Вы находитесь на странице: 1из 78

CONTABILIDADE SOCIAL

Unidade III
7 POLÍTICAS PÚBLICAS

7.1 Conceitos fundamentais

A diferenciação social é algo distintivo das modernas sociedades e é esse fator que gera, entre
os seus participantes, os conflitos decorrentes da heterogeneidade social, considerando sexo,
nível de escolaridade, cor, origem, valores éticos e morais, ideias etc. Cabe à esfera pública tentar
resolver ou ao menos atenuar esses confrontos, contudo, não se pode deixar de considerar que as
políticas públicas são definidas e executadas num ambiente de complexas relações entre o Estado
e a sociedade.

Conforme afirma Matias-Pereira: “Para que a sociedade possa sobreviver e progredir, o conflito
deverá ser mantido dentro de limites toleráveis, o que vai exigir a utilização da coerção pura e simples
da política” (2012, p. 194).

Veremos, a seguir, que vários são os envolvidos nas políticas públicas, como:

• políticos;

• integrantes da administração pública;

• agentes do setor privado (sindicatos, empresários, trabalhadores, associações etc.);

• Agentes internacionais: Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial do Comércio
(OMC), Unesco – órgão da ONU voltado à educação, cultura e ciência, FMI e Banco Mundial – que
oferece recursos financeiros e assistência técnica a regiões e países carentes ou voltados ao seu
desenvolvimento sustentável.

7.1.1 O conceito de Política

Essa palavra foi sofrendo grandes mudanças ao longo do tempo, permitindo descrições de fatos e
atos, de maneira estrita ou global, dependendo do contexto em que se realiza a análise.

Observação

Aristóteles concebia Política como a ciência que tem como objeto


a obtenção da felicidade humana. Para esse filósofo, a política está
165
Unidade III

diretamente vinculada à ética (que busca a felicidade individual na pólis) e


à política (que deve ser orientada à busca pela felicidade coletiva da pólis).

Tanto política quanto políticas públicas estão relacionadas com os conceitos de Estado, conflito e
poder social, mas política é um conceito mais amplo, geral, ao passo que as políticas públicas equivalem
a soluções específicas para o tratamento dos assuntos públicos.

Na língua inglesa, há palavras distintas que propiciam, no nosso entender, um melhor entendimento
da variação conceitual entre os termos:

• Politics: conjunto de inter-relacionamentos, formais e informais, que especificam relações de


poder e são voltados à solução pacífica de conflitos, utilizando variadas estratégias para a melhora
dos rendimentos e o alcance dos objetivos sociais.

Saiba mais

A definição clássica de política remonta à Grécia Antiga e é mencionada


por Aristóteles, em sua obra A Política, que indicamos a seguir:

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Edipro, 1995.

• Policy: é, na verdade, a ação executada pelo governo, que se destina, apoiada na sua legitimidade,
ao atendimento das demandas da sociedade.

É importante considerar que existem conflitos permanentes na sociedade que não conseguem
ser resolvidos pelas políticas públicas, que procuram reduzi-los e orientá-los para suas formas não
destrutivas tanto para os partidos quanto para a coletividade em geral.

Lembrete

Cabe à esfera pública tentar resolver ou ao menos atenuar confrontos


entre os cidadãos.

Tendo isso em mente, podemos nos referir às políticas de educação, saúde, assistência social, agrícola,
industrial, fiscal etc., que interferem no bem-estar da coletividade.

• Polity: trata-se da dimensão institucional, referindo-se à ordenação do sistema político no que


tange aos objetivos e decisões da distribuição dos recursos e benefícios públicos.

Mencionam Dias e Matos (2012, p. 3):

166
CONTABILIDADE SOCIAL

A política também pode ser vista como um conjunto de interações que


visam atingir determinado objetivo e, nesse sentido, está em toda parte, seja
na arte, nos jogos amorosos, nas relações de trabalho, na religião, no esporte
etc. Podemos também entender a arte da política como destreza, habilidade,
perícia com que se maneja assunto delicado ou uma atitude já estabelecida
com respeito a determinados assuntos. Nesse sentido, uma questão se
torna política também quando e na medida em que se transforma em uma
questão polêmica.

A política, pois, implica a possibilidade de os conflitos serem resolvidos de forma pacífica. Cabe,
contudo, ao Estado, desde que legitimado, exercer o monopólio da força, a universalidade (que especifica
que suas decisões devem ser cumpridas pela sociedade) e a inclusividade (conceito que estabelece o
poder do Estado de intervir em qualquer grupo, tendo em vista alcançar o bem esperado).

Wright (1942 apud MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 202) define o conceito de política como “a arte de
influenciar, manipular ou controlar grupos com a intenção de avançar os propósitos de alguns contra
a oposição de outros”. Tendo em vista esse conceito, a análise política deve estar relacionada com as
preocupações e atuações dos policy makers (elaboradores de políticas).

“Um sistema político é [assim,] um tipo de governo em que a política busca garantir estabilidade e
ordem” (MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 201).

7.1.2 O que são políticas públicas

Os maiores problemas enfrentados por uma sociedade usualmente estão correlacionados com
questões de natureza econômica, social, ambiental, política. Cada problema social afeta determinado
número de pessoas que podem, ou não, se mobilizar para tentar resolvê-los, dado que a sociedade não
consegue fazê-lo por sua própria conta e risco.

Tal como ocorre com política, de forma global, não há um consenso sobre o que são realmente as
políticas públicas. Sobre isso, mencionam Dias e Matos (2012, p. 4) que “[...] o objetivo dos políticos, sejam
quais forem seus interesses, consiste em chegar a estabelecer políticas públicas de sua preferência, ou
bloquear aquelas que lhes sejam inconvenientes”.

As políticas públicas foram se solidificando e tornando-se autônomas a partir de meados do século


XX, primeiro na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, o assunto passou a ser tratado de forma mais
extensa e sistemática nos anos 1970 e início dos 1980.

167
Unidade III

Saiba mais

“Em 1936, Harold D. Lasswell publica o livro Política: quem ganha o


quê, quando e como, título considerado uma das definições de políticas
públicas” – Dias e Matos (2012, p. 4). A efetiva transformação das políticas
públicas em uma disciplina de cunho científico se deu com o livro:

LERNER, D.; LASSWELL, H. D. The Policy Sciences. Washington: Library


of Congress, 1951.

É possível obter mais informações sobre o tema na seguinte obra:

LASSWELL, H. D. Politics who gets what, when and how. Londres: Peter
Smith, 1911.

Política pública envolve um grande conjunto de assuntos interdisciplinares e seu entendimento mais
firme passa pelo do conceito de público. Dias e Matos (2012, p. 5) comentam que “O público compreende
aquele domínio da atividade humana que é considerado necessário para a intervenção governamental
ou para a ação comum”.

Pode-se, pois, definir políticas públicas como um elenco de princípios, critérios e linhas de ação
visando à garantia e permissão da gestão do Estado na solução dos problemas da sociedade.

Existem duas abordagens básicas quando se analisam as políticas públicas. A primeira


(state‑centered policy-making) considera que essa denominação somente é válida quando há
intenção e/ou realização de programas pelo poder público. A segunda, multicêntrica, admite a ação
de outros atores, além do setor público, isto é, das chamadas organizações não governamentais.

Meny e Thoenig (1992 apud MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 205) consideram que uma política pública
é representada também pelos “não atos” de uma autoridade pública com relação a um problema ou
conflito social.

Admitida essa proposta, podemos caracterizar casos de inação diante de um problema público, o
que, obviamente, não pode ser confundido com negligência ou descuido de quem tem a obrigação de
enfrentá-lo, principalmente quando se trata de gestor público.

A primeira abordagem refere-se à obrigatoriedade de tratamento por órgão público. Para a segunda, porém,
o mais relevante é se o assunto ou problema a ser tratado é público e não quem é encarregado de conduzi-lo.

Naturalmente, essas políticas devem contemplar todas as ações de governo, que sobressai em relação
aos demais agentes sociais no estabelecimento e implantação dessas políticas. Uma primeira e bem

168
CONTABILIDADE SOCIAL

simples definição de uma política pública pode ser expressa como uma diretriz elaborada para enfrentar
um problema público. Outra definição de políticas públicas pode ser encontrada em Sebrae (2008, p. 5):
“[a] totalidade de ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam
para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público”.

As políticas públicas podem ou não ser iniciadas pelos próprios governos e indicam o que eles
pretendem fazer e o que escolhem não realizar. De fato, o Estado moderno tem se constituído no
principal agente delineador e executor de políticas públicas. Entre as razões que poderíamos destacar
como justificativas para essa situação, temos que:

• a elaboração de políticas públicas é uma tarefa central de qualquer Estado moderno;

• o Estado, legitimado pela sociedade, detém o monopólio da força;

• grande parte dos recursos financeiros e de outra ordem de um país ou região é controlada pelo Estado.

Se estivermos tratando de políticas governamentais, que representam um subconjunto das políticas


públicas, é natural entendermos que elas fazem parte exclusivamente do âmbito de atuação do Estado.

Política governamental é, pois, uma política pública estabelecida por um agente da administração
pública, de qualquer um dos três poderes da Federação (União, estados e municípios).

Políticas públicas

Políticas
governamentais

Figura 44 – Políticas governamentais, como subconjunto das políticas públicas

Usa-se muito o termo em inglês policymakers para identificar os agentes (do setor público ou
privado) envolvidos com as políticas públicas.

Um problema público, pela sua complexidade, muitas vezes, faz com que sejam necessárias não uma,
mas várias políticas públicas que precisam ser coordenadas entre si.

Política pública

Política Política
pública Política pública
pública

Figura 45 – Políticas públicas inter-relacionadas

169
Unidade III

Há situações em que determinado problema público pode ser visto como particular, quando
ocorre, por exemplo, em eventuais casos de dispensas em grande número de funcionários por uma
empresa de grande porte. Nesse caso, eventualmente, nem a administração pública nem outra
entidade da iniciativa privada acabam considerando-o como um problema merecedor de uma
política pública.

As políticas públicas englobam tanto o conceito de política de governo quanto de Estado,


estando incluídas neste último, aliás, as que dizem respeito a mais de um governo, como é o caso das
macroeconômicas (fiscal, monetária, cambial e de rendas).

Uma política pública, portanto, pode ser entendida como um programa de ação de um determinado
governo, que pode ser realizada por ele ou suas unidades constituintes ou organizações do Terceiro
Setor, como as ONGs, Oscips, fundações etc., com poder e legitimidade para estabelecer acordos e
parcerias com o Estado.

Lembrete

As unidades da administração indireta são representadas por fundações,


autarquias e empresas mistas e de capital público.

Outro ponto a considerar é que as políticas públicas variam conforme o nível de diversificação da
economia, do regime social, visão dos governantes com relação e condições de atuação dos diversos
grupos sociais (partidos políticos, associações de classes etc.).

As discussões relacionadas com o estabelecimento de políticas públicas devem, pois, levar em conta
os aspectos:

• globalização econômica e social;


• processo de transformação do Estado, no país e em todo mundo, até como decorrência do
recrudescimento da globalização;
• processo de descentralização das atividades dos Estados.

Alguns fatores são determinantes para o sucesso de uma política pública, como:

• nível de profissionalismo da própria administração pública;

• estilo de política e de administração;

• grau de participação da sociedade.

170
CONTABILIDADE SOCIAL

Tem sido observado um aumento significativo do interesse no Brasil pelo conhecimento das políticas
públicas, em função do maior envolvimento e do aumento da conscientização social sobre os seus
efeitos na vida de cada indivíduo, seja no âmbito federal ou subnacional.

Podemos identificar diferentes tipos de políticas públicas como:

• sociais: educação, saúde, segurança, cultura, transportes, habitação, proteção de crianças e


adolescentes etc.;

• estruturais: indústria, agricultura, reforma agrária, meio ambiente;

• econômicas: monetária, fiscal, cambial, comercial e internacional;

• compensatórias ou redistributivas: combate à fome, Programa Bolsa-Escola, cotas nas


universidades etc.

Finalmente, devem ser ressaltados o forte interesse dos agentes sociais e políticos, além dos aspectos
técnico e administrativo, à medida que o governo deve proceder a escolhas relacionadas com:

• em qual área social deve atuar?

• quais as razões para essa intervenção?

• quando devem ser executadas as específicas políticas públicas?

Bolivar Lamounier (1986 apud MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 206) entende que o significado das
políticas públicas pode ser entendido com base na atuação técnico-administrativa, voltadas à eficiência
dos gastos, aos resultados práticos e ao reconhecimento de que toda política pública é um maneira de
intervenção do governo nas relações sociais, na qual o processo decisório condiciona e é condicionado
por interesses e expectativas sociais.

Entre outros aspectos, a qualidade do processo político irá determinar o desempenho da administração
pública e será dependente do comportamento dos agentes sociais.

Se na gestão de determinado bem ou serviço público os grupos que


compõem a arena decisória estabelecem relações nas quais predominam
a irresponsabilidade na alocação de recursos e na prestação de contas, o
clientelismo e o favor individual, ao invés da responsabilidade fiscal e
financeira dos recursos, da universalidade de procedimentos e da eficiência
administrativa, a qualidade de funcionamento do bem ou serviço público
oferecido estará comprometida e vai trazer efeitos negativos no longo
prazo para o conjunto da nação, e, sobretudo naquela área específica onde
a política pública atua (MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 207).

171
Unidade III

7.1.2.1 O capital social

Um importante conceito vem sendo discutido na atualidade, quando é fortalecido o processo


de constituição de relações entre os diferentes participantes, gerando aumento de confiança e de
solidariedade, considerando a sobrevivência numa economia globalizada:

O capital social diz respeito às características da organização social, como


confiança, normas e sistemas que contribuam para aumentar a eficiência da
sociedade, facilitando as ações coordenadas (PUTNAM apud DIAS; MATOS,
2012, p. 38).

O capital social é constituído por redes, por organizações civis e pelos níveis de integração e de
confiança compartilhados entre os frutos a partir de suas próprias interações sociais.

7.1.2.2 Características das políticas públicas

De pronto, podemos salientar que uma política pública normalmente envolve várias decisões e
ações estratégicas para a sua execução. Cumpre, contudo, ressaltar que a CF/1988 não contém políticas
públicas, mas garante o direito a elas, como os direitos humanos, sociais e ambientais. O mesmo acontece
com as constituições dos estados e dos municípios (nesse caso, identificadas como leis orgânicas – LOM).

Não se pode falar de uma política pública ideal, dado que ela depende da conjuntura – contingência
– e do momento vivido – pela região ou pais. Como advertem Dias e Matos (2012, p.15) “[...] o que pode
funcionar em dado momento da história, em um determinado país, pode não dar certo em outro lugar,
ou no mesmo lugar em outro momento”.

É sempre importante frisar que as políticas públicas são compostas por decisões e ações capazes de
serem efetivadas em função da soberania do Estado.

Observação

A soberania é sempre exercida por uma autoridade superior, que não


pode ser limitada por qualquer outro poder e não pode sofrer quaisquer
tipos de restrições.

Uma política de governo irá se tornar uma política pública desde que, entre outros aspectos:

• seja calcada em programas concretos;

• contenha critérios, linhas de atuação e normas adequadas, inclusive no que tange à sua
possibilidade de consecução;

• seja dotada de planos e previsões orçamentárias e financeiras;


172
CONTABILIDADE SOCIAL

• obedeça às constituições e leis e regulamentos a ela correlacionados, quer sejam dos poderes
locais, regionais e nacionais.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aponta como características das políticas públicas:

• estabilidade: alterações devem ser feitas apenas nos casos em que houver modificações nas
condições socioeconômicas;

• adaptabilidade: elas devem ser passíveis de ajustes, se as circunstâncias assim o determinarem;

• coerência e coordenação: necessitam ser compatíveis com outras políticas, o que requer uma
comunicação adequada entre os responsáveis e idealizadores de cada uma delas;

• qualidade de implantação e de aplicação: a política será ineficaz se não for implantada de


maneira correta, o que está relacionado com a capacidade técnica e organizacional do ente
público por ela responsável;

• consideração do interesse público: nível de atendimento ao bem-estar geral com os bens públicos
que gera;

• eficiência: o Estado deve alocar os recursos disponíveis na sociedade, atentando para a sua
escassez, naquilo que ofereça os melhores retornos, inclusive os de natureza social.

7.1.2.3 Tipos de políticas públicas

Vários autores entendem que as políticas públicas são derivadas da política, de forma geral. Outros,
porém, entendem que a relação é exatamente inversa, no sentido de que são as políticas públicas que
determinam a política que se estabelece globalmente na sociedade. É o caso, por exemplo, de Secchi
(2010). Podemos, portanto, utilizar vários critérios para estabelecer os tipos de políticas públicas.

Uma primeira classificação considera os objetivos globais de diferentes tipos de políticas


públicas, a saber:

• política social: saúde, educação, habitação, previdência social etc.;

• política macroeconômica: fiscal, monetária, cambial, industrial;


• política administrativa: democracia, descentralização, participação social etc.;

• política setorial: meio ambiente, cultura, agrária, direitos humanos etc.

Todavia, não podemos considerar apenas a atuação relacionada com macro orientações de cunho
estratégico, como é o caso, por exemplo, da política monetária adotada pela União, pois também há
problemas ou situações de menor incidência ou impacto, retratadas por problemas municipais e locais.

173
Unidade III

Conforme a Teoria das Arenas de Poder, de Lewi (apud SECCHI, 2010, p. 17), cada tipo de política
admite diferentes participações e, dessa forma, teríamos os seguintes tipos de políticas públicas:

• Regulatórias: discriminam no atendimento das demandas de grupos, distinguindo os beneficiários


e os prejudicados pelas políticas públicas, visando à solução de conflitos entre grupos políticos
com interesses contrários.

Essas políticas definem padrões de comportamento, bens ou serviços, tanto para agentes públicos
quanto privados.

As discussões e aprovações relacionadas com esse grupo de políticas ocorrem em espaço em que
a capacidade de sua validação é proporcional à relação de força e poder entre os agentes econômicos.

Podemos mencionar como um exemplo de política regulatória a obrigatoriedade de uso do cinto de


segurança tanto pelos condutores quanto pelos passageiros de um veículo. Nesse caso, o problema que
gerou essa providência podem ser os altos índices de acidentes de trânsito no país.

• Distributivas: geram benefícios concentrados em grupos de agentes sociais, com custos difusos
para os demais.

Aqui, as discussões se devolvem em uma arena de menor conflito, visto que o pagamento pela
política é de responsabilidade da sociedade como um todo. Podemos mencionar como um exemplo de
política distributiva a construção de uma estrada vicinal, secundária, tendo em vista interesses e trocas
de apoios políticos.

• Redistributivas: redistribuição dos recursos (financeiros e outros benefícios) entre os diversos


grupos sociais, com interferência na vida econômica, via criação de meios para atenuar as
desigualdades na sociedade.

Estão aqui classificadas as políticas públicas que geram benefícios concentrados a alguns tipos
de atores ou agentes sociais, mas que determinam custos para outros. Nesse caso, as discussões
ocorrem em ambiente considerado elitista, com confronto entre os que querem e os que não desejam
o desenvolvimento da política. Como exemplos desse grupo de políticas públicas podem ser citados,
no Brasil, os programas Bolsa-Família, a reforma agrária, o seguro-desemprego e as cotas raciais para
ingresso em universidades públicas.

• Constitutivas ou estruturadoras: estabelecem regras que devem ser obedecidas por outras
políticas públicas, por isso são também denominadas metapolíticas.

Neste caso, as discussões ocorrem em ambiente de conflitos entre os agentes diretamente


interessados, dado que podem modificar o equilíbrio de poder social. Como exemplos desse grupo de
políticas públicas, podem ser citados:

— definições de padrões e procedimentos para as regras eleitorais;


174
CONTABILIDADE SOCIAL

— distribuição de competências e poderes entre os poderes da Federação;


— estabelecimento de relações entre diferentes tipos e esferas de governos;
— condições de participação da sociedade civil nas decisões de governos.

Não é visível de forma totalmente clara a separação entre esses tipos de políticas. Secchi (2010, p. 18)
menciona o exemplo de uma política de contratação de pessoal, que normalmente contém elementos
regulatórios e redistribuitivos.

James Quinn Wilson (apud Secchi, 2010, p. 19) foi outro estudioso que procurou separar as
várias políticas públicas, adotando como critério a distribuição dos custos e benefícios de suas
aplicações na sociedade.

O quadro a seguir, adaptado de Secchi (2010, p. 19), apresenta as alternativas de políticas públicas
propostas por esse autor:

Quadro 40 – Distribuição e concentração de políticas públicas

Custos Benefícios
Distribuídos Concentrados
Distribuídos Política majoritária Política clientelista
Concentrados Política empreendedora Política de grupos de interesses

Adaptado de: Secchi (2010, p. 19).

As políticas majoritárias apresentam tanto os custos quanto os benefícios espalhados pela sociedade,
podendo ser mencionadas as que implementam atendimentos educacionais e médicos.

As políticas clientelistas correspondem às distributivas na organização proposta por Lowi


(SECCHI, 2010, p. 17), visto que concentram os benefícios em certos grupos e seus custos são
espalhados pela sociedade.

Já as políticas empreendedoras beneficiam de forma coletiva a sociedade, concentrando os custos


sobre determinadas categorias. Nesse grupo de políticas, proposto pelo autor, podemos enquadrar
reformas que conduzam à eliminação de órgãos públicos.
Finalmente, as políticas de grupos de interesses apresentam concentrações de benefícios e custos
sociais em diferentes categorias, equivalendo às redistributivas de Lowi.

Outra forma de classificar as políticas públicas consiste na sua divisão conforme as suas finalidades,
isto é:

• Preventivas ou passivas: visam reduzir ou eliminar a possibilidade de ocorrências de graves


problemas sociais.

175
Unidade III

Estão enquadradas nesse tipo as políticas públicas relacionadas, entre outras, com salários, emprego,
saúde, saneamento, educação e nutrição.

• Compensatórias ou ativas: procuram tratar de problemas ou situações sociais já existentes.

Como integrantes deste grupo, podemos exemplificar, entre outras, as políticas relacionadas com
previdência social, alfabetização, habitação, assistência ao menor, apoio aos idosos, proteção das
gestantes e qualificação profissional.

• Sociais: direcionadas à redistribuição de renda entre as diferentes classes sociais.

Como exemplos, nesses casos, podemos apontar os programas Bolsa Família, Bolsa Escola e
Vale‑refeição.

Também podemos classificar as políticas públicas levando em consideração o alcance de suas ações
e então teremos:

• Focalizadas: atendimento restrito a determinados grupos sociais, em função dos seus níveis
particulares de necessidades ou condições especiais, como é o caso, no Brasil, entre outros, dos
programas Bolsa Família, Assistência ao Menor e Alfabetização de Adultos.

• Universalistas: destinadas ao atendimento da sociedade como um todo, independentemente das


particulares dos vários grupos ou indivíduos.

Nesse caso, podemos citar, entre outros exemplos, as políticas relacionadas com saúde, educação e
assistência social.

Cabe também mencionar os casos de novas políticas públicas, surgidas como decorrência do aumento
da complexidade das sociedades e das suas demandas com relação ao Estado.

Entre elas, podemos exemplificar as políticas públicas relacionadas com:

• Turismo.

• Ações voltadas a grupos etários especiais (crianças, jovens e idosos).

Destacam-se, ainda, os casos de políticas dirigidas a grupos específicos (como é o caso de pessoas
com problemas físicos ou mentais e grupos indígenas), nos quais há a ativa participação de unidades
como as fundações e as ONGs.

Uma teoria que engloba as explicações e conceitos de políticas públicas é a neoinstitucional, que
atenta para a relevância das instituições para a compreensão da ordem social e política do Estado. Os
temas fundamentais tratados por essa teoria são:

176
CONTABILIDADE SOCIAL

• papel desempenhado pelo Estado na constituição e manutenção da ordem social;

• relacionamentos entre autoridade, mercados e questões de solidariedade social;

• estudos das reformas político-sociais;

• aspectos relacionados com governança pública;

• formação de novas formas de federalismo;

• normas e regulação das entidades públicas e seu relacionamento com os atores sociais;

• relações entre os poderes da Federação (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Em todos os tipos aqui apresentados, observa-se uma mescla de objetivos técnicos e políticos.

Naturalmente, contudo, os analistas públicos encarregados dos estudos das formulações e


implantações de políticas públicas podem criar suas próprias classificações, desde que melhor atendam
a seus objetivos específicos de análise.

7.1.2.4 A influência da globalização no estabelecimento das políticas públicas

A globalização, assim como tem ocorrido com a sociedade como um todo, exerce notável influência
sobre a Constituição e o rumo das políticas públicas. Nesse aspecto, é possível, inclusive, considerar que
elas afetam mais as políticas locais, comparativamente, que as influências nacionais.

[...] muitas políticas públicas [...] têm um marco de referência cuja origem
são os diversos organismos que integram a estrutura de governança global
[...] esse quadro de referências global não pode ser ignorado, pois o processo
de globalização e a consequente integração [...] em todos os aspectos –
políticos, econômicos, cultural e social – é irreversível e tende a se consolidar
cada vez mais (DIAS; MATOS, 2012, p. 23).

É importante atentar para o fato de que essas influências globais não afetam todos da
mesma forma e na mesma intensidade. O que se tem visto é o caso de entidades subnacionais
obtendo empréstimos e financiamentos externos voltados à execução de políticas econômicas,
as quais são bem aceitas internacionalmente, notadamente quando se referem a expectativas
de maior desenvolvimento econômico e social das regiões. Há casos, também, de municípios que
aumentam a sua divulgação no exterior, visando atrair recursos (notadamente financeiros) para
suas localidades. Conforme apontam Dias e Matos (2012, p. 25): “Ocorre uma interdependência
cada vez maior entre unidades locais de diversos países e organizações internacionais, entre
outras articulações globais”.

177
Unidade III

7.1.2.5 A municipalização das políticas públicas

As políticas públicas são de responsabilidade de todos os três poderes da Federação. Assim, cabem à
União as políticas globais, relacionadas, por exemplo, com a defesa do país e a proteção dos potenciais
energéticos, financeiros e comunicativos. É a União, também, que atua como centralizadora das políticas
regionais considerando, notadamente, sua adequação às prioridades e à macroeconomia em longo prazo.

Os Estados, por outro lado, respondem pelo desenvolvimento regional e fiscalizam as políticas locais
(dos municípios).

Os municípios são os responsáveis pelo desenvolvimento local. Nesse


sentido, [são] apontados por muitos como a esfera pública mais importante
para a promoção do desenvolvimento de uma nação (SEBRAE apud DIAS;
MATOS, 2012, p. 30).

Os municípios são dotados de uma LOM e representam as unidades da Federação mais próximas da
população, usufruindo de autonomia em relação aos poderes superiores. Eles podem estabelecer suas
próprias políticas públicas, arrecadar e controlar os tributos a seu cargo, mas, por outro lado, respondem
pelo desenvolvimento regional e fiscalizam as políticas públicas. Em seus territórios, podemos distinguir
as áreas urbanas e as rurais.

Atualmente, muitos governos municipais têm ampliado a participação


da população nas decisões de políticas públicas através dos conselhos
municipais, que exercem um papel importante na governança de setores de
políticas como saúde, educação, do menor, de segurança e de turismo (DIAS;
MATOS, 2012, p. 32).

A CF/1988 ampliou de forma significativa a autonomia das unidades subnacionais, principalmente


dos municípios, estabelecendo regras de repasses de verbas. Muitos, entretanto, criticam o fato de que
esse repasse não foi acompanhado em igual proporção de maior responsabilidade pela execução de
políticas que permaneceram centralizadas na União, mas com menor volume de recursos financeiros.

O fato é que, paulatinamente, ao contrário do que era previsto, os governos municipais exercem
um papel mais significativo no estabelecimento de políticas públicas, inclusive em associações com
entidades do Terceiro Setor e, como vimos, até obtendo empréstimos e recursos financeiros externos
de entidades como o Banco Mundial. Sobre esse papel de grande importância, Dias e Matos (2012, p.
33) afirmam que “[...] o local assume o papel de ator de peso na consolidação de uma perspectiva de
desenvolvimento nacional”.

7.1.2.6 Políticas de cunho social e redistributivas de rendas

As políticas públicas costumam tratar, por exemplo, de problemas coletivos, tais como educação,
saúde, habitação, assistência social, previdência, transportes, saneamento, turismo, esporte, cultura,
segurança, trabalho e emprego. As perguntas frequentes feitas com relação a elas são, por exemplo:
178
CONTABILIDADE SOCIAL

• Atendem aos cidadãos de forma adequada? Caso contrário, o que deve ser feito para combater a
restrições e barreiras?

• São suficientes os recursos, principalmente os financeiros, para a execução das políticas públicas
de interesse da coletividade? Elas são distribuídos de forma satisfatória?

• Como estão sendo medidos os efeitos dessas políticas públicas?

As políticas públicas de cunho social são constantemente associadas ao chamado Estado do


Bem-estar Social (Welfare State), constituído de diferentes formas em vários países e regiões do
mundo. Esse tipo de constituição do Estado sofreu várias críticas a partir dos problemas surgidos
nos anos 1970 e 1980, em função de seus altos custos, que levavam os governos a dívidas. A
proposta de solução foi a sua substituição pela ideia do Estado Mínimo, que atuaria com pouca
intervenção na economia.

As políticas sociais têm suas raízes nos movimentos populares do século XIX
voltadas aos conflitos surgidos entre capital e trabalho, no desenvolvimento
das primeiras revoluções industriais (MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 225).

Como exemplos das variadas alternativas de políticas públicas voltadas ao aspecto social
e de redistribuição de renda destacam-se, entre outras, as voltadas à educação e à saúde, que
trataremos a seguir.

Lowi (1972 apud MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 18) destaca algumas importantes características
das políticas redistributivas, como o fato de estas serem direcionadas para o conflito social.
Historicamente, o Estado brasileiro não cumpriu de forma adequada a sua responsabilidade de
redistribuição social, pois, entre outros fatores, considerava-se até pelo menos a década de 1970
que o desenvolvimento da produção e o próprio processo de industrialização seriam indutores
naturais da inclusão social.

A CF/1988 alterou essa visão, determinando grandes avanços em termos de políticas e conquistas sociais.
Muita coisa foi alterada desde essa época até os dias atuais, mas constatam-se, ainda, grandes dificuldades do
poder político no estabelecimento de políticas que reduzam a concentração de riquezas na sociedade.

É possível considerar que, até obtermos a estabilização da economia, o processo de planejamento


constituía-se quase numa espécie de ficção, dada a impossibilidade de se preverem situações além do
curtíssimo prazo.

7.1.2.7 Políticas para a educação

Políticas educacionais estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento sustentável do país.

Várias ações governamentais têm sido adotadas no Brasil para a inclusão e melhora do nível de
atendimento à população, como ocorre na educação profissional (tecnológica).
179
Unidade III

Saiba mais

Pata ter mais informações sobre o assunto, visite o site do MEC:

<http://portal.mec.gov.br/>

Além do aspecto desenvolvimentista, com contribuição direta com o aumento da produtividade do


trabalhador, a educação deve ser vista como um dos fortes reforços de cidadania e de equidade social.
A educação com qualidade precisa ser vista como um direito social.

No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases, n° 9.394 (LDB), de 20 de dezembro de 1996, estabelece as


orientações relacionadas com a educação no Brasil. Quando trata da educação superior, o Art. 43 da
LDB indica:

I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e


do pensamento reflexivo;

II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a


inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento
da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando


o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da
cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio
em que vive;

IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos


que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do
ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional


e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos
que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do
conhecimento de cada geração;

VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em


particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando


à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
180
CONTABILIDADE SOCIAL

Entre os programas governamentais, a nível federal, podemos citar como exemplos:

• Prouni: criado em 2004, visa à concessão de bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de
graduação e sequenciais de instituições privadas de ensino superior a quem não possui diploma
de educação universitária.

• Sisu: oferecimento de vagas pelas instituições públicas de ensino superior para participantes do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), criado em 1998 visando à avaliação de desempenho dos
estudantes no final do período da educação básica.

7.1.2.8 Políticas para a saúde

A CF/1988 assegurou a universalização da saúde como um dever do Estado.

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em 1990 pela Lei n° 8.080, que normatiza:
• condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde;
• organização e o funcionamento dos respectivos serviços;
• direção, gestão, competência e atribuições de cada nível da Federação;
• participação complementar do sistema privado.

Além disso, ligada a ela está a Lei nº 8142 de 1990, que dispõe sobre:
• participação da comunidade na gestão do SUS;
• transferências intergovernamentais de recursos financeiros;
• instituição dos conselhos de saúde.

7.1.2.9 Outras políticas públicas

Além das políticas com objetivos fundamentalmente sociais, mencionadas no item anterior, é
importante considerar que as políticas públicas estão também relacionadas com a solução ou tratamento
das chamadas falhas de mercado (externalidades e não oferta de bens públicos).

A externalidade positiva deve-se à atuação de um agente econômico que gera melhoras nos
resultados de outro, traduzindo, assim, um benefício social maior do que o privado. O governo deve
intervir na economia para que sejam alcançadas os objetivos desejados pela sociedade.

A externalidade negativa é verificada quando a atuação de certo agente econômico afeta


negativamente outro. Nesse caso, o custo social é maior do que o privado, que é o suportado diretamente
pelo executor da ação. Novamente, o governo deve intervir no mercado para que os produtos e serviços
sejam oferecidos nas quantidades e volumes suportados pela sociedade.
181
Unidade III

Os bens públicos são aqueles que, por incapacidade ou falta de interesse (muitas vezes devido
aos retornos financeiros mais lentos), não são oferecidos pela iniciativa privada. Estão nesse campo
compreendidas as macropolíticas monetária, fiscal, tributária, cambial, de rendas etc.

O grau de intervenção do Estado nas atividades econômicas está diretamente relacionado com o seu
contexto ideológico (liberalismo, conservadorismo, marxismo e nacionalismo).

7.1.2.10 Política industrial

Debate-se muito, no Brasil, atualmente, a questão da desindustrialização do país, em função,


principalmente, dos números modestos de crescimento (com ocorrências intermitentes de declínios) na
produção total do país. Propõe-se, por isso, a adoção, entre outras, de medidas governamentais voltadas:

• ao estímulo ao oferecimento de crédito;


• à aplicação de desonerações tributárias (redução ou extinção temporária de tributos);
• a mudanças no mercado de câmbio (que permitam a obtenção de uma cotação da moeda nacional,
comparativamente à estrangeira – notadamente o dólar norte-americano).

Muitos estudiosos, porém, argumentam que a menor participação do setor industrial se deve à sua
perda de importância comparativamente ao de outros setores, principalmente o de serviços.

Há dois motivos principais pelos quais o risco da desindustrialização deve


preocupar a todos, independentemente da orientação ideológica. O primeiro
está relacionado ao grande custo pago pela sociedade brasileira. Desde a
década de 1960, enormes volumes de subsídios públicos foram aportados
e boa parte da energia gerencial do governo foi canalizada (às vezes em
detrimento de outras áreas importantes, como educação) para industrializar
o País numa extensão e profundidade superiores às da maioria dos países
em desenvolvimento. Experiências fracassadas, como a Lei de Informática,
pontuaram esse longo e penoso processo da história econômica nacional)
(BACHA; BOLLE, 2013, p. 81).

O quadro a seguir, adaptado de Bacha e Bolle (2013, p. 91), apresenta propostas de alternativas de
políticas públicas para o desenvolvimento do setor industrial:

Quadro 41 – Propostas de alternativas de políticas públicas


para o desenvolvimento do setor industrial

Tipos de políticas públicas Característica da política pública


Provisões de bens públicos Leve
Intervenções nos mercados Leve e Pesada

Adaptado de: Bacha; Bolle (2013, p. 91).

182
CONTABILIDADE SOCIAL

Como políticas industriais leves podem ser mencionados:

• desenvolvimento de universidades de engenharia;

• designação de uma área específica para concentrar o financiamento de bens públicos;

• treinamento de mão de obra para o setor industrial.

Já no conjunto das políticas industriais pesadas, podemos mencionar:

• proteção a determinados setores industriais;

• políticas de requisito de conteúdo local para a produção de bens.

7.1.2.11 Políticas para o Agronegócio

O agronegócio brasileiro é, sem dúvida, um destaque mundial.

Observação

O agronegócio brasileiro responde por mais de 35% do total de nossas


exportações e vem batendo recordes sucessivos de produção, principalmente
após a incorporação de novas áreas (como a região Centro-Oeste, cujo
incentivo data dos anos 1970, com a migração de colonos oriundos do
sul – gaúchos, catarinenses e paranaenses) e aumento da produtividade
(garantido pela forte atuação da Embrapa, empresa de pesquisas e estudos
para o setor).

O conceito de agronegócio envolve tanto a produção agrícola e pecuária quanto os processos de


beneficiamento, industrialização e comercialização de produtos.

O governo federal tem procurado estabelecer políticas públicas de incentivo ao setor (notadamente
aos pequenos produtores – a chamada agricultura familiar), com programas como:

• políticas de preços mínimos;

• créditos e incentivos financeiros para a produção de determinadas culturas;

• proteção da produção agrícola;

• assistência técnica e extensão rural.

183
Unidade III

Saiba mais

Informações mais detalhadas sobre as políticas direcionadas ao


fomento do agronegócio brasileiro estão contidas no portal do Ministério
do Desenvolvimento Agrário:

<http://portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/>

7.1.2.12 Políticas para desenvolvimento do turismo

Pelo seu dinamismo, tem sido difícil para o Estado responder de forma adequada às demandas sociais
para esse setor. Assim, muitas vezes, a participação nas políticas públicas acaba sendo conduzida de forma
mais atuante pelas entidades do Terceiro Setor. Um dos aspectos que tem sido considerado é o de que
a falta de um planejamento mais rigoroso não constitui problemas na cobertura de solicitações desse
segmento, comparativamente a outras políticas públicas, como aquelas voltadas à educação, saúde etc.

Há ainda muita carência com relação aos estudos que medem e avaliam o impacto das políticas
direcionadas ao turismo na vida de uma coletividade, no que se refere a aspectos como:

• índice de satisfação;

• benefícios culturais;

• relação com o meio ambiente;

• mudanças sociais;

• reorganização dos espaços urbano e rural.

Contudo, não é difícil reconhecer os benefícios diretos e indiretos para a comunidade, à medida que são
geradas inovações e incrementadas as interações entre culturas diferentes, em termos de melhor convivência
dos indivíduos com relação a tolerância, respeito e reconhecimento da diversidade entre os povos.

A interação entre o setor privado e o governamental é crucial nesse tipo de desenvolvimento de


políticas públicas.

Uma política voltada ao desenvolvimento do turismo, por exemplo, deve ser coordenada considerando
os aspectos:

• econômicos: visar ao desenvolvimento da localidade, do município, propiciando o aumento da


renda e a geração de emprego, criando, inclusive, com o fortalecimento da marca da cidade, um
diferencial para todos os seus bens e serviços;
184
CONTABILIDADE SOCIAL

• sociais: pretender a redução da desigualdade social na região;

• entretenimento: propiciar o surgimento de novos serviços voltados ao lazer, com base, por
exemplo, em espetáculos, festivais etc.;

• culturais: promover a história, o artesanato, realizar festas, valorizar o patrimônio material e


imaterial etc.;

• cívicos: aumentar a participação social, incluindo a população local nas decisões relativas ao
desenvolvimento do turismo, promovendo a constituição de organizações democráticas e
parceiras da administração pública.

• ambientais: preservar o uso dos recursos naturais da localidade.

Os municípios são os entes da Federação com maior aptidão para a promoção dessas políticas
públicas, dada a maior facilidade de interação com a sociedade onde o turismo é realizado.

Entre os tipos de organizações voltadas ao desenvolvimento do turismo, podemos citar os conselhos


municipais e as agências de desenvolvimento turístico (ADT), que promovem forte interação entre o
governo e a sociedade civil.

As ADTs facilitam a organização e a implantação das políticas para o desenvolvimento do turismo.


Entretanto, de fato, há um grande número de entidades do Terceiro Setor que podem e devem atuar
nesse segmento, dando suporte ao desenvolvimento do turismo via:

• treinamento e capacitação de pessoal;

• promoção de atividades culturais e folclóricas;

• desenvolvimento do artesanato municipal;

• organização de eventos em geral;

• administração de parques temáticos e de lazer;


• envolvimento com as entidades de proteção ao meio ambiente;

• desenvolvimento da gastronomia regional;

• administração de museus;

• etc.

185
Unidade III

7.2 Ciclo de políticas públicas

Podemos elaborar um diagrama que representa as fases de desenvolvimento até uma eventual
extinção de certa política pública. A figura a seguir demonstra a interação entre essas várias etapas:

Problema Problema Problema


individual social público

Estruturação do Avaliação
problema

Conjunto de Implementação de
possíveis soluções decisão

Análise de Tomada de
soluções decisão

Figura 46 – Ciclo de políticas públicas

Podemos também caracterizar um problema público como algo que pode surgir sem a interferência
dos agentes sociais, como é o caso das inundações. O problema pode, também, ganhar importância
gradativamente, passando a tornar-se algo que preocupa os integrantes da sociedade. Podemos, ainda,
considerar o caso de um problema antigo, mas que nunca recebeu a devida prioridade para o seu
tratamento via políticas públicas.

Evidentemente, a sensibilidade e a percepção da existência de um problema estão relacionadas


com o momento e as características de determinadas sociedades e governos. Delineado o problema
que necessita de atenção social, partimos para a etapa de elaboração de uma política pública, quando
entram em ação tanto os agentes (atores) governamentais quanto os da sociedade civil e são tratados
os conflitos políticos e técnicos.

7.2.1 Agentes que participam da formulação de políticas públicas

São vários os agentes, tanto do setor privado quanto público, que participam e influenciam as
decisões sobre políticas públicas, sejam eles indivíduos ou pessoas jurídicas visando atender aos seus
próprios interesses ou do grupo social que representam. No caso de pessoas jurídicas, podemos indicar,
por exemplo, a presença de empresas, grupos, organizações, movimentos, partidos etc., que tenham ou
não finalidades de lucros que participam de políticas públicas.

Esses agentes, com diferentes interesses, lançam mão de diversos instrumentos para o sucesso em
suas empreitadas, desde a pressão simples, através do lobby, como greves, mobilizações, participação em
reuniões, eventos etc.

186
CONTABILIDADE SOCIAL

Nenhuma avaliação de política pública pode prescindir do adequado entendimento da participação


e da inter-relação dos respectivos agentes (ou atores) com ela envolvidos.

Há pleitos que são mais facilmente defendidos, como é o caso, por exemplo, da proposta de iluminação
em uma via urbana. Caso, por exemplo, haja uma proposta para a construção de um aeroporto numa
cidade do interior, poderão existir fortes resistências de grupos preocupados com aspectos ecológicos
ou sociais, entre outros.

Assim, é necessário que se atente para a correlação de forças entre os agentes envolvidos
nas formulações de políticas públicas. O comportamento desses agentes poderá ser reforçado ou
inibido por:

• instituições políticas, como Congresso, Assembleias de Deputados e Câmara dos Deputados ou de


Vereadores, conforme o caso;
• regras eleitorais e constitucionais;
• regras de interação entre eles.

Cada vez mais percebe-se a participação de organizações do Terceiro Setor na disputa pela solução
de problemas públicos, normalmente em áreas sociais, como saúde, educação, meio ambiente, proteção
de minorias, cultura. Entre as organizações do Terceiro Setor, destacam-se as fundações privadas e as
entidades filantrópicas.

Nos processos de decisões sobre as políticas públicas, a atuação do Terceiro Setor é notada na
elaboração dos planejamentos e orçamentos participativos e nos conselhos gestores setoriais. Existem
várias maneiras de classificar esses agentes, conforme pode ser visto a seguir:

Quadro 42 – Atores que interferem em políticas públicas


(individuais e coletivos), conforme o tipo de agente

Tipo de agente Características/descrição


Políticos – sejam os eleitos ou os designados,
Individuais comissionados, magistrados, burocratas, selecionados
por concursos e integrantes da sociedade civil etc.
Grupos e associações governamentais e não
governamentais, como os partidos políticos, os grupos
Coletivos de pressão ou de interesse, organizações e movimentos
sociais.

187
Unidade III

Quadro 43 – Atores governamentais e não governamentais que


participam de políticas públicas

Tipo de agente Características/descrição


Governamentais Políticos e designados por eles, burocratas e juízes.
Grupos de pressão ou de interesse, partidos políticos,
meios de comunicação, destinatários das políticas
públicas, organizações do terceiro setor, outros
Não governamentais stakeholders, como fornecedores, organismos
internacionais, comunidades diversas, financiadores,
especialistas etc.

Quadro 44 – Agentes formais e informais envolvidos com


a formulação de políticas públicas

Tipo de agente Características/descrição


Definidos pelas constituições e leis orgânicas: partidos
políticos, integrantes do Legislativo e autoridades
Formais máximas dos poderes executivos, equipes de governo e
Poder Judiciário etc.
Não definidos pelas constituições e leis orgânicas:
Informais movimentos sociais, empresas, sindicatos e mídia
(meios de comunicação) etc.

Quadro 45 – Agentes públicos e privados envolvidos com


a formulação de políticas públicas

Tipo de agente Características/descrição


Gestores públicos, juízes, parlamentares, políticos,
Públicos organizações e instituições de governo, organizações
internacionais etc.
Mídia, centros de pesquisa, grupos de interesse, grupos
Privados (ou Sociais) de pressão, organizações do terceiro setor, sindicatos,
entidades de representação empresarial etc.

Quadro 46 – Agentes públicos e privados envolvidos com


a formulação de políticas públicas

Tipo de agente Características/descrição


Agem intencionalmente e podem influenciar a
formação das políticas públicas. São exemplos os
Individuais políticos, os integrantes da administração pública, os
magistrados e os formadores de opinião (jornalistas,
artistas etc.).
Grupos e associações que também agem de forma
intencional e podem influenciar a formação das
Informais políticas públicas, como partidos políticos, integrantes
da administração pública, grupos de interesse,
organizações da sociedade civil, movimentos sociais.

188
CONTABILIDADE SOCIAL

Com relação aos agentes anteriormente indicados, podemos considerar, também aqueles que
indicamos a seguir.

7.2.1.1 Agentes fundamentais

Os agentes fundamentais são representados pelos políticos e pela alta administração pública
(presidente, governadores, prefeitos, ministros, secretários, senadores, deputados e vereadores) que têm
legitimidade para opinar, atuar e defender interesses de seus representados.

Os políticos e suas equipes de trabalho permanecem em seus cargos durante um período determinado
(mandato) que, no caso dos chefes do Poder Executivo, pode ser prorrogado por meio de reeleição
dependendo da manutenção da confiança junto a seus eleitores.

Sua atuação, em termos de formulação de políticas públicas, consiste em identificar os problemas e


participação da decisão do que deve ser priorizado.

Os integrantes do Poder Legislativo, além de canalizar as demandas sociais, individuais ou dos grupos
que representam, têm a seu cargo as tarefas de aprovação e promulgação das normas e leis relacionadas
com as políticas públicas. Eles também controlam a execução orçamentária do Estado.

Os chefes de Executivo podem utilizar mecanismos de trocas de composição de bancadas no


Legislativo em negociações, inclusive no caso de indicações ou preenchimento de vagas na administração
com integrantes dos partidos políticos.

Muitos políticos, contudo, exercem suas funções em nome de uma determinada classe ou categoria social.

7.2.1.2 Partidos políticos

Partidos políticos são constituídos por grupos de pessoas com iguais interesses e têm o objetivo de
exercer o poder político no Estado. Apesar de serem muito criticados (uma vez que fazem a intermediação
entre a administração e a sociedade civil), são agentes muito importantes no processo de formulação de
políticas públicas, as quais influenciam direta ou indiretamente.

Lembrete

São vários os agentes, tanto do setor privado quanto público, que


participam e influenciam as decisões sobre políticas públicas, sejam eles
indivíduos ou pessoas jurídicas visando atender aos seus próprios interesses
ou do grupo social que representam.

Também são afetadas pelos partidos as decisões governamentais, quer seja na condição de partido
aliado, quer na de opositor. Muitos partidos contam com institutos responsáveis pela elaboração de
propostas de políticas formuladas em conformidade com os interesses de seu eleitorado.
189
Unidade III

Os partidos políticos são organizações formalmente constituídas e dependem de recursos, como os


financeiros, para exercerem suas atividades. Esses recursos podem ser originados de grupos de interesse,
indivíduos, entidades, membros da própria agremiação ou do próprio governo.

7.2.1.3 Equipes do governo eleito

Atuando num espaço intermediário entre os políticos e os burocratas, há os designados pelos


primeiros para ocuparem postos de chefia, direção e assessoramento da administração pública.

Políticos

Designados politicamente

Burocratas

Figura 47 – Atores na administração do setor público

São funcionários temporários ou de confiança dos chefes dos poderes e não possuem vínculo com o
setor público, constituindo os chamados cargos de livre provimento, ocupados por servidores de carreira
ou por pessoas externas.

7.2.1.4 Equipe técnica

A equipe técnica representa o que é denominado de burocracia pública, formada por funcionários de
carreira ou que tenham disponibilidade para lidar continuamente com questões públicas.

De todos os gestores públicos, os burocratas são os “atores que têm papel


preponderante” no processo decisório das políticas de governo nos seus
diversos níveis (federal, estadual e municipal), pois participam de todo o
processo de formulação, implantação e avaliação dessas políticas (DIAS;
MATOS, 2012, p. 49).

Essas equipes mantêm ativa a administração pública, independentemente da ocorrência de ciclos


eleitorais, e são influentes em todas as etapas do ciclo de políticas públicas. Elas gozam de estabilidade
empregatícia, têm suas promoções baseadas na experiência e na competência técnica e obedecem a
sistemas hierárquicos de trabalho.

7.2.1.5 Juízes

O cargo de juiz também está incluído na categoria dos servidores públicos. Sua função possui a
competência para interpretar determinada norma ou lei, considerando-a justa ou injusta. Os juízes
costumam ser alvo de pressões de grupos de interesse e partidos políticos.
190
CONTABILIDADE SOCIAL

Lembrete
Cabe aos juízes, entretanto, como a todos os funcionários públicos,
manterem-se fiéis ao princípio da eficiência da administração pública,
direcionando suas ações à obtenção do bem comum.

Estados Unidos da América e Inglaterra atuam dentro do sistema conhecido como Common
Law, ou seja, grande parte de sua implantação de políticas públicas é decidida nos tribunais, o que
é devido, por exemplo, à existência de leis menos detalhadas, que requerem mais interpretação
para sua aplicação.

Nos países em quer vigora a chamada Civil Law, como é o caso do Brasil, dado o maior detalhamento
da legislação, diminuem, no geral, as dificuldades de interpretação das normas e leis.

7.2.1.6 Mídia

O papel da mídia é manter a sociedade informada e contribuir para o exercício da cidadania e para o
próprio fortalecimento da democracia, de forma que a sociedade possua controle social sobre a atuação
da administração pública. Os agentes midiáticos são os maiores divulgadores dos sucessos e fracassos
das políticas públicas. Reportagens de revistas, jornais etc. de grande audiência são meios eficazes para
a propagação de informações das políticas públicas, contribuindo para o seu sucesso (ou fracasso, em
alguns casos).

É importante o papel de controle exercido pela mídia sobre a esfera pública e as ações da administração
pública, via, por exemplo, jornalismo investigativo, que, entre outros, denuncia atos de corrupção e
ajuda a priorização das políticas públicas.

7.2.1.7 Empresas

As empresas podem exercer influência nos processos eleitorais e mesmo após a posse dos eleitos.

No âmbito municipal, predomina a influência de pequenas empresas


e de médias, dependendo do tamanho do município (DIAS; MATOS,
2012, p. 51).

7.2.1.8 Sindicatos e associações profissionais

Sindicatos e associações profissionais procuram eleger representantes para a Câmara


dos Deputados ou dos Vereadores, conforme o caso, e são chamados a participar tanto dos
processos de tomadas de decisões quanto dos que se referem à implantação e avaliação das
políticas públicas.

191
Unidade III

7.2.1.9 Agentes do conhecimento

Enquadram-se, neste tópico, os técnicos especializados no assunto-objeto da respectiva política pública.

7.2.1.10 Organismos internacionais

Organismos internacionais costumam influenciar as decisões de políticas públicas em áreas sociais


ou econômicas, podendo ser considerados, entre outros, os casos do FMI, do Banco Mundial e do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). Normalmente essas instituições concedem financiamentos,
muitas vezes acompanhados de assistência técnica, para as políticas públicas.

7.2.1.11 Centros de pesquisas

Os centros de pesquisa podem ser privados, administrados por universidades ou ligados diretamente
ao setor público ou a organizações do Terceiro Setor, podendo, neste último caso, ser mencionados,
entre outros, os exemplos: Greenpeace, Human Rights Watch, Anistia Internacional, Médicos sem
Fronteiras, Fundação Abrinq etc.

7.2.1.12 Grupos de pressão

Grupos de pressão diferenciam-se dos partidos políticos por não almejarem o poder político e por
defenderem temas bastante específicos (DIAS; MATOS, 2012, p. 57). Eles podem atuar também com base
em lobbies.

Alguns são formalmente constituídos, como os colegiados profissionais, associações comerciais etc.
Já outros são tipicamente informais, como é o caso dos que lutam por mais rigidez ou mais relaxamento
no tratamento de questões ecológicas ou ambientais.

Esses grupos, usualmente, dispõem de recursos, que podem ser utilizados em suas práticas de incentivo
a determinadas políticas públicas. Entre esses recursos e possibilidades, podemos destacar os financeiros, os
de conhecimento mais específico da questão que está sendo tratada e os de capacidade de planejamento.

7.2.1.13 Associações comunitárias

Um grande número de grupos pode ser enquadrado dentro da categoria de associações


comunitárias, representando comunidades específicas, como caiçaras, seringueiros, pequenos
agricultores etc. Essas associações costumam influenciar as políticas públicas locais mais do que
a federal ou regionais.

7.2.1.14 Alvos das políticas públicas

Esse tipo de agente social é denominado policy taker e, embora possam atuar de forma passiva, em
muitas situações conseguem um poder de articulação que lhe possibilita influenciar os processos de
formulação e decisão de novas políticas públicas.
192
CONTABILIDADE SOCIAL

7.2.2 Definição e escolha de políticas públicas

O processo de definição de uma política pública é representado por várias rodadas de negociações
entre os agentes nela envolvidos, que podem ser formais (em ministérios, no Legislativo etc.) ou informais
(em praças, espaços públicos).

É neste ponto que entram os principais mecanismos de participação democrática da sociedade,


dado que a deliberação com relação ao desenvolvimento de uma política pública é algo coletivo, de
interesse geral.

O estabelecimento de prioridades, objetivos e metas a serem


alcançadas constitui a espinha dorsal de uma política pública. São as
diretrizes para o setor, quer seja a área de educação ou meio ambiente.
Podemos associar as políticas públicas como ferramentas utilizadas
pelo Estado para exercer suas funções públicas no atendimento de
demandas sociais e solução de problemas que afetam a coletividade
(DIAS; MATOS, 2012, p. 61).

As políticas públicas visam atender às demandas da sociedade, que podemos identificar como sendo:

• novas: inclusão de novos agentes (que antes não atuavam na arena política) ou problemas
(inundações, crises externas etc.);

• recorrentes: aquelas que revelam problemas que não merecem atenção e prioridade devidas,
ou que nunca foram resolvidas satisfatoriamente, mas que frequentemente afetam a vida em
sociedade, como trânsito caótico, atendimento médico insuficiente etc.;

• reprimidas: são aquelas que acontecem em comunidades sem força política para alterar a situação
e obter uma solução para os problemas.

As transformações propiciadas pelas políticas públicas só serão possíveis se


os agentes demonstrarem “capacidade não só para diagnosticar e analisar
a realidade social, econômica e política em que vivem, mas também
para interagir e negociar de forma democrática com os diferentes atores
envolvidos no processo” (DIAS; MATOS, 2012, p. 63).

Observação

O excesso de demandas sem solução na sociedade pode levar a


conflitos institucionais ou até de ingovernabilidade. Por isso, é cada vez
mais importante capacitar os agentes da administração pública envolvidos
na operacionalização das políticas públicas.

193
Unidade III

Para o tratamento da política pública pode ser usado, à semelhança do que é feito na iniciativa privada,
um modelo simples conhecido como ciclo de políticas públicas. Nesse modelo, o desenvolvimento de
uma política pública é dividido em fases ou etapas, cujo número recomendado varia, segundo estudiosos
do assunto. O que parece constituir um padrão mais aceitável é a distribuição em cinco etapas:

• identificação de um problema – definição, agentes e interesses, representação e acesso às


autoridades públicas;

• formulação de soluções – verificação de possíveis alternativas para a solução do problema,


construção de acordos e coalizões e legitimidade da política escolhida;

• tomada de decisões – firmação de acordos e coalizões e da legitimidade da política escolhida;

• execução das ações – gestão e produção dos efeitos da respectiva política;

• avaliação dos resultados da implantação – reações à ação priorizada e juízo de valor sobre os seus
efeitos na sociedade.

Evidentemente, é extenso o leque de possíveis alternativas de políticas públicas, dadas as


especificidades dos problemas que se apresentam à sociedade. Também podem ser muito diferentes, em
cada caso, os agentes e as relações de poder envolvidos na solução de um problema e na consequente
adoção de uma particular política pública.

Certamente não é incomum que o resultado de uma determinada fase ou etapa influencie a próxima
e/ou a sequência do projeto. Adaptada a partir de Procopiuck (2013, p. 1142), o quadro a seguir comenta
as diferentes fases de um processo de políticas públicas:

Quadro 47 – Fases de um processo de políticas públicas

Fases Características
Pensamento criativo sobre o problema.

Definição de objetivos.
Iniciação Identificações de alternativas.

Tentativas e exploração preliminar de conceitos, demandas e


possibilidades.
Análise de conceitos e de demandas.

Estimativas de impactos sobre a sociedade.

Exame normativo das prováveis consequências.


Estimação
Esboço de um programa de ação.

Definição de critérios de desempenho e de indicadores a serem


atingidos.

194
CONTABILIDADE SOCIAL

Discussões sobre as possíveis alternativas de soluções dos problemas.

Compromissos, negociações e acordos de interesses.

Redução de incertezas quanto às alternativas de solução dos problemas.

Seleção Integração de elementos de decisão não racionais e de questões


ideológicas.

Decisões entre as alternativas escolhidas/estudadas.

Atribuição de responsabilidades para a execução dos programas de


trabalho.
Desenvolvimento de regras, estruturas de regulação e linhas gerais para
a execução das decisões.

Mudanças nas decisões visando ao ajuste às reais condições


Implementação operacionais.

Elaboração de um programa com objetivos e padrões de desempenho,


acrescido do cronograma de atividades.
Comparação do desempenho real com o almejado, considerando os
critérios antes estabelecidos.
Avaliação
Atribuição de responsabilidades, tendo em vista as distorções
verificadas no desempenho real.
Estabelecimento dos custos, consequências e benefícios em função das
ações adotadas na respectiva política pública.

Conclusão Comparar o que foi necessário com o que foi requisitado, em termos
dos recursos utilizados pela política pública.

Especificar os problemas apontados no momento da conclusão.

Adaptado de: Procopiuck (2013, p. 1142).

7.2.3 Construção de uma agenda de governo

Para que um problema entre na agenda do governo é necessário que se torne político, o que se
consegue, muitas vezes, pela mobilização dos agentes envolvidos com o processo.

Todo problema público é sempre uma construção social que apresenta uma
sequência: primeiro, adquire certo nível de generalidade, como problema
público; depois, adquire reconhecimento social; e, em terceiro lugar, torna-
se susceptível de ser parte da agenda política a ser institucionalizada (DIAS;
MATOS, 2012, p. 68).

Para Cobb e Elder (apud SECHHI, 2011, p. 36) existem dois tipos de agendas:

• política: problemas ou assuntos que a sociedade entende que devem ser tratados de forma
prioritária pelos governos;

• formal ou institucional: relaciona os problemas já decididos como aceitáveis para o tratamento


pelo setor público.
195
Unidade III

Secchi (2011, p. 36) menciona também a agenda da mídia, em função das divulgações de problemas
e dos assuntos de interesse público nos meios de comunicação (rádio, TV, jornais, revistas etc.).

A forma inicial de entrada de questões políticas na agenda do governo para o tratamento na


esfera pública é a necessidade de responder às situações emergenciais, muitas vezes decorrentes
de problemas naturais, como enchentes ou secas demoradas, interrupções de rodovias e ferrovias,
poluição ambiental etc. Entre os exemplos desse tipo de situação, podemos caracterizar as ações de
transferências de populações urbanas em áreas com riscos de desabamento, atendimento a quem
habita regiões ribeirinhas etc.

A segunda forma de entrada de questões ocorre através do próprio processo político, visando
angariar a simpatia do eleitorado.

A terceira forma é a própria ordenação dos assuntos na agenda política, notadamente para os
processos que demandam aspectos técnicos e de pesquisa mais severa.

No Brasil, podemos mencionar como exemplo a política de liberação do trem-bala envolvendo as


regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas.

Outra forma de entrada é a antecipação dos problemas e conflitos latentes no universo dos assuntos
públicos, determinando, pois, a constituição de políticas proativas, como são os casos relacionados com
distribuição de renda, disponibilização de moradias etc.

É muito frequente que os problemas envolvam mais de uma área. Assim, uma questão inicialmente
relacionada com a educação pode gerar ações do governo também na área de saúde.

É preciso que sejam feitas análises técnicas, políticas e econômicas para se identificar a prioridade
de atenção à política pública e à sua inclusão na agenda de governo. Conforme apontam Dias e Matos:
“Toda construção de agendas envolve um processo altamente seletivo, em que concorrem os problemas
com diversas hierarquias de prioridades, que em geral são bastante heterogêneas” (2012, p. 73).

Podem ser identificadas pelo menos 5 características para que um problema passe a merecer uma
atenção maior da sociedade:

• grau de generalização;

• escopo da importância;

• relevância temporal;

• grau de complexidade;

• precedência categórica; problemas com precedentes parecidos atingirão mais rapidamente uma
maior atenção.
196
CONTABILIDADE SOCIAL

Vale salientar, também, que nem todos os temas de uma agenda são convertidos em programas.
Usualmente, inclusive, poderemos ainda ter mais de uma agenda:

• governamental: interessa aos formulares de políticas;


• decisional: constitui um subconjunto da governamental, com questões prontas para uma decisão
ativa dos formuladores de políticas públicas;
• especializada: questões específicas de determinados setores da atividade pública (educação,
saúde, mobilidade urbana etc.);

Analisando a evolução da agenda pública no Brasil nos últimos 80 anos, Matias-Pereira (2012, p.
234) separa as seguintes fases:

• Primeira Era Vargas (1930/1945);


• Populismo (1945/1960);
• Crise do Populismo (1960/1964);
• Autoritarismo Burocrático (1964/1973);
• Distenção e transição (1974/1984);
• Nova República (1985/1989);
• Governo Collor (1990/1992);
• Austeridade fiscal (1993/1994);
• Governos de Fernando Henrique Cardoso (1995/2002);
• Estado induzindo o desenvolvimento (2003/2010);
• Governo Dilma Rousseff (2011: 2014).

Os problemas podem ser retirados das agendas em função de fatores como:

• limitação de recursos (humanos, financeiros, técnicos etc.);


• falta de vontade política para tratá-los ou pouca cobrança dos eventuais favorecidos pela sua solução.

7.2.4 Escolha de alternativas para determinada política pública

Uma vez incluída na agenda a escolha de alternativas para as políticas públicas a serem implantadas,
passa-se à fase de escolha de alternativas que serão adotadas para o seu planejamento e execução.
Trata-se de uma etapa em que, além dos fatores de mobilização política, entram em ação os técnicos e
especialistas no assunto, que construirão cenários alternativos para a solução dos problemas cobertos
pela política pública.

197
Unidade III

É fundamental que haja um balanço adequado “entre os dois lados da moeda” – o técnico e
o político.

É na fase de montagem das alternativas de solução de um problema que são definidos métodos,
estratégias ou processos visando alcançar os objetivos pretendidos com a sua solução. Cada uma
delas irá requerer diferentes composições de recursos e apresentará diferente probabilidade de
ser bem-sucedida.

7.2.5 Processo de tomada de decisões

Há sempre uma multiplicidade de soluções possíveis para resolver ou tratar


um problema, seja em termos de finalidades, meios ou de conteúdos. Cabe
ao governo fixar prioridades, metas e objetivos a serem alcançados (DIAS;
MATOS, 2012, p. 77).

Novamente, é fundamental mencionar que deve existir um balanço adequado “entre os dois lados
da moeda” - técnico e político. Ambos têm importância na decisão que será adotada e precisam ser
contemplados ou ao menos tratados pelos responsáveis pela política que foi priorizada.

Existindo os problemas, as decisões de enfrentá-los podem ser feitas com base nos seguintes modelos:

• racionalidade absoluta: é feita uma análise de custos e benefícios para se encontrar a


melhor solução;

• racionalidade limitada: admite que os decisores apresentem limitações de conhecimento e de


informação, dada a complexidade do problema ou tema que deverá ser tratado. Muitas vezes, o
problema não é formulado de forma adequada ou seus objetivos não são totalmente claros.

Considera-se que a tomada de decisões deve ser entendida como um esforço entre opções
satisfatórias, não necessariamente ótimas. O quadro a seguir compara as duas alternativas
anteriormente indicadas:·

Quadro 48 – Comparação entre os modelos decisórios de


racionalidade (absoluta e limitada)

Condições de Modalidade de
Análise das Critério de
Modelos conhecimento do escolha entre as
alternativas decisão
tema alternativas
Análise completa,
Racionalidade Certeza com cálculos de Cálculo Otimização
absoluta consequências
Comparação das
Racionalidade Incerteza Pesquisa sequencial alternativas com as Satisfação
limitada expectativas

Adaptado de: Secchi (2011, p. 44).

198
CONTABILIDADE SOCIAL

A legitimação da decisão ocorre com base em votação ou assinatura autorizada a decidir com relação
a variadas alternativas, propostas pelos técnicos e políticos que tiverem analisado os problemas sociais.

7.2.6 Implantação de determinada política pública

É no momento de implantação que são produzidos os efetivos resultados das políticas públicas.
Novamente, essa etapa envolve não apenas componentes técnicos administrativos, mas, também, e
muitas vezes, em maior número, de natureza política.

No Brasil, costuma-se falar de “leis que não pegam”, quando ocorre uma descaracterização da
política que está sendo implementada.

Há situações, em função do privilégio da autoridade, de diferenciação entre os mundos político e


administrativo e busca pela eficiência, em que é preferível uma implantação do tipo top-down (de cima
para baixo). Em outras situações, é melhor uma opção bottom-up (sentido contrário).

O modelo top down considera que as políticas públicas, desde que adequadamente definidas e
decididas, auxiliam e tornam mais rápida a implementação com base em um conjunto de processos
administrativos e técnicos, visando à solução do problema.

De outra parte, o modelo bottom up, ao reconhecer, por exemplo, as limitações tecnológicas,
propicia maior liberdade de atuação dos agentes da administração pública e dos diversos atores sociais
no desenvolvimento dos processos de implantação das políticas públicas. Muitos consideram que esta
autonomia é necessária para que se tenha sucesso na implantação da solução.

Em síntese, um processo de implantação de política pública deve sempre considerar os aspectos


institucionais, organizacionais e ambientais.

Muitas vezes, a origem da implantação de determinada política é devida à formulação de planos


macroeconômicos (fiscais, monetários, tributários cambiais etc.).

Há tópicos de responsabilidade direta da União, como a manutenção da estabilidade da moeda e da


economia como um todo, a segurança das fronteiras nacionais etc.

Na realidade, sempre a execução de qualquer política pública é um processo


complexo que revela a estruturação e o modo de funcionamento de um
sistema político-institucional, a verdadeira repartição do poder político
entre os diversos interessados na decisão ou envolvidos nela (DIAS; MATOS,
2012, p. 79).

7.2.7 Avaliação dos resultados das políticas públicas

A avaliação de uma política pública deve considerar os critérios que foram estabelecidos, assim
como os resultados obtidos em comparação com indicadores padrões.
199
Unidade III

De fato, a avaliação é uma ferramenta muito importante de gestão e auxilia no planejamento e


formulação de uma política de intervenção do Estado na sociedade.

Responder a perguntas sobre o êxito ou não de uma determinada


política é fundamental para quem se interessa em conhecer a atuação
governamental, em avaliar seu grau de eficácia e eficiência, e em
conhecer os efeitos de sua intervenção, seus acertos e seus erros (DIAS;
MATOS, 2012, p. 84).

Com relação aos critérios, devem ser avaliados aspectos como:

• economicidade: confere o nível de utilização dos recursos empregados para a solução do


problema público;

• eficiência econômica: verifica se os processos foram executados conforme métodos preestabelecidos


e tidos como eficientes;

• eficácia: mede grau em que foram alcançadas as metas e os objetivos predefinidos;

• equidade: avalia se houve distribuição equitativa de benefícios (ou punições, se for o caso) entre
os destinatários da determinada política pública.

De acordo com Subirats (apud SECCHI, 2011, p. 50) os processos de avaliação podem ser feitos
com foco jurídico ou legal, técnico ou gerencial, ou sob o ponto de vista político. Devem ser
estabelecidos padrões para o acompanhamento das entradas, saídas e dos resultados da política
pública, padrões esses que propiciam uma referência comparativa com os indicadores em cada
caso e podem ser:

• absolutos: compostos por metas quantitativas e/ou qualitativas previamente estabelecidas;

• históricos: resultados já obtidos no passado e que permitem avaliar se há uma tendência de


melhora (ou de piora) da respectiva política pública;

• normativos: metas, sejam qualitativas ou quantitativas, devem ser estabelecidas conforme um


modelo padrão, ideal.

A avaliação pode ajudar, ainda, a viabilizar as atividades de controle interno


e externo’ por instituições públicas e pela sociedade, permitindo, assim, uma
maior transparência e accountability das ações realizadas pelos governos
(MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 235).

Os procedimentos de avaliação das políticas públicas são realizados com base em modelos e conceitos,
que englobam aspectos sociais, políticos e econômicos.

200
CONTABILIDADE SOCIAL

Rossi, Freeman e Lipsey (apud MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 213) entendem que a avaliação das políticas
públicas corresponde à

“utilização de metodologias de pesquisa social para investigar, de forma


sistemática, a efetividade dos programas de intervenção social que foram
adaptados ao seu ambiente político e organizacional e planejados para
conformar a ação social numa maneira que contribua para a melhoria das
condições sociais”.

Obviamente, a avaliação deve ser considerada um passo essencial para se conhecerem os resultados
trazidos por determinada política pública e não deve ser feita apenas no final do processo, mas durante a
sua construção. Entre outros aspectos, esse é um momento de aprendizado e pode fornecer informações
valiosas para a realização de eventuais correções, tendo em vista o alcance dos objetivos estabelecidos
para a política.

Em síntese, procedimentos de avaliação são importantes, dado que:

• podem gerar informações para futuras políticas públicas;

• servem como prestação de contas pela administração pública;

• constatam a utilização eficiente dos recursos (escassos) usados nas etapas do projeto de
implantação da política pública;

• localizam as barreiras que impedem o sucesso de um programa;

• promovem o diálogo entre todos os agentes, individuais e coletivos, envolvidos com determinada
política pública.

Os quadros a seguir ilustram alternativas de avaliação, segundo determinados critérios:

Quadro 49 – Alternativas – interna e externa – de avaliação de políticas públicas

Tipo de avaliação Descrição

Feita pela equipe encarregada da execução.


Interna Conta com mais familiaridade com os assuntos
relacionados com a política.

Realizada por peritos designados especialmente para a


tarefa.
Externa
Conta com mais independência para realizar a avaliação.

201
Unidade III

Quadro 50 – Alternativas – formativa e somativa – de avaliação de políticas públicas

Tipo de avaliação Descrição


Objetiva fornecer informações para a melhora da política
pública.
Formativa
Faz parte de um processo de aprendizagem para todos os
envolvidos com a política.
Concebida como um processo de criação e obtenção
de informações que serve para facilitar o processo
de tomada de decisão e para julgar entre diferentes
Somativa alternativas para o julgamento da conveniência do
programa a ser mantido, expandido ou, eventualmente,
até encerrado.

Quadro 51 – Alternativas – conteúdo do programa – de avaliação de políticas públicas

Tipo de avaliação Descrição


Racionalidade, consistência e coerência da política
pública.
Conceitual ou Design Qualidade do diagnóstico realizado (quanto às
necessidades), objetivo traçado, correlação com os
problemas e modelo de intervenção escolhido.
Constatar como a implantação da política pública foi
Implantação e gestão executada e gerenciada, quais foram os procedimentos e
critérios de desempenho.
Verificar se os objetivos foram alcançados ou se foi
Impactos e resultados atingido o valor de parâmetros ou critérios previamente
estabelecidos – os custos de toda ordem.

Quadro 52 – Alternativas – critério temporal – de avaliação de políticas públicas

Tipo de avaliação Descrição


Feita antes da implantação da política pública.
Ex-ante Visa analisar a sua adequação às necessidades que a
motivaram e as chances de sucesso.
Feita durante a fase de implantação da política pública.

Analisa e crítica os dados coletados sobre o programa


Intermediária como um todo e mede a forma como os objetivos estão
sendo alcançados, com as estimativas antecipadas dos
seus resultados.
Feita no término do programa.
Ex-post Permite avaliar o seu sucesso, a estratégia, o grau de
flexibilidade e capacidade de adaptação à realidade.

Considerando que a avaliação também conta com um grande determinante de natureza política,
naturalmente, além dos aspectos quantitativos, é necessário que a avaliação da política pública considere
o lado qualitativo da questão, considerando diferentes possibilidades, como:

202
CONTABILIDADE SOCIAL

• apoio da comunidade envolvida com a política pública;

• falta ou má utilização de recursos;

• participação dos grupos sociais;

• resistências políticas e sociais.

Os fatores culturais estabelecidos historicamente pela sociedade são também de grande importância
no processo de avaliação das políticas públicas, dadas as diferenças no que tange à aceitação, rejeição
etc. de determinados processos.

Concluída a avaliação, a política pública pode continuar, ser alterada ou, em alguns casos, ser extinta.

[...] pode-se dizer que são poucas as políticas públicas cuja vigência cessa
definitivamente, ao passo que muitas acabam por ser mais ou menos
profundamente reestruturadas e outras ainda perduram por inércia (DIAS;
MATOS, 2013, p. 90).

A partir das décadas de 1970 e 1980, houve grande questionamento sobre a eficácia de muitas
políticas sociais iniciadas após a Segunda Guerra Mundial em vários países, com destaque para os da
Europa ocidental, por apresentarem custos maiores do que os benefícios por elas trazidos, conforme a
opinião de vários estudiosos.

Giuliani (2005 apud SECCHI, 2011, p. 53) define como causas para a extinção de uma política
pública:

• um problema que tenha dado origem à priorização de uma política e já tenha sido resolvido;

• programas, normas ou processos de ativação da política pública posteriormente avaliados como


ineficazes;

• problema público que tenha deixado de ser importante ou prioritário em relação a outros.

De qualquer forma, não é fácil desativar uma política pública, dada a contrariedade dos eventuais
beneficiados ou a morosidade das instituições e os obstáculos de natureza jurídica e legal. Especialmente,
é difícil a desimplantação de medidas distributivas pela mobilização dos favorecidos e as dificuldades
práticas da coletividade em lutar contra essa concentração de interesses.

Finalmente, cumpre reforçar a complexidade dos processos de avaliação, visto que:

• muitas vezes, é difícil conseguir uma separação entre os efeitos das políticas públicas e de outros
fatores delas dissociados, para a solução de problemas;

203
Unidade III

• a resistência dos avaliados costuma dificultar muito o sucesso dos resultados das políticas públicas;

• às vezes, há dificuldades para a própria apresentação dos resultados de um procedimento de


avaliação, por insuficiência de informações ou até por uma apresentação mal conduzida;

• o tempo decorrido para que sejam materializados os recursos e percebidas as mudanças com
base, por exemplo, no comportamento dos atores das correspondentes políticas públicas pode
atrapalhar o processo.

7.2.8 Efeitos das instituições nos processos de políticas públicas

O analista de políticas públicas pode responder aos questionamentos de tipo territorial relacionados
com o município, estado ou país em que as medidas tiverem sido implantadas. Outra possibilidade é
considerar a esfera de poder na qual a política foi formulada, isto é, governamental (Executivo, Legislativo
ou Judiciário) ou não governamental. Conforme aponta Secchi: “[...] conhecer o contexto onde a política
acontece é muito importante para entender a dinâmica política, os comportamentos dos atores e os
efeitos das políticas públicas” (2011, p. 61).

As instituições podem ser vistas, por outro lado, como sendo o conjunto de regras, estatutos e leis e
também de políticas públicas anteriormente implantadas. São, também, importantes os regulamentos e
costumes das arenas onde a política pública é definida.

A cultura política, isto é, o conjunto de predisposições que legitimam o comportamento dos agentes,
é um fator distintivo das instituições, bem como o fato de serem formais ou informais.

O quadro a seguir representa uma classificação que define os tipos de culturas políticas:

Quadro 53 –Tipos de culturas políticas em uma sociedade

Grupo
Coeso Frágil
Densidade das Cultura política Cultura política do
normas Alta hierárquica tipo fatalista.
Cultura política Cultura política
Baixa equalitária individualista

Fonte: Secchi (2011, p. 65).

As políticas hierárquicas muitas vezes são viabilizadas com base em coerção legal, enfrentamento
dos riscos e promoção de solidariedade. A cultura equalitária é aquela em que as políticas públicas são
fundamentadas predominantemente no voluntarismo dos agentes.

Na cultura individualista, há um ceticismo quanto aos resultados favoráveis decorrentes da atuação


do Estado. Neste caso, a coordenação social é conseguida via mecanismos de livres mercados.

204
CONTABILIDADE SOCIAL

Já a cultura do tipo fatalista conduz ao uso da força legal, dado o alto nível de desconfiança quanto
à possibilidade de uma cooperação voluntária dos agentes.

8 TÓPICOS COMPLEMENTARES RELACIONADOS COM POLÍTICAS PÚBLICAS

8.1 Importância da participação no desenho e implantação de políticas


públicas

Tem ocorrido com maior frequência a participação direta da comunidade no desenvolvimento de


políticas públicas sem a intervenção dos parlamentares, por exemplo, via redes sociais na internet,
no que tange à luta por necessidades de mudanças em políticas públicas. Trata-se de um fenômeno
mundial, no qual foram observados movimentos voltados à mobilidade urbana, ao incremento dos
recursos para setores como educação e saúde, ao combate à corrupção etc. Certamente, essas novas
formas de participação social têm sido muito facilitadas pelos grandes avanços nas tecnologias de
informações e de comunicação.

O que se nota, também, é uma crescente mobilização social ao redor de temas de natureza local que,
mais diretamente e em prazo mais curto, afetam a vida dos cidadãos.

Na história da humanidade, as ações coletivas sempre foram importantes para o alcance de


metas e objetivos de interesse coletivo. Assim, como citam Dias e Matos (2012, p. 161): “[...] a
participação é uma parte essencial no desenvolvimento das sociedades humanas”. É importante
entender que essa participação não deve ocorrer apenas nos estágios iniciais, mas durante a
própria execução das políticas públicas e deve ser entendida como algo natural e que fortalece a
democracia. Novamente de acordo com Dias e Matos (2012, p. 161): “Isso pressupõe o pluralismo
de ideias e práticas, a convivência de grupos de interesses diversos que têm contradições quanto
aos objetivos e aos meios de consegui-los”.

Naturalmente, essa maior participação acaba fazendo com que mudem a atuação e as
responsabilidades do Estado, dado que a participação da sociedade passa, cada vez mais, a ser um
elemento decisivo no processo de escolhas de políticas públicas. Ela também causa uma melhora
nas informações sobre o assunto tratado pela política pública, revelando de forma mais concreta
as suas necessidades, limitações e potenciais. Além disso, outro de seus efeitos é fazer com que
haja maior envolvimento (e maior responsabilização) dos agentes sociais.

Dias e Matos (2012, p. 161) mencionam um documento do BID, divulgado em 2001, sob o título
Redução da Pobreza e fortalecimento do capital social, que aponta as seguintes vantagens decorrentes
da participação social nas políticas públicas:

• incremento da eficiência econômica, social, política e institucional de políticas em desenvolvimento,


propiciando incrementos nos investimentos e atitudes que conduzem à maior equidade entre os
membros da coletividade;

205
Unidade III

• não existência de um modelo “fechado” e único de participação capaz de ser aplicado na totalidade
dos casos, dadas as especificidades de cada política, das características e objetivos dos agentes
com ela envolvidos;

• conhecimento de vários casos em que essa participação foi mais intensa do que o habitual, o que
contribuiu para uma maior aproximação e cooperação entre a sociedade e o poder público;

• espaços públicos não estatais não reduzem o poder do Estado, nem o seu funcionamento, mas,
antes disso, o legitimam e contribuem para o aumento da sua eficiência;

• a maior participação e a melhora nos processos educacionais podem representar a fonte para a
ocorrência de mudanças significativas na sociedade, à medida que fortalecem o capital humano,
auxiliam a formação do capital social e a disseminação de cultura democrática e solidária.

A CF/1988 trouxe um incentivo a essa maior participação dos agentes sociais, através de mecanismos
de iniciativa popular e compartilhamento de decisões.

Entre as formas de participação social, podem ser elencados:

• conselhos – caráter setorial ou temático, com funções consultivas, deliberativas ou fiscalizadoras;

• conferências;

• mesas de negociação e de diálogo – tratamento de temas específicos com os agentes diretamente


nele interessados;

• pautas nacionais de reivindicações;

• ouvidorias para o recebimento de críticas, sugestões etc., visando melhorar os serviços públicos;

• consultas e audiências públicas – busca de soluções para as demandas sociais relacionadas com a
discussão ligada à execução de obras e de políticas públicas.

8.2 Mecanismos de participação

A CF/1988 abordou diversos mecanismos relacionados com as possibilidades de participação


dos agentes sociais nas deliberações e demais atos referentes às políticas públicas. Foram criados os
conselhos de políticas, que compartilham com a administração pública formulação, gestão, controle e
avaliação das políticas públicas.

O número de conselhos aumentou significativamente a partir do início deste novo milênio. Os


conselhos são também uma espécie de controle social das atividades da administração pública e são
reconhecidos como conselhos de políticas setoriais, de direitos ou de gestão.

206
CONTABILIDADE SOCIAL

O funcionamento desses conselhos ainda deverá sofrer muitas modificações e complementações.


Dias e Matos (2012, p. 166) argumentam, com relação às experiências já existentes sobre o assunto,
que: “[os conselhos] são controlados pelo Poder Executivo Municipal, sem uma autonomia ou exercício
baseado na articulação com os setores da sociedade civil”.

A atuação dos conselhos nos setores de saúde, educação, criança e adolescente, assistência social e
trabalho é diferenciada de acordo com o respectivo município, no que tange a:

• poder de decisão;

• critérios de representação dos segmentos sociais;

• dinâmica e condições de operação.

Independentemente, porém, de sua participação, são os gestores públicos e não os conselhos


os responsáveis pela implantação das políticas públicas. Contudo, podemos apontar as seguintes
características fundamentais dos conselhos:

• consultiva: estudar e propor ações públicas relativas às suas áreas de atuação;

• deliberativa: possuir poder de decisão sobre a implantação das políticas públicas;

• fiscalizadora: fazer a inspeção/controle dos recursos e demais aspectos relativos à implantação


das políticas públicas;

• normativa: estabelecer normas e diretrizes para as políticas, assim como para o gerenciamento de
recursos;

• paritária: são as organizações constituídas por igual número de participantes (da sociedade e da
administração pública).

A Controladoria Geral da União (CGU) indica as seguintes atribuições de determinados conselhos


municipais:

• alimentação escolar;

• saúde;

• Fundeb (controle e aplicação de recursos educacionais, como despesas, censo anual, transportes,
atendimento a jovens e adultos);

• assistência social.

207
Unidade III

8.2.1 Orçamento participativo

Conforme afirma o Portal da Transparência do Governo Federal:

O orçamento participativo é um importante instrumento de complementação


da democracia representativa, pois permite que o cidadão debata e defina
os destinos de uma cidade. Nele, a população decide as prioridades de
investimentos em obras e serviços a serem realizados a cada ano, com os
recursos do orçamento da prefeitura. Além disso, ele estimula o exercício
da cidadania, o compromisso da população com o bem público e a
corresponsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão da cidade
(PORTAL DA TRANSPARÊNCIA, s.d.)

8.3 Diferentes estilos de políticas públicas

Como estilo, entende-se a forma de realização ou direcionamento de um processo. É o caso de


determinada política pública, que pode ser conduzida, por exemplo, ou por meios democráticos ou
autocráticos.

Quando os atores políticos usufruem de liberdade para a escolha de determinado estilo de política
pública, é melhor que seja um modelo capaz de atender aos anseios da arena política, considerando
aspectos como eficiência, flexibilidade, equidade etc.

Quem analisar as políticas públicas deve ser apto a identificar os elementos cruciais dos diferentes
estilos, de forma a estabelecer comparações ou diferenciar políticas públicas.

Richardson, Gustafsson e Jordan (apud SECCHI, 2011, p. 108) distinguem os estilos de políticas
públicas adotados em países ou regiões, considerando que variam:

• com relação à abordagem dos problemas públicos (proativa, reativa ou intermediária);

• de acordo com relação entre os agentes governamentais e sociais (impositiva, consensual ou


intermediária).

Consensual

Proativo Reativo

Impositivo

Figura 48 – Estilos de políticas públicas

208
CONTABILIDADE SOCIAL

8.4 Sustentabilidade e responsabilidade socioambiental

Para que ocorra o desenvolvimento sustentável é necessário que as políticas públicas sejam
orientadas para a promoção do bem-estar humano, da qualidade de vida e da justiça social. Esses
objetivos ambiciosos revelam a dificuldade de adoção desse tipo de políticas, gerando, inclusive,
muitas discussões na sociedade. Conforme consta na Agenda 21 (CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS
SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1992): “O desenvolvimento sustentável é definido como
aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem suas próprias necessidades”.

Saiba mais

O documento Agenda 21, da Conferência das Nações Unidas sobre Meio


Ambiente e Desenvolvimento, pode ser consultado no site do Ministério do
Meio Ambiente:

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E


DESENVOLVIMENTO. Agenda 21. Disponível em: <http://www.mma.gov.
br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global>.
Disponível em: 23 abr. 2014.

A Agenda 21, em seu capítulo 40, propõe:

40.6. Os países no plano nacional e as organizações governamentais e não


governamentais no plano internacional devem desenvolver o conceito
de indicadores do desenvolvimento sustentável a fim de identificar esses
indicadores. Com o objetivo de promover o uso cada vez maior de alguns
desses indicadores nas contas satélites e eventualmente nas contas nacionais,
é preciso que o Escritório de Estatística do Secretariado das Nações Unidas
procure desenvolver indicadores, aproveitando a experiência crescente a
esse respeito.

40.7. Os órgãos e as organizações pertinentes do sistema das Nações Unidas,


em cooperação com outras organizações internacionais governamentais,
intergovernamentais e não governamentais, devem utilizar um conjunto
apropriado de indicadores do desenvolvimento sustentável e indicadores
relacionados com áreas que se encontram fora da jurisdição nacional,
como o alto mar, a atmosfera superior e o espaço exterior. Os órgãos e as
organizações do sistema das Nações Unidas, em coordenação com outras
organizações internacionais pertinentes, poderiam prover recomendações
para o desenvolvimento harmônico de indicadores nos planos nacional,
regional e global e para a incorporação de um conjunto apropriado desses

209
Unidade III

indicadores a relatórios e bancos de dados comuns de acesso amplo, para


utilização no plano internacional, sujeitas a considerações de soberania
nacional [...](CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO, 1992)

É necessário que exista um forte relacionamento das políticas públicas com a responsabilidade social,
que deve ser alcançada com a formalização de políticas e sistemas de gestão nas áreas econômica, social
e ambiental, objetivando, entre outros, a transparência de informações a repeito dos resultados e a sua
legitimação pela sociedade.

As organizações – inclusive governamentais – que procuram exercer sua responsabilidade social


atendem de forma mais completa e transparente às expectativas dos agentes com elas envolvidos,
como os parceiros, clientes, funcionários, comunidades locais e regionais, meio ambiente, acionistas,
empregados, fornecedores etc.).

A responsabilidade social tem sido objeto de várias manifestações de organismos internacionais


em função, inclusive, de ocorrências verificadas no passado, como o acidente nuclear de Chernobyl e o
vazamento de petróleo no Alasca, dos navios da Exxon-Valdez.

A partir dos anos 1990, recrudesceram as preocupações globais com a questão da responsabilidade
social, principalmente após a conferência sobre ecologia e o meio ambiente realizada no Rio de Janeiro
em 1992.

Como um agente que atua regularmente no sistema econômico e social, cabe ao Estado uma grande
parcela do cumprimento dos tópicos relacionados com a responsabilidade social. Como empregador, o
chamado Estado-empresário desempenha papel equivalente ao de qualquer empresa e, como tal, deve
estar atento às consequências de degradação do meio ambiente, eventualmente propiciadas pelas suas
atividades produtivas.

Na condição de compradora de bens e serviços, a administração pública exerce o papel correspondente


ao do consumidor e, assim, deve procurar produtos fabricados em condições sociais e ambientais
adequadas de trabalho.

E, finalmente, como regulador, cabe ao Estado exercer o seu poder de legislador, visando estabelecer
padrões de respeito às condições de trabalho e à proteção ao meio ambiente.

Apresentamos, a seguir, com base no site http://www.unglobalcompact.org/Languages/portuguese/


dez_principios.html - acesso em 08.02.2014, os princípios que norteiam o Pacto Global, firmado por
vários países, relacionado com responsabilidade social:

Os dez princípios

Os Dez Princípios do Pacto Global nas áreas dos direitos humanos, trabalho, meio
ambiente e combate à corrupção gozam de um consenso universal e se baseiam no seguinte:
210
CONTABILIDADE SOCIAL

• Declaração Universal dos Direitos Humanos;


• Declaração da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Princípios e Direitos
Fundamentais no Trabalho;
• Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento;
• Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.

O Pacto Global pede às empresas para aceitar, apoiar e aplicar, dentro da sua esfera de
influência, um conjunto de valores fundamentais nas áreas de direitos humanos, padrões
trabalhistas, meio ambiente e combate à corrupção:

Direitos Humanos

Princípio 1 – As empresas devem apoiar e respeitar a proteção dos direitos humanos


reconhecidos internacionalmente; e.

Princípio 2 – certificar-se de que não são cúmplices em abusos dos direitos humanos.

Trabalho

Princípio 3 - As empresas devem defender a liberdade de associação e o reconhecimento


efetivo do direito à negociação coletiva;

Princípio 4 - a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório;

Princípio 5 - a erradicação efetiva do trabalho infantil; e.

Princípio 6 - a eliminação da discriminação no emprego e ocupação.

Meio Ambiente

Princípio 7 - As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva sobre os desafios


ambientais;·.

Princípio 8 - desenvolver iniciativas a fim de promover maior responsabilidade ambiental; e.

Princípio 9 - incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente


sustentáveis.

Combate à Corrupção

Princípio 10 - As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas,


inclusive extorsão e propina.
Fonte: Global Compact (s.d.).

211
Unidade III

Um artigo da revista Isto É Dinheiro, sob o título Cofres fechados para a poluição, exemplifica o
aumento da conscientização mundial para a questão da sustentabilidade:

Amplia-se ainda mais o cerco em torno das empresas que atuam na


exploração e no refino de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão.
No início do mês, um grupo de 17 fundações internacionais vetou a aplicação
de seus recursos em companhias desse segmento. Juntas, elas movimentam
US$ 1,8 bilhão em investimentos. A expectativa de ambientalistas é que ao
menos parte dos recursos seja drenada para projetos vinculados à produção
de equipamentos ou à geração de energia renovável. A fila foi puxada pela
diretoria do Banco Mundial, que anunciou, no ano passado, a disposição
de reduzir, ou até extinguir, financiamentos para projetos de exploração de
carvão mineral. Há quem diga, até, que o carvão se tornou o tabaco do
século XXI (COFRES..., 2014).

Cumpre ressaltar, ainda, a questão relacionada com a necessidade de fazer compras sustentáveis
a fim de proteger o máximo possível os recursos naturais. Nesse âmbito, é importante a atuação dos
gestores públicos nesse processo, considerando, inclusive, a sua grande participação como compradores
de bens e serviços.

Entre os exemplos de políticas públicas adotadas no Brasil, podem ser mencionadas:

• No estado do Amazonas: Lei Estadual de Mudanças Climáticas, Lei nº 3.135/2007; prevê proteção
do clima com a utilização de diversos instrumentos, entre eles a licitação sustentável, com
proibição da compra de madeira proveniente de desmatamento e da utilização na construção
civil de materiais que sejam considerados ambientalmente inadequados pelo Estado;

• No município do Rio de Janeiro: a Lei nº 4.499/2007 proíbe que o município adquira papel em cujo
processo de fabricação tenha sido utilizado cloro molecular;

• No município de São Paulo: o Decreto nº 48.075/2006 dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização


de agregados reciclados, oriundos de resíduos sólidos da construção civil, em obras e serviços de
pavimentação das vias públicas do Município de São Paulo.

A ideia de sustentabilidade é mais ampla do que as relações com o meio ambiente, que representa,
todavia, a sua visão mais compreendida. Nesse sentido, podemos considerar, por exemplo, também a
sustentabilidade empresarial e a corporativa.

8.5 Apoio a micro e pequenas empresas

As políticas públicas voltadas ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas (PMEs) não se
referem apenas às estratégias de atuação, pois também se debruçam sobre criação de entidades que
visam disseminar técnicas, métodos e apoio tecnológico.

212
CONTABILIDADE SOCIAL

Essas políticas ganharam maior destaque no Brasil a partir dos anos 1990, quando, na verdade, mudou
definitivamente o nosso sistema econômico voltado à substituição de importações – ele foi trocado por
um modelo de incentivo a exportações e à cobertura das necessidades dos mercados internos. A maior
facilidade de cumprimento das regras tributárias, com a introdução do Simples Nacional, para essas
organizações, foi um dos marcos dessa mudança.

Observação
Conforme indicado no site da Receita Federal, o Simples Nacional:
[...] é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização
de tributos aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte,
previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Abrange
a participação de todos os entes federados (União, estados, Distrito Federal
e municípios).

A tendência que se verifica nisso é o não direcionamento a políticas de cunho vertical, prevendo
programas verticais de apoio a setores escolhidos e a empresas líderes.

O desenvolvimento tecnológico passou, então, a ser visto como um instrumento bem mais eficaz
do que o protecionismo tarifário como estímulo ao crescimento da produção e do emprego nas PMEs.
O Sebrae, que é o órgão representativo dessas alterações, ganhou grande reforço financeiro. Contudo, o
que se observa, na prática, é que há ainda um grande número de atividades não incorporadas aos novos
programas, não obstante a contínua divulgação feita pelo Sebrae.

A partir de 1998, ocorreram novas mudanças no apoio às PMEs, para o apoio individual a grupos de
empresas, com a criação dos denominados arranjos produtivos locais (APLs).

A partir do século atual, o apoio aos APLs passou a compor a própria política tecnológica e
industrial do país, com o intuito de adicionar competitividade e valor às diferentes cadeias produtivas e
promover o desenvolvimento regional. Surgiram, então, diversos programas de apoio à comercialização,
modernização produtiva, inovação tecnológica, qualificação profissional e certificação de qualidade
para empresas e produtos.

Ainda há muito que se fazer nesse sentido, considerando, principalmente, a importância das PMEs
na geração de empregos no Brasil, aliando, assim, benefícios econômicos aos sociais.

Saiba mais
Um maior detalhamento dos comentários relacionados com o histórico
e a adoção de políticas de incentivo às PMEs pode ser encontrado no
trabalho elaborado pelos pesquisadores do IPEA que indicamos a seguir:

213
Unidade III

NARETTO, N.; BOTELHO, M. R.; MENDONÇA, M. A. Trajetória das políticas


públicas para pequenas e médias empresas no Brasil: do apoio individual ao
apoio a empresas articuladas em arranjos produtivos locais. Planejamento
e políticas públicas, n. 27, jun/dez. 2004. Disponível em: <http://www.ipea.
gov.br/ppp/index.php/PPP/article/viewFile/51/54>. Acesso em: 24 abr. 2014.

8.6 Políticas de defesa da concorrência

Reza a teoria econômica que, num sistema concorrencial de livres mercados, é atingida a eficiência
econômica. A concorrência constitui-se, assim, num fator de inegável importância para o desenvolvimento
de uma região ou país.

Podemos mencionar como benefícios da adequada concorrência entre os agentes econômicos:

• sob a ótica do consumidor: a existência de alternativas de escolha de bens e serviços, com


diferentes qualidades e preços;

• sob o prisma do produtor: a possibilidade de atuar com mais liberdade e servir-se de seus próprios
méritos para aumentar sua participação nos mercados;

• sob o ângulo da coletividade: contribuir, decisivamente, para o desenvolvimento econômico do


país, melhorando a vida, como um todo, na sociedade.

A livre concorrência é, além disso, um quesito de inegável importância no comércio e no


relacionamento entre os países, nos mercados mundiais. As políticas de defesa da concorrência podem
atuar de forma preventiva ou repressiva, caso tenha sido constatada a ocorrência de concentração da
produção de bens e serviços.

No Brasil, a responsabilidade pelo estabelecimento e análise das políticas de defesa da


concorrência é do Conselho Administrativo de Defesa econômica (Cade). Esse órgão passou a
atuar de forma mais consistente a partir dos anos 1990, fomentado pelo processo de privatizações
de empresas estatais.

Em todo o mundo, mas mais pronunciadamente nos Estados Unidos da América, é forte o papel
exercido pelos órgãos antitruste, que começaram a atuar no início do século passado, à medida que
aumentava a concentração de empreendimentos industriais e de outros setores.

Além disso, cabe ao Estado a adoção de práticas regulatórias setoriais:

Muitas empresas atuam em mercados sujeitos à regulação setorial específica,


com implicações decisivas na sua atividade, que podem compreender
desde as formas de organização empresarial às estratégias de preços e
investimentos (MATIAS-PEREIRA, 2010, p. 159).

214
CONTABILIDADE SOCIAL

É preciso que haja uma adequada articulação entre os órgãos encarregados da defesa da concorrência
e as demais unidades da administração pública nos três níveis (federal, estadual e municipal),
especialmente com as agências reguladoras.

8.7 Paradiplomacia

O conceito de paradiplomacia relaciona-se com o envolvimento cada vez mais natural e crescente
de unidades subnacionais com o exterior para, inclusive, obter recursos para o desenvolvimento de
suas políticas públicas. No passado, havia algo como um monopólio, que reservava à União esse tipo de
interação, considerando que a diplomacia era algo reservado a unidades soberanas. Percebe-se, porém,
na atualidade, no Brasil e em vários outros países, o incremento das ações de promoção comercial ou
turística de cidades ou províncias.

Entre algumas iniciativas voltadas a esse relacionamento mais próximo com entidades externas,
podemos mencionar:

• constituição de vínculos com outras cidades, que as complementam ou são similares;


• manutenção de escritórios de representação no exterior, com o fito de obter empréstimos e captar
investimentos;
• assinaturas de acordos e convênios com entidades no exterior, inclusive não governamentais;
• desenvolvimento da cooperação inter-regional;
• participação em feiras e congressos, tendo em vista o oferecimento de bens e serviços e o fomento
do turismo regional;
• cooperação para o desenvolvimento e ajuda humanitária, em situações de catástrofes naturais;
• participação em organizações supraestatais, como o Mercosul;
• realização de eventos turísticos, esportivos, culturais e comerciais, com o envolvimento de países
ou regiões externas;
• Participação nas delegações nacionais enviadas ao exterior em conferências e outros eventos,
visando promover mais diretamente os bens e serviços e o próprio município.

Essa maior atuação das entidades subnacionais em atividades relacionadas com o exterior tem
provocado mudanças, como o surgimento de novas unidades na administração pública.

8.8 A adoção de indicadores sociais

Indicadores sociais são importantes para a verificação da adequada concepção e andamento das
políticas públicas e permitem o emprego de critérios técnicos nos processos decisórios. O surgimento
desses indicadores está relacionado com o próprio desenvolvimento do sistema de planejamento das
atividades do setor público, a partir do século XX.
215
Unidade III

O indicador é representado, normalmente, por uma medida quantitativa que objetiva quantificar
um conceito social. Sua função é auxiliar o diagnóstico e a firmação das prioridades de elaboração e
implementação de políticas públicas que atendam às demandas da sociedade.

Assim, constata-se a criação de indicadores voltados às áreas como saúde, educação, mercado de
trabalho, habitação etc.

Entre as propriedades esperadas dos indicadores podemos considerar, entre outras:

• relevância social;
• validade;
• confiabilidade;
• capacidade de cobertura;
• sensibilidade aos problemas.

8.9 Políticas públicas de incentivo à inovação

Podemos identificar dois tipos de inovação praticados nas empresas e organizações:

• de processos: voltada à maior eficiência da produção de bens e serviços;


• de produtos: relacionada com o desenvolvimento de novos bens e serviços que atendam às
demandas sociais.

Com a estabilização trazida pela implantação do Plano Real, em 1994, começaram a crescer as
expectativas de crescimento em longo prazo e, nesse sentido, a inovação desempenha um papel de
significativa importância.

Entre as políticas de incentivo adotadas pelo governo brasileiro, podemos indicar:

• Instituição do Fundo Verde-Amarelo.


• Cooperação entre universidade e empresa (Lei 10.168/2000).

Saiba mais
Você pode obter mais informações sobre o Programa de Estímulo à
Interação Universidade–Empresa para Apoio à Inovação através do site que
indicamos a seguir:
FINEP. Verde-amarelo o que é. 2012. Disponível em: <http://www.finep.
gov.br/pagina.asp?pag=fundos_verdeamarelo>. Acesso em: 24 abr. 2014.

216
CONTABILIDADE SOCIAL

• Incentivos fiscais – Lei 8.661 (12.1993).

• Novos instrumentos, que surgiram efetivamente na década de 2000.

• Financiamento reembolsável com juros reduzidos.

• Subvenção à contratação de recursos humanos.

• Fundos de capital de risco.

Os atuais instrumentos de política não têm bastado para realizar os saldos da estrutura produtiva
requerida pelo padrão atual da competição internacional (DELFIM NETTO, 2011, p. 21).

8.10 Choque de gestão

São grandes as transformações que vêm ocorrendo na gestão pública brasileira, determinada pela
redemocratização do país e reforma do Estado. A própria CF/1988 conduziu a mudanças de cunho
descentralizador, contribuindo para uma maior participação da sociedade nas decisões sobre as políticas
públicas.

O debate acerca da necessidade de modernização da administração pública, no Brasil, nos três níveis
de governo (federal, estadual e municipal) vem se acentuando a partir dos anos 1990. Nessa década, foi
elaborado o Plano Diretor de Reforma do Estado (Mare), cujos resultados podem ser considerados, até
os dias atuais, como insuficientes para o atendimento à crescente demanda dos cidadãos.

Os governos locais têm contribuído com a formação de novos arranjos institucionais e processos
de gestão, com benefícios retratados na ampliação de espaços de cidadania, na atenção às minorias
excluídas e na democratização da gestão pública.

Tem-se verificado que as parcerias ou alianças tendem a ser mantidas mesmo após as alterações
de governos, evitando-se descontinuidade na condução das políticas públicas. Com isso, é possível
obter um maior grau de institucionalização, materialização da democracia e estabelecimento de novos
padrões de governança no envolvimento entre as entidades estatais e não estatais.

Com a LRF de 4 de maio de 2000, foram criados os Conselhos de Gestão Fiscal, integrados por
representantes do Estado e entidades da sociedade civil, com o intuito de patrocinar a avaliação
continuada da gestão das políticas públicas. Esses conselhos são também muito importantes como
instrumentos de controle social sobre as atividades estatais, viabilizando um canal de participação da
população nos processos de formulação, implantação e controle da execução das políticas públicas, de
forma que elas possam estar mais coordenadas com as demandas dos variados segmentos sociais.

Já a lei 11.107, de 6 de abril de 2005, disciplinou os consórcios públicos, tendo em vista o Art. 241
da CF/1988. Esses consórcios dão a estados e municípios a possibilidade de executar, em conjunto,
empreendimentos de infraestrutura, combinando seus recursos físicos e financeiros.
217
Unidade III

A atuação coordenada entre Estado e mercados foi alvo da lei 11.079, de 30 de dezembro de 2004,
que tratou das parcerias público-privadas, aumentando as possibilidades de estruturação de arranjos
para a execução dos serviços públicos e das atividades de exploração econômica e de relevância pública,
além de atendimentos sociais e culturais.

A sociedade brasileira, assim, privilegia a opinião pública e não mais somente as elites, como no
passado. Nessa mudança podem ser notadas características da democracia participativa ou republicana,
incentivando a participação de mais atores nas políticas públicas.

Os governos locais assumem, assim, um papel de coordenação e de


liderança, mobilizando atores governamentais e não governamentais e
procurando estabelecer um processo de “concertação” de diversos interesses
e de diferentes recursos em torno de objetivos comuns. Através dos novos
arranjos institucionais assim constituídos, tende a crescer a perspectiva de
sustentabilidade de políticas públicas que, de outra forma, poderiam sofrer
solução de continuidade a cada mudança de governo. O enraizamento das
políticas em um espaço público que transcende a esfera estatal reforça a
possibilidade de políticas de longo prazo, com repercussões sobre a eficiência
e a efetividade das políticas implantadas (FARAH apud PROCOPIUK, 2013,
p. 293).

O próprio crescimento da globalização torna esse desafio mais difícil e, por isso, os sucessivos
governos vêm adotando medidas pontuais, trabalhando em cada caso específico.

Resumo

Iniciamos as discussões sobre as políticas públicas para, em seguida, partir


da definição e dos múltiplos usos da palavra política, de forma a estabelecer,
com precisão, o que, afinal, é entendido como política pública. Além disso,
historiamos os estudos e propostas de classificação das políticas públicas

Fizemos uma importante menção ao conceito de capital social, que


vem sendo discutido na atualidade e que objetiva o estabelecimento de
relações entre os diferentes participantes, com aumento de confiança e de
solidariedade entre os envolvidos.

Destacamos também os tipos de políticas públicas, focando, entre


outros aspectos, suas características de centralização e descentralização
entre os vários níveis do setor público.

Naturalmente, não deixamos de discutir a influência da globalização no


estabelecimento das políticas públicas e a questão do seu tratamento pelos
órgãos municipais.
218
CONTABILIDADE SOCIAL

Apontamos, ainda, as políticas de cunho social e redistributivas de


rendas, como educação e saúde e as voltadas ao desenvolvimento industrial,
como agronegócios e turismo.

Estudamos o ciclo de política pública, desde as fases de formulação


e desenvolvimento até sua eventual extinção, além dos agentes que
participam da formulação de políticas públicas. Consideramos que
o comportamento desses agentes pode ser reforçado ou inibido pelas
próprias instituições políticas e pelas regras eleitorais e constitucionais
de interação entre eles.

Tópicos especiais foram reservados aos partidos, associações políticas


e aos papéis de outros importantes agentes públicos, como os juízes, a
mídia, as empresas, os sindicatos, associações profissionais, associações
comunitárias e órgãos internacionais, como o FMI.

Definidas e escolhidas as políticas públicas, partimos para a construção


de uma agenda de governo e para a escolha de alternativas para
determinada política pública e, depois, para as fases de tomada de decisão
e de implementação das políticas públicas. Logo depois, falamos sobre a
avaliação dos resultados das políticas públicas.

Nessa última parte de nossa discussão, ressaltamos a importância da


participação no desenho e na implantação de políticas públicas, bem como
os mecanismos de participação pública e os diferentes estilos de políticas
pública.

Especial atenção foi dada às políticas de apoio a micro e pequenas


empresas e de defesa da concorrência, tão importante para o sucesso
de uma economia baseada no desempenho dos mercados, como é o
caso da brasileira.

Pudemos, assim, constatar que os problemas mencionados demandam


procedimentos mais definitivos, que impeçam que fatores de natureza
política afetem de forma negativa os aspectos técnicos e sociais dos
problemas enfrentados pela coletividade.

Convém ainda lembrar o texto de grande relevância de Matias-Pereira


(2012, p. 285), afirmando que: “a construção de um Estado moderno e
inteligente, menos burocrático e que incentive a competitividade passa
pelo aprofundamento da reforma do Estado”.

219
Unidade III

Exercícios

Questão 1. Leia o texto:

Legisladores do mundo se comprometem a alcançar os objetivos da Rio+20

Reunidos na cidade do Rio de Janeiro, 300 parlamentares de 85 países se comprometeram


a ajudar seus governantes a alcançar os objetivos estabelecidos nas conferências Rio+20 e Rio
92, assim como a utilizar a legislação para promover um crescimento mais verde e socialmente
inclusivo para todos.

Após três dias de encontros na Cúpula Mundial de Legisladores, promovida pela GLOBE
International – uma rede internacional de parlamentares que discute ações legislativas em relação
ao meio ambiente —, os participantes assinaram um protocolo que tem como objetivo sanar as
falhas no processo da Rio 92.

Em discurso durante a sessão de encerramento do evento, o vice-presidente do Banco Mundial


para a América Latina e o Caribe afirmou: “Esta Cúpula de Legisladores mostrou claramente que,
apesar dos acordos globais serem úteis, não precisamos esperar. Podemos agir e avançar agora, porque
as escolhas feitas hoje nas áreas de infraestrutura, energia e tecnologia determinarão o futuro”.

Fonte: Disponível em: <www.worldbank.org/pt/news/2012/06/20>. Acesso em: 22 jul. 2012. Adaptado.

O compromisso assumido pelos legisladores, explicitado no texto acima, é condizente com o


fato de que:

A) os acordos internacionais relativos ao meio ambiente são autônomos, não exigindo de seus
signatários a adoção de medidas internas de implementação para que sejam revestidos de
exigibilidade pela comunidade internacional.

B) a mera assinatura de chefes de Estado em acordos internacionais não garante a implementação


interna dos termos de tais acordos, sendo imprescindível, para isso, a efetiva participação do
Poder Legislativo de cada país envolvido.

C) as metas estabelecidas na Conferência Rio 92 foram cumpridas devido à propositura de


novas leis internas, ao incremento de verbas orçamentárias destinadas ao meio ambiente e ao
monitoramento da implementação da agenda do Rio pelos respectivos governos signatários.

D) a atuação dos parlamentos dos países signatários de acordos internacionais restringe-se aos
mandatos de seus respectivos governos, não havendo relação de causalidade entre o compromisso
de participação legislativa e o alcance dos objetivos definidos em tais convenções.

220
CONTABILIDADE SOCIAL

E) a Lei de Mudança Climática aprovada recentemente no México não impacta o alcance dos
resultados dos compromissos assumidos por aquele país de reduzir as emissões de gases do efeito
estufa, de evitar o desmatamento e de se adaptar aos impactos das mudanças climáticas.

Resposta correta: alternativa B.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: sempre há necessidade de as legislações dos diversos países signatários adotarem as


medidas negociadas em um acordo internacional.

B) Alternativa correta.

Justificativa: o Poder Executivo precisa da aprovação das leis promulgadas pelo Poder Legislativo.
De acordo com o livro-texto, na página 8, Meirelles apud Paludo (2012, p. 21), classifica as unidades
públicas organizadas segundo o regime federativo, como ocorre no Brasil, como:

Independentes: são estabelecidas pela Constituição e não estão sujeitas às hierarquias superiores,
como são os casos da Presidência da República, do Congresso Nacional, do Senado, da Câmara dos
Deputados (ou dos Vereadores, em se tratando de municípios) e dos tribunais ligados ao Poder Judiciário.

Autônomas: estão situadas no topo da estrutura administrativa, imediatamente subordinadas às


unidades independentes, podendo, nesta classificação, ser mencionados os Ministérios do Governo
Central, a Controladoria Geral e a Advocacia Geral da União.

Superiores: são unidades que exercem funções de comando, direção e controle, subordinadas à
autoridade superior na hierarquia dos poderes. São exemplos os gabinetes, as diretorias, as secretarias
e as coordenadorias.

Subalternas: não detêm poder, atuando, basicamente, na execução das atividades a seu
cargo, sob sua responsabilidade, como ocorre, por exemplo, com as portarias e as seções de
atendimento ao público.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: o texto não informa se isso aconteceu de fato em todos os países signatários.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: as convenções internacionais são assinadas por representantes das diversas nações e
em nome delas. Quando um país adota o sistema democrático e há alternância de partidos políticos no
poder o compromisso nacional permanece.
221
Unidade III

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: a Lei de Mudança Climática aprovada recentemente no México impacta o alcance de


resultados dos compromissos assumidos pelo país.

Questão 2. No Brasil, há cerca de três décadas, os governos e as organizações não governamentais


(ONGs) têm contado com a parceria de roteiristas de novelas e de emissoras de TV nas campanhas
públicas, por meio da inserção, nos capítulos, de personagens e mensagens motivadoras de mudanças
de valores, atitudes e condutas. Essa modalidade de tratamento de problemas da realidade social, ou
seja, por meio da ficção televisiva, faz parte de que instância das políticas públicas?

A) Marketing social.

B) Mobilização social.

C) Reconhecimento social.

D) Publicidade institucional.

E) Publicidade de utilidade pública.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: o marketing social diz respeito à divulgação de ações positivas das empresas ou do
governo em relação às minorias ou aos problemas do meio ambiente.
B) Alternativa incorreta.

Justificativa: a mobilização social é um movimento público ou privado que organiza seus participantes
para ações no espaço público, como manifestações ou passeatas.

C) Alternativa correta.

Justificativa: podemos consultar na página 144 do livro-texto a seguinte citação: “Todo problema
público é sempre uma construção social que apresenta uma sequência: primeiro, adquire certo nível
de generalidade, como problema público; depois, adquire reconhecimento social; e, em terceiro lugar,
torna-se susceptível de ser parte da agenda política a ser institucionalizada” (DIAS; MATOS, 2012, p. 68).

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: a publicidade institucional é aquela realizada por empresas ou por governos no sentido
de divulgarem suas imagens públicas.
222
CONTABILIDADE SOCIAL

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: a publicidade de utilidade pública é aquela que informa sobre os benefícios ou malefícios
de algum comportamento ou de algum produto. Os avisos dos malefícios do cigarro nos maços de
cigarro, os avisos contra o consumo de álcool ao dirigir e os anúncios de utilização de preservativos
durante o carnaval são exemplos de publicidade de utilidade pública.

223
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 2

BRESSER-PEREIRA, L. C.; NAKANO, Y. Contabilidade social. São Paulo: FGV/SP, 1972. Apostila. p. 4. Disponível
em: <http://bresserpereira.org.br/papers/1972/72.ContabilidadeSocial.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2015.

Figura 3

FEIJO, C. Contabilidade social: o novo sistema de contas nacionais do Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro:
Campus/Elsevier, 2008. p. 6.

Figura 4

FEIJO, C. Contabilidade social: o novo sistema de contas nacionais do Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro:
Campus/Elsevier, 2008. p. 8.

Figura 5

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Estrutura do Sistema de Contas


Nacionais. Nota metodológica n° 2. Rio de Janeiro: IBGE, 2015a. Versão 2. Sistema de Contas Nacionais
– Brasil: Referência 2010. p. 6. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_
Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/02_estrutura_scn.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015.

Figura 6

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Estrutura do Sistema de Contas


Nacionais. Nota metodológica n° 2. Rio de Janeiro: IBGE, 2015a. Versão 2. Sistema de Contas Nacionais
– Brasil: Referencia 2010. p. 7. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_
Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/02_estrutura_scn.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015.

Figura 7

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Estrutura do Sistema de Contas


Nacionais. Nota metodológica n° 2. Rio de Janeiro: IBGE, 2015a. Versão 2. Sistema de Contas Nacionais
– Brasil: Referência 2010. p. 7. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_
Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/02_estrutura_scn.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015.

Figura 8

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Estrutura do Sistema de Contas


Nacionais. Nota metodológica n° 2. Rio de Janeiro: IBGE, 2015a. Versão 2. Sistema de Contas Nacionais
– Brasil: Referência 2010. p. 8. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_
Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/02_estrutura_scn.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015.
224
Figura 9

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Estrutura do Sistema de Contas


Nacionais. Nota metodológica n° 2. Rio de Janeiro: IBGE, 2015a. Versão 2. Sistema de Contas Nacionais
– Brasil: Referência 2010. p. 9. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_
Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/02_estrutura_scn.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015.

Figura 10

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Estrutura do Sistema de Contas


Nacionais. Nota metodológica n° 2. Rio de Janeiro: IBGE, 2015a. Versão 2. Sistema de Contas Nacionais
– Brasil: Referência 2010. p. 9. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_
Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/02_estrutura_scn.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015.

Figura 11

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Estrutura do Sistema de Contas


Nacionais. Nota metodológica n° 2. Rio de Janeiro: IBGE, 2015a. Versão 2. Sistema de Contas Nacionais
– Brasil: Referência 2010. p. 10. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_
Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/02_estrutura_scn.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015.

Figura 12

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-
2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE, 2015d. p. 39. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.
gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015.

Figura 13

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-
2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE, 2015d. p. 39. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.
gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015.

Figura 14

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-
2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE, 2015d. Contas Nacionais n. 44. p. 40. Disponível
em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015.

Figura 15

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-
2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE, 2015d. Contas Nacionais n. 44. p. 41. Disponível
em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015.
225
Figura 16

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-
2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE, 2015d. p. 41. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.
gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015.

Figura 17

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-
2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE, 2015d. Contas Nacionais n. 44. p. 42. Disponível
em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015.

Figura 18

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-
2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE, 2015d. Contas Nacionais n. 44. p. 42. Disponível
em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015.

Figura 19

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil. 2.


ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 24. p. 21. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
economia/contasnacionais/2008/SRM_contasnacionais.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.

Figura 20

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil. 2.


ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 24. p. 21. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
economia/contasnacionais/2008/SRM_contasnacionais.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.

Figura 21

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil. 2.


ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 24. p. 22. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
economia/contasnacionais/2008/SRM_contasnacionais.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.

Figura 22

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil. 2.


ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 24. p. 22. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
economia/contasnacionais/2008/SRM_contasnacionais.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.

226
Figura 23

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil. 2.


ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 24. p. 23. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
economia/contasnacionais/2008/SRM_contasnacionais.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.

Figura 24

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil. 2.


ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 24. p. 24. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
economia/contasnacionais/2008/SRM_contasnacionais.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.

Figura 25

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-
2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE, 2015d. Contas Nacionais n. 44. p. 19. Disponível
em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015.

Figura 26

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-
2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE, 2015d. p. 19. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.
gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015.

Figura 28

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Contas externas. Brasília: Bacen, 2015. Serie Perguntas Mais
Frequentes (PMF). v. 8. p. 3. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/FAQ%20
8-Contas%20Externas.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2015.

Figura 29

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Contas externas. Brasília: Bacen, 2015. Serie Perguntas Mais
Frequentes (PMF). v. 8. p. 7. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/FAQ%20
8-Contas%20Externas.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2015.

Figura 30

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Contas externas. Brasília: Bacen, 2015. Serie Perguntas Mais
Frequentes (PMF). v. 8. p. 3. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/FAQ%20
8-Contas%20Externas.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2015.

227
Figura 31

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Contas externas. Brasília: Bacen, 2015. Serie Perguntas Mais
Frequentes (PMF). v. 8. p. 8. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/FAQ%20
8-Contas%20Externas.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2015.

Figura 32

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Contas externas. Brasília: Bacen, 2015. Serie Perguntas Mais
Frequentes (PMF). v. 8. p. 9. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/FAQ%20
8-Contas%20Externas.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2015.

Figura 33

PAULANI, L. M.; BRAGA, M. B. A nova contabilidade social. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 260.

Figura 34

PAULANI, L. M.; BRAGA, M. B. A nova contabilidade social. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 261.

Figura 35

PAULANI, L. M.; BRAGA, M. B. A nova contabilidade social. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 261.

Figura 42

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANISIO TEIXEIRA (INEP). Exame


Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Econômicas. Questão 12. Disponível
em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_CIENCIAS_ECONOMICAS.
pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.

REFERÊNCIAS

Textuais

ABREU, K. Desde os tempos da onça. Folha de São Paulo, 5 jan. 2013. Disponível em: <http://
www1.folha.uol.com.br/colunas/katiaabreu/1210461-desde-os-tempos-da-onca.shtml>. Acesso
em: 8 abr. 2014.

ALBUQUERQUE, C.; MEDEIROS; M.; FEIJÓ, P. H. Gestão de finanças públicas – fundamentos e práticas
de planejamento, orçamento e administração financeira com responsabilidade fiscal. Brasília: 2006.

AMICCI, G. L. Responsividade. Dicionário Informal, São Paulo, 2 fev. 2009. Disponível em: <http://www.
dicionarioinformal.com.br/responsividade/>. Acesso em: 8 abr. 2014.
228
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Edipro, 1995.

BACHA, E.; BOLLE, M. B. de. O futuro da indústria no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Contas externas. Brasília: Bacen, 2015. Série Perguntas
Mais Frequentes (PMF). v. 8. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/FAQ%20
8-Contas%20Externas.pdf>. Acesso em: 1º jul. 2015.

BANCO MUNDIAL. World development indicators database. Washington: World Bank, 2014. Disponível
em: <http://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.PCAP.PP.CD?order=wbapi_data_value_2013+wbapi_
data_value+wbapi_data_value-last&sort=desc>. Acesso em: 7 jul. 2015.

BARROS. R. P. de; HENRIQUES, R.; MENDONÇA, R. A estabilidade inaceitável: desigualdade e pobreza


no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 2001.

BLUMEN, A. Guia municipal da administração pública. São Paulo: Atlas, 2006.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto-lei n° 5.452,
de 1° de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 10 abr. 2014.

___. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de janeiro, 24 fev. 1891. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm>. Acesso em: 10 abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto-lei n° 199, de
25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0199.
htm>. Acesso em: 8 abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto-lei nº 200, de
25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização da administração federal, estabelece diretrizes
para a reforma administrativa e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto-lei/del0200.htm>. Acesso em: 8 abr. 2014.

___. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal,
1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso
em: 10 abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 8.080, de 19 de
setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: 1990a.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em: 22 abr. 2014.

229
___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 8.112, de 11
de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das
autarquias e das fundações públicas federais. Brasília: 1990b. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l8112cons.htm>. Acesso em: 22 abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 8.142, de 28 de
dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde
(SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá
outras providências. Brasília: 1990c. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.
htm>. Acesso em: 22 abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 8.429, de 2 de junho
de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito
no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou
fundacional e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8429.
htm>. Acesso em: 8 abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 8.661, de 2 de junho
de 1993. Brasília: 1993a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8661.htm>.
Acesso em: 24 abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 8.666, de 21 de junho
de 1993. Regulamenta o Art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e
contratos da Administração Pública e dá outras providências. Brasília: 1993b. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 8 abr. 2014.

___. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 8
abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n° 9.527, de 10 de
dezembro de 1997. Altera dispositivos das Leis nºs 8.112, de 11 de dezembro de 1990, 8.460, de 17
de setembro de 1992, e 2.180, de 5 de fevereiro de 1954, e dá outras providências. Brasília: 1997.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9527.htm>. Acesso em: 8 abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei complementar n°
101, de 4 de março de 2000. Brasília: 2000a. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em: 8 abr. 2014.

___. Presidência da República. Lei nº 10.168, de 29 de dezembro de 2000. Brasília: 2000b. Disponível
em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Leis/Ant2001/lei1016800.htm>. Acesso em: 24
abr. 2014.

230
. Notas técnicas do Banco Central do Brasil: número 1. Brasília: Banco Central do Brasil, 2001.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 11.079, de 30 de
dezembro de 2004. Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no
âmbito da administração pública. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/lei/l11079.htm>. Acesso em 24 abr. 2014.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 11.107, de 6 de abril
de 2005. Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11107.htm>. Acesso
em: 24 abr. 2014.

___. Ministério da Fazenda. O que é simples nacional? Brasília, [s.d.]a. Disponível em: <http://www8.
receita.fazenda.gov.br/simplesNacional/SobreSimples.aspx>. Acesso em 24 abr. 2014.

___. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Educação Ambiental. Brasília, [s.d.]
b. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/index.php/educacao-ambiental/politica-de-
educacaoambiental/programa-nacional-de-educacao-ambiental>. Acesso em: 15 abr. 2014.

BRESSER-PEREIRA, L. C. Reforma gerencial do Estado. Apresentação. São Paulo: [s.d.]. Disponível em:
<http://www.bresserpereira.org.br/rgp.asp>. Acesso em: 15 abr. 2014.

BRESSER-PEREIRA, L. C.; NAKANO, Y. Contabilidade social. São Paulo: FGV/SP, 1972. Apostila.
Disponível em: <http://bresserpereira.org.br/papers/1972/72.ContabilidadeSocial.pdf>. Acesso em: 19
jun. 2015.

CAMPOS, R. T.; CAMPOS, K. C. Análise das medidas de renda, distribuição e pobreza dos municípios
da área de influência da barragem castanhão ceará. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL (SOBER), 46, 2008, Rio Branco. Anais... Rio Branco:
Sober, 2008. Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/9/536.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2015.

CHIAVENATO, I. Administração geral e pública – provas e concursos. 3. ed. Barueri: Manole, 2012.

COFRES fechados para a poluição. Isto é Dinheiro, 10 fev. 2014. Disponível em: <http://www.
sindicombustiveis-al.com.br/2014/02/cofres-fechados-para-poluicao/>. Acesso em: 23 abr. 2014.

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Agenda 21.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-
global>. Disponível em: 23 abr. 2014.

COSTIN, C. Administração pública. São Paulo: Campus/Elsevier, 2010.

DELFIM NETTO, A. (Coord.). O Brasil e a ciência econômica em debate – o Brasil do século XXI. São
Paulo: Saraiva, 2011.
231
DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

DIAS, R.; MATOS, F. Políticas públicas – princípios, propósitos e processos. São Paulo: Atlas, 2012.

DOLABELA, F. O segredo de Luísa. São Paulo: Sextante, 2012.

ETCO (INSTITUTO BRASILEIRO DE ÉTICA CONCORRENCIAL); FGV (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS).


Estimação do tamanho da economia subterrânea no Brasil. São Paulo: ETCO, 2014. Disponível em:
<http://www.etco.org.br/user_file/Economia_Subterranea_no_Brasil_Novembro-2014_-_10-11-2014.
pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.

FEIJÓ, C. Contabilidade social: o novo sistema de contas nacionais do Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro:
Campus/Elsevier, 2008.

FINEP. Verde-amarelo o que é. 2012. Disponível em: <http://www.finep.gov.br/pagina.asp?pag=fundos_


verdeamarelo>. Acesso em: 24 abr. 2014.

FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Modelo de excelência de gestão. [s.d]. Disponível em: <http://
www.fnq.org.br/avalie-se/metodologia-meg/modelo-de-excelencia-da-gestao>. Acesso em: 14 abr.

GIAMBIAGI, F.; ALÉM, A. C. Finanças públicas – teoria e prática no Brasil. 2. ed. São Paulo: Campus,
2001.

GLOBAL COMPACT. Os dez princípios. [s.d.]. Disponível em: <http://www.unglobalcompact.org/


Languages/portuguese/dez_principios.html>. Acesso em: 24 abr. 2014.

HOFFMANN, R. Estatística para economistas. 4. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

___ Mensuração da desigualdade e da pobreza no Brasil. In: HENRIQUES, R. (Org.). Desigualdade e


pobreza no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 2000. p. 81-107.

HOFFMANN, M. P.; BRANDÃO, S. M. C. Medições de emprego: recomendações da OIT e práticas


nacionais. Cadernos do Cesit, Campinas, n. 22, nov. 1996. Campinas: Unicamp; IE; Cesit, 1996.

IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA). Sistema de Contas Nacionais: Brasil. 2. ed.
Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 24. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/
contasnacionais/2008/SRM_contasnacionais.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.

___. Brasil em números. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. v. 19. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/periodicos/2/bn_2011_v19.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.

___. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de
Janeiro: IBGE, 2014. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv91983.pdf>.
Acesso em: 8 jul. 2015.
232
___. Estrutura do Sistema de Contas Nacionais. Nota metodológica n° 2. Rio de Janeiro: IBGE, 2015a.
Versão 2. Sistema de Contas Nacionais – Brasil: Referência 2010. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/
Contas_Nacionais/Sistema_de_Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/02_estrutura_scn.pdf>.
Acesso em: 26 jun. 2015.

___. Implantação da Série do Sistema de Contas Nacionais: nota metodológica nº 1. Sistema de contas
nacionais – Brasil: referência 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2015b. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.
br/171Contas_Nacionais/Sistema_de_Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/01_mudanca_
de_base.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.

___. Setores Institucionais: nota metodológica nº 4. Sistema de contas nacionais – Brasil: referência
2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2015c. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_
Contas_Nacionais/Notas_Metodologicas_2010/04_setores_institucionais.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.

___. Sistema de Contas Nacionais: Brasil 2010-2011. Contas Nacionais n. 44. Rio de Janeiro: IBGE,
2015d. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93038.pdf>. Acesso em: 24
jun. 2015.

___. Contas nacionais: Brasil 2010-2011: referência 2010: tabelas completas. Rio de Janeiro: [s.d.].
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/contasnacionais/2011/defaulttab_
xls.shtm>. Acesso em: 13 jul. 2015.

___. Pesquisa(s): Pesquisa Anual da Indústria da Construção. Rio de Janeiro: [s.d.]. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=27>.
Acesso em: 13 jul. 2015.

___. Pesquisa(s): Pesquisa Anual de Comércio. Rio de Janeiro: [s.d.]. Disponível em: <http://www.ibge.
gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=28>. Acesso em: 13 jul. 2015.

___. Pesquisa(s): Pesquisa Anual de Serviços. Rio de Janeiro: [s.d.]. Disponível em: <http://www.ibge.
gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=29>. Acesso em: 13 jul. 2015.

___. Pesquisa industrial anual: 1986/1995. Rio de Janeiro: [s.d.]. Disponível em: <http://www.ibge.gov.
br/home/estatistica/economia/industria/pia/>. Acesso em: 13 jul. 2015.

___. Sistema de contas nacionais: Brasil 2010-2011: referência 2010. Rio de Janeiro: [s.d.]. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/contasnacionais/2011/default.shtm>. Acesso
em: 14 jul. 2015.

ÍNDICE Big Mac mostra que real é a quarta moeda mais cara do mundo. Uol, São Paulo,
22 jan. 2015. São Paulo: Uol, 2015. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/noticias/
redacao/2015/01/22/indicebig-mac-mostra-que-real-e-a-quarta-moeda-mais-cara-do-mundo.
htm>. Acesso em: 13 jul. 2015.

233
IPEA (INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA). Mercado de trabalho: conjuntura e análise,
ano 20, v. 56, Brasília, fev. 2014.

JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil. 5. ed. Campinas: Alínea, 2012.

JUIZADOS especiais cíveis. Guia de direitos, [s.d]. Disponível em: <http://www.guiadedireitos.org/index.


php?option=com_content&view=article&id=381&Itemid=149>. Acesso em: 14 abr. 2014.

KANAANE, R; FIEL FILHO, A.; FERREIRA, M. das G. (Org.). Gestão pública – planejamento, processos,
sistemas de informação e pessoas. São Paulo: Atlas, 2010.

KEYNES, J. M. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Saraiva, 2012.

KRUGMAN, P.; OBSTFELD, M. Economia internacional: teoria e política. São Paulo: Pearson, 2005.

LASSWELL, H. D. Politics who gets what, when and how. Londres: Peter Smith, 1911.

LERNER, D.; LASSWELL, H. D. The Policy Sciences. Washington: Library of Congress, 1951.

MATIAS-PEREIRA, J. Finanças Públicas – a política orçamentária no Brasil. São Paulo: Atlas. 2009.

___. Curso de administração pública – foco nas instituições e ações governamentais. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2010.

MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Editora Malheiros, 2014.

MUÇOUÇAH, P. S. Empregos verdes no Brasil: quantos são, onde estão e como evoluirão nos próximos
anos. Brasília: Organização Internacional do Trabalho, 2009. Disponível em: <http://www.oitbrasil.org.
br/sites/default/files/topic/green_job/pub/empregos_verdes_brasil_256.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.

NARETTO, N.; BOTELHO, M. R.; MENDONÇA, M. A. Trajetória das políticas públicas para pequenas
e médias empresas no Brasil: do apoio individual ao apoio a empresas articuladas em arranjos
produtivos locais. Planejamento e políticas públicas, n. 27, jun/dez. 2004. Disponível em: <http://www.
ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/viewFile/51/54>. Acesso em: 24 abr. 2014.

NASCIMENTO, S. Finanças públicas. São Paulo: Campus-Elsevier, 2014.

OLIVEIRA, J. C. de. Análise do crescimento econômico e das desigualdades regionais no Brasil. Estudos
do CEPE, v. 28, p. 5-26, 2008. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/cepe/article/
view/1004/764>. Acesso em: 1º jul. 2015.

OSBORNE, D; GAEBLER, T. Reinventando o governo. São Paulo: Comunicação, 1998.

PALUDO, A. V. Administração Pública – teoria e questões. São Paulo: Campus, 2012.


234
PAULANI, L. M.; BRAGA, M. B. A nova contabilidade social. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A S de (Org.). Manual de economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

PORTAL DA TRANSPARÊNCIA. Controle social – orçamento participativo. [s.d.]. Disponível em: <http://
www.portaldatransparencia.gov.br/controleSocial/OrcamentoParticipativo.as>. Acesso em: 23 abr.
2014.

PROCOPIUCK, M. Políticas Públicas e Fundamentos da Administração Pública – Análise e Avaliação,


Governança e Redes Públicas, Administração Judiciária. São Paulo: Atlas. 2013.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Ranking: todos os estados
(2010): estadual. Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013a. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.
org.br/2013/pt/ranking>. Acesso em: 1 jul. 2015.

___. Relatório do Desenvolvimento Humano 2013b: A ascensão do Sul: progresso humano num
mundo diversificado. Nova Iorque: PNUD, 2013.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK – guia do conhecimento. Gerenciamento de projetos. [s.l.]:


Project Management Institute, 2009.

RESENHA: a ética protestante e o espírito do capitalismo – Max Weber. Terminologia atemporal, 2


mai. 2013. Disponível em: <http://terminologiaatemporal.wordpress.com/2013/05/02/resenha-a-
eticaprotestante-e-o-espirito-do-capitalismo-max-weber/>. Acesso em: 8 abr. 2014.

REYES, A. E. L.; VICINO, S. R. Programa 5S. 1997. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/qualidade/


cinco_s/pag1_5s.htm>. Acesso em: 16 abr. 2014.

___. Diagrama de Ishikawa. [s.d]. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/qualidade/ishikawa/pag1.


htm>. Acesso em: 17 abr. 2014.

SANDRONI, P. (Org.). Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Editora Best Seller, 1999.

SANTAGADA, S. Indicadores sociais: contexto social e breve histórico. Indicadores Econômicos FEE, v.
20, n. 4, p. 245-255, 1993. Disponível em: <http://revistas.fee.tche.br/index.php/indicadores/article/
view/758/1013>. Acesso em: 1 jul. 2015.

SCHNEIDER, F. Economia Informal na América Latina. In: INSTITUTO BRASILEIRO DE ÉTICA


CONCORRENCIAL (ETCO). Economia subterrânea: uma visão contemporânea da economia informal no
Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

SEBRAE SP. Políticas públicas municipais de apoio às micro e pequenas empresas. CALDAS, R. W.;
SILVÉRIO, C. (Org.). São Paulo: Sebrae, 2008.

235
SECCHI, L. Políticas públicas – conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: Centage-
Learning, 2010.

SILVA, J. A. L. da. Brasil sobe de posição e tem o 4º Big Mac mais caro do mundo. Infomoney, São
Paulo, 23 jan. 2015. São Paulo: Money e Markets, 2015. Disponível em: <http://www.infomoney.com.
br/minhas-financas/precos/noticia/3824440/brasil-sobe-posicao-tem-big-mac-mais-caro-mundo>.
Acesso em: 13 jul. 2015.

SOUZA, J. L. O que é? Dólar PPC. In: ___. Indicadores. Desafios do desenvolvimento, Brasília, ano 5,
n. 40, p. 64, fev. 2008. Brasília: Ipea, 2008. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/desafios/images/
stories/PDFs/desafios040_completa.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2015.

SOUZA, N. A. de. Plano Collor inaugura Consenso de Washington. In: Economia brasileira
contemporânea – de Getúlio a Lula. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

TANAKA, S. Y. K. Panorama atual da administração pública no Brasil. São Paulo: Malheiros Editores,
2012.

VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

VICECONTI, P.; NEVES, S. das N. Introdução à economia. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

WWF. Relatório planeta vivo 2012. São Paulo: 2012. Disponível em: <http://www.wwf.org.br/natureza_
brasileira/especiais/relatorio_planeta_vivo/>. Acesso em 24 abr. 2014.

Sites

<http://www.atlasbrasil.org.br/>.

<http://www.dieese.org.br/>.

<http://www.governoeletronico.gov.br/>

<http://www.ibge.gov.br/home/>.

<http://www.ipeadata.gov.br/>.

<http://portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/>

<http://portal.mec.gov.br/>

<http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/Sustentabilidade/>
236
Exercícios

Unidade I – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Econômicas.
Questão 28. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.

Unidade I – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Econômicas.
Questão 17. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.

Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Econômicas.
Questão 12. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.

Unidade II – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Econômicas.
Questão 35. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_
CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2015.

237
238
239
240
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Вам также может понравиться