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SEMINARIO TEOLOGICO BATISTA DO NORTE DO BRASIL

CURSO LIVRE DE TEOLOGIA

JULIO CESAR GENUINO DA SILVA LIMA

TRABALHO DE HISTÓRIA DO CRISTIANISMO II

RECIFE, 2017
SEMINARIO TEOLOGICO BATISTA DO NORTE DO BRASIL

CURSO LIVRE DE TEOLOGIA

JULIO CESAR GENUINO DA SILVA LIMA

Trabalho apresentado a Professora Maelite Araújo,


da disciplina História do Cristianismo II, como um dos
pré-requisitos para obtenção da média.

RECIFE, 2017
EXISTE PROBLEMA ENTRE JUDEUS E CRISTÃO NO NOVO
TESTAMENTO?

ATOS 13.39-52
Portanto, meus irmãos, quero que saibam que mediante Jesus lhes é
proclamado o perdão dos pecados.
39 Por meio dele, todo aquele que crê é justificado de todas as coisas das
quais não podiam ser justificados pela lei de Moisés.
40 Cuidem para que não lhes aconteça o que disseram os profetas:
41 ‘Olhem, escarnecedores, admirem-se e pereçam; pois nos dias de vocês
farei algo que vocês jamais creriam se alguém lhes contasse! ’"
42 Quando Paulo e Barnabé estavam saindo da sinagoga, o povo os
convidou a falar mais a respeito dessas coisas no sábado seguinte.
43 Despedida a congregação, muitos dos judeus e estrangeiros piedosos
convertidos ao judaísmo seguiram Paulo e Barnabé. Estes conversavam com eles,
recomendando-lhes que continuassem na graça de Deus.
44 No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra
do Senhor.
45 Quando os judeus viram a multidão, ficaram cheios de inveja e,
blasfemando, contradiziam o que Paulo estava dizendo.
46 Então Paulo e Barnabé lhes responderam corajosamente: "Era necessário
anunciar primeiro a vocês a palavra de Deus; uma vez que a rejeitam e não se
julgam dignos da vida eterna, agora nos voltamos para os gentios.
47 Pois assim o Senhor nos ordenou: ‘Eu fiz de você luz para os gentios,
para que você leve a salvação até aos confins da terra’ ".
48 Ouvindo isso, os gentios alegraram-se e bendisseram a palavra do
Senhor; e creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna.
49 A palavra do Senhor se espalhava por toda a região.
50 Mas os judeus incitaram as mulheres piedosas de elevada posição e os
principais da cidade. E, provocando perseguição contra Paulo e Barnabé, os
expulsaram do seu território.
51 Estes sacudiram o pó dos seus pés em protesto contra eles e foram para
Icônio.
52 Os discípulos continuavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
EXISTE PROBLEMA ENTRE JUDEUS E CRISTÃO NO NOVO
TESTAMENTO?

Atos se ocupa, igualmente, com a oposição que cerca a expansão do


evangelho. "Através de muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus"
(14:22). Lucas reconhece que, assim como o caminho que Jesus seguiu levou ao Seu
assassinato judicial, assim também o caminho da Palavra de Deus está cerceado por
oposição. Começa com a zombaria dirigida contra os apóstolos no dia do Pentecoste,
e continua na forma dos esforços do Sinédrio para forçá-los a guardarem silêncio
acerca de Jesus. Chega a um auge rápido na morte do primeiro mártir, Estêvão, e na
onda de perseguição que seguiu após a sua morte. Um rei judeu procurou cair nas
boas graças do povo, ao mandar matar Tiago, e foi somente um milagre que salvou
Pedro da mesma sorte. Quando os missionários avançaram para o mundo romano, a
oposição os seguia de perto. Usualmente, partia dos judeus, que eram contrários à
evangelização dos gentios; mesmo assim, em muitos casos os judeus conseguiram
obter apoio dos simpatizantes pagãos, na prática de atos de violência contra os
missionários. Ocasio-nalmente, estes distúrbios fizeram com que os missionários
fossem levados diante dos magistrados. A atitude destes últimos era ambivalente. Às
vezes, estavam bem dispostos a administrar justiça sumária contra pessoas que,
segundo parecia, eram os causadores de perturbações sociais. Noutras ocasiões,
porém, surgem, não bem como defensores dos missionários, mas pelo menos como
sustentáculos da lei, sem terem preconceitos ou serem interesseiros, que reconhecem
que as atividades dos missionários não são, de modo algum, contrárias às leis e aos
costumes de Roma.
QUAL PROBLEMA SERÁ ESSE?

O paradigma é o caso de Paulo, e é o interesse que Lucas tem neste tema que
o levou a dedicar tão grande espaço à descrição do período do ca-tiveiro daquele.
Aqui, Lucas torna bem claro que Paulo não ofendeu as leis de Roma, e que, em certo
sentido, somente uma tecnicalidade jurídi-ca impediu que fosse solto pelo governador
romano. Ao mesmo tempo, porém, a história sugere que os governadores romanos
não estavam com-pletamente livres de culpabilidade ao tratarem do caso. Enquanto
os governadores estavam dispostos a sacrificar pessoas para conservar as boas
graças dos judeus, e a buscarem subornos da parte dos réus, os cristãos teriam que
esperar algo menos do que a justiça. Lucas, portanto, revela ter consciência das duras
realidades da vida; por mais inocentes que os cristãos fossem, ainda podiam saber
que seriam vítimas da injustiça.

No que diz respeito aos judeus, as acusações deles contra Paulo eram que
procurou profanar o templo, e, de modo geral, que promo-via uma heresia judaica por
onde quer que passava. A primeira destas acusações (que pouco mais era do que um
pretexto para a sua prisão) é simplesmente negada; pelo contrário, Paulo é
apresentado como sendo um adorador judeu que cumpre as leis. A segunda acusação
é refutada pelo argumento de que Paulo estava apenas adorando e servindo a Deus
segundo a maneira que foi registrada no Antigo Testamento, e que era, e continuava
sendo, um fariseu quanto às suas convicções. Noutras palavras, o cristianismo é o
judaísmo verdadeiro. Esta lição básica se ensina extensivamente, mas fica claro que
os judeus não se impressionavam com ela, embora alguns entre os fariseus tivessem
alguma simpatia com o argumento. Aqui, também, Lucas nada mais pode fazer senão
apresentar a dura realidade de que muitos judeus se recusaram a aceitar a declaração
dos cristãos, no sentido de o cristianismo ser o cumprimento do judaísmo. Ao mesmo
tempo, Lucas emprega o tema para indicar que, do ponto de vista romano, o
cristianismo devia ser encarado como desenvolvimento legítimo do judaísmo, e que
devia, portanto, receber a mesma posição privilegiada de religião tolerada dentro do
Império; as discussões entre os judeus e os cristãos são teológicas quanto à sua
natureza, e delas não toma conhecimento o direito romano.
Diante desta oposição, vêm a lume dois fatos importantes. O primeiro é que os
cristãos são chamados a ficarem firmes e a serem fiéis, a despeito das tribulações
que devem suportar. Quando recebem a proibição de pregar, sua resposta é uma
recusa desafiadora. Certamente, há a necessidade de se retirarem das cidades onde
a sua pregação é proibida, mas simplesmente continuam a evangelização onde
acharem a oportunidade; o manda-mento nos Evangelhos não exigia que
continuassem a batalhar em situa-ções onde não eram benvindos; pelo contrário,
depois de fielmente terem dado testemunho, deviam avançar para outras localidades
(Lc 9:5). No julgamento de Paulo, emerge outro aspecto. Paulo emprega o tribunal da
justiça como lugar onde dá testemunho público; sua preocupação não é defender a
sua própria pessoa, mas, sim, proclamar o evangelho (Lc 21:12-15). A oposição fica
sendo uma ocasião para a evangelização, o que também foi o caso quando Pedro e
Estêvão compareceram em julgamento.

O outro fato é que, a despeito da oposição, a Palavra de Deus continua o seu


progresso triunfante. A mão de Deus está com os missionários mesmo no meio da
perseguição. Não os remove do perigo e do sofrimento, embora ocasionalmente
recebam a proteção divina dos seus inimigos. Aqui também, ressalta-se o realismo de
Lucas: Tiago morre, mas Pedro sobrevi-ve para enfrentar outras batalhas. Paulo é
trazido em segurança de Jeru-salém para Roma, a despeito de todos os tipos de
obstáculos e perigos. O propósito declarado de Deus será cumprido, seja qual for a
oposição. Atos é a história do progresso triunfante da Palavra de Deus.
CONFUSÃO ENTRE OS JUDAIZANTES E JUDEUS CRISTÃOS

Atos reflete as tremendas tensões que existiam na igreja primitiva no que diz
respeito à base da missão gentia. Embora os Evangelhos registrem a comissão dada
por Jesus, no sentido de Seus discípulos levarem o evangelho a todas as nações, a
igreja era originalmente composta de judeus, e entre os judeus levava a efeito a
evangelização. Diferentemente do que geralmente se acredita, Lucas não menciona
a presença de gentios no dia do Pentecoste, a não ser os prosélitos judeus (2:10).
Dentro de poucos anos, porém, a igreja acabou pregando o evangelho aos
samaritanos, aos tementes a Deus que não eram circuncidados, e, finalmente, aos
gentios pagãos. Lucas considera que está progressão foi a vontade de Deus,
profetizada de antemão; os eventos se desdobraram sem qualquer plane-jamento da
parte da igreja. A igreja tinha que se entender com este fato.

A essência do problema era se a ascensão da igreja produzira uma no-va


sociedade que era diferente do judaísmo. Visto que os primeiros cristãos eram judeus,
era natural que vivessem como judeus — circuncidassem os seus filhos e vivessem
de acordo com a Lei de Moisés, embora, reconhe-cidamente, pudesse haver variadas
maneiras de interpretar a Lei, e o próprio Jesus demonstrara bastante liberdade no
que dizia respeito a certos as-pectos dela. O mesmo modo de vida podia ser esperado
dos prosélitos judeus que se converteram ao cristianismo. Assim, o cristianismo podia
ser enca-rado como sendo o cumprimento verdadeiro e apropriado do judaísmo; o
Messias prometido viera, e trouxera renovação ao Seu povo.

Dois fatores perturbavam está suposição fácil. De um lado, ficou sen-do sempre
mais óbvio que os líderes judaicos e muitos entre o povo nato estavam dispostos a
aceitar Jesus como o Messias, e uma evolução fácil desde o judaísmo do século I até
o cristianismo, simplesmente mediante a incorporação da mensagem cristã de Jesus
como Messias foi excluída. Na realidade, o judaísmo dos contemporâneos da igreja
primitiva desviara-se da verdade. Foi Estêvão quem deu expressão à crítica dos
judeus do seu tempo, ao alegar que deixaram de seguir fielmente à Lei de Moisés, e
que o culto que prestavam a Deus no templo desagradava a Ele. Não é de se
estranhar que este ataque provocasse forte oposição da parte dos líderes dos judeus,
e talvez possamos suspeitar que o ponto de vista de Estêvão não foi imediatamente
compartilhado por todos os membros da igre-ja. Mesmo assim, haveria forçosamente
de ficar sempre mais óbvio que o judaísmo oficial se opunha à igreja, e considerava
heréticas as suas opiniões.

Havia, do outro lado, o problema da entrada dos gentios na igreja, que, além
de intensificar a oposição contra a igreja da parte do judaísmo, também levantava
urgentes perguntas dentro da igreja, quanto ao seu próprio caráter e modo de vida. Já
houve muito debate acerca do modo de Lucas encarar a natureza da igreja. Um dos
pontos de vista é que a encara-va como instituição essencialmente judaica, o povo de
Deus, que consistia em judeus, e do qual os judeus que se recusavam a arrepender-
se ficavam cortados, e ao qual os gentios que se convertem podem juntar-se. O outro
ponto de vista é que Lucas encarava o propósito de Deus como sendo o ajuntamento
de um novo Israel, composto de judeus e gentios, e que descre-ve a progressiva
separação entre a igreja e o judaísmo. A verdade prova-velmente se acha nalgum
lugar entre os dois extremos; nosso ponto de vista é que Lucas ressalta as origens
judaicas da igreja e as suas raízes nas profecias do Antigo Testamento, mas ao
mesmo tempo demonstra que se trata de um povo de Deus, composto de judeus e
gentios crentes, no qual os judeus podem achar o cumprimento do judaísmo, e não
se requer dos gentios que se tornem judeus.

Como, porém, seria possível tal coisa no nível prático? O problema era duplo.
Em primeiro lugar, os cristãos judeus poderiam ter comunhão com os gentios sem se
tornarem "impuros" através do contato com pessoas que não observavam as leis de
Moisés? Em segundo lugar, os gentios podiam entrar num relacionamento verdadeiro
com Deus e Seu povo meramente através da aceitação de Jesus como Messias? Não
se exigia da parte deles que observassem a lei judaica, inclusive a circuncisão? Lucas
tinha total certeza de que os gentios não precisavam de ser circuncidados. Esta
solução, no entanto, levou a lutas de consciência no íntimo dos cristãos judaicos, e
por muitos anos continuou a existir um grupo de cristãos judaicos na Palestina, que
cumpriam rigorosamente a Lei, isolados do restante da igreja.

Lucas pinta um quadro de como o problema foi solucionado nos primeiros dias
da igreja. Quando Deus derramou o Seu Espírito sobre os gentios, Pedro estava
disposto a aceitá-los como membros do povo de Deus, e a comer juntamente com
eles. A visão que recebeu da parte de Deus mostrou-lhe que já não devia haver uma
distinção entre alimentos puros e impuros. Duvida-se, no entanto, se outros cristãos
judaicos vieram rapidamen-te a compartilhar do ponto de vista de Pedro (e até ele
mesmo achou difícil mantê-lo de modo consistente). Quando a igreja de Jerusalém se
encontrou com representantes da Antioquia para considerar o assunto, o ponto
essencial que foi aceito era que não havia necessidade de circuncidar os gentios. Ao
mesmo tempo, porém, pedia-se a eles que evitassem ofensas aos seus colegas
judeus, mediante a abstenção do alimento sacrificado aos ídolos, e da carne que não
fora abatida do modo judaico, e mediante a observa-ção dos padrões judaicos de
comportamento sexual. Estas exigências têm algum relacionamento com as regras
que os tementes a Deus, que adoravam nas sinagogas, já tinham aceito. O único
aspecto realmente difícil foi a re-gra acerca da carne, e é possível que apenas se
aplicava a refeições em comum com os judeus. Deste modo, foi possível a judeus que
eram rigorosa-mente fiéis à Lei reconheceram a validez da missão aos gentios. Não
se sabe até quando os regulamentos continuaram em vigor. É provável que fossem
levados a sério em Jerusalém, especialmente sob a pressão sempre maior dos
zelotes, a favor da identidade nacional e cultural judaica. O próprio Paulo vivia como
judeu obediente à Lei, entre os judeus, embora protestasse fortemente a sua própria
liberdade de consciência. É improvável, no entanto, que os regulamentos tenham tido
aplicação durável ou de largo alcance, e é provável que tenham caído em desuso.
Quando se ecoam em Ap 2:14, 20, parece que a regra acerca da carne fora deixada
de lado, sem alarido.

Lado a lado com a aceitação dos gentios, Lucas registra a recusa sempre maior
da parte dos judeus, no tocante à aceitação do evangelho. A praxe regular de Paulo
era começar a sua missão na sinagoga local, e quase chegamos a ter a impressão
que somente quando os judeus recusavam o evan-gelho é que se voltava aos gentios
(At 13:46). Talvez seja melhor dizer que a missão aos gentios se realizava somente
depois de os judeus terem tido a oportunidade de ouvirem o evangelho antes. Paulo
reconhecia que o evangelho era "primeiro do judeu e também do grego" (Rm 1:16).
Quando os judeus rejeitaram o evangelho, Deus os rejeitou, fato este que foi
simbolizado quando os missionários sacudiram contra eles o pó dos seus pés, e se
voltaram aos gentios. A lição que se ensina em At 13:46 se repete com tremenda
ênfase no auge do livro em 28:25-28. Há, porém, um fator cuja ausência é estranha
em Atos: não há referência ao julgamento divino sobre Jerusalém, que figura com
tanto destaque no Evangelho (Lc 13:34-35; 19:4144; 21-20-24; 23:28-31). Jerusalém,
que figura no Evangelho como o lugar onde o Senhor foi rejeitado, fica sendo o lugar
onde Ele ressuscita dentre os mortos, onde é derramado o Espírito, e onde a igreja
começa a sua obra. Em Atos, é o judaísmo oficial, mais do que Jerusalém, que está
sujeito à condenação por causa da sua recusa ao Evangelho.

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