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Introjeção

Introjeção ou "engolir tudo" é o mecanismo pelo qual os indivíduos incorporam


padrões, atitudes e modos de agir e pensar que não são deles próprios e que não
assimilam ou digerem o suficiente para torná-los seus. Um dos efeitos prejudiciais da
introjeção é que os indivíduos introjetivos acham muito difícil distinguir entre o que
realmente sentem e o que os outros querem que eles sintam, ou simplesmente o que os
outros sentem. A introjeção também pode constituir uma força desintegradora da
personalidade, uma vez que quando os conceitos e as atitudes engolidos são
incompatíveis uns com os outros, os indivíduos introjetivos se tornarão divididos.

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Mecanismos de Bloqueio do Ciclo de Contato: Diante da impossibilidade de satisfazer


uma de suas necessidades e realizar bom contato ou de poder optar pela evitação do
contato, o organismo se vê obrigado a recorrer a estratégias que assegurem sua
integridade e sua sobrevivência. Essas estratégias são as
chamadas resistências ouMecanismos de Bloqueio do Ciclo de Contato.

Os Polster (2001) teorizam que isso ocorre da seguinte forma: se a pessoa sente que
seus esforços para realizar um bom contato serão bem-sucedidos, que ela é potente e
está em ambiente capaz de lhe proporcionar retorno nutridor, ela vai confrontar esse
ambiente com vontade, força e até mesmo com ousadia. Caso contrário, se seus
esforços não resultarem no que ela deseja, isso despertará nela sentimentos
perturbadores como raiva, confusão, ressentimento, impotência e desapontamento,
entre outros. Será, então, necessário redirecionar a energia mobilizada inicialmente
para a necessidade não-satisfeita, o que poderá ser feito de muitas formas, mas todas
reduzem a possibilidade de contato pleno com seu meio. A escolha das direções
específicas para essa interação redirecionada vai depender da preferência do indivíduo
pelos canais disponíveis a eles.

Perls (1988) teorizou que há quatro distúrbios de limite, os quais estariam por trás das
neuroses: a introjeção, confluência, projeção, e retroflexão. Os Polster (2001)
acrescentaram a essa lista a deflexão; outros teóricos da Gestalt incluem mais três:
fixação, proflexão e egotismo. A seguir, detalhamos cada um desses mecanismos de
acordo com a concepção de vários teóricos da Gestalt-terapia.

INTROJEÇÃO: Perls (1988) considera que esse é o mecanismo por meio do qual
incorporamos em nós mesmos normas, atitudes, modos de agir e pensar que são dos
outros e não verdadeiramente nossos; uma internalização passiva do que vem de fora,
quando o saudável seria haver uma mastigação antecedendo a assimilação. O
indivíduo que introjeta não tem oportunidade de desenvolver sua própria
personalidade e, ao absorver introjetos antagônicos, cria em seu interior campos de
batalha com lutas onde nenhum dos lados ganha e que imobiliza o desenvolvimento da
personalidade. De acordo com Perls (idem), a neurose surge se, na infância, o
imperativo for contra a natureza e apesar disso aceito de bom grado.

Ribeiro (1997) define introjeção como o processo por meio do qual o indivíduo obedece
e aceita opiniões arbitrárias, normas e valores pertencentes aos outros, engolindo
coisas alheias sem querer e sem defender seus próprios direitos por medo da
agressividade própria e da dos outros. A pessoa que introjeta prefere a rotina, as
simplificações e as situações facilmente controláveis. Além disso, pensa que os outros
sabem melhor o que é bom para ela e gosta de ser mimada.

Para Ginger (1995), a introjeção é a base da educação da criança: “nós só podemos


crescer assimilando o mundo exterior, certos alimentos, certas idéias, certos princípios,
mas se nos contentamos em engolir esses elementos sem os mastigar, eles não são
digeridos, ficam em nós como corpos estranhos parasitas.” (p.134).

A concepção dos Polster (2001) é semelhante quanto à vulnerabilidade da criança à


introjeção. Afirmam que elas têm necessidade natural de confiar em seu ambiente, pois
no início precisam aceitar as coisas como elas vêm ou livrar-se delas quando puderem.
“A criança aprende ao absorver o que está ao seu redor” (idem, p.87). Quando o
ambiente é confiável, o material que recebe, seja comida ou tratamento pessoal, será
nutritivo e assimilável, mas é enfiado apressadamente garganta abaixo. E quando o
ambiente não é confiável? Quando quem deveria cuidar negligencia ou hostiliza?
Segundo Tenório (2003), a introjeção torna-se a alternativa de resistência encontrada
pelo organismo que fracassa na luta contra a imposição de algo nocivo e repugnante.
“Se o ambiente não for confiável e benéfico, o material oferecido à criança pode ser
tóxico e desagradável por ser incompatível com suas necessidades e, caso seja
introjetado, permanecerá como corpo estranho e nocivo dentro do próprio organismo,
impedindo seu processo natural de auto-regulação e crescimento” (Idem, p.38).

Um aspecto importante da introjeção é a insegurança que origina no indivíduo. “A


pessoa que engoliu ‘sem mastigar’ os valores de seus pais, de sua escola e de sua
sociedade clama que a vida continue como antes. Ela é um terreno fértil para a
ansiedade e a defensiva quando o mundo a sua volta se transforma” (POLSTER, 2001,
p. 87). Como afirma Tenório (2003), a diminuição do contato com o meio e consigo
mesmo deixa o neurótico confuso e inseguro, sem poder identificar com clareza suas
próprias necessidades. “Ele deixa de ser criativo e espontâneo e está sempre
controlando a si mesmo para não cometer erros ou desagradar o outro” (p. 41).

Se na neurose o indivíduo tenta desesperadamente evitar o conflito e recuperar o


equilíbrio com o meio (PERLS, 1981, in TENÓRIO 2004), a introjeção é o caminho
escolhido para essa evitação. A pessoa que introjetou “manipula sua própria energia de
modo a apoiar os padrões introjetados, e ao mesmo tempo tenta manter seu
comportamento o mais plenamente integrado com seu senso pré-fabricado de certo e
errado” (Polster, 2001, p. 87).

Delisle (1999, in TENÓRIO, 2003) explica que a criança exposta a situação ameaçadora
ou hostil, da qual não possa fugir, vivencia um impasse existencial o qual ela enfrenta
recorrendo à única alternativa de defesa de que dispõe: a introjeção. A experiência é, ao
mesmo tempo, ameaçadora e indispensável, uma vez que fugir dela pode significar a
rejeição ou a perda do amor dos pais, de quem depende de forma absoluta. A criança,
então se submete passivamente à experiência tóxica. Delisle nomeia experiências
tóxicas “engolidas sem mastigação” de microcampos introjetados.
Essas estruturas precisam ser mantidas como fundo, sob o risco de serem revividos
caso venham à tona. Para evitar isso, o Self mobiliza os mecanismos de interrupção do
contato. Apesar de permanecerem no fundo, esses microcampos estão sempre
ameaçando vir à tona, uma vez que são situações inacabadas ou gestalten abertas.

Segundo Tenório (op. cit.), as constantes ameaças de emergirem do fundo fazem com
que os microcampos introjetados contaminem as novas figuras, distorcendo a
percepção da realidade externa e causando reedição de situações inacabadas do
passado. “Esse fenômeno se assemelha à compulsão pela repetição de Freud ou o apego
da libido aos objetos maus internalizados de Fairbairn. A repetição na neurose é,
portanto, a externalização ou projeção de microcampos introjetados no mundo externo
e a reativação das mesmas respostas defensivas” (idem, p.43).

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Introjeção: alienação e inautenticidade do eu

A introjeção é um dos mecanismos que distorce a capacidade perceptiva da criança de


responder criativamente às demandas ambientais, vindo a prejudicar o contato
saudável entre a criança e o mundo. Na literatura gestáltica são reconhecidos nove
processos de interrupção do contato (fixação, dessensibilização, deflexão, introjeção,
projeção, proflexão, retroflexão, egotismo, confluência) que constituem mecanismos
psicológicos defensivos que visam inibir a consciência de sentimentos, pensamentos,
necessidades, comportamentos geradores de ansiedade e colocam em risco a relação
com o outro significativo (ANTONY; RIBEIRO, 2005). Esses mecanismos formam
dinâmicas internas e relacionais cujos padrões de comportamento fixados bloqueiam o
desabrochar pleno do potencial psicoemocional da criança. Cada forma de
psicopatologia tem seus mecanismos de ajustamentos defensivos específicos, que
retratam um conflito psicológico particular calcado em experiências introjetadas.

Em gestalt-terapia, a introjeção é definida como o processo primário de internalização


de crenças, valores, pensamentos transmitidos pelos pais, pela cultura e outros
ambientes significativos, que interferem e também contribuem na constituição da
subjetividade da criança. Os introjetos podem ser positivos (internalização de valores e
vivencias que facilitam a identificação e integração da criança no mundo social) e
tóxicos (inibição do excitamento espontaneo e criativo). Quando tóxicos, a introjeção
torna-se responsável pela formação dos distúrbios emocionais e pela deformação da
personalidade, a construção de um eu inautêntico e incoerente com seus impulsos
originais. A criança, nos períodos iniciais do desenvolvimento, ainda não desenvolveu a
consciência reflexiva, que lhe possibilita questionar, digerir, elaborar a validade das
mensagens morais e educativas parentais. Violet Oaklander (2006) pontua que a
criança não tem a habilidade cognitiva de pensar “isso não tem a ver comigo, isso não
combina comigo ou isso tem a ver comigo” (p. 11), por isso engole passivamente os
juízos e as crenças dos pais (tanto positivas quanto negativas). Um introjeto tóxico é,
então, uma mensagem negativa que a criança escuta sobre si mesma e que irá limitar
seu modo de ser genuíno e cristalizar a percepção de si e do mundo. Carrega “um
deveria” junto com “um não deveria” (“você deve ser assim, você não deve ser assim”)
que vem associado a expectativas trágicas (ameaças de punição, privação do amor,
abandono) por ter desobedecido, desagradado, revelado uma vontade, ou mesmo
recusado um alimento.

Essas mensagens geram um conflito entre as partes originais e as partes introjetadas,


criando o dilema do dominador x dominado. Quanto mais ameaçador e catastrófico os
introjetos, mais amedrontada, mais ansiosa e menos autêntica a criança será em seu
modo de agir. O que é original é alienado e projetado para fora, levando a uma falsa
identificação devido à perda da capacidade de se auto-regular, de discriminar a
necessidade primordial, aquilo que lhe é próprio e nutritivo. O resultado é uma
percepção distorcida, diminuída, fragmentada, confusa da realidade e de si mesma. Um
autoconceito negativo resultante de introjetos tóxicos cria mitos relacionais negativos e,
por conseqüência, contatos negativos. Uma criança que introjeta que é um estorvo para
o pai passa a se relacionar com os outros de forma a não atrapalhar, não incomodar,
não ser inconveniente, bloqueando assim sua capacidade de oposição, enfrentamento e
expressão verdadeira de si. Para Briggs (1986), a criança saudável desenvolve a
capacidade de amar, ser generosa, sentir gratidão e desejo de reparação a partir da
internalização positiva das figuras parentais (pais amorosos que confirmam e
respeitam a individualidade da criança) , o que leva a uma diminuição do medo de
perda, aumenta a capacidade de compartilhar, de se auto-expressar e de realizar trocas
nutritivas com o mundo.

Os distúrbios psicológicos e comportamentais da criança são, geralmente, oriundos dos


dramas infantis não resolvidos dos pais que são projetados na criança. Mesmo pais bem
intencionados impedem o desenvolvimento pleno das potencialidades da criança, uma
vez que desejam transmitir seus próprios valores e adaptá-la à cultura com suas normas
e crenças. Segundo Perls, Hefferline e Goodman (1997), isto fatalmente dá origem a
dois processos: mutilação/alienação de algumas atitudes originais e o desenvolvimento
artificial de outras. Esse é o dilema existencial do indivíduo: ter uma personalidade
espontânea ou deliberada?

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