MFAB – Módulo de fabricação por

Universidade Federal de Minas Gerais

Departamento de Engenharia Mecânica
soldagem

Curso de Especialização em Engenharia de Soldagem UFMG/IIW

Prof Francisco de Oliveira Filho

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 Deformação em soldagem
MFAB – Módulo de fabricação por
soldagem

Procedimento de soldagem

Infelizmente um procedimento de soldagem, mesmo adequado e qualificado, é

normalmente determinado pelas exigências de produtividade e qualidade e não
pela necessidade de se controlar a distorção.

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 Deformação em soldagem
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Com o aquecimento da soldagem há uma expansão, a qual é dificultada pela
massa de material circundante, o que produz um efeito de compressão
(aumento da seção transversal) ao invés da expansão. Ao se resfriar esta zona
se contrai causando a distorção, a qual:

1. É função das propriedades térmicas e mecânicas do material, particularmente o seu coeficiente de

expansão térmica, a sua condutividade térmica, o limite de escoamento e o seu módulo de elasticidade ;
soldagem

1. Aumenta com o aporte térmico [j/cm];

2. É menor em cordão de solda reto (sem oscilação) e com menor número de passes (menor ∆t);

3. É maior em chapas mais finas que nas mais espessas;

4. É maior em soldas de penetração incompleta que nas de penetração completa, devido à menor
absorção de calor através da espessura da chapa;

5. É reduzida e controlada quando se solda de ambos os lados da junta. Se a soldagem ocorrer dos 2
lados simultaneamente é melhor (balanço de tensões);

6. É maior em soldas multipasses, pois um número menor de passes aporta menos calor;

7. É controlada através de ponteamento e travamento da junta;

8. É também controlada através da sequencia de soldagem. Soldar em primeiro lugar as juntas de

menor possibilidade de expansão (juntas do centro antes das da extremidade);

9. É fortemente influenciada pelo processo de soldagem.

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 Deformação em soldagem
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Influência do aporte térmico

(a) Soldagem com baixo aporte térmico

(b) Soldagem com alto aporte térmico (arco submerso)
soldagem

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 Deformação em soldagem
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Causas:
Pode-se, então, dizer que a distorção é causada pelo aquecimento e resfriamento
não uniforme da peça e o consequente escoamento plástico localizado.

Os materiais com um maior coeficiente de expansão térmica sofrem uma maior

expansão e contração durante o ciclo térmico e, desta forma, tendem a apresentar
soldagem

maior distorção.

Já os materiais de baixo coeficiente de expansão térmica apresentam gradientes

de temperatura mais elevados, o que aumenta a deformação localizada e, desta
forma, a distorção.

Um elevado limite de escoamento favorece o desenvolvimento de tensões mais

elevadas e uma maior distorção.

Por estas razões, os metais devem ser soldados, sempre que possível, na condição
recozida.

Metais com um maior módulo de elasticidade tendem a resistir melhor à distorção.

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 Deformação em soldagem
MFAB – Módulo de fabricação por
soldagem

Fonte: Engenharia de
Soldagem e Aplicaçações
Okimura & Taniguchi
capítulo 5.
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 Deformação em soldagem
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Distorções básicas: (a) contração transversal, (b) contração
longitudinal e (c) distorção angular
soldagem

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Distorção angular:
Varia com a espessura da chapa e com as condições de soldagem (aporte térmico), devido às condições
de absorção de calor através da espessura da chapa;
soldagem

Fonte: Engenharia de
Soldagem e Aplicaçações
Okimura & Taniguchi
capítulo 5.
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 Deformação em soldagem
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Distorção angular
É maior em soldas multipasses:
soldagem

Fonte: Engenharia de
Soldagem e Aplicaçações
Okimura & Taniguchi
capítulo 5.
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 Deformação em soldagem
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Distorção angular em juntas de topo
Ocorre devido a diferença entre a quantidade de metal de solda depositado
de cada lado da junta. A deposição da solda em quantidades iguais de ambos os
lados promove o balanceamento das tensões, diminuindo a distorção.

Em geral, a contração em uma junta soldada de topo é sensível às condições de

soldagem, sendo constatado que:
soldagem

1. Abertura da raiz – quanto maior, maior será a contração;

2. Geometria da junta – X assimétrico é melhor que X simétrico e V. Chanfros mais estreitos recebem
menores quantidades de solda;

3. Técnica de soldagem – tecimento (oscilação) é melhor que filetado;

4. Grau de restrição – quanto maior menor será a contração (travamento e ponteamento);

5. Martelamento reduz a contração;

6. Preparação da raiz – a goivagem não causa contração. Considerar o metal removido para fins de
balanceamento de tensões pela quantidade de solda de cada lado e a espessura do grafite;

7. Acabamento – o reforço aumenta o grau de contração;

8. Estabelecer uma sequencia de soldagem, distribuindo as soldas com deposições balanceadas em

cada lado, se possível com 2 soldadores simultaneamente (um de cada lado da junta).

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 Deformação em soldagem
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Distorção angular em juntas de topo
Geometria da junta – X assimétrico é melhor que X simétrico e V
soldagem

Fonte: Engenharia de
Soldagem e Aplicaçações
Okimura & Taniguchi
capítulo 5.
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Distorção angular em juntas de topo
Geometria da junta e peso de solda depositado de cada lado.
(Observar que a distorção angular mais próxima de zero é a junta 2, que corresponde ao chanfro em X
assimétrico 2/3 x 1/3):
soldagem

Fonte: welding
Handbook, vol 1,
cap 6, pág 258
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Variação da
contração
longitudinal em
função da:
. seção resistente (Ap)
. seção transversal (Aw)
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Fonte: welding
Handbook, vol 1,
cap 6, pág 261
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Distorção angular em juntas T de aço carbono soldada dos

dois lados
soldagem

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Controle e Correção da Distorção

soldagem

Diversas medidas podem ser usadas para reduzir a distorção em soldagem:

1 - No projeto das estruturas soldadas;

2 – Durante a fabricação;

3 – Após a soldagem (correção).

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Controle e Correção da Distorção

1 - No projeto
soldagem

• Projetar estruturas com a menor quantidade possível de soldas;

• Usar chanfros que necessitem a deposição de menos metal de adição;

• Usar chanfros simétricos (X, K, duplo U, etc);

• Posicionar soldas junto da linha neutra da peça ou em posições simétricas em

relação à linha neutra;

• Especificar o menor tamanho possível das soldas compatível com as

solicitações existentes.

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Controle e Correção da Distorção

2 - Na fabricação

• Estimar a distorção que ocorrerá na estrutura e posicionar as peças de

soldagem

forma a compensar esta distorção;

• Posicionar as peças e utilizar dispositivos de fixação ou outras técnicas para

aumento da restrição (ponteamento antes da soldagem, grampos, etc);

• Usar sequências de deposição de cordões de solda (deposição por partes, uso

de mais de um soldador iniciando a operação no mesmo ponto e soldando em
direções opostas) e de montagem (montagem por subcomponentes, etc) que
minimizem a distorção;

• Usar técnicas ativas de controle da distorção. Em geral, estas técnicas usam,

durante a soldagem, fontes adicionais de aquecimento (e de resfriamento) de
forma a gerar tensões térmicas adicionais capazes de contrabalancear as
tensões geradas pela soldagem e, desta forma, reduzir a distorção.

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 Deformação em soldagem
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Controle e Correção da Distorção

3 - Após a soldagem (correção da distorção)

Remoção a quente:
soldagem

• Aquecimento localizado, aplicado de forma análoga ao que gerou a distorção,

mas de forma a contrabalanceá-la);
. Desempeno a quente, usando-se chama concentrada de maçarico e água;
• Aquecimento uniforme e conformação mecânica (prensa).

Remoção a frio:
• Calandragem;
• Prensagem;
• Martelamento.

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 Deformação em soldagem
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Testes para avaliação da melhor alternativa para evitar a distorção angular

Testes:
1 - Juntas de penetração total;
2 - Chanfros em X simétrico e assimétrico;
3 - Remoção da raiz por grafitagem, esmerilhamento e LP;
4 - Posições de soldagem vertical ascendente e horizontal;
soldagem

5 - Processo de soldagem FCAW – arame de 1,2mm de diâmetro;

6 - Material 15Mo3;
7 - Chapas de grande espessura (50, 60, 65, 75 e 80 mm).

Condições de execução:
1 - Travamento de média restrição (cachorro e cunha);
2 – Ponteamento;
3 – Pré aquecimento;
4 – Balanço das tensões (quantidade de solda de cada lado).

Representar ao máximo a situação real

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 Deformação em soldagem
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Efeito “torniquete” em soldas circunferenciais (embicamento)

soldagem

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 MFAB – Módulo de fabricação por
soldagem

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 Bibliografia
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. Andrews, J.B. e outros, (1970) Analysis of Thermal Stress and

Metal Movement During Welding, NASA Contractor Report NASA
CR-61351.
soldagem

. Gunnert, R. (1958) Method for Measuring tri-axial residual

stresses, Doc. IIW X-184-57- OE, Commission X of the
International Institute of Welding.

. Masubuchi, K. (1980) Analysis of Welded Structures, Pergamon

Press.

. Okimura, T. & Taniguchi, C. (1982) Engenharia de Soldagem e

Aplicações, LTC, capítulo 5.

. Welding Handbook, Vol 1, chapter 6.

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 Final da apresentação
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OBRIGADO E UMA BOA SORTE A TODOS!

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