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MADEIRAS

COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO



CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
+ CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS
+ CARACTERÍSTICAS ESTÉTICAS
DIFICILMENTE SE ENCONTRAM EM OUTRO MATERIAL EXISTENTE

CARACTERÍSTICAS POSITIVAS DAS MADEIRAS:


- Resistência mecânica tão na compressão do que na tração na flexão; 1o
material de construção a ser utilizado em colunas e vigas.

- Resistência mecânica elevada (superior aos concretos convencionais)


com peso reduzido (densidade)

- Resistência elevada a choques e esforços dinâmicos (tenacidade)

- Boas características de isolamento térmico e absorção acústica (seca)

- Fogo: demora para queimar

- Facilidade de afeiçoamento e simplicidade de ligações:


podem ser trabalhadas com ferramentas simples
fácil para transportar

- Custo baixo de produção...

- Abundante, renovável, reaproveitável: eco-material

- Durabilidade com manutenção adequada

- No estado natural: estético e decorativo

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CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS: problemas com as madeiras no estado
natural
- Existe mais de 30000 espécies diferentes de árvores
⇒ Alta variação nas propriedades
“REMÉDIO”: BOA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA
- Degradação das propriedades e surgimento de tensões internas
devido a alterações da sua umidade
“REMÉDIO”: - SECAGEM ARTIFICIAL CONTROLADO
- IDENTIFICAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DE EQUILÍBRIO
- Deterioração devido a predadores
“REMÉDIO”: TRATAMENTOS DE PRESERVAÇÃO
- Heterogeneidade (defeitos e imperfeições), anisotropia (estrutura fibrosa
orientada), limitação de suas dimensões
“REMÉDIO”: PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO

- Fogo (combustível)
“REMÉDIO”: TRATAMENTOS E PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO

- Isolamento acústico
“REMÉDIO”: USO EM PAREDES SANDUÍCHE

FLUXOGRAMA DE RENDIMENTO INDUSTRIAL


MADEIRA ROLIÇA

MADEIRA SERRADA : peças estruturais (+MLC)

LÂMINAS : chapas de madeira compensada

APARAS : chapas de madeira aglomeradas

FIBRAS : chapas de madeira reconstituída (MDF)

CELULOSE LIGNINA
↓ Resinas
Polpa: papel Taninos

Moléculas: raiom (seda artificial)

Compostos químicos: açucares, álcoois, resinas, etc.
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TODA A MADEIRA DE UMA ÁRVORE: TRONCO, GALHARIA, RAÍZES

REDUZIDA EM APARAS OU FLOCOS

REAGLOMERAÇÃO

GRANDE VARIEDADE DE NOVOS MATERIAIS HOMOGÊNEOS E
ISOTROPOS

“CHAPAS E ARTEFATOS DE MADEIRA TRANSFORMADA”

ORIGEM, ESTRUTURA E PRODUÇÃO DAS MADEIRAS


CLASSIFICAÇÃO DAS ÁRVORES

MADEIRA NATURAL

Produto do lenho dos vegetais superiores (árvores e arbustos lenhosos)

Todas as características com material de construção são decorrentes


dessa sua origem de seres vivos e organizados

Para o conhecimento do material é necessário considerar os diferentes
tipos de árvores e as diferenças no tecido lenhoso

BOTÂNICA VEGETAIS SUPERIORES  FANERÓGAMAS EXÓGENAS


→ Vegetais completos com raízes, caule, copa, folhas, flores e sementes

GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO EXTERNO ⇒ ANÉIS DE CRESCIMENTO

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Angiospermas ou Dicotiledôneas Ginospermas
Frondosas, FOLHOSAS (hardwood) Coníferas, RESINOSAS (softwood)
“árvores de madeira de lei” - Não produzem frutos, tem suas sementes
- Perdem as folhas no inverno (pinhas) descobertas
- Não resinosos - Tem folhas geralmente perenes em forma de
- Representam 65% das espécies agulhas, folhas aciculares
conhecidas - Geralmente lenho de madeira branca
- São1500 espécies úteis - Com resina
(50% tropicais, 15% temperadas) - Representam 35% das espécies conhecidas
- São 400 espécies industrialmente úteis

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FISIOLOGIA E CRESCIMENTO DAS ÁRVORES

Estrutura de uma árvore: - RAIZ - COPA - TRONCO OU CAULE

1) A CASCA
 protege o lenho
 veículo da seiva elaborada das folhas para o lenho do tronco

* CASCA EXTERNA: CORTIÇA ou camada cortical  Tecido morto


* CASCA INTERNA: LÍBER ou floema  Tecido vivo (seiva elaborada)

2) O CÂMBIO
É A “USINA” DE MADEIRA (tecido merismático)

Transformação dos AÇÚCARES E AMIDO em CELULOSE E LIGNINA

ANÉIS ANUAIS DE CRESCIMENTO  Refletem as condições de
desenvolvimento da árvore

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Zona temperada Zona subtropical e
tropical
LENHO INICIAL Lenho de primavera Lenho de primavera-
(Earlywood) verão
LENHO TARDIO Lenho de verão Lenho de outono-
(Latewood) inverno

CONSEQÜÊNCIA  ANISTROPIA DA MADEIRA



a) DIREÇÃO TANGENCIAL: transversal tangencial aos anéis de crescimento
b) DIREÇÃO RADIAL: transversal radial aos anéis de crescimento
c) DIREÇÃO AXIAL OU LONGITUDINAL: longitudinal ao caule, no sentido das
fibras

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FALSOS OU DESLOCAMENTOS DE ANÉIS DE CRESCIMENTO (Interrupção
de crescimento - Estiagens - Ataques de pragas - Abalos sofridos pela planta)

3) O LENHO

 Núcleo de sustentação e resistência da árvore


 Seção útil do tronco par a construção civil

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ALBURNO EXTERNO (SAPWOOD) madeira branca
Pode ser considerado como uma madeira “inacabada” ou “imperfeita”
- Formado de células vivas e atuantes
- Dá resistência à árvore
- É condutor de seiva bruta (ascendente)

CERNE INTERIOR (HEARTWOOD) (mais escuro que o alburno)


- Formado por células mortas e esclerosadas
- Vem do espessamento das paredes das células (do alburno)
provocados por sucessivas impregnações de lignina, resina, tanino e corante.

COMPARADO COM O ALBURNO, O CERNE TEM:


Maior densidade e compacidade Maior resistência mecânica,
Maior durabilidade Menor umidade e permeabilidade

RETIRAR TODO O ALBURNO COMO IMPRESTÁVEL PARA A


CONSTRUÇÃO?

4) MEDULA
- Miolo central da seção transversal do tronco (vestígio do vegetal jovem)
- Tecido frouxo, mole e esponjoso, até apodrecido
- Não tem resistência mecânica e durabilidade
- Sua presença em peças de madeira serradas constitui um defeito

5) RAIOS MEDULARES
- Desenvolvimentos transversais radiais de células lenhosas
- Transporte e armazenamento de nutrientes na seção transversal
- Efeito estético e decorativo
- Amarram transversalmente as fibras impedindo que elas “trabalham”
exageramente frente às variações do teor de umidade da madeira
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ESTRUTURA FIBROSA DO LENHO
ESTRUTURA ANATÔMICA CELULAR

COMPORTAMENTO FÍSICO-MECÂNICO HETEROGÊNEO E
ANISOTRÓPICO
Desempenho desigual de peças proveniente de espécies diferentes ou
diversamente localizadas na mesma tora

LENHO NAS FOLHOSAS LENHO NAS RESINOSAS


 

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AS RESINOSAS apresentam:
Crescimento rápido;
Densidade inferior à das folhosas (no entanto, têm boa resistência);
Baixa retração e inchamento limitado;
Facilidade de trabalho com ferramentas e maquinas;
Facilidade de tratamento de preservação.
Madeiras geralmente macias: pinheiro do Paraná (Araucária), pinus (elliottii)
pinheiros europeus e norte americanos.
Usadas em construções internamente e externamente, em laminada-
colada, pisos, revestimentos, esquadrias, portas, etc.

AS FOLHOSAS, quando comparadas com as resinosas, apresentam:


Crescimento mais lento;
Maior densidade e dificuldade de trabalho;
Resistência maior;
Retração e inchamento maior;
Maior durabilidade natural.
Exemplos: peroba, ipê, aroeira, carvalho, etc.
Usadas em construções internamente e externamente, estruturas,
elementos de construção expostos às intempéries.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA

C (50%), O (42%), H (6%), N (1%), outros (1%)


REPARTIDOS EM
CELULOSE - HEMICELULOSE - LIGNINA
Outros compostos (0-1%): óleos, resinas, açúcares, amidos, taninos,
substâncias nitrogenadas, sais orgânicos, ácidos orgânicos.

Molécula de CELULOSE (cadeia):

A PAREDE DA CÉLULA: UM COMPÓSITO COM FIBRAS

Composta por:
- MICROFIBRAS (ou microfibrilas) constituídas por 100 até 2000 cadeias
celulósicas; serão as “fibras”
- LIGNINA E HEMICELULOSE são os ligantes das microfibras; serão os
componentes da “matriz”
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Camada S2: - 75% da espessura da parede celular
- Microfibras formam um ângulo em volta de 15 o em
relação ao eixo principal do tubo
 Consequência importante em “engenharia de madeira”:
 ANISOTROPIA NAS VARIAÇÕES DIMENSIONAIS

A MADEIRA: UM DUPLO COMPÓSITO COM FIBRAS

1) LENHO DO TRONCO: composto por pequenos tubos (“fibras”) colados


entre si por lignina (“matriz”)
2) PAREDE DO TUBO: composto por microfibras de celulose (“fibras”)
coladas entre si por uma mistura de hemicelulose e lignina (“matriz”)

IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA DAS ESPÉCIES LENHOSAS

1) IDENTIFICAÇÃO VULGAR  Nome vulgar da espécie que é geralmente


relacionado a uma característica predominante
Ex: - Açoita-cavalo revela uma resistência dinâmica elevada (tenacidade)
- Pau-ferro revela uma grande resistência mecânica
- Pau-marfim revela uma aparência homogênea do lenho
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2) IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA  Identificação do gênero e da espécie do
exemplar pelo nome botânico
Ex: - Peroba-rosa: aspidosperma polyneuron
- Peroba dos campos: paratecoma peroba
- Pinho do paraná: araucária augustrifolia

3) IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA-TECNOLÓGICA  Identificação


cientificamente exata, baseada no estudo comparado da estrutura
anatômica do lenho: observação no microscópio da estrutura do lenho

PRODUÇÃO DE MADEIRAS
A exploração de reservas florestais deve ser realizada com racionalização
para conseguir um aproveitamento econômico ecológico adequado

1) O CORTE

Em épocas apropriadas: meses de inverno

2) A TORAGEM
A árvore é desgalhada e traçada em tora de 5 a 6 m (transporte)
Pode ser descascada (descortiçada) e “falquejada” (retirar 4 costaneiras)

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3) O DESDOBRO (OU DESDOBRAMENTO)

Obtenção de pranchões ou “couçoeiras” com espessura superior a 7,0 cm


e largura superior 20,0 cm.

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4) O APARELHAMENTO DAS PEÇAS

Obtenção de peças nas bitolas comerciais por serragem e resserragem


das pranchas
A nomenclatura e as dimensões da madeira serrada estão fixadas na PB5
da ABNT: Madeira Serrada e Beneficiada

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ENSAIOS FÍSICOS E MECÂNICOS DAS MADEIRAS
FATORES DE ALTERAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS

Escolha da espécie lenhosa determinada para emprego determinado


ECONOMIA E SEGURANÇA 
Conhecendo os valores médios que definem seu comportamento físico e
sua resistência às solicitações mecânicas

Realização de numerosos ENSAIOS DE QUALIFICAÇÃO que devem levar
em conta todos os fatores de alteração das características do material

OS FATORES NATURAIS

- Espécie botânica da madeira - Massa específica aparente


- Localização da peça no lenho - Presença de defeitos
- Umidade

OS FATORES TECNOLÓGICOS
Procedimentos na execução dos ensaios de qualificação:
- Forma e dimensões dos corpos de prova,
- Orientação das solicitações em relação aos anéis de crescimento
- Velocidade de aplicação das cargas nas solicitações mecânicas

ENSAIOS NORMALIZADOS
Os corpos de provas para ENSAIOS DE QUALIFICAÇÃO devem ser:
- De dimensões reduzidas
- Extraídos de todas as zonas de seção e altura das toras
- Ensaiados em condições convencionais de:
• Teor de umidade
• Orientações das solicitações em relação à direção das fibras
• Velocidade de carregamento

AMOSTRAGEM (MADEIRA SERRADA) - NBR 7190/1997


- Cada lote não deve ter volume superior a 12 m 3.
- Do lote, extrair uma amostra representativa da totalidade deste.
- Retirar somente um corpo de prova (cdp) por peça.
- Os cdp devem ser isentos de defeitos e retirados de regiões afastadas
das extremidades das peças
Número mínimo de corpos-de-prova:
a) caracterização simplificada: 6 cdp;
b) caracterização mínima de espécies pouco conhecidas: 12 cdp.
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS MADEIRAS
UMIDADE - RETRATILIDADE - DENSIDADE - RESISTÊNCIA AO FOGO -
CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA, TÉRMICA E ACÚSTICA

Definem o comportamento do material e as alterações de seu estado
físico quando ocorrem variações (ToC e UR%) no seu ambiente de
emprego

- Classificar as madeiras sob critérios de usos e empregos recomendados


- Orientar uma escolha adequada para emprego específico
- Uma melhor utilização das qualidades de cada madeira

UMIDADE

GRAU DE UMIDADE: quantidade de água que a madeira possui em


percentagem de seu peso no estado anidro

DETERMINAÇÃO:

1) MÉTODO GRAVIMÉTRICO (cdp de 2x3x5 cm 3)

h = [(Ph - P0) / P0 ] x 100 = [Págua / P0] x 100

2) MEDIDA DA RESISTIVIDADE

 OBSERVAÇÃO 

1) A noção de GRAU DE UMIDADE é aplicável somente com pequenas


amostras que atingiram o estado de equilíbrio homogêneo e estável; para
peças de grande dimensões, o grau de umidade varia segundo a parte
onde é efetuada a medida: superfície, extremidades ou coração da peça.

2) A UMIDADE TOTAL da madeira varia entre 60 e 200 % e, depende: do


tipo de madeira (densidade, textura, etc.), da localização na tora (Ex.:
cerne - alburno) e da estação (devido às mudanças do estado termo-
higrométrico do ar).

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AS “ÁGUAS” DA MADEIRA

ÁGUA LIVRE (água de embebição ÁGUA DE IMPREGNAÇÃO (água de


ou água de capilaridade) adesão)

ÁGUA DE CONSTITUIÇÃO (água ligada quimicamente)

SECAGEM DA MADEIRA

Verde ou saturada PSF Seca ao ar Totalmente seca

Água livre Água de impregnação


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PONTO DE SATURAÇÃO DAS FIBRAS (PSF): entre 25 e 30 %
- Teor de umidade da madeira quando ela é colocada num ambiente
com 100% de umidade relativa (saturado)
- Teor de umidade da madeira quando as paredes das células estão
totalmente saturadas em água de impregnação sem que essa água
extravase para os vazios capilares

O PSF É MUITO IMPORTANTE EM ENGENHARIA DE MADEIRA...

TEOR DE UMIDADE DA MADEIRA “SECA AO AR”


TEOR DE UMIDADE DE EQUILÍBRIO (entre 12 e 17 %)
Quando é atingido o equilíbrio das tensões de vapor de água, a
evaporação da umidade pára e ocorre estabilização do peso
É quando o teor de umidade da madeira entra em equilíbrio com a
umidade relativa e temperatura do ambiente no qual ela está
colocada
Usado como TEOR DE REFERÊNCIA nas determinações das
características físico-mecânicas do material

CONVENCIONALMENTE, É USADO O TEOR DE UMIDADE DE 12 %:


“TEOR DE UMIDADE NORMALIZADO” OU “TEOR DE UMIDADE NORMAL”

CLASSIFICAÇÃO DAS MADEIRAS EM FUNÇÃO DE SEU TEOR DE


UMIDADE (AMOSTRAS DE LABORATÓRIO)

Teor de umidade (h):


Madeira verde
30% PSF
Madeira semi-seca
23%
Madeira comercialmente seca
17%
Madeira seca ao ar
12%
Madeira dessecada

0% Madeira complemente seca (anidra)



Estado instável

SECAGEM DAS MADEIRAS AO AR DEMORADO → ESTUFAS


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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
A madeira é HIGROSCÓPICA ⇒ As trocas de umidade com o ambiente
são permanentes
Qualquer seja a combinação de umidade relativa e temperatura, existe um
teor de umidade da madeira pelo qual a difusão de umidade até o interior
da madeira é compensada pelas trocas com o ambiente externo; este teor
de umidade será determinado a partir das
CURVAS DE UMIDADE DE EQUILÍBRIO DA MADEIRA EM %
Umidade relativa do ar em %

Temperatura em oC

 OBSERVAÇÃO AINDA MAIS IMPORTANTE 


Raramente a madeira (em uso) está neste estado de equilíbrio por que as
condições climáticas do ambiente sempre variam.
Consequentemente, o teor de umidade de um elemento de construção em
madeira se estabiliza em volta do teor de umidade de equilíbrio
correspondente às temperatura e umidade relativa média de algumas
semanas, sem ser afetado pelos ciclos de variações de umidade e
temperatura fracos ou altos de curta duração
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DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DE EQUILÍBRIO

MADEIRA EM AMBIENTE EXTERNO

Indicações da NBR 7190/1997: classes de umidade

FLORIANÓPOLIS
UR% ToC H%
Verão 83 24,2 17
Outono 84 19,4 17,5
Inverno 84,2 17 17,5
Primavera 81,5 20,8 16,5
Media (p/ NBR 7190/1997) 83,17 17,1

Umidade de equilíbrio: 17% (máximo = 17,5% e mínimo = 16,5%)

 ATENÇÃO: nesse caso pegar a media entre o maior e o menor


valor de H e não a media dos 4 valores de H

Pela NBR 7190/1997: 18%

GOIÂNIA
UR% ToC H%
Verão 81,6 22,9 16,5
Outono 72,7 20,5 13,5
Inverno 55,8 21,1 10
Primavera 75,8 23,1 14,5
Media (p/ NBR 7190/1997) 71,5 13,6

Umidade de equilíbrio: 13,25% (máximo = 16,5% e mínimo = 10%)

Pela NBR 7190/1997: 15%


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MARSEILLE (FRA)
UR% ToC H%
Verão 60 23,5 10,5
Outono 76 16 14
Inverno 79 6 16
Primavera 71 13,5 13
Media 71,5 13,4

Umidade de equilíbrio: 13,25% (máximo = 16% e mínimo = 10,5%)

Se quiser uma maior precisão: pegar a media entre o maior e o menor


valor de H nos 12 meses:

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Umidade de equilíbrio media anual Floripa pelo método super preciso:
17,2%

MADEIRA EM AMBIENTE INTERNO

FRANCE

Ambiente externo
UR% ToC H%
Verão 70 20 13
Inverno 85 0-5 18

Umidade de equilíbrio media anual France externo: 15-16%

Ambiente interno
UR% ToC H%
Verão 70 20 13
Inverno 30 20 6
(aquecimento)

Umidade de equilíbrio media anual France interno: 10%

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BRASIL: Indicações da NBR 7190/1997: não há

Então, será que o teor de umidade de equilíbrio da madeira em ambiente


interno é o mesmo que em ambiente externo?

Teor de umidade de equilíbrio da madeira em ambiente interno em


Florianópolis (medidas de laboratório): em volta de 13%

RECOMENDAÇÃO PARA FLORIANÓPOLIS:


- Ambiente externo: 17%

- Ambiente interno: 13%

RECOMENDAÇÃO PARA OUTRAS REGIÕES:


- Ambiente externo: seguir a NBR 7190/1997 ou se quiser maior
precisão fazer o levantamento das ToC e UR% ao longo do ano

- Ambiente interno: medir...

CONCLUSÃO

As 4 CLASSES DE UMIDADE DA MADEIRA foram criadas pela NBR


7190/1997 no intuito de facilitar a vida do engenheiro na hora de
especificar a umidade da madeira que deve ser alcançada (ou perto) na
hora da aplicação das peças para evitar posterior secagem (ou absorção
de umidade) em serviço com suas consequências tais como deformações,
fissuras, descolamentos, etc.

Se o método da NBR 7190/1997 dá uma estimativa razoável do teor de


umidade de equilíbrio médio, dois problemas podem ser destacados:
1- Falta de precisão: não leva em conta a temperatura, não considera a
media dos extremos
2- Não se aplica para ambientes internos
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RETRATIBILIDADE

Alterações de volume e de dimensões quando o teor de umidade da


madeira varia entre o ponto de saturação das fibras (25-30%) e a condição
de seca em estufa (0%)

CONTRAÇÃO, INCHAMENTO OU "TRABALHO" DAS MADEIRAS

RETRAÇÃO VOLUMÉTRICA

Determinação de volumes em 3 estágios de umidade


(Corpos de prova de 2 x 3 x 5 cm3)

- Saturado (verde) VSAT - Seco ao ar Vh - Seco em estufa V0

(1) CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA TOTAL Ct = (VSAT - V0) 100


VSAT

(2) CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA PARCIAL Ch = (VSAT – Vh) 100


VSAT

(3) COEFICIENTE DE RETRAÇÃO VOLUMÉTRICA ν = Ch


h
(h = teor de umidade da madeira seca ao ar)

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SIGNIFICAÇÃO FÍSICA DO COEFICIENTE DE RETRAÇÃO VOLUMÉTRICA
ν:
A CADA VARIAÇÃO DE 1% DO TEOR DE UMIDADE DA MADEIRA, HÁ UMA
VARIAÇÃO DE Ch % DO VOLUME DA MADEIRA.

RETRAÇÃO TOTAL: CLASSIFICAÇÃO DAS TORAS de espécies lenhosas e


uma orientação na escolha da madeira para empregos adequados

Retração Qualificação Exemplos - Usos


total %
15-20 Forte Toras com grandes fendas de secagem; devem ser
rapidamente desdobradas
10-15 Média Toras com fendas médias de secagem; podem ser
conservadas e usadas em forma cilíndrica (galerias de minas,
pontaletes); resinosas em geral
5-10 Fraca Toras com pequenas fendas de secagem; marcenaria e
laminados

COEFICIENTE DE RETRAÇÃO VOLUMÉTRICA:


 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS JÁ DESDOBRADAS

Coeficiente de Qualificação Exemplos - Usos


retração
0,75-1 Exagerada Madeiras dificilmente utilizáveis (algumas
variedade de eucaliptos)
0,55-0,75 Forte Madeiras para desdobro radial
0,35-0,55 Média Madeiras de construção utilizáveis em
carpintaria
0,15-0,35 Fraca Madeira para marcenaria e laminados

RETRATILIDADE LINEAR
Determinação de dimensões nas 3 direções (axial, radial, tangencial) em 3
estágios de umidade (corpos de prova de 2 x 3 x 5 cm)

- Saturado (verde) LSAT - Seco ao ar Lh - Seco em estufa L0

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(1) CONTRAÇÕES LINEARES TOTAIS: CLt = (Lsat - L0) 100
Lsat
(2) CONTRAÇÕES LINEARES PARCIAIS: CLh = (Lsat - Lh) 100
L sat
(3) COEFICIENTES DE RETRAÇÃO LINEAR: νL = CLh
h
(h = teor de umidade da madeira seca ao ar)

Comportamento geral:

1) A retração longitudinal é “quase” desprezível


MAS CUIDADO COM AS PEÇAS COM GRANDE COMPRIMENTO 

EXEMPLO
Seja uma viga de 10 m de comprimento
Coeficiente de retração linear axial da madeira usada:
νL = 0,15/17 = 0,009 (% / 1% do teor de umidade da madeira)

Na aplicação, a umidade inicial da madeira era de 23%.


Após se equilibrar com as condições de UR% e T oC do ambiente na qual
foi colocada, ela vai passar para 13%.

Calculo da contração axial:


[(23 - 13) 0,009 /100] x 1000 = 0,9 cm !

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CAUSA: ângulo de cerca de 15 o que fazem as microfibras de celulose das
paredes dos tubos em relação ao eixo principal destes (camada S2):

2) A retração tangencial é entre 1,5 e 3,5 vezes maior que a radial (na
prática usa-se a média da duas )

3) A retração volumétrica é a somatório das três retrações lineares

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SIGNIFICAÇÃO PRÁTICA: Para evitar a retração depois da aplicação, a
madeira deve estar seca até um teor de umidade que estará em equilíbrio
com as condições de umidade relativa e temperatura do ambiente aonde a
peça vai se localizar.
 SENÃO, PODE OCORRER UMA RETRAÇÃO EM SERVIÇO
Perda das juntas Folga nas conexões Rachas na pintura
Flambagem Delaminação de lâminas

 ANISOTROPIA DA RETRATILIDADE LINEAR


⇒ TENSÕES INTERNAS E DIFERENCIADAS
⇒ EMPENOS, RACHAS E FENDAS DE SECAGEM

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 REPARTIÇÃO DESIGUAL DE UMIDADE DEPOIS DE COLOCAÇÃO

SOLUÇÕES PARA A ATENUAÇÃO DOS EFEITOS DA RETRATILIDADE:


- Emprego de peças de madeira com TEORES DE UMIDADE
COMPATÍVEIS COM O AMBIENTE (usar as curvas de equilíbrio
higroscópico para estimativa e, em seguida, deixar no futuro
ambiente de emprego ou secagem controlada em estufas).
- Emprego do DESDOBRO ADEQUADO
- IMPREGNAÇÃO das peças com óleos e resinas impermeabilizantes
(no entanto complicado e caro)

Onde a madeira está sujeita a GRANDES VARIAÇÕES DE UMIDADE NO


AMBIENTE DE EMPREGO, prestar atenção às variações dimensionais.

Onde ela está sujeita a VARIAÇÕES DE UMIDADE NUMA MESMA PEÇA,


prestar atenção às variações dimensionais diferenciais.

MONTE DE OBSERVAÇÕES

1) FENÔMENOS DEVIDOS À DILATAÇÃO TÉRMICA SÃO DESPREZÍVEIS


FRENTE ÀS MUDANÇAS DIMENSIONAIS DEVIDAS À RETRATILIDADE

2) AMPLITUDE DAS DEFORMAÇÕES


IMBUIA: CRad = 2,7%; CTang = 6,3%
CANELA-SEBO: CRad = 4,6%; CTang = 10,7%

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3) FORMA DAS DEFORMAÇÕES
JEQUITIBÁ-ROSA: CRad= 3,0%; CTang= 5,2%
CARVALHO-BRASILEIRO: CRad= 3,2%; CTang= 14%

4) TEMPO PARA DEFORMAR


EUCALYPTUS CITRIODORA: 19,4%
PINHO-BRASILEIRO (ARAUCÁRIA): 15%

Eucalyptus:

Araucária:
TEMPO: t0 t1 t2 t3 t4

LEMBRE-SE

- A UMIDADE DE EQUILÍBRIO da madeira depende unicamente das


condições do ambiente (ToC e UR%) mas nunca do tipo de madeira

- A amplitude das variações dimensionais depende do tipo de madeira.

- Para EVITAR AS DEFORMAÇÕES EM SERVIÇO, deve-se usar madeiras


já secas até uma umidade próxima da umidade de equilíbrio.

- A umidade da madeira é expressa pela relação entre o peso de água e o


peso da madeira anidra

- A madeira começa retrair quando sua umidade passa abaixo de 25-30%


(PSF)

- Cada madeira tem seus próprios coeficientes de retratilidade que são


diferentes segundo a direção

- TEMOS SEMPRE: νL ≅ 0 e νT > νR


30
DENSIDADE

 MASSA ESPECÍFICA (DENSIDADE) APARENTE


 Mundo: 100 kg/m3 (balsa - ochroma pyramidale – Peru/Bolivia)
1300 kg/m3 (guaiaco – guaiacum officinale – America central)

 Brasil: 350 kg/m3 (garapuvu - schizolobium parahyba)


1100 kg/m3 (gombeira – melanoxylon brauna)

 SEMPRE REFERIDA AO TEOR DE UMIDADE:


Dh = Mh/Vh (g/cm3 ou kg/m3)

 NBR 7190/1997: densidade aparente medida para o TEOR DE UMIDADE


NORMAL de 12%
Para comparação de densidades de madeiras diferentes e calculo
estrutural.

 É UM ÍNDICE DE COMPACIDADE DA MADEIRA


Concentração de tecido lenhoso resistente por unidade de volume
aparente (massa específica da parede das células: cerca de 1500 kg/m 3).

CORRELAÇÕES COM AS CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS

 VARIA DE PEÇA PARA PEÇA conforme a localização no lenho;


VARIA DE EXEMPLAR P/ EXEMPLAR conforme as condições regionais
de crescimento

31
 FOLHOSAS densas 0,8 - 1kg/dm3
muito densas > 1 kg/dm3.
 RESINOSAS normais 0,3 - 0,6 kg/dm3
densas > 0,7 kg/dm3

OBSERVAÇÃO: DENSIDADE BÁSICA OU MASSA ESPECÍFICA


CONVENCIONAL (NBR 7190/1997):
Dbásica = M0/Vsat (g/cm3 ou kg/m3)

Para comparação com valores apresentados na literatura internacional

CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA

BEM SECA: isolante (resistência elétrica elevada)

ÚMIDA: condutora

PARA UM TEOR DE UMIDADE DADO, A RESISTIVIDADE DEPENDE:


- da espécie lenhosa
- da massa específica
- do sentido em relação à principal direção das fibras

Teor de umidade % Resistividade transversal MΩ/cm


7 22000
10 600
15 18
25 0,5
Concreto: 20000 MΩ/cm Tijolo: 2000 MΩ/cm
-11
Aço: 100.10 MΩ/cm Vidro: 10000 MΩ/cm

RESISTIVIDADE: AVALIAÇÃO INDIRETA DO TEOR DE UMIDADE


Método não destrutivo mas pouco preciso

32
CONDUTIBILIDADE TÉRMICA

Material K (SI) a 298 K Material K (SI) a 298


K
Material muito isolante 0,04 Aço 50
Madeiras leves 0,1 Cobre 300
Madeiras densas 0,3 Água 0,6
Alvenaria de tijolos 0,5 - 1 Ar 0,025
Pedras naturais 2-3 Lã de vidro 0,04
Vidro 1
Coeficiente de resistividade térmica; 1/K

MADEIRA: PÉSSIMO CONDUTOR TÉRMICO - Celulose


- Ar

CONDUTIBILIDADE TÉRMICA e - teor de umidade


- densidade
- orientação das fibras

CONDUTIBILIDADE ACÚSTICA
MADEIRAS: - Contra-indicadas para isolamento acústico
- Bons materiais p/ tratamento de absorção acústica

NOÇÕES DE ACÚSTICA

SOM: VIBRAÇÕES OU ONDAS propagando-se em qualquer


substância. 343 m/s ar; 1000 - 2000 m/s madeira;
5000 m/s aço; 40 - 150 m/s borracha.

VELOCIDADE DO SOM: COMPRIMENTO DE ONDA X FREQUÊNCIA


20 e 20000 Hz: recepção do ouvido humano
> 20000 Hz: ultra-sons.

VIBRAÇÕES QUE CAUSAM O SOM AÉREO PRODUZEM UMA MUDANÇA


DE PRESSÃO DO AR: Limiar de audição humana: 20 x 10 -6 Pa
Limiar de dor: 20 Pa

INTENSIDADE DO SOM: DECIBEL (dB)


i = 10 Ln(I/I0)
i = intensidade fisiológica do som (dB);
I = intensidade física do som
I0 = intensidade do som correspondente ao limiar de percepção.
33
O DECIBEL COMPARE DOIS SONS
* Limiar de percepção 0 dB
* Farfalhar de folhas 10 dB
* Barulho de fundo numa Biblioteca pública 40 dB
* Conversação normal (1 m) 60 dB
* Tráfego de uma estrada 80 dB
* Decolagem de avião (747 a 100m de distância);
Limiar da dor 120 dB

2 SONS NÃO SE SOMAM: A (60 dB) + B (60 dB) = 63 dB


A (60 dB) + B (60 dB) + C(60 dB) = 65 dB
A (60 dB) + B (65 dB) = 66 dB

ISOLAMENTO ACÚSTICO (SONS AÉREOS)

LEI DA MASSA
Atenuação do som (dB)

Massa / unidade de superfície (kg/m2)

34
EXEMPLOS:

- Parede de tijolos maciços (2000 kg/m3) de 10 cm (0,1m) de espessura


Massa/unidade de superfície = 200 kg/m 2
Atenuação acústica = 42 dB

- Parede de madeira (800 kg/m3) de 10 cm (0,1m) de espessura


Massa/unidade de superfície = 80 kg/m 2
Atenuação acústica = 35 dB

- Vidraça (2500 kg/m3) de 3 mm (0,003m) de espessura


Massa/unidade de superfície = 7,5 kg/m 2
Atenuação acústica = 22 dB

EFEITO MASSA-MOLA-MASSA

EVITAR PONTES ACÚSTICAS

Argamassa Canalizações Granulados Pregos, parafusos

PROJETOS DE ISOLAMENTO ACÚSTICO:

[Nível de som exterior] – [Nível de som compatível com ambiente]


= [Queda de som a ser realizada com paredes e vedações]

MADEIRA ?

35
CONDICIONAMENTO ACÚSTICO (CORREÇÃO ACÚSTICA)

CONDICIONAMENTO ACÚSTICO
Procura-se: tempo ótimo de reverberação (eco) + boa distribuição
acústica

COEFICIENTE DE ABSORÇÃO ACÚSTICA


MEDE A PROPORÇÃO DE SOM ABSORVIDO = f(frequência do som)

Coeficiente de absorção acústica, por m 2 de parede (Ex. p/ 500 Hz)


Alvenaria rebocada 0,025
Piso cimentado 0,012
Concreto simples 0,02
Piso de madeira 0,09
Cortina leve 0,10
Chapas acústicas de fibras de madeira 0,64

De uma maneira geral, a absorção acústica depende da dureza dos


materiais e do seu estado de superfície.

ASSIM, MATERIAIS COM GRANDE DUREZA SUPERFICIAL REFLETEM O


SOM E MATERIAIS “MOLES” ABSORVEM MAIS OS SONS.

MADEIRA ?

RUÍDOS DE IMPACTO

VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO: FUNÇÃO DA HOMOGENEIDADE E DA


ELASTICIDADE (MODULO) DO MATERIAL

Material Velocidade de propagação Modulo de Young (GPa)


(m/s)
Borracha 40-150 0,01-0,1
Madeira 1000-2000 7-14 (axial)
0,5-1 (transversal)
Tijolo de barro 2500 14
Concreto 3500 20-50
Aço 5000-6000 207

36
COMPORTAMENTO AO FOGO

CONFORME OS MATERIAIS ENVOLVIDOS, UM INCÊNDIO NASCE, SE


PROPAGA E SE EXTINGUE

 FASE DE DESENVOLVIMENTO
Combustibilidade e capacidade de inflamação do material
Velocidade de propagação do fogo ou da chama na sua superfície
Quantidade de calor emitida por ela

 FASE DE INCÊNDIO GENERALIZADO


Manutenção da capacidade portante e resistente
Não propagação do fogo nas zonas adjacentes

MATERIAIS: CLASSIFICADOS CONFORME RESISTÊNCIA A 850°C


Extinção de um fogo: devem resistir a 850 °C.

MADEIRAS ?

MADEIRA NATURAL PEGA FOGO ESPONTANEAMENTE POR VOLTA DE


250-300°C (a ignição é função do fluxo de calor)

Velocidade de combustão: 0,4 e 0,8 mm/min (umidade e densidade)

37
A 275 °C, o fogo é superficial: forma-se uma cortiça de madeira dura e frágil,
mas com baixa condutividade térmica que protege o coração da peça.

ASSIM, DURANTE UM INCÊNDIO, OCORRE MAIS UMA REDUÇÃO DA


SEÇÃO RESISTENTE DO QUE PERDA DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS
MANTENDO A CAPACIDADE PORTANTE DA PEÇA DURANTE UM CERTO
TEMPO.

OBSERVAÇÃO:
Se a relação superfície/volume das peças aumenta, a combustão inicia
mais rapidamente e as chamas se propagam mais facilmente (Ex.: grandes
fendas são prejudicáveis).

Estrutura de aço Estrutura de madeira


Depois de um incêndio

38
OBSERVAÇÕES:

1) PARA LIMITAR O RISCO DE IGNIÇÃO DO FOGO


Produtos ignífugos ou retardantes de ignição do fogo à base fosfatos
ou silicatos, p/ pintura superficial ou impregnação sob pressão
Aumentam a temperatura de ignição e/ou diminuem a velocidade
propagação das chamas na sua superfície.

2) PARA LIMITAR A COMBUSTÃO


Usar revestimentos protetores

39
PROPRIEDADES MECÂNICAS DAS MADEIRAS
PROPRIEDADES MECÂNICAS E ESTRUTURA DO MATERIAL

ANISOTROPIA DA MADEIRA

CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS PRINCIPAIS, exercidas no sentido
axial e relacionadas à coesão axial;
Compressão, tração, flexão estática e dinâmica

CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS SECUNDÁRIAS, exercidas


transversalmente às fibras e relacionadas à coesão transversal;
Compressão e tração normal às fibras, torção, cisalhamento e
fendilhamento

TODAS AS CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS SÃO RELACIONADAS À


- Anisotropia Axial: boa Transversal: ruim
- Heterogeneidade
- Distribuição e concentração dos principais constituintes
- Capacidade de absorção da água
- Grau de umidade

PRINCIPAIS ELEMENTOS DE RESISTÊNCIA MECÂNICA



FEIXES DE FIBRAS

PONTOS FRACOS NO DESEMPENHO MECÂNICO


 Os vazios (vasos lenhosos e canais secretores)
 Os raios medulares
 Defeitos (Ex.: nós, fendas, etc.)

40
CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES DAS MADEIRAS
PARA PROJETOS DE ESTRUTURA

NBR 7190/97

1) CARACTERIZAÇÃO COMPLETA DA RESISTÊNCIA DA MADEIRA


SERRADA: ensaios padronizados referidos à condição-padrão
de umidade (h=12%) de:
a) resistência à compressão paralela às fibras
b) resistência à tração paralela às fibras
c) resistência à compressão normal às fibras
d) resistência à tração normal às fibras
e) resistência ao cisalhamento paralelo às fibras
f) resistência de embutimento paralelo às fibras
g) densidade básica e aparente

2) CARACTERIZAÇÃO MÍNIMA DA RESISTÊNCIA DE ESPÉCIES POUCO


CONHECIDAS: ensaios padronizados referidos à condição-padrão de
umidade (h=12%) de:
a) resistência à compressão paralela às fibras
b) resistência à tração paralela (ou resistência à tração na flexão)
c) resistência ao cisalhamento paralelo às fibras
d) densidade básica e aparente.

3) CARACTERIZAÇÃO SIMPLIFICADA DA RESISTÊNCIA DA DE


ESPÉCIES USUAIS: ensaios padronizados referidos à condição-padrão
de umidade (h=12%) de:
a) resistência à compressão paralela às fibras
Outros valores de resistências serão deduzidos a partir de
relações com a resistência à compressão paralela às fibras
Ex.: compressão normal / compressão paralela = 0,25

4) CARACTERIZAÇÃO COMPLETA DA RIGIDEZ DA MADEIRA: ensaios


padronizados referidos à condição-padrão de umidade (h=12%) de:
a) módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras
b) módulo de elasticidade na compressão normal às fibras
Admite-se que: Ecompressão paralela = E tração paralela

5) CARACTERIZAÇÃO SIMPLIFICADA DA RIGIDEZ DA MADEIRA:


ensaios padronizados referidos à condição-padrão de umidade (h=12%)
de: a) módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras
Admite-se que: Ecompressão normal = Ecompressão paralela /20

41
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL EM PEÇAS CURTAS
 NBR 7190/97: CORPOS DE PROVA DE 5x5x15 cm 3

 MEDE-SE A TENSÃO DE RUPTURA


SECA AO AR CORRIGIDA P/ A UMIDADE PADRÃO DE 12% (classe 1)

 A RUPTURA OCORRE POR:


Flambagem individual das fibras e/ou grupos de fibras seguindo
um plano de ruptura entre 50 e 65o.

EFEITO DA UMIDADE NA COMPRESSÃO AXIAL

FÓRMULA DE CORREÇÃO (NBR 7190/97) DE VALORES OBTIDOS


SECA AO AR (10<h%<20; p/ h%>20 a resistência varia muito pouco)
PARA 12%

 3( h− 12 ) 
σ 12 = σ h  1 + 100 
 

42
EFEITO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE NA COMPRESSÃO AXIAL

EFEITO DOS DEFEITOS NA COMPRESSÃO AXIAL

COEFICIENTES DE REDUÇÃO OU DE MODIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA


MECÂNICA DEVIDO AOS DEFEITOS (QUALIDADE DA MADEIRA)

 DESVIO DE FIBRAS OU O CARREGAMENTO OBLIQUO


Resistência (%)

Angulo das fibras em relação à direção de aplicação da carga

 NÓS E FENDAS: TAMANHOS E DA DISTRIBUIÇÃO NA PEÇA


43
O QUE FAZER ?
1) Seguir a norma NBR7190/97 ou
2) Testar com corpos de prova maiores fora de série portadores
de defeitos: nós, desvios de fibras, fendas, etc.

ELASTICIDADE (RIGIDEZ) NA COMPRESSÃO AXIAL

MATERIAL ELÁSTICO PARA TENSÕES QUE NÃO ULTRAPASSAM OS


3/4 DA SUA TENSÃO LIMITE DA RESISTÊNCIA

 MÓDULO DE YOUNG OU DE ELASTICIDADE (RIGIDEZ)

Ec0 (Eaxial) = (σ50% - σ10%) / (ε50% - ε10%) (GPa)


44
EFEITO DA UMIDADE NA RIGIDEZ

FÓRMULA DE CORREÇÃO (NBR 7190/97) DE VALORES OBTIDOS


SECA AO AR (10<h%<25; p/ h%>25 a rigidez varia muito pouco) PARA
12%

 2( h− 12 ) 
E12 = Eh  1 +
 100 

OBSERVAÇÕES

E - sentido das fibras E – densidade

E – nós

45
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NORMAL ÀS FIBRAS
 NBR 7190/97: CORPOS DE PROVA DE 5x5x10 cm 3

 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NORMAL ÀS FIBRAS: valor


convencional determinado pela deformação específica residual de 2‰

 COMPRESSÃO PARALELA VS COMPRESSÃO NORMAL

Umidade % > 25 12
Resistência à compressão paralela às fibras MPa 24,1 49,6
Resistência à compressão normal às fibras MPa 4,14 6,90
46
 MÓDULO DE ELASTICIDADE NA COMPRESSÃO NORMAL (RIGIDEZ):

Ec90 (Etransversal) = (σ50% - σ10%) / (ε50% - ε10%) (GPa)

Eaxial = 7-14 GPa; Etransversal = 0,5-1 GPa

 Para a NBR7190/97, é considerado que: Etransversal = Eaxial /20

RESISTÊNCIA À TRAÇÃO AXIAL

47
 MÓDULO DE ELASTICIDADE NA TRAÇÃO AXIAL (RIGIDEZ):

Et0 = (σ50% - σ10%) / (ε50% - ε10%) (GPa)

 COMPRESSÃO AXIAL VS TRAÇÃO AXIAL

A TENSÃO DE RUPTURA EM TRAÇÃO PODE VALER ATÉ TRÊS VEZES


A TENSÃO DE RUPTURA EM COMPRESSÃO

TRAÇÃO AXIAL  as fibras resistem


COMPRESSÃO AXIAL  “afastamento das fibras” que rompem
por flambagem individual destas ou grupos destas

48
Tensão

Deformação
 Para a NBR7190/97, pode ser considerado que:
Etração axial = Ecompressão axial
 A FAVOR DA SEGURANÇA, A NORMA (NBR 7190/97) RECOMENDA O
USO DA TENSÃO LIMITE DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NA FLEXÃO
ESTÁTICA COMO TENSÃO LIMITE DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO PURA
DAS MADEIRAS.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
P/ UMA MADEIRA DADA SEM DEFEITOS:
Tração paralela = 100 MPa Compressão paralela = 50 MPa
Tração perpendicular = 2 MPa Compressão perpendicular = 10 MPa
APESAR DO FATO QUE A RESISTÊNCIA DA MADEIRA SEM DEFEITOS
SEJA MAIOR EM TRAÇÃO DO QUE EM COMPRESSÃO, O INVERSO SE
PRODUZ NA MADEIRA COM DEFEITOS

ISTO POR QUE A RESISTÊNCIA À TRAÇÃO É MUITO MAIS SENSÍVEL
AOS NÓS, DESVIOS DE FIBRAS, FENDAS DO QUE A RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO

É A “TEORIA DO ELO MAIS FRACO” PARA MATERIAIS FRÁGEIS QUE
DIZ O SEGUINTE: “QUANDO UMA CADEIA É SUBMETIDA À UM
ESFORÇO DE TRAÇÃO, ELA SERÁ TÃO RESISTENTE QUANTO SEU
ELO O MAIS FRACO”.
49
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NORMAL ÀS FIBRAS

 RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NORMAL ÀS FIBRAS É FUNÇÃO:


- da composição química do aglomerante das fibras
- da disposição relativa dos elementos celulares
Umidade % > 25 12
Resistência à tração paralela às fibras MPa 131 138
Resistência à tração normal às fibras MPa 2,69 2,90

 MEDIDA DA “ADERÊNCIA” ENTRE AS FIBRAS


 EVITAR ESFORÇOS DESSE TIPO NAS PEÇAS EM SERVIÇO

NBR 7190/97: PARA EFEITO DE PROJETO ESTRUTURAL, CONSIDERA-
SE COMO NULA A RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NORMAL ÀS FIBRAS DAS
PEÇAS DE MADEIRA

 É UM ÍNDICE DE QUALIDADE DO MATERIAL: para estudos


comparativos entre diferentes espécies de madeira
50
RESISTÊNCIA À FLEXÃO ESTÁTICA

 NBR 7190/97: CORPOS DE PROVA DE 5x5x115 cm 3

 LIMITE DE RESISTÊNCIA À FLEXÃO para uma seção retangular de


altura h e largura b de materiais perfeitamente elásticos, isotropos e
homogéneos (e pequenas deformações no caso da madeira):

σf = 3PL/2bh2

MAS A MADEIRA É UM MATERIAL ANISOTRÓPICO

MAS, A RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO PODE SER ATÉ 3 VEZES


INFERIOR À RESISTÊNCIA À TRAÇÃO

 PARA MADEIRAS: AJUSTE


σf = 3PL/2bhn n: índice de forma = 10/6

 NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS: USAR FÓRMULA CLÁSSICA


 A FAVOR DA SEGURANÇA

RESISTÊNCIA À FLEXÃO EM FUNÇÃO DA UMIDADE


 Mesma forma que a resistência a compressão paralela as fibras
51
MASSA ESPECÍFICA E DEFEITOS - RESISTÊNCIA À FLEXÃO

MÓDULO DE ELASTICIDADE À FLEXÃO

 MÓDULO DE ELASTICIDADE (RIGIDEZ) NA FLEXÃO ESTÁTICA

Eflexão = [(F50% - F10%) / (V50% - V10%)] . [L3/2bh3] (GPa)


Para a NBR7190/97, pode ser considerado que:
Eflexão = 0,85Ecomp. axial (resinosas)
Eflexão = 0,90Ecomp. axial (folhosas)
52
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO

ESFORÇOS QUE PROVOCAM O DESLIZAMENTO DE UM PLANO


SOBRE O OUTRO

MADEIRA É MAL ORGANIZADA PARA RESISTIR À ESTE TIPO DE
SOLICITAÇÃO

CISALHAMENTO LONGITUDINAL CISALHAMENTO NORMAL


(PARALELO)

53
RESISTÊNCIA A CARGAS DE GRANDE DURAÇÃO

INFLUÊNCIA DA DURAÇÃO SOBRE A RESISTÊNCIA



A RESISTÊNCIA DA MADEIRA DECRESCE COM O LOGARITMO DO
TEMPO QUANDO UMA CARGA É APLICADA

 É O FENÓMENO DE RUPTURA RETARDADA

Tensão aplicada Tempo de ruptura retardada


f (resistência de ensaio estático) 5 minutos
0,8f 7 dias
0,72f 15 dias
0,65f 30 dias
0,64f 45 dias
0,62f 10 anos

SE CONSIDERA QUE PARA UMA CARGA DE 0,62f, UMA VIGA RESISTE


INDEFINIDAMENTE:
É A RESISTÊNCIA PERMANENTE DA MADEIRA

54
FLUÊNCIA DA MADEIRA

SOB A AÇÃO DE CARGAS DE ATUAÇÃO DEMORADA, A MADEIRA


SOFRE DEFORMAÇÃO LENTA:
É O FENÓMENO DE FLUÊNCIA OU FADIGA ESTÁTICA

 Atribuída às alterações na estrutura íntima do material carregado e


ao gradual deslizamento dos elementos celulares uns em relação aos
outros (devido aos movimentos da água contida nas fibras)

CASO 2:
CARGAS < RESISTÊNCIA PERMANENTE DA MADEIRA:
Deformação elástica imediata + deformação de fluência que se
estabiliza: δtot = δel + δc ≅ δel(1 + ϕ)
ϕ: coeficiente de fluência (cresce com o valor da tensão aplicada)

CASO 1:
CARGAS > RESISTÊNCIA PERMANENTE DA MADEIRA:
Deformações crescem uniformemente com incremento acentuado até
próximo à ruptura.

A RUPTURA PODE OCORRER SOB TENSÕES INFERIORES À TENSÃO
LIMITE DE RESISTÊNCIA DETERMINADA NOS ENSAIOS COM CARGAS
ESTÁTICAS DE CURTA DURAÇÃO

55
 Para a maioria das espécies lenhosas, o limite de fluência coincida
com a resistência permanente da madeira: em volta de 60 % da
resistência obtida nos ensaios de curta duração:

 PEÇAS DE ESTRUTURA DEVERÃO SER DIMENSIONADAS PARA


TRABALHAR NO REGIME DE DEFORMAÇÕES ELÁSTICAS DO
MATERIAL COM TENSÕES INFERIORES AO LIMITE DE
PROPORCIONALIDADE A FIM DE FICAREM “PRESERVADAS” DA
RUPTURA POR FLUÊNCIA.

 PREVISÃO DA DEFORMAÇÃO: δtotal = δelástica(1 + ϕ)

NBR 7190/97: coeficiente de fluência ϕ = f(classe de umidade)

Lembrando:

56
CLASSES DE RESISTÊNCIA

INTRODUZIDAS PELA NBR 7190/1997 COM O OBJETIVO DE


INCENTIVAR O EMPREGO DE MADEIRAS COM PROPRIEDADES
PADRONIZADAS, ORIENTANDO A ESCOLHA DAS ESPÉCIES A INDICAR
PARA A ELABORAÇÃO DOS PROJETOS ESTRUTURAIS

CONÍFERAS/RESINOSAS
Valores da condição de referência h=12%
Classes f c 0,k (MPa) f v 0,k (MPa) E c 0,m (MPa) ρ bás (kg/m³) ρ 12 (kg/m³)
C20 20 4 3.500 400 500
C25 25 5 8.500 450 550
C30 30 6 14.500 500 600

DICOTILEDÔNEAS/FOLHOSAS
Valores da condição de referência h=12%
Classes f c 0,k (MPa) f v 0,k (MPa) E c 0,m (MPa) ρ bás (kg/m³) ρ 12 (kg/m³)
C20 20 4 9.500 500 650
C30 30 5 14.500 650 800
C40 40 6 19.500 750 950
C60 60 8 24.500 800 1000
. f c 0,k : valor característico da resistência à compressão paralela às fibras
. f v 0,k : valor característico da resistência ao cisalhamento paralelo às fibras
. E c 0,m : valor médio do módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras
. ρ bás : densidade básica (M0/Vsat)
. ρ 12 : densidade aparente à umidade de referência de 12% (M 12/V12)

 O VALOR CARACTERÍSTICO USADO É O VALOR CARACTERÍSTICO


INFERIOR, MENOR QUE O VALOR MÉDIO, E É O VALOR QUE TEM
APENAS 5% DE PROBABILIDADE DE SER ULTRAPASSADO NO
SENTIDO DESFAVORÁVEL EM UM DADO LOTE DE MATERIAL.

57
RESISTÊNCIA DE CÁLCULO (NBR 7190/1997)

R
VALORES DE CÁLCULO: R d = k mod,i ⋅ γ
k

γ w = coeficiente de minoração das propriedades da madeira


k mod,i = coeficientes de modificação, considerando influências não
cobertas por γ w .

Exemplos de valores de γ w : Compressão paralela, γ w = 1,4.


Tração paralela, γ w = 1,8.
Cisalhamento paralelo, γ w = 1,8.

VALORES DE COEFICIENTES DE MODIFICAÇÃO k mod,i


k mod,i = k mod,1 ⋅ k mod, 2 ⋅ k mod,3

. Valores de k mod,1

CONSIDERA A CLASSE DE CARREGAMENTO E O TIPO DE MATERIAL


EMPREGADO NA CONSTRUÇÃO DA ESTRUTURA

Tipos de material
Classe de Madeira serrada, madeira laminada Madeira
carregamento colada, madeira compensada recomposta
Permanente 0,60 0,30
Longa duração 0,70 0,45
Média duração 0,80 0,65
Curta duração 0,90 0,90
Instantânea 1,10 1,10

58
. Valores de k mod,2

CONSIDERA A CLASSE DE UMIDADE E O TIPO DE MATERIAL


EMPREGADO

Tipos de material
Classe de Madeira serrada, madeira laminada colada, Madeira
umidade madeira compensada recomposta
(1) e (2) 1,0 1,0
(3) e (4) 0,8 0,9

Lembrando:

. Valores de k mod,3
CONSIDERA A CLASSE DE QUALIDADE DA MADEIRA
(PRIMEIRA OU DE SEGUNDA CATEGORIA)

Classe Primeira categoria Segunda categoria


Coníferas/Resinosas 0,8 0,8
Dicotiledôneas/Folhosas 1,0 0,8

Exemplo: Madeira C30


Rk = 30 MPa (resistência à compressão paralela às fibras)
- γ w = 1,4
- carregamento permanente: 0,6 ( k mod,1 )
- classe de umidade 3: 0,8 ( k mod, 2 )
- segunda categoria: 0,8 ( k mod,3 )

Rd Compressão paralela = 0,6*0,8*0,8*30/1,4 = 8,22 MPa

59
RESISTÊNCIA À FLEXÃO DINÂMICA (OU RESISTÊNCIA AO
IMPACTO NA FLEXÃO)

RESISTÊNCIA À FLEXÃO DINÂMICA OU TENACIDADE É A


CAPACIDADE DO MATERIAL EM RESISTIR OU ABSORVER ESFORÇOS
DINÂMICOS OU CHOQUES.

 NBR 7190/97: CORPOS DE PROVA DE 2x2x30 cm 3

 MEDIDA: PÊNDULO DE CHARPY

O COEFICIENTE DE TENACIDADE será:


K= W com W = (H - h)Q (Q: peso do martelo)
10/6
bh H é a altura inicial e h a altura final do martelo

 COTA DINÂMICA DE TENACIDADE: K/D2

 Permite a seleção de madeiras destinadas à construções móveis


e/ou submetidas a choques
Categorias K/D2 Utilização
Madeiras frágeis < 0,8 Madeiras inadequadas ao emprego em construções móveis
Madeiras 0,8 - Madeiras p/ peças submetidas a choques e vibrações:
medianamente 1,2 vagões, carrocerias, transversinas, caixas, etc.
tenazes
Madeiras tenazes > 1,2 Madeiras aptas p/ as utilizações citadas acima e ainda com
capacidade p/ suportar grandes solicitações dinâmicas:
construção aeronáutica, esquis, pás de ventilador, etc.

 A TENACIDADE DAS MADEIRAS É:


- proporcional à seção das peças e é quase independente do vão das
mesmas;
- praticamente independente da umidade;
- máxima, quando o esforço é aplicado na direção radial
- mínima quando o esforço é aplicado na direção tangencial

60
RESISTÊNCIA AO FENDILHAMENTO

MEDIDA DO DESLOCAMENTO AO LONGO DAS FIBRAS PROVOCADO


POR UM ESFORÇO DE TRAÇÃO NORMAL E EXERCIDO
EXCENTRICAMENTE EM RELAÇÃO À SECÃO CONSIDERADA

 Caracterização da FISSIBILIDADE das diferentes espécies para uso


em seções compostas ou ligações pregadas (estudo comparativo
entre espécies de madeira)

PARA ESTRUTURAS DE MADEIRAS, ESSE TIPO DE SOLICITAÇÃO
DEVE SER EVITADO
 SEU EFEITO PODE SER ATENUADO COM:
- Furação prévia ou despontamento dos pregos nas ligações pregadas
- Emprego de conetores, cavilhas e blindagens

RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO E AO DESGASTE:


DUREZA SUPERFICIAL

A DUREZA MEDE A RESISTÊNCIA DE UM MATERIAL À PENETRAÇÃO,


EM SUA SUPERFÍCIE, AO RISCO E AO DESGASTE

61
 MÉTODO JANKA: NÚMERO DE DUREZA

OBSERVAÇÕES SOBRE A DUREZA

 PERMITE UMA CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL DAS MADEIRAS

 É RELACIONADA COM ÀS DEMAIS CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS


DO MATERIAL POR MEIO DE FÓRMULAS DE CORRELAÇÃO

 RESISTÊNCIA AO DESGASTE E USURA


 EMPREGO EM PAVIMENTAÇÃO: TACOS OU PARQUES

 AFEIÇOAMENTO: CARACTERIZAR A TRABALHABILIDADE E


ADEQUAR FERRAMENTAS E MÁQUINAS DE CORTE

 MADEIRAS MAIS DURAS OPÕEM MAIS RESISTÊNCIA AO


ARRANCAMENTO DE PREGOS E CRAVOS

RESISTÊNCIA À CARGAS ALTERNADAS


 LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA: carga máxima que pode
suportar, sem romper, uma peça submetida a alternância de tração e
compressão
 ENSAIOS DE FLEXÃO COM TENSÕES REPETIDAS EM MADEIRAS:

SE A TENSÃO MÁXIMA APLICADA É INFERIOR AO LIMITE DE
PROPOCIONALIDADE, A REPETIÇÃO DE CARGAS NÃO REDUZ A
RESISTÊNCIA
ENTÃO, O EFEITO DA FADIGA NÃO PRECISA, EM GERAL, SER
CONSIDERADO NOS CÁLCULOS DE DIMENSIONAMENTO
62
COTAS DE QUALIDADE

As RELAÇÕES entre as principais PROPRIEDADES MECÂNICAS da


madeira e sua MASSA ESPECÍFICA APARENTE é quase constante em
torno de um valor médio para cada espécie lenhosa

COTAS DE QUALIDADE

 SÃO ÍNDICES DE QUALIFICAÇÃO DO MATERIAL

 PERMITEM ELIMINAR AS VARIAÇÕES DEVIDAS ÀS DIFERENÇAS DE


MASSA ESPECÍFICA APARENTE.

 COTA ESTÁTICA DE FLEXÃO


ÍNDICE INDICANDO A APTIDÃO DAS ESPÉCIES P/ VIGAMENTO
σf12 / 100D12
Entre 20 e 25: madeira é apta para vigamento
Entre 15 e 20: madeira é pouco apta para vigamento
Entre 10 e 15: madeira é inapta para vigamento

 COTA DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO


(R12) / (100 x D212)
- 18 à 20 resinosas leves
- 15 à 17 resinosas densas e folhosas leves
- 9 à 14 folhosas densas.

 COTA DE ADERÊNCIA
Tpp12/100D12
(Tpp12: Resistência à tração normal)
0,15 - 0,30 → pouco aderente
0,30 - 0,45 → aderência média
0,45 - 0,60 → muito aderente

 COTA DE FENDILHAMENTO
F12/100D12
0,1 - 0,2 → baixa resistência
0,2 - 0,3 → resistência média
0,3 - 0,4 → boa resistência

 COTA DE CISALHAMENTO
CS12/100D12

63
DEFEITOS DAS MADEIRAS
SÃO ANOMALIAS QUE ALTERAM O DESEMPENHO E AS PROPRIEDADES
FÍSICO-MECÂNICAS

NAS ESPECIFICAÇÕES DE QUALIDADE DAS MADEIRAS É NECESSÁRIA


UMA NORMALIZAÇÃO DOS DEFEITOS EM TERMOS DE IDENTIFICAÇÃO,
LOCALIZAÇÃO, GRUPAMENTO E DIMENSIONAMENTO.

CLASSIFICADOS CONFORME AS CAUSAS DE SUA OCORRÊNCIA


- DEFEITOS DE CRESCIMENTO
- DEFEITOS DE SECAGEM
- DEFEITOS DE PRODUÇÃO
- DEFEITOS DE ALTERAÇÃO

DEFEITOS DE CRESCIMENTO

NÓS
RESULTANTE DE GALHOS DA ÁRVORE PRIMITIVA, VIVOS OU MORTOS,
QUE FORAM ENVOLVIDOS POR NOVAS E SUCESSIVAS CAMADAS DE
CRESCIMENTO DO LENHO

64
NÓS VIVOS NÓS MORTOS

 A INFLUÊNCIA DOS NÓS NO DESEMPENHO DAS PEÇAS DEPENDE DO


TIPO, FORMA, DIMENSÕES E NÚMERO (% DA SEÇÃO OCUPADA); DA
SUA LOCALIZAÇÃO NA PEÇA; DO TIPO DE SOLICITAÇÃO (NORMA)

 COMPRESSÃO:  em até 30 % (dependendo da posição)


 TRAÇÃO:  em até 75% (dependendo da posição)
 FLEXÃO ESTÁTICA: evitar a zona tracionada

DESVIOS DE VEIO E FIBRAS TORCIDAS


OS DESVIOS DE VEIO E FIBRAS TORCIDAS PREJUDICAM A
RESISTÊNCIA DAS PEÇAS ACENTUANDO A ANISOTROPIA E SÃO
RESPONSÁVEIS PELOS EMPENOS EM FORMA DE ARCO OU HÉLICE

65
Inclinação das % resistência: flexão ou % resistência:
fibras tração paralela compressão paralela
17o 40 56
12o 53 66
10o 61 74
8o 69 82
6,6o 76 100
5,5o 85 100
5o 100 100
0o 100 100
MEDIDA

VENTOS(AS) OU GRETAS
DESLOCAMENTOS, SEPARAÇÕES COM DISCONTINUIDADE ENTRE
FIBRAS OU ENTRE ANÉIS DE CRESCIMENTO

1: greta parcial 2: greta completa


 GRANDE INFLUÊNCIA NO CISALHAMENTO PARALELO ÀS FIBRAS
 REDUÇÃO DA SEÇÃO RESISTENTE
66
DEFEITOS DE SECAGEM

DEVIDOS À RETRATILIDADE DA MADEIRA DURANTE A SECAGEM

 EMPENAMENTOS: qualquer desvio na forma geométrica inicial de uma


peça de madeira  DEVIDOS À ANISOTROPIA DA RETRATILIDADE

ENCURVAMENTO

ENCANOAMENTO

ARQUEAMENTO

67
TORCIMENTO

 RACHAS: grandes aberturas no topo das toras ou peças

 FENDILHADOS: pequenas aberturas ao longo ou no topo das toras ou


peças

68
 FENDAS: pequenas aberturas radiais no topo das toras ou peças

→ TRAÇÃO E COMPRESSÃO AXIAL, FLEXÃO: se fora da zona crítica,


pouco ou nenhum efeito.
Mas atenção à questão estética, ou para prevenir a penetração de
umidade e subsequente apodrecimento.

→ CISALHAMENTO: redução da seção resistente


 Depende da sua posição em relação ao plano neutro

DEFEITOS DE PRODUÇÃO

ABATE E DERRUBADA DAS ÁRVORES


FRATURAS, RACHADURAS, FENDAS, MACHUCADEIRAS.
 DESDOBRO E SERRAGEM DAS PEÇAS
CANTOS ESMAGADOS, FIBRAS CORTADAS.

DEFEITOS DE ALTERAÇÃO

ATAQUE DE PREDADORES (FUNGOS, INSETOS), AÇÃO DA LUZ E CHUVA


 TRATAMENTOS DE PREVENÇÃO E PRESERVAÇÃO:
- INSPEÇÃO REGULAR DAS PEÇAS - substituição se necessário
- VENTILAÇÃO ADEQUADA (baixar a umidade)
- PRODUTOS PRESERVADORES (impregnação, pintura)
- MADEIRAS COM ALTA DURABILIDADE NATURAL (extrativos)

69
CLASSIFICAÇÃO DE PEÇAS ESTRUTURAIS DE MADEIRA

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A QUALIDADE

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O MÉTODO VISUAL


Exemplos (mais detalhes na norma NBR 7190/97):
Defeito PRIMEIRA SEGUNDA TERCEIRA
CATEGORIA CATEGORIA CATEGORIA
0 0
Inclinação máxima das 8 (1:7) 12 (1:5) 180 (1:3)
fibras
% máxima da área da 25% 33% 50%
seção transversal ocupada
pelo nó
Comprimento máximo das 2 vezes a 3 vezes a sem limitações
rachas largura da peça largura da peça
Comprimento máximo das 1 vez a largura 1,5 vez a 1/6 do
fendas da peça largura da peça comprimento da
peça
Encurvamento máximo* 17 mm 22 mm 32 mm
(ex.: p/ uma peça de 2,5 m
de comp.)
Encanoamento máximo 10 mm 15 mm 30 mm
(ex.: p/ uma peça de 300
mm de larg.)
Arqueamento máximo (ex.: 6 mm 8 mm 12 mm
p/ uma peça de 3 m de
comp. e 200 mm de larg.)
Torcimento máximo (ex.: p/ 25 mm 33 mm 50 mm
uma peça de 3 m de comp.
e 200 mm de larg.)
*peças com espessura máxima de 38 mm

CLASSIFICAÇÃO MECÂNICA

Realização dos ensaios de caracterização mecânica (compressão,


cisalhamento e modulo) e físicos (densidade básica e aparente)
permitindo a classificação conforme as classes de resistência C20, C25
ou C30 para as resinosas/coníferas e C20, C30, C40 ou C60 para as
folhosas/dicotiledôneas.

70
DEFINIÇÃO DO COEFICIENTE DE MODIFICAÇÃO: k mod,3

Classe Primeira categoria, Segunda categoria


Coníferas/Resinosas 0,8 0,8
Dicotiledôneas/Folhosas 1,0 0,8

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES (NBR 7190/97)


- Madeira de terceira categoria não pode ser usada em estruturas

- DICOTILEDÔNEAS/FOLHOSAS:
Madeira de primeira categoria: usar método visual normalizado +
classificação mecânica (garante a homogeneidade da rigidez das peças)
NÃO É PERMITIDO CLASSIFICAR COMO DE PRIMEIRA CATEGORIA AS
PEÇAS DE MADEIRA SUBMETIDAS APENAS PELO MÉTODO VISUAL DE
CLASSIFICAÇÃO

- RESINOSAS/CONÍFERAS: em quaisquer casos, k mod,3 = 0,8.


DEVIDO AO FATO DE QUE É ALTAMENTE SIGNIFICATIVO O RISCO DA
PRESENÇA DE NÓS NO INTERIOR DAS PEÇAS ESTRUTURAIS, NÃO
DETECTÁVEIS APENAS PELA INSPEÇÃO VISUAL

- SOMENTE P/ RESINOSAS/CONÍFERAS: DENSIDADE


DESCARTAR AS PEÇAS DE DENSIDADE DE ANÉIS DE CRESCIMENTO
EXCESSIVAMENTE BAIXA, MESMO QUE ESTAS SEJAM ISENTAS DE
DEFEITOS.

PEÇAS DE MADEIRA COM MENOS DE 15% DE MADEIRA DE INVERNO
(LENHO TARDIO) MEDIDOS EM 25 MM DE UMA LINHA RADIAL
REPRESENTATIVA.

71
BENEFICIAMENTO DAS MADEIRAS
ATENUAR OS EFEITOS DAS CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS DAS
MADEIRAS

- ALTERAÇÕES EM SUA UMIDADE: degradação de suas propriedades e


surgimento de tensões internas
- ATAQUE DE PRAGAS: diminuição de sua durabilidade
- HETEROGENEIDADE E ANISOTROPIA
- LIMITAÇÕES DAS DIMENSÕES EM PEÇAS DE MADEIRA NATURAL

SECAGEM
OBTENÇÃO DE UM GRAU DE UMIDADE NAS PEÇAS DE MADEIRA
COMPATÍVEL COM O AMBIENTE DE EMPREGO
- Diminuição do peso (bom para o transporte)
- Melhora a estabilidade dimensional e a resistência mecânica
- Aumento da resistência aos agentes de deterioração
- Facilita os processos de preservação e tratamentos ulteriores

 SECAGEM NATURAL: depende de São Pedro !


 SECAGEM ARTIFICIAL: aumento progressivo da temperatura
acompanhado da diminuição progressiva do grau de umidade: maior
controle de qualidade das peças

Exemplo de disposição das tábuas de madeira na estufa

Estufa clássica Estufa que se desloca


72
 O IPT CLASSIFICA AS ESPÉCIES LENHOSAS EM 3 CLASSES EM
FUNÇÃO DA FACILIDADE DE SECAGEM:

Classe A: madeiras de secagem fácil (Ex.: cedro, guarapuvu, caixeta)

Classe B: madeiras de média dificuldade de secagem (Ex.: peroba-rosa,


araucária, cabriúva, ipê, pau-marfim, freijó, açoita-cavalo, jequitibá)

Classe C: madeiras de secagem difícil (Ex.: imbuía, canelas, amendoim,


caviúna, aroeiras, taiuiá e eucaliptos)

 OBSERVAÇÃO: VELOCIDADE DE SECAGEM É FUNÇÃO DAS


CARACTERÍSTICAS DA MADEIRA E DA PEÇA:

- Velocidade de secagem será maior no sentido axial às fibras.

- Densidade alta: menor velocidade de secagem.

- Espessura da peça maior: menor deverá ser a velocidade de secagem.

PRESERVAÇÃO DAS MADEIRAS

DURABILIDADE NATURAL

Depende da própria natureza do material e dos fatores externos

CLASSIFICAÇÃO DAS MADEIRAS EM FUNÇÃO DA DURABILIDADE


NATURAL DA MADEIRA (QUANDO EM CONTATO COM O SOLO)
- Muito pouco duráveis (até 2 anos)
- Pouco duráveis (até 6 anos)
- Mediamente duráveis (até 10 anos)
- Muito duráveis (mais de 10 anos)

 ATENÇÃO: O ALBURNO DE QUALQUER TIPO DE MADEIRA SERÁ


SEMPRE CLASSIFICADO COMO MUITO POUCO DURÁVEL

 A BAIXA DURABILIDADE NATURAL DE ALGUMAS ESPÉCIES PODE


SER COMPENSADA POR UM TRATAMENTO PRESERVATIVO

TRATAMENTOS DE PRESERVAÇÃO ↑ a vida útil entre 3 e 6 vezes ?

73
DETERIORAÇÃO

FUNGOS SE ALIMENTAM DE CELULOSE


 PREVENÇÃO DO ATAQUE DE FUNGOS
- Eliminar: oxigênio atmosférico, ≅ 20 C, umidade > 20 %.
o

- Desdobro em época apropriada


- Secagem adequada (evitar as fendas)
- Tratamento com fungicidas

BACTÉRIAS

INSETOS

- LARVAS DE CARUNCHO E DE - CUPINS


COLEÓPTERO (BESOURO)

CRUSTÁCEOS E MOLUSCOS (FURADORES MARINHOS)


 SE ALIMENTAM DE CELULOSE EM MADEIRAS IMERSAS

LUZ SOLAR (UV)


 ESPESSURA DETERIORADA DE 1 mm EM 20 ANOS

74
CATEGORIAS DE RISCO

 MADEIRA PROTEGIDA DAS INTEMPÉRIES E DA UMIDADE E NÃO


SUJEITA À REUMIDIFICAÇÃO
SECA EM PERMANÊNCIA (h < 18%) – Classe de umidade 1 a 3 com
duração permanente:
RISCO DE ATAQUE POR INSETOS
Ex.: pisos, moveis, partes estruturais em ambiente interno

 MADEIRA PROTEGIDA DAS INTEMPÉRIES, SEM CONTATO COM O


SOLO, MAS SUJEITA À REUMIDIFICAÇÃO OCASIONAL
OCASIONALMENTE ÚMIDA (DE VEZ EM QUANDO COM H > 18%) –
Classe de umidade 1 a 3 sujeita à reumidificação de curta duração:
RISCO DE ATAQUE POR INSETOS E FUNGOS
Ex.: elementos internos da estrutura do telhado, banheiros

 MADEIRA EXPOSTA AS INTEMPÉRIES, SEM CONTATO COM O SOLO


FREQÜENTEMENTE ÚMIDA (FREQÜENTEMENTE COM H > 18%) –
Classe de umidade 4 sujeitas à reumidificação de longa duração:
RISCO DE ATAQUE POR INSETOS E FUNGOS
Ex.: janelas, portas, revestimentos externos

 MADEIRA EM CONTATO COM O SOLO OU ÁGUA NÃO SALGADA


ÚMIDA EM PERMANÊNCIA (SEMPRE COM H > 18%)
RISCO DE ATAQUE POR INSETOS E FUNGOS
Ex.: partes da estrutura em contato com o solo, cercas

 MADEIRA EM CONTATO COM A ÁGUA SALGADA


ÚMIDA EM PERMANÊNCIA
RISCO DE ATAQUE POR INSETOS, FUNGOS, CRUSTÁCEOS E
MOLUSCOS
Ex.: trapiches, cercas.

75
CLASSES DE DURAÇÃO:

AGENTES DE DETERIORAÇÃO EM FUNÇÃO DAS SITUAÇÕES DE RISCO


DE DETERIORAÇÃO DA MADEIRA:

LEMBRE-SE

1) A CLASSE DE DURABILIDADE DEPENDE SOMENTE DO TIPO DE


MADEIRA USADA E NUNCA DA SUA UTILIZAÇÃO

2) A CLASSE DE RISCO DEPENDE SOMENTE DA UTILIZAÇÃO DA


MADEIRA E NUNCA DA MADEIRA USADA.

76
PRINCIPIAIS PROCESSOS DE PRESERVAÇÃO
CLASSIFICADOS SEGUNDO A PROFUNDIDADE DA IMPREGNAÇÃO
TRATAMENTO PRÉVIO
 REMOÇÃO DAS CASCAS E CORTIÇAS: melhora a permeabilidade aos
impregnantes e remove o veículo preferencial dos insetos

 DESSEIVAGEM (Ex.: flutuação em rios)

 EXECUÇÃO DE RESSERRAGEM, FURACÕES E ENTALHES

 SECAGEM A UM TEOR ADEQUADO DE UMIDADE: facilita e


impregnação, evita a formação de fendas e esteriliza (estufa)

PROCESSOS DE IMPREGNAÇÃO SUPERFICIAL

PINTURAS SUPERFICIAIS (PINCELAMENTO), ASPERSÃO,


PULVERIZAÇÃO OU IMERSÃO NO IMUNIZANTE

AMBIENTES COBERTOS, PROTEGIDOS E SUJEITOS A FRACAS
VARIAÇÕES HIGROMÉTRICAS (CLASSES DE RISCO  E )
77
PROCESSOS DE IMPREGNAÇÃO SOB PRESSÃO REDUZIDA
TRATAMENTOS SUPERFICIAIS REFORÇADOS QUE APROVEITAM AS
PRESSÕES NATURAIS
ATMOSFÉRICA, HIDRÁULICA, CAPILAR E OSMÓTICA.
PROCESSO DE DOIS BANHOS OU DE BANHO QUENTE E FRIO
Processo adequado para as classes de risco  e 

PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DA SEIVA


Processo adequado para as classes de risco  e 

PROCESSO DE IMPREGNAÇÃO POR OSMOSE (MADEIRA VERDE)


Processo adequado para as classes de risco  e 

PROCESSO DUPLO-VÁCUO
Processo adequado para as classes de risco ,  e 

78
PROCESSOS DE IMPREGNAÇÃO EM AUTOCLAVE

PROCESSOS MAIS EFICIENTES: IMPREGNAÇÃO EM PROFUNDIDADE DE


PEÇAS DE MADEIRA EM CONTATO PERMANENTE OU
OCASIONALMENTE COM A UMIDADE

Classes de risco , , ,  e 

 No entanto, isso é possível se a IMPREGNABILIDADE DA MADEIRA é


classe 1 ou até 2:

Classe de Descrição
impregnabilidade
1: Impregnável Fácil de tratar: a madeira serrada pode ser penetrada
totalmente com um tratamento sob pressão sem
dificuldades
2: Medianamente Bastante fácil de tratar: penetração completa difícil, mas
impregnável após 2-3 horas de tratamento, é possível atingir 6 mm
3: Pouco Difícil de tratar: 3-4 horas de tratamento sob pressão não
impregnável podem levar a uma penetração de 3-6 mm
4: Não impregnável Virtualmente impossível de tratar: mesmo após 3-4 horas
de tratamento, pouca quantidade de produto foi
absorvida
79
PRINCIPAIS PRODUTOS DE PRESERVAÇÃO

PRODUTOS TÓXICOS OU DE CONTATO (FUNGICIDAS, INSETICIDAS,


ANTI-MOLUSCOS), DILUÍDOS EM UM SOLVENTE

- Alta toxicidade aos organismos xilófagos (fungos, insetos)

- Alto grau de retenção nos tecidos lenhosos

- Alta difusibilidade através dos tecidos lenhosos

- Estáveis, incorrosíveis para metais e não degradar a própria


madeira

- Segurança para os operadores

SOLUÇÕES DE SAIS HIDROSOLÚVEIS:


CCB (cromo-cobre-boro)
CCA (cromo-cobre-arsênio)
ACA (amônia-cobre-arsênio)
Etc.

SOLUÇÕES DE SAIS SOLÚVEIS EM ÓLEO: à base de zinco e cobre


diluídos em óleo; à base pentaclorofenol diluído em óleo

CREOSOTO

AS CONCENTRAÇÕES USADAS SÃO FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES DE


SERVIÇO E DA PERMEABILIDADE DA MADEIRA

80
CONTROLES TECNOLÓGICOS DA DETERIORAÇÃO E DA PRESERVAÇÃO

 DOSAGEM E CONCENTRAÇÃO MÍNIMA INIBIDORA


 ENSAIOS NORMALIZADOS DE PENETRAÇÃO E RETENÇÃO DE
IMPREGNANTES

 O QUE DIZ A NORMA NBR 7190/1997 ?

“EM VIRTUDE DA GRANDE VARIABILIDADE DA INCIDÊNCIA DE AGENTES


BIOLÓGICOS DE DETERIORAÇÃO DA MADEIRA, BEM COMO PELA
EXISTÊNCIA DE ESPÉCIES COM BOA DURABILIDADE NATURAL,
RECOMENDA-SE, NA FALTA DE OUTRAS INFORMAÇÕES, OS
SEGUINTES PROCEDIMENTOS MÍNIMOS DE PRESERVAÇÃO:

- FOLHOSAS/DICOTILEDÔNEAS: PINCELAMENTO
- RESINOSAS/CONÍFERAS: IMPREGNAÇÃO EM AUTOCLAVE”

OBS.: CUIDADO COM O ALBURNO DE FOLHOSAS/DICOTILEDÔNEAS


PROJETO

Definição do desempenho necessário (vida útil,


responsabilidade estrutural, entre outros)

Definição da Categoria de Uso

Escolha da espécie de madeira

sim Durabilidade não


natural
adequada?

Madeira
 Tratamento preservativo sim suficientemente não
desnecessário  impregnável?
(Tratabilidade)

Escolha do processo de tratamento e do produto


preservativo

No entanto: NÃO É RECOMENDADO USAR MADEIRA SEM


TRATAMENTOS
81
ESCOLHA DE UM TRATAMENTO
(madeira com impregnabilidade classe 1 ou 2)

EMPREGO DA EXPOSIÇÃO À TRATAMENTO RECOMENDADO


MADEIRA UMIDADE
 Assoalho (piso) Não (risco 1) Inseticida: pintura, aspersão ou imersão
 Assoalho interno - Banheiros (risco 2) Inseticida e fungicida: imersão ou duplo-
- Outros (risco 1) vácuo
Inseticida: pintura, aspersão ou imersão
 Portas externas, Sim (risco 3) Inseticida e fungicida: imersão ou duplo-
esquadrias vácuo
 Partes do telhado Madeira abrigada Inseticida e fungicida: imersão
internas (risco 2)
 Partes do telhado Madeira não abrigada Inseticida e fungicida: autoclave ou duplo-
externas (risco 3) vácuo
 Estrutura - Partes da estrutura Inseticida e fungicida: autoclave
em contato com o
solo, sacadas (risco 4)
- Outros (risco 2) Inseticida e fungicida: imersão
 Revestimento Externa (risco 4) Inseticida e fungicida: autoclave
externo
 Cerca Externa (risco 4, 5) Inseticida e fungicida: autoclave (com
quantidade maior de produto injectada se
contato com água do mar)

82
ALGUNS EXEMPLOS DE PROTEÇÃO ARQUITETÔNICA

- Partes horizontais favorecem a estagnação da água

- Arestas vivas menos recobertas de produto (Ex.: verniz)


desgastam-
se mais rapidamente: arredondar

- Evitar contato direto com o solo

- Fazer pingadeiras

- Evitar formação de canais retentores de água.

83
MADEIRAS TRANSFORMADAS
ATENUAR E ATÉ ELIMINAR AS CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS DAS
MADEIRAS REAGLOMERANDO FRAGMENTOS CADA VEZ MENORES DO
LENHO ORIGINAL

MADEIRAS LAMINADAS COLADAS


MADEIRAS LAMINADAS COMPENSADAS
MADEIRAS AGLOMERADAS
MADEIRAS RECONSTITUÍDAS

RELATIVA “HOMOGENEIDADE” DE COMPOSIÇÃO


RELATIVA “ISOTROPIA” NO COMPORTAMENTO FÍSICO-MECÂNICO
POSSIBILIDADES AMPLIADAS DE SECAGEM E TRATAMENTOS DE
PRESERVAÇÃO quando o material está ainda no estado de lâminas
finas ou fragmentos
Geralmente, AUMENTO DA DENSIDADE; DIMINUIÇÃO DA ANISOTROPIA
DA RETRATILIDADE
Geralmente, AUMENTO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO E
FENDILHAMENTO
POSSIBILIDADE DE FABRICAÇÃO DE CHAPAS E BLOCOS DE
DIMENSÕES ADEQUADAS À TECNOLOGIA DE PRÉ-FABRICAÇÃO
MODULADA
APROVEITAMENTO DE TODO O MATERIAL LENHOSO DA ÁRVORE

MADEIRAS LAMINADAS
 QUANDO SÃO NECESSÁRIAS PEÇAS DE MADEIRA DE GRANDE
COMPRIMENTO OU COM FORMAS ESPECIAIS

SÃO TÁBUAS (15-30 mm) SOBREPOSTAS A FIO E COLADAS ENTRES SI


RETAS OU CURVAS
DE QUALQUER LARGURA E COMPRIMENTO
DE SEÇÃO CONSTANTE OU VARIÁVEL
JÁ APARELHADAS, TRATADAS E PRONTAS PARA USO

84
85
EMENDAS:

 COLAS E AGLOMERANTES
RESISTÊNCIA SUFICIENTE AOS ESFORÇOS (cisalhamento)
DURABILIDADE > MADEIRA (umidade, ToC e microorganismos)
 COLAS DE ORIGEM NATURAL (Ex.: caseína)
 RESINAS SINTÉTICAS

Aplicação C UF MUF RF RFF


Interior
Tensões normais XX XX XX XX XX
Alto grau higrométrico O X XX XX XX
Exterior
Abrigado das intempéries O O X XX XX
Exposto às intempéries O O O XX XX

XX: cola apropriada X: cola à usar com restrições O: uso desaconselhado


C: caseína UF: urea-formol MUF: melamina-urea-formol
RF: resorcina-formol RFF resorcina-fenol-formol

 COMPARAÇÃO COM A MADEIRA MACIÇA


- FABRICAÇÃO DE PEÇAS DE GRANDES DIMENSÕES
- PERMITE A CONSTRUÇÃO DE PEÇAS DE EIXO CURVA
- MELHOR CONTROLE DA UMIDADE DAS LAMINAS
- PERMITE UMA SELEÇÃO DA QUALIDADE DA MADEIRA
- CUSTO MAIOR

86
MADEIRA LAMINADA COMPENSADA OU
CONTRAPLACADOS DE MADEIRA

COLAGEM DE LÂMINAS DE MADEIRA A FIOS (VEIO) CRUZADOS SOB


PRESSÃO COM RESINAS SINTÉTICAS PARA AMBIENTES EXTERNOS OU
COM CASEÍNA PARA AMBIENTES INTERNOS

⇒ REDUÇÃO DA ANISOTROPIA E HETEROGENEIDADE


- NA RETRATILIDADE

Maciça Compensada

- HOMOGENEIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO MECÂNICO


87
 CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS dependem
Espécie lenhosa
Tipo e qualidade do adesivo
Número e espessura das lâminas
Tipo de solicitação

 PRINCIPAIS APLICAÇÕES: cobertura, pisos, revestimento de parede


(interno ou externo), decoração interna, almas de vigas, fôrmas p/ concreto

 MAIS CAROS QUE AGLOMERADOS

88
MADEIRAS AGLOMERADAS
AGLOMERAÇÃO DE PEQUENOS FRAGMENTOS DE MADEIRA

 Extrudado

 AGLOMERANTES
MINERAIS (cimento, gesso) ou RESINAS SINTÉTICAS (fenólica)

 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-MECÂNICAS dependem


Granulometria dos fragmentos
Pressão de compactação
Tipo de aglomerante
GERALMENTE, SENSÍVEIS À UMIDADE

 PRINCIPAIS USOS: móveis, esquadrias, revestimentos, pisos

89
MADEIRAS OSB (Oriented Strand Board)
PAINÉIS DE TIRAS (LASCAS) DE MADEIRA ORIENTADAS
PERPENDICULARMENTE, EM DIVERSAS CAMADAS UNIDAS COM
RESINAS APLICADAS SOB TEMPERATURA E PRESSÃO

 PROCESSO DE PRODUÇÃO:

 PRODUTO NORMALIZADO: 4 CAMADAS (2 EXTERNAS ORIENTADAS


NO SENTIDO LONGITUDINAL E 2 INTERNAS, CRUZADAS NO SENTIDO
PERPENDICULAR)

 Concorrente de compensados

90
MADEIRAS RECONSTITUÍDAS
RE-AGLOMERAÇÃO DE FIBRAS CELULÓSICAS (SEPARADAS E
DISPERSAS) EXTRAÍDAS DO LENHO COM RESINAS SINTÉTICAS OU
COM A PRÓPRIA LIGNINA SOB PRESSÃO

 PROCESSO DE PRODUÇÃO:

 PANEIS DE FIBRAS SEMI-DUROS (0,2-0,8 kg/dm3) - MDF


Revestimentos, forros, entrepisos, isolamento térmico e absorção
acústica.
PANEIS DE FIBRAS DUROS (0,8-1,6 kg/dm3) - HDF
Parede de vedação, esquadrias, mobiliário, às vezes emprego estrutural.

GERALMENTE SENSÍVEIS À UMIDADE MAS PODEM SER TRATADOS


COM RESINA
 Concorrente de compensados
91

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