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A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA INSTITUIÇÃO

ESCOLAR EM COLABORAÇÃO A GESTÃO EDUCACIONAL

Carolina Terribile Teixeira 1 - UFSM

Grupo de Trabalho - Psicopedagogia


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

O presente estudo tem como proposta debater sobre a articulação entre a Psicopedagogia
Institucional e a Gestão Educacional, além de entender como acontece o trabalho colaborativo
entre ambas, procurando estabelecer tais aproximações. Logo, pesquisa a atuação
Psicopedagógica na instituição escolar em colaboração à Gestão Educacional, ou seja, busca
compreender como acontece a atuação Psicopedagógica na instituição escolar em colaboração
da Gestão Educacional edefinir como essa atuação colaborativa reflete na comunidade escolar
e como a mesma contribui para isso. Dessa forma, foi realizada uma pesquisa bibliográfica
com embasamento em autores tanto da área da Psicopedagogia Institucional quanto da Gestão
Educacional. São alguns deles: Grassi (2009), Oliveira (2009), Lück (2006), Bordignon e
Gracindo (2011). A relevância desta pesquisa firma-se na importância de realizar uma
aproximação entre as áreas da Psicopedagogia Institucional e a Gestão Educacional, pois
juntas, em colaboração uma com a outra, podem proporcionar melhoras no ambiente escolar.
Isso porque possibilitam a reflexão na atuação pedagógica, no espaço de ensino e de
aprendizagem e na compreensão do processo de aprendizagem dos alunos. Salienta-se que a
colaboração entre as duas áreas também gera reflexos positivos na participação da
comunidade escolar. Como resultado, percebeu-se que a atuação psicopedagógica na
instituição escolar em colaboração à gestão educacional contribui para que as necessidades e
as especificidades dos alunos sejam compreendidas e que a prática desenvolvida as atenda.
Sendo assim, realizando um trabalho em conjunto da Gestão Educacional, da Psicopedagogia
Institucional e da Comunidade Escolar é possível identificar, compreender e estabelecer
estratégias com a finalidade de que as dificuldades encontradas sejam minimizadas.

Palavras-chave: Educação. Psicopedagogia Institucional. Gestão Educacional.

Introdução

Os conhecimentos da Psicopedagogia Institucional contribuem muito para a


organização do ambiente educacional, abrangendo alunos e professores. Assim também, a
1
Educadora Especial, Especialista em Gestão Educacional, Especialista em Psicopedagogia Clínica e
Institucional, Mestranda em Educação, Linha de Pesquisa em Educação Especial (UFSM). e-mail:
carol_terribile@hotmail.com

ISSN 2176-1396
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Gestão Educacional é fundamental para a organização do sistema de ensino, a formação de


professores e o engajamento da comunidade escolar. Nesse sentido, é importante que sejam
realizados estudos que procurem relacionar as duas áreas e suas contribuições uma com a
outra - e de ambas - para a educação em geral.
Diante disso, este artigo propõe-se a debater a respeito da articulação entre
Psicopedagogia Institucional e Gestão Educacional, sendo seu tema central as aproximações
entre as duas áreas. Dessa forma, o texto visa a entender como acontece a atuação
Psicopedagógica na instituição escolar em colaboração com a Gestão Educacional. Os
objetivos específicos da pesquisa são compreender como acontece a atuação Psicopedagógica
na instituição escolar em colaboração a Gestão Educacional; e definir como essa atuação
colaborativa reflete na comunidade escolar (e como contribui para isso).
Esta pesquisa é relevante, pois, busca proporcionar uma aproximação entre as duas
áreas: Psicopedagogia Institucional e Gestão Educacional. Essas áreas trabalhando em
colaboração podem proporcionar melhoras no ambiente escolar que se refletem na atuação
pedagógica, no espaço de ensino e aprendizagem e na compreensão do processo de
aprendizagem dos alunos.
É importante salientar também que este trabalho em colaboração pode produzir
reflexos positivos na compreensão e na participação da comunidade escolar. Isso porque
algumas das dificuldades encontradas nas escolas emergem dela e, tendo estabelecida uma
relação entre escola e comunidade escolar, possibilita-se a melhor compreensão dessas
dificuldades e da realidade local.
Sendo assim, um profissional como o psicopedagogo institucional que atua em escolas
tem como especialidade o estudo do processo de ensino e de aprendizagem e suas
dificuldades. Com isso, esse profissional atuando em colaboração com a Gestão Educacional
irá contribuir para que a escola visualize, compreenda suas dificuldades e organize-se para
trabalhar em conjunto a fim de superá-las e/ou minimizá-las. Nesse viés, consideram-se
necessário o envolvimento e o comprometimento do psicopedagogo institucional, da gestão
educacional e da comunidade escolar.
Esta pesquisa foi baseada em estudos bibliográficos que discutem acerca da
Psicopedagogia Institucional, da sua atuação no espaço escolar, assim como da relação com a
Gestão Educacional, buscando compreender como essa articulação dá-se e como se reflete na
comunidade escolar e como ela contribui para isso. Foram consultados estudos de autores
tanto da área da Psicopedagogia Institucional quanto da Gestão Educacional, portanto,
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caracteriza-se sendo uma pesquisa do tipo bibliográfica. Segundo Cervo; Bervian; Da Silva
(p. 79, 2007) “tem como objetivo encontrar respostas aos problemas formulados, e o recurso
utilizado para isso é a consulta de documentos bibliográficos”.
Após o levantamento das leituras a serem estudadas, buscou-se compreender a
conexão entre ambas as áreas de estudo e refletir a respeito a partir dos embasamentos
teóricos. Sendo assim, a metodologia adotada possibilitou a pesquisa em duas áreas que se
complementam e a busca pela resposta ao problema proposto, seguindo os delineamentos
bibliográficos encontrados e estudados.

A Psicopedagogia Institucional em colaboração à Gestão Educacional

A importância da Psicopedagogia Institucional consolida-se no momento em que o


profissional dessa área consegue olhar e escutar com a devida atenção um grupo de pessoas
que faça parte de uma instituição/escola. Dessa forma, por meio da avaliação Psicopedagógica
Institucional, é possível compreender quais as necessidades desse grupo, qual a melhor forma
para que ele aprenda e se desenvolva de forma ampla. Logo:

o trabalho psicopedagógico institucional é realizado com base na análise das redes


de relações que se estabelecem em instituições que atuam, direta ou indiretamente,
em processos de ensino e aprendizagem. Logo, seu objeto de estudo é a instituição,
seja ela uma escola, um hospital ou uma empresa, onde pessoas se relacionam,
ensinam e aprendem (GRASSI, 2009, p. 146).

A partir do que Grassi (2009) afirma, pode-se compreender a amplitude de abordagem


dessa área que não se detém apenas ao ambiente escolar. Além disso, firma-se que a
psicopedagogia no espaço institucional tem um papel importante no auxílio nas relações de
ensino e aprendizagem.
Essa relação é influenciada por todos que a constituem, sejam alunos, professores,
comunidade escolar em geral, assim como as metodologias utilizadas. Portanto, é preciso
compreender essas diferenças e aproveitar de cada um aquilo que melhor pode contribuir para
um processo de ensino e aprendizagem que busque minimizar ou até superar as dificuldades
identificadas no contexto da instituição.
Dessa forma, o psicopedagogo, em uma ação institucional, dedica atenção ao grupo e
pode atuar de forma preventiva. Isso possibilita a abordagem de diferentes projetos, a
compreensão da cultura dessa instituição e a forma como o grupo interage entre si. Ressalta-
se o que é destacado por Oliveira (2009, p. 39) que diz: “a psicopedagogia institucional se
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propõe, portanto a estar atenta às inúmeras possibilidades de construção do conhecimento e


valorizar o imenso universo de informações que nos circunda”.
Para isso, em sua atuação o psicopedagogo institucional, busca contribuir de forma
com que a instituição melhore no processo de ensino,e que isso aconteça por meio de
trabalhos envolvendo aprendizagens cooperativas, do estreitamento da relação com a
comunidade escolar, da promoção de momentos de formação para seus professores, entre
outros.
Grassi (2009, p. 150) destaca a importância do diálogo no processo de avaliação
institucional quando o psicopedagogo insere-se na atuação na escola. “O psicopedagogo
desenvolve seu trabalho orientando os elementos que compõem essa instituição, pontuando o
que precisa ser feito e, às vezes, como deve ser feito, sendo o diálogo fundamental nesse
processo”.
Além disso, é essencial, no processo de avaliação, observar a instituição como um
todo, como acontece o seu funcionamento, como o processo de ensino e de aprendizagem é
direcionado e como as relações entre o grupo constituem-se e estabelecem-se. O olhar para a
rede de relações e de ações, que estão presentes na instituição, acarreta também a percepção e
a compreensão de fatores de ordem social, política e econômica que se refletem no ambiente
escolar.
É em interação com seu meio social que o indivíduo constitui-se, e um desses meios é
a escola. É nela que o aluno tem espaço para se transformar e influenciar a transformação dos
outros. Logo, nessa troca mútua, com influências diversas advindas de todas as realidades que
circundam o espaço escolar, é que se torna possível perceber os avanços e também as
dificuldades e os fracassos.
A dificuldade de aprendizagem é um sintoma que se destaca na escola, mas pode
emergir de uma situação social, familiar, entre outras. Nesse sentido, Oliveira (2009, p. 99)
afirma: “a dificuldade de aprendizagem pode, portanto, caracterizar-se como um sintoma que
emerge em uma situação familiar, configurando-se a partir do não-cumprimento das funções
sociais por parte de determinado sujeito, [...]”.
Todas essas convergências de influências que cercam a vivência tanto de alunos
quanto de professores refletem-se na atuação pedagógica, na Gestão Educacional e na
intervenção Psicopedagógica Institucional. Por isso é preciso estar sempre atento à realidade
que circunda a instituição e aos comportamentos e às ações dos indivíduos que dela fazem
parte.
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Ao realizar a atuação psicopedagógica, o psicopedagogo institucional vai analisar o


sintoma referido na queixa prestada e, diante disso, o que isso afeta no funcionamento da
instituição e no processo de ensino e aprendizagem. Depois de realizado todo o processo de
avaliação, o psicopedagogo institucional irá chegar a um diagnóstico da realidade estudada
que, para Oliveira (2009, p. 64):

[...], o diagnóstico é muito mais do que uma coleta de dados, sobre a qual se
organiza um raciocínio. Ele é um momento de transição, como um passaporte para a
intervenção posterior. Usa de aproximação sucessiva para entrar em contato com seu
objeto de estudo.

Também sobre isso, Oliveira (2009) salienta que essa troca é uma dinâmica de
relações e que assim deve ser entendido. Além disso, destaca que, para entender o processo de
ensinar e aprender, é preciso ter uma compreensão das causas do sintoma apresentado, como
também é preciso um olhar psicopedagógico direcionado ao fenômeno. Para compreender as
causas do sintoma apresentado, é importante que se conheça a realidade vivenciada, com a
finalidade de melhor direcionar a ação psicopedagógica.
Ao propor uma intervenção, o psicopedagogo precisa refletir sobre as necessidades da
escola para que sua atuação venha a contribuir para a solução dessas demandas. Então, é
preciso influenciar a reflexão crítica sobre a atuação no ambiente escolar e o processo de
ensino e aprendizagem perpassando por todas as instâncias da instituição.
Segundo Oliveira (2009, p. 84):

a intervenção do psicopedagogo tem como objetivo potencializar ao máximo a


capacidade de ensinar dos profissionais que a integram e a capacidade de aprender
dos alunos, supondo que há um complexo emaranhado em que aspectos estruturais e
organizacionais e as configurações relacionais intra e extrainstituições interagem
constantemente.

Portanto, a intervenção psicopedagógica visa a possibilitar a transformação tanto da


instituição como dos próprios sujeitos,compreendendo a dinâmica estabelecida entre as partes
e buscando a melhor forma de operacionalizá-las. Assim, acontecerá um trabalho colaborativo
entre a psicopedagogia e a gestão educacional, possibilitando uma transformação de forma
mais abrangente, com a reflexão não apenas no ambiente escolar, mas também que se estenda
para a comunidade escolar.
É necessário que a atuação do psicopedagogo esteja de acordo e leve em consideração
a proposta apresentada no Projeto Político Pedagógico da instituição, pois esse documento é o
que define o perfil da escola e de suas ações. Com isso, tendo conhecimento do que embasa as
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ações dessa instituição, o psicopedagogo institucional pode agir em colaboração a Gestão


Educacional. Essa ideia compreende ao que Lück (2006, p. 35) defende:

gestão educacional corresponde ao processo de gerir a dinâmica do sistema de


ensino como um todo e de coordenação das escolas em específico, afinando com as
diretrizes e políticas educacionais públicas, para a implementação das políticas
educacionais e projetos pedagógicos das escolas, compromissado com os princípios
da democracia e com métodos que organizem e criem condições para um ambiente
educacional autônomo [...] de participação e compartilhamento [...], autocontrole
[...] e transparência.

Em conformidade com isso, Bordignon e Gracindo (2011, p. 149) destacam que


“pensar, pois, um processo educacional e a ação das escolas significa definir um projeto de
cidadania e atribuir uma finalidade à escola que seja congruente com aquele projeto”. Nesse
viés torna-se evidente a necessidade de articulação entre gestão e comunidade escolar. Com
isso, os autores afirmam também que:

a gestão democratizada da escola autônoma consiste na mediação das relações


intersubjetivas, compreendendo, antes e acima das rotinas administrativas:
identificação de necessidades; negociação de propósitos; definição clara de objetivos
e estratégias de ação; linhas de compromissos; coordenação e acompanhamento de
decisões pactuadas; mediação de conflitos, com ações voltadas para a transformação
social (BORDIGNON; GRACINDO, 2011, p. 164).

Nesse sentido, conhecer e ter uma relação próxima entre comunidade escolar e a
escola é imprescindível. Além disso, torna possível que todos trabalhem em prol da educação.
Segundo Beyer (2003, p. 4):

participando da rotina escolar, o psicopedagogo interage com a comunidade escolar,


participando das reuniões de pais - esclarecendo o desenvolvimento dos filhos; dos
conselhos de classe - avaliando o processo didático metodológico; acompanhando a
relação professor-aluno - sugerindo atividades ou oferecendo apoio emocional e,
finalmente acompanhando o desenvolvimento do educando e do educador no
complexo processo de aprendizagem que estão compartilhando.

Essa ideia vem a corroborar com o que diz Paro (2008, 1): “A educação, entendida
como emancipação humana, precisa levar em conta a condição de sujeito tanto de educandos
quanto de educadores”. A partir disso, é importante que sejam feitos esforços para
compreender ambas as partes e as necessidades específicas identificadas.
Para se ter um processo de ensino e aprendizagem estimulador para alunos e
professores, é necessário compreender o que os alunos precisam para aprender e o que os
professores precisam para ensinar. Além disso, é preciso que se tenham professores
preparados por meio de processos formativos e que procurem proporcionar aos seus alunos
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experiências educacionais que estimulem o processo de aprendizagem tornam a prática


enriquecedora.
Soares e Sena (s/d, p. 2) ressaltam a respeito da atuação do psicopedagogo na
instituição promovendo formações e orientações, dizendo que:

o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação


de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola. Cabe também ao
profissional detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; participar
da dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de
integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as
características dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação educacional,
vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.

Os fatores envolvidos na educação são articulados pela gestão, a qual deve buscar o
caminho para planejar e agir com a participação de todos os sujeitos envolvidos. As ações
articuladas - e com colaboração de diferentes áreas - precisam ter:

a compreensão da visão, missão, valores e princípios assumidos pela escola, assim


como dos seus objetivos e metas, constitui-se em condição para o estabelecimento
da unidade entre as diferentes ações educacionais, de modo a dar o sentido de
continuidade entre elas e obter resultados mais amplos e consistentes. (LÜCK, 2006,
p. 84).

Assim, contar com a colaboração de um psicopedagogo institucional contribui para


que as decisões e a prática a ser realizada tenham uma estratégia bem elaborada. Isso porque
será composta tanto pela visão da gestão quanto da psicopedagogia, oportunizando, dessa
maneira, que os reflexos obtidos sejam positivos e duradouros. Isso pode ser uma forma de
caracterizar a dimensão social que essas ações em conjunto, tanto da psicopedagogia como da
gestão educacional, podem atingir promovendo mudanças no espaço escolar e na forma como
os sujeitos envolvidos nesse processo relacionam-se entre si e com a própria educação.
A questão da gestão educacional e a dimensão política e social que a permeia são
tratadas por Lück (2006, p. 49), que diz o seguinte:

é importante notar que a idéia de gestão educacional, correspondendo a uma


mudança de paradigma, desenvolve-se associada a outras idéias globalizantes e
dinâmicas em educação, como, por exemplo, o destaque á sua dimensão política e
social, ação para a transformação, participação, práxis, cidadania, autonomia,
pedagogia interdisciplinar, avaliação qualitativa, organização do ensino em ciclos,
etc., de influência sobre todas as ações e aspectos da educação, inclusive as questões
operativas, que ganham novas conotações a partir delas.

Lück (2006), à respeito da gestão educacional, esclarece que ela abrange tanto a gestão
dos sistemas de ensino quanto a gestão escolar. Além disso, ressalta que a gestão educacional
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tem como foco a interação social, o que é importante para que se efetive uma gestão
democrática e participativa, com a colaboração da comunidade escolar.
Em relação a isso, Paro (2008, p. 6) afirma que:

em termos organizacionais, os mecanismos autoritários de mando e submissão


devem dar lugar a processos e dispositivos que favoreçam a convivência
democrática e a participação de todos nas tomadas de decisão. Nesse sentido é que
devem ser implementados os conselhos escolares, os grêmios estudantis e outras
formas que favoreçam a maior participação de todos os usuários e o relacionamento
mais humano e mais democrático de todos os envolvidos nas atividades escolares.

Dessa forma, para que aconteça uma transformação do processo educacional, é preciso
que seus participantes sejam conscientes de sua responsabilidade por seus desenvolvimento e
resultado. Assim como, Lück (2006, p. 76) destaca que “o processo educacional só se
transforma e se torna mais competente na medida em que seus participantes tenham
consciência de que são co-responsáveis pelo seu desenvolvimento e seus resultados”.
A realidade educacional é dinâmica e complexa; por isso, faz-se necessário valorizar a
realidade local e as vivências dos alunos como uma forma de aproximação que possibilita a
compreensão desse meio. Também, enfatiza-se que com a colaboração de todos os envolvidos
no processo educacional é possível melhor atender as ações necessárias.
Segundo Soares e Sena (s/d, p. 1):

cada vez mais se faz necessário inserir o psicopedagogo na instituição escolar, já que
seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou prejudicam
uma boa aprendizagem em uma instituição. O papel da Psicopedagogia e da
Educação é o de instituir caminhos entre os opostos que liguem o saber e o não saber
e estas ações devem acontecer no âmbito do indivíduo, do grupo, da instituição e da
comunidade, visando a aprendizagem [...].

Articular a visão, a partir da Psicopedagogia Institucional com a visão a partir dos


estudos sobre Gestão Educacional, possibilita a compreensão mais abrangente do processo de
ensino e aprendizagem e como agir em momentos de dificuldades. Ações conjuntas tendem a
superar, com maior eficácia, os casos de fracasso e melhoram a qualidade do ensino.
Beyer (2003, p. 4) destaca que a psicopedagogia institucional pode ter caráter
assistencial e que, nesse formato de atuação,

[...] o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e


projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que
professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a
sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da
própria "ensinagem".
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Nesse sentido, a Psicopedagogia Institucional, em colaboração com a Gestão


Educacional, possibilita que sejam elaborados projetos que favoreçam o processo de ensino e
de aprendizagem de forma que compreenda as diferenças existentes e as necessidades de seus
alunos. Também, pode ser um suporte aos professores para sua formação.
É importante que a escola seja próxima de sua comunidade escolar, que desenvolvam
projetos em parceria. A comunidade precisa participar das ações da escola e da sua gestão,
porque, para o psicopedagogo institucional, essa relação da comunidade com a escola facilita
a compreensão da organização sistemática dessa instituição e o reflexo no processo de ensino
e aprendizagem.
O psicopedagogo, em sua avaliação e atuação, leva em consideração a relação do
sujeito com o meio em que está inserido, pois o processo de aprendizagem é influenciado por
essas vivências. Por isso, a necessidade de a escola ter uma boa relação com sua comunidade,
de atuar de forma que traga elementos do local a sua forma de ensino, procurando levar em
consideração a história de vida e experiências de seus alunos.
Nesse sentido, Oliveira (2009, p. 94) diz que:

entender o sujeito da aprendizagem de forma contextualizada permite ao


psicopedagogo e ao educador que se subsidia pelo saber psicopedagógico uma visão
mais compreensiva das particularidades existenciais do sujeito, de maneira que
possamos melhor inseri-lo nos sistemas dos quais ele faz parte.

Uma escola que tem uma gestão democrática e participativa, bem organizada com a
participação da sua comunidade e que a escuta, tem evidências positivas no rendimento dos
alunos. Para a atuação do psicopedagogo, o conhecimento da realidade local ajuda a delinear
o perfil e a identificar certas dificuldades; dessa forma, torna mais fácil o processo de
avaliação e de atuação psicopedagógica.
Dificuldades identificadas na escola não são específicas da escola, do aluno, da família
do aluno, mas sim de um conjunto de fatores e sujeitos que contribuem de alguma forma para
isso. Sendo assim, estão envolvidos fatores sociais, institucionais e individuais, e é importante
identificar como cada parte envolvida trata da dificuldade. Além disso, é importante dar voz
aos sujeitos que enfrentam essas dificuldades e procurar compreendê-los nas suas
singularidades, pois, dessa maneira, será possível auxiliá-los e solucionar ou minimizar as
dificuldades encontradas na escola.
Lück (2006) salienta que é necessário reconhecer como elementos substanciais da
realidade o pluralismo, a diversidade e a multiplicidade que são fatores que compõem a
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complexidade da realidade estudada. Por isso, a intervenção de forma articuladora,


contextualizada com todos os segmentos envolvidos proporciona ações engajadas na busca
por melhoras no processo de ensino e aprendizagem.
Ter um conhecimento contextualizado a respeito do caso investigado proporciona que
o psicopedagogo compreenda, de melhor forma, tanto a especificidade quanto a amplitude do
que precisa ser trabalhado em sua intervenção. No caso da atuação da Psicopedagogia
Institucional em colaboração com a Gestão Educacional, possibilita a análise das dificuldades
encontradas na escola, a partir dos dois pontos de vista, e, assim, encontrar a melhor forma de
ação para que se resolva efetivamente.

Considerações Finais

Compreender a Psicopedagogia Institucional e a Gestão Educacional - cada uma na


sua especificidade e suas contribuições para o âmbito educacional - é importante para que se
possa realizar um trabalho que as articule. Para que aconteça isso, faz-se necessário, no meio
acadêmico, que estudos sejam aprofundados e práticas sejam realizadas com o intuito de
trabalhar com uma área em colaboração a outra.
Por isso, esta pesquisa propôs-se a debater sobre a articulação entre Psicopedagogia
Institucional e Gestão Educacional, buscando as aproximações entre as duas áreas. Com isso,
procurou entender como acontece a atuação Psicopedagógica na instituição escolar em
colaboração com a Gestão Educacional. Por meio de um estudo bibliográfico, consultando
autores tanto da área da Psicopedagogia quanto da Gestão Educacional, conseguiu-se
responder ao seu problema de pesquisa.
Foi possível perceber que as duas áreas estudadas completam-se e que é importante e
faz diferença quando acontece um trabalho articulado entre ambas. A atuação colaborativa
proporciona que sejam verificadas com maior eficiência quais são as dificuldades na
instituição e que se trace um caminho de trabalho para superá-las. Somando-se a isso, o
Psicopedagogo Institucional pode contribuir na formação dos professores fazendo um
trabalho de formação continuada, prestando auxílio e contribuindo com esclarecimentos sobre
a aprendizagem.
A Psicopedagogia Institucional tem sua importância consolidada quando o
profissional, em sua prática, olha e escuta um grupo para auxiliá-lo no que for preciso a
respeito do processo de ensino e de aprendizagem. Dessa forma, através da avaliação
Psicopedagógica Institucional, é possível compreender quais as necessidades desse grupo,
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qual a melhor maneira para que os indivíduos que dele fazem parte aprendam e desenvolvam-
se de forma ampla.
Nesse sentido, fica evidente que a atuação psicopedagógica na escola em colaboração
com a Gestão Educacional contribui para a melhoria do processo de ensino e de
aprendizagem, valorizando a realidade local e as vivências dos alunos. Também isso se reflete
na comunidade escolar que, quando chamada a participar da escola e a trabalhar em conjunto
de forma ativa, contribui para que seja possível a compreensão contextualizada de
dificuldades que podem ser encontradas no espaço escolar.
Sendo assim, o trabalho em conjunto contribui para que a prática desenvolvida
compreenda as necessidades e especificidades do espaço escolar que afligem tanto professores
como alunos. A partir da união entre a Gestão Educacional, a Psicopedagogia Institucional e a
Comunidade Escolar, é possível identificar, compreender e estabelecer estratégias para que as
dificuldades encontradas sejam minimizadas. Assim, será possível que se alcance uma prática
educacional significativa e que estimule professores e alunos no processo do aprender.

REFERÊNCIAS

BEYER, M. A. Psicopedagogia: ação e parceria. Disponível em:


<http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=450>. Acesso em: 27 abr.
2014.

BORDIGNON, G.; GRACINDO, R. V. Gestão da educação: o Município e a Escola. In:


FERREIRA, N. S. C.; AGUIAR, M. A. da S. Gestão da educação: impasses, perspectivas e
compromissos. São Paulo: Cortez, 2011.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; DA SILVA, R. Metodologia científica. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2007.

GRASSI, T. M. Psicopedagogia: um olhar, uma escuta. Curitiba: IBPEX, 2009.

OLIVEIRA, M. A. C. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. Curitiba: IBPEX,


2009

LÜCK, H. Gestão Educacional: uma questão paradigmática. Petrópolis, Rio de janeiro:


Vozes, 2006.

PARO, V. H. Política Educacional e Prática de Gestão Escolar. In: SIMPÓSIO


INTERNACIONAL, 2.. FÓRUM NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 5.. 2008, Torres. Anais...
Torres: ULBRA, 2008.
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SOARES, M.; SENA, C. C. B. A contribuição do psicopedagogo no contexto escolar.


Disponível em: <http://www.abpp.com.br/artigos.htm>. Acesso em: 19 abr. 2014.

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