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Efetivamente Marx estava certo. Não há como conceber uma ideologia que não
seja a da classe dominante numa sociedade. A partir da leitura dos demais textos da
disciplina, pôde-se perceber, ainda, que o próprio Estado teria papel fundamental na
manutenção e reprodução dessa ideologia (na maioria das vezes a ideologia capitalista),
isso porque age como um aliado a esse sistema, sendo um ator essencial “para garantir
as [suas] condições de acumulação e legitimidade” (COELHO, p. 58). No mesmo
sentido nos ensina PRZEWORKSI quando trouxe as ameaças contra a manutenção,
acumulação, legitimidade e crescimento do sistema capitalista por si próprio
(comentadas uma a uma no fórum, explicando a participação do Estado para a
continuidade do sistema capitalista).
Ainda analisando o Estado e sua relação com os entes privados (agora no fórum
n. 02), identificamos duas noções do que traduziria o atual “status” da democracia: a) a
concepção de democracia de Schumpeter, que seria “um sistema de competição entre
elites que disputam o voto popular com o objetivo de exercer as funções de governo, e
de seleção dos governantes entre as elites por via eleitoral” (COELHO, p. 63),
desprezando-a como sistema deliberativo e de construção coletiva; e b) a concepção de
democracia de Dahl, que a vê como um “sistema ideal” mais ligado à concepção
clássica de democracia (poder igualmente distribuído e exercido pelo povo), preferindo
definir o sistema atual com uma “poliarquia” (exercício do poder na sociedade feito de
forma pluralista, isto é, distribuído na mão de várias pessoas (lideranças). Nesse ponto
não há como negar que vivemos (no Brasil) uma democracia parecida com o que o autor
chamou de poliarquia, eis que somos obrigado a lidar com a desigualdade material da
população, que favorece a chegada ao poder de líderes das elites brasileiras, não tendo o
povo poder e organização suficientes (em razão da opressão das elites) para reverter tal
quadro.
Entretanto, o até então dominante pensamento liberal foi impactado pela grande
crise de 1929, visto que não se poderia mais crer que o mercado seria completamente
autorregulável e que não necessitaria de intervenção estatal. Na materialização desse
pensamento foi que ocorreu a quebra da bolsa de New York devido à busca incessante
por lucros de muitos grupos industriais e financeiros nos EUA. Somente foi possível
superar a grande crise do capitalismo por meio do chamado “new deal”, um pacote de
medidas intervencionistas do Estado americano na economia.