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1.

ANÁLISE DE DADOS ESTATÍSTICOS DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE

BRASÍLIA - DF

2. RESUMO

A umidade relativa do ar e a temperatura compensada média são fatores


importantes que podem influenciar a saúde humana. A OMS recomenda que é melhor que
os níveis de umidade sejam mantidos na faixa de 30 a 50% de umidade relativa. A cidade
de Brasília-DF passou por um processo de crescimento urbano desordenado, que teve
como consequência o surgimento de ilhas de calor e desconforto urbano externo. Além
disso a cidade possui um ciclo sazonal que resulta em períodos que definem uma estação
seca e outra úmida. O objetivo do estudo foi analisar os dados da estação meteorológica de
Brasília a fim de documentar a série histórica. O presente trabalho avaliou a umidade
relativa do ar e a temperatura compensada média utilizando um conjunto de dados diários
dos períodos de 1963-1978 e 2003-2018. Foi realizada uma estimativa dos parâmetros da
média, o desvio padrão, coeficiente de variação (cv), curtose, assimetria, média normal, p-
normal, teste Kolmogorov–Smirnov (ks) e p-valor. Como resultado foram gerados gráficos
e tabelas que mostram a mudança sofrida nos dados climáticos do período estudado.

Palavras chave: (umidade relativa, temperatura média, desconforto urbano externo)

ABSTRACT

Relative humidity and average compensated temperature are important factors that
may influence human health. WHO recommends that humidity levels should be maintained
in the range of 30 to 50% relative humidity. The city of Brasilia-DF went through a process
of disordered urban growth, which resulted in the emergence of islands of heat and external
urban discomfort. In addition, the city has a seasonal cycle that results in periods that
define a dry and a wet season. The aim of the study was to analyze data from the Brasilia
weather station in order to document the historical series. The present work evaluated the
relative humidity and the average compensated temperature using a daily data set from
1963-1978 and 2003-2018. The parameters of the mean, standard deviation, coefficient of
variation (cv), kurtosis, asymmetry, normal mean, p-normal, Kolmogorov – Smirnov test
(ks) and p-value were performed. As a result, graphs and tables were generated showing
the change in climatic data of the studied period.

Keywords: (relative humidity, average temperature, external urban discomfort)


3. INTRODUÇÃO

Um fator conhecido pela capacidade de influenciar a saúde humana é o clima, mais

precisamente a umidade relativa do ar, assim como a temperatura do ar. Com isso, esses

fatores interferem nas sensações de conforto e desconforto térmico. Assim estão

diretamente relacionadas ao sistema responsável por garantir o equilíbrio térmico do

organismo do ser humano com meio ambiente (Moraes et al, 2019).

A OMS (1988) recomenda que é melhor que os níveis de umidade sejam mantidos

na faixa de 30 a 50% de umidade relativa. Em níveis superiores a 65% e abaixo do 20%

podem ocorrer efeitos adversos na saúde.

Nas últimas décadas, vários estudos investigaram o impacto de rápida urbanização

no clima urbano. De acordo com estes estudos, o crescimento urbano causou aumento da

temperatura do ar, mas diminuiu a umidade relativa (Mahmoud e Gan, 2018).

Como consequência dos processos de urbanização surgem fenômenos como Ilhas

de Calor (IC) e Desconforto Urbano Externo (DUE). Essas mudanças modulam os

desequilíbrios no uso e cobertura do solo das áreas urbanas e adjacentes. A consequente

diminuição da disponibilidade de umidade da superfície e o aumento da temperatura do ar

aumentam, portanto, o nível de DUE nas áreas urbanas (Morris et al, 2017).

Construída em 1960 para abrigar a capital do Brasil, a cidade de Brasília foi

projetada pelo urbanista Lúcio Costa. O plano piloto tinha capacidade de abrigar 0,5

milhões de habitantes, o que gerou a necessidade de expansão para as periferias, que

ocorreu de maneira desordenada (Silva, Ferrari e Markiewicz, 2016).

Com a criação de cidades satélites para abrigar a população, acima da capacidade

do plano piloto, a região do Distrito Federal sofreu grande perda de área verde. O bioma

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local - identificado como cerrado – perdeu espaço de sua vegetação nativa para as vias

urbanas públicas, que chegam a 57% do território, sendo 36,9% destas vias arborizadas

(IBGE, 2010).

A região de Brasília – DF possui uma sazonalidade na temperatura devido a sua

posição geográfica associados aos sistemas de circulação atmosférica. Esse fator resulta em

períodos que definem uma estação com baixa umidade relativa e outra com alta umidade

relativa (Pereira et al, 2019).

O objetivo deste trabalho é a avaliação dos dados de umidade relativa do ar e

temperatura compensada média da estação meteorológica observada de Brasília – DF.

Avalia-se os dados das séries históricas de 1963-1978 e 2003-2018, com o intuito de

analisar possíveis mudanças causadas pelo crescimento urbano da região.

4. MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi desenvolvido na cidade de Brasília – DF, localizada na região

do Planalto Central, no centro-oeste do Brasil. O município está situado na latitude 15°47’

sul e a longitude 47°56’ oeste, ocupando uma área de 5.760,783 km² e cerca de 1.000

metros do nível do mar (Governo Federal, 2019).

Segundo o último censo realizado pelo IBGE (2010), no ano de 2010 Brasília

possuía uma população de 2.570.160 habitantes, e estima-se que em 2019 a população

chegue a 3.015.268 pessoas.

Foi realizada uma coleta de informações do Banco de dados Meteorológicos para

Ensino e Pesquisa do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia – sobre Temperatura

compensada média e Umidade relativa do ar na estação meteorológica de Brasília – DF. A

estação está localizada na latitude -15.78978º, longitude -47.925849º e altitude de 1161,42

metros, estando operante desde 12/09/1961.

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Para que possamos realizar uma comparação de dados históricos foram coletados

dados diários de temperatura compensada média e umidade relativa do ar de dois espaços

de tempo. As informações pertencem aos períodos de 01/01/1963 a 31/12/1978 e

01/01/2003 até 31/12/2018.

Durante o período de 01/01/1963 até 31/12/1978 foi constatada a falta de dados de

temperatura compensada média nas seguintes datas: 1, 2, 11, 18 e 20/01/1969, e

04/06/1974, totalizando 6 dias. Quanto a umidade relativa do ar somente uma data não

havia dados, sendo ela dia 29/02/1968.

No intervalo de 01/01/2003 até 31/12/2018 os dados faltosos de umidade relativa

do ar eram nas seguintes datas: 11,14 e 15/06/2007; 4/08/2010; 10 e 11/11/2010; 1,2 e

3/02/2011; 15/06/2015; 22/03/2018; 31/07/2018, totalizando 12 dias. Já em temperatura

compensada média foi constatada a falta de dados das seguintes datas: 18/07/2004; 19 e

23/08/2004; 11, 14 e 15/06/2007; 04/08/2010; 10 e 11/11/2010; 2 e 3/02/2011; 1 e

3/02/2011; 4/12/2014; 15/06/2015; 11, 12, 13 e 31/05/2016; 7, 8, 10/06/2016; 15/07/2017;

22/03/2018; 19/07/2018, com um total de 25 dias. A partir dessas informações foi

calculada a média mensal dos dados de cada ano através do programa EXCEL,

desconsiderando os dias em falta.

As médias calculadas foram dispostas em tabelas com a relação ano x mês, onde se

comparou os intervalos de tempo de 1963 a 1978 com o intervalo de 2003 a 2018. Através

de gráficos de linha, exibindo a tendência de oscilação tanto de umidade relativa do ar

quanto de temperatura compensada média nos períodos comparados.

A análise estatística foi realizada no software R Studio ®, com script voltado para

analise de dados meteorológicos foram extraídos resultados básicos mensais.

Além disso fez-se para cada mês uma estimativa dos parâmetros da distribuição

normal, teste de aderência para a distribuição normal (teste de hipótese), individualizou o

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resultado do teste e o p-valor, analise da frequência e um histograma. Ao final houve uma

comparação dos resultados de cada período.

5. RESULTADOS

5.1 UMIDADE RELATIVA DO AR

Na Tabela 1 é possível observar os resultados dos dados mensais de umidade

relativa do ar no período de 01/01/1963 até 31/12/1978. Foram examinados 16 anos de

dados diários, retiradas as médias de cada mês e organizados em formato de tabela.

Foram dispostos na Tabela 2 os resultados de média do período de 01/01/2003 até

31/12/2018, assim como na Tabela 1 foram 16 anos de dados diários para que houvesse

dados suficientes para comparação.

Tabela 1 - Dados mensais de umidade relativa do ar, 1963 até 1978.

Tabela 2 - Dados mensais de umidade relativa do ar, 2003 até 2018.

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Relacionando as informações das Tabelas 1 e 2 é possível notar que as médias

anuais referentes ao período de 1963 à 1978 são em maior parte do tempo mais altas do

que as médias anuais referentes ao período de 2003 à 2018. A Figura 1 mostra a tendência

de umidade relativa do ar durante os dois intervalos de tempo. Podemos perceber que

somente em dois períodos há uma aproximação dos índices de umidade, sendo eles o

primeiro e o sétimo ano de estudo de cada intervalo de tempo.

Figura 1 - Gráfico de comparação de dados.

No software R Studio® foi feita a leitura de dados das tabelas, onde através do

pacote EnvStats (responsável por analises estatísticas) foram extraídos os resultados. A

análise foi realizada em cada mês, onde teve como produto a média, o desvio padrão,

coeficiente de variação (cv), curtose, assimetria, média normal, p-normal, teste

Kolmogorov–Smirnov (ks) e p-valor.

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Tabela 3 - Resultado da análise estatística dos dados de umidade relativa do ar.

Conforme dados de média mensal foi detectado que durante o período de 1963 à

1978 o mês com maior umidade relativa do ar foi o mês de dezembro (88,25%), e o mês

com menor umidade foi agosto (45,97%). O coeficiente de variação aumentou

consideravelmente nos meses de setembro e outubro, sendo eles 17,11% e 14,74%

respectivamente.

Durante o intervalo de 2003 à 2018 o mês de maior umidade relativa do ar foi o

mês de dezembro, com um total de 77,672%. O mês de setembro foi o mês com menor

umidade relativa do ar, com média mensal de 39,91%. Em setembro e outubro o

coeficiente de variação destoou dos outros meses, chegando a 24,789%.

Os períodos com alto coeficiente de variação estão associados a sazonalidade da

temperatura e a mudança do período de estação seca – setembro - para o período de estação

úmida – outubro (Pereira et al, 2019).

O resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov (Ks) apresentado na tabela, com um

nível de significância de 5%, mostra que todos os valores (p-valor) apresentados foram

acima de 0,05. Portanto aceita-se a hipótese nula, os dados seguem a distribuição normal.

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5.2 TEMPERATURA COMPENSADA MÉDIA

Os resultados dos dados mensais de temperatura compensada média no período de

01/01/1963 até 31/12/1978 foram dispostos na Tabela 4. As informações analisadas

pertencem ao mesmo período da análise de umidade relativa do ar.

Na Tabela 5 foram dispostos os resultados de média do período de 01/01/2003 até

31/12/2018.

Tabela 4 - Dados mensais de temperatura compensada média, 1963 até 1978.

Tabela 5 - Dados mensais de temperatura compensada média, 2003 até 2018.

Ao comparar as informações das Tabelas 4 e 5 notar nota-se que as médias de

temperatura compensada anuais referentes ao período de 1963 a 1978 são em maior parte

do tempo menores do que as médias anuais referentes ao período de 2003 a 2018. A Figura

2 mostra a tendência de temperatura compensada média durante os dois intervalos de

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tempo. Podemos perceber que há uma aproximação dos índices de temperatura em alguns

pontos do gráfico, porém a diferença é considerável.

Figura 2 - Gráfico de comparação de dados.

Foi feita a leitura de dados das tabelas no software R Studio®, onde através do

pacote EnvStats (responsável por analises estatísticas) foram extraídos os resultados. A

análise foi realizada em cada mês, onde teve como produto a média, o desvio padrão,

coeficiente de variação (cv), curtose, assimetria, média normal, p-normal, teste

Kolmogorov–Smirnov (ks) e p-valor.

Tabela 6 - Resultado da análise estatística dos dados de temperatura compensada média.

Tabela 7 - Resultado da análise estatística dos dados de temperatura compensada média.


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O resultado da análise mostrou na Tabela 6 que durante o período de 1963 a 1978 o

mês com maior temperatura compensada média foi setembro, com 21,81°C. Julho foi,

segundo os dados, o mês com menor temperatura (18,29°C). O coeficiente de variação

manteve um padrão, chegando ao máximo a 5,50% no mês de outubro.

Os dados referentes ao intervalo de 2003 a 2018 na Tabela 7 mostram que o mês de

maior temperatura compensada média foi outubro, com 23,40°C. A menor temperatura foi

percebida em junho, com média mensal de 19,53°C. O coeficiente de variação atingiu seu

maior índice em outubro, com 6,51%.

Os dados apresentados nas Tabelas 6 e 7 aceitam a hipótese nula, afirmando que os

dados seguem a distribuição normal. Essa aceitação se dá devido aos valores (p-valor)

apresentados estarem acima de 0,05, o que coloca os dados fora dos 5% de significância.

6. CONCLUSÃO

Os dados colhidos no INMET sobre a estação meteorológica de Brasília-DF

mostram que, houve uma diminuição da umidade relativa do ar e um aumento da

temperatura compensada média na comparação dos períodos de 1963-1978 e 2003-2018. A

análise estatística dos dados afirma que os mesmos seguem a distribuição normal.

7. REFERÊNCIAS

10
ALMENDRA, R. et al. Variáveis meteorológicas e poluição do ar e sua associação com
internações respiratórias em crianças: estudo de caso em São Paulo, Brasil. Cadernos de
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 35, n. 7, 2019.

ESTATÍSTICA, I. B. D. G. E. IBGE. Disponivel em:


<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/df/brasilia/panorama>. Acesso em: 12 dez. 2019.

GOVERNO do Distrito Federal. Disponivel em: <http://www.df.gov.br/333/>. Acesso em:


12 dez. 2019.

MAHMOUD, S. H.; YEWGAN, T. Long-term impact of rapid urbanization on urban


climate and human thermal comfort in hot-arid environment. Building and Environment,
v. 142, p. 83-100, September 2018.

METEOROLOGIA, I. N. D. INMET. Disponivel em:


<http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=tempo2/meteograma&code=5300108>.
Acesso em: 12 dez. 2019.

MORRIS, K. I. et al. Impact of urbanization level on the interactions of urban area, the
urban climate, and human thermal comfort. Applied Geography, v. 79, p. 50-72, February
2017.

OMS. Indoor air quality: biological contaminants. World Health Organization.


Rautavaara. 1988.

PEREIRA, et al. Modelagem da Temperatura do Ar na Região do Distrito Federal. Revista


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SILVA, C. F. E.; FERRARI, ; MARKIEWICZ,. The Urban Sectorization of Lúcio Costa's


Modernism and the. Procedia Engineering , v. 169 , p. 64 – 71, 2016.

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