2005). A análise preliminar dos dados indica que as professoras têm formação em serviço para o
uso das tecnologias, que é viabilizada pelo gestor e com trocas entre colegas. As práticas digitais
objetivam a fixação dos conteúdos da alfabetização. As crianças têm facilidade em manusear
algumas ferramentas tecnológicas, mas necessitam aprender a valer-se delas como instrumento
pedagógico.

Palavras-chave: práticas educativas, tecnologias digitais, formação docente, primeiros anos do


ensino fundamental.

TE-008

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 154


A GAMIFICAÇÃO COMO FERRAMENTA NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM DOS
ALUNOS NO CURSO TÉCNICO NA MODALIDADE EAD

Daniela Tavares; QI Faculdade e Escola Técnica; danielatavares.poa@gmail.com


Diana Raquel Schneider Gottschalck; QI Faculdade e Escola Técnica;
dianaschneider2016@gmail.com

A tecnologia não para de invadir a vida dos indivíduos. Desta forma, no campo da educação, não
pode ser diferente, ela está presente no cotidiano dos alunos e professores. Destacamos que é
uma necessidade das instituições de ensino técnico implementem métodos que facilitem a
integração com as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) no processo ensino-
aprendizagem. Segundo o autor Valente (2014, p. 162) corrobora afirmando que as TDICs “podem
ser importantes aliadas na implantação de atividades inovadoras [...] e possibilitam o
desenvolvimento das estratégias de aprendizagem ativa”. Tal perspectiva, cria um desafio para os
docentes do século XXI em utilizarem metodologias inovadoras dentro da sala de aula e
consequentemente, que as mesmas, proporcionem uma práxis pedagógica que ultrapasse os
limites do ensino tradicional, possibilitando uma formação do discente como um ser crítico e
reflexivo. A contribuição das TDICs especificamente para a educação a distância, nesta
modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e
aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
(BRASIL, 2005). O objetivo deste estudo é analisar a importância da utilização de metodologias
ativas no processo de formação do conhecimento dentro da sala de aula, ou seja, no encontro
presencial semanal com entre os docentes e os discentes. De todo modo, o recurso escolhido para
aplicarmos neste momento foi a plataforma Kahoot! que nos parece adequada para integrar uma
das tarefas do modelo de gamificação por meio dos questionários de escolha múltipla que podem
ser criados pela professora. E que pode ser jogado pelos alunos, usando qualquer dispositivo
móvel, como: smartphones, desktop ou laptop com conexão à internet e navegador web. Outra
metodologia ativa que pode ser aplicada no ensino EAD é o aprendizado baseada em projetos ou
problemas. Nelas, os alunos adquirem conhecimentos e habilidades trabalhando, boa parte do
tempo, para investigar e responder a uma questão complexa, um problema ou um desafio (ROSA
JUNIOR, 2015). A investigação concentrou-se em uma pesquisa quantitativo, através de um
estudo de caso, por meio de aplicação de um questionário, confeccionado no google formulário
com perguntas fechadas, e aplicado no dia 15 de agosto de 2019, junto aos discentes, buscando
subsídios para fundamentar o uso de gamificação dentro do contexto escolar. Num cenário, que
trata a questão do engajamento e incorpora jogos colaborativos ou individuais na Educação,
sendo conhecida como Gamificação, do inglês Gamification. A partir do resultado da pesquisa, é
possível afirmar que as metodologias ativas são capazes de promover um processo de ensino–
aprendizagem satisfatório em cursos técnicos de modalidade distância. “A experiência indica que
a aprendizagem é mais significativa com metodologias de aprendizagem ativa. [...] Alunos que
experimentam este método adquirem mais confiança em suas decisões e aplicação do
conhecimento” (SANTANA et al, 2015, p. 173). Ressaltamos para que isso acontecer, é importante
que todos os envolvidos no processo de ensino consigam compreender o que são metodologias
ativas e que acreditem na sua capacidade pedagógica.

Palavras-chave: metodologias ativas, TDIC, educação a distância, docentes, gamificação.

TE-009

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O USO DO WHATSAPP COMO METODOLOGIA ATIVA
NO INCENTIVO A PESQUISA ACADÊMICA NA ESCOLA DA ALESC

Laura Josani Andrade Correa; Escola da ALESC; lauracorrea@alesc.sc.gov.br


Jussie Sedrez Chaves; Escola da ALESC; jussie@alesc.sc.gov.br

Este ensaio tem como objetivo apresentar o apoio à pesquisa acadêmica promovido pela Escola
da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina - Alesc por meio das tecnologias móveis,
em especial, com o uso do Whatsapp. A Escola do Legislativo, denominada Deputado Lício Mauro
da Silveira, é uma coordenadoria que é responsável pelas ações pedagógicas do parlamento
catarinense. Foi fundada a partir da Resolução Nº 72/2000, de 19 de dezembro de 2000, com base
na Emenda Constitucional 19/1998 e está diretamente ligada ao gabinete da presidência da Casa.
O suporte a pesquisa é baseado nos preceitos da orientação educacional. A mentoria que prevê
aporte metodológico a produção de conhecimento é realizada presencialmente nas dependências
da Escola, e a distância com o aplicativo de mensagens instantâneas. Para este estudo, o objeto
de análise será o suporte pedagógico realizado com dispositivos móveis pelo aplicativo de
mensagens. Essa orientação é destinada aos que se dedicam a produção acadêmica, tanto
servidores quanto estagiários da Alesc. A iniciativa visa apoiar os interessados na elaboração de
trabalhos relativos à investigação científica de graduação e pós-graduação. O apoio pedagógico
via sistema de interação móvel, consiste no encaminhamento de arquivos (artigos, monografias,
dissertações, teses) relacionados aos temas de pesquisa, envio de notícias sobre os eventos do
ensino superior e na interlocução continua sobre metodologia para a produção textual
acadêmica. Essa interação mediada por sistema de comunicação segue um mapeamento de
processos com cronograma determinado para o envio e a execução de tarefas. Desse modo, a
iniciativa de orientação educacional evidencia a mediação cultural realizada pelos pesquisadores
do Núcleo de Pesquisa e Produção do Conhecimento da Escola da Alesc utilizando o aplicativo de
mensagens como ferramenta pedagógica. O artigo se enquadraria como estudo da utilização das
tecnologias na orientação educacional no campo maior das Ciências da Educação. Para tanto,
adota-se os métodos indutivo e descritivo (MARCONI e LAKATOS, 2003; FURASTE, 2012). Neste
ensaio serão utilizados os fundamentos epistemológicos da sociedade em rede (CASTELLS, 2008),
da cibercultura (LEVY, 2000), das mediações culturais (MARTIN-BARBERO, 2006), da cultura da
convergência (JENKINS, 2008). Desse modo, o recorte teórico está baseado nas interfaces
educação, comunicação, tecnologias e culturas organizacionais da mídia-educação (FANTIN,
2006). Acredita-se que esta investigação possa contribuir para a organização de dados sobre as
tecnologias na educação e para a melhoria do cotidiano dos docentes e discentes do ensino
superior a partir da sugestão do uso pedagógico de aplicativos disponibilizados pela
telecomunicação móvel.

Palavras-chave: tecnologias móveis, mediação cultural, mídia-educação.

TE-010

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TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: REALIDADE E JUSTIFICATIVAS

Learcino dos Santos Luiz; UDESC; learcino.luiz@udesc.br

Os investimentos estatais em tecnologia educacional nas últimas décadas têm sido elevados
mesmo em nível mundial. Computadores, tablets, lousas digitais etc., entraram em nossas escolas
nos diferentes níveis de ensino. Em vista da transformação da sociedade contemporânea
possibilitada, também, pela democratização das TDIC (tecnologias digitais da informação e
comunicação), contraditoriamente, nossas escolas ainda não absorveram a cultura digital de
maneira efetiva no seu cotidiano pedagógico. Observamos então, de acordo com o pensamento
de Bonilla (2014) e Hargreaves (2004) que devemos repensar a escola, para que ela possa se abrir
para as novas demandas sociais, tecnológicas e culturais da contemporaneidade. Acreditamos
que o uso de tecnologias digitais como ferramentas pedagógicas em sala de aula pode contribuir
para que a escola possa interagir com a cultura digital (cibercultura), trazendo para seu interior o
encontro entre a cultura digital e a cultura da escola. Segundo Cuban (2000) e Coll (2014) ainda
pouco destas tecnologias transformaram-se em estratégias de sucesso para a aprendizagem
escolar. Isso nos leva a pensar na realidade do uso de tecnologias digitais na educação básica e
nas justificativas para o investimento público, tanto em equipamentos quanto em formação de
professores para a utilização pedagógica destas ferramentas em sala de aula. Algumas questões
que levantamos neste trabalho: 1. Qual a função da escola e como isso se relaciona com a
utilização das tecnologias digitais na educação formal? 2. Qual o impacto das tecnologias digitais
na sociedade e na formação do cidadão, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade
social? 3. O que justifica o uso de tecnologias digitais na educação básica? Qual a concepção
epistemológica deve ser adotada como base teórica de nossas atividades pedagógicas de modo a
garantir o sucesso na aprendizagem dos alunos? Para dar conta deste debate trazemos autores
consagrados a nível nacional e internacional que embasam nosso discurso, tais como: Borba
(2009), Brito (2011), Bonilla (2009), Almeida (2017), Hargreaves (2004), COLL (2014), Cuban
(2000), Sacristan (1998), Lengel (2013), Novoa (2014) e Charlot (2014).

Palavras-chave: tecnologias digitais, escola, ensino, sociedade.

TE-011

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PRODUÇÃO DE TEXTOS COM SUPORTE DE METODOLOGIAS ATIVAS

Ilisane Winhar Pereira Zago; UDESC;  ilisanezago@yahoo.com.br


Avanilde Kemczinski; UDESC;  avanilde.kemczinski@udesc.br
Fabíola Sucupira Ferreira Sell; UDESC; fabiola.sell@udesc.br

Este artigo apresenta um levantamento bibliográfico de literatura para identificar trabalhos


primários que utilizam Metodologias Ativas na produção textual, no contexto educacional, para
estudantes de Língua Portuguesa como língua materna. Metodologias Ativas constituem-se em
processos interativos de aquisição de conhecimento, em modelos de ensino que incentivam os
estudantes a aprenderem de maneira participativa e autônoma, a partir de situações e problemas
reais colocando-os no centro do processo de aprendizagem. Influenciados pela Tecnologia de
Informação e Comunicação (TIC), os professores têm utilizado novas metodologias em suas aulas,
saindo do modelo tradicional e colocando o estudante e o professor, lado a lado, em uma parceria
para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes visando a atuação acadêmica e
profissional. O processo metodológico caracteriza-se por um levantamento bibliográfico
tradicional. Foram empregados mecanismos de busca acadêmicos (MBA) e selecionados 25
artigos, sendo: 22 artigos que empregam Metodologias Ativas e 03 que integram as Metodologias
Tradicional e Ativas. A pesquisa realizada abrange o período de 2009 a 2019 para todos os níveis
de ensino. Neste artigo são evidenciados os resultados atingidos na busca para compreender as
estratégias didático-pedagógicas, o processo de avaliação e as Tecnologias de Informação e
Comunicação utilizados na produção textual de forma ativa. Os elementos analisados contribuem
para evidenciar as Metodologias Ativas como recurso metodológico facilitador que emprega
estratégia de ensino focada no estudante para suas produções textuais por meio de atividades
que saiam da rotina. Como resultado, observa-se que os artigos analisados empregam, como
estratégias, o uso de Leitura via Web, da Sala de Aula Invertida, Aprendizagem em Pares,
Aprendizagem Baseada em Projetos, Ambientes Virtuais de Aprendizagem, Aprendizagem
Baseada em Problemas, Estudo de Caso e o uso de WhatsApp como abordagens colaborativas.
Com estas Metodologias Ativas de ensino, a avaliação acontece durante o transcorrer das
atividades, no modo de leitura e de escrita ao considerar os códigos multimodais, verbais e não-
verbais com o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação. As TIC dão suporte à
ocorrência de letramento digital, à ampliação do léxico, à compreensão da interdiscursividade
textual presente nas atividades propostas e às posturas diferenciadas assumidas pelos estudantes
nas atividades executadas conduzindo-os ao estímulo à escrita. As atividades são abordadas
colaborativamente, mediadas pelas Metodologias Ativas que buscam promover a autonomia e a
proatividade estudantil.

Palavras-chave: produção textual, estratégias didático-pedagógicas, metodologias ativas,


tecnologias de informação e comunicação.

TE-012

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EDUCAÇÃO E INOVAÇÃO: UMA ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DE INOVAÇÃO EDUCACIONAL E A
RELAÇÃO COM A LÓGICA CAPITALISTA

Milene Silva de Castro; UDESC; milenesc.castro@gmail.com

A história da humanidade, se levarmos em conta o significado bruto da palavra inovação, é


construída e modificada a partir de inovações. O intelecto humano direciona a trajetória da
humanidade a partir das permanentes invenções, criações e modificações; porém, em um
momento específico da história as inovações passam a ter um caráter essencial ao modelo
capitalista. É, justamente, esta relação intrínseca da inovação com a lógica do capital que
interessa para este estudo. Pretende-se fazer uma análise da importância da inovação em certos
momentos históricos e como estas abordagens de um passado recente se ressignificaram no
tempo presente, mantendo a essência de sua lógica, e adentraram com força, a partir de novos
discursos, no campo da educação. A pesquisa partirá de teorias acerca da inovação utilizando os
estudos de Ernest Mandel e István Mészáros sobre a questão da “aceleração da inovação
tecnológica” no século XX e a “obsolescência programada”, sob uma lógica diferenciada de
subserviência ao capitalismo tardio. Apresentará também as principais concepções de inovação
presentes nos campos da educação e, a partir dos subsídios históricos, fará uma análise relacional
entre essas diversas concepções de inovação e o projeto capitalista para a educação. Falar sobre
inovação na educação requer uma análise prévia do histórico das inovações tecnológicas e
científicas, das concepções variadas, das tecnologias educacionais tratadas como neutras e
inovadoras por si só, das inovações pedagógicas concretas e dos discursos sobre inovação que
tentam forjar realidades. Muitas vezes as tecnologias educacionais são tratadas como neutras ou
implantadas nas escolas como ferramentas inovadoras salvadoras da educação. É evidente a
importância da tecnologia na educação e o objetivo da pesquisa não é listar pontos positivos e
negativos, mas sim, problematizar a forma e sob quais discursos elas são implantadas. Este estudo
está apoiado na perspectiva do materialismo histórico dialético, a qual busca um entendimento
que considera a totalidade, as contradições, a essência dos fenômenos e o que está por trás das
aparências, superando análises descontextualizadas. O resultado desta pesquisa sugere que a
inovação, seja como produtos e serviços inovadores planejados em laboratórios ou como políticas
educacionais que forjam uma realidade a partir de determinados discursos e concepções de
inovação, tem como principal função ser um negócio rentável para o capital.

Palavras-chave: educação, inovação, tecnologias educacionais, capitalismo.

TE-013

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 159


UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA ONLINE SOBRE O USO DE SOROBAN COMO
RECURSO DIDÁTICO INCLUSIVO EM AULAS DE MATEMÁTICA

Davi Cézar da Silva; UNIOESTE; davi.silva@ifc.edu.br


Michelle Bedin; UNIOESTE; miche.bedin@gmail.com
Leandro Ety Io; Polo DOM; leandro.eity@gmail.com
Clodis Boscarioli; UNIOESTE; boscarioli@gmail.com

O presente trabalho é resultado de um de curso online para formação de professores do Ensino


Fundamental, intitulado “Soroban: Recurso Didático Inclusivo para o Ensino das Quatro Operações
Básicas da Matemática”, cuja escolha do tema se deu por fatores como: amplos benefícios que o
uso do Soroban, nome dado ao ábaco japonês, pode oferecer, pela importância da sua utilização
por alunos com deficiência visual e, pela possibilidade de ser utilizado por alunos com outras
deficiências para inclusão nas aulas de Matemática. O curso foi desenvolvido seguindo o modelo
ADDIE (análise, design, desenvolvimento, implementação e avaliação). Na fase de análise, o
objetivo foi entender o problema educacional, promover possíveis soluções e investigar os
benefícios que a utilização do Soroban pode oferecer. Na fase de design, realizou-se o
planejamento e o design da situação didática na plataforma Moodle, além da estruturação do
curso para possibilitar uma melhor navegabilidade os cursistas. No desenvolvimento instrucional
ocorreram as produções ou adaptações dos materiais planejados na matriz instrucional, como
textos, imagens, vídeos, tabelas, o Hot Potatoes, formulários online, e ferramentas como glossário
e fóruns utilizadas no sentido de permitir uma interação, não só com os tutores do curso, mas
também entre os próprios cursistas. A fase de implementação, onde ocorreu de fato a situação
didática, foi dividida em dois momentos, a publicação e a execução. Na publicação, o curso todo
foi implementado via Moodle e logo em seguida, na execução, aberto em sua totalidade para uma
avaliação piloto por duas professoras de Matemática conhecedoras do processo de criação de
cursos na perspectiva de Design Instrucional, e a avaliação foi feita por meio de uma análise crítica
da proposta, onde foram emitidos relatórios com indicações de aspectos positivos, negativos,
além de sugestões para melhorias, que foram incorporadas. O curso, que será agora ofertado a
uma turma, foi dividido em três módulos com unidades, todos possuindo vídeos instrucionais para
a utilização do Soroban, bem como, material para leitura. Entende-se que a formação continuada
é fundamental para os professores de maneira geral, e em se tratando da matemática, a busca em
superar os desafios de tornar a disciplina atrativa e que promova um impacto no cotidiano dos
estudantes deve ser diário. A inclusão de alunos com deficiência na rede regular de ensino é outro
fator que preocupa. Nesse sentido se pensou no curso, oportunizando, aos interessados, realizá-lo
em qualquer localidade e ao seu tempo, possibilitando que compreendam, de uma maneira
diferente, as quatro operações Matemática, além de percepções acerca da construção e
desconstrução do número, presentes nos cálculos com o Soroban, que requerem um
desenvolvimento do raciocínio lógico não de maneira mecânica, mas por entendimento, na
prática, dos números em relação às suas ordens e classes.

Palavras-chave: educação a distância, formação continuada, soroban, matemática, quatro


operações.

TE-014

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 160


AS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA O TUTOR NO ENSINO HÍBRIDO: UM ESTUDO DE CASO
COM OS ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR

Daniela Tavares; QI Faculdade e Escola Técnica; danielatavares.poa@gmail.com


Diana Raquel Schneider Gottschalck; QI Faculdade e Escola Técnica;
dianaschneider2016@gmail.com

A modalidade de EAD cresce de forma significativa, promovendo uma grande revolução na


educação tradicional, consequentemente, exigindo dos docentes de uma perspectiva geral, novas
formas de pensar quanto à sua formação, à adoção de tecnologia, bem como suscitando novas
práticas pedagógicas. Pensando neste novo cenário, surge o Tutor, que desempenha um papel
fundamental no contexto educacional, sendo responsável por fazer a mediação entre o aluno-
instituição-conteúdo, de forma a fazer com que o aluno permaneça em sala de aula. Com o
objetivo de identificar o que esse aluno do ensino superior, espera do Tutor no encontro
presencial, realizou-se este estudo de caso, afim de caracterizar os desafios e as competências
necessárias para que seja possível esta construção deste conhecimento. O estudo se deu por
meio de investigação quantitativa, do tipo descritiva e exploratória, a pesquisa foi um estudo de
caso, conforme Gil (1991), é caracterizado pelo estudo exaustivo e em profundidade de poucos
sujeitos, de forma a permitir conhecimento amplo e específico da realidade estudada, assim
sendo, a mesma foi aplicada com uma turma do ensino superior, no ensino híbrido na modalidade
EAD, utilizamos como instrumento de coleta de dados, um questionário contendo perguntas
fechadas de múltipla escolha, aplicado no mês de julho de 2019. A pesquisa realizada, forneceu
informações, bastante significativas quanto às percepções, as competências que são
essencialmente importantes, analisando sob a ótica do aluno em relação ao Tutor. Entre as
percepções grande parte dos discentes compartilham dos mesmos entendimentos, esperam que
o tutor faça a relação entre a teoria e a prática, ou seja, que este profissional precisa ter o
conhecimento, habilidade e atitudes para que este aluno permaneça em sala de aula. Nesta
proposta, “[...] o professor/tutor deve adotar a perspectiva do aluno, deve acolher seus
pensamentos, sentimentos e ações, sempre que manifestados, e apoiar o seu desenvolvimento
motivacional e capacidade para autorregular-se” (BERBEL, 2011, p. 28). Outra expectativa está em
fazer com que o aluno seja o protagonista do seu próprio conhecimento e aprendizagem ao longo
da disciplina. Destacamos que as Tecnologias Digitais de Informação e de Comunicação (TDIC) se
tornaram excelentes aliadas quando discutimos o processo de ensino-aprendizagem,
especialmente em Educação a Distância. Segundo o autor, o docente/tutor precisa se reinventar a
cada aula, planejar adequadamente os seus recursos para um ensino que potencialize o
significado dos conteúdos e desperte o interesse dos discentes. E contudo, é essencial que haja
constante criação de novos caminhos, novas táticas e alternativas inovadoras em termos de
metodologias de ensino (MATTAR, 2017). O referencial teórico serviu de base para a construção
deste estudo de caso, autores como André (2016), Bacich, Neto & Trevisani (2015), Behar (2013),
Berbel (2011), Freire (2011), Gil (1991), Horn & Staker (2015), Imbernón (2006), Kenski (2013),
Mattar (2017), Nóvoa (1997), Tardif (2012), Sacristán (2011), com suas contribuições,
proporcionaram ao estudo de caso uma fundamentação importante para o resultado do estudo.

Palavras-chave: tutor, desafios, competências, metodologias ativas, ensino superior.

TE-015

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 161


UMA INICIATIVA DE MÍDIA-EDUCAÇÃO NA ALESC.
CURSO: “E EU COM A MÍDIA?”

Laura Josani Andrade Correa; Escola da ALESC; lauracorrea@alesc.sc.gov.br


Jussie Sedrez Chaves; Escola da ALESC; jussie@alesc.sc.gov.br

O presente trabalho delimita-se em apresentar uma iniciativa de mídia-educação, a formação “E


eu com a mídia?”, realizada pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina – Alesc, por
intermédio da Escola do Legislativo Deputado Lício da Silveira em conjunto com o Programa
Antonieta de Barros – PAB, uma ação afirmativa da Alesc pioneira no Poder Legislativo. O
Programa, instituído pela Lei nº 13.075, de 29 de junho de 2004, tem como proposição
oportunizar aos jovens o acesso ao estágio remunerado no parlamento catarinense. Para tanto é
necessário cumprir os seguintes critérios, estabelecidos na lei: situação de vulnerabilidade social,
relação étnico-racial, deficiência física e gênero, em especial as meninas jovens, com faixa etária
entre 16 e 24 anos e estarem regularmente matriculados nos ensinos médio ou superior. Por
força da lei que institui o PAB, a Escola do Legislativo é a estrutura responsável pelo apoio
pedagógico prestado aos participantes do estágio. Durante os dois anos de estágio no Poder
Legislativo, são propiciados aos jovens cursos, palestras e momentos de formação para
proporcionar a construção de um saber amplo, ancorado em uma educação que evidencia a
preparação do estudante como um ser autônomo (FREIRE) que resulta no desenvolvimento da
consciência política e participação cidadã, a missão da Escola da Alesc. O objeto do artigo, o curso
“E eu com a mídia?” é motivado pelo aumento do acesso à internet que impulsiona o processo de
criação de conteúdo e, consequentemente, de aquisição de conhecimento por meio da conexão
mundial de computadores, a sociedade em rede (CASTELLS, 2008). A juventude tem sido
reconhecida por sua intensa relação com os conteúdos digitais, desse modo precisam aperfeiçoar
suas habilidades de leitura e escrita no contexto tecnológico, ou seja, serem midiaticamente
alfabetizados. Os pabianos precisam de capacitação tanto para a recepção, triagem e
compreensão das informações, quanto para qualificar o conteúdo que produzem e disponibilizam
na web. O curso de formação para a mídia-educação (FANTIN, 2006) busca fomentar o
pensamento crítico sobre a recepção e elaboração de produtos midiáticos, demonstrando a
necessidade da interpretação das notícias. Além de apresentar formas de checagem do conteúdo
disponível on-line, incentiva o educando a aprimorar seu entendimento sobre o papel da mídia na
sociedade e dos conteúdos nela compartilhados. Nessa proposta, o professor é um mediador
cultural (MARTIN-BARBERO, 2006) atuando no contexto teórico da cibercultura (LEVY, 1999) e da
cultura da convergência (JENKINS, 2008). A iniciativa da formação de educação para mídias é
amparada e apoiada pelo Núcleo de Pesquisa e Produção do Conhecimento da Escola da Alesc
que tem como objetivo incentivar as práticas educativas e a investigação científica na Casa.

Palavras-chave: mídia-educação, Alesc, escola do legislativo.

TE-016

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 162


O USO DE GEOTECNOLOGIAS NA ESCOLA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS PARA
OS PROFESSORES DE GEOGRAFIA

Natália Lampert Batista; Universidade Federal de Santa Maria; natilbatista3@gmail.com

As geotecnologias estão presentes no cotidiano dos estudantes, professores e usuários em geral


de forma cada vez mais contundente. Os inúmeros aplicativos que são utilizados para localização
e deslocamentos, para a realização de check-ins em redes sociais, para compra de produtos, entre
outros exemplos, são pautados nessas tecnologias geoespaciais. Assim, por sua variedade de usos
e de aplicações, elas se tornam instigantes nas práticas com os estudantes da
contemporaneidade, fazendo com que sua utilização no ensino de Geografia contribua
significativamente com a qualificação do processo de ensino-aprendizagem nas escolas da
educação básica. Essas tecnologias despertam a motivação dos estudantes na medida em que
aproximam os conteúdos abordados com a realidade dos mesmos e aos elementos de interesse e
de curiosidade dos jovens. Por isso, para potencializar a utilização dessas tecnologias na
educação, é preciso discutir a formação de professores de Geografia para o uso de geotecnologias
na escola. Como deve ser a formação de professores de Geografia para o uso de geotecnologias?
Quais são os desafios e perspectivas desse uso nas escolas públicas? Partindo desses
questionamentos, o presente trabalho visa tecer reflexões sobre formação docente, em âmbito
inicial e continuado, para uso de geotecnologias no ensino de Geografia. Os apontamentos foram
embasados em relatos autobiográficos e vivências tecidas em instituições públicas de ensino da
educação básica e superior. Observou-se que para que a utilização de geotecnologias na escola se
de maneira coerente e proveitosa é preciso que as noções básicas sobre a manipulação dos
softwares e das ferramentas geotecnológicas seja trabalhada de forma contundente e
aprofundada durante a formação inicial, bem como que as redes de ensino fomentem e
promovam cursos de formação continuada para instrumentalizar os docentes para esse uso, ou
seja, para ensinar o professor que não teve essa oportunidade em sua formação inicial a
manusear tais instrumentos. O professor, ao ser instruído, mas, sobretudo, ao ser instigado a
utilizar essas ferramentas assume um papel protagonista na atuação docente. Por outro lado, é
preciso ter claro que, em muitas escolas, as deficiências na infraestrutura se tornam um grande
desafio ou mesmo impossibilitam tais práticas. É possível utilizar geotecnologias móveis, atreladas
aos smartphones, e uma grande variedade de softwares livres, todavia, essa análise não pode ser
desprendida do contexto de atuação de cada docente e dos recursos disponíveis para sua prática.
O uso de geotecnologias, cada vez mais, torna-se necessário e indispensável ao cotidiano escolar
e isso exige uma formação docente, em âmbito inicial e continuado, que fortifique essa inserção
nas salas de aula e de forma que as políticas de formação docente e a infraestrutura das escolas
deem conta dessas demandas. Com base no exposto, conclui-se que as geotecnologias são
excelentes ferramentas para o ensino Geografia, mas que para sua eficiente aplicação é preciso
que os professores sejam alfabetizados e letrados tecnologicamente no seu uso escolar e isso
perpassa por políticas e programas de formação que deem conta de instrumentalizar os docentes
para tal aplicação tecnológica, bem como que as infraestruturas escolares sejam minimamente
adequadas a sua utilização.

Palavras-chave: formação de professores; ensino de geografia; reflexões docentes.

TE-017

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 163


AS BARREIRAS TECNOLÓGICAS ENCONTRADAS PELOS ALUNOS NO DESENVOLVIMENTO DO
TRABALHO DE CONCLUSÃO NOS CURSOS TÉCNICOS

Daniela Tavares; QI Faculdade e Escola Técnica; danielatavares.poa@gmail.com


Diana Raquel Schneider Gottschalck; QI Faculdade e Escola Técnica;
dianaschneider2016@gmail.com

O presente estudo objetivou identificar quais são as barreiras tecnológicas encontradas pelos
alunos no momento de desenvolver o seu trabalho de conclusão do curso (TCC) e qual o reflexo
no processo de ensino-aprendizagem durante a sua jornada acadêmica. E consequentemente,
compreender e analisar os impactos que o uso do computador e de softwares básicos como por
exemplo: word, power point e excel são expostos no decorrer do desenvolvimento da formação
dos discentes. O uso das tecnologias na educação tem sido um desafio, tendo em vista, que o
professor precisa planejar as suas aulas, com o uso das ferramentas tecnológicas digitais e o
segundo ponto, quais utilizar. Conforme o autor Perrenoud (1999), a melhoria do processo de
aprendizagem e familiarização dos alunos com as novas tecnologias exigem a necessidade de se
desenvolver competências. Nesse sentido, a ideia do autor obriga o processo de ensino-
aprendizagem se adaptar, para preparar e desenvolver cidadãos críticos e ativos. Atualmente,
necessitamos inserir na metodologia de ensino, o uso das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC’s), além da facilidade e da qualidade de informações que se tornam disponíveis
e das diversidades de possibilidades no processo de aprendizagem interativo/construtivo, espera-
se contribuir para a autonomia intelectual do aluno. Com a intenção de levantar dados e refletir
sobre as barreiras das tecnologias digitais e a sua utilização no processo educativo dos jovens e
adultos, foi realizada, inicialmente, uma pesquisa bibliográfica sobre o referido tema. Em seguida,
foi elaborada uma pesquisa mista (quantitativa e qualitativa), do tipo exploratória, descritiva e
explicativa, na qual foi aplicada com os alunos do último ano dos cursos técnicos do eixo gestão e
negócios da escola técnica de ensino privada/RS. A partir da vinculação entre pesquisa
quantitativa e qualitativa, os estudos de métodos mistos promovem o entendimento sobre o
fenômeno de escolha de uma forma que não se obteria com a utilização de somente uma
abordagem (CRESWELL,2013). Os resultados foram analisados e comparados com o objetivo de
validar a pergunta de pesquisa e contribuir para discutir os desafios, as barreiras e possibilidades
do uso das tecnologias na educação. Com o resultado da investigação, descobrimos que um dos
desafios da instituição de ensino é preparar os seus alunos, pois aos mesmos, apontaram que
possuem dificuldades na hora do desenvolvimento do trabalho de conclusão do seu curso técnico.
Destacamos as referidas respostas: a falta de conhecimento e treinamento em softwares digitais
durante o decorrer das disciplinas. Como consequência disso tudo, a instituição pesquisada,
necessita reanalisar os métodos utilizados nas práticas pedagógicas, ou seja, é necessário
construir novas estratégias que desenvolva as devidas habilidades e competências nos referidos
alunos.

Palavras-chave: educação profissional, softwares na educação, tecnologias digitais, ensino-


aprendizagem.

TE-018

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 164


COLOCANDO O TREM NOS TRILHOS: UMA POSSIBILIDADE DE INSERIR O WEBCURRÍCULO NA
SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA

Aline Dubal Machado; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul,
Campus Osório e UFRGS; aline.dubal@osorio.ifrs.edu.br
Francieli Motter Ludovico; Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos e
UFRGS; francielim@utfpr.edu.br
Augusto Weiand; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul,
Campus Osório e UFRGS; augusto.weiand@osorio.ifrs.edu.br
Patrícia da Silva Campelo Costa Barcellos; UFRGS; patricia.campelo@ufrgs.br

Na intenção de fazer uso da Tecnologia de Comunicação Digital (TCD) nas práticas escolares,
muitas vezes, o que acontece é a mera transposição do impresso para o digital, não despertando
o aprender protagonista e não sendo condizente com a sociedade atual. Rojo (2017) propõe o
Webcurrículo, que busca fortalecer o projeto pedagógico integrando a TCD nos processos de
ensino e aprendizagem. Assim, faz-se necessário discutir a possibilidade de se utilizar uma
proposta didática com base na concepção de um Webcurrículo, de modo a unir a escola e a
sociedade, complementar os processos de ensinar e aprender, possibilitar maior interação,
colaboração e abrir espaço para o desenvolvimento da autonomia. Diante disso, o objetivo do
presente trabalho é discutir e apresentar uma Unidade Didática estruturada com base nos
pressupostos de um Webcurrículo (ROJO, 2017) para uma práxis de ensino de Língua Inglesa (LI)
que permita a ação dos estudantes em benefício do seu aprender como autores de seu processo,
alinhando o interesse pela língua e pela tecnologia, de forma criativa, colaborativa e interativa. A
Unidade Didática aqui proposta tem como tema Expressões Idiomáticas (EI) e busca envolver o
estudante em todas as etapas. Para tanto, está dividida em cinco partes, trazendo diferentes
gêneros textuais e propondo tarefas que exigem a produção do estudante com o uso de
ferramentas digitais. Os recursos foram escolhidos buscando possibilitar colaboração entre os
participantes e construção do conhecimento. Com o gênero textual poema, as EI na LI são
apresentadas, e a tarefa é elaborar uma ilustração coletiva das estrofes por meio do software
Padlet. A segunda etapa abre espaço para que o estudante pesquise e apresente EI para seus
colegas por meio de um vídeo interativo produzido no software Vizia e depois esses discutam a
fim de construir sentido. Na sequência, os estudantes têm acesso a um Podcast sobre tradições e
costumes, que leva a discussões e, então, é realizada a elaboração de podcasts pelos estudantes,
apresentando sua própria cultura. Na quarta etapa um vídeo com EI, referente à região em que a
prática será aplicada, é apresentado e trazida à discussão a questão da produção de um
infográfico, o qual preconiza a larga utilização de elementos gráfico-visuais, nesse caso,
apresentando algumas EI que seriam úteis a turistas visitando o Brasil. Por fim, realizou-se a
utilização de planilhas eletrônicas com interface em tempo real para a construção colaborativa de
um dicionário de Expressões Idiomáticas. Todas as tarefas foram elaboradas buscando
proporcionar o uso autêntico da LI, fazendo relação com o uso da TCD e assim, agregar maior
suporte no contexto escolar para usufruir de recursos inovadores e motivadores em prol da
implementação de um Webcurrículo que possa promover uma educação mais concordante com a
realidade da sociedade da informação. Com apoio e fomento do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Com apoio e fomento da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Palavras-chave: língua inglesa, webcurrículo, unidade didática, ferramentas digitais, expressões
idiomáticas.

TE-019

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 165


EDUCAÇÃO MATEMÁTICA EM PROCESSOS DE GAMIFICAÇÃO E PLANEJAMENTO DO GAME
DESIGN: CONSTRUCT 2

Cristiano Natal Tonéis; FIAP/SP; cristoneis@gmail.com


Rosa Monteiro Paulo; UNESP/FE – Guaratinguetá; rosa.paulo@unesp.br

Este trabalho apresenta uma proposta de atividades matemáticas gamificadas ou minigames,


desenvolvida com propósitos educacionais por meio da game engine construct 2, que possui uma
versão gratuita. Além de gratuita, a versão é acessível para utilização com baixas exigências de
especificações de hardware ou do pressuposto conhecimento necessário ou domínio de
linguagens de programação. Compreendendo o jogo digital ou “game” como um espaço para
diálogos, vemos o processo de produção e planejamento destes espaços como uma atividade
multidisciplinar que se estende desde o brain storn e concept art até o desenvolvimento do level
design – com possibilidades de puzzles, tasks e quests – alcançando um game design adequado às
ideias iniciais com jogabilidade, narrativa e mecânicas, que promovem a articulação entre
conhecimento de diferentes áreas, como artes, matemática, história, ciências, geografia e idiomas
em geral. Assim, o jogo digital se revela como uma atividade viável e rica para ser desenvolvida
em espaços educacionais. Por meio de pesquisas em games e educação como as apresentadas
por Prensky (2001); Mcgonigal (2011); Shell (2014); Tonéis (2017); Paulo et al (2018), elaboramos,
desenvolvemos e apresentamos um roteiro para aplicação dos conceitos envolvidos no game
design para a construção de minigames. Esse roteiro visa subsidiar professores e alunos
contribuindo para a produção de conhecimento de modo multidisciplinar e multimodal.
Desenvolvemos esta atividade com alunos da licenciatura em matemática, no formato de um
minicurso durante a Semana da Ciência e Tecnologia 2018, na UNESP, Guaratinguetá. Por meio do
Construct 2 os alunos puderam produzir pequenos protótipos de games e entender os processos
de produção envolvidos, bem como analisar suas potencialidades para a sala de aula em um
trabalho como atividades gamificadas. A construção de puzzles; tasks e quests tem a finalidade de
promover a ação ou “o jogar” por meio do raciocínio lógico-matemático, da produção de
significados e, portanto, favorecer os processos de argumentação em um movimento de “ser-
com” as tecnologias digitais. Nossa proposta visa, também, uma ampliação do horizonte da
produção de minigames por parte de alunos e professores, com trabalho em grupos que abram
possibilidades para utilização de outras game engine com versões gratuitas, como a Stencyl e
Godot, motores para jogos um pouco mais sofisticados, porém, com maior abrangência em
termos de mecânicas e cenários.

Palavras-chave: games, game engine 2D, educação matemática, puzzles, gamificação.

TE-020

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 166


JOGO SÉRIO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Tiago Francisco Andrade Diocesano; Instituto Federal do Amazonas; tiago.francisco@ifam.edu.br

Preocupações referentes à preservação do meio ambiente são cada vez mais vistas e vinda de
várias partes. Essa preocupação é notória visto a quantidade de leis pertinentes ao assunto,
formações de organizações visando trabalhos relacionados (SCHENINI et al., 2005). De acordo com
Cortez et al. (2001), o acelerado crescimento dos grandes centros urbanos foi responsável pela
escassez de depósito de lixo. A poluição do solo e da água aumentou por conta da sujeira
acumulada no meio ambiente, piorando as condições de saúde da população no mundo todo,
principalmente em regiões subdesenvolvidas. A produção excessiva de lixo complica a convivência
em grupos ou sociedade e é preciso disciplina e respeito ao ambiente. Tem sido um desafio
encontrar maneiras de educar as pessoas para terem uma melhor consciência ambiental. O
mecanismo de jogo tem sido pouco utilizado na educação para a consciência ambiental. O jogo
pode ser um meio para ensinar formas de reduzir o consumo de energia, apresentar quais itens
são recicláveis, entre outros pontos. Um jogo bem projetado deve fornecer ao jogador os
incentivos certos e orientar os usuários a fazer escolhas mais sábias para uma melhor proteção
ambiental (DU, 2015). Nesse sentido, a tecnologia é uma ferramenta importante na educação
ambiental (ORS, 2012). O objetivo desse trabalho é o desenvolvimento de um jogo sério para
educação ambiental, projetado durante o plano de conclusão de curso técnico (PCCT). Durante o
desenvolvimento da ferramenta, os agentes envolvidos foram submetidos à revisão de literatura
sobre educação ambiental para a construção das versões iniciais do jogo. O projeto possibilitou
aos envolvidos conhecimentos teóricos sobre a questão ambiental e conhecimento técnico
necessário para o desenvolvimento do jogo educacional. O projeto ainda está em fase de
execução com previsão de finalização em dezembro de 2019. A prototipação do jogo já foi iniciada
para avaliação dos usuários. A ferramenta escolhida para o desenvolvimento do jogo é o Construct
2 que é um ambiente para desenvolvimento de jogos estilo 2D. Após o processo de validação, o
jogo será modificado observando as recomendações dos avaliadores. Ao final do projeto, o jogo
será disponibilizado à comunidade acadêmica, promovendo a educação ambiental aos demais
usuários de forma lúdica e, ao mesmo tempo, educacional.

Palavras-chave: jogo sério, educação ambiental, meio ambiente, tecnologia educacional.

TE-021

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 167


O LETRAMENTO DIGITAL NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Jaqueline Molon; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)
– Campus Canoas e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
jaqueline.molon@canoas.ifrs.edu.br
Francieli Motter Ludovico; Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); francielim@utfpr.edu.br

Inserir a Tecnologia Digital da Informação e Comunicação (TDIC) na práxis escolar não é uma
questão da mudança do impresso para o digital, mas de adequação à sociedade da informação
(SI) que exige novos modos de ensinar e aprender. Embora os estudantes, nativos digitais
(PRENSKY, 2010) já possuam habilidades e façam uso da TDIC, na maioria das vezes, elas são
entendidas como entretenimento e diversão. É papel da escola possibilitar o letramento digital
dos estudantes para que deixem de ser meros receptores de informações e se constituam como
sujeitos ativos no próprio processo de construção do conhecimento. Possuir letramento digital
significa, além de dominar as funções e ações relacionadas às ferramentas digitais, ser crítico,
saber avaliar e, assim, tornar-se cidadão consciente. Dessa forma, a tecnologia deve ser
considerada como uma ferramenta para efetivação ou alcance de um objetivo pedagógico e não
apenas como nova metodologia de exposição de conteúdos. Ao recorrer à utilização da TDIC
deve-se questionar quais os objetivos de sua utilização e refletir sobre as contribuições efetivas
ao processo de aprendizagem de cada estudante. Nesse sentido, esse trabalho objetiva discutir
de que forma a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) articula os conceitos e procedimentos
inerentes a cada área de conhecimento nos diferentes níveis escolares com a TDIC levando em
consideração os aspectos elencados quanto ao desenvolvimento da criticidade e da autonomia,
necessárias aos estudantes na SI. Trata-se de uma pesquisa documental de caráter qualitativo e
objetivo descritivo. Constatou-se que, desde a educação infantil a BNCC contempla aspectos
inerentes à integração tecnológica nos processos escolares, o que é intensificado na medida em
que se avançam nos anos escolares. Tecnologia, mundo digital, cultura digital e pensamento
computacional são elementos presentes nas orientações, especialmente no ensino médio, ligadas
às competências e habilidades que os jovens devem desenvolver tendo em vista a sua imersão
em ambientes cada vez mais tecnológicos. O documento destaca que uma das competências
gerais da educação básica que os estudantes devem desenvolver refere-se a compreender,
utilizar e criar TDIC “de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”
(BRASIL, 2017, p. 9). É importante ressaltar que a BNCC contempla a questão da tecnologia em
todas as áreas do conhecimento e as relaciona com habilidades e competências específicas. No
entanto, não há uma receita para que esses requisitos sejam alcançados e os professores
precisam refletir criticamente nas possibilidades de promover o letramento digital dos estudantes
proporcionando a eles a articulação entre conceitos e procedimentos teóricos e a resolução de
problemas de caráter prático. Com apoio e fomento do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Com apoio e fomento da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR).

Palavras-chave: BNCC, educação básica, tecnologia digital da informação e comunicação,


letramento digital.

TE-022

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 168


PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES: ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO
SUPERIOR NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Gabriela Pedrotti; UDESC; gabriela.pedrotti2016@gamil.com;


Avanilde Kemczinski; UDESC; avanilde.kemczinski@udesc.br;

A interdisciplinaridade é um tema que está contido nas práticas do ensino superior, mas ainda
pouco tratado quando o enfoque é a educação a distância. Dessa forma, o objetivo do estudo foi
identificar um conjunto de práticas interdisciplinares (guia) que possam ser aplicadas em
sequências didáticas de formação continuada na educação a distância nas instituições de ensino
superior. Com base nos levantamentos bibliográficos realizados por meio de mapeamentos
sistemáticos de literatura – MLS e de um levantamento exploratório através de um questionário
aplicado nas instituições de ensino superior de educação a distância, os resultados preliminares
obtidos, exibem práticas interdisciplinares conhecidas e realizadas de forma síncrona e
assíncrona. Podemos citar: os fóruns de discussão, chats com discussão em tempo real,
laboratórios online/remotos, enquetes, questionários e avaliações online, vídeo aulas, blogs para
discussão online, seminários, trocas de e-mails, exercícios de simulação, entre outras. O processo
de ensino-aprendizagem é pautado na Aprendizagem Baseada em Problemas – PBL e estudos de
casos, ambos apoiados por interfaces ativas. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
mais comuns que apoiam as práticas interdisciplinares são: ambientes de aprendizagem como
BlackBoard, Moodle, E-Prayog, Campus Pack, e-Yantra Robotics Competition (eYRC), repositórios
de vídeo com Domínio Público e Youtube Edu, Zapiens.br, repositórios de objeto de
aprendizagem como Rived, Labvirt, Roau, Unijuí, Jogos Sérios como Minecraft, SimCity, Autopolis
e Education Editons, editores de texto colaborativos como wikis, hands e stormboard, Editores de
vídeo como Voice Thread, StoryKit entre outras. Quando o assunto é a avaliação das práticas
interdisciplinares na educação a distância no ensino superior o que encontramos é que elas são
realizadas através de questionários presenciais, feedbacks, análise de desempenho e
desenvolvimento do acadêmico frente a práticas realizadas, entre outras. A intenção de analisar
as práticas interdisciplinares na educação a distância no ensino superior se traduz na busca de
ações e atividades, onde as mesmas são realizadas de forma colaborativa, buscando a
transformação do sujeito e do ambiente em que ele está incluído. Vygotsky em sua teoria
intitulada sociointeracionismo defende que dessa interação do sujeito com o meio, arrolada a
integração dos saberes, faz com que a aprendizagem se torne mais relevante e concreta.

Palavras-chave: práticas interdisciplinares, educação a distância, educação superior.

TE-023

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 169


TECNOLOGIA EDUCACIONAL, AQUISIÇÃO DO INGLÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA E OS RECURSOS
TECNOLÓGICOS DIGITAIS ON-LINE

André Luiz Alvarenga de Souza; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS;
professorandrealvarenga@gmail.com

Este artigo discute a importância do aprendizado da língua inglesa como segunda língua por
brasileiros diante da crescente internacionalização dos estudos e oportunidades de trabalho e o
uso da tecnologia para o aprendizado. Diante das demandas crescentes dos mercados de trabalho
globalizados, o inglês se torna essencial para ampliar as oportunidades para que os brasileiros
possam circular em países estrangeiros, receber visitantes e ampliar seus horizontes de
aprendizado por meio do contato com materiais disponíveis somente nessa língua. Ferramentas
on-line gratuitas ou pagas contribuem para o aprendizado do inglês e podem ser consideradas
complementares ou mesmo substitutas ao ensino formal. O ensino da língua inglesa conta com
diversos recursos tecnológicos, principalmente os baseados em comunicação mediada por
tecnologias que passaram a integrar o cotidiano tanto dos alunos que frequentam o ensino formal
de idiomas, quanto daqueles que contam somente com os recursos tecnológicos para esse
aprendizado. O aprendizado do inglês como segunda língua também demanda uma distinção dos
contextos de aprendizado. O inglês é a língua que demanda uma distinção dos contextos globais e
tecnológicos modernos. O ensino de inglês nas escolas públicas brasileiras possui como diretrizes
diversos documentos oficiais pertencentes ao Ministério da Educação, como a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) 9394 e Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental e Médio (PCNEF e PCNEM), e também as Orientações Curriculares para o Ensino
Médio (OCEM). Esses documentos são guias dos princípios educacionais que regem as aulas,
enfatizando a necessidade de habilitar os alunos no uso da língua. Essas diretrizes ressaltam que a
linguagem, seus códigos e tecnologias têm como objetivo desenvolver as competências e
habilidades para o efetivo uso da língua como instrumento de informação e acesso a outras
culturas. A maior dificuldade relatada pelos professores de escolas públicas é a falta ou a
inadequação dos materiais didáticos, a escassez de recursos tecnológicos ou complementares,
como aparelhos de som, notebooks, projetores, dicionários bilíngues. Considerando esses fatores,
os objetivos deste artigo foram: a) correlacionar as demandas do aprendizado da língua inglesa
com a popularização do acesso às ferramentas on-line de aprendizado; b) analisar alguns métodos
de ensino on-line da língua inglesa como segunda língua para brasileiros. A metodologia adotada
neste estudo foi a revisão bibliográfica, qualitativa. Os resultados constataram que as
possibilidades de combinações do uso dos recursos digitais on-line com sistemas de aprendizagem
formais levam a caracterizar essas abordagens práticas transformadoras centradas no aluno,
estimulado a autonomia e a motivação do aprendizado do inglês como língua estrangeira. A
língua inglesa poderá ser eficazmente aprendida na escola pública se houver recursos satisfatórios
para a demanda de alunos e a disponibilidade de tais recursos pelo poder público em consonância
as tecnologias da informação e comunicação (TICs).

Palavras-chave: tecnologia, educação, língua inglesa, recursos, desenvolvimento.

TE-024

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 170


TECNOLOGIAS E METODOLOGIAS ATIVAS: EVIDÊNCIAS DE UMA RELAÇÃO SIMBIÓTICA EM
PESQUISAS RELACIONADAS ÀS ENGENHARIAS.

Edineia Zarpelon; Universidade Tecnológica Federal do Paraná; ezarpelon@utfpr.edu.br


Klara Granetto Lusitani; Universidade Tecnológica Federal do Paraná; kgranetto@gmail.com
Janecler Aparecida Amorin Colombo, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná; janecler@utfpr.edu.br

Já nos anos 90, Lévy (1999) defendia a premissa de que a tecnologia e a internet seriam um
fenômeno cultural que alteraria substancialmente a vida das pessoas. Atualmente, convivemos
com Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) que impactam a forma de agir e
viver, inclusive no cenário educacional. Este movimento acelerado de informações e as inovações
tecnológicas constantes fortalecem as críticas à uma educação conteudista, tradicional e centrada
no individualismo. Os conhecimentos específicos, isolados em suas especialidades, não dão mais
conta de compreender, explicitar e encaminhar as diversas situações do mundo contemporâneo.
Vários pesquisadores, dentre os quais citamos Mitre et al (2008); Masetto (2011); Araújo (2011),
Melques (2014), Araujo (2017), destacam que, diante das transformações pelas quais a sociedade
tem passado, torna-se urgente a discussão (e as mudanças) sobre a educação dada aos estudantes
de ensino superior rumo à inovação e conquista de seu novo papel social. Nos últimos anos viu-se
surgir um interesse - nacional e internacional - crescente por estudos que relacionam as novas
metodologias de aprendizagem ativa e as TDICs, visto cada vez mais a necessidade de inovação
nas salas de aulas das universidades. Estabelece-se desta forma, uma motivação de nossa parte
em conhecer a produção nesta área específica do campo, ou seja, as pesquisas que tratam das
Metodologias Ativas (MA) no Ensino Superior. Ademais, busca-se verificar como estão delineados
os trabalhos relacionados com os cursos de Engenharia, especialmente no que tange ao uso das
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação. Trata-se assim de um mapeamento
sistemático, no qual o cenário de investigação foi constituído pelas publicações indexadas na
Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
do Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia (BDTD – IBICT), entre os dias 13 e 19 de março de
2019. Para a busca nessas bibliotecas digitais foram utilizados os descritores: metodologias ativas,
métodos ativos, ensino superior, graduação, universidade e nível superior, combinados por meio
de operadores booleanos. Ressalta-se que nenhuma delimitação temporal foi estabelecida. O
portfólio final foi constituído por 193 trabalhos, sendo que 14 deles tinham relação com o Ensino
de Engenharia. Estes, estão distribuídos da seguinte forma: 1 artigo, 8 dissertações e 5 teses. Seis
trabalhos (1 artigo e 5 dissertações) foram classificados como teóricos e 8 (3 dissertações e 5
teses) como aplicados. Observou-se que os trabalhos estavam vinculados a 8 instituições, sendo 7
públicas (3 estaduais e 4 federais) e 1 privada. Constatou-se que 86% (n=12) deles foram
produzidos em universidades localizadas na região sudeste. As regiões sul e nordeste estão
representadas, cada uma delas por um trabalho. Os resultados provenientes da análise dos
trabalhos aplicados nas Engenharias mostram que as TDIC são utilizadas como ferramenta de
busca de conhecimentos e/ou como forma de revisão/atualização combinadas com MA. Em
síntese, os estudos apontam como positiva a inserção de ferramentas tecnológicas nos cursos de
Engenharia bem como a introdução de metodologias inovadoras evidenciando resultados
positivos tanto para a aprendizagem quanto para a motivação em estudar.

Palavras-chave: metodologias ativas, engenharia, tecnologias digitais de informação e


comunicação, ensino superior.

TE-025

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 171


UM JOGO COMO FERRAMENTA DE APOIO AO ENSINO DA DISCIPLINA DE SISTEMAS
OPERACIONAIS

Tiago Francisco Andrade Diocesano; Instituto Federal do Amazonas; tiago.francisco@ifam.edu.br

A disciplina de Sistemas Operacionais está presente na maioria dos cursos de computação, que
normalmente é apresentada para os alunos nos primeiros semestres e tem o objetivo de fazer o
estudante entender como funcionam os Sistemas Operacionais e tudo que é feito por eles para
abstrair os detalhes de hardware para o usuário (TANENBAUM, 1995). De acordo com Oliveira e
Carlos (2015), o estudo de Sistemas Operacionais é complexo, e demanda do aluno alta
capacidade de abstração. Esta complexidade, associada ao fato que o aluno muitas vezes está no
início da vida acadêmica, torna muito complicado o ensino da disciplina. Por se tratar de uma
disciplina tão importante e indispensável para a formação dos alunos dos cursos de Ciência da
Computação, os conteúdos abordados por ela devem ser devidamente ministrados pelos
professores e absorvidos pelos estudantes. Porém, isso se torna muito difícil tendo em vista o
grau de dificuldade dos conceitos e mecanismos dos Sistemas Operacionais (KIOKI et al 2008).
Transformar o ambiente de ensino-aprendizagem interessante e motivador ao aluno se tornou
um desafio para o docente em sala de aula nos dias atuais. Tecnologias como os jogos se
tornaram uma ferramenta importante no ensino-aprendizagem, pois manipulam grandes
informações, apresentadas de diversas formas, por meio de imagens, textos, sons, filmes, entre
outros (CALISTO et al., 2010). O objetivo desse projeto é o desenvolvimento de um jogo como
material de apoio no ensino de conceitos importantes de sistemas operacionais. O projeto está
em fase de prototipação. A primeira etapa do projeto foi a realização de uma pesquisa
exploratória sobre os principais conceitos relacionados à disciplina de sistemas operacionais que
serão abordados no jogo. De acordo com Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o tema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir
hipóteses. Foi feito um estudo na literatura para buscar trabalhos relacionados com essa pesquisa
e, dessa forma, explorar lacunas existentes para contribuição científica. Para o desenvolvimento
dos protótipos do jogo, foi escolhido o Construct 2 que é um ambiente para desenvolvimento de
jogos estilo 2D. Após o processo de avaliação do jogo pelos usuários, será desenvolvida a versão
final da ferramenta considerando as modificações para atender as recomendações dos
avaliadores.

Palavras-chave: jogo, sistemas operacionais, tecnologia educacional.

TE-026

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 172


UM JOGO PARA O ENSINO DO XADREZ

Tiago Francisco Andrade Diocesano; Instituto Federal do Amazonas; tiago.francisco@ifam.edu.br

O fraco desempenho dos alunos em disciplinas exatas tem sido objeto de debate nos Estados
Unidos e na Europa. O mercado atual requer mais graduados em disciplinas de Ciência, Tecnologia
e Engenharia. Além disso, os empregos relacionados às áreas exatas se tornaram mais
competitivos nos últimos anos e exigem profissionais altamente qualificados. A baixa capacidade
dos alunos em disciplinas exatas é um sério impedimento à satisfação das demandas do mercado
de trabalho (TRINCHERO et al, 2016). Para resolver esse problema, o jogo de xadrez se mostrou
um meio que proporciona diversos benefícios, pois é uma ferramenta que facilita a aprendizagem
de vários conteúdos. O estudo de seu tabuleiro, por exemplo, relaciona-se a conteúdos de
matemática e geometria, tornando uma ferramenta mais eficaz e prazerosa de ensino (GOULART;
FREI, 2004). Vários estudos confirmaram a eficácia do jogo de xadrez na educação como meio de
desenvolvimento intelectual dos alunos no ensino médio. Pesquisas identificaram que habilidades
intelectuais foram identificadas por estudantes que jogavam xadrez regularmente. O jogo de
xadrez tem um efeito positivo na melhora da psique, por um longo tempo estimula habilidades
intelectuais, suavizando os ciclos de capacidade de trabalho e fadiga do corpo durante o dia,
semana, mês e semestre. Pode-se considerar que o uso do jogo de xadrez na educação é um meio
eficaz de desenvolvimento intelectual dos estudantes (ALIFIROV et al, 2018). Ensinar xadrez nas
escolas é uma atividade promissora na educação. O jogo de xadrez recentemente se tornou parte
do currículo escolar em vários países. Vários estudos e projetos educacionais envolvendo o xadrez
estão atualmente em curso no Reino Unido, Espanha, Turquia, Alemanha e Itália, entre outros
países (TRINCHERO et al, 2016). O objetivo desse projeto é o desenvolvimento de um jogo para
dispositivo móvel para o ensino do xadrez. O projeto está na fase de design com a prototipação do
jogo. Primeiro foi feito um levantamento bibliográfico para estudar técnicas e ferramentas para o
ensino do xadrez a fim de localizar lacunas a serem preenchidas por esse projeto. Após esse
levantamento, foi desenvolvido um protótipo do jogo utilizando a ferramenta Construct 2, que é
um ambiente para desenvolvimento de jogos estilo 2D. A etapa seguinte desse trabalho é a
validação do protótipo do jogo junto aos alunos do Instituto Federal do Amazonas. Após a
validação, será desenvolvida a versão final do jogo, escrita de artigo com produto e resultados
discutidos.

Palavras-chave: jogo, xadrez, treinamento, tecnologia educacional.

TE-027

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 173


UMA EXPERIÊNCIA COM EXPLORAÇÃO DE FUNÇÕES POLINOMIAIS DE 1º GRAU NO GEOGEBRA

Carolina Cordeiro Batista; Universidade Estadual Paulista - UNESP; ca.cbatista13@gmail.com


Rosa Monteiro Paulo; Universidade Estadual Paulista - UNESP; rosa.paulo@unesp.br

Neste texto discutiremos a experiência vivenciada em uma aula de matemática envolvendo


tarefas de exploração com tecnologias. A aula foi planejada e desenvolvida por professores
participantes de um grupo de formação. Este grupo é constituído por três professores de
matemática de uma escola pública de educação básica da rede estadual paulista, que vem se
reunindo em encontros quinzenais desde o 2º semestre de 2018. O trabalho com o grupo é parte
de uma pesquisa de Doutorado em andamento, na qual se busca investigar o modo pelo qual o
professor se percebe sendo professor com tecnologias. Assim, no grupo, participam os
professores e a pesquisadora. O estudo de aula orienta as ações formativas no grupo. Nos
encontros do grupo faz-se o planejamento da aula, analisa-se as possibilidades de seu
desenvolvimento com os alunos considerando suas habilidades e dificuldades com o tema e
discute-se sobre a aula após o trabalho com os alunos. Até o momento o grupo já elaborou,
desenvolveu e discutiu aulas com pelo menos três conteúdos: função polinomial de 1º grau, que
será o foco deste texto, distância entre dois pontos do plano e estudo do ciclo trigonométrico.
Todas as aulas foram elaboradas pelo grupo seguindo a perspectiva das tarefas exploratórias ou
da investigação matemática. O desafio é desenvolver as tarefas com tecnologia. Os professores
escolheram trabalhar com o software GeoGebra, em decorrência da familiaridade que tinham
com ele e porque ele está instalado nos computadores da escola. A aula sobre funções
polinomiais do 1º grau com o GeoGebra foi desenvolvida no dia 27 de setembro de 2018, com
uma turma de alunos do 3º ano de Ensino Médio. Essa aula, contou com a presença de dois
professores do grupo (sendo um deles o professor da turma) e da pesquisadora. A turma tinha
cerca de 20 alunos, da faixa etária entre 16 e 18 anos, cursando o 3º ano pela primeira vez. A
maior dificuldade que os professores consideraram que eles tinham, era relativa à interpretação e
visualização de gráficos. Na aula, os alunos, organizados em duplas ou trios, responderam aos
questionamentos feitos pelos professores, construíram e interpretaram gráficos, manipularam
controles deslizantes construídos no GeoGebra analisando a variação dos coeficientes angular e
linear da função e o que ela representava à posição da reta que representava o gráfico da função.
A aula foi gravada em vídeo para, seguindo os procedimentos do estudo de aula, ser assistida
pelos professores. Esse procedimento visa subsidiar as discussões do grupo que se volta para a
postura do aluno na aula procurando compreender sua produção de conhecimento. A tela dos
computadores dos alunos também foi gravada, usando o software atubeCatcher. Parte dessas
gravações foram transcritas e analisadas o que irá orientar as discussões neste texto. Desse modo,
neste texto, trazemos um recorte da situação vivida com os alunos na aula, interpretando o que
foi vivenciado para expor compreensões acerca da produção de conhecimento matemático do
aluno quando eles se envolvem em uma atividade matemática com tecnologias.

Palavras-chave: tecnologias, software, ensino de matemática, exploração de gráficos.

TE-028

V COLBEDUCA - Joinville, 29 e 30 de outubro de 2019 174

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