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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE CARAPICUIBA

ANDRÉ VINÍCIUS SOUZA FELICIO


FELIPE FRANCISCO DA SILVA
SILVIO SILVA FURTADO

MUSIKR: A MÚSICA CONECTANDO PESSOAS

Carapicuíba, 2016
Felício, André Vinícius Souza; Silva, Felipe Francisco Da; Furtado, Silvio Silva.

F249m Musikr: a música conectando pessoas. – Carapicuíba. – SP. 2016.


75 f.

Trabalho apresentado a FATEC – Carapicuíba como parte dos


requisitos exigidos para a Conclusão do Curso de Tecnologia em
Análise e Desenvolvimento de Sistemas.
Orientador: Luiz Sérgio de Souza.

1. Sistema. 2. Música. 3. Análise e desenvolvimento de sistemas. I.


Souza, Luiz Sérgio de (orientador). II. Título.

004.61 CDD
ANDRÉ VINÍCIUS SOUZA FELICIO
FELIPE FRANCISCO DA SILVA
SILVIO SILVA FURTADO

MUSIKR: A MÚSICA CONECTANDO PESSOAS

Trabalho apresentado como exigência para


Obtenção do Título de Tecnólogo em Análise e
Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de
Tecnologia de Carapicuíba.

Professor Orientador:
Dr. Luiz Sérgio de Souza.

Carapicuíba, 2016
ANDRÉ VINÍCIUS SOUZA FELICIO
FELIPE FRANCISCO DA SILVA
SILVIO SILVA FURTADO

MUSIKR: A MÚSICA CONECTANDO PESSOAS

Trabalho apresentado como exigência para Obtenção do Título de Tecnólogo em


Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia de
Carapicuíba sob orientação do Professor Doutor Luiz Sérgio de Souza.

Aprovado em: Carapicuíba/SP, ______/______/___________.

BANCA EXAMINADORA

____________________________
Luiz Sérgio de Souza, Dr.
(Orientador – Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba)

____________________________
Luiz Henrique Jacy Monteiro, Professor.
(Professor Avaliador – Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba)

____________________________
Renato Fava Matelli, Professor Especialista.
(Professor Avaliador – Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba)

____________________________
Marcia Pires de Araújo, Drª.
(Diretora – Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba)
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos que colaboraram para a realização deste projeto,


principalmente aos nossos queridos e estimados Mestres que, durante todo o Curso
de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de
Tecnologia de Carapicuíba, nos instruíram com exemplar e admirável dedicação.
Agradecemos, também, ao nosso orientador, Professor Doutor Luiz
Sérgio de Souza, por quem possuímos especial admiração e pudemos contar com
conselhos e orientações esclarecedoras no desenvolvimento do projeto.
Às nossas famílias, aos nossos amigos e familiares, nosso mais sincero
obrigado.
Por fim, porém mais importante, agradecemos a Deus por mais esta
etapa em nossas vidas.
RESUMO

O crescimento das redes sociais virtuais é notável e constantemente surgem novas e mais
atraentes funcionalidades, a fim de expandir ainda mais sua população de usuários.
Desenvolvedores de websites e aplicativos destinados a este público inovam a cada dia
oferecendo ferramentas e funções, integrando duas ou mais redes sociais de um mesmo
usuário, tornando possível ao indivíduo o acesso às suas várias contas ou perfis diferentes
com um simples clique de mouse ou toque na tela. A música, tanto na vida cotidiana e
particular quanto no mundo virtual, tem um poder de atração por si só e, não obstante sua
importância no dia-a-dia das pessoas, poucos são os websites ou aplicativos destinados
exclusivamente para o público fã e/ou amante desta arte. Assim sendo, o presente trabalho
apresenta o desenvolvimentode um aplicativo móvel em forma de rede social que possibilite
maior interação e troca de experiências entre os usuários, cujas afinidades sejam
compatíveis com relação à música. Como resultado alcançado destaca-se a implementação
de um protótipo.

Palavras-chave: aplicativo, móvel, música, músico, banda, Android, aplicativo móvel.


ABSTRACT

The growth of virtual social networks is outstanding and constantly brings new and more
attractive features, in order to further expand their user population. Websites and
applications aimed to that public developers renew every day, offering tools and functions,
integrating two or more social networks of a same user, turning it possible to this one the
access to your mutual accounts or profiles in different networks with a single mouse click or
screen touch. Music, both in the every day life and particularly as in the virtual world, has an
attraction power by itself and, despite its significance in people‟s day life, there are few
exclusive websites or applications for this art fans or lovers. Therefore this project showsthe
development of a mobile application in the form of a social network which provides a bigger
interaction and experience exchange between the users, which affinities concerning to music
are consistent. As a reached meal stands out a prototype implementation.

Key words: application, mobile, music, musician, band, Android, mobile application
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: o envolvimento das pessoas com a música ............................................... 44

Figura 2: a atuação dos músicos entrevistados ........................................................ 44

Figura 3: a participação ativa dos entrevistados ....................................................... 45

Figura 4: estilos preferidos dos participantes da pesquisa. ....................................... 45

Figura 5: as pessoas conhecem outras pessoas que são músicos........................... 45

Figura 6: locais de onde as pessoas acessam a internet .......................................... 46

Figura 7: como as pessoas utilizam o telefone celular ou smartphone em relação à


internet: a) o acesso, b) a navegação em websites e c) o uso de aplicativos. .......... 46

Figura 8: websites ou aplicativos destinados à música conhecidos pelos


entrevistados. ............................................................................................................ 48

Figura 9: as redes sociais utilizadas pelas pessoas. ................................................. 48

Figura 10: idade e sexo dos participantes da pesquisa. ............................................ 49

Figura 11: Diagrama de Casos de Uso, apresentando as funcionalidades do


aplicativo. .................................................................................................................. 51

Figura 12: UC1 - cadastro no sistema ....................................................................... 51

Figura 13: UC2 - realizar login no sistema ................................................................ 52

Figura 14: UC3 - manter perfil ................................................................................... 53

Figura 15: UC4 - publicar .......................................................................................... 53

Figura 16: UC5 - trocar mensagens .......................................................................... 54

Figura 17: UC6 - adicionar amigo.............................................................................. 54

Figura 18: UC7 - excluir amigo .................................................................................. 55

Figura 19: UC8 - pesquisar vagas ............................................................................. 55

Figura 20: UC9 - pesquisa de bandas ....................................................................... 56

Figura 21: UC10 - seguir banda ................................................................................ 56

Figura 22: UC11 - candidatar à vaga ........................................................................ 57

Figura 23: UC12 - troca de mensagens com Banda ................................................. 57

Figura 24: UC13 - manter Banda .............................................................................. 58


Figura 25: UC14 - manter integrante de banda ......................................................... 59

Figura 26: UC15 - manter discografia ....................................................................... 59

Figura 27: UC16 - manter vaga ................................................................................. 60

Figura 28: UC17 - manter agenda de shows ............................................................. 61

Figura 29: diagrama de Classes................................................................................ 62

Figura 30: Diagrama entidade-relacionamento do projeto ........................................ 63

Figura 31: Arquitetura básica do Sistema. ................................................................ 64

Figura 32:Protótipo disponibilizado via internet para realização de pesquisa.


Disponível em <https://creator.ionic.io/share/123cd7a1468c> .................................. 66

Figura 33:Gráfico que ilustra a proporção entre os entrevistados que utilizam


aplicativos dedicados à música e os que não. .......................................................... 67

Figura 34: a) tela que permite ao usuário realizar o cadastro e b) efetuar o login..... 68

Figura 35: a) área destinada para inserção de dados do login e b) campos


preenchidos. .............................................................................................................. 68

Figura 36: Integração dos módulos do Projeto. ......................................................... 70

Figura 37: A aplicação, instalada no smartphone do usuário, acessa a API executada


no Servidor, responsável pela conexão com o Banco de Dados. ............................. 71

Figura 38: As imagens são armazenadas no mesmo servidor da Web API utilizando
uma URL codificada em Base64 através de plugins feitos para captação. Esta
sequência de caracteres é decodificada na Web API, tornando-se novamente uma
imagem...................................................................................................................... 72
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BBS – Bulletin Board System (Sistema de Boletin Eletrônico)

BD – Banco de Dados

CD – Compact Disc

CSS – Cascading Style Sheets

DC – Diagrama de Classes

DCU – Diagrama de Casos de Uso

DER – Diagrama Entidade-Relacionamento

HDD – Hard Disk Drive

HTML – Hypertext Markup Language

K-7 – Compact Cassete

LP – Long Play

MP3 – MPEG Layer 3

MPEG – Moving Pictures Expert Group 1

NPM – Node Package Manager

SRS – Sites de Redes Sociais

TDICs – Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação

TICs – Tecnologias e Informação e Comunicação

UC – Use Case (Caso de Uso)

UML - Unified Modeling Language (Linguagem Unificada de Modelagem)


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
1.1. Sobre a Música ..................................................................................................................... 13
1.1.1. Musikr: a música conectando pessoas ............................................................ 15

1.2. COMO DESENHAR, DESENVOLVER E IMPLEMENTAR UM APLICATIVO MÓVEL DE


REDE SOCIAL PARA A COMUNIDADE MUSICAL? ....................................................................... 16
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 16
1.3.1. Objetivo Geral .................................................................................................................. 16

1.3.2. Objetivos Específicos ............................................................................................... 16

1.4. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................... 16

2. REFERENCIAL E ESTUDO DA ARTE .............................................................. 18


2.1. Conhecendo Redes ................................................................................................................... 18
Conhecendo Redes Sociais .............................................................................................................. 20
2.2. Redes Sociais e a Sociedade .................................................................................................... 25
2.3. Ambientes virtuais ...................................................................................................................... 26
2.4. A música e as pessoas .............................................................................................................. 31
2.5. A música em rede ...................................................................................................................... 37

3. PROJETO TÉCNICO.......................................................................................... 41
3.1. Escopo do Projeto .................................................................................................................. 41
3.2. Pesquisa de Mercado ............................................................................................................ 42
3.3. Modelagem ............................................................................................................................ 50
Modelagem de Banco de Dados ....................................................................................................... 62
3.4. Arquitetura do Sistema .......................................................................................................... 64

4. IMPLEMENTAÇÃO E TESTES .......................................................................... 64


4.1. Prova de Conceito ............................................................................................................... 65
4.2. Testes .................................................................................................................................... 67
4.3. Módulos ................................................................................................................................ 69
4.4. Integração ............................................................................................................................. 69

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 72

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 73


11

1. INTRODUÇÃO

Inovações tecnológicas ganham cada vez mais espaço no cotidiano das


pessoas, seja na área de educação, profissional, entretenimento ou relacionamentos
interpessoais. Isto é de fácil comprovação, já que ao olharmos em volta sempre
encontraremos computadores, dispositivos móveis, sistemas inteligentes e, por fim,
pessoas interagindo entre si através destes.
Apesar de as últimas décadas não contarem com grandes revoluções
sociais, responsáveis, por exemplo, pela migração radical de status de um País em
subdesenvolvimento para de primeiro mundo, atualmente podemos notar sutis
diferenças com relação ao passado, sobretudo nos últimos quarenta ou cinquenta
anos. Trocar a leitura e escrita de cartas à mão pela digitação de e-mails com um
teclado alfanumérico em um computador, abandonar o jornal impresso na banca de
revistas e ler notícias em um website, a preferência pela comunicação via texto por
meio de um telefone celular etc. são apenas algumas situações que comprovam
essas mudanças. Isto vem a ser a sociedade virtual, inaugurada pela sociedade da
informação, que desestabiliza a força centralizadora das metrópoles modernas em
prol de um novo ambiente, disponível para todos tecnologicamente (PELLEGRINI,
2010).
Segundo Renó(2005) a evolução da tecnologia provoca constantes
mudanças também na comunicação, cuja instabilidade quanto ao futuro é constante,
tendo em vista, por exemplo, que receptores já não se comportam como antes,
quando rapidez e mobilidade não eram tão necessárias, impossibilitando a
interatividade exigida no processo.
A popularização da internet (década de 1990) foi um dos responsáveis
por estes e demais avanços tecnológicos, tais como novos conceitos, inovação da
arte, ciência etc. Ela propiciou a diminuição das dificuldades da relação tempo-
espaço, possibilitando a comunicação rápida entre duas pessoas em pontos remotos
geograficamente instantaneamente, e tornou-se elemento fundamental para
relacionamentos pessoais, pois a grande gama de possibilidades dentro do mundo
virtual faz com que seus usuários façam de seu uso um costume (Pereira, 2011).
Com essas novas tecnologias que utilizam a internet como principal
veículo para transmissão de dados em uma comunicação predominante e universal,
surge um novo conceito de cidadania, caracterizada pela formação de redes de
12

relacionamento em torno de projetos individuais e coletivos, partilhados na própria


internet (PELLEGRINI, 2010).
A expressão redes sociais na internetse refere a distintos tipos de
relações sociais virtuais, que se diferenciam em dinâmicas e propósitos que vão
desde sites de relacionamentos até fóruns e canais de utilidade pública.Dentre elas
destacam-se as comunidades virtuais e os sites de redes sociais, que utilizam a
internet como ambiente de interação ou um espaço público complementar de
experiências constituídas nas práticas cotidianas e nas lutas sociopolíticas do
mundo real (AGUIAR, 2007).
Este espaço de comunicação, aberto pela interconexão de sistemas de
comunicação eletrônicos e computadores com suas memórias, é definido por
Lévy(1999, apud Renó, 2005) como ciberespaço, um ambiente de comunicação em
que a rapidez nas mensagens e seu polidirecionamento saciou a busca incessante
do homem pela superação, um espaço que possibilitou uma dimensão da realidade
maior que ela própria.
Os conceitos de redes vêm sendo formulados a partir de metáforas que
remetem a inter-relações, associações encadeadas, interações etc., e envolvem
relações de comunicação e troca de informações culturais ou interculturais. Os
diversos padrões de redes de indivíduos e grupos sociais foram estudados pela
primeira vez por psicólogos, sociólogos e antropólogos norte-americanos, ingleses e
alemães na década de 1940. Já no Brasil, passaram a ser objeto de estudos
acadêmicos com a popularização da internet, cinquenta anos mais tarde (AGUIAR,
2007).A autora ressalta ainda que redes sociais, antes de tudo, são relações entre
pessoas, quaisquer que sejam as causas pelas quais elas interagem (própria, em
defesa de outrem ou de alguma organização, mediadas ou não por sistemas
informatizados).
Para Barefoot e Szabo(2009, apudTimm, D. F. O‟D. e Timm, E. R., 2013)
a tecnologia, embora alicerce da revolução, nunca foi a principal força a mover a
interação social online. Para eles, a responsável pela criação e construção de
comunidades é a própria natureza humana e, desde o princípio, a web é um lugar de
integração social, já que toda essa tecnologia e suas inovações (blogs, sites de rede
social etc.) apenas incentivam a comunicação, se tornando atrativas e possibilitando
a mutação de plateias em autores e estranhos em amigos, com um clique simples
de botão.
13

Neste contexto, podemos considerar que as redes sociais promovem


ampla divulgação das preferências, gostos e estilo de vida dos participantes, os
quais podem partilhar “tudo de sua vida” com amigos e, em alguns casos, amigos de
amigos.
Os sites de redes sociais vêm crescendo exponencialmente em termos
quantitativos e também em qualitativos. Eles têm conquistado cada vez mais
usuários cadastrados e também oferecido novas e variadas funções (jogos,
aplicativos incorporados, compartilhamento de fotos e vídeos ou eventos, entre
outras), se tornando importante centro de atenções da modernidade social, pois o
ciberespaço é essencial, principalmente entre os jovens, para a construção da
identidade nas relações sociais e a representação dos “eus” através da utilização
das tecnologias (POLIVANOV, 2011).
Ainda segundo a autora, esses sites são considerados a principal forma
dessa representação por permitirem aos sujeitos uma representação completa de si
por meio de postagem de fotos e vídeos, troca de mensagens, publicação de textos
mais extensos, ao contrário dos blogs e fotologs, que permitiam uma interação mais
restrita. Porém, ressalta que essa representação pode ser não tão completa, pelo
fato dos sites permitirem a escolha de manter as publicações limitadas aos amigos
mais próximos ou mesmo opta por “ser amigo” apenas de pessoas realmente
conhecidas no mundo real (evita “amigos virtuais”).

1.1. Sobre a Música

Quando Pinker(1997, apud Ilari, 2006) afirmou que a música não tem
efeitos biológicos ou psicológicos na vida humana, despertou a curiosidade e a
vontade de estudiosos defenderem a causa musical, a fim de descobrirem o papel
da música em nossas vidas. Apesar de não termos, ainda, obtido evidências da
existência de um gene musical frente a pesquisas em campos da neurociência e da
genética, a música, sem dúvida, continua tendo caráter universal e exerce um
importante papel nas sociedades e culturas. Ela é um fenômeno social que mantém
funções tradicionais e sentidos peculiares de cada sociedade, cujos significado e
fazer musical dela depende, como afirma Gregory(1997, apud Ilari, 2006),
exemplificando a utilização dela no mundo Ocidental em atividades humanas como
ninar crianças, dançar, contar estórias, comemorar eventos etc.
14

Partindo dessa premissa, Huron(1999, apud Ilari, 2006) descreve que a


música, por fazer parte da vida cotidiana das pessoas, no que diz respeito à
evolução da espécie, exerce um importante papel no nascimento de
relacionamentos interpessoais, já que cria cenários de atração, principalmente com
relação a relações amorosas.

No mercado da música, a internet se apresenta como o cruzamento das


plataformas de mídia e exige que o mercado fonográfico revise suas previsões, pois
as novas tendências e números indicam que não há outro caminho a ser desviado
da grande rede. Antes era somente permitido desfrutar da experiência sonora, na
atualidade é possível ouvir a música, assistir ao show da banda e ainda opinar e
compartilhar opiniões de outros ouvintes, utilizando ferramentas simples de busca
que tornam a música mais acessível (PEREIRA, 2011).

O cenário fonográfico clássico vem perdendo espaço para a internet


quando se trata de distribuição, pois com as inúmeras redes sociais existentes,
algumas delas dedicadas também à música, os internautas têm, a um simples clique
de botão, a oportunidade de conhecerem, ouvirem e também efetuar downloads de
músicas ou mesmo discografias inteiras de um artista, embora o arquivo
disponibilizado para download não possua toda a tecnologia utilizada para
gravações e produções industriais (PELLEGRINI, 2010).

Porém, isto não interfere na satisfação do usuário quando, já que o que é


buscado é apenas a obtenção do arquivo, a música em si, de determinado artista.
Possuir uma música que se gosta em seus dispositivos e ouvi-la em sua viagem de
ida e volta do trabalho, em um transporte público, por exemplo, traz sensação de
tranquilidade, felicidade, alegria, saudade. Em outras palavras, para o ser humano, o
sentir alivia e satisfaz.

Por outro lado, artistas vêm preferindo divulgação de seu trabalho por
meio de redes sociais na internet. Isto pode ser devido ao custo zero, quando
comparado com o valor a ser pago caso contratasse uma campanha de marketing a
ser lançada nas mídias de massa, como a televisão ou rádio (TIMM, D. F. O‟D.;
TIMM, E. R., 2013).
15

Outro fator que pode levar a esta escolha para divulgação pode ser o
crescente número de sites e aplicativos de redes sociais existentes (e em
desenvolvimento) e seu número cada vez maior de usuários. Comunidades virtuais,
criadas para compartilhamento de ideias e ideais semelhantes, possibilitam a troca
de mensagens e promovem interação entre as pessoas.

Um artista acompanhado ou seguido por dez pessoas hoje, pode chegar


a cem ou mais amanhã, pois a interação entre os usuários de uma rede social virtual
é constante e, desta forma, um usuário pode indicar uma música ou uma banda pra
vários outros com gostos semelhantes e esta atitude vai se espalhando na
comunidade.

Com o avanço das tecnologias e as ferramentas disponibilizadas, os sites


e aplicativos de redes virtuais existentes vão se tornando mais atrativos. Por
exemplo, são associados jogos online à página e o usuário cadastrado tem acesso a
estes jogos. Ou ainda, aplicativos associados à conta do usuário permitem editar
vídeos e fotos e, em seguida, exibi-los e compartilhá-los em seu perfil, tornando-os
visíveis aos seus amigos ou a todos os membros da comunidade. Websites ou
aplicativos sem muitos atrativos acabam “ficando para trás”, perdendo espaço para
novos que contenham funcionalidades melhores ou mais interessantes para os
usuários.

1.1.1. Musikr: a música conectando pessoas


Tendo em mãos estas duas ferramentas que, de uma maneira ou outra,
possuem a capacidade de unir pessoas, este trabalho vem propor a criação e
disponibilização de um novo conceito em aplicativos de redes sociais, denominado
Musikr, um aplicativo móvel dedicado a ouvintes, amantes e profissionais do mundo
da música. Busca-se fornecer meios de comunicação que permitam o contato e o
compartilhamento de informações, opiniões, músicas e links para vídeos de bandas
entre seus usuários.

O Musikr visa disponibilizar um novo canal de comunicação e interação


para internautas que gostem de música, sendo estes profissionais, amadores,
ouvintes e/ou simpatizantes da área, pois um aplicativo desta natureza permitiria
divulgação (bandas) e compartilhamento de ideias, opiniões e preferências (fãs ou
ouvintes).
16

Para músicos, uma oportunidade de divulgar seu trabalho na internet.


Para ouvintes, uma maneira de conhecer novas bandas e compartilhar suas
preferências com outros usuários cadastrados.

1.2. COMO DESENHAR, DESENVOLVER E IMPLEMENTAR UM


APLICATIVO MÓVELDE REDE SOCIAL PARA A COMUNIDADE MUSICAL?
A questão central do projeto é: Como seria uma boa concepção e design
de um aplicativo móvel dedicado exclusivamente para a música?

As questões que norteiam o presente estudo são:

 O que é mais atrativo para o público com interesse


musical em um aplicativo móvel?
 O que um aplicativo móvel deve oferecer para os
músicos a fim de se tornar uma ferramenta de divulgação mais eficaz do
que outras mídias?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo Geral


Desenvolver um aplicativo móvel dedicado a artistas, fãs ou amantes da
música, tendo como foco a disponibilidade de ferramentas que permitam a cada tipo
de usuário as funcionalidades desejadas.

1.3.2. Objetivos Específicos


Como objetivos específicos, o trabalho busca:

 Compreender as necessidades dos usuários quando o assunto


é a música na internet;
 Detectar e analisar os prós e contras da divulgação de
trabalhos musicais na internet;
 Definir, planejar e modelar a aplicação utilizando técnicas e
procedimentos consagrados na literatura de Engenharia de Software;
 Como prova de conceito, implementar um protótipo.

1.4. JUSTIFICATIVA

O crescimento dos sites de redes sociais (SRS) tem sido exponencial em


termos quantitativos (número de usuários) e também qualitativos (novas funções
17

incorporadas constantemente no desenvolvimento). Devido à possibilidade de


manter contatos profissionais, compartilhamento de fotos ou ainda a divulgação de
eventos, entre outras funções oferecidas pelos SRS, é inegável que eles são um dos
mais importantes centros das atenções na atualidade (POLIVANOV, 2011).

Baseando-se na afirmativa da autora, é possível constatar sua


veracidade, tendo em vista que milhares de novas contas de usuário são criadas
todos os dias em sites como o facebook, twitter etc. com o intuito do
compartilhamento de ideias, opiniões e pensamentos semelhantes. É uma forma de
unir pessoas, mesmo geograficamente distantes, com um mesmo propósito ou ideal,
linha de pensamento ou filosofia de vida, amantes de futebol ou culinária, a fim da
troca de experiências sobre o assunto que as une.

Levando em consideração exclusivamente a música, pode-se citar


exemplos de SRS como myspace, whiplash, soundcloud e também o brasileiro
bandasdegaragem.com.br. Nesta categoria de sites é possível que usuários
compartilhem músicas em arquivo com extensão mp3 (Moving Pictures Experts
Group 1- MPEG - Audio Layer 3), divulguem shows ou eventos (para artistas) ou
busquem a troca de ideias com outros usuários. Em um simples clique do mouse, o
usuário tem à sua disposição a história da banda consultada, a música, a agenda de
apresentações, fotos e/ou vídeos, contato com outros fãs etc.

O uso das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) é


constante na vida das pessoas e a acessibilidade à internet se faz possível em
quase todos os locais. Podemos observar pessoas interagindo entre si por meio de
computadores, telefones celulares, tablets etc. a todo o momento. A Era Digital
realmente modificou a sociedade e a maneira como ela se comunica.

Os usuários de SRS são, em sua grande maioria, jovens em busca de


pessoas com quem possam compartilhar conhecimentos e adquirir novos, de acordo
com a afinidade e gostos em comum. As comunidades virtuais, fóruns, webblogs,
entre outros, reúnem usuários de diversas partes do Brasil e do Mundo com o intuito
de trocar experiências sobre assuntos pertinentes e relevantes de seus pontos de
vista.
18

Tendo a música grande participação no cotidiano das pessoas, se faz


importante a elaboração de um aplicativo em forma de rede social que proporcione a
união e a interação de ouvintes e artistas, utilizando recursos e conhecimentos
adquiridos pelos alunos do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da
Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba, Estado de São Paulo.

A proposta do presente trabalho justifica-se, acima de tudo, por buscar


oferecer aos usuários uma oportunidade para trocar experiências, divulgar seus
trabalhos, encontrar músicos ou formar bandas, bastando para isso ter acesso à
internet através de um dispositivo móvel.

2. REFERENCIAL E ESTUDO DA ARTE

Para entendermos com mais clareza a proposta do presente trabalho,


organizamos ideias, fundamentos e conceitos sobre redes e suas adjacências com
base em diversos estudos de autores especialistas e interessados pela área.

2.1. Conhecendo Redes

Os estudos sobre redes complexas permearam por todo o Século XX,


tendo sido iniciados por cientistas das áreas de matemática e física, tornando-se
incentivadores de novos estudos de sociólogos (RECUERO, 2004). Para
Marteleto(2001), o conceito de redes promove um conflito constante entre as
ciências sociais, criando pares dicotômicos (indivíduo/sociedade, ator/estrutura,
subjetividade/objetividade, micro/macro etc.), os quais recebem ênfase de acordo
com sua área de conhecimento.Para a autora, uma rede é um sistema de nodos e
elos, uma comunidade não geográfica estruturada sem fronteiras, um sistema de
apoio. Esta é uma definição que contempla a ideia de compartilhamento de valores e
interesses que, para promover o fortalecimento da rede, dependem do
compartilhamento da informação e do conhecimento.

Já Machado e Tijiboy(2005) acreditam que a ideia de rede vem de uma


metáfora para apresentar os tempos atuais e necessita de análise para ser melhor
compreendida, tendo em vista que esta forma de organização conquista novos
espaços e formas de agir baseados na colaboração e cooperação entre os
envolvidos.
19

Recuero(2004) afirma que Ëuler, ao criar o primeiro teorema da teoria dos


grafos, possibilitou o início da teoria das redes, pois permitiu a vários estudiosos
dedicarem-se à compreensão das propriedades e à construção de grafos. Sendo um
grafo uma representação de um conjunto de nós conectados por arestas e
formando, assim, uma rede, a teoria se tornou uma das bases de estudo para redes
sociais por parte de sociólogos.

Entre os vários estudos sobre grafos e suas propriedades realizados por


Paul Erdös e Alfred Rényi (ambos matemáticos), destaca-se a teorização sobre
grafos randômicos, que demonstrava que uma única conexão entre cada convidado
de uma festa era suficiente para que todos se conectassem ao final dela. Os
estudiosos comprovaram, ainda, que quanto mais ligações existissem, maior era a
probabilidade do aumento de nós conectados (RECUERO, 2004).

Segundo Recuero(2004), estudos da área da física aplicados às redes


dão, na atualidade, uma atenção renovada às redes complexas, tanto às sociais
como à rede como um todo, o que promoveu a criação de modelos de análise a fim
de explicar características e propriedades de tais redes. Segundo Watts(2003, apud
Recuero, 2004) a diferença entre as redes no passado e no presente é que, antes,
elas eram vistas como estruturadas, com propriedades fixas. Já na atualidade é
preciso considerar que os elementos exercem ação contínua, sendo dinâmicas, em
constante mudança e evolução. Concordando com essa ideia, Acioli(2007) afirma
que o termo rede indica fluxo e movimento.

As redes, segundo Tomaél, Alcará e Di Chiara(2005), devido seu


dinamismo, funcionam como espaços para compartilhamento de informação e
conhecimento, podendo ser tanto virtuais quanto presenciais. Desta forma, pessoas
com mesmos objetivos trocam experiências, criam bases e geram informações
relevantes para o setor onde atuam. Tendo uma estrutura não linear,
descentralizada, flexível, dinâmica, sem limites definidos e, ainda, auto organizável,
a rede fica estabelecida por relações horizontais de cooperação, ou seja, uma inter-
relação de seus elementos sem hierarquia, conforme atestam Costa et al.(2003,
p.73, apud Tomaél, Alcará e Di Chiara, 2005).

Ainda segundo as autoras, Dixon(2000) considera que o termo


“compartilhar” tem dois sentidos, sendo um deles “dar uma parte” (o que requer
20

generosidade) e o outro “ter um sistema comum de crenças”. Como a noção de rede


remete primitivamente à captura da caça, das informações, segundo Franchinelli,
Marcon e Monet(2004, apud Tomaél, Alcará e Di Chiara, 2005), o termo que
utilizamos ao nos referirmos ao intercâmbio de conhecimento pode, de certa forma,
aparentar uma escolha estranha de palavras, já que frequentemente adotamos
termos como capturar, disseminar ou transferir. Como o real significado de
compartilhar é a ideia de dividir algo que possuímos e é, também, sinônimo de
compartir, que significa dividir e distribuir, além de ter uma forte conotação por exigir
dos indivíduos mais doação do que o ato de disseminar, transferir ou capturar, a
palavra certa no contexto é, sem dúvidas, compartilhar.

Tais conceitos remetem a inter-relações, associações em cadeia,


interações, que envolvem relações de comunicação e troca de informações e de
culturas (AGUIAR, 2007).

Conhecendo Redes Sociais


A partir da ideia de que, segundo Emirbayer e Goodwin(1994, apud
Marteleto, 2001), rede é um conjunto de relações sociais entre um conjunto de
atores e também dos próprios atores entre si, surgem conceitos que possibilitam a
compreensão das redes sociais. Atores ou elos são as pessoas a se comunicarem
em uma rede, e sendo o ser humano propício ao agrupamento e ao relacionamento
amistoso, trabalhista, amoroso ou por interesses em comum com seus semelhantes,
a rede social, então, é uma das estratégias subjacentes para o compartilhamento de
informação e conhecimento, que de acordo com Marteleto e Tomaél(2005) é
constante em um ambiente de rede, já que as pessoas gostam de compartilhar o
que sabem e, para isso, deve haver condições para seu benefício, pois segundo
Dixon(2000, apud Marteleto e Tomáel, 2005) as pessoas se sentem valorizadas
quando percebem que há interesse em assuntos de seu conhecimento e domínio.
Sendo referenciadas como um conjunto de pessoas conectadas por relações sociais
motivadas pela amizade, trabalho ou compartilhamento de informações e que, a
partir dessas ligações, constroem e reconstroem a estrutural social, as redes sociais
expressam um mundo o qual, para Molina e Aguilar(2005, apud Marteleto e Tomaél,
2005), ainda não compreendemos.
21

Ainda segundo as autoras, as informações emergem das práticas


profissionais e sociais de seus atores e quando interagem começam a deixar de ser
singulares e tornam-se coletivas, o que cria uma cultura própria que se desenvolve
conforme a condução dos líderes, promotores do compartilhamento de informações
e incentivadores para os demais atores.
Para Garton et al.(1997, apud Recuero, 2004) a análise das redes sociais
concentra-se nos padrões de relações entre as pessoas focando-se em unidades de
análise tais como as relações (conteúdo, direção e força), laços sociais (conexão
entre os atores), multiplicidade e composição do laço (total de relações de cada laço
e atributos individuais dos envolvidos, respectivamente).
Já para Barnes(1972, apud Acioli, 2007) não existe teoria de redes
sociais, o que torna possível a adaptação da noção de redes à diversas teorias. A
concepção básica de redes seria a de que a configuração de vínculos interpessoais
entrecruzados é, de forma inespecífica, conectados às ações dessas pessoas e à
sociedade. A ideia que permeia a metáfora de redes é a de indivíduos em
sociedade, ligados por laços sociais, os quais podem ser reforçados ou entrarem em
conflito entre si.
O sociólogo Stanley Milgram foi o primeiro a realizar um experimento que
focava observar os graus de separação entre as pessoas. Na década de 1960 ele
enviou uma determinada quantidade de cartas a vários indivíduos solicitando que
estes as enviassem a um alvo específico. Se a pessoa não o conhecesse, ela era
orientada a enviar para alguém que, supostamente, estivesse mais perto do alvo.
Milgram descobriu que a maioria das cartas havia passado por um pequeno número
de pessoas até que chegasse em seu destino final, o que indicaria que todas
aquelas pessoas estavam a poucos graus de separação umas das outras, o que
denominou de “mundo pequeno” e que possibilitou perceber um nível de ligação
entre as pessoas, ao observar as redes sociais como interdependentes umas das
outras (ACIOLI, 2007). Este método de mapeamento de redes criado por Milgram
em 1967 se tornou referência no estudo das redes sociais (MACHADO; TIJIBOY,
2005).
Mark Granovetter(1973, apud Recuero, 2004) foi responsável por outra
importante contribuição para o problema de estruturação das redes sociais, quando
descobriu que o que denominou “laços fracos” seriam muito mais importantes na
manutenção da rede social do que os “laços fortes”, considerados mais valiosos
22

para outros sociólogos. Para ele, pessoas que participavam de laços fortes (amigos
próximos) participavam de um número restrito de círculos sociais, ao contrário das
pessoas com laços fracos se conectavam com vários grupos, o que evitava o
isolamento dos círculos. Em outras palavras, duas pessoas com um amigo em
comum teriam muito mais chance de se conhecerem.
Inspirado nos modelos de Milgram e Granovetter, Watts(2003, 1999) criou
um novo modelo onde alguns laços eram estabelecidos entre pessoas mais
próximas e outros de maneira aleatória, fazendo da rede um mundo pequeno a fim
de demonstrar que a distância média entre duas pessoas não seria muito grande se
existisse aleatoriedade. Ou seja, se cada um de nós tivermos amigos e conhecidos
em vários lugares e esses amigos, por sua vez, também, basta algumas conexões
para que se possa formar um mundo pequeno e a rede como um todo passa a ser
um grande aglomerado, mais próxima das redes sociais (RECUERO, 2004).
Partindo da premissa de que para existir uma rede deve haver conexão e
que para haver socialização deve existir interação, podemos alinhar os pensamentos
até aqui desenvolvidos e chegarmos a um consenso que nos sugere indagar a
importância de cada elo, de cada elemento de uma rede. Para iluminar os caminhos
a serem traçados e auxiliar na descoberta dos novos horizontes, Tomaél, Alcará e Di
Chiara(2005) declaram:

As pessoas estão inseridas na sociedade por meio das relações que


desenvolvem durante sua vida, primeiro no âmbito familiar, em seguida na
escola, na comunidade em que vivem e no trabalho. Enfim, as relações que
as pessoas desenvolvem e mantém é que fortalecem a esfera social. [...]
(p.93).

Ou seja, tendo as redes características de unir pessoas, torna-se


imprescindível a existência de alinhamento entre os elementos, sem deixar sua
peculiaridade de lado.

[...] A própria natureza humana nos liga a outras pessoas e estrutura a


sociedade em rede. Nas redes sociais, cada indivíduo tem sua função e
identidade cultural. Sua relação com outros indivíduos vai formando um todo
coeso que representa a rede. [...]
(TOMAÉL; ALCARÁ; DI CHIARA, 2005, p.93).
23

As redes sociais, segundo Marteleto(2001, p.72) representam “um


conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e
interesses compartilhados”. A autora ressalta, ainda, que só nas últimas décadas o
trabalho pessoal em redes de conexões passou a ser percebido como um
instrumento organizacional, apesar do envolvimento das pessoas em rede existir
desde a história da humanidade (TOMÁEL; ALCARÁ; DI CHIARA, 2005).
Não é fácil classificar ou qualificar, em graus ou níveis, a importância que
cada elemento possui dentro de uma rede. Powell e Smith-Doerr(1994, apud
Kirschbaum, 2007) sugerem que as estruturas em rede podem restringir o
comportamento dos atores de acordo com suas posições, que pode representar um
caminho privilegiado ou um obstáculo ao acesso e a recursos e informações
relevantes. Ou como nas palavras do próprio Kirschbaum(2007), “a posição na rede
influencia as estratégias que os atores podem adotar”.
Para ajudar a esclarecer a noção da importância igualitária dos elementos
que constituem uma rede, Marteleto(2001) afirma que os indivíduos que dela fazem
parte não obtém informação apenas de seus contatos diretos e, sendo assim,
observa-se que com a mesma quantidade de contatos, estruturados de uma forma
diferente, um indivíduo recebe mais informações. Por exemplo, se um indivíduo
estiver conectado com outros dois, num arranjo triangular, ele recebe um número
menor de informações do que se estivesse conectado com os mesmos dois numa
estrutura linear. Por tanto, uma estrutura “aberta” é bem mais eficiente do que uma
“fechada” quanto ao fluxo de informações.
Ainda segundo a autora, um indivíduo é considerado central em relação à
informação quando recebe informações vindas da maior parte do ambiente da rede,
devido sua posição dentro dela. Portanto, indivíduos centrais “são aqueles
responsáveis pela maior mobilização e dinamização das redes e dos movimentos.
Eles mediam as trocas e facilitam o fluxo da informação, fortalecendo a ligação da
rede como um todo” (MARTELETO, 2001, p.79). A autora salienta, também, a
importância dos outros participantes quando afirma que os personagens periféricos
são os responsáveis pelo contato da rede com o mundo exterior, o que possibilita a
expansão e movimentação.
Quanto à classificação segundo tema ou interesse comum de uma rede,
Tomaél, Alcará e Di Chiara(2005) declaram que as interações responsáveis pela
movimentação das redes são representadas por diversas relações (sociais,
24

econômicas, de trabalho etc.), as quais possibilitam o compartilhamento de


informação e conhecimento.

[...]Dependendo dos interesses que movimentam as interações na rede,


esta pode ser seccionada em grupos que geralmente são profícuos para a
própria rede, isto por mobilizarem atores que estejam envolvidos com uma
temática específica. Favorecem, igualmente, ligações entre atores com o
poder de direcionar fluxos de informação a indivíduos que partilham de
interesses comuns, proporcionando maiores condições para a
inovação(p.102).

Marteleto(2001) ressalta que nas redes de movimentos organiza-se um


novo conjunto de ações e representações, que configura um campo de intervenção
social no qual se evidencia a importância do conhecimento prático para a
compreensão e criação do poder de transformação da realidade vivida, já que este
conhecimento faz parte do mecanismo social de qualquer trabalho ou atividade.
Para Aguiar(2007, p.2) “as redes sociais são, antes de tudo, relações
entre pessoas, estejam elas interagindo em causa própria, em defesa de outrem ou
em nome de uma organização”. São, ainda segundo a autora, interações que visam
mudança na vida das pessoas, no coletivo.

Ciberespaço é definido como um espaço imaginário, virtual, aberto para a


comunicação intermediada pela interconexão mundial de computadores. Trata-se de
um novo espaço para comunicação social, provindo do sonho da humanidade
quanto aos avanços da tecnologia (RENÓ, 2005).

Essa ideia de ciberespaço é de fácil compreensão para os que já


nasceram na era digital, a geração Z. Porém os nascidos nas décadas de 1980 e
anteriores, a adaptação, o câmbio das eras, necessita de um pouco mais de esforço
para ser entendido.

Para entendermos ciberespaço, precisamos pensar no mundo sem a rede


de computadores, sem a tecnologia binária conectando pessoas, culturas,
mensagens. Um mundo que vivia em relação da comunicação tradicional,
onde as mensagens transmitidas pelos meios de comunicação conseguiam,
no máximo, uma lenta ou limitada interatividade (penso numa interatividade
parcial e precária, conseguida por telefone). Para se obter maiores recursos
de comunicação, o melhor era a televisão, um dos maiores inventos da
humanidade.
(RENÓ, 2005, p.3)
25

A necessidade humana pela superação criou um novo ambiente de


comunicação, no qual a rapidez e a polidireção das mensagens forneceu uma
estrutura mais avançada e eficaz de envio e recepção de dados e informações. Este
espaço fez com que a realidade tomasse uma dimensão maior de ela própria, se
tornando possível em tudo o que estiver dentro dos limites tecnológicos (RENÓ,
2005).

Nesta nova realidade o virtual passa a ser parte do que é real. Esta forma
não linear de interação, de ação, de participação, dá a impressão de liberdade total,
dentro de seus quartos. É isso que a humanidade almeja: comodidade e facilidade,
tanto para entretenimento quanto para negócios, carreiras etc.

Essa nova forma de se comunicar construiu um perfil moderno, ajustado de


acordo com as exigências da rede. Nela, mente e corpo trabalham juntos,
realizando diversas tarefas ao mesmo tempo, como ouvir música, se
alimentar, ler um livro digital e, simultaneamente, responder a um contato
feito em tempo real por janelas virtuais do tipo ICQ ou MSN. O novo
receptor/emissor passou a ser multimídia(p.4).

A interatividade surgiu para resolver problemas de comunicação em um


ambiente versátil como este, já que o leitor deixa de ser um mero contemplativo, que
segue as sequências do texto, virando páginas, e passa a fazer parte dessa
conexão de nós e nexos, interagindo. E essa interação não pode se limitar à
utilização de recursos tradicionais (texto, texto e texto)

[...] É preciso imagem, áudio, audiovisual. É preciso ter opções que


integrem todas essas ferramentas de comunicação natas do ciberespaço.
Através delas, o usuário constrói sua leitura e responde de sua própria
maneira, participando ativamente do processo da informação. Com o
audiovisual na internet, aumenta-se a possibilidade de aproximação do real,
do reconhecido pelo usuário em seu ambiente natural, da vida.
(RENÓ, 2005, p.3)

2.2. Redes Sociais e a Sociedade

Para Marteleto(2001) as pessoas passaram a perceber o trabalho


individual nas redes de conexão (tão antigo quanto a história da humanidade)
somente nas últimas décadas, passando a considerá-lo uma ferramenta
26

organizacional. Segundo a autora, Lipnack e Stamps(1992) dizem que a novidade é


a promessa da forma global de organização na dependência da participação
pessoal, reconhecendo a independência e apoiando a interdependência, baseada na
experiência pessoal.
Tomaél, Alcará e Di Chiara(2005) afirmam que as redes sociais são
recursos importantes para a inovação por manterem canais e fluxos de informação,
influenciando a propagação desta e na difusão daquela. Isso, segundo as autoras,
porque a confiança e o respeito entre os atores os aproximam, levando-os ao
compartilhamento do conhecimento que é modificado e ampliado.
Segundo Martinho(2004, apud Machado e Tijiboy, 2005) o potencial da
rede está na capacidade de gerar conexão, e não diretamente ao número de pontos
que a constituem. Nas palavras do próprio autor, “esse é o aspecto mais importante
e parece provar que a capacidade da rede ultrapassa em muito a mera soma de
seus elementos”.

2.3. Ambientes virtuais

A formação de redes de interação, que atinge as mais diversas esferas e


campos do conhecimento (economia, ciências, cultura etc.), tem sua comunicação
explorada como instrumento para a ativação de movimentos sociais (luta dos direitos
humanos, feministas e ambientalistas). Desta forma, as redes sociais virtuais nos
levam a repensar as relações (em tempos pós-modernos), sendo canais de fluxo
intenso na circulação da informação, mexendo no perímetro de territórios (limitação
e mescla destes) (MACHADO; TIJIBOY, 2005).
As redes sociais em ambientes digitais da atualidade são cada vez mais
amplas, complexas e estruturadas, e muitas percepções e comportamentos se
formatam dentro deste contexto. É por isso que a etnografia digital (ou online) vem
se constituindo em uma ferramenta adequada para obtenção de informações
dependentes dessa contextualidade, pois ela compreende a observação dos
indivíduos em seu processo de construção de percepções e comportamentos na
relação social em rede. O transporte da comunicação entre os meios (real e virtual)
provoca alterações discursivas, já que o resultado final é dependente dos dois tipos
de relações (real e virtual) (AGUIAR, 2007).
Novas formas de relação e comunicação das atividades humanas
emergem com o desenvolvimento das ferramentas tecnológicas. As mais notáveis
27

são as promovidas pelo advento da internet, como por exemplo as redes sociais
virtuais apoiadas por computadores, que utilizam diferentes recursos como o e-mail,
fóruns, lista de discussão, sistemas de boletins eletrônicos (BBS) e Softwares
Sociais, como o Orkut, Facebook, Muvuca etc. (MACHADO; TIJIBOY, 2005).
Para as autoras, não obstante uma grande massa ainda não fazer parte
desse mundo digital, o número dos que participam de comunidades virtuais aumenta
a cada dia e sua participação se torna um hábito cotidiano. Rheingold(1996)
populariza esse termo (comunidade virtual), que designa grupos de pessoas que se
relacionam no ciberespaço por meio de laços sociais que expressam interesses
compartilhados. O autor e cientista Castells(1999, apud Machado e Tijiboy, 2005),
de mesmo modo, refere-se à comunidade virtual como “uma rede eletrônica de
comunicação autodefinida, organizada em torno de um interesse ou finalidade
compartilhados, embora algumas vezes a própria comunicação se transforme no
objetivo”. Ele afirma que o desenvolvimento tecnológico fornece um suporte
apropriado para a comunicação, favorecendo a desnacionalização e desestatização
da informação.
Aguiar(2007) afirma que a Ciberantropologia, uma subárea da
Antropologia Cultural, considera o ciberespaço como um “campo”, um espaço
interativo de relações socioculturais, gerado pela comunicação mediada por
computador, pelo ambiente digital da internet e pelas tecnologias de informação e
comunicação (TICs). Em sentido amplo, esse campo compreende todos os grupos e
movimentos que se organizam online e as respectivas questões sociais, econômicas
e jurídicas decorrentes de suas ações. Mas não se trata de pensar a internet como
uma imagem simbólica ou um simulacro das redes sociais que se produzem no
mundo real, nem de abordar separadamente redes reais e redes virtuais, e sim de
observá-las como um amplo e complexo conjunto de relações formado na interseção
de ambas, ou seja, uma rede social transfronteiras onde ocorre m inédito contato
intercultural generalizado (LÓPZ MARTÍNEZ, 2000; TÉLLEZ FERNANDES, 2002).
De acordo com Machado e Tijiboy(2005) a interação é primordial na
construção social nas redes e para que essas relações se mantenham, deve haver
motivação, tempo disponível e o envolvimento das pessoas, além do domínio
técnico básico para utilização dos recursos, caso contrário essas experiências
assumem um caráter efêmero e sem sentido. Afinal, de que adiantaria uma lista de
discussões ou fóruns sem fluxo ou assiduidade entre os membros?
28

Aguiar(2007) conta que as primeiras experiências baseadas em


cooperação, troca de experiências e compartilhamento de recursos foram as
comunidades de interesse temático, formadas a partir dos já comentados BBS e
também o newsgroup, da Usenet, que propiciavam a interação entre desconhecidos
anônimos os quais tinham interesses e necessidades afins. O vínculo entre os
participantes mais ativos eram fortalecidos pela lógica da generosidade e da cultura
da dádiva, o que os incentivavam a interagir também offline com encontros
periódicos presenciais. Isto é a situação inversa dos sites denominados redes
sociais, que oferecem, primordialmente, uma plataforma para encontro virtual de
pessoas que se conhecem na “vida real”, a fim de promover comunicação online
entre elas.O funcionamento do mundo mudou, não quanto ao movimento de rotação
e translação, mas sim quanto a atitudes e comportamentos (RIBEIRO et al, 2015).
Se as redes de relacionamentos virtuais visam impulsionar as relações
humanas através da tecnologia, os laços fracos entre conhecidos distantes
transcendem a distância e são assíncronos, propagando rapidamente a informação
e favorecendo afiliações múltiplas (MACHADO; TIJIBOY, 2005). Ribeiro et al(2015,
p.69) ressaltam que “as redes sociais sempre existiram, elas hoje apenas são
desenvolvidas também por meios virtuais”.
Quanto à importância do indivíduo no compartilhamento de informação e
conhecimento, Tomaél, Alcará e Di Chiara(2005) remetem à ideia de
Davenport(1994) que diz que, embora os recursos tecnológicos sejam importantes
para a gestão da informação, eles não podem substituir o contato pessoal, o face a
face, defendido, também, por Dixon(2000), como insubstituível. Ribeiro et al(2015)
complementam dizendo que

[...]Os indivíduos sempre foram motivados pela necessidade de partilhar


entre si conhecimentos, informações ou preferências. Esse é um processo
de socialização natural do ser humano, apenas passou a ter como aliada as
tecnologias digitais(p.69).

Nos inúmeroswebsites que oferecem os serviços de redes sociais (SRS),


cada qual buscando um nicho de mercado relacionado a algum tipo de subcultura
(adolescentes, músicos, participantes de jogos baseados em avatares, entre outros),
a palavra “amigos” ganha um sentido muito diferente das relações afetivas
tradicionais (reciprocidade, confiança, intimidade, sinceridade, etc.), se associando a
29

uma competitividade antagônica ao espírito solidário dos contextos sociopolíticos


(AGUIAR, 2007).
Ainda segundo a autora, a facilidade da criação de uma identidade que
não passa por nenhum tipo de validação, além do endereço de e-mail fornecido pelo
usuário, possibilita a montagem de perfis irreais e o estabelecimento de vínculos que
não sejam pré-existentes. São “amigos” que, talvez, não sejam nem mesmo
conhecidos. Uma amizade baseada apenas em status e atributos agregados
(mulheres bonitas, jovens “sarados”, profissionais respeitados ou celebridades etc.).
Complementando a ideia da autora, Rosen(2007) observa que as
pessoas, embora listem milhares de amigos nas redes sociais virtuais, não
conseguem vê-las com essa afetividade, nem mesmo com o afeto que têm por
parentes distantes. Os donos de perfis nesses websites visam, em sua grande
maioria, talvez, obter vantagem, influências sobre outras pessoas, já que entre
tantos amigos, existem inúmeras celebridades, corpos bonitos, rostos bem
desenhados pelas mãos do Criador. Segundo a autora

[...] Certamente não é coincidência, então, que as atividades que os sites de


redes sociais promovem são justamente aquelas que os vínculos fracos
fomentam, como rumores, boatos, mexericos, busca de pessoas e a trilha
dos efêmeros movimentos da cultura popular (no sentido da cultura de
massa) e das modas passageiras(p.20).

Em outras palavras, o que impulsiona o grande aumento de participantes


em sites de redes sociais é o egocentrismo, a necessidade do ser humano de
chamar a atenção, de estar envolvido em meios que são destaque, promovendo o
exterior e, na maior parte do tempo, ocultando seu interior. A autora descreve ainda
que

[...]Nesses websites, nossos modernos auto-retratos apresentam fundo


musical, fotografias cuidadosamente manipuladas, torrentes de meditações
e listas dos nossos amigos e passatempos preferidos. Eles são interativos,
convidando os observadores não meramente a olhar, mas também
responder ao retrato da vida online. Nós o criamos para encontrar
amizades, amor e essa ambígua coisa moderna chamada conexão(p.15).
30

Ou seja, a impressão que temos é que, nesse mundo virtual, o que


importa é a chamada de atenção e a exposição do supérfluo, da beleza externa, das
luzes e cores que atraem admiradores que se amontoam no espaço destinado em
nossos perfis virtuais. Para exemplificar ainda mais sua explanação sobre a
comodidade e a facilidade da montagem de personalidade no mundo virtual, a
autora completa ainda

[...]Como pintores constantemente retocando seu trabalho, alteramos,


atualizamos e reprogramamos nossos auto-retratos; mas como objetos
digitais eles são muito mais efêmeros do que óleo sobre a tela, é o eterno
desejo humano de atenção que emerge como o tema dominante dessas
vastas galerias virtuais(p.15).

Concordando com a afirmativa acima, Machado e Tijiboy(2005) ressaltam


que, com a possibilidade da criação e reforma de si mesmo, o sujeito rompe o
paradigma da identidade única e determinada, que passa a ser metamorfoseada,
complexa e fragmentada nos novos tempos. Ou seja, o indivíduo é quem e o que ele
quiser ser no mundo virtual.
Se observarmos o crescimento crescente da população nas redes sociais
virtuais, podemos perceber que novos relacionamentos sempre são bem-vindos, o
que nos leva a crer que, para esta geração, o que vale é “linkar”. A facilidade para
encontrar novos amigos, como o campo de busca, a possibilidade de navegar pela
lista de amigos no perfil de um amigo etc. e também a classificação (uma espécie de
pontuação) dos amigos são apenas alguns dos recursos oferecidos pelos SRS.
Tudo isso é um grande chamativo para o cadastro de novos usuários (MACHADO;
TIJIBOY, 2005).
As tecnologias de informação e comunicação (TICs) estão presentes
também na escola (é o mundo moderno), porém não sabem ao certo seu lugar neste
contexto e acabam esquecidas ou “escolarizadas”, com a missão de resolver
problemas educacionais. Os professores se vêem na obrigação de utilizar os
equipamentos disponibilizados pelo Governo (isso custou dinheiro), todavia não têm
o domínio necessário para tal e, assim, o fazem de maneira errônea ou inadequada:
os alunos estão no laboratório de informática da unidade escolar, mas sem tirar bom
proveito dos recursos ali alocados, já que o professor não tem a habilidade
necessária para por em prática a serventia que toda aquela infra-estrutura
proporciona (MACHADO; TIJIBOY, 2005).
31

Para Machado e Tijiboy(2005), as redes sociais virtuais também são


espaço para construção de saberes e para discussão sobre os diferentes temas no
contexto educacional, podendo dar significado às experiências dos alunos, trabalhar
as relações e laços afetivos, diagnosticar preferências e desenvolver os pensamento
holístico. As autoras ressaltam ainda que

[...]Mais do que utilizar o computador como ferramenta para educação,


espera-se buscar alternativas tecnológicas que possam funcionar como
mediadoras e transformadoras do processo educacional, permeadas por
novas formas de sociabilidade.(p.9)

Nascido com o intuito de conectar estudantes da Universidade de Harvard


em 2004 e, em 2006, ultrapassando as fronteiras dos Estados Unidos, o Facebook
é, atualmente, uma das redes sociais virtuais com mais participantes cadastrados.
Seguindo o mesmo padrão das citadas anteriormente, o perfil dos usuários exibe
fotos, vídeos, comunidades e amigos ligados a eles. Seu uso como ferramenta de
aprendizagem no ambiente escolar ainda é restrito, embora seja considerado
importante para o processo, pois pode potencializar a comunicação e o
compartilhamento de informação e conhecimento, permitindo o desenvolvimento de
capacidades e estratégias mais dinâmicas e interativas (RIBEIRO et al, 2015).
Em sua pesquisa, Ribeiro et al(2015) observaram que, fora do ambiente
escolar, a maioria dos alunos de escolas públicas do Sergipe entrevistados acessam
a internet e que, destes, 70% utilizam o Facebook (via computador e smartphone),
dados esses que mostram a importância da rede social e sua aplicação de maneira
pedagógica. A maioria das escolas pesquisadas possui laboratório de informática,
porém nem sempre o uso deste é para práticas pedagógicas, servindo apenas para
acesso às redes sociais por parte dos alunos. Em outras palavras, as tecnologias
digitais estão presentes na realidade dos alunos, todavia a sua utilização para fins
não pedagógicos é predominante.

2.4. A música e as pessoas

Neurocientistas e geneticistas se empenham em provar que realmente


existe um gene musical a fim de explicar o papel da música na evolução da
civilização, já que ela é presente em toda nossa história. Ela tem um caráter
32

universal, isso é inegável, o qual implica parentesco ou expressão corporal (África),


danças, interpretações artísticas, entretenimento etc. (Ocidente). Ela tem um papel
importante, responsável pela criação de cenários para os relacionamentos humanos,
incluindo os de natureza amorosa, exercendo alguns efeitos sobre a atração e
subsequentes relações interpessoais (ILARI, 2006).

Reeder(2000, apud Ilari, 2006) relata que existe um consenso sobre a


influência da atração interpessoal no desenvolvimento das relações, incluindo as de
natureza fraternal e amorosa. Essa atração se define como uma experiência que
leva os indivíduos a relatarem uma conexão especial com outros, um elemento
crucial no desenvolvimento de vínculos que possam gerar descendentes, a
continuação da espécie.

Para Ilari(2006) são vários os fatores que se associam à atração


interpessoal. Dentre eles se destacam a atração física (homens valorizam o físico
mais do que mulheres), a proximidade, a interação, a exposição intensa (chamar a
atenção) etc., além de semelhanças como crenças, atitudes e valores comuns,
determinados por outros fatores envolvidos, como por exemplo,o contexto social e a
cultura. O mesmo ocorre com a formação do gosto musical.

A música e a atração têm em comum a ligação, o surgimento de


sentimentos. Ambas são fortemente influenciadas pela cultura vigente. Da mesma
maneira que estereótipos são estabelecidos para a escolha de parceiros para um
relacionamento amoroso, a preferência musical estabelece um padrão para a
escolha de parceiros e amigos, tudo isso dependente do contexto social no qual os
indivíduos estão inseridos (ILARI, 2006).

As pessoas associam à música fatos importantes de suas vidas no


convívio familiar (festas, comemorações), lembranças de relacionamentos (marcas
de início ou de fim), incentivo e estímulo para as atividades cotidianas, distração e
entretenimento em viagens, apoio em momentos difíceis (luto, estresse etc.), além
de marcar filmes, peças, animações e momentos que fizeram parte de sua história
(ILARI, 2006).

A música exerce um papel importante nas relações interpessoais, mesmo


que indireto, ao contrário do que quis demonstrar Pinker(1997) ao mencionar que
33

nossas vidas seriam as mesmas, caso ela não existisse. Teoria essa que não
convence, pois, além de não existir um único significado para o que é música, ela,
mesmo indiretamente, influencia na aproximação de pessoas, no surgimento de
relações interpessoais (ILARI, 2006).

A música também é rotulada categoricamente (como qualquer outro


segmento da humanidade) e, dentro desse sistema, os artistas procuram manter sua
peculiaridade sem se prender a uma categoria musical, escolhida e determinada
pela indústria musical. Porém essa identidade é constantemente modificada ao
longo da carreira com o estabelecimento de parcerias e novos relacionamentos. O
desafio então se apresenta no equilíbrio entre a conquista (e continuidade) de
público e a adaptação às novas tendências, sem que para isso o artista abandone
suas raízes, seus valores e princípios (KIRSCHBAUM, 2007).

Em uma breve viagem sobre a história da música brasileira,


apresentaremos alguns movimentos que marcaram a trajetória de artistas e seu
contexto social e cultural.

A Bossa Nova nasceu na década de 1960, pelas mãos da classe média


carioca, juntando influências de Jazz com o samba brasileiro. Na mesma década
surgia a Jovem Guarda, que unia o Rock And Roll dos anos 50 e 60 à música
brasileira, um ritmo mais dançante e realmente jovial, atraente aos ouvidos de
adolescentes por expressar ideias mais divertidas e críticas (pela influência do
próprio Rock), ao contrário da Bossa Nova, que falava de amor e boemias
(KIRSCHBAUM, 2007).

Ao sentirem-se confrontados pelos jovens do “iê-iê-iê”, pioneiros da Bossa


Nova decidiram compor letras mais críticas e mais nacionalizadas. É quando surge a
MPB (Música Popular Brasileira), com uma forte influência do samba tradicional
brasileiro. Porém este grupo forte não articulou todos os artistas da Bossa Nova para
lutarem contra o estilo da Jovem Guarda, já que alguns dos renomados nomes
preferiram continuar sua carreira no exterior. Em contrapartida, surgem no cenário
musical nacional “Os Baianos”, que para inovarem inseriram em suas músicas
guitarras elétricas e diversos outros instrumentos musicais e efeitos sonoros, criando
um estilo mais psicodélico que os levaria a se posicionarem entre os gigantes da
Bossa Nova e da Jovem Guarda (KIRSCHBAUM, 2007).
34

Em meio a este conflito de classes e categorias musicais, os Baianos se


sentiam incomodados pelas críticas da comunidade da MPB e pelo desdém dos que
os viam apenas como exóticos, devido aos efeitos de guitarras em suas músicas e
seus trajes alternativos. Foi quando uma nova identidade musical surgiu, com o
propósito de “abrir” a música brasileira ao mundo, ao contrário da BN/MPB. Era a
Topicália, que incorporava elementos dos três primeiros estilos e afirmava que a
música não deveria ser subordinada à política, criando um campo artístico autônomo
o qual não dependia de mercado ou da aristocracia. Esse sucesso levou os artistas
a adotarem um estilo mais eclético, inspirados por seus fundadores (Gilberto Gil,
Caetano Veloso, Os Mutantes) e a prova mais clara disso foi a interpretação de Elis
Regina (MPB) de uma música de Roberto Carlos (Jovem Guarda): a queda da
muralha entre os estilos tupiniquins. (KIRSCHBAUM, 2007).

O compositor de uma canção aplica todo seu sentimento e conhecimento


adquirido no momento da criação, e isso exalta seu estilo. Quando um intérprete
toma emprestada essa criação, aplica também seu estilo e sua personalidade. Isso
explica canções pouco valorizadas na interpretação de uns artistas e tão
ovacionadas em versões com outras vozes. Devido essas diferenças na
interpretação, a indústria e os críticos aplicam rótulos que “identificam” estilos entre
os artistas (KIRSCHBAUM, 2007).

Kirschbaum(2007) afirma que é possível acompanhar a evolução de um


artista quando compreendemos a origem das canções que ele interpreta. Isto leva a
ser construída uma rede social entre os músicos (compositores, intérpretes). De
acordo com a mudança de repertório durante a carreira, emerge uma nova
identidade do artista, assim como se evidencia a influência de um compositor
quando suas canções são as mais tocadas e escolhidas entre os intérpretes.

Ainda segundo o autor, os artistas buscam diversificar seu repertório


conforme evoluem em suas carreiras e isso, de certa forma, modifica seus
relacionamentos (tanto intérpretes quanto compositores), porém essa mudança
auxilia na criação da identidade única do artista, chave determinante para o avanço
de sua carreira. O grande dilema nessa situação é
35

[...] como será possível mudar uma identidade sem criar perturbação de
percepção por parte da indústria e do público? Os artistas almejam
singularidade, mas, ao mesmo tempo, não podem romper totalmente com
suas comunidades. Se o fizerem, serão marginalizados pela indústria(p.23).

Uma das alternativas seria a mudança gradual da identidade, como fez


Elis Regina ao migrar da Bossa Nova para o novo estilo eclético da Tropicália,
incluindo em seu repertório composições de Gilberto Gil, por exemplo
(KIRSCHBAUM. 2007).
A expressão música popular massiva aparenta abraçar as mais diferentes
formas de expressões musicais, desde as peculiaridades do rock e da música
eletrônica até o consumo em massa do axé e do sertanejo. Fãs negam o caráter
midiático de suas paixões musicais e denominam como não massiva, pop, indie,
underground, autêntica etc. Porém essa rotulação no universo da música está ligada
a nada menos do que condições de produção e reconhecimento, ou seja, a escala
de consumo e o emprego de tecnologias de produção e reprodução sonora de uma
indústria que é determinante nos circuitos de distribuição, acesso, formatos e,
também, na resistência. (JANOTTI JR, 2006).
Para Janotti Jr(2006) não importa se em uma apresentação artística
comparecerem hum milhão de pessoas ou apenas meia dúzia, o artista deve não
somente se apresentar, mas realmente fazer um show. Grandes investimentos são
feitos pelas produtoras de eventos a fim de deixar o visual bonito e atraente, porém
de nada adianta toda a parafernália industrial se o artista não for carismático, se não
tiver talento e se não atingir seu público, aflorando seus sentimentos e os fazendo
sentirem-se bem. Valores como talento, reconhecimento e valorização do público
tornam o caminho para a lucratividade mercadológica bem mais curto e fácil.
O autor também relata que não se filiar a um gênero em específico pode
ser positivo, pois o valor artístico depende dessa versatilidade, dessa capacidade de
transitar por entre os meios musicais, reelaborando sentidos e permitindo sucesso
perante o público.
O campo musical é constituído de, pelo menos, quatro atores principais:
os músicos, os produtores, a crítica e os consumidores. O que cada um deles busca
na música? Qual é o papel fundamental de cada um deles? Para divulgação de um
trabalho musical, o produtor conta com a mídia (rádio, televisão, internet) que,
36

muitas vezes, julga a música de acordo com seus próprios critérios. Desta forma, o
original pode perder sua essência, se a ideia inicial for contrária ao que é visto pelas
formas divulgadoras. Ademais, parcerias entre produtor e artista/banda são
fundamentais para a evolução durante a carreira, fazendo desse casamento algo
que dura e é visto como um todo. Observa-se isso em casos como Beatles e George
Martin, Titãs e Liminha, entre outros (JANOTTI JR, 2006).
Para Janotti Jr(2006) música é ouvida tanto para ritmar as rotinas do dia a
dia quanto para apreciação por quem entende do assunto (outros músicos). Ela é
valorada de maneira positiva em circunstâncias que permitem diferenciação, como
por exemplo, amenizando o desconforto de estar em um ônibus lotado, demarcando
espaços na vida afetiva e em relacionamentos devido uma dança, estimulando os
afazeres domésticos, aumentando a admiração ao artista que mostra talento ao
cantar, tocar arranjos, interpretar etc. São julgamentos que envolvem sensibilidades
e cognições sonoras.
França(2012) afirma que o rock, com seu conteúdo contestador ou
alienado, intelectual ou sentimental, é uma leitura do mundo, comunicando
significados e ditando padrões de comportamento e alimenta uma indústria do
entretenimento que gira muito dinheiro na mídia e na cultura de massa. Nascido na
década de 1950, com influências de rock and roll, rockabilly, blues, jazz, country,
entre outros, foi se popularizando cada vez quando, na década seguinte, na
Inglaterra, surgiu o maior fenômeno musical até então existente: os Beatles. A partir
daí foram surgindo mais vertentes, como o progressivo (músicas muito longas),
psicodélico e com guitarras distorcidas (Jimi Hendrix), hard rock (anos ‟70, com
Aerosmith, Led Zeppelin, Deep Purple), glam (Queen) e até hoje continuam surgindo
novas.

Em paralelo ao hard rock, surge na década de 1970 o Heavy Metal, com o


lançamento do primeiro álbum da banda Black Sabbath, que é considerada a
precursora do estilo. Sua abordagem era crítica, expressiva, artística, inovadora e,
ao mesmo tempo, tradicional. A lógica mercantilista era então confrontada, pois as
bandas não se importavam com valores de vendas de discos, mas sim a base
artística, que determinaria se elas eram (ou não) referência no gênero.
(GASPARETO et al, 2010).
37

2.5. A música em rede

Gaspareto et al(2010) atentam para o fato de que a Indústria Cultura não


mede esforços para preencher espaços com seus produtos visando lucrar com base
na falta de cultura de grande parte da massa. Ela aproveita o mundo vasto onde a
imagem é mais importante do que os ideais, ou seja, a Arte em si.

Sendo esta a situação atual, cabe à indústria fonográfica desenvolver


estratégias a fim de recuperar o espaço perdido para a internet, já que esta tornou
rápido e gratuito obter músicas que antes eram geradoras de grandes lucros para as
gravadoras.

Assim que a música chegou na internet as regras e as previsões do


mercado fonográfico precisaram (e ainda precisam) ser revistas sob a ótica
de uma nova lógica digital. O presente e o futuro da música, segundo
previsões, tendências, e números, não há mais como fugir da passagem da
internet.
(PEREIRA, 2011, p.10)

Embora o uso do computador possa representar um instrumento anti-arte


e de superficialidade para alguns grupos de pessoas (os apocalípticos), ele é
considerado por outras (os integrados) algo positivo. Enquanto o primeiro grupo
enxerga os novos tempos como sinal de decadência devido o desenvolvimento
tecnológico, o segundo vê benefícios em passar horas em frente ao computador,
seja envolvido em games online, seja interagindo de outras formas (GOHN, 2008).

A formação musical dos indivíduos provém de influências diversas:


televisão, rádio, família, comunidade, clubes, igrejas etc. A tecnologia tem papel
importante nessa formação, já que recursos como discos e fitas magnéticas estão
disponíveis para a humanidade desde meados do Século XX. A comunicação
mediada por computador nos últimos tempos tem facilitado ainda mais o
aprendizado e a troca de informações entre pessoas que estão geograficamente
distantes umas das outras e têm afinidade musical. Ela possibilita o contato direto e
interativo entre os indivíduos, que trocam indicações de websites e arquivos em
mp3, tornando o computador um aglutinador de experiências (GOHN, 2008).
38

Gohn(2008) afirma que antigamente o contato com novos repertórios se


dava com a aquisição de meios físicos (LP, fita k-7, CD), o que foi substituído pela
comodidade e capacidade de transmissão de dados digitais nas redes eletrônicas.
Concordando com o autor, Abeche(2011) diz que na contemporaneidade a música
não é mais palpável, dispensando a posse de meio físico como o CD ou a fita k-7
para carregar consigo as informações musicais ali inserida. Pellegrini(2010)
completa dizendo que o público musical da atualidade está sentado em frente ao
computador.Desta forma, as recomendações que recebíamos de nossos amigos,
familiares, professores etc., hoje recebemos de alguém desconhecido, que faz parte
de uma comunidade virtual da qual também participamos, porém Pereira(2011)
ressalta que “receber uma indicação diretamente de uma pessoa conhecida carrega
credibilidade que a grande mídia não consegue atingir”.

A maior transformação causada pelas tecnologias digitais é a facilidade


na obtenção do arquivo sonoro, disponível em sistemas de compartilhamento de
dados peer-to-peer (P2P) como o extinto Napster, o Kazaa, BitTorrent, entre outros,
gratuitamente (GOHN, 2008).

As comunidades online mesclam pessoas que têm conexões no mundo


físico com outras que se juntam por interesses comuns e as aprendizagens ocorrem
através de esforços colaborativos, em tempo real ou não. Os blogs (diminutivo de
web logs) são sites em que as mensagens são inseridas de forma cronológica,
mantendo as mais recentes na parte de cima da página. Nos dedicados à música, o
administrador dispõe textos e arquivos para download, permitindo a interação de
usuários e/ou leitores através de mensagens, comentários, indicações e opiniões.
Essa ideia originou o MySpace, uma rede social musical que contém perfis de
artistas conhecidos mundialmente, os quais disponibilizam suas rotinas de
produções e gravações recentes. Isso possibilita ao fã não somente acesso ao
trabalho de seu artista preferido, mas também ser seu “amigo” (GOHN, 2008). Para
as bandas, é a possibilidade de libertação das limitações do mercado cultural,
contando com sua criatividade e o com o auxílio do próprio público para produzir
conteúdos em um espaço onde todos são ouvintes e publicadores (PEREIRA, 2011).

Abeche(2011) afirma que “no ciberespaço, o músico conquistou um


ambiente de divulgação de sua obra onde pode transpor a seleção tendenciosa e
39

„marketeira‟ da indústria fonográfica e divulgar livremente suas músicas”. Porém o


autor ressalta que, apesar da liberdade, o artista corre risco quanto aos direitos
autorais, já que está dispondo seu trabalho em um meio público. Este espaço livre
elimina as barreiras entre o artista e o público, permitindo ao primeiro ser seu próprio
empresário e produtor, mas como essa obra seria tratada, disseminada e
compartilhada? No ciberespaço não importa quem é o autor da canção, nem a qual
álbum ela pertence, mas sim que ela está ali, disponível para ser adquirida
livremente.

Outro problema é que em alguns sites (blip.fm por exemplo) a música do


outro é utilizada para obter status e visibilidade, não para divulgar o trabalho artístico
ali disponibilizado. Este comportamento almeja nada mais do que a cultura do único,
do desejo de aparecer, de se sobressair.

Não basta participar da cena, pertencer ao contexto, tem que estar no


centro. O centro, neste caso, é para onde propende todo o holofote
mediático. Nestes ambientes, de intensa visibilidade mediática, a disputa é
agonística. O cômputo da visibilidade mediática é finito. Não há lugar para
todos. É assim no mercado musical, ditado pela indústria fonográfica, é
assim nas redes sociais, é assim nas plataformas musicais do ciberespaço.
(ABECHE, 2011, Razón Y Palabra. Primera Revista Electrónica en América
Latina Especializada en Comunicación. Número 77, Ago-Out/2011.
Disponível em <http://www.razonypalabra.org.mx>. Acesso em 23-mar-
2015).

Sendo assim, o artista e sua obra ficam a mercê das intenções dos
usuários que disponibilizam seus trabalhos. Não há crédito, nem direitos autorais,
nem mesmo conhecimento de como sua obra está sendo divulgada no ciberespaço.
Por outro lado, há a possibilidade de ser conhecido nacionalmente e até mesmo
mundialmente, sem precisar desembolsar altas cifras com propaganda e
distribuição. A sensação, entretanto, dos usuários ao compartilhar as músicas é de
auxílio ao músico e aos membros das comunidades (ABECHE, 2011).

O sentido de download neste contexto deve compreender o


compartilhamento de arquivos de um lugar para outro, sem modificar o original. É,
em verdade, uma cópia, que indica democratização. Ele é defendido por alguns
40

autores, desde que não seja utilizado como forma de pirataria (distribuição a fim de
lucros) (ABECHE, 2011).

As redes sociais permitem aos músicos e artistas a divulgação de suas


obras e projetos e, consequentemente, interação entre seus fãs (PEREIRA, 2011).
Consideradas por alguns artistas como os principais meios de divulgação de seus
trabalhos por serem baratos, elas possibilitam alcançar pessoas de lugares nunca
visitados (TIMM, D. F. O‟D.; TIMM, E. R., 2013).

O portal brasileiro de notícias sobre rock e heavy metal whiplash.net,


nascido em meados da década de 1990, foi um dos pioneiros a permitir a publicação
e interação entre seus usuários, dando origem, assim, a um novo tipo de jornalismo,
no qual o público que produz o conteúdo é o mesmo que lê e comenta. Esse
conteúdo contempla notícias, artigos de opinião, biografias, curiosidades, agenda de
bandas (famosas e undergrounds), colunas especializadas, traduções de álbuns,
resenhas de produções (CDs, DVDs, shows), tudo padronizado pelos
desenvolvedores e editores do portal (TAVARES; SILVA, 2014).

Um diferencial no whiplash.net, segundo Tavares e Silva(2014) é a


averiguação da validade da informação, realizada pelos editores do website quando
o participante deseja incluir alguma publicação. Desta forma, a veracidade é
assegurada, de acordo com a credibilidade das fontes, que também são citadas.
Esta atitude pode inibir a veiculação de qualquer inverdade referente ao artista ou à
banda a ser tema da publicação.

O tipo de jornalismo difundido pelo website (participativo) visa


democratizar a comunicação, atendendo às demandas que a mídia tradicional não
alcança, possibilitando a liberdade de troca de conhecimento. Trata-se da mudança
estrutural do jornalismo, em que os próprios colaboradores observam quando uma
publicação é errônea e fazem comentários a fim de corrigir os erros e/ou
complementar as informações ali postadas (TAVARES; SILVA, 2014).

A troca de informações online funciona como um círculo de amizades


entre os frequentadores mais assíduos. O objetivo é ser reconhecido como
importante e, para isso, deve haver credibilidade no que se publica (TAVARES;
SILVA, 2014).
41

[...] A música consumida na internet distingue-se da canção utilizada em


modelos clássicos no mercado do entretenimento. Ao contrário da banda,
que grava um álbum em estúdio e é divulgada pela grande mídia, grupos
musicais da era cibernética, por exemplo, gravam seu material em casa, o
publicam, por conta própria, em seus perfis sociais online e colhem os frutos
de seu potencial sucesso sem a ajuda de gravadoras e mídias
convencionais [...](p.35).

3. PROJETO TÉCNICO

Idealizado em meados do ano de 2015, o Musikr foi escolhido entre


diversos outros temas devido suas contribuições para o mundo da música em
ambientes virtuais. Ele consiste no planejamento e desenvolvimento de um software
de gênero aplicativo móvel que receberá o cadastramento de usuários dos tipos
músico e fã e possibilitará a comunicação entre estes usuários a fim de promover
divulgação e compartilhamento de assuntos relacionados à música na internet, bem
como o partilho da música em si.

Este canal de comunicação e interação para usuários amantes de música


disponibilizará ferramentas que permitam para cada tipo de usuário funcionalidades
peculiares. Por exemplo, um artista terá facilidade para divulgar suas obras e sua
agenda de apresentações, além de fornecer contatos e outras páginas web as quais
se referem a perfis etc. Já usuários ouvintes ou fãs poderão realizar buscas por
artistas ou músicas, compartilhar publicações sobre suas bandas ou artistas, trocar
mensagens com estes e também com outros usuários.

O projeto inicialmente foi idealizado para que fosse de uso gratuito para
todos os usuários. Visando o crescimento do aplicativo e para que o projeto possa
ser constantemente atualizado e novas funcionalidades sejam desenvolvidas,
criamos um plano de negócio, a fim de que o aplicativo consiga se sustentar
sozinho. Para ler o plano de negócios, acesse o link http://bit.ly/PnMusikr2016.

3.1. Escopo do Projeto

Análise do estado atual: realização de uma pesquisa a fim de averiguar


as características e funcionalidades de webistes e aplicações existentes e, também,
42

outra pesquisa com usuários com o intuito de conhecer a influência da música no


cotidiano destes.

Análise e especificação do sistema: a partir da análise das informações


geradas por meio dos dados coletados, a especificação do sistema constituída por
diagramas UML (do inglês Unified Modeling Language, ou seja, Linguagem
Unificada de Modelagem).

Reuniões ou discussões:encontros pessoais ou discussões via e-mail


ou aplicativos de comunicação periódicos para o acompanhamento do projeto.

Testes: realizados em ambientes de criação e de produção.

Implantação: disponibilização da aplicação.

3.2. Pesquisa de Mercado

Pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para


indagações propostas. Minayo (1993), vendo por um prisma mais filosófico,
considera a pesquisa como uma atividade básica das ciências na sua indagação e
descoberta da realidade. "É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade
que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados" (p.
23).

Demo (1996) insere a pesquisa como atividade cotidiana, considerando-a


como uma atitude, um "questionamento sistemático crítico e criativo, mais a
intervenção competente na realidade ou o diálogo crítico permanente com a
realidade em sentido teórico e prático" (p.34).

Para Gil (1999, p.42), a pesquisa tem um caráter pragmático, "é um


processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo
fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego
de procedimentos científicos". Nesse sentido, pesquisa é um conjunto de ações,
propostas para encontrar a solução para um problema, que têm por base
procedimentos racionais e sistemáticos.

Nossa pesquisa é de natureza qualitativa, cuja interpretação dos


fenômenos e a atribuição de significados são básicas. Não requer o uso de métodos
43

e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o


pesquisador é o instrumento- chave.

Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva, da qual as


análises dos dados e o processo e seus significados serão os focos principais de
nossa abordagem.

Quanto aos fins, nossa pesquisa é intervencionista e tem como principal


objetivo interpor-se, interferir na realidade estudada, para modificá-la. Não se
satisfaz, portanto, em apenas explicar. Distingue-se da pesquisa aplicada pelo
compromisso de não somente propor resoluções de problemas, mas também de
resolvê-los de forma efetiva e participativa.

A ideia da criação de um aplicativo móvel de rede social destinado a


amantes da música, sejam eles artistas (profissionais ou amadores) ou fãs e
ouvintes, surgiu justamente pela escassez dessa modalidade.

Foi realizada uma pesquisa com 287 (duzentas e oitenta e sete) pessoas
de ambos os sexos, com faixas etárias diversas, conhecidos reais e virtuais (sites de
redes sociais) dos integrantes do grupo. Nesta pesquisa os participantes
responderam a questões relacionadas à música, desde sua preferência musical até
a participação da música em suas vidas. O período para a resposta do questionário
compreendeu de 6 (seis) a 21 de Maio de 2015.

Quanto à participação ativa na música em suas vidas, 19,5% dos


entrevistados afirmaram tocar pelo menos um instrumento musical e outros 13,9%
deles disseram também cantar, além de tocar um instrumento. Os que somente
cantam somam 11,1% e a maioria (55,4%) não toca instrumentos e nem canta
(Figura 1).
44

Figura 1: o envolvimento das pessoas com a música

Fonte: Elaborado pelos autores.

A Figura 2 a seguir trata a função das pessoas. Podemos notar que a


maioria dos participantes utiliza a voz (vocal e backing vocal) com 43,8% do total,
seguida dos instrumentos de cordas violão, guitarra e baixo (40,6%, 18% e 17,2%
respectivamente). Os bateristas totalizam 13,3% e os tecladistas 11,7%.
Instrumentos de sopro como flauta, saxofone, gaita, entre outros são tocados por
7,8% dos participantes e os metais (trompete, trombone, etc) por 4,7%. 25% tocam
instrumentos não relacionados na lista de opções, tampouco especificados.

Figura 2: a atuação dos músicos entrevistados

Fonte: Elaborado pelos autores.

Dos 128 entrevistados que afirmaram cantar ou tocar algum instrumento


musical e ter envolvimento ativo com a música (44,5% do total de entrevistados), 51
participam de alguma banda (39,8%), sendo que a grande maioria deles (41)
compõe grupos de igreja. Os integrantes de bandas entre amigos e bandas
profissionais somam 30,4% e 14,3% respectivamente (Figura 3).
45

Figura 3: a participação ativa dos entrevistados

Fonte: Elaborado pelos autores.

Quanto à preferência musical a Figura 4 mostra que o Rock se destaca


entre os estilos mais conhecidos, sendo o preferido de 72,9% dos entrevistados. A
MPB (62,9%) e o Pop (54,6%) vêm em segundo e terceiro lugares. Quando
perguntados sobre artistas ou bandas preferidas, os participantes citaram nomes
dos mais diversos gêneros e estilos, conhecidos ou não, que variaram desde o
sertanejo de raiz (a moda de viola) até o heavy metal; do pop dos anos 1980 (com
bandas como Depeche Mode) até o “brega” brasileiro (Amado Batista). Enfim, pode-
se observar que a preferência musical dos entrevistados é bem eclética.

Figura 4: estilos preferidos dos participantes da pesquisa.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Embora mais da metade dos entrevistados não tenha familiaridade com


instrumentos musicais ou envolvimento direto com a música, quase sua totalidade
conhece pessoas que tocam ou cantam (Figura 5).

Figura 5: as pessoas conhecem outras pessoas que são músicos.


46

Fonte: Elaborado pelos autores.

Dos locais frequentados pelas pessoas a Figura 6 mostra que a maioria


acessa a internet de casa (96,5%). 63,8% acessam a partir do trabalho e 28,2% de
seus locais de estudo (escola e/ou faculdade). 5,6% utilizam de outros meios, não
especificados, para acesso à internet.

Figura 6: locais de onde as pessoas acessam a internet

Fonte: Elaborado pelos autores.

Quanto ao acesso através do telefone celular (Figura 7a), 96,2%


afirmaram ter esse costume e 86,8% responderam que acessam websites (Figura
7b). Com relação a download e instalação de aplicativos, 81,1% confirmaram (Figura
7c).
Figura 7: como as pessoas utilizam o telefone celular ou smartphone em relação à internet:
a) o acesso, b) a navegação em websites e c) o uso de aplicativos.
47

Fonte: Elaborado pelos autores.

A Figura 8 mostra que, dos websites ou aplicativos destinados à música


existentes, os mais conhecidos entre os participantes são o Spotify (68,3%), o
SoundCloud (63,8%) e Deezer (50%). O Last.fm vem em quarto lugar, conhecido por
41,5% dos entrevistados, seguido por empate técnico entre o Grooveshark e o Rdio
(ambos com 35,3%) e, completando a lista, o TuneIn, conhecido por 23,7% do
público pesquisado.
48

Figura 8: websites ou aplicativos destinados à música conhecidos pelos entrevistados.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A Figura 9 mostra as redes sociais na internet conhecidas e utilizadas


pelos entrevistados, destacando o Facebook como quase unânime (97,9%), seguido
pelo Instagram (57,3%) e o LinkedIn (31,5%).
Figura 9: as redes sociais utilizadas pelas pessoas.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A Figura 10 abaixo mostra o sexo e a faixa etária dos entrevistados,


destacando que a maior parte deles tem idades entre 20 e 34 anos, compondo o
grupo dos jovens e adultos (70%). O segundo maior grupo compreende pessoas
com mais de 35 anos (23%). Adolescentes completaram a lista com 7% e crianças e
pré-adolescentes não participaram da pesquisa.
49

Figura 10: idade e sexo dos participantes da pesquisa.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Analisando os dados obtidos na pesquisa, pode-se observar que quase a


metade (mais precisamente 128 pessoas) dos entrevistados (44,5%) canta, toca um
ou mais instrumentos musicais ou, ainda, executa as duas atividades
simultaneamente (ver Figura 1). Agregando esta informação aos dados que geraram
o gráfico apresentado na Figura 3, notamos que desta amostra de 128 indivíduos, 51
participam coletivamente de ações que envolvem a música (grupos e/ou corais de
igreja, conjuntos musicais com outros amigos ou bandas profissionais). Ademais,
quase a totalidade dos entrevistados (98,6%) conhece pessoas que participam
efetivamente do mundo da música (Figura 5).

A pesquisa nos mostra, também, que os participantes têm acesso à


internet em diversos locais (casa, trabalho, escola e/ou faculdade), como
demonstrado na Figura 6. Quanto ao acesso realizado por meio de aparelhos
telefônicos celulares, o gráfico apresentado na Figura 7 destaca que 276 dos 287
indivíduos entrevistados (96,2%) confirmaram esta prática e, destes, 249 possuem o
costume de navegar em websites através do celular. Ainda relacionado ao uso desta
tecnologia, 232 indivíduos afirmam que executam downloads pelo aparelho.
50

As plataformas web ou redes sociais mais conhecidas e/ou utilizadas pelo


público entrevistado são o Facebook e o Spotify (97,9% e 68,3% respectivamente).
Destes, somente o segundo tem uma representação mais dedicada ao mundo da
música, enquanto o primeiro permite uma maior interação entre seus usuários
(mensagens de texto, compartilhamento de links de música e vídeo, marcação de
amigos etc.).

3.3. Modelagem

Tendo como base os dados obtidos, a proposta é desenvolver um


aplicativo móvel para o Sistema Operacional Android, com a utilização de um
framework denominado Ionic. Para tanto é necessário criar cenários que identificam
os roteiros de uso para o sistema, fornecendo uma descrição de como este será
utilizado. Estes cenários são, então, denominados casos de uso. A partir do DCU
(Diagrama de Casos de Uso) podemos detalhar as sequências de ações a serem
executadas com a finalidade de atingir os objetivos os quais estão propostas, ou
seja, a visão detalhada (PRESSMAN, 2011).

A seguir apresentamos o Diagrama de Casos de Uso (Figura 11) e os


cenários de utilização do Musikr (Figuras 12 – 28).
51

Figura 11: Diagrama de Casos de Uso, apresentando as funcionalidades do aplicativo.

Fonte: Elaborado pelos autores.


Figura 12: UC1 - cadastro no sistema

Fonte: Elaborado pelos autores.


52

Figura 13: UC2 - realizar login no sistema

Fonte: Elaborado pelos autores.


53

Figura 14: UC3 - manter perfil

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 15: UC4 - publicar

Fonte: Elaborado pelos autores.


54

Figura 16: UC5 - trocar mensagens

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 17: UC6 - adicionar amigo

Fonte: Elaborado pelos autores.


55

Figura 18: UC7 - excluir amigo

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 19: UC8 - pesquisar vagas

Fonte: Elaborado pelos autores.


56

Figura 20: UC9 - pesquisa de bandas

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 21: UC10 - seguir banda

Fonte: Elaborado pelos autores.


57

Figura 22: UC11 - candidatar à vaga

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 23: UC12 - troca de mensagens com Banda

Fonte: Elaborado pelos autores.


58

Figura 24: UC13 - manter Banda

Fonte: Elaborado pelos autores.


59

Figura 25: UC14 - manter integrante de banda

Fonte: Elaborado pelos autores.


Figura 26: UC15 - manter discografia

Fonte: Elaborado pelos autores.


60

Figura 27: UC16 - manter vaga

Fonte: Elaborado pelos autores.


61

Figura 28: UC17 - manter agenda de shows

Fonte: Elaborado pelos autores.

A partir das definições das funcionalidades, podemos modelar as Classes


e o Banco de Dadosdo projeto.
A Figura 29a seguir representa o Diagrama de Classes (DC) do Musikr.
62

Figura 29: Diagrama de Classes

Fonte: Elaborado pelos autores.

Modelagem de Banco de Dados

O Diagrama Entidade-Relacionamento (DER) da Figura 30


ilustra o Modelo Lógico do Projeto.
63

Figura 30: Diagrama entidade-relacionamento do projeto

Fonte: Elaborado pelos autores.


64

Por questão de viabilidade e economia de espaço de armazenamento no


Banco de Dados (BD), imagens ficarão armazenadas em HDD no Servidor e no
campo referente nas tabelas será armazenado um link contendo o endereço físico
do arquivo no Servidor. Vídeos deverão ser postados em serviços de terceiros, como
Youtube (www.youtube.com) ou Vimeo (https://vimeo.com/), e também será
armazenado um link para exibição pelo aplicativo.

3.4. Arquitetura do Sistema

A Figura 31 a seguir exibe a arquitetura básica do Sistema. A aplicação


móvel utiliza a internet para ter acesso à API instalada no Servidor Web, que por sua
vez realiza a conexão com o Banco de Dados.
Figura 31: Arquitetura básica do Sistema.

Fonte: Elaborado pelos autores.

4. IMPLEMENTAÇÃO E TESTES

Criado em 2013, o Ionic é uma coleção de componentes e outros


frameworks que visa o desenvolvimento de aplicações híbridas, ou seja, aquelas que
utilizam recursos nativos do smartphone a partir de recursos oferecidos pelos seus
65

componentes que são: Cordova (integra os recursos nativos ao Ionic), AngularJS


(desenvolvimento web da aplicação) e as ferramentas Ionic Module e Ionic CLI.
Desta forma o desenvolvedor pode explorar periféricos e funcionalidades do
aparelho (câmera, GPS, sensor de movimento e aceleração etc.). O framework tem,
ainda, duas dependências: NodeJS (plataforma construída sobre o motor JavaScript
com o intuito de facilitar a criação de aplicações web rápidas) e NPM (do inglês
Node Package Manager, ou Gerenciador de Pacotes do Node).1

A proposta do Ionic é utilizar os recursos HTML5, CSS3 e JavaScript


(mais atuais), oferecendo ao desenvolvedor uma gama de componentes pré-
prontosde alta qualidade e desempenho, o que torna o desenvolvimento do software
mais rápido e prático.

Os dados dos usuários serão armazenados em um banco de dados SQL


Server e o Sistema Operacional a ser utilizado será Windows Server, tendo em vista
que o aplicativo trata-se de uma rede social e, assim sendo, depende de acesso à
internet para sua efetiva utilização.

Uma matéria publicada no jornal Folha de São Paulo em 6 de Abril de


2016 divulga uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
que afirma que, embora o acesso à internet por meio de microcomputador tenha
crescido 2% de 2013 para 2014, o telefone celular tornou-se o principal meio para
esse fim em 80,4% dos lares (VILLAS BÔAS, 2016). A escolha do Sistema
Operacional Android se deu por conta da sua utilização pela maioria dos dispositivos
móveis na atualidade.

4.1. Prova de Conceito

Um protótipo do aplicativo foi utilizado em uma pesquisa realizada no


período entre os dias 30 de Maio e seis de Junho de 2016. Esta pesquisa visou
conhecer a opinião das pessoas, de uma forma generalizada, sobre a aparência e
as funcionalidades do Musikr buscando observar a aceitação e a percepção das
pessoas para que fosse possível realizar alterações, incluindo ou excluindo itens de
acordo com as necessidades dos futuros usuários.

1
Disponível em <http://tableless.com.br/introducao-ao-ionic-framework/> e <http://nodebr.com/o-que-e-
node-js/>. Acesso em 14 fev. 2016.
66

Os entrevistados acessaram um link que os direcionava a uma página


web contendo um modelo virtual do aplicativo desenvolvido, o qual apresentava
telas, menus, botões e mecanismos de busca, permitindo a exibição das versões
para as plataformas Android e iOS (Figura 32).Após navegar pelo protótipo, o
indivíduo respondia às questões de um formulário online disponibilizado no período
citado no início do capítulo.

Figura 32:Protótipo disponibilizado via internet para realização de pesquisa. Disponível em


<https://creator.ionic.io/share/123cd7a1468c>

Fonte: https://creator.ionic.io/share/123cd7a1468c

A maioria das pessoas (71,4%) afirmou utilizar aplicativos dedicados à


música (Figura 33). De uma forma generalizada, o Musikr foi classificado como uma
ideia interessante e inovadora pelos entrevistados, tendo causado uma boa primeira
impressão.
67

Figura 33:Gráfico que ilustra a proporção entre os entrevistados que utilizam aplicativos
dedicados à música e os que não.

Fonte: Elaborado pelos autores.


Uma das perguntas da pesquisa dava a liberdade para que o entrevistado
alterasse o aplicativo a fim de torná-lo mais atrativo ou interessante. Foram
sugeridas, dentre outras: criação de logotipo e alteração de cores visando dar ao
aplicativo uma característica marcante, como acontece com aplicativos semelhantes
já existentes; inserção de ícones personalizados para os itens do menu; opção de
login por meio de redes sociais.

4.2. Testes

Até o momento o que temos preparado para o funcionamento do projeto é


o ambiente para desenvolvimento do banco de dados e a configuração do servidor
com a aplicação responsável pela conexão com ele.

Já foi desenvolvido, também, o código responsável pelo cadastro e pelo


login e, consequentemente, o banco de dados responsável pelo armazenamento dos
dados.

Para efetuar o cadastro deve ser escolhido um nome de usuário, e-mail


válido e senha para o login (Figura 34). A partir da validação dos dados, o usuário
pode efetuar seu login e então utilizar o Sistema e suas funcionalidades (Figura 35).
68

Figura 34: a) tela que permite ao usuário realizar o cadastro e b) efetuar o login.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 35: a) área destinada para inserção de dados do login e b) campos preenchidos.

Fonte: Elaborado pelos autores.


69

4.3. Módulos

Uma micro instância dos Serviços de Cloud da Amazon (Simple Storage


Service – S3)2 de nome AWS (Amazon Web Services) foi configuradaem um
Servidor com Windows Server 2012 (ver http://www.microsoft.com/pt-br/server-
cloud/products/windows-server-2012-r2/overview.aspx) a fim de executar uma
aplicação desenvolvida na Linguagem C# (C Sharp)3. O banco de dados foi
desenvolvido em SQL Server (ver https://www.microsoft.com/pt-br/server-
cloud/products/sql-server/) e utiliza uma micro instância RDS (Relational Database
Service)4também oferecida pela Amazon.

A escolha das instâncias oferecidas pelo serviço de Cloud da Amazon foi


devido sua gratuidade, razão pela qual a linguagem de programação C#, juntamente
com o acesso gratuito, obtido por meio da Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba,
à utilização do Visual Studio foi usada para a aplicação que fará a conexão com o
Banco de Dados, em SQL Server.Outro fator que colaborou para a tomada de
decisão foi a experiência de um dos integrantes do grupo deste projeto no
desenvolvimento de códigos nesta linguagem e, também, pela integração das partes
por meio do Framework Entity (ver https://msdn.microsoft.com/pt-
br/library/jj128157.aspx).

4.4. Integração

A integração das partes que compõem o projeto é ilustrada na Figura 36.

2
Disponível em <https://aws.amazon.com/pt/s3/>. Acesso em: 23 fev. 2016.
3
Disponível em <https://msdn.microsoft.com/pt-br/library/z1zx9t92.aspx>. Acesso em: 23 fev. 2016.
4
Disponível em <https://aws.amazon.com/pt/rds/>. Acesso em: 23 fev. 2016.
70

Figura 36: Integração dos módulos do Projeto.

Fonte: Elaborado pelos autores.

O aplicativo instalado não traz consigo um banco de dados. Da mesma


maneira que outros já conceituados aplicativos (dentre eles Facebook, Twitter,
Instagram etc.), o Musikr necessita de um webservice hospedado em um Servidor
responsável pela conexão com o banco de dados, previamente hospedado no
mesmo servidor. A Figura 37 demonstra o processo executado pela Web API.
71

Figura 37: A aplicação, instalada no smartphone do usuário, acessa a API executada no


Servidor, responsável pela conexão com o Banco de Dados.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A fim de promover uma boa performance para a aplicação, o


armazenamento das imagens utilizadas pelos usuários foi desenvolvido para ser
realizado no mesmo Servidor da Web API, e não diretamente no banco de dados.
Assim, uma URL da imagem captada através de plugins no aplicativo é guardada e
convertida em uma sequência de caracteres codificada em Base64, que será
decodificada na Web API para ser exibida como imagem novamente (Figura 38).
72

Figura 38: As imagens são armazenadas no mesmo servidor da Web API utilizando uma URL
codificada em Base64 através de plugins feitos para captação. Esta sequência de caracteres
é decodificada na Web API, tornando-se novamente uma imagem.

Fonte: Elaborado pelos autores.

5. CONCLUSÃO

Este projeto se encontra em fase de desenvolvimento, portanto ainda não


possui considerações finais. Entretanto com os resultados obtidos até o momento
podemos observar que a criação e implementação de um aplicativo móvel destinado
ao público com interesse musical é viável e possível, pois utilizando ferramentas que
auxiliem o desenvolvimento e gerenciamento da aplicação e mantendo o visual
atrativo e com usabilidade, o interesse popular tende a crescer e conquistar novos
usuários exponencialmente, como acontece nas demais redes sociais existentes.

Com as funcionalidades sendo implementadas continuamente, visamos


disponibilizar, em breve, versões mais completas do aplicativo, trazendo novas
funcionalidades (envio de mensagens de texto curtas, por exemplo) e focando no
melhoramento contínuo das já existentes.
73

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