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Instituição Credenciada pelo MEC – Portaria 4.385/05

Unis - MG
Centro Universitário do Sul de Minas
Unidade de Gestão da Educação a Distância
Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto
Varginha - MG - 37010-540

Mantida pela
Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas – FEPESMIG

Varginha/MG

Todos os direitos desta edição reservados ao Unis-MG.


É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou parte do mesmo, sob
qualquer meio, sem autorização expressa do Unis-MG·.
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RABELO, Vivian Peloso.

Guia de Estudo – Canto Coral e Fundamentos da


Regência I – Vivian Peloso Rabelo. Varginha: 2012.

1. Educação. 2. Música. 3. Canto Coral. 4.


Regência.
4

Reitor
Prof. Ms. Stefano Barra Gazzola
A
ces
Gestão da Educação a Distância so
Prof. Ms. Wanderson Gomes de Souza
aos
da
dos
Design Instrucional e Diagramação
Prof. Ms. Celso Augusto dos Santos Gomes

Coord. do Núcleo Pedagógico


Prof.ª Ms. Terezinha Nunes Gomes Garcia
Prof.ª Dr.ª Gleicione Aparecida Dias Bagne de Souza

Revisão Ortográfica / Gramatical


Erika de Paula Sousa

Autora

Vivian Peloso Rabelo


Tem pós-graduação em Música sobre a área Práticas Interpretativas Musicais. É graduada
em Licenciatura em Música, habilitação em Canto. Atualmente, cursa Pós-graduação em
Educação Empreendedora a distância pela Universidade Federal de São João Del Rei
(UFSJ), que será concluída em abril de 2012. É educadora musical no Conservatório
Estadual de Música Maestro Marciliano Braga, de Varginha, ministrando aulas de Canto
lírico e Canto Coral. Possui experiência na área do ensino musical com ênfase em Canto,
Canto Coral, Musicalização Infantil e Percepção Musical. Como performer possui
experiências ainda na área de música clássica e popular. Para outras informações, acesse:
http://lattes.cnpq.br/1122204908928031.
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Ementa

Técnicas de colocação de voz, respiração e prática vocal;


cuidados com o aparelho fonador em geral, métodos de uso,
incluindo a fala, a declamação, o canto e Estética Musical
Contemporânea. Práticas das técnicas através da formação de
pequenos grupos vocais e da criação de situações musicais,
tradicionais ou não, onde possam ser aplicadas. Estudo de
regência e sua aplicação na prática do repertório coral.
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7

SUMÁRIO

Ementa ............................................................................ 5

APRESENTAÇÃO .............................................................. 9

O INSTRUMENTO VOCAL ............................................... 12

META DESTA UNIDADE ................................................. 12

OBJETIVOS DESTA UNIDADE ....................................... 12

1.1 Alguns Aspectos Fisiológicos .................................... 13

1.2 O Aparelho Respiratório ........................................... 21

1.3 Ressonância ............................................................. 29

1.4 Apoio e Impostação Vocal ......................................... 35

1.5 Resumo .................................................................... 38

1.6 Apontamentos Sobre a Próxima Unidade .................. 39

1.7 Referências Bibliográficas ......................................... 39

VOCALIZES: A SAÚDE PARA A VOZ ............................... 42

OBJETIVOS DA UNIDADE ............................................. 42

2.1. Para que serve o vocalize? ...................................... 43

2.2. Possibilidades de vocalize para se trabalhar em um


Coral. ............................................................................. 44

2.3. Classificação Vocal .................................................. 52

APONTAMENTOS SOBRE A PRÓXIMA UNIDADE ........... 56

REFERÊNCIAS ............................................................... 56

3.Higiene vocal para o Canto Coral ................................. 57

METAS DESTA UNIDADE............................................... 57

OBJETIVOS DESTA UNIDADE ....................................... 57


8

3.1. Higiene vocal para o Canto Coral ............................ 58

APONTAMENTOS SOBRE A PRÓXIMA UNIDADE ........... 62

REFERÊNCIAS ............................................................... 62

METAS DESTA UNIDADE............................................... 63

OBJETIVOS DESTA UNIDADE ....................................... 63

4.1. Regência e comunicação gestual. ............................. 64

4.2. Postura do Regente e mecanismos de condução. ...... 65

4.3. Os Gestos e sua aplicação ....................................... 68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................... 75

Considerações Finais ..................................................... 77


9

APRESENTAÇÃO

Caro(a) leitor(a),

Este guia tem por objeto de estudo os princípios do Canto Coral,


juntamente com os Fundamentos da Regência em todas as suas potencialidades -
desde o início de sua tragetória através da história, até atualmente.

Segundo Massin (1983), o canto é uma manifestação natural do ser


humano, um meio de expressão direto do sentimento, fazendo parte de todas as
culturas e nações, seja de forma primitiva ou elaborada. É uma ampliação da
palavra, resultado de um longo trabalho técnico, tendo por trás de si toda uma
evolução histórica.

Por ser um contéudo musicalizador e de fácil aprovação nas escolas, o


Canto Coral é uma fonte de conhecimento que nos traz ampla visão melódica e
harmônica através dos arranjos vocais existentes.

Segundo Andrade (1989, p. 155), temos as definições:

CORAL: Música polifônica escrita para um conjunto de cantores, termo


masculino.

CORO: Conjunto de pessoas, em número variável, que cantam juntas músicas


em uníssono ou a várias vozes, com ou sem acompanhamento de instrumentos.
Pode ser constituído por uma ou várias vozes, sendo o padrão aquele que se
constitui por um naipe ou voz de sopranos, um de contraltos, um de tenores e
um de baixos.

Eis alguns itens a que a disciplina Canto Coral está associada:

. Inclusão Social;

. Múltiplas habilidades, além de musicais (desenvoltura em


apresentações, por exemplo);

. Integração / Interação entre os participantes do coro - tanto


crianças, como adolescentes e adultos.
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Segundo Lobos apud, AMATO, (2005, p.82):

O canto coletivo, com seu poder de socialização, predispõe o


indivíduo a perder no momento necessário a noção egoísta de
individualidade excessiva integrando-o na comunidade, valorizando
no seu espírito a ideia da necessidade de renúncia e de disciplina ante
os imperativos da coletividade social, favorecendo, em suma, essa
noção de solidariedade humana que requer da criatura uma
participação anônima na construção de grandes nacionalidades.

Através das técnicas vocais a serem vistas neste módulo, estudaremos as


possibildades do Canto como forma de expressão, além da aquisição de
conhecimentos sobre as ferramentas para seu uso sadio. Atráves da prática vocal,
abordaremos os diversos temas e conceitos relacionados à voz, além de relacionar
este estudo ao Coral, que é a base deste conteúdo. Relacionamos teoria e prática
vocal para que você, ao final de seu curso, seja capaz de realizar seu trabalho por
completo, auxiliando no seu desenvolvimento musical e de seus futuros alunos!

Uma cena do coral do filme “A Voz do Coração” de Les Choristes,


dirigido por Christofhe Barratier, para iniciar nosso estudo:

Acesse: http://youtu.be/ORK6TUndEs4

- Que maravilha de música, não é mesmo?! Vale a pena ver o filme todo!

Este trecho nos remete a um pouco do significado de um coro como sendo


uma ferramenta de inclusão, alegria e satisfação! O trabalho em conjunto pode
transceder ao que se espera, e auxiliar no desenvolvimento individual de cada um.

Então, seguindo com nossos estudos, abordaremos também os


Fundamentos da Regência, enfatizando as possibilidades de execução através da
prática coral.

O termo “regência” significa “dirigir”, “ordenar”. Na música, essa palavra


significa dirigir ou conduzir um grupo vocal ou instrumental, dentro de cada
métrica específica, guiadas pelos gestos, expressões corporal e facial.

Segundo Matias (1986), o regente necessita realizar tudo que for possível
com o seu grupo, para que este se torne musicalmente ágil, flexível, maleável,
percebendo com exatidão aquilo que o regente está expressando.
11

Podemos verificar um pouco da prática da Regência Orquestral e Coral em


um trecho do link abaixo, que traz emoção aliada ao desenvolvimento do regente,
que no caso, é uma criança, porém, que demonstra maturidade em sua execução!

Cena do filme “O Som do Coração” (August Rush):

http://youtu.be/DQzrtLpwyQI

Neste filme, o pequeno compositor busca, através de sua música, encontrar


seus pais. Ele nos mostra uma grande habilidade musical, regendo a orquestra.

É o que esperamos que você conquiste com este curso: um aprendizado


consciente e prazeroso. Portanto divirta-se, explore os conteúdos e faça a sua
música!

O Canto Coral é uma importante ferramenta para o ensino da


Música nas escolas, pois desenvolve a socialização e auxilia no
desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo.

Então, tenha uma ótima leitura e uma excelente aprendizagem!

Vivian Peloso Rabelo


12

O INSTRUMENTO VOCAL
O INSTRUMENTO VOCAL

META DESTA UNIDADE

Nesta unidade, conheceremos aspectos relevantes sobre a voz como


instrumento melódico, sua produção e características necessárias para um bom
desempenho.

Estudaremos sobre fundamentos da Fisiologia Vocal, Respiração,


Ressonância e Apoio Vocal - todos para desenvolver suas habilidades técnicas.

Identificaremos o funcionamento do instrumento vocal e suas diversidades


relacionadas aos conteúdos que se fazem necessários para uma boa performance.

OBJETIVOS DESTA UNIDADE

1 - Conhecer e vivenciar os mecanismos da fonação (produção da voz);

2 - Dominar a técnica vocal através da teoria aliada à pratica.


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1.1 Alguns Aspectos Fisiológicos

Para entendermos mais sobre alguns aspectos fisiológicos, que tal


buscarmos as origens do termo “fisiologia”? O vocábulo provém da junção de
duas palavras gregas: “physis” que quer dizer “natureza”, “função” ou
“funcionamento” e “logos” que significa “palavra” ou “estudo”. Assim, podemos
entender que fisiologia se refere ao estudo das funções dos órgãos nos seres vivos.

Desse modo, a Fisiologia Vocal tem o intuito de levar-nos ao


conhecimento das funções dos principais órgãos responsáveis pela produção da
voz. Nesse sentido, estudos sobre o desempenho destas funções são inesgotáveis,
devido à grande gama de pesquisadores na área, como podemos observar no
esquema abaixo:

Profissionais
direcionados ao
estudo da Voz

Fonoaudiólogos Otorrinolaringologistas Professores de canto

Contudo, é preciso entender os mecanismos de produção vocal separadamente,


para que, ao final, você os entenda e os domine com perfeição.

Então, vamos em frente! Vamos entender o que é Técnica Vocal.


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Entende-se por Técnica Vocal o conjunto das habilidades técnicas de


execução durante a prática do canto, possibilitando maior flexibilidade na sua
produção.

Em resumo, segundo Pacheco e Baê (2006), a produção da voz pode ser


descrita dessa forma: O ar inspirado chega aos pulmões. Estes, por sua vez,
“empurram” o diafragma, que abaixa durante o processo para o aumento dos
pulmões. Ao ser expirado, o ar passa pela laringe, onde estão as Pregas Vocais,
que vibram ao toque do ar, produzindo o som. Este, sobe e ressoa no crânio,
ampliando o volume sonoro. Este processo é possível devido ao Aparelho
Fonador, que vem a ser o conjunto de órgãos responsável pela produção da voz (a
laringe, onde se situam as cordas vocais, os pulmões, a traqueia, as estruturas
articulatórias e ressonadoras).

Então, não se esqueça que a produção do som envolve vários


órgãos que conjuntamente fazem soar nossa voz. São eles: o
aparelho respiratório, a laringe, as cavidades de ressonância e os
articuladores.

Mas, que tal agruparmos os órgãos que fazem parte do Aparelho Fonador
segundo as suas funções?!

PRODUTORES VIBRADOR RESSONADORES

Pulmões, músculos
abdominais, diafragma,
Laringe, onde está a Cavidade nasal, faringe,
músculos intercostais,
prega vocal. boca.
músculos extensores da
coluna.

Função: Estes produzem


Função: Produz som
a coluna de ar que
fundamental através da
pressiona a laringe, Função: Ampliam o som.
vibração das pregas
produzindo som nas
vocais.
cordas vocais.
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SENSOR /
ARTICULADORES
COORDENADOR

Lábios, língua, palato Ouvido - capta,


mole, palato duro, localiza e conduz o
maxilar inferior. som;

Função: Articulam e
Cérebro - analisa,
dão sentido ao som,
registra e arquiva o
transformando sons
som.
orais e nasais.

Função: Estes
captam, selecionam
e interpretam o som.

Lembre-se que a produção do som resulta, basicamente, da


passagem do ar pela laringe, onde se situam as pregas vocais -
também conhecidas por cordas vocais. Prossigamos em conhecê-
las!

A seguir, podemos observar as pregras vocais e suas divisões:


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Durante a fala ou o canto, as cordas vocais se movimentam entre duas


posições, a seguir ilustradas:

Figura 2 - Produção do som: Sistema Respiratório, parte 02 (2012).

Assim, podemos entender que a laringe desempenha uma importante


função na produção de som e que resulta na fonação, pois é na sua superfície
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interna que encontramos uma fenda ântero-posterior, denominada vestíbulo da


laringe, que possui duas pregas: a prega vestibular (cordas vocais falsas) e prega
vocal (cordas vocais verdadeiras). (Idem, 2012).

Para saber mais sobre essa parte do sistema respiratório, visite o


sítio:

http://portalenfermagem.webnode.com/sistema-respiratorio-parte-
02/

Então, podemos entender, com tudo o que vimos até aqui, que as
cordas ou pregas vocais são pequenos músculos com grande
elasticidade. Observe nos links a seguir:

http://youtu.be/ajbcJiYhFKY

http://youtu.be/fqeXCzgDIoA

Ao observarmos os vídeos acima, podemos entender que as pregas vocais


vibram ao toque do ar e, na inspiração, elas se abrem para a sua passagem. Para a
aproximação das cordas vocais, existem músculos responsáveis pela sua abdução,
sendo estes comandados pelo cérebro, realizando a aproximação entre elas. “O
espaço que existe entre elas é denominado ‘glote’.” (PACHECO e BAÊ, 2006,
p.34).

Contudo, podemos nos perguntar o que faz com que o alimento ou líquido
não chegue ao sistema respiratório quando engolimos. Para respondermos a essa
pergunta, destacaremos a epiglote, já que é ela que se “abaixa” para a deglutição,
para que o alimento ou o líquido não chegue ao sistema respiratório. Observe a
figura a seguir:
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Para visualizar melhor como a epiglote se abaixa para a deglutição,


proporcionando a passagem do alimento ou o líquido e isolando-os
do sistema respiratório, acesse o sítio
http://youtu.be/QvGYvK6qScE.

Vejamos mais alguns componentes do sistema respiratório:

Glote: Abertura da Laringe, circunscrita pelas cordas vocais inferiores.

Epiglote: Válvula que tapa a glote no momento da deglutição para impedir


que os alimentos penetrem nas vias aéreas - Fernando, (S. D).

Acesse também: http://youtu.be/DwTjSTHl5QE, para ver o


momento da produção do som.
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Percebeu que a laringe se molda ao tipo de som que é produzido? Assim,


se o som é agudo, as pregas vocais esticam e se o som é grave, elas são
comprimidas. E para auxiliar nesse processo, temos os músculos extrínsecos e
intrínsecos da laringe.

Músculos Extrínsecos: estão ligados à laringe e a alguma outra estrutura


externa a ela. Um exemplo é o músculo esternotireoideo, que tem sua origem no
osso externo localizado no tórax e insere-se na cartilagem tireóide (ver figura 4),
que faz parte da estrutura da laringe. Sua função é sustentar, elevar e abaixar a
laringe no pescoço. Está dividido em elevadores: digástricos, genio-hioideos,
milo-hioideos, estilo-hioideos e abaixadores: omo-hioideos esterno-hioideos,
esternotireoideos e tireo-hioideos.

Músculos Intrínsecos: são responsáveis pela movimentação das pregas


vocais. Dividem-se em adutores, abdutores e tensores. Os músculos abdutores têm
como função separar as pregas vocais durante a inspiração, e os músculos
adutores atuam unindo as pregas vocais no ato da fonação e deglutição. Os
músculos tensores alongam as pregas vocais - PACHECO E BAÊ (2006, p. 35).

Entretanto, nem sempre tivemos essa facilidade de adquirir


conhecimentos. Segundo Werbeck-Svärdström (2004), em seu livro “A Escola do
Desvendar da Voz”, ressalta que até no século XIX, a laringe era considerada um
espécie de gaita de fole soprada pelo fluxo aéreo dos pulmões, sendo que, o que
ocorre de fato, é a auto-vibração das cordas vocais. Nos dias atuais, temos a nosso
favor notáveis recursos audiovisuais para nosso aprendizado.

Podemos entender que, na verdade, o ser humano não possui nenhum


aparelho destinado exclusivamente à produção do som. Segundo PERELÒ (1975),
a laringe aparece na escala animal quando é necessário proteger o aparelho
respiratório contra a entrada de sólidos ou líquidos que pudessem causar asfixia.

Agora, vamos conhecer como funciona a laringe?


20

As Pregas Vocais estão situadas no interior da laringe, como nos


mostra a figura a seguir:

Mais especificamente, a laringe se caracteriza por ser um arcabouço


tubular que desempenha as funções de respiração, de fonação e de proteção das
vias aéreas. Constituída de cartilagens, músculos e ligamentos, no homem, a
laringe tem cerca de 5cm de comprimento, sendo um pouco menor na mulher.

Vale destacar algumas informações interessantes:

 A laringe vai da epiglote, até a borda inferior da cartilagem


cricoide, ou seja, o começo da traqueia.
 A cartilagem tireoide é a maior das cartilagens laríngeas, situando-
se acima da cricoide e ligada a esta pelo cricotireoidiano; constitui-
se por duas placas quadradas fundidas anteriormente na linha
média, com sua borda superior projetando-se para fora numa
proeminência conhecida como "Pomo de Adão". No seu interior,
situam-se as cordas vocais – Anatomia, Idem (2012).
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Acesse para visualização da Laringe e suas funções:

http://youtu.be/0H5WKQ--q4c

Caro Estudante, quantos foram os conceitos mostrados até aqui!


Contudo, perceba que à medida que você passa a interagir com a
disciplina, suas dúvidas vão desaparecendo, não é mesmo?

Continuaremos a entender mais sobre os processos fonatórios que


envolvem a produção da voz!

1.2 O Aparelho Respiratório

A respiração é a base do Canto, portanto, a matéria prima do som é


o ar. O sistema respiratório é constituído por um conjunto de órgãos tubulares e
alveolares, situados na cabeça, pescoço e cavidade torácica, que são responsáveis
pela respiração.

A respiração usada para o canto recebe, comumente, nomes diferentes,


dependendo do autor. Alguns a chamam costo-diafragmática, outros abdominal-
intercostal. O fato é que devemos encher desde a base do pulmão, suas laterais até
as costas, sem levantar os ombros.

Quando se pede aos alunos, no início das aulas de fala ou de canto para
inspirarem profundamente, 80% inspiram com uma elevação forçada das costelas
e das clavículas, mantendo os músculos abdominais contraídos, erguendo os
ombros, ficando vermelhos no rosto e pescoço... Esta respiração forçada tem
consequências desastrosas, em primeiro lugar, para a voz. A laringe fica sob alta
pressão, e pior ainda se o aluno não articula bem, trancando os maxilares. Assim,
a pressão é dupla e as nossas cordas vocais não podem vibrar livremente
(KAHLE, 1966 p 36).
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Segundo Marsola e Baê (2000), os pulmões se localizam na caixa torácica,


são de consistência esponjosa e sua cor é rosada devido à grande quantidade de
sangue que neles circula. É o principal órgão do aparelho respiratório e constitui
nosso receptáculo de ar.

Então, o caminho do ar até chegar aos pulmões é:

- Narinas
Onde o ar é aquecido, umedecido e filtrado;

- Traqueia
Bifurca-se, dando origem aos brônquios;

- Brônquios
Cada um deles leva ar a um dos pulmões. Os brônquios se ramificam em
tubinhos que levam o ar até os alvéolos;

- Alvéolos
Onde é feita a troca de oxigênio (vindo do ar inspirado), pelo gás
carbônico presente no sangue e posteriormente devolvido para o ar.

Como se pode observar, o ar entra e sai dos alvéolos graças ao movimento


conjunto do tórax e do diafragma - MARSOLA E BAÊ (2000, p.13).

O principal músculo da respiração é o diafragma, situado na base


dos pulmões: quando inspiramos, o diafragma é estendido,
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tornando-se quase plano, deslocando a cavidade abdominal e


ampliando a cavidade torácica; quando expiramos, o diafragma
sobe. A respiração, sempre que possível, deve ser nasal (ainda que
seja de boca aberta), pois desse modo o ar é filtrado e aquecido
pelas narinas.

Traqueia

Pulmão

Diafragma

Figura 5 - Respiração Diafragmática (Diafragma).

Logo, nos perguntamos: Como respirar corretamente?

Devemos encher profundamente os pulmões, sem levantar os ombros,


abrindo as costelas e estentendo o diafragma.

Diafragma:

“Conhecido como principal músculo da respiração, tem forma de


cúpula e insere-se nas vértebras, costelas e no osso externo. Sua
superfície separa o tórax do abdômen. Possui um centro tendíneo
que lhe dá resistência, liberando a parte muscular que está em torno
desse centro para movimentação durante a inspiração e a
expiração.” PACHECO e BAÊ ( 2006, p. 18).
24

Os vídeos a seguir nos mostram o momento da respiração.


Aproveite para analisar como está a sua respiração! Acesse:

http://youtu.be/MTiMQeXVkus
http://youtu.be/TzbLkSrkPvghttp://youtu.be/LpXstUTg_Rc

Agora chegou o momento de você praticar um pouco da respiração


costo-diafragmática. Vamos lá?

1° - Mantenha a boa postura. Levante-se e alongue o seu corpo!

2° - Solte o ar, esvaziando a barriga. Fique alguns instantes sem inspirar.


Relaxe a musculatura, deixando então o ar entrar, mas sem forçar a sua entrada.

3° - Inspire tranquilamente, e solte todo o ar em “S” durante 10 segundos,


sem interrupções. Passe para 15 segundos... e relaxe!

4° - Inspire sem forçar a entrada do ar... e solte em pequenas porções de ar


em “s” (chamado de “s” curto). Repita 3 vezes.

Obsevação: O “s” é um fonema surdo, portanto, não há encontro


entre as cordas vocais.

5° - Inspire abrindo as costelas e na expiração solte o ar firmando o


abdômen, empurrando-o para dentro e tentando não fechar as costelas. À medida
que o ar vai acabando, aumente a pressão da musculatura abdominal.

Atenção! Este exercício pode ser feito contando o tempo da saída do ar


para ir aos poucos dominando maior tempo de expiração.

Ex: soltar o ar em dez tempos, depois em quinze, vinte etc.


25

Inspiração Inspiração
abdominal clavicular
intercostal prejudicial

Respiração Costo-Diafragmática

Podemos também acrescentar a este exercício o controle do tempo da


entrada do ar, que muitas vezes deve ser rápida, dependendo da frase musical.
Então, além de contar a entrada do ar, faz-se uma contagem para a inspiração e
vamos a cada vez diminuindo o tempo para a inspiração. Por exemplo: inspire
todo o ar durante 4 segundos, e solte todo o ar o maior tempo que conseguir.
Agora diminua a inspiração para 3 segundos, mas inspire a mesma quantidade de
ar, soltando-o em seguida. Faça isto até 1 segundo, sempre inspirando a mesma
quantidade de ar e soltando o ar também o máximo de tempo que conseguir.

Evite cochichar, pois desse modo não há encontro entre as pregas


vocais! Se não há encontro, o esforço para produzir os sons é muito
grande!

Agora, vamos conhecer mais um pouco sobre o Aparelho Respiratório.


26

Vejamos algumas outras imagens e conceitos:

- Faringe: é um canal comum aos sistemas digestores e respiratórios e


comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou
pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.

Relembre aqui, a função da Epiglote, que também interfere na


respiração, já que ela não permite que o alimento chegue aos
Pulmões!
27

Figura 7 - Epiglote: Porque engasgamos? (2008)

Traqueia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10 a 12


centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis
cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que
penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas
de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são
posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou
expelidas (VILELA, 2012).

Figura 8 - Traqueia: Sistema Respiratório (2012).


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Figura 9 - Nervo Frênico: Idem (2012)

O nervo frênico é o motor do diafragma. Suas fibras se originam na


medula espinhal cervical e correm através do plexo cervical1 até o diafragma.

https://docs.google.com/open?id=1U76Eyhk1yLQxkjnKevYk_fkV
NRwPOzOnMaPtuv15UXNPiCMwJQfYfbby6oHP

Depois de estudarmos a função respiratória


fisiologicamente, podemos notar que a respiração é a
base do canto e, sem ela, nossa voz ficará
comprometida! Portanto, atente-se para uma
respiração correta, trabalhando diariamente através
dos exercícios sugeridos, e daqueles que estudaremos
mais adiante.

1 Plexo cervical: é formado pelos ramos ventrais dos quatro nervos


cervicais superiores, inerva alguns músculos do pescoço, o diafragma e áreas da
pele na cabeça, pescoço e tórax.
29

Procure ler e estudar os livros citados nas referências bibliográficas. Há


muitas sugestões para seu enriquecimento profissional e, a maioria deles, no que
se refere a este capítulo, tem muitos exercícios práticos.

Vamos à próxima etapa?!

1.3 Ressonância

As cavidades de ressonância têm um papel fundamental na produção do


som, pois nelas é que ocorrem as modificações do som fundamental produzido na
laringe. Comparando-as a um instrumento, poderíamos dizer que as cavidades de
ressonância da voz funcionam como a caixa de um violão. Nada adiantaria
vibrarmos as cordas de um instrumento isoladamente, pois produziria um som
empobrecido.

A Ressonância vem a ser a capacidade que o corpo tem de amplificar os


sons produzidos pelas cordas vocais. Como já estudamos, ela faz parte do
Aparelho Fonador, e sua função é amplificar o som produzido na Laringe,
moldando-o nas suas cavidades, no trato vocal.

Trato Vocal: são as partes do nosso corpo que compõem as


cavidades orais e nasais, faringe e laringe, que auxiliam na
produção do som, amplificando-as.

O trato vocal é formado pelas cavidades que vão desde as pregas


vocais até os lábios e as narinas. A forma e comprimento de cada
cavidade do trato vocal são os principais parâmetros de definição da
qualidade do som produzido e da formatação dos valores de diversos
elementos técnico-comparativos nos exames periciais. (MORISSON,
2012).
30

Figura 10 - Trato Vocal: Sistema de produção da fala (2012).

O subsistema supralaríngeo compreende as regiões faringal, bucal e


nasal, sendo responsável pela modulação do som gerado na região
laríngea ou na própria região supralaríngea, definindo a maioria das
suas características qualitativas. Por meio da movimentação dos
órgãos ativos, sobretudo a língua, modificam-se a forma e o
comprimento da cavidade oral e acoplam-se ou não a cavidade nasal
na produção dos mais diversos sons da linguagem. (IDEM, 2012).

Desse modo, nossa caixa de ressonância está situada em nossa cabeça,


numa conjunção de espaços vazios e perfurações que fazem com que o som se
amplifique e ganhe seu timbre característico.

Figura 11 - Cavidades de Ressonância: Idem (2010)


31

Estas cavidades proporcionam maior amplitude e sonoridade da voz, de


forma homogênea em toda a sua tessitura2.

Vista lateral das vias aéreas superiores:

1- Corneto superior;
2- Corneto médio;
3- Corneto inferior;
4- Palato duro;
5- Palato mole;
6- Cavidade oral;
7- Língua;
8- Úvula;
9- Nasofaringe;
10- Orofaringe;
11- Adenoide.

Figura 12 - Cavidades de Ressonância: Anatomia (2012)

Os sons produzidos vão permear por estas vias, ganhando volume e


amplitude, desde que haja a preocupação do cantor com o direcionamento do som.

Sons graves: vibram na parte anterior da boca, no palato mole e suas


regiões próximas.

Sons médios: O ar divide-se igualmente para as fossas nasais e o céu da


boca, vibrando com mais intensidade na parte posterior deste. O movimento é
para dentro e para fora.

Tessitura2: Termo mais comumente aplicado à voz que designa o conjunto de sons, do
mais grave ao mais agudo, emitido sem esforço pelo cantor. (ANDRADE, 1989, p. 510).
32

Sons agudos: a ressonância nos seios paranasais, região frontal da face. O


ar vibra nas cavidades da cabeça, seios paranasais, nariz e seio frontal. O
movimento é mais para dentro. É a chamada "voz de cabeça" ou falsete.

Figura 13 - Ressonância dos sons: Técnica Vocal (2012)


33

Figura 14 - Seios Paranasais ou Seios da Face - Vistas Lateral e Anterior:


Sistema Respiratório parte 02 (2012)

Você sabe o que é pitch? Pitch é a sensação auditiva que temos sobre a
altura da voz, podendo ser classificado em grave, médio ou agudo. Mede-se o
pitch através de sistemas computadorizados de análise vocal. Normalmente, no
canto, o pitch eleva–se, pois há uma busca das cavidades superiores de
ressonância que acaba levando para a agudização do pitch, muitas vezes
camuflado por uma hipernasalização.

Amplie seus conhecimentos com o livro “Canto: equilíbrio entre


corpo e som, princípios da fisiologia vocal” de Cláudia Pacheco e
Tutti Baê.
34

Vamos praticar!

1 - Imagine que nosso crânio é uma caixa de som!

- Através da Bocca Chiusa3, exercite pequenos trechos vocais, produzindo


um som interno.

- Solte a língua. Deixe que ela fique repousada nos dentes incisivos
inferiores.

- Faça este som: “Uhm”. Perceba que o som é amplificado nas cavidades
de ressonância já estudadas por você (MARSOLA e BAÊ, 2000. p. 86).

2 - Agora faça “ooommm”. Inicie o exercício com a boca aberta e vá


fechando aos poucos, mas sem fechar o maxilar, só os lábios. (Faça o efeito Bocca
Chiusa).

- Atenção: a língua deve ficar relaxada, na mesma posição do exercício


anterior.

3Termo Italiano utilizado para referir-se à “boca fechada”.


35

1.4 Apoio e Impostação Vocal

Para o cantor, é necessário saber administrar a entrada e a saída do ar


respirado. A esse controle dá-se o nome de “apoio”.

Apoio, portanto, é o controle elástico e consciente da força retrátil passiva


e espontânea do movimento de elevação do diafragma ao promover a expiração, e
é conseguido pelo domínio de seus antagônicos- os músculos abdominais e
intercostais - com a finalidade de manter o equilíbrio da coluna de ar e aplicá-la à
fonação - COELHO (1994, p. 75).

Muitas pessoas fazem muito barulho ou forçam a inspiração numa


tentativa de encher mais o pulmão de ar. Por diversas vezes, a musculatura está
muito tensa e impede uma livre circulação de ar.

Por este motivo, de início vamos fazer um exercício para que você
compreenda bem o que é o Apoio de forma prática!

- Solte todo o ar, murchando a barriga e ficando alguns instantes


sem inspirar.

- Relaxe a musculatura deixando o ar entrar, mas sem forçar sua


entrada, inspirando tranquilamente.

- Faça isso algumas vezes e perceberá que não há necessidade de


fazer esforço para que o ar entre. Ele entrará sozinho, pois a
entrada do ar é algo que acontece naturalmente quando sentimos
necessidade de inspirar.

Esse exercício serve também para exercitarmos a elasticidade da


musculatura abdominal para dentro e para fora.

Para a ativação da expansão da musculatura do diafragma e intercostal,


deve-se inspirar enchendo primeiramente a região abdominal e depois as costelas,
lateralmente. Expirar primeiramente o ar do abdômen e depois na parte lateral das
36

costelas. Fazer isso num movimento contínuo. Inspiração: parte baixa depois
lateral; Expiração: parte baixa e lateral. Observe a figura 15:

Figura 15 - Expansão da musculatura do diafragma e intercostal: Cursos


e Tutoriais (2012).

Para treinar a saída do ar com controle, é preciso, no Canto, dominar o


tempo da entrada e da saída do ar.

Precisa-se dosar a saída do ar conforme o tamanho de uma frase musical e


a inspiração também deve estar de acordo com o tempo hábil para fazê-lo entre
uma frase e outra.
37

Exercite-se:

1. Inspire e fale toda a frase sem interrupção! Atenção: Treine sua


articulação também com a língua do “R” (Pronuncie o R em italiano).

“O rato roeu a roupa do rei de Roma e a rainha Ruth de raiva rasgou o


resto”!

(Repita algumas vezes, sempre comprimindo o abdômen durante a


execução).

O apoio diafragmático é necessário para que não haja tensão


na laringe. A energia vem da respiração.

2. Exercício para treinar a pressão da saída do ar:

- Se precisamos fazer um som com uma intensidade mais forte, devemos


utilizar mais o apoio respiratório para não sobrecarregar as cordas vocais.

- Faça a expulsão do ar, acompanhada por um “sss” prolongado,


pressionando o abdômen e dominando essa pressão.

- Deve-se fazer num único sopro, sem interrupções. Verificamos então


que, quando aumentamos a pressão do abdômen, aumentamos a pressão do ar.

3. Agora, inspire usando toda sua capacidade respiratória, realizando a


respiração costo-diafrágmática, e solte em “CHI”, em um único sopro,
empurrando para dentro toda a musculatura abdominal. Repita cinco vezes,
38

quando for treinar. Você perceberá que o apoio diafragmático vem de baixo para
cima, formando uma espécie de coluna de ar, fazendo com que a pressão do som
expirado venha de baixo para cima. Veja na figura, que o diafragma se espande,
aliado aos músculos intercostais e abdominais, para que se forme a “coluna de ar”:

Figura 16 - Pontos de Apoio Vocal: Técnica Vocal e Canto (2012)

1.5 Resumo

A leitura desta unidade nos posssibilitou conhecer um pouco sobre


fisilogia vocal, respiração, ressonância e apoio vocal. Muitos conceitos foram
estudados, visto que o tema exposto é extenso e complexo. No entanto, com a
prática vocal contínua, você entenderá melhor todos os mecanismos da fonação de
maneira clara, pois quando cantamos, somos um instrumento de sopro, e
refletimos todos estes comportamentos estudados. E, agora que você já sabe, é só
praticar!
39

1.6 Apontamentos Sobre a Próxima Unidade

Na próxima unidade, apresentamos o universo da Higiene Vocal,


apontando os cuidados necessários para uma boa emissão vocal, além dos
cuidados diários para se ter uma voz sadia.

1.7 Referências Bibliográficas

ANATOMIA. Disponível em:


<http://www.viaaereadificil.com.br/anatomia/anatomia.htm#inicio1>. Acesso em
12, 14/012/2011 e 18/01/2012.

SISTEMA RESPIRATÓRIO PARTE 02. Disponível em:


<http://portalenfermagem.webnode.com/sistema-respiratorio-parte-02/>. Acesso
em 18/01/2012.

A FARINGE E A FUNÇÃO DA EPIGLOTE. Disponível em:


<http://gabrielrbrunoabioifes.wordpress.com/2011/02/12/a-faringe-e-funcao-da-
epiglote/>. Acesso em 18/01/2012.

FERNANDO. J. Dicionário da Língua Portuguesa. Editora: Discubra, S. D. 450 p.

NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed,


2000.

FARINGE. Disponível em: <http://www.infoescola.com/anatomia-


humana/faringe/> Acesso em 19/01/2012.

POR QUE ENGASGAMOS? Disponível em:


<http://ceama41.blogspot.com/2008/06/por-que-engasgamos.html>. Acesso em
10/01/2012.
40

DIAFRAGMA. Disponível em:


<http://www.infoescola.com/anatomiahumana/diafragma/>. Acesso em
19/01/2012.

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed,
2000

VILELA, Prof.ª Ana Luiza Miranda. SISTEMA RESPIRATÓRIO. Disponível


em: </http://www.afh.bio.br/resp/resp1.asp>. Acesso em 19/01/2012.

CENTRALX ATLAS. Disponível em:


<http://atlas.centralx.com.br/p/110017/nervo+frenico.htm>. Acesso em
19/01/2012.

ESTUDOS DOS VOLUMES DAS CAPACIDADES PULMONARES.


Disponível em: <http://www.ufrgs.br/fisiologia/espirometria.pdf>. Acesso em
11/12/2011.

MORISSON, André Luiz da Costa. Identificação Humana da Voz. Disponível


em: <http://www.peritocriminal.com.br/voiceid.htm.> Acesso em 19/01/2012.

ANDRADE, Mário. Dicionário Musical Brasileiro. Editora da Universidade de


São Paulo, 1989. – (Coleção reconquista do Brasil). 2. Série: v.162.

TÉCNICA VOCAL. Disponível em: <http://www.studiomel.com/37.html.>


Acesso em 20/01/2012.

CURSOS E TUTORIAIS. Disponível em: <http://gps-tutorial.blogspot.com/>.


Acesso em 20/012012.

TÉCNICA VOCAL E CANTO: A descoberta e a integração do nosso Corpo-Voz.


Disponível em: <http://dc356.4shared.com/doc/1hsM_xU6/preview.html> Acesso
em 20/01/2012.
41

TÉCNICA VOCAL. Dispinível em:


<http://www.vidanovamusic.com/tvocal.asp?codaula=377> Acesso em
12/11/2011.

FÉLIX, Sandra. APARELHO FONADOR. Disponível em:


http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/tecnica_vocal/aparelho_fonador.ht
m> Acesso em 21/12/2011.

VIDEOESTROBOSCOPIA DE LARINGE DIGITAL COMPUTADORIZADA


RÍGIDO. Disponível em: <http://youtu.be/DwTjSTHl5QE> Acesso em 12/12/2011.

EPIGLOTTIS ANIMATION. Disponível em: <http://youtu.be/QvGYvK6qScE>


Acesso em 12/12/2011.

RESPIRALÇÃO E HEMATOSE PULMONAR. Disponível em:


<http://youtu.be/MTiMQeXVkus> Acesso em 12/12/2012.

A RESPIRAÇÃO. Disponível em: <http://youtu.be/TzbLkSrkPvg> Acesso em


14/12/201.

O DIAFRAGMA DEMO. Disponível em: <http://youtu.be/LpXstUTg_Rc>


Acesso em 12/12/2011.
42

VOCALIZES: A SAÚDE PARA A VOZ


VOCALIZES: A SAÚDE PARA A VOZ

METAS DESTA UNIDADE

- Conhecer os vocalizes básicos necessários para uma boa emissão


vocal dentro do Canto Coral.

OBJETIVOS DA UNIDADE

 Desenvolver as possibilidades de vocalizações durante as aulas de


Canto Coral.

 Aprender sobre a Classificação das vozes e suas e suas diferenças.


43

2.1. Para que serve o vocalize?

A voz é um instrumento musical que necessita de habilidades e


estudos para o seu desenvolvimento. Durante o Canto, usamos nosso corpo de
maneira definida e precisa, utilizando nossos recursos possíveis para seu melhor
desempenho. Deste modo, faz-se necessário o conjunto de técnicas, dentre elas o
vocalize, para facilitar a emissão sem complicações possíveis, caso ocorra o mau
uso da voz.

O vocalize permite que a voz seja exercitada de modo consciente,


através das sensações produzidas em cada um dos exercícios. O objetivo maior é
condicioná-la para que a produção dos sons seja feita de maneira satisfatória e
precisa sem danos à voz.

A voz, diferentemente dos outros instrumentos, não


é materializada e por esta razão é mais difícil de controlar.
É por este motivo que o cantor deve ter à sua disposição
uma técnica segura, consciente, baseada nas sensações e
movimentos precisos que lhe permitirão não perder o
domínio da voz onde quer que esteja cantando - (Técnica
Vocal, 2012).

O preparador vocal deve ter conhecimentos técnicos e domínio das


habilidades vocais - seja para desenvolver um coro infantil, adolescente ou adulto.
Ele será responsável pelo grupo, através das músicas executadas e sonoridade
adquirida.

O aquecimento vocal tem como objetivo principal preservar a


saúde do aparelho fonador, além de aumentar a temperatura muscular e o fluxo
sanguíneo, favorecer a vibração adequada das pregas vocais, melhorar a produção
vocal global, dentre outros benefícios. Em média, os exercícios de aquecimento
devem durar de 10 a 15 minutos. (Aquecimento e desaquecimento vocal, 1998)
44

2.2. Possibilidades de vocalize para se trabalhar em um


Coral.
Vários estudos demonstram como aquecer uma voz e como
preparar um Coro. Dentro de tantos exemplos, livros como o de Tutti Bâe e Mara
Behlau nos demonstram que os processos de preparo vocal seguem algumas
regras:

 Alongamento e Relaxamento;
 Respiração e apoio diagramático.
 Ressonância, com vocalização.
 Vocalizes com vogais e consoantes.

Dentro do aquecimento vocal, desenvolvemos várias particularidades,


como a capacidade de cada voz, dentro de sua extensão; a qualidade, a projeção, a
articulação correta e a potência vocal.

Alongamento e relaxamento de ombros, cabeça, nuca e músculos


da face.

 Relaxamento dos ombros 1: sentado ou de pé, inspirar levantando os


ombros para cima o tanto mais quanto puder. Soltar o ar deixando os
ombros caírem. Acompanhar com um suspiro de alívio, deixando toda a
tensão sair quando soltar o ar. Pode soltar-se o ar com um “AAAHHH!!!”,
bem sonoro. Repetir algumas vezes.

 Relaxamento dos ombros 2: girar os ombros lentamente para a frente numa


rotação completa, como se estivesse desenhando um círculo. Fazer o
mesmo para trás. Não se esqueça de manter a respiração, mas respire
bastante para ajudar a sair a tensão.

 Relaxamento do pescoço: movimentar a cabeça em todas as direções.


Primeiro para a frente, depois para trás. Movimentar a cabeça para um
45

lado e depois para outro. Por fim fazer rotação completa com a cabeça,
deixando-a bem relaxada.

 Relaxamento dos músculos da face: faça caretas exageradas, trabalhando


toda a musculatura facial. Em seguida, mastigue, trabalhando toda a
musculatura da face.

 MAXILARES: Abrir e fechar a boca lentamente a dizer: ma... ma... e


também muito lentamente: IARA

 PALATINO: Bocejar e dizer lentamente: gong, gong, gong... Emitir e


alternar a vogal oral com a vogal nasal: á - ã; e - en; i - in; o - on; u - um;

 LÍNGUA: Pôr a língua para fora e recolhê-la rapidamente. Repita 5 vezes.


Fazer rotações com a língua contornando os lábios com a boca aberta e
também com os lábios fechados.

Respiração e apoio diagramático.

 Lembre-se da boa postura!

 Exercício para percepção da inspiração involuntária: Solte o ar, esvaziando


a barriga. Fique alguns instantes sem ar. Relaxe a musculatura, deixando
então o ar entrar, mas sem forçar a sua entrada.
 Exercício para treinar a saída do ar com controle (APOIO): Este exercício
pode ser feito contando o tempo de saída do ar para aos poucos aprender a
controlar e aumentar o tempo de saída do ar (por exemplo, soltar o ar em
dez tempos, depois em quinze, vinte, etc.).
 Controle do Apoio: A expulsão do ar, acompanhada por um “sssss”
prolongado, deve ser feita pressionando o abdômen e dominando essa
pressão, alternadamente. Deve fazer-se num único sopro, sem
interrupções. Verificamos então que, quando aumentamos a pressão do
abdômen, aumentamos a pressão do ar.
46

 Exercícios Respiratórios com produção sonora: Os exercícios respiratórios


são muito importantes para a correção das deficiências da voz e são feitos
em combinação com a emissão de sons. Faça a inspiração pelo nariz, lenta
e prolongadamente em silêncio: solte o ar em “z, j, v”, possibilitando a
vibração homogênea das pregas vocais. São consoantes fricativas 4 :
SSSSSS / JJJJJJ / CHCHCHCHC / ZZZZZ.
 As consoantes oclusivas5 ( P, B, T, D, G e Q) fornecem bons exemplos
para dominar a expiração, porque gastam mais ar. Inspirar e expirar
repetindo muitas vezes, lentamente, P B T D G Q. Ler frases longas em
que se encontrem frequentemente essas consoantes.

Ressonância, com vocalização.

 Exercícios de colocação de voz: Inspirar pelo nariz lenta e


prolongadamente. PAUSA: - Expirar pela boca emitindo o som “eemmm...”
Expirar pela boca emitindo o som “uuuuuuu...” “iiiiiiii...”
 Emitir o som: “Moom”. (Exagere na articulação - faça em um tom
confortável).
 Agora, vamos entoar pequenas melodias com “Moomm” e depois, “loum”.
Siga o áudio, e a partitura:

4
Consoantes Fricativas: Em que há fricção. Fonética. Diz-se das consoantes
cuja pronúncia resulta da aproximação incompleta de dois órgãos da boca, o que obriga
a corrente de ar a comprimir-se, escoando-se ininterruptamente, num ruído comparável a
uma fricção: [f], [v], [s], [z], [x], [j] são consoantes fricativas. Dicionário Online de
Português (2012).
5 Consoantes Oclusivas: A corrente expiratória encontra um obstáculo na boca,

sendo o obstáculo total, temos então as consoantes oclusivas São consoantes


OCLUSIVAS: /p/, /b/, /m/, /t/, /d/, /n/, /k/, /g/, / / (= nhê). Classificação das Consoantes
(2012)
47

 Vá subindo em semitons, seguindo o áudio. “BAÊ e MARSOLA”


(2000, p.87).

Aquecimento vocal, onde entram os vocalizes com vogais e


consoantes.

 Iniciamos o vocalize com vibrações para aquecer as pregas vocais.


48

Vibrar a língua e/ou os lábios, fazendo os sons “tru”, “trim”, “tru”,


“bru”; “prrrr”, sem tensionar o pescoço. Faça suave e constantemente.
Faça em um mesmo tom confortável, buscando a projeção sonora.

 Agora faça, porém, com a melodia abaixo:

 Vamos realizar um vocalize maior ascendente e descendente, com o intuito


de aquecer e melhorar a qualidade do som, através da expansão da
tessitura e articulação.

 Vocalizes em terças menores:


49

 Vocalizes em escala cromática6.

6 Escala Cromática: é a sucessão por semitons das sete notas diatônicas e


cinco cromáticas por distintos sons. Em conjunto, são 12 notas com a repetição da
tônica. Também se denomina semitonal, dodecafônica e duodécuple. ZAMOCÓIS
(1986, p.64)
50

 Exercícios vocais com fragmentos da escala cromática.

 Agora, vamos realizar vocalizes há duas vozes (terças paralelas):

Cante as duas melodias, com a vogal “a”, abrindo o maxilar e deixando a


língua repousada nos dentes incisivos inferiores.
51

É importante que o preparador vocal de um grupo seja capaz de


perceber as possibilidades que existem dentro de cada grupo. Não
podemos realizar vocalizes com grande extensão, principalmente se
for um coro iniciante.

Na medida em que nos relacionarmos com os cantores, dificultaremos um


pouco mais. Atenção! Isto se refere tanto aos vocalizes e técnicas afins, como ao
nível de repertório!

A finalidade do vocalize é auxiliar o aparelho fonador a gerar máxima


condição em termos de flexibilidade para que a emissão vocal possa ocorrer de
forma satisfatória, com um timbre7 agradável e uma extensão apropriada a cada
voz. (Perello, 1975).

Vamos pesquisar mais sobre vocalizes. Em alguns sites, podemos


encontrar sugestões tanto de vocalizes, quanto de repertório
musical. Acesse:

http://www.canone.com.br/canone/

http://search.4shared.com/q/1/vocalize?view=searchMainField

http://www.freescores.com/partitions_libres.php?searchexact=Chor
ale+4+voix+d'hommes&CATEGORIE=270&ordrepar=clicks

Consulte os seguintes livros nos quais encontrará vocalizes com


playbacks para facilitar seu aprendizado e utilizá-los em suas
futuras aulas!

 “Canto: equilíbrio entre o corpo e o som, princípios da fisiologia vocal.”


Autoras: Claudia Pacheco e Tutti Baê.
 “Por todo Canto”. Autoras: Diana Goulart e Malu Cooper

7
Timbre: Qualidade sonora de instrumento ou voz. Priberam (2012)

2. Qualidade que distingue dois sons da mesma altura e da mesma intensidade.


Dicionário online de português (2012).
52

 “Canto: uma consciência melódica através dos vocalizes.” Autora: Tutti


Baê
 “Canto: uma expressão. Princípios básicos da técnica vocal.” Autoras:
Mônica Marsola e Tutti Baê.

Os vocalizes são essenciais para uma boa dicção, devido ao seu


caráter transformador de som. Através de suas melodias, podemos
aumentar nossa extensão vocal, condicionar nossa voz aos sons
produzidos e desenvolver a tessitura vocal de forma homogênea,
além de aquecer o trato vocal para o uso da voz.

2.3. Classificação Vocal

A classificação dos tipos de vozes é de grande importância dentro


do coro, devido à extensão de cada voz e suas características individuais. Além da
extensão8, são necessários outros fatores, como as possibilidades de sons que cada
indivíduo pode produzir durante o canto.

A classificação vocal das vozes masculinas é dividida em Tenor,


Barítono e Baixo. As vozes femininas em Soprano, Mezzo-soprano e
Contralto, tendo relação com o canto lírico e coral, podendo muitas vezes ser
empregada no canto popular, porém mais para auxiliar na definição da tessitura do
que para classificar uma voz dentro de um repertório específico. Considerando-se
as formas diferentes de configuração glótica do canto popular para o lírico, não se
acredita na importância dessa classificação para o canto popular, que é
desenvolvido pela identidade ou estilo de cada voz, sem preocupação em
classificá-la. Goulart e Cooper (2000).

8 Extensão Vocal: Distância entre a nota mais grave e a mais aguda que o

instrumento pode emitir. GOULART e COOPER (2000, p.7).


53

VOZES FEMININAS VOZES MASCULINAS


SOPRANO TENOR
MEZZO SOPRANO BARÍTONO
CONTRALTO BAIXO

Essa classificação é usada no Canto Coral.

Vejamos o exemplo onde temos a extensão, tessitura e registro


médio da voz soprano:

Extensão da Soprano:

Tessitura9:

Registro Médio10:

 Sopranos: vozes agudas femininas.

9 Tessitura: refere-se ao conjunto de notas que um cantor consegue articular sem

esforço de modo a que o timbre saia com a qualidade necessária. A tessitura tem, portanto, uma
abrangência menor que a extensão. Tessitura (2012).
10 Registro Médio: é a parte central da tessitura de uma voz. Fonte: MARSOLA e BAÊ

(2000, p. 33).
54

 Mezzo Sopranos: vozes femininas intermediárias.

 Contraltos: vozes femininas graves

 Tenores: vozes masculinas agudas

 Barítonos: vozes masculinas intermediárias

 Baixos: vozes masculinas graves

MARSOLA e BAÊ (2000, p. 33)

As extensões vocais citadas acima podem variar, sendo um pouco


maior para o grave ou agudo. O que irá possibilitar este aumento de extensão são
as técnicas vocais utilizadas, com o auxílio de um professor de Canto e estudos
diários.

Com relação às vozes infantis, de 0 a 12 anos, meninos e meninas


possuem a mesma extensão, não havendo necessidade de classificação. É
55

interessante encontrarmos tons adequados, ou seja, que não forcem a sua produção
vocal.

A mudança de voz ocorre nos meninos de 12 a 16 anos, enquanto


nas meninas, de 11 a 14 anos e ocorre devido ao “crescimento anatômico da
laringe. Deve-se neste período, não forçar a voz dos adolescentes, e sempre com
profissionais da área”. Idem (2000 p. 37)

Como saberei classificar a voz do meu aluno?

Isso leva um tempo, pois para se classificar uma voz, é preciso que
esta tenha as competências necessárias de um cantor, como respiração,
impostação vocal (cantar nas cavidades de ressonância e não na garganta),
projeção e colocação vocal, além de domínio de afinação e controle do som.

Quando for iniciar um Coral, procure executar músicas com pouca


extensão vocal, mais no registro médio, para que os alunos compreendam, aos
poucos, a sonoridade que você quer que seja feita. Procure ter um momento com
cada um dos coralistas à medida que for trabalhando, para que você possa colocar
cada um nos naipes11 certos.

Relembrando! Devemos compreender os tipos de vozes que serão


executadas em cada arranjo vocal quando formos trabalhar. Cabe a
nós orientar os coralistas quanto a uma boa emissão e a não forçar a
voz.

11 Naipes: Cada grupo de voz é um naipe. Ex.: naipe de tenores.


56

APONTAMENTOS SOBRE A PRÓXIMA UNIDADE

Na próxima unidade, apresentamos o universo da Higiene Vocal,


apontando os cuidados necessários para uma boa emissão vocal, além dos
cuidados diários para se obter uma voz sadia.

REFERÊNCIAS

STUDIO MEL: TÉCNICA VOCAL. Disponível em:


<http://www.studiomel.com/Aulas_de_Canto_n3_a_n9.html>. Acesso em
23/01/2012.

MOTA, Gagliard Coelho Andréa. AQUECIMENTO E


DESAQUECIMENTO VOCAL.
Disponívelem:<http://www.cefac.br/library/teses/8ff12f5f23e243210138392913a
b3e2c.pdf>. Acesso em 23/01/2012.

DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS. Disponível em:


<http://www.dicio.com.br/fricativo/>. Acesso em 23/01/2012.

BRASILIAN PORTUGUÊS: Classificação das Consoantes. Disponível


em: <http://www.brazilianportugues.com/index. php?idcanal>. Acesso em
23/01/2012

ZAMACOIS, Joaquin. Teoria de La Musica. Libro II. Editorial Labor.


1986. 193 p.

MARSOLA, Mônica e BAÊ, Tutti. Canto: uma expressão. Princípios


básicos da técnica vocal. São Paulo: Irmãos Vitale. 2000. 111 p.
57

PACHECO, Cláudia e BAÊ, Tutti. Canto: equilíbrio entre o corpo e o som.


Princípios da fisiologia vocal. São Paulo: Irmãos Vitale. 2006. 102 p.

PRIBERAM: DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA.


Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=timbre>. Acesso em
23/01/2012.

PERELLÓ, J. Canto-Dicción. Barcelona, Espanha: Editorial Científico-


Médica, 1975.
GOULART, Diana e COOPER, Malu. Por todo o Canto: Coletânea de
exercícios de técnica vocal para o Canto Popular. Rio de Janeiro: D. Goulart,
2000. 112 p.

TESSITURA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia


Foundation, 2010. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tessitura&oldid=21002037>. Acesso em: 23
jan. 2012.

Higiene vocal para o Canto Coral


3. Higiene vocal para o Canto Coral

METAS DESTA UNIDADE

- Conhecer as possibilidades da Higiene da Voz, através de dicas úteis à


saúde vocal do cantor.

OBJETIVOS DESTA UNIDADE

- Problematizar os temas sobre higiene vocal, mitos e verdades.


58

3.1. Higiene vocal para o Canto Coral

Desde o início do século já existia uma preocupação com a Saúde e Higiene da


Voz. O primeiro livro onde encontramos este assunto no Brasil é "Higiene na Arte,
Estudo da Voz no Canto e na Oratória", escrito pelo médico Francisco Eiras, em 1901.

As normas de Higiene Vocal devem ser seguidas por todos,


particularmente por aqueles que se utilizam mais da voz ou que
apresentam tendência a alterações vocais (BEHLAU, 1993, p. 87).

A higiene vocal consiste em algumas normas básicas que auxiliam na


preservação da saúde vocal e prevenção do aparecimento de alterações e doenças. De
acordo com Behlau e Rehder (2009), alguns hábitos e acontecimentos podem ser nocivos
para a voz do cantor, gerando rouquidão, fadiga vocal, além de possíveis quebras de
notas.

Segundo as autoras acima referidas, (Idem 2009), destacamos alguns


hábitos inadequados para a voz do cantor, como:

Pigarrear pode gerar alterações como irritação e descamação do tecido devido ao


atrito entre as pregas vocais, se feito continuadamente. Behlau e Rehder (2009).

Falar em excesso provoca um esforço contínuo para o aparelho fonador, ainda


mais se for por um longo período. O ideal é descansar a voz em alguns momentos com
repouso vocal.

Falar muito cochichando ou sussurrando pode gerar um grande esforço, pois não
há o encontro entre as pregas vocais. Deve ser evitado.

Gritar é uma forma de abuso vocal, pois utilizamos a laringe em sua força
máxima, podendo causar lesões, além de um grande cansaço vocal. Restrinja a situações
extremas.

Realizar competição sonora requer um esforço vocal, pois há um aumento do


volume habitual para produzir os sons.
59

Falar fora da frequência habitual é uma prática que usamos quando falamos ou
cantamos, pois ultrapassamos o registro médio que nossa voz se situa. Portanto, após uma
apresentação ou fala extensa, faça um desaquecimento vocal, para que a voz se ajuste ao
tom habitual da fala.

Imitar sons, vozes e ruídos pode causar lesões no aparelho fonador, gerando
sensação de ardor e/ou irritação, devendo serem realizadas diante de um preparo vocal.

Ingerir cafeína em excesso pode ser prejudicial à voz, devido ao “refluxo-


gastroesofágico, que vem a ser o líquido e outros conteúdos do estômago ao esôfago e à
boca, podendo ser desviado para a laringe. Por sua combinação química, o refluxo é
extremamente irritativo para as mucosas sensíves da laringe, que não são preparadas para
receber este tipo de agressão. Evite a ingestão de cafeína, principalmente antes e durante
as apresentações ” .

Ambientes secos podem causar ressecamento do trato vocal, gerando tensão ao


falar. Deve-se hidratar em pequenos goles de água, principalmete durante o uso da voz.
Idem (2009).

Descanso inadequado pode prejudicar a voz, pois cantar é um ato de grande gasto
energético, sendo a energia recuperada pelo descanso. Idem (2009)

Estresse: Uma certa quantidade de estresse é positiva


para o canto, pois isso significa mobilização de energia. Porém,
o estresse excessivo é negativo (conhecido tecnicamente como
distresse) e prejudica a emissão, o que se observa pelo cansaço
vocal, pela falta de resistência, rouquidão e “ar” na voz,
podendo ocorrer também perda de notas da tessitura vocal. Um
fator que gera o estresse é a falta de segurança técnica no que
vai ser apresentado. Procure se preparar, mantendo a auto-
estima elevada. BEHLAU E REHDER (2009, p.24).

O Fumo é bastante nocivo à laringe, ainda mais para cantores, pois causa irritação
direta no trato vocal, além de pigarro, tosse, e ser um dos vilões do desenvolvimento do
câncer de laringe e pulmões. (Idem, 2009)
60

Álcool: Os líquidos não passam pela laringe, mas o


álcool, principalmente os destilados, está intimamente associado
ao desenvolvimento do câncer. O consumo frequente de bebidas
alcoólicas provoca edema (inchaço) das pregas vocais e
irritação de toda a laringe. Além disso, o álcool é um poderoso
desidratante dos tecidos, podendo gerar sensação de
ressecamento. O álcool fermentado (vinho e cerveja) é menos
irritativo, porém deve ser evitado. Evite beber antes e durante as
atividades de canto. Abandone o mito de que uma dose de
conhaque antes de cantar pode melhorar o desempenho vocal.
BEHLAU E REHDER (2009, p.24).

Mudanças constantes de professor de canto não são indicados, pois cada


professor tem sua linha de trabalho, e ainda, a técnica vocal requer estudo e tempo,
paciência e dedicação. Idem (2009).

Portanto, para mantermos uma boa qualidade de voz, deve-se observar


todos os itens abordados acima, além de manter-se em boas condições de saúde e boa
alimentação, não rica em gorduras e condimentos.

Antes de cantar, é de extrema importância fazer aquecimento


vocal, pois a colocação da voz cantada é diferente da voz falada, havendo
maior gasto energético, respiratório e ressonador.

E agora, que tal relembrarmos aqui, alguns “mitos” da voz cantada?

Ainda hoje percebemos que muitos mitos sobre a voz ainda persistem
com o intuito de melhorar sua qualidade e produção. Quem de nós nunca ouviu falar:
“tome um conhaque para aquecer sua voz!”, ou “faça gargarejos com româ ou
vinagre!”?

Hoje, graças à expansão dos conhecimentos através de professores


capacitados, livros e internet, temos acesso à fontes confiáveis que nos auxiliam a
esclarecer estes mitos, que por sua vez, de nada podem auxiliar na melhora do
desempenho vocal.
61

De acordo com o livro de Shiotsuki (1997), se é verdade que de médico,


poeta e louco todo mundo tem um pouco, é na área da otorrinolaringologia que a primeira
dessas vocações se manifesta com intensidade. Todos parecem conhecer soluções
milagrosas para cuidar de problemas que afetam os ouvidos, nariz e garganta.

Veja no link a seguir alguns exemplos de mitos e verdades com alguns


questionamentos sobre este assunto.

Acesse:
http://institutodaaudicao.com.br/duvidas_frequentes/mitos_da_voz.
pdf, Mitos da voz: Lidando com a voz profissional (2012).

Tenha uma ótima leitura!

Finalizando este capítulo, percebemos que todos os itens estudados


por você neste guia, se fundamentam em práticas e estudos de fonoaudiólogos que
desenvolvem teorias e pesquisas no campo da voz, com o intuito de expandir os
conhecimentos adquiridos ao longo de suas experiências. Portanto, procure seguir
os caminhos de uma boa higiene vocal, para que a emissão da voz seja sempre
sadia, durante o canto ou a fala.

Caro aluno, esperamos que você continue seus estudos


sobre higiene vocal para que, no seu dia-a-dia, você possa praticá-
los, permitindo durabilidade para sua voz, de forma saudável.
Jamais cante quando estiver gripado ou tossindo, pois isto dificulta
o trabalho do Aparelho Fonador, visto que está comprometido!
Mantenha seu corpo sempre hidratado! Aqueça e desaqueça sua
voz antes e depois de sua apresentação!
62

APONTAMENTOS SOBRE A PRÓXIMA UNIDADE

Nesta próxima unidade, você estudará sobre os fundamentos da regência


Coral I, abordando os principais temas necessários de um regente de Coral.

Será divertido, vamos lá?!

REFERÊNCIAS

SOUZA, Thelma Mello Tomé de. Um Século de Cuidados com a Voz: A


Contribuição da Fonoaudióloga. (dissertação de mestrado). São Paulo, PUC, 1998.

BEHLAU , Mara & REHDER, Inês. Higiene Vocal Para o Canto Coral.
Editora Rio de Janeiro, Reveinter, 1997. 54 p.

BEHLAU, Mara e PONTES, Paulo. Higiene Vocal: Informações Básicas. São


Paulo, Editora Louves LTDA, 1993.

PALMA, Shiotsuki Débora. Mitos&Verdades: Ouvidos, nariz e garganta.


Editora Contexto, 1997. 64 p.

MITOS DA VOZ: LIDANDO COM A VOZ PROFISSIONAL.


Disponível em:
<http://institutodaaudicao.com.br/duvidas_frequentes/mitos_da_voz.pdf> Acesso
em 21/11/2011
63

FUNDAMENTOS DA REGÊNCIA CORAL I


FUNDAMENTOS DA REGÊNCIA CORAL I

METAS DESTA UNIDADE

Conceituar os temas referentes à Regência Coral, desenvolvendo as


habilidades afins necessárias a esta prática.

OBJETIVOS DESTA UNIDADE

 Compreender as ferramentas e gestos usados durante a Regência


Coral.
 Entender os mecanismos necessários.
64

4.1. Regência e comunicação gestual.

A regência é uma atividade musical que requer estudo,


competências e habilidades. É o ato de transmitir a um conjunto instrumental ou
vocal por meio de gestos, o conteúdo rítmico e expressivo de uma obra musical.

A preparação do regente engloba vários aspectos, de conteúdo


musical e social, devido a sua relevância no cenário musical, por desenvolver um
trabalho além da música.

A necessidade de se manter uma uniformidade rítmica e


expressiva em todos os planos sonoros de uma obra musical, fez
surgir à figura do Regente. LIRA (2006, p. 3).

O regente usa a comunicação não verbal, mantendo um contato


visual e gestual com os cantores, auxiliando cada naipe de voz e instrumento
correpetidor, encorajando cada um no seu devido espaço e tempo oportuno. Os
resultados são alcançados através de uma boa comunicação e expressão, onde o
regente fala através dos gestos.

A Regência se estabelece através da história por convenções


utilizadas em todo o planeta, onde temos os sinais que marcam o tempo de forma
universal, podendo ter algumas variantes, dependendo do contexto musical que se
insere. (Regência, 2007).

É também uma atividade física, onde há um gasto energético, sendo


importante manter uma boa postura. Alongamento e relaxamento são de extrema
importância para manter o corpo sem dores. O braço funciona como continuação do
corpo, onde o regente se doa ao grupo, mantendo-os firmes e flexíveis ao mesmo
tempo.

Assim, podemos desenvolver grupos corais em atividades distintas,


como Coro em Escolas, Terceira Idade, Grupos de Apoio, dentre outros. Cada
Coro possibilita um tipo de repertório e gênero musical (masculino, feminino,
misto). “Devemos considerar a experiência: musical e técnica que os integrantes
65

se relacionam com a música (informal ou formalmente) e a experiência de vida


que cada um dos integrantes do grupo traz”. LIRA (2006, p.10)

E, que tal assistirmos a algumas sugestões da prática coral,


onde o Regente é nosso objeto de estudo?! Então, fique de olho em
suas ações e gestos!

Regência Coral: Professora Mara Campos em uma aula de Regência:


Perceba que é um aluno desenvolvendo os mecanismo da Regência, como a
marcação do compasso, as entradas e a finalização!

http://youtu.be/1atLfljcuDE

La belle se sied au pied de la tour" (Francis POULENC).


http://youtu.be/lsHHV1YIvEA

Coral Bruckner - La belle se sied au pied de la tour

http://youtu.be/rhaiseN2u7o

4.2. Postura do Regente e mecanismos de condução.

Segundo o Tratado de Regência, de Rafhael Batista, a posição do


corpo do regente frente ao grupo ou conjunto influi sobre a execução do mesmo,
sendo necessária por parte do regente uma postura de autoridade e respeito
segundo os seus comandos, onde os seus gestos devem ser vistos por todos os
integrantes do grupo. Portanto, recomenda-se:
66

 O corpo ereto;

Figura 1: Postura do Regente: SILVA (2012).

 Braços acima da cintura, arqueados e em sentido horizontal, e sua


movimentação livre tanto para a direita quanto para a esquerda;
 Relaxamento muscular para maior flexibilidade de movimentos;

Figura 2: Corpo ereto: Lira (2006)

 Pernas e pés paralelos, com firmeza no chão;

Figura 3: Posição dos Pés, SILVA (2012)


67

 E ainda, exercícios de movimentação dos braços alternados, através de


ritmos e gestos diferenciados. (No módulo II, veremos estes exercícios).
Você sabia que estudar em frente ao espelho é um bom
recurso para desenvolver suas técnicas? Isso se deve às variações
de movimentos simultâneas que irão ocorrer durante sua regência,
haja visto, que como regente de um Coro, você irá conduzir as
vozes, dando a condução e entradas que aparecerão no decorrer da
música.

Os meios de expressão que mais usamos são: o gesto, a palavra, e


também a mímica, sendo o gesto, o meio de expressão mais completo, visto que a
fala só deve ser usada em ensaios e a mímica pode não produzir o efeito desejado.

Estudiosos do significado das expressões gestuais e faciais


humanas, como Paul Ekman e Wallace Friesen (1969), classificam tipos de
mensagens que podem ser compreendidas de ações não-verbais:

emblemas: gestos que denotam um significado preciso,


conhecido pela maioria dos membros de uma determinada cultura (Ex.
os padrões de regência);

ilustradores: movimentos utilizados para reforçar uma ideia


(Ex. apontar para um objeto);

mostradores de afeto: expressões faciais;

reguladores: gestos utilizados com frequência, quase que


automaticamente; Ex.: aceno de cabeça, para indicar algo ou uma
troca de olhares com o intuito de estabelecer comunicação;

adaptadores: movimentos quase automáticos, involuntários,


mas que se tornam fonte de indicações psicológicas sobre indivíduos.
Ex.: mexer os dedos ou bater os pés indicando impaciência ou
nervosismo. LAKSCHEVITZ (2009).
68

4.3. Os Gestos e sua aplicação

O regente deve conhecer as ferramentas pedagógicas para melhorar


a produção do Coral, ter conhecimento histórico das peças cantadas e habilidades
pessoais para acompanhar as mudanças do coro, como, por exemplo, sua
independência entre seus braços, fazendo com que os intérpretes obedeçam às
suas intenções. Deve-se desenvolver simultaneamente com dois gestos básicos:

Condução
Expressão

A clareza e precisão na emissão das mensagens possibilitarão o


entendimento imediato das ações a serem realizadas.

Agora, você irá notar através das próximas figuras quais são os
movimentos adequados durante a Regência Coral.

Figura 4: Gesto Preventivo: SILVA (2012)


69

Na figura 4, temos o Gesto preparatório, que é o gesto preventivo


(posição fundamental), sendo empregado para iniciar o primeiro tempo do
compasso e também para atacar qualquer outro tempo que precise ser antecipado
ou atacado durante a regência.

No link a seguir, vamos compreender a função de um


regente em frente a um Coro e como suas mãos devem proceder:
http://youtu.be/4UumEZcBixM

Através da fala de Ângelo Rafael no vídeo, podemos notar


a importânica em se transmitir a emoção e caráter da música dentro
da Regência; por isso, quando for reger, procure conhecer os
aspectos relevantes de cada peça trabalhada!

Vamos agora, verificar as possíveis formas de reger, que se


diferenciam em cada unidade de compasso e andamento.

Vejamos as formas dos compassos simples:

 Compasso Unitário: Usamos esta regência para compasso em um tempo


ou ternários rápidos como Scherzo12 ou Valsa.

12
O scherzo (no plural scherzi) é um gênero musical de nome dado a certas
obras ou a alguns movimentos de uma composição que possuem maior duração, como
uma sonata ou uma sinfonia. Significa "brincadeira" em italiano. Às vezes, coloca-se a
palavra "scherzando" na anotação musical para indicar que uma determinada passagem
deve ser executada de maneira graciosa. Sherzo (2012).
70

Figura 5: Forma de compasso unitário: REGÊNCIA (2007).

 Compasso Binário; Regência usada para compassos em dois tempos.

Figura 6: Forma de compasso binário: REGÊNCIA (2007)

 Compasso Ternário: Regência usada para compassos em três tempos.

Figura 7: Forma de compasso ternário: REGÊNCIA (2007).

 Compasso Quaternário: Regência usada para compassos em quatro


tempos.

Figura 8: Forma de compasso quaternário: REGÊNCIA (2007).


71

Dentro das formas de compasso, ainda temos maneiras diferentes de reger cada
trecho musical, com as suas diferentes dinâmicas e inflexões que podem ocorrer, todos
estes necessários para uma boa condução.
No link abaixo, você assistirá exemplos de execução nos compassos acima
referidos, exceto o unitário. Perceba que as mãos e os braços não ultrapassam a região da
cintura do professor e seus braços estão arqueados com os cotovelos pouco dobrados.
Preste atenção também nos pulsos que estão em conformidade com o braço e mão,
formando um só conjunto, desenvolvendo as formas de compassos corretamente. Neste
exemplo, temos um espelhamento das mãos, onde fazemos com as duas mãos a
marcação.

http://youtu.be/0G12OV6XbPs

Atenção para alguns requisitos de um bom regente!

 Fraseados
 Andamentos
 Ataques
 Finais de Frase
 Precisão Rítmica
 Maleabilidade

Ainda, segundo o tratado de Regência de Raphael Baptista, o estímulo


causa a reação, onde o conteúdo rítmico e expressivo da partitura musical funciona como
estímulo e a gesticulação deve ser a mais apropriada para exprimir o conteúdo, sendo a
reação. Então, nota-se a classificação de gestos (reação) de acordo com os movimentos
rítmicos e expressivos (estímulo) da partitura, sendo estes cinco gestos principais e
característicos:

Ligado: Usado para frases ligadas, expressivas.


Destacado: Usado para articulação sistemática e uniforme dos tempos.
Subdividido: está ligado ao fracionamento dos tempos (1e, 2e, 3e).
Isolado: é mais aplicado no acompanhamento de solos de instrumento ou canto.
Não há necessidade de marcação dos tempos em toda sua extensão.
Staccato: golpe que compreende somente o movimento da mão.
72

BAPTISTA (1976 p.13)

Porém, estamos a tratar da Regência Coral, a que não nos é


imposto grandes habilidades orquestrais, sendo o nosso objetivo maior,
fazer com que os cantores obtenham o entendimento necessário para uma
boa execução.
Desse modo, vamos exemplificar agora, alguns tipos de condução
necessários ao regente de um coro:

Ligado Contínuo

Figura 9: BAPTISTA (1976, p.14)

Ligado Articulado

Figura 10: Idem (1976).


73

Destacado

Figura 11: Idem (1976)

Subdividido
Compasso binário simples subdividido

Figura 12: REGÊNCIA (2007)

Compasso ternário simples subdividido

Figura 13: Idem (2007).


74

Compasso quaternário simples subdividido

Figura14: Idem (2007)

E, ainda, para finalização da regência, faça o corte final.

Figura Corte Final: Regência (2007).

Quando for encerrar, deixe a palma das mãos virada para cima,
como se fizesse a “Oração do Pai nosso”, e quando for finalizar a música, faça o
desenho acima descrito.

Lembre-se que podemos fazer a Regência em forma de


espelhamento, onde os dois braços fazem o mesmo gesto,
realizando a condução e / ou uma das mãos conduzindo o
compasso e a outra fazendo as dinâmicas e entradas. Segundo o
Raphael Baptista, podemos realizar a marcação dos compassos com
a mão direita e as dinâmicas e entradas com a mão esquerda.
Ressalto ainda que não seja uma regra, e sim o desenvolvimento
natural que se seguem as coisas.
75

A Regência é um processo muito importante para o seu


desenvolvimento enquanto atuante na área do Canto Coral. Para
que você possa compreender os seus fundamentos, deve-se não
ultrapassar os caminhos que desenvolvemos em nosso curso.
Exercite a regência dentro dos compassos até agora estudados,
além dos exercícios propostos na plataforma, para que você possa
exercitar os movimentos distintos das mãos. No próximo guia,
estudaremos os compassos compostos e alternados, além de
praticar nossos gestos dentro da música coral. Então, até lá, e um
excelente estudo!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAPTHISTA, Rafael. Tratado de Regência. Irmãos Vitale. São Paulo– Rio de
Janeiro, Copyright 1976. – Brasil. 77 p.

MATHIAS, Nelson. Coral, um Canto Apaixonante. Brasília, MusiMed, 1986.


118 p.

LIRA, Freitas Enelruy. Apostila de Regência. 2006. Fortaleza.

SILVA, Wellington Cardoso. APOSTILA LIVRE DE REGÊNICA DE


ORQUESTRAS – CCB. Disponível em:
<http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/coral_regencia/index.htm>. Acesso em
6/12/2011 e 25/01/2012.

LAKSCHEVITZ, Eduardo. REGÊNCIA. Disponível em:


http://tecnicasderegencia.blogspot.com/2009/09/ensinando-regencia-coral.html.
Acesso em 3 e 5/12/2011 e 25/01/2012.

LAKSCHEVITZ, Eduardo. ENSINANDO REGÊNICA CORAL.


Disponível em: http://tecnicasderegencia.blogspot.com/2007/06/tcnica-do-
maestro.html. Acesso em 25/01/2012.
76

RAFAEL, Ângelo. MOVIMENTOS DA REGÊNCIA. Disponível em:


http://youtu.be/4UumEZcBixM. Acesso em 25/01/2012.

SCHERZO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia


Foundation, 2011. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Scherzo&oldid=23427821>. Acesso em: 25
jan. 2012.

REGÊNCIA. Disponível em:


<http://tecnicasderegencia.blogspot.com/2007_06_01_archive.html>. Acesso em
05/12/2011 e 27/01/2012.
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Considerações Finais

Caro aluno, muitos foram os temas e conceitos relacionados à sua


disciplina Canto Coral e Fundamentos da Regência I, que agora fazem parte de
seus conhecimentos musicais e que irá auxiliá-lo na sua vivência musical.

Recapitulando a Unidade I, estudamos a voz sobre a fisiologia


vocal, ressonância, apoio e seus aspectos relevantes como instrumento melódico;
todos para desenvolver suas possibilidades técnicas, conhecendo e vivenciando os
mecanismos da fonação e assim dominando a técnica vocal através da teoria
aliada à pratica.

Na Unidade II, procuramos conhecer os vocalizes básicos que


podem ser trabalhados durante uma aula de Canto Coral, com algumas
possibilidades, além de aprendermos sobre a Classificação das Vozes e suas
diferenças.

Já Na Unidade III, apresentamos o universo da Higiene Vocal,


apontando os cuidados necessários para uma boa emissão, além dos cuidados
diários para se ter uma voz sadia, através de conceitos apontados por
fonoaudiólogos e profissionais da voz.

Por fim, na Unidade IV, estudamos sobre os fundamentos da


Regência Coral, abordando os principais temas necessários a um regente de coro,
desenvolvendo as habilidades relativas a esta prática.

Ao relembrarmos estes conceitos, podemos compreender que, ao


estarmos diante de um Coral, necessitamos de conhecimento prévio e real,
valorizando cada momento da aula, desde o alongamento até o desaquecimento
vocal. Quanto melhor for nosso empenho, maior será a produtividade.

Deste modo, caro aluno, se você deseja ministrar aulas de Canto


Coral, procure repertórios e técnicas que o auxiliem a conseguir a interação com
seus grupos, independente da idade. Se o coro é iniciante, leve cânones e peças
curtas para que o grupo corresponda mais rapidamente, além de se sentir mais
motivado e capaz.
78

Cantar em grupo é uma conquista diária e estar na liderança de um


Coro, um privilégio!

Saudações, e até o próximo semestre!

Vivian Peloso Rabelo

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