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1º Trim.

de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção

PORTAL ESCOLA DOMINICAL


1º Trimestre de 2020 - CPAD
A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
Comentários da revista da CPAD: Claudionor Correa de Andrade
Comentário: Ev. Caramuru Afonso Francisco

LIÇÃO Nº 4 – OS ATRIBUTOS DO SER HUMANO


O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus.

INTRODUÇÃO
- O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus.

- Como toda criatura, o homem foi criado perfeito e com atributos que o faziam semelhante a seu Criador.

I – HOMEM: IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS

- O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Foi este o propósito divino, como se verifica de
Gn.1:26, quando se salienta que o projeto do Senhor era criar um ser que fosse “Sua imagem e semelhança”,
um reflexo do Criador entre as criaturas terrenas.

- Deus é bom (Mt.19:17; Mc.10:18; Lc.18:19) e tudo quanto criou, por conseguinte, é bom (Gn.1:31),
incluído nisto o próprio ser humano, que as Escrituras afirmam ter sido criado reto (Ec.7:29).

- Ser “imagem e semelhança” é ser “reflexo”, é reproduzir, trazer à lembrança o próprio Deus na criação
terrena. Foi este o propósito de Deus ao criar o ser humano: ter um ser que refletisse a glória de Deus na
criação terrena, que mostrasse a presença do Senhor de forma palpável num universo físico.

- Este propósito divino foi plenamente realizado, pois o querer divino se equipara ao efetuar (Fp.2:13).
Verdade é que o homem pecou e teve a sua queda, passando a ter uma natureza decaída, depravada, mas o
fato é que não foi criado assim e se faz mister sabermos como Deus criou o homem, pois a salvação nada
mais é que a restauração deste estado inicial do ser humano, ainda que, efetivamente, a salvação não só
restaura como eleva a própria dignidade do ser humano.

- Esta condição de ser imagem e semelhança de Deus é, a propósito, a própria dignidade da pessoa humana,
dignidade esta que é hoje plenamente reconhecida no direito internacional, como, por exemplo, na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma, no seu introito, que “…o reconhecimento da
dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui
o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo…” ou, mesmo, a nossa Constituição, que diz
serem um dos fundamentos de nosso país precisamente a dignidade da pessoa humana.

- Os seres humanos têm um valor intrínseco, merecem ser respeitados pelo simples fato de existirem
exatamente porque cada pessoa é “imagem e semelhança de Deus”. Foi assim que Deus fez o homem e
mesmo o pecado não tem o poder de destruir tal circunstância, uma vez que nenhum pecado é maior do que
o Criador. Verdade é que tal imagem hoje se encontra distorcida, enfraquecida, desvirtuada por causa do
pecado, mas nunca pode ser considerada como completamente destruída.

- É este homem criado por Deus, imagem e semelhança de Deus, que se apresenta como o homem que é
buscado, querido e almejado pelos seres humanos, que, como parte da criação, também está gemendo para
que haja a “manifestação dos filhos de Deus” (Rm.8:19), que nada mais é que a completa restauração do
estado anterior ao pecado (At.3:21).

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- A certeza de que virá esta restauração foi a vinda de Jesus Cristo ao mundo, o homem perfeito, a expressa
imagem de Deus (Hb.1:3), a materialização deste homem criado por Deus e que não foi vencido pelo
maligno. Em Cristo, vemos que este homem criado pelo Senhor pode renascer, nascer de novo e desfrutar
assim de todos os atributos e características plasmados pelo Criador quando da criação tanto de Adão quanto
de Eva, o macho e fêmea criados à imagem do Senhor (Gn.1:27).

- Tendo em Cristo o nosso exemplo, crendo na Sua obra salvífica, nós mesmos fazemos nascer em nós este
novo homem e tornamos realidade, entre os homens, a salvação na pessoa de Jesus, desde já, pois este novo
homem não vive pecando (I Co.3:6,9), pratica a justiça, ama a seu irmão (I Jo.3:10), conserva-se a si mesmo
(I Jo.5:18).

- Assim, as características do homem antes do pecado, consoante a imagem e semelhança de Deus, nada
mais são que as características daqueles que creem em Jesus Cristo, pois Cristo resgatou o homem e o fez
conforme à Sua imagem (Rm.8:29), daí porque Seus discípulos são chamados de “cristãos” (At.11:26), ou
seja, “pequenos Cristos”, “parecidos com Cristo”.

II – OS ATRIBUTOS ESPIRITUAIS E MORAIS DO SER HUMANO

- O tema desta lição são os atributos do ser humano. “Atributo” é “aquilo que é próprio ou peculiar a
alguém ou alguma coisa”. Ora, quando falamos dos atributos do ser humano, estamos a dizer como Deus
criou o homem, quais eram as propriedades que tinha o homem feito “imagem e semelhança de Deus”.

- O homem é o único ser terreno que é dotado de espírito que é a parte que o mantém em relacionamento
com o Senhor, que o faz adorar a Deus, que o faz confiar no Senhor e a seguir a Sua orientação.

- Destarte, o homem, por ser dotado de espírito, possui atributos singulares em relação aos demais seres
terrenos, tendo a capacidade de se relacionar com o seu Criador e de vivenciar a dimensão da eternidade.

- Ora, como afirma a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, “…Do espírito humano, provém o desejo
de buscar as coisas espirituais [Tt.2:11]…” (Cap.VII.4, p.79). Deste modo, o ser humano é um ser que foi
criado precisamente para buscar a Deus, é da própria natureza humana o desejo de se relacionar e se
aproximar do seu Criador.
- Deste atributo do homem advém a sua religiosidade. É fato comprovado pelos cientistas sociais de que
todo ser humano é religioso, ou seja, busca estabelecer um relacionamento com seres que entende serem
superiores, que estejam além do seu entendimento e compreensão, os “deuses”, as “divindades”.

- Esta religiosidade humana nada mais é que a demonstração deste atributo espiritual do homem, na verdade
o resquício deste atributo após a queda. O homem, por seu espírito, tem a noção da existência do Criador, e
tal noção, evidentemente obnubilada pelo pecado, não desaparece por completo, como, aliás, nos ensina o
próprio apóstolo Paulo, quando nos fala da revelação de Deus seja pela natureza, seja pela consciência
(Rm.1:18-23; 2:14-16).

- “Religião” nada mais é que “religação”. O homem, sabendo que precisa se relacionar com o seu Criador,
procura estabelecer um meio, uma forma em que possa se ligar a Deus e tais maneiras e formas de
relacionamento são das mais variadas possíveis, porque todas são elaboradas pelo homem, que é um ser
falível, limitado e circunscrito ao seu tempo e cultura. Por isso, são várias as religiões. A única religião
verdadeira é a que tem origem em Deus, é aquela em que Deus Se faz homem para poder restabelecer o
relacionamento entre Ele e o ser humano, que outra não é, como sabemos, senão a que tem Cristo como
fundamento (I Co.3:11; Tg.1:27).

- Em virtude de ser dotado de espírito, que tem na consciência uma de suas funções, o homem sabe o que é o
certo e o que é o errado e, por isso, tem uma moralidade, a exemplo do Criador.

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- É dito que o homem foi criado reto (Ec.7:29), ou seja, justo, pois Deus é justo (Gn.18:25), é a justiça
nossa (Jr.23:6). É em virtude deste atributo que possui o homem que o Senhor concedeu, após o dilúvio, o
governo da sociedade aos homens precisamente para que eles venham a castigar o mal praticado entre eles
(Gn.9:5,6; Rm.13:1-4).

- Verdade é que, em virtude do pecado, o homem se tornou injusto, já que o pecado é iniquidade (I Jo.3:4;
5:17), mas é inegável que o ideal de todo ser humano é odo restabelecimento da justiça, o de um mundo que
seja justo e pacífico. Este desejo de justiça é uma demonstração de que é este um atributo de que foi dotado
o homem ao princípio.

- O homem foi criado obediente, já que seu estado inicial era de obediência e tanto assim é que o Senhor
determinou que ele não comesse do fruto da árvore do bem e do mal, a indicar que esta obediência deveria
continuar, prosseguir. Verdade é que houve a desobediência na queda do primeiro casal, mas o homem que é
expressa imagem de Deus, o Senhor Jesus, foi obediente até à morte (Fp.2:8), aprendeu a obediência
(Hb.5:8), sendo certo, pois, de que a obediência é característica do homem imagem e semelhança de Deus.

- O homem foi criado sem pecado, inocente, sem qualquer culpa. Sendo “imagem e semelhança de Deus”,
tinha de ser sem pecado, pois Deus não tem pecado. Por isso, não tinha qualquer natureza pecaminosa, que
foi adquirida após a prática do pecado, natureza esta que, depois, foi transmitida a toda a descendência, o
que fez Davi dizer que todo ser humano é concebido em pecado (Sl.51:5). Por isso mesmo, a propósito, o
Senhor Jesus foi gerado por obra e graça do Espírito Santo, não sendo fruto de qualquer relacionamento
sexual entre José e Maria, precisamente para que pudesse nascer sem pecado, razão pela qual é chamado de
o último Adão (I Co.15:45).

- Entendamos que Adão foi criado sem pecado, mas isto não significa que fosse impecável. Quando Adão
foi criado, o mal já existia e o Senhor o dotou de livre-arbítrio, ou seja, com capacidade para escolher entre o
bem e o mal. Sendo assim, por ter livre-arbítrio, o homem era “pecável”, ou seja, poderia pecar e, tanto
poderia pecar, que acabou pecando.

- Como diz a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, “…dotado por Deus de livre-arbítrio, ou seja, com
liberdade de escolher entre o bem e o mal [Gn.2:16,17]. Mediante a graça, essa escolha continha mesmo
depois da queda no Éden: ‘se alguém quiser fazer a vontade d’Ele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é
de Deus ou seu eu falo de mim mesmo’ (Jo.7:17). Mais de uma vez, Israel teve a liberdade de escolha
quando foi chamado por Deus [Dt.30:19; Js.24:15].…” (Cap.VII, pp.77/8).

- O homem foi dotado de livre-arbítrio e isto o faz responsável por todas as ações, mesmo depois do
pecado, pois, ainda que esteja totalmente depravado, o livre-arbítrio continua existente, tendo ele, pela graça
de Deus, e sempre pela graça, a oportunidade de dizer sim ou não à oferta salvadora na pessoa de Cristo
Jesus.

- Entendamos que o homem foi criado inocente, porque nunca praticara o mal e foi criado sem pecado.
Este estado antes da prática do pecado é conhecido como “inocência”, ou seja, período em que a pessoa não
tem culpa, por jamais ter praticado um pecado.

´- Este estado de inocência, que foi o primeiro estado vivido pelo ser humano em seu relacionamento com
Deus, tanto que é o nome que recebe a primeira dispensação, é reproduzido em cada ser humano antes que
ele adquira a consciência. Se o primeiro casal não tinha pecado até o dia da queda, os seus descendentes,
embora ao contrário deles tenham a natureza pecaminosa, também não praticam pecado até o momento em
que possam discernir o certo do errado, o bem do mal.

- Eis o motivo pelo qual não se pode admitir o batismo de crianças que não tenham ainda o discernimento
entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Tais infantes estão, ainda, na fase da inocência, não têm como
pecar, ainda não pecaram, embora saibamos que, por serem dotados da natureza adâmica, inevitavelmente

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pecarão, pois, no momento em que discernirem entre o mal e o bem, entre o certo e o errado, a natureza
pecaminosa os fará optar pelo mal, os fará escolher pelo pecado.

- A exceção foi o Senhor Jesus que, atingindo este momento, por não ter a natureza pecaminosa (já que teve
concepção virginal), em vez de escolher o mal, escolheu o bem ( Is.7:15).

- Como diz a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, “…Não aceitamos nem praticamos o batismo
infantil por não haver exemplo de batismo de crianças nas Escrituras e por não ser o batismo um meio da
graça salvadora, ou sinal e selo da aliança, que substitui a circuncisão dos israelitas. Também por não ser
possível a criança ter consciência de pecado, condição necessária para que ocorra arrependimento. As
crianças, em estado pueril, não preenchem esses requisitos…” (Cap. XII.4, p.129).

- O salvo na pessoa de Jesus Cristo, sendo uma nova criatura (II Co.5:17; Gl.6:15), a todo momento, a todo
instante, deve seguir o exemplo do seu Senhor e Salvador, escolhendo o bem e abandonando o mal
(Rm.12:9).

- Este novo homem, porém, não é inocente, mas santo, pois santo é aquele que está separado do pecado.
Deus é santo por Sua própria natureza, pois Deus nunca pecou nem o fará. Os homens salvos foram
santificados em Cristo Jesus (I Co.1:2) e deve seguir a santificação até o dia da glorificação (Hb.12:14), ou
seja, é separado do pecado, depois que teve seus pecados perdoados e deve se manter separado do pecado
até o dia em que adentrará na dimensão da eternidade, pois somente quem se mantiver separado do pecado
poderá desfrutar da vida eterna.

- O homem foi criado em amor. Deus, ao decidir criar o homem, fê-lo por amor. Quis criar um ser que
com Ele se relacionasse de modo especial e que cuidasse de toda a criação terrena que havia feito. Ao criar o
homem, vemos Deus querendo o bem não só de tudo quanto havia criado, como do próprio homem. O
prazer de Deus era ter um ser que, como ele, fosse um ser moral e inteligente, com quem pudesse
compartilhar a Sua sabedoria, a Sua bondade.

- Como demonstração deste amor, Deus, ao criar o homem, plantou um jardim no Éden para que o homem
tivesse plenas e excelentes condições para viver sobre a face da Terra, em todos os prismas de Sua vida e,
como o próprio Deus é amor (I Jo.4:8,16), quis manter um contato diário com este ser que havia criado
(Gn.3:8).

- Por ter sido um ser criado em amor, o homem foi feito para amar, seja o seu Criador, seja o seu
semelhante. Por isso, o homem não poderia viver só (Gn.2:18) e, por este motivo, o Senhor criou o
casamento e a família, tendo, posteriormente, posto como o amor como os maiores e mais importantes
mandamentos a ser seguidos (Mt.22:34-40; Mc.12:28-34; Lc.10:25-27).

- Se verdadeiramente nos tornamos discípulos de Jesus Cristo, seremos sempre reconhecidos pelo amor que
praticamos (Jo.13:35). Na verdade, o fruto do Espírito, que é o verdadeiro DNA do “novo homem”, do
homem que é imagem e semelhança de Deus, por ser conforme à imagem do Filho, nada mais é que o amor,
que é desdobrado em oito outras qualidades (Gl.5:22). É o caminho mais excelente a ser percorrido pelo ser
humano (I Co.12:31-13:13).

- O homem, após o pecado, perdeu o amor e somente o tem de volta quando ele é derramado pelo Espírito
Santo em seu coração (Rm.5:5). Como bem afirmou o filósofo brasileiro Olavo de Carvalho: “Não pensem
que o demônio ame o mal. Ele o odeia. Só que, ao lado do ódio ao mal, não tem o correspondente amor ao
bem. O mal odeia a si mesmo porque não ama nada nem ninguém.…”(@)OlavoOpressor, 5 nov. 2019). A
falta de amor, portanto, é resultado do pecado, da perda da comunhão com Deus..

- Assim, não há como se ter verdadeiro amor se não houver a regeneração. Eis porque o mundo aborrece a
Cristo e aos Seus (Jo.15:18,19). Torna-se absolutamente necessário que o homem creia em Cristo para que
volte a ter o amor com que foi inicialmente dotado em sua criação.

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- No entanto, por ter sido criado em amor, o homem possui uma afetividade que lhe é inata. No estão de
inocência, o ser humano demonstra possuir este amor com que foi criado, tanto que são características de
pessoas inocentes, por exemplo, ser sofredor, benigno, não ser invejoso, não tratar com leviandade, não se
ensoberbecer, não se portar com indecência, não buscar os seus interesses, não se irritar, não suspeitar mal,
não folgar com a injustiça, mas folgar com a verdade, que são características do amor (I Co.13:4-6).

III – OS ATRIBUTOS MENTAIS E EMOCIONAIS DO SER HUMANO

- Mas, além de ser dotado de um espírito, o homem foi criado com uma alma, alma diferenciada, já que,
além de ser imaterial e eterna, ao contrário das almas dos animais, era uma alma que, além da sensibilidade,
também possuía intelecto e vontade, permitindo, assim, que cada ser humano, em sua individualidade,
pudesse se relacionar de modo consciente com o seu Criador, função desempenhada pelo espírito.

- A alma faz com que o homem tenha um intelecto, seja um animal racional. A racionalidade é a
“diferença específica” do homem, sua característica mais marcante segundo o filósofo grego Aristóteles
(384-322 a.C.). É a razão o traço que distingue o ser humano dos demais animais.

- Esta capacidade de raciocinar, de pensar encontrou uma atenção especial no texto bíblico. A narrativa da
nomeação dos demais seres por parte de Adão, que introduz a própria criação da mulher, é um indicativo da
grande importância deste caráter que distingue os homens dos demais seres terrenos e que está na base
mesmo do próprio domínio que teria sobre a criação terrena.

- Ao dar nome aos demais seres, Adão pôde entender não só que era capaz de pensar e de raciocinar, mas
também de poder dominar sobre a criação terrena e até de modificá-la em seu benefício, desde que
mantivesse a criação, que a preservasse, ou seja, o “lavrar e o guardar” bíblicos constantes de Gn.2:15.

- Nesta revelação da racionalidade humana, crucial para que ele bem desempenhasse a comissão que
recebera do Senhor, vemos também um outro fator que faz com que o homem fosse imagem e semelhança
de Deus: a capacidade do trabalho.

- O trabalho é algo que aproxima o homem de Deus, fá-lo semelhante ao Senhor. Deus é um ser
trabalhador, assim como o Senhor Jesus (Jo.5:17) e, quando o homem trabalha, e foi incumbido de fazê-lo
(Gn.2:15), está demonstrando mais uma característica que lhe faz imagem e semelhança de Deus.

- Esta característica do trabalho foi bem explicitada na vida do homem perfeito, de Nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. Como bem explicou o ex-chefe da Igreja Romana, o Papa Paulo VI (1897-1978), o Senhor
Jesus deu-nos nos 18 anos em que nada se registrou de Sua vida, anos estes vividos em Nazaré, algumas
lições, tendo sido uma delas a do trabalho. Com efeito, ao retornar à cidade onde fora criado, o Senhor é
identificado como o “carpinteiro, filho do carpinteiro” (Mt.13:55; Mc.6:3), a mostrar que a imagem com que
ficou conhecido neste longo período foi a do trabalhador, daquele que se assemelhava a seu Criador pelo
trabalho.
OBS: “…Uma lição de trabalho. Ó Nazaré, ó casa do "filho do carpinteiro"! É aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei, severa e
redentora, do trabalho humano, aqui, restabelecer a consciência da nobreza do trabalho; aqui, lembrar que o trabalho não pode ser um fim em si
mesmo, mas que sua liberdade e nobreza resultam, mais que de seu valor econômico, dos valores que constituem o seu fim.…” (PAULO VI.
Alocução pronunciada em 5 de janeiro de 1964. Disponível em: https://fraternidadesaogilberto.blogspot.com/2011/12/das-alocucoes-do-papa-
paulo-vi-alocucao.html?m=0 Acesso em 12 nov. 2019).

- Esta capacidade intelectual de Adão, porém, mostra que o homem foi criado inteligente, ou seja, com
capacidade para inovar, para ter criatividade, tanto que pôde criar palavras, como também modificar o meio
onde vivia para poder dali otimizar resultados, melhorar as suas condições de vida.

- Costuma-se dizer que o homem não utiliza toda a sua capacidade mental, o que tem sido considerado como
verdadeiro, ainda que isto não signifique que boa parte do cérebro seja inativa. Esta limitação deste potencial

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mental pode estar vinculado à própria queda do homem, que faz com que o homem não tenha condições de
exercer plenamente as suas capacidades.

- Isto evidentemente não é o que ocorria com Adão que, até a queda, tinha, sim, plenas condições de exercer
toda a potência intelectual de que fora dotado, até porque, e isto é evidente, não só possuía um intelecto,
uma razão, como estava em comunhão com Deus e isto faz com que tivesse o discernimento espiritual que
falta a muitos homens na atualidade, que vivem sem comunhão com o seu Criador.

- Isto nos faz verificar que, além de inteligente, o homem foi criado sábio, ou seja, com condições de
determinar o momento, a forma e o lugar em que deveriam ser utilizados os conhecimentos obtidos seja pelo
aprendizado com Deus, seja pela experiência vivenciada. O princípio da sabedoria é o temor do Senhor
(Sl.111:10; Pv.1:7) e, portanto, todos quantos não obedecem a Deus, não querem ouvir-Lhe não passam de
loucos, de tolos, cujo conhecimento para nada servirá.

- Tanto assim é que o apóstolo Pedro bem como o irmão do Senhor, Judas, identificam aqueles que se
desviam dos caminhos do Senhor e passam a ser falsos mestres de “animais irracionais” (II Pe.2:12; Jd.10),
porque, com a sua perda de comunhão com o Senhor, com a perda da sabedoria que vem do alto (Tg.3:15),
só lhes resta a “sabedoria terrena, animal e diabólica”, que faz com que eles não ajam mais pela razão, mas,
sim, por instinto, como se pertencessem a qualquer outra espécie animal que não a humana.

- Eis aqui, aliás, um outro atributo de que é dotado o homem quando foi criado, o de ter uma sensibilidade.
O homem é um animal racional, mas não deixa de ser um animal. Assim, como todo animal, é caracterizado
pela sensibilidade, pelo movimento, pela presença de afeto, emoções e sentimentos.

- Como afirma Vítor Germano da Silva Oliveira: “…O homem se assemelha a Deus no fato de possuir uma
natureza emocional. É capaz de sentimentos, inclusive de sentimentos santos. Isso deriva da mesma
qualidade encontrada em Deus.…” (Atributos do homem. 31 out. 2014. Disponível em:
http://ibecachoeira.blogspot.com/2014/10/atributos-do-homem.html Acesso em 12 nov. 2019).

- Estes sentimentos, entretanto, eram plenamente dominados pelo espírito, ou seja, eram direcionados de
modo que pudessem glorificar a Deus, serem vivenciados e dirigidos de forma a trazerem o bem ao próprio
homem e ao seu semelhante.

- O homem tinha pleno domínio sobre os seus sentimentos e desejos, que eram integralmente conformes
à vontade divina, voltados para a glorificação do nome do Senhor. Tudo era feito para a glória de Deus,
inclusive a satisfação das necessidades fisiológicas (I Co.10:31). Por mais complexos que fossem, os
sentimentos e emoções do ser humano eram dirigidos para o bem-estar.

- Com a queda, entretanto, isso se alterou. O homem perdeu o controle que tinha sobre seus sentimentos e
emoções e passaram eles a ser direcionados para o mal, para a autossatisfação, para o individualismo e
egoísmo, para a destruição de si mesmo e do próximo.

- O mundo é caracterizado por esta triste situação. O apóstolo João disse que, no mundo, só temos a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (I Jo.2:16). E o que é a
concupiscência, que nasce precisamente quando se pratica o pecado (Tg.2:14,15)? É o desejo incontrolado, o
desejo que domina sobre o homem e o que faz pecar.

- Aqui se tem, mais uma vez, a demonstração da irracionalidade do homem decaído, pois ele cede aos
desejos, às emoções e aos sentimentos, sem considerar as razões e inconveniências desta ou daquela atitude.
Age como se fosse um animal irracional, por puro instinto, querendo tão somente satisfazer os desejos
pecaminosos que estão sem qualquer controle em seu ser.

- O apóstolo Paulo mostra que este homem decaído, o “velho homem” se corrompe pelas concupiscências
do engano (Ef.4:22), como também que estas concupiscências loucas e nocivas submergem os homens na

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perdição e na ruína (I Tm.6:9). O homem no pecado é servo das várias concupiscências e deleites,
concupiscências estas que o levam a uma vida de malícia, inveja e ódio (Tt.3:3).

- O novo homem precisa renunciar às concupiscências mundanas (Tt.2:12), não vivendo mais segundo as
concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus (I Pe.4:2), mas se abstendo das
concupiscências carnais que combatem contra a alma (I Pe.2:11).

IV – OS ATRIBUTOS SOCIAIS E FÍSICOS DO SER HUMANO

- Deus também criou o homem como um ser social. “Não é bom que o homem esteja só”, disse o Senhor
ao ver Adão solitário no jardim do Éden (Gn.2:18). No propósito da própria criação do homem, Deus já
havia planejado criar o homem como um ser sexuado, como alguém que teria a devida companhia, tanto que
planejou criá-los macho e fêmea (Gn.1:27).

- Esta sociabilidade humana tem uma dupla dimensão. É, por primeiro, uma sociabilidade com o próprio
Deus. Como vimos, ao dotar o homem de espírito, o Senhor queria que o ser humano se relacionasse com
Ele, mantivesse uma comunhão com o Criador. O plano de salvação leva em conta o restabelecimento desta
amizade com Deus, tanto que foi este o primeiro foco da mensagem denominada de “protoevangelho” que
foi o anúncio primeiro da salvação pelo próprio Deus ao primeiro casal ainda no dia mesmo da queda.

- Não é à toa que o ápice do cumprimento do plano da salvação, que é a vida em novos céus e nova terra, na
cidade celestial, é descrita como um momento de convivência, de coabitação entre Deus e o Seu povo
(Ap.21:3).

- A sociabilidade também envolve o relacionamento com o próximo. Adão recebeu Eva e com ela
constituiu a família, família que é a base da sociedade. A partir da família, constrói-se uma sociedade que
deveria se desenvolver dentro de uma harmonia e equilíbrio entre todos, numa proeminência do amor
fraternal, do amor ao próximo.

- O homem social criado por Deus é um homem que vive em harmonia tanto com o Criador quanto com o
próximo, tanto que, entre Adão e Eva, havia um relacionamento transparente, seguro e completamente
aberto, tanto que “ambos estavam nus e não se envergonhavam” (Gn.2:25) e a comunhão era tanta que tudo
indica que Eva somente recebeu um nome diverso do de seu marido depois da queda (Gn.3:20).
OBS: “…Adão e Eva, os primeiros seres humanos, foram criados em total inocência. Gênesis 2:25 afirma que “o homem e sua mulher viviam
nus, e não sentiam vergonha”. Obviamente, podemos deduzir que eles não possuíam nenhum tipo de malícia e que o lugar onde estavam era
também perfeito. Além disso, eles não conheciam o que era praticar um ato errado. “Em suma, além de não conhecerem nenhum tipo de culpa
por qualquer tipo de pecado, eles também eram inocentes com relação ao pecado”, sintetiza Norman Geisler (Teologia Sistemática, 2010, v. 2, p.
11).…” (SUÁREZ, Adolfo. A natureza do ser humano. 30 ago. 2016. Disponível: http://www.revistaadventista.com.br/blog/2016/08/30/a-
natureza-do-ser-humano/ Acesso em 12 nov, 2019).

- Com a queda, entretanto, isto se modificou sobremaneira. O egoísmo e o individualismo tomaram conta da
situação, tanto que Adão e Eva se acusam e passam a ter uma relação assimétrica, que perdura até os dias de
hoje e que somente serão removidos quando for estabelecido o reino milenial de Cristo.

- O amor fraternal somente vem aos seres humanos após a regeneração e, mesmo com ela, depois de um
crescimento espiritual, pois, como ensina o apóstolo Pedro, é resultado de uma continuidade de vida
espiritual, algo que é praticamente o penúltimo degrau do estágio de crescimento (II Pe.1:5-7).

- No aspecto físico, vemos que o Senhor formou o homem do pó da terra, tendo, assim, criado um ser
fisicamente perfeito, igualmente ocorrendo com a mulher, que tirou de uma costela do próprio homem.
Eram pessoas que gozavam de total saúde e que não tinham quaisquer doenças ou enfermidades, sendo certo
que seus corpos se regeneravam segundo alguns por causa do acesso que tinham à árvore da vida.
OBS: É a posição de Jacó Armínio (1560-1609): “…A recompensa que corresponde a essa lei principal, cujo desempenho é, por si mesmo,
agradável a Deus (sendo observadas, fielmente, a analogia e a diferença que existem entre Deus e o homem) é a vida eterna, a completa
satisfação da nossa vontade e do nosso desejo. Já a recompensa que responde à observância da lei simbólica é o livre aproveitamento dos frutos
do Paraíso, e o poder de comer do fruto da árvore da vida, pois, ao comê-lo, o homem sempre foi restaurado à sua força primitiva. No entanto,

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1º Trim. de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
essa árvore da vida era um símbolo da vida eterna, que o homem deveria ter desfrutado, uma vez que, abstendo-se de comer o fruto, tivesse
professado obediência e tivesse, verdadeiramente, desempenhado tal obediência à lei moral.…” (Debate XXIX – Sobre o concerto em que Deus
entrou com os primeiros patriarcas. In: As obras de Armínio. Trad. Degmar Ribas Júnior, v.2, p.99).

- As doenças e enfermidades somente exsurgiram com a entrada do pecado no mundo, quando, em virtude
da maldição da Terra por causa da queda do homem, passou a natureza a prejudicar o homem, a lhe ser
hostil (Gn.2:17,18), bem como se dando início a uma degeneração natural do homem, pois porque como pó
que era haveria de tornar a este mesmo pó (Gn.3:19).

- Embora não haja qualquer menção explícita sobre o aspecto físico do primeiro casal, não temos porque
duvidar que fossem belos e atraentes, como, aliás, chegam a afirmar alguns textos da tradição judaica, que
falam até em rosto resplandecente do primeiro casal, como que fazendo uma alusão à aparência, ainda que
temporária, da glória de Deus no rosto de Moisés depois que ele esteve no monte Sinai no segundo período
de quarenta dias e quarenta noites, após o episódio do bezerro de ouro (Ex.34:29-35).

- Não podemos afirmar se havia tal resplendor, ou não, mas como tudo o que Deus fez na criação foi muito
bom (Gn.1:31), é evidente que este bom implica também no belo, não havendo que duvidar de que Adão e
Eva eram belos, além de serem perfeitos.

- Com a queda, passou o tempo a ter influência sobre o corpo humano, que vai se corrompendo dia após dia,
pois não há mais regeneração, vez que o acesso à árvore da vida foi vedado logo após a expulsão do jardim
do Éden (Gn.3:22-24).

- Como se não bastasse a corrupção natural, imposta após a queda, temos também anomalias e deficiências,
que passaram a existir por causa da entrada do pecado no mundo, além das doenças e enfermidades.

- No entanto, mesmo com a queda, manteve-se a capacidade criativa do homem que, por meio dela,
consegue descobrir remédios que curam enfermidades e doenças, seja por intermédio da medicina, seja por
meio mesmo da chamada “sabedoria popular”, como há a própria ação divina na cura, sempre que tal cura
significar a glória ao nome de Deus.

- Como afirma a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, “…A Bíblia mostra que a obra redentora de
Cristo incluiu também o corpo: ‘Gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do
nosso corpo’ (Rm.8:23). A vontade de Deus é, portanto, curar tanto a alma como o corpo: ‘É ele que perdoa
todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades’ (Sl.103:3). Faz parte da natureza divina curar
os enfermos, e Deus assim o faz para demonstrar o Seu poder e amor pelos afligidos [Lc.13:11-13]…”
(Cap.XXI, p.180).

- Como afirma Vitor Germano da Silva Oliveira: “…A criação divina tinha propósitos definidos. Os homens
deviam conhecer, amar e obedecer a Deus. Deviam viver em harmonia uns com os outros e exercer domínio
sobre o restante da criação…” (ibid.).

- Antes da queda, o homem era perfeita imagem e semelhança de Deus. Era um homem reto. Entretanto,
tal imagem ficou distorcida, não totalmente destruída, pois o pecado nunca é mais forte do que Deus. Tal
imagem distorcida fez com que os seres humanos passassem a ser “imagem e semelhança de Adão” (Gn.5:3)
e o homem somente pode voltar a ser “imagem e semelhança de Deus” quando crê em Jesus Cristo, pois,
então, passamos a ser conformes a imagem de Cristo (Rm.8:29), que é a expressa imagem de Deus (Hb.1:3).

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Ev. Caramuru Afonso Francisco

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