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HISTÓRIA DO TOCANTINS
A partir das Grandes Navegações, iniciadas no século XV, começa a constituição de impérios
coloniais na América.
Os portugueses, pioneiros no processo das navegações, acabaram por garantir para seus domínios
parte das novas terras descobertas através da assinatura, em 1494, do Tratado de Tordesilhas, onde dividiu
com a Espanha não apenas as terras americanas, mas todo o mundo a ser ainda descoberto.
O tipo de colonização aqui implantado atendia aos interesses mercantilistas da época, ou seja,
cabia à colônia ser fornecedora de riquezas para sua metrópole através da exploração dos recursos
naturais coloniais, tais como madeiras, especiarias, ouro e pedras preciosas, além de ser uma área de
comércio restrito (Pacto Colonial).
Além da exploração econômica, cabe ressaltar a questão da catequese. A exploração se dava em
nome do lucro e de Deus.
Foram os franceses quem descobriram o rio Tocantins ao encontrarem sua foz, explorando-o entre
os anos de 1610 e 1613. Caminho natural em direção ao interior do Brasil, o rio Tocantins nasce no Planalto
Central e corta a região no sentido Sul-Norte. A catequese dos nativos foi deixada a cargo do padre
capuchinho frances Yves d'Evreus. Na área hoje compreendida pelos estados do Maranhão, Pará, Tocantins
e Amazonas e com a ajuda dos índios Tupinambás tiveram a pretensão de colonizar a Amazônia: foi a
chamada França Equinocial. Nessa época não havia nem a vila de Belém, nem as capitanias do Maranhão
e Pará. Eles subiram o Rio Tocantins pela foz, foram aprendendo a língua e os hábitos dos indígenas da
região e fundaram feitorias no Baixo e Médio Tocantins e Alto Araguaia.
Só mais de quinze anos depois dos franceses foi que os portugueses iniciaram a colonização da
região pela "decidida ação dos jesuítas". Eram as chamadas descidas, movimentos de penetração do
interior realizados pelos jesuítas e incluídos, por alguns autores, no contexto do movimento
bandeirante. E ainda no século XVII os padres da Companhia de Jesus fundaram as aldeias missionárias
da Palma (atual Paranã) e do Duro (atual Dianópolis).
Impossibilitado de penetrar no território pela vigência do Tratado de Tordesilhas, Portugal contratou
secretamente expedições particulares, as Bandeiras. Os bandeirantes eram mercenários que, saindo da
Capitania de São Paulo, iam em busca de riquezas, seja na forma de índios para a escravização, seja na
forma de ouro ou no pagamento por serviços prestados.
A primeira bandeira que se dirigiu para a região estava sob o comando de Antônio Macedo e
Domingos Luís Grau; ela partiu de São Paulo em 1590 e após três anos, provavelmente, chegou aos
sertões de Goiás, no leste do Tocantins.
Foi o bandeirante vicentino (saído da vila de São Vicente) Antônio Rodrigues Arzão o primeiro a
encontrar ouro em quantidade em Minas Gerais, no atual município de Cataguases, em 1693; mais tarde,
em 1718, encontrou-se ouro em Cuiabá, de forma que Goiás, geograficamente situado entre as duas
capitanias, passou a ser considerado uma área que também guardava o precioso metal em seu
subsolo.
Partindo dessa idéia o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, chamado de Anhanguera (“diabo
que põe fogo na água”]) conseguiu licença do rei de Portugal para explorar a região. Daí vem o povoamento
da região de Goiás. Anhanguera não foi o primeiro a chegar à região, mas sim seu primeiro povoador, já
que os bandeirantes e jesuítas não se fixaram na região.
Anhanguera não foi o primeiro bandeirante a colocar “fogo na água”. Acredita-se que tal ardil era
comum entre os bandeirantes, e que o primeiro a fazer isso foi Francisco Pires Ribeiro.
A bandeira comandada por Bartolomeu Bueno da Silva Filho (filho do primeiro Anhanguera) saiu de
São Paulo em 3 de julho de 1722, seguindo a rota que já era conhecida até o Rio Grande. As dificuldades
climáticas e vegetacionais do cerrado fizeram muitos dos bandeirantes morrerem de fome, além de obrigar
os sobreviventes a comerem macacos, cachorros e até alguns dos próprios cavalos. Após várias mortes,
seja por causa da fome, doenças ou ataques de índios hostis, finalmenteAnhanguera encontrou ouro nas
cabeceiras do rio Vermelho, na região da atual cidade de Goiás. Estavam descobertas as Minas dos
Goyazes. Com a descoberta de ouro, a região logo tornou-se foco de grandes deslocamentos
populacionais. Bartolomeu Bueno da Silva foi declarado Superintendente das Minas de Goiás, ligada a São
Paulo na forma de uma Intendência. A capital era a Vila de Sant’Ana, mais tarde chamada de Vila Boa e,
depois, Cidade de Goyás. Vila Boa tinha uma densidade irregular e instável Cabia ao Intendente manter a
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ordem legal e instaurar a os tributos. No seculo XVII toda a região que é o atual Estado do Tocantins era
hábitada por índios.
Apenas três zonas povoaram-se com certa regularidade, sendo elas: Centro-sul, que era
composta por Sta. Cruz, Sta. Luzia (Luziânia), Meia Ponte (Pirenópolis), Jaraguá, Vila Boa e Arraias,
Pirenópolis chegou a disputar a categoria de Sede do Governo, dada sua importância como centro de
comunicações; A segunda zona era na região de Tocantins, composta por Alto do Tocantins ou
Maranhão, Traíras, Água Quente, São José (Niquelândia), Santa Rita, Muquém, etc. Enfim mais ao norte a
capitania atingia uma extensa zona entre o Tocantins e os chapadões limitando-se com a Bahia.
Arraias, São Félix, Cavalcante, Natividade, São José do Duro (Dianópolis), e Porto Real (Porto Nacional) o
arraial mais setentrional.
1730 e 1740 foram décadas importantes ocorrendo as descobertas de ouro no lado norte de
Goiás, formando os primeiros arraiais no território do hoje estado do Tocantins(Natividade e Almas -
1734, Arraias e Chapada - 1736, Porto Real e Pontal - 1738). Em 1740, Conceição, Carmo, Taboca e, mais
tarde, Príncipe, este último em 1770. Alguns como: Príncipe, Taboca e Pontal foram extintos. Outros
resistiram ao fim da mineração e no século XIX tornaram-se vilas e mais tarde cidades.
Norte de Goiás
O Norte de Goiás foi visto de três formas distintas ao longo de sua evolução histórica. Esta região
(norte de Goiás) deu origem ao atual Estado do Tocantins. Segundo a historiadora Parente (1999), esta
região foi interpretada sob três versões. Inicialmente, norte de Goiás foi denominativo atribuído
somente à localização geográfica dentro da região das Minas dos Goyazes na época dos
descobrimentos auríferos no século XVIII. Com referência ao aspecto geográfico, essa denominação
perdurou por mais de dois séculos, até a divisão do Estado de Goiás, quando a região norte passa a ser o
Estado do Tocantins.
Num segundo momento, com a descoberta de grandes minas na região, o norte de Goiás
passou a ser conhecido como uma das áreas que mais produziam ouro na capitania. Esta
constatação despertou o temor ao contrabando que acabou fomentando um arrocho fiscal maior que nas
outras áreas mineradoras.
Por último, o norte de Goiás passou a ser visto, após a queda da mineração, como sinônimo
de atraso econômico e involução social, gerador de um quadro de pobreza para a maior parte da
população.
Essa região foi palco primeiramente de uma fase épica vivida pelos seus exploradores, “que em
quinze anos abriam caminhos e estradas, vasculharam rios e montanhas, desviam correntes, desmatam
regiões inteiras, rechaçaram os índios, exploram, habitam e povoam uma área imensa....” (PALACIM,
Luis,1979, p.30)
Descoberto o ouro, a região passa, de acordo com a política mercantilista do século XVIII, a ser
incorporada ao Brasil. O período aurífero foi brilhante, mas breve. E a decadência, quase sem transição,
sujeitou a região a um estado de abandono.
Foi na economia de subsistência que a população encontrou mecanismos de resistência para se
integrar economicamente ao mercado nacional. Essa integração, embora lenta, foi se concretizando
baseada na produção agropecuária, que predomina até hoje e constitui a base econômica do Estado do
Tocantins (PARENTE, Temis Gomes, 1999, p.96)
2) Economia do ouro
Em julho de 1722 a bandeira do Anhanguera (filho) saiu de São Paulo. Em 1725 volta com a notícia
da descoberta de córregos auríferos. A partir desse momento, Goiás entra na história como asMinas dos
Goyazes. Dentro da divisão do trabalho no império português, este é o título de existência e de identidade
de Goiás durante quase um século.
Um grande contingente populacional deslocou-se para “a região do Araés, como a princípio se
chamou essa parte do Brasil, que diziam possuir montanhas de ouro, lagos encantados e os martírios de
Nosso Senhor de Jesus Cristo gravados nas pedras das montanhas. Era um novo Eldorado de histórias
romanescas e contos fabulosos” (ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979, p. 45).
Diante dessas expectativas reinou, nos primeiros tempos, a anarquia, pois era a mineração “alvo de
todos os desejos. O proprietário, o industrialista, o aventureiro, todos convergiam seus esforços e seus
capitais para a mineração” (ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979, p. 18).
Inicialmente, as minas de Goiás eram jurisdicionadas à capitania de São Paulo na condição de
intendência, com a capital em Vila Boa e sob a administração de Bueno, a quem foi atribuído o cargo de
superintendente das minas com o objetivo de “representar e manter a ordem legal e instaurar o arcabouço
tributário”. (PALACIM, Luís, 1979, p. 33)
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praticado (...) “por meio da conivência dos guardas dos registros, ou de subornos de soldados, que
custodiavam o comboio dos quintos reais”. Contra si o governo tinha as dilatadas fronteiras, o escasso
policiamento, o costume inveterado e a inflexibilidade das leis econômicas. (PALACIM, 1979, p. 49). A seu
favor tinha o poder político, jurídico e econômico sobre toda a colônia. Assim, decreta como primeira
medida, em se tratando das minas, o isolamento destas.
A partir de 1730 foram proibidas todas as outras vias de acesso a Goiás ficando um único caminho,
o iniciado pelas bandeiras paulistas que ligavam as minas com as regiões do Sul, São Paulo e Rio de
Janeiro. Com isso, ficava interditado o acesso pelas picadas vindas do Nordeste - Bahia e Piauí. Foi
proibida a navegação fluvial pelo Tocantins, afastando a região de outras capitanias - Grão-Pará e
Maranhão.
À proporção que crescia a importância das minas surgiram atritos com os governadores das
capitanias do Maranhão e Pará, “quando do descobrimento das minas de Natividade e São Félix e dos
boatos de suas grandes riquezas (...). Os governadores tomaram para si a incumbência de nomear
autoridades para os ditos arraiais e outras minas que pudessem surgir, a fim de tomarem posse e cobrarem
os quintos de ouro ali existentes” (PARENTE , 1999, p. 59). O resultado foi o afastamento dessa
interferência seguido da proibição, através de bandos, da entrada das populações das capitanias limítrofes
na região e a saída dos que estavam dentro sem autorização judicial.
5) Decadência da produção
A produção do ouro goiano teve o seu apogeu nos primeiros dez anos de estabelecimento
das minas, entre 1726 e 1735. Foi nesse período que o ouro de aluvião aflorava por toda a região,
resultando numa produtividade absurda. Quando se iniciou a cobrança do imposto de capitação em todas
as regiões mineiras, a produção começou a cair, possivelmente mascarada pelo incremento do contrabando
na região, impossível de se medir.
De 1752 a 1778, a arrecadação chegou a um nível mais alto por ser o período da volta da cobrança
do quinto nas casas de fundição. Mas a produtividade continuou decrescendo. O motivo dessa contradição
era a própria extensão das áreas mineiras, que compensavam e excediam a redução de produtividade.
A distância das minas do norte, os custos para levar o ouro e o risco de ataques indígenas aos
mineiros justificaram a criação de uma casa de fundição em São Félix em 1754. Mas, já em 1797, foi
transferida para Cavalcante, “por não arrecadar o suficiente para cobrir as despesas de sua manutenção”
(PARENTE, 1999, p. 51).
A Coroa Portuguesa mandou investigar as razões da diminuição da arrecadação da Casa de
Fundição de São Félix. Foram tomadas algumas providências como a instalação de um registro entre
Santa Maria (Taguatinga) e Vila do Duro (Dianópolis). Outra tentativa para reverter o quadro da arrecadação
foi organizar bandeiras para tentar novos descobrimentos. Tem-se notícia do itinerário de apenas duas. Uma
dirigiu-se rumo ao Pontal (região de Porto Real), pela margem esquerda do Tocantins e entrou em conflito
com os Xerente, resultando na morte de seu comandante.
A outra saiu de Traíras (nas proximidades de Niquelândia (GO)) para as margens do rio Araguaia
em busca dos Martírios, serra onde se acreditava existir imensas riquezas auríferas. Mas a expedição só
chegou até a ilha do Bananal onde sofreu ataques dos Xavante e Javaé, dali retornando.
No período de 1779 a 1822, ocorreu a queda brusca da arrecadação do quinto com o fim das
descobertas do ouro de aluvião, predominando a faiscagem nas minas antigas. Quase sem transição,
chegou a súbita decadência.
6) A crise econômica
O declínio da mineração foi irreversível e arrastou “consigo os outros setores a uma ruína parcial:
diminuição da importação e do comércio externo, menor arrecadação de impostos, diminuição da mão-de-
obra pelo estancamento na importação de escravos, estreitamento do comércio interno, com tendência à
formação de zonas de economia fechada e um consumo dirigido à pura subsistência, esvaziamento dos
centros de população, ruralização, empobrecimento e isolamento cultural” (PALACIN, 1979, p. 133). Toda a
capitania entrou em crise e nada foi feito para a sua revitalização. Endividados com os comerciantes, os
mineiros estavam descapitalizados.
O desejo pelo lucro fácil, tanto das autoridades administrativas metropolitanas quanto dos mineiros
e comerciantes, não admitiu perseveranças. O local onde não se encontrava mais ouro era abandonado. Os
arraiais de ouro, que surgiam e desapareciam no Tocantins, contribuíram apenas para o expansionismo
geográfico. Cada vez se adentrava mais o interior em busca do ouro de aluvião, cada vez mais escasso..
No norte da capitania a crise foi mais profunda. Isolada tanto propositadamente quanto
geograficamente, essa região sempre sofreu medidas que frearam o seu desenvolvimento. A proibição da
navegação fluvial pelos rios Tocantins e Araguaia eliminou a maneira mais fácil e econômica de a região
atingir outros mercados consumidores das capitanias do norte da colônia. O caminho aberto que ligava
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Cuiabá a Goiás não contribuiu em quase nada para interligar o comércio da região com outros centros
abastecedores, visto que o mercado interno estava voltado ao litoral nordestino. Esse isolamento, junto com
o fato de não se incentivar a produção agro-pecuária nas regiões mineiras, tornava abusivo o preço de
gêneros de consumo e favorecia a especulação. A carência de transportes, a falta de estradas e o risco
freqüente de ataques indígenas dificultavam o comércio.
Além destas dificuldades, o contrabando e a cobrança de pesados tributos contribuíram para
drenagem do ouro para fora da região. Dos impostos, somente o quinto era remetido para Lisboa. Todos os
outros (entradas, dízimos, contagens etc.) eram destinados à manutenção da colônia e da própria capitania.
Inviabilizadas as alternativas de desenvolvimento econômico devido à falta de acumulação de
capital e ao atrofiamento do mercado interno após o fim do ciclo da mineração, a população se volta para a
economia de subsistência.
Nas últimas décadas do século XVIII e início do século XIX, toda a capitania estava
mergulhada numa situação de crise, o que levou os governantes goianos a voltarem suas atenções
para as atividades econômicas que antes sofreram proibições, objetivando soerguer a região da
crise em que mergulhara.
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Capitania de Goiás em duas comarcas (regiões): a Comarca do Sul e a Comarca do Norte. Esta
recebeu o nome de Comarca de São João das Duas Barras, assim como chamaria a vila que, na
confluência do Araguaia no Tocantins se mandaria criar com este mesmo nome para ser sua sede. Para
nela servir foi nomeado o desembargador Joaquim Theotônio Segurado como seu ouvidor.
A nova comarca compreendia os julgados de Porto Real, Natividade, Conceição, Arraias, São Félix,
Cavalcante, Traíras e Flores. O arraial do Carmo, que já tinha sido cabeça de julgado, perde essa condição,
que foi transferida para Porto Real, ponto que começava a prosperar com a navegação do Tocantins.
Enquanto não se fundava a vila de São João das Duas Barras, Natividade seria a sede da ouvidoria. A
função primeira de Theotônio Segurado era designar o local onde deveria ser fundada essa vila.
Alegando a distância e a descentralização em relação aos julgados mais povoados, o ouvidor e o
povo do norte solicitaram a D. João autorização para a construção da sede da comarca em outro local. No
lugar escolhido por Segurado, o alvará de 25 de janeiro de 1814 autorizava a construção da sede na
confluência dos rios Palma e Paranã, a vila de Palma, hoje a cidade de Paranã.
A vila de São João das Duas Barras recebeu o título de vila, mas nunca chegou a ser
construída. Theotônio Segurado, administrador da Comarca do Norte, muito trabalhou para o
desenvolvimento da navegação do Tocantins e o incremento do comércio com o Pará. Assumiu posição de
liderança como grande defensor dos interesses regionais e, tão logo se mostrou oportuno, não hesitou em
reivindicar legalmente a autonomia político-administrativa da região.
O 18 de março foi, oficialmente, considerado o Dia da Autonomia pela lei 960 de 17 de março
de 1998, por ser a data da criação da Comarca do Norte, estabelecida como marco inicial da luta pela
emancipação do Estado.
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Bibliografia
BARROS, Otávio. Breve História do Tocantins, 1º edição, FIETO, Araguaína, 1996
BARROS, Otávio. Tocantins, Conhecendo e Fazendo História, 1º edição, SECOM, Palmas, 1998.
PALACIN, Luís, MORAES, Maria Augusta Sant’anna. História de Goiás (1722-1972) 5º ed. Goiânia: Ed. Da UCG, 1989.
O Século do Ouro em Goiás. 3º ed. Goiânia: Oriente, Brasília: INL, 1979.
CAVALCANTE, Maria do Espírito Santo Rosa. Tocantins: O Movimento Separatista do Norte de Goiás, 1821-1988 - São
Paulo: A Garibaldi, Editora da UCG, 1999.
SILVA, Francisco Ayres da. Caminhos de Ouhãra - 2° ED. Porto Nacional: Prefeitura Municipal, 1999.
PARENTE, Temis Gomes- Fundamentos Históricos do Estado do Tocantins Goiânia: ED. da UFG, 1999.
ALENCASTRE, José Martins Pereira de. Anais da Província de Goiás. Goiânia: SUDECO/Governo de Goiás,
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GEOGRAFIA DO TOCANTINS
O Tocantins é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo o seu mais novo estado. Está
localizado a sudeste da Região Norte e tem como limites o Maranhão a nordeste, o Piauí a leste, a
Bahia a sudeste, Goiás a sul, Mato Grosso a sudoeste e o Pará a noroeste. Ocupa uma área de 277
620 km². Sua capital é a cidade planejada de Palmas.
As maiores cidades do estado são respectivamente: Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto
Nacional e Paraíso do Tocantins. Juntas, estas cinco cidades abrigavam, em 2009, cerca de 39,71%
da população total do estado. O relevo apresenta chapadas ao centro, ao sul e ao leste, a Serra
Geral a sudeste, a Serra das Traíras (ou das Palmas) ao sul, e a planície doAraguaia, com a Ilha do
Bananal, nas regiões norte, oeste e sudoeste. São importantes o Rio Tocantins (incluindo o Rio
Maranhão), o Rio Araguaia, o Rio Javaés, o Rio do Sono, o Rio das Balsas, o Rio Manuel Alves e o rio
Paranã. O clima é tropical.
ASPECTOS FÍSICOS
Vegetação
A vegetação do Tocantins é bastante variada; apresenta desde o campo cerrado, cerradão, campos
limpos ou rupestres a floresta equatorial de transição, sob forma de "mata de galeria", extremamente
variada.
A vegetação é o espelho do clima. Em área, o cerrado ocupa o primeiro lugar no estado do
Tocantins. As árvores do cerrado estão adaptadas à escassez de água durante uma estação do ano.
Caracterizam-se por uma vegetação campestre, com árvores e arbustos esparsos, útil à criação
extensiva do gado, por ser uma vegetação de campos naturais, em espécie vegetal dos diferentes
tipos de cerrado.
Cerrado – Árvores de pequeno porte, poucas folhagens, raízes longas adequadas à procura
de água no sub-solo, folhas pequenas duras e grossas, ciando grande parte na Estação seca.
As espécies nativas mais comuns são: pau-terra, pau-santo, barbatimão, pequi, araticum e
murici.
Campo sujo – Uma divisão do cerrado, que apresenta árvores bastante espaçadas uma das
outras e, às vezes, em formação compacta. Ex: lixeira, gramínea etc.
Campo limpo – Caracteriza-se por se constituir uma formação tipicamente herbácea, com
feição de estepes, quando isoladas; se em tubas deixam parcelas de terrenos descobertas, sob
a forma de praiarias; quando é contínua, reveste densamente o terreno. Está ligada à
topografia e hidrografia, notando-se uma associação nos divisores de água, nas encostas das
elevações onde o lençol freático aflora, e, também, nas várzeas dos rios. Ex: Ilha do Bananal
– onde se dá criação extensiva do gado no estado.
Floresta equatorial – Aparece de modo contínuo no norte do estado, próximo ao paralelo
5º, e acompanha o curso dos rios, sob forma de "mata de galeria". Essa formação em área de
temperatura quente e pluviosidade elevada, propicia o aparecimento de uma forma densa
bastante estratificada, composta de espécies variadas.
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3. Região Centro-Sul e Leste: onde predomina o cerrado com algumas variações de Floresta
Estacional Decidual nas fronteiras de Bahia- Goiás.
De maneira geral podemos afirmar que a cobertura vegetal predominante no Tocantins é o cerrado,
perfazendo um percentual superior a sessenta por cento. O restante é composto por florestas
esparsas que podem ser identificadas, sobretudo, nas Bacias hídricas Tocantins-Araguaia – Paranã e
seus afluentes.
O recurso natural de origem vegetal que merecem maior destaque no Tocantins são: o coco babaçu.
O babaçu é rico em celulose e óleo. O coco tem grande valor industrial, pois serve para a fabricação
de gorduras, sabões e sabonetes. A casca do coco serve como combustível e a palha do babaçu
presta-se para o fabrico de redes, cordas, cobertura de casas etc.
1. A imagem abaixo ilustra um artesanato produzido a partir do trabalho das quebradeiras de coco
babaçu.
Assinale apenas a alternativa CORRETA quanto à região do Estado do Tocantins em que ocorre
com maior intensidade a atividade de extração e quebra de coco babaçu, estimulando, inclusive, a
formação e organização das quebradeiras de coco.
(A) Característica da região sul do estado, concentrada, sobretudo, na Serra da Natividade, dadas às
características naturais e culturais do ambiente que propiciam o desenvolvimento desta atividade.
(B) Característica da região norte do estado, concentrada, sobretudo, no Bico do Papagaio, dadas às
características naturais e culturais do ambiente que propiciam o desenvolvimento desta atividade.
(C) Característica da região central do estado, concentrada, sobretudo, na Serra do Lajeado, dadas
às características naturais e culturais do ambiente que propiciam o desenvolvimento desta atividade.
(D) Característica da região leste do estado, concentrada, sobretudo, no Jalapão, dadas às
características naturais e culturais do ambiente que propiciam o desenvolvimento desta atividade.
(E) Característica da região sudoeste do estado, concentrada, sobretudo, na Ilha do Bananal, dadas
às características naturais e culturais do ambiente que propiciam o desenvolvimento desta atividade.
Relevo
O relevo do estado do Tocantins é sóbrio. Pertence ao Planalto Central Brasileiro. Caracteriza-se,
sobretudo, pelo solo sob cerrados, predominando, na sua maioria, superfícies tabulares e aplainadas,
resultantes dos processos de pediplanação.
Regiões geográficas
Chapada da Bacia de São Francisco: apresenta como divisor das águas das Bacias São
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entre mil metros e trezentos metros.
Clima
O clima predominante no estado é o tropical seco, que é caracterizado por uma estação chuvosa (de
outubro a abril) e outra seca (de maio a setembro). É condicionado fundamentalmente pela sua
ampla extensão latitudinal e pelo relevo de altitude gradual e crescente de norte a sul, que variam
desde as grande planícies fluviais até as plataformas e cabeceiras elevadas entre duzentos e
seiscentos metros, especialmente pelo relevo mais acidentado, acima de seiscentos metros de
altitude, ao sul.
Há uma certa homogeneidade climática no Tocantins. Porém, por sua grande extensão de contorno
vertical definem-se duas áreas climáticas distintas a saber.
Ao Norte, onde o relevo é suavemente ondulado, coberto pela Floresta Fluvial Amazônica, o
clima é úmido. Com temperaturas médias anuais variando entre 24°C e 28°C, as máximas
ocorrem em agosto/setembro com 38ºC e a média mínima mensal em julho, com 22°C,
sendo que a temperatura média anual é de 26°C. Em geral as precipitações pluviométricas
são variáveis entre 1 500 e 2 100 mm, com chuvas de novembro a março.
Ao Sul, onde o clima predominante é subúmido ou (estacionalmente) seco, os meses
chuvosos e os secos se equilibram e as temperaturas médias anuais diminuem lentamente, à
medida que se eleva a altitude. As máximas coincidem com o rigor das secas em
setembro/outubro com ar seco e enfumaçado das queimadas de pastos e cerrados. Assim, a
temperatura compensada no extremo sul, varia de 22°C e 23°C, no centro varia de 26°C a
27°C e no norte, de 22°C a 23°C. As chuvas ocorrem de outubro a abril.
Hidrografia
A hidrografia do estado do Tocantins é delimitada a oeste pelo Rio Araguaia e ao centro pelo Rio
Tocantins. Ambos correm de sul para norte e se unem no município de Esperantina, banhando boa
parte do território tocantinense.
O Projeto de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Araguaia-Tocantins (PRODIAT) dividiu a
hidrografia do estado em duas sub-bacias, a saber:
Sub-bacia do Rio Araguaia: formada pelo Rio Araguaia e seus afluentes, tendo um terço
de seu volume no estado.
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Sub-bacia do Rio Tocantins: formada pelo Rio Tocantins e seus afluentes, ocupando dois
terços de seu volume aproximadamente no Estado.
O Rio Araguaia nasce nas vertentes da Serra do Caiapó e corre de sul para norte, formando a maior
ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal e lança suas águas no Tocantins, depois de percorrer 1
135 km engrossado por seus afluentes.
O Rio Tocantins nasce em Goiás. Sendo um rio de planalto, lança suas águas barrentas em
plenabaía de Guajará, no Pará.
O regime hídrico da Bacia Araguaia-Tocantins é bem definido, apresentando um período
deestiagem, que culmina em setembro-outubro e um período de cheias, de fevereiro a abril.
ASPECTOS ECONÔMICOS
A economia tocantinense está assentada em um agressivo modelo expansionista de agroexportações
e é marcada por seguidos records de hiper-superávits primários: cerca de 89% de sua pauta de
exportação é soja em grão, cerca de 10% é carne bovina e 1% outros, revelando sua forte inclinação
agropecuária.
Sua indústria é principalmente a agroindústria, centralizada em seis distritos instalados em cinco
cidades-polo: Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins. Sua indústria é ainda
pequena e voltada principalmente para consumo próprio.
Boa parte de suas importações é de maquinário, material de construção, ferro e aeronaves de
pequeno porte, produtos que representam a base de um expansionismo econômico. Não se observa a
importação de produtos produtíveis em solo estadual: o que representa umacontenção de
evasão econômica, garantindo um superávit na balança comercial, retendo mais divisas dentro do
estado.
No setor terciário (comércio e serviços) suas principais atividades estão concentradas na
capital Palmas e também nas cidades que estão localizadas à beira da Rodovia Belém-
Brasília(BR's 153 e 226). Faz-se importante frisar a relevância dessa rodovia para o Tocantins, pois ela
corta o estado de norte a sul e possibilita um melhor desempenho no crescimento econômico das
cidades localizadas às suas margens, servindo como entreposto de transportes rodoviários e de
serviços a viajantes. Além disso, a Rodovia Belém-Brasília também facilita o escoamento da produção
do Tocantins para outros estados e para portos no litoral.
Observa-se uma economia, que com sucesso consegue reter capitais com sua
pequenaindústria (reduzindo a necessidade de importações), uma população com renda per capita em
posição mediana, uma potência agrícola em expansão com um PIB cada vez maior e com deficiências
principalmente no setor secundário (indústrias).
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