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Belém-PA
2018
2
INTRODUÇÃO
1. Capitalismo periférico
Para os moradores urbanos que habitam o entorno das grandes cidades, a questão da
moradia é permeada de problemas que vão desde a consolidação dos modelos de
habitação informal, a ausência do Estado na garantia de infraestrutura básica para a
população, da segurança, do transporte público eficiente. À medida que o sistema
capitalista se apropria das cidades parte da classe trabalhadora desprovida de meios de ali
permanecer devido ao aumento do custo de vida, tende a se afastar do centro, procurando
áreas mais distantes, no entanto mais acessível para se viver.
rede de transportes que não proporciona o exercício da cidadania e o usufruto dos serviços
da cidade, como é a realidade dos programas habitacionais no país.
Kowarick utiliza a categoria espoliação urbana para caracterizar a:
“Soma de extorsões que se opera através da inexistência ou
precariedade de serviços de consumo coletivos socialmente necessários em
relação aos níveis de subsistência e que agudizam ainda mais a dilapidação que
se realiza no âmbito das relações de trabalho (KOWARICK, 1993, p59)
A análise que Kowarick faz do problema habitacional no Brasil está alinhada com
as relações de trabalho, o autor demonstra de que forma o crescimento econômico leva a
pauperização da classe trabalhadora evidenciando a moradia uma das necessidades para
a reprodução da classe trabalhadora.
Quando o trabalhador enfrenta um tempo considerável para ir e voltar do trabalho
em um transporte público ineficaz, ele está sendo espoliado, quando ele enfrenta em seu
cotidiano a falta de saneamento básico está sendo espoliado, quando seu bairro não é
atendido pelo serviço público de saúde, por escolas, por coleta regular de lixo, ele está
sendo espoliado, pois todos estes são elementos fundamentais para sua reprodução social,
ele não os tem, mas isso de maneira alguma pode ser um entrave para que deixe de
cumprir sua jornada regular de trabalho. A mercadoria dinheiro que recebe não é
suficiente para que ele desfrute das vantagens da cidade, de morar próximo do trabalho
evitando o desgaste do transporte. O tempo que o trabalhador emprega para chegar ao
trabalho e a energia que emprega para nele se manter não serão restituídos em seu salário.
É nisto que consiste a espoliação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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MARTINS, Carlos Eduardo. O pensamento social de Ruy Mauro Marini e sua atualidade:
Reflexões para o século XXI. Revista Crítica Marxista, n.32, p.127-146, 2011.
SELL, Carlos Eduardo. Sociologia clássica: Marx, Durkheim e Weber. 7. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2015.
SOUZA, Jessé. Ralé brasileira: quem é e como vive / Jessé Souza; colaboradores André
Grillo... [et al.] — Belo Horizonte : Editora UFMG, 2009.