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Física 1 – Curso Técnico em Mecânica Integrado ao Ensino Médio – Campus Paracambi - IFRJ
Resumo
Com uma tarefa simples, como o cálculo da velocidade de um objeto em movimento, esta
atividade de laboratório visa mostrar o uso de equipamentos como o trilho e ar e o sensor de
movimento, no uso de atividades práticas de laboratório de física, principalmente ligadas à
cinemática. O fenomeno observado foi o movimento com velocidade constante (movimento
uniforme) do objeto de estudo, um carrinho sobre o trilho de ar.
1 - Introdução
O movimento uniforme é um dos primeiros tópicos a serem abordados em cursos de
mecânica e introdução a física. É um modelo que encontra bastante aplicações práticas no dia
a dia, desde previsão de chegada de viagens, até previsões do tempo (considerando o
movimento de massas frias e quentes).
Sua principal característica é a ausencia de aceleração, tanto centripeta quanto linear,
resultando em um movimento que esteja sempre com a mesma velocidade, sentido e direção
fazendo uma trajetória uniforme e em linha reta. Por causa disto, ele também é conhecido como
movimento retilíneo uniforme (M.R.U.)
Tomando-se como referência um sistema de posicionamento cartesiano (mesmo que em
uma única direção), as equações que regem o modelo de movimento uniforme são as mesmas
usadas em funções lineares, onde o coeficiente agular faz o papel de velocidade e coeficiente
linear faz o papel de posição inicial. Para movimento uniforme, esta função é chamada de
função horária da posição, associando cada valor do argumento “tempo” com um valor da
variável dependente “posição”. Esta função pode ser expressa por:
𝑆(𝑡) = 𝑆0 + 𝑣𝑡 (1)
Onde:
S(t) indica a posiçao “S” em função do tempo “t”
S0 indica a posição inicial (neste caso, a posição para quando t = 0)
𝑣 indica a velocidade do objeto.
2 - Materiais e métodos
A B
Foi utilizado um trilho de ar da marca AZEHEB, modelo AZB178. Neste trilho de ar,
está anexado a uma fita métrica ao longo de seu perfil. Esta fita tem graduações em centímetros
que foram utilizadas como sistema de localização do “carrinho” e dos sensores.
∆𝑆 = 𝑆2 − 𝑆1 (2)
Enquanto a massa suspensa estiver “puxando” o carrinho, este está acelerando. Ele só
entrará em movimento uniforme quando esta massa suspensa repousar sobre o chão ou sobre
alguma outra superficie de sustentação. Ajustou-se a altura desta superfície para que a massa
suspensa chege até ela antes que o carrinho passe pelo primeiro sensor. Desta forma, ao passar
pelo primeiro sensor, o carrinho não estava mais em movimento acelerado, mas em movimento
uniforme. Garante-se assim, a reprodutibilidade do esperimento, uma vez que esta configuração
da sempre a mesma velocidade ao carrinho.
𝑆2 −𝑆1
𝑣= (4)
∆𝑡𝑚é𝑑𝑖𝑜
3 - Resultados
0,276+0,274+0,275+0,275+0,274
∆𝑡𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (8)
5
Utilizando três casas decimais como algarismos significativos, o valor do tempo médio será:
O que resulta em
𝑣 = 0,509 𝑚/𝑠 (11)
2
Posição (metros)
1.5
0.5
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
tempo (segundos)
Ou seja, 5,560 segundos após passar pelo primeiro sensor, o “carrinho” passaria pela posição
S=3 metros.
4 - Discussão
O trilho de ar, apesar de não anular totalmente, faz o atrito chegar quase a zero. Isto faz com
que o movimento do carrinho possa ser caracterizado pela função horária que rege movimentos
uniformes. Para isto, foi necessário considerar desprezível algumas variáveis do problema, pois
além do atrito, a resistência do ar, a massa da linha, a massa da polia e uma imperceptivel
inclinação do trilho foram consideradas nulas. Esta aproximação mostrou-se viável, pois os
resultados estavam todos dentro do esperado.
O cálculo da velocidade chegou a um valor dentro da faixa esperada, mostrando coerencia do
modelo usado. Além disso, a medida do tempo, usada neste cálculo, mostrou uma pequena
variação ao longo das medidas, que, apesar de mostrar alguma influencia de variáveis não
consideradas, mostra coerencia no forma de dar movimento ao carrinho, uma vez que a maior
variação foi de 0,002 segundos. Durante todo o trabalho, por escolha arbitrária, os valores foram
aproximados para 3 casas decimais.
A função horária foi montada com facilidade, considerando a posição do primeiro sensor como
posição inicial. Esta consideração é totalmente coerente, uma vez que quando o carrinho passa
por este sensor, o cronometro dispara, ou seja, nesta posição t = 0.
O gráfico foi construido com facilidade, com auxilio de software. Este gráfico é uma linha reta,
como acontece com todas as funções lineares.
É importante mencionar que a equação (7) é um desdobramento da função horária, e também
seria possível fazê-lo pela equação (12).
5 - Conclusões.
Os intervalos de tempo são aproximadamente regulares, o que mostra que a forma como o
carrinho foi posto em movimento é reprodutível.
A velocidade encontrada foi de 0,509 metros por segundo, compatível com as dimensões e a
ordem de grandeza das medidas de tempo do experimento.
A função horária foi criada, com os dados usados e a velocidade calculada. O gráfico é uma
representação visual desta função, contendo suas informações. Com a função horária, foi
possível prever o tempo para uma suposta posição S = 3m, caso o trilho de ar tivesse tais
dimensões.
Referências
IENH. Manual de normas de ABNT. Disponível em www.ienh.com.br
LAUDARES, F.; LOPES, M.C.S.M.; CRUZ, F.A.O. Usando Sensores magnéticos em um
trilho de ar. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 26, n. 3, p. 233 - 236, (2004)
OLIVEIRA, N. M.; ESPINDOLA, C. R. Trabalhos acadêmicos: recomendações práticas.
São Paulo: