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Tecnologias Atuais de Redes

VoIP

VoIP
1. Introdução
Muitas empresas ao redor do mundo estão conseguindo economizar (e muito) nas tarifas de
ligações interurbanas e internacionais. Tudo isso se deve a uma tecnologia chamada VoIP
(Voz sobre IP). Muitos ousam afirmar que a VoIP é a reinvenção da telefonia, tanto na forma
de prestar o serviço, quando de utilizá-lo.

A VoIP está se expandido no mundo, com milhares de usuários existentes que usufruem das
reduções de custos em ligações interurbanas e internacionais. Essa expansão abrange tanto
o ambiente doméstico, quanto o ambiente corporativo, pois com a utilização de VoIP, se
tornam inexistentes aspectos como as distâncias geográficas e a duração das chamadas, que
são tarifadas pelo sistema telefônico tradicional.

O objetivo da tecnologia VoIP é prover uma alternativa ao sistema de telefonia tradicional,


com a provisão das mesmas funcionalidades e qualidade, querendo também melhorar a
eficiência na comunicação telefônica.

2. Conceitos e Terminologias
A tecnologia VoIP, ou Voz sobre IP, permite que o tráfego de uma comunicação telefônica
ocorra numa rede de dados, como a Internet. As ligações podem ocorrer entre computadores,
telefones fixos e celulares, também em aplicações PBAX, com a diferença de não ser utilizada
a rede de telefonia, mas a rede de computadores.

Um PABX (Private Automatic Branch Exchange - Troca automática de ramais privados)


é um centro de distribuição telefônica pertencente a uma empresa que não inclua como
sua atividade o fornecimento de serviços telefônicos ao público em geral.

Permite efetuar ligações entre telefones internos sem intervenção manual, ou ainda
telefonar e receber telefonemas da rede externa (geralmente pública). Podem consistir
de uma plataforma de hardware ou somente software, este último que pode ser
instalado no computador para a interação com a telefonia via Internet.

A VoIP consiste em transformar sinais de áudio analógicos, como os de uma chamada


telefônica, em dados digitais que podem ser transmitidos através da Internet ou de qualquer
outra rede de computadores baseada em IP. Uma das vantagens que isso pode trazer é que
uma conexão de Internet pode se tornar uma maneira de fazer ligações telefônicas
gratuitamente, embora geralmente apenas para outro sistema VoIP.

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Foi desenvolvida ao longo da década de 90. Padrões para protocolos de funcionamento a


serem usados na VoIP foram criados pela ITU (International Telecommunication Union) e pela
IETF (Internet Engineering Task Force). A VoIP nasceu de duas vertentes: a digitalização do
tráfego entre as centrais telefônicas e a Internet, possibilitando custos menores em ligações
de longa distância.

Empresas que fornecem o serviço de VoIP são geralmente chamadas provedoras, e os


protocolos usados para transportar os sinais de voz em uma rede IP são geralmente
chamados protocolos VoIP. Existe uma redução de custo devido ao uso de uma única rede
para carregar dados e voz, especialmente quando os utilizadores já possuem uma rede com
capacidade subutilizada, que pode transportar dados VoIP sem custo adicional. Chamadas
de VoIP para VoIP no geral são gratuitas, enquanto chamadas VoIP para redes públicas
(PSTN - Public Switched Telephone Network) podem ter custo para o utilizador VoIP.

A PSTN (Public Switched Telephone Network - Rede Comutada de Telefonia Pública,


ou Sistema Telefônico Tradicional), é a rede destinada ao tráfego de voz a longas
distâncias. Ela existe desde o início do século XX, e apresenta uma hierarquia para seu
pleno funcionamento, baseada em grandes centrais telefônicas interligadas entre si.
Essa rede funciona com a comutação de circuitos, que estabelece um caminho físico
entre a origem e o destino enquanto a ligação estiver em andamento, trazendo alta
qualidade de serviço na transmissão de voz.

3. Estrutura
O sistema telefônico tradicional é formado por três componentes principais:

• Loops locais: São conexões de fios entre o telefone do usuário e a estação final. Se
o telefone da origem da ligação se conectar a um telefone de destino que pertence à
mesma estação final, a comutação será feita entre os dois loops locais. Se o telefone
de destino estiver em outra estação final, é necessária a chamada interurbana. Pois
cada estação final contém linhas de saída para outras estações finais, possibilitando
a comunicação.
• Troncos de conexão: Conectam as estações de comutação, como as estações
interurbanas. Nesse caso, os troncos passam a ser chamados de troncos interurbanos
de alta largura de banda, pois o caminho é estabelecido num ponto mais alto da
hierarquia de infraestrutura do sistema telefônico.
• Estações de comutação: É nelas que as chamadas são transferidas de um tronco
para o outro.

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Figura 1: Estrutura do Sistema Telefônico Tradicional (ISDN).

Há diversos outros detalhes em relação ao loop local, aos troncos e as estações de


comutação, como por exemplo, o sistema telefônico pode ser classificado em planta interna e
externa, porém esses detalhes não serão discutidos.

Uma característica mais importante a ser descrita sobre o sistema telefônico tradicional é que
ele inicialmente era totalmente analógico, com o sinal de voz sendo transmitido como uma
voltagem elétrica da origem ao destino. Devido a isso, a comunicação telefônica sofria com
as variações de tensão e das correntes elétricas, prejudicando a qualidade do áudio, com a
instabilidade do volume, ocorrência de eco, estática e até mesmo a queda da chamada.

Atualmente, os troncos são de fibra óptica e os equipamentos de comutação (switches) são


digitais, somente o loop local continua ainda analógico, com cabos de pares trançados. Essa
digitalização já presente nos sistemas telefônicos começou a motivar a ideia da convergência
com os sistemas computacionais.

Esses sistemas presentes nas centrais telefônicas proporcionam diversas vantagens de


operação, manutenção e provisão de serviços. Um exemplo é a configuração, que pode ser
realizada remotamente de modo flexível, por meio de ferramentas de software.

A digitalização no sistema telefônico tradicional também proporcionou a conversão dos sinais


analógicos em digitais entre as estações de comutação através da codificação Pulse Code
Modulation (PCM). A codificação PCM regenera os sinais analógicos com processos de
amostragem e quantização da amplitude dos mesmos em um determinado período de tempo,
transformando-os em 0's (zeros) e 1's (uns), para então transmiti-los. Para que tudo isso
ocorra, a PCM baseia-se em um código de 8bits, que é registrado 8000 vezes por segundo,
resultando em um circuito de 64 Kbit/s. A importância da PCM no sistema telefônico é
justificada devido a sua possibilidade de melhorar a qualidade da comunicação a longas
distâncias. Quando o sistema era totalmente analógico, ele funcionava bem somente em
curtas distâncias, mas com a presença da codificação PCM, que digitaliza o sinal analógico

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para digital, o sistema telefônico pode então se expandir com mais eficiência na sua
transmissão.

Atualmente existem dois tipos de codificação PCM, a que é utilizada nos Estados Unidos e no
Japão, chamada de G.711u ou µ-law, e no resto do mundo é do tipo G.711a, ou a-law. A
diferença entre elas é mínima, a salvo que a G.711u possui uma pequena vantagem em
relação ao desempenho da sinalização de ruídos de baixo nível.

Portanto a maior parte da infraestrutura do sistema telefônico atual pode suportar a tecnologia
de transporte de dados digitais, pois além de realizar a comutação de circuitos, ela também
pode realizar a comutação de pacotes, resultando no serviço de Internet de banda larga, e
consequentemente na Voz sobre IP.

4. Softswitch
Um softswitch é um tipo de arquitetura computacional que executa um software
especializado, transformando-se em comutador telefônico inteligente. O softswitch é uma
tendência bem atual no desenvolvimento da tecnologia de comutação de circuitos.

Além de manipular funções de canais de dados tradicionais, um softswitch pode converter um


fluxo de bits de voz digitalizada em pacotes, possibilitando a Voz sobre IP. Ele também faz o
mapeamento entre os endereços da origem o do destino da comunicação por meio de um
banco dados com estes endereços. O softswitch pode saber onde um terminal de destino
está, pelo seu número de telefone associado, e seu endereço IP atual.

Assim o softswitch é metade computador, trabalhando com a comutação de pacotes, e metade


comutador telefônico, realizando a comutação de circuitos. O softswitch realiza a
interoperabilidade entre a Internet e a rede de telefonia tradicional, podendo ser chamado
também de gateway.

A comutação física do softswitch é realizada pelo gateway de mídia, que faz a conversão dos
dados entre as duas redes. Já a lógica de processamento, responsável pela comutação de
pacotes, reside no controlador de gateway de mídia, que gerencia as chamadas telefônicas.
O gateway de mídia e o controlador podem ser equipamentos distintos, até de diferentes
fornecedores, ou num mesmo equipamento, formando a arquitetura do softswitch.

Portanto, a comutação de circuitos está para a rede de telefonia tradicional assim como a
comutação de pacotes está para a Voz sobre IP, que pode se utilizar da Internet (uma rede
de computadores baseada em IP). E o softswitch é o equipamento chave para realizar a
comunicação entre essas redes.

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5. Funcionamento
Na efetuação de uma ligação telefônica utilizando VoIP, há a conversão do sinal analógico de
voz para dados, essa conversão é necessária, pois os dados são sinais digitais que trafegam
numa rede IP. As redes locais e remotas de computadores são redes IP, um ótimo exemplo é
a própria Internet. E quando a informação é entregue ao destino, o sinal digital é novamente
convertido em sinal analógico para que possa ser compreendido. Portanto a ideia básica é
estabelecer uma comunicação entre origem e destino através de uma rede IP, e trocar pacotes
de dados em tempo real com a informação de áudio (voz), de forma bidirecional.

O processo anteriormente descrito está bem simplificado, ocultando vários detalhes e


características da VoIP.

Figura 2: Arquitetura típica de rede com VoIP.

Para entender melhor como tudo funciona, é necessário conhecer alguns equipamentos que
possibilitam o processo:

• Gateway: Equipamento que conecta a Internet (uma rede IP), a rede de telefonia
tradicional. Ele é ao mesmo tempo de mídia e de sinalização, ou seja, um conversor
que realiza operações de repasse de fluxo de voz entre as duas redes e também faz
o tratamento das solicitações de estabelecimento de chamadas telefônicas. O gateway
trabalha com os protocolos VoIP no lado da rede IP, e com os protocolos da telefonia
tradicional, no lado telefônico. Também pode ser chamado de softswitch no âmbito
VoIP.
• Gatekeeper: Gerencia os demais equipamentos envolvidos na comunicação VoIP. Um
gatekeeper controla de forma centralizada o sistema com Voz sobre IP, pois os
equipamentos se registram nele, para que ele admita e gerencie a largura de banda
solicitada para uma chamada telefônica.
• Terminais: São os equipamentos de comunicação, como telefones comuns, telefones
IP, e os próprios computadores, configurados com software (softphone) específico
para a VoIP.

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• Zona: Conjunto dos terminais controlados pelo gatekeeper, zona esta que pode ser
uma rede local (LAN).

6. Cenários Simplificados de Comunicação em VoIP


Há diversos cenários de comunicação em que a tecnologia VoIP pode ser aplicada, a seguir
são apresentados alguns deles. Um detalhe importante a ser mencionado, é que em todos os
cenários há a presença de uma rede IP, tipo de rede essencial para VoIP.

6.1. Entre dois computadores


Os computadores precisam estar equipados de kits multimídia, com fones de ouvido ou caixas
de som e microfones, além da conexão de velocidade razoável com a Internet. Mas o mais
importante nesse tipo de comunicação é a instalação nos computadores do softphone,
programa que possibilita as ligações em VoIP, pois o softphone já tem implementado todas
as funcionalidades e protocolos necessários. Portanto, um computador com o softphone e kit
multimídia, assume o papel de um telefone, que se comunica com outro computador também
equipado pela Internet. Sem dúvida, a comunicação entre computadores com a tecnologia
VoIP é a mais simples de ser implementada e utilizada, sendo difundida principalmente entre
usuários domésticos.

Figura 3: VoIP entre dois computadores.

Os computadores também podem se comunicar com VoIP numa rede local, pois ela também
é uma rede IP.

6.2. Entre dois telefones IP


Os telefones IP foram desenvolvidos exclusivamente para a comunicação em VoIP. Eles têm
conectores RJ-45 e software apropriado para a tecnologia. Também pode ser preciso a
contratação da empresa provedora do serviço VoIP, que se encarregará dos procedimentos
mais específicos para estabelecer a comunicação. Basta conectar os telefones IP a Internet
para fazer e receber ligações em VoIP.

Para iniciar a ligação telefônica, o telefone IP é tirado do gancho, e digita-se o número de


destino. Esse número é armazenado pela aplicação da sessão. O gateway compara o

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número, para realizar um mapeamento de endereço IP. A aplicação de sessão executa o


procedimento de estabelecer o canal de transmissão e recepção através da Internet. Quando
o telefone IP de destino é atendido, inicia-se a comunicação, que pode ser encerrada por
ambas as partes. A utilização dos telefones IP é igual a dos telefones comuns. No entanto,
esses telefones são sofisticados o suficiente para a transmissão de voz em tempo real com
qualidade que muitas vezes supera a telefonia tradicional.

Os telefones IP normalmente se encontram no ambiente corporativo, conectados a uma LAN,


que também é uma rede IP como a Internet.

Figura 4: VoIP entre dois telefones IP.

6.3. Entre computador e telefone comum

Figura 5: VoIP entre computador e telefone comum.

Neste cenário, um computador pessoal (PC), está conectado numa rede local (LAN) com um
gatekeeper, e tem o softphone para poder se comunicar com um telefone comum. Primeiro, o
PC descobre o gatekeeper na rede. O gatekeeper envia ao PC o seu endereço IP. O
computador se registra com o gatekeeper que por sua vez manda de volta uma mensagem
de gerenciamento. O PC, aceitando a mensagem, pede ao gatekeeper largura de banda, para
iniciar-se a configuração da chamada, com o estabelecimento de uma conexão.

Depois que a largura de banda é liberada ao computador, ele envia outra mensagem com o
número de telefone a ser chamado para o gatekeeper. O gatekeeper confirma a solicitação
da chamada e encaminha a informação para o gateway. O gateway é metade computador,
metade comutador de telefonia, portanto, ele faz a chamada telefônica para o telefone comum.
O telefone toca, e o PC recebe o sinal de que ele está tocando. Quando o telefone é atendido,
é enviada uma mensagem ao computador indicando que houve a conexão.

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Depois disso, o gatekeeper pode aceitar outras requisições de ligação de outros PCs na rede.
Mas ainda há uma série de parâmetros de chamadas a serem negociados antes que a
transmissão de voz realmente ocorra. Após a conclusão de todas as negociações, os dados
de voz começam realmente a fluir dentro dos pacotes de um lado para o outro permitindo
assim a comunicação.

Quando uma das partes desliga o telefone, a conexão é desfeita e o PC sinaliza ao gatekeeper
a liberação da largura de banda usada, podendo efetuar outra chamada.

Um computador doméstico também pode realizar uma ligação telefônica para um telefone
comum através da Internet, onde os equipamentos gatekeeper e gateway permanecem na
empresa provedora de serviços VoIP, que é contratada pelo usuário.

6.4. Entre dois telefones comuns


Para que dois telefones comuns (analógicos) possam se comunicar com a tecnologia VoIP, é
necessário que os dois sejam conectados a Adaptadores Telefônicos Analógicos (ATA's), que
por sua vez são conectados à Internet. A utilização de um telefone comum junto ao ATA não
difere na sua usabilidade, a diferença ocorre na transmissão da voz, que em vez de trafegar
pela rede de telefonia, trafega pela Internet.

Figura 6: VoIP entre dois telefones comuns.

Ao tirar o telefone do gancho, o ATA já emite o sinal de discagem, afirmando que a conexão
com a Internet está ativa. Quando o número do telefone é discado, o ATA converte os tons
em dados digitais e os armazena temporariamente.

Os dados do número solicitado são enviados a empresa provedora do serviço VoIP


(contratada anteriormente), e são verificados se estão num formato válido.

O gateway, também chamado de softswitch (que está na empresa provedora do serviço VoIP),
mapeia o número telefônico e depois o traduz para um endereço IP, conectando os dois
terminais para a chamada. No outro lado da linha um sinal é enviado para o ATA de destino
para que o telefone comece a tocar.

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O destino atende a ligação e a comunicação se inicia, a informação de voz é transmitida em


pacotes de dados pela Internet, e quando chega ao ATA de destino há a conversão dos sinais
digitais para analógicos.

Quando a ligação é encerrada, o ATA indica ao softswitch que terminou e a sessão então
termina.

7. Telefonia IP
Comumente considera-se VoIP e telefonia IP o mesmo assunto, porém há diferenças entre
os dois termos. A voz sobre IP, é uma tecnologia que consiste no uso da rede de
computadores que utiliza o protocolo IP para a transmissão de sinais de voz em tempo real
na forma de pacotes de dados, a rede pode ser pública, como a Internet, ou privada, como
uma rede local.

A telefonia IP usa a tecnologia VoIP. Ela tem como objetivo fornecer funcionalidades e
qualidade iguais as da telefonia tradicional. Além de digitalizar e transportar voz, a telefonia
IP permite outros tipos de serviços comuns aos da telefonia, como transferir chamadas,
chamadas em espera, implementação de ramais, etc.

O fato mais interessante é que a telefonia IP consegue essa eficiência sem necessitar de
centrais telefônicas e ainda pode apresentar uma integração com outros serviços de dados.

A telefonia IP pode ser vista como uma plataforma de integração de serviços, que pode se
tornar a próxima geração das redes de telecomunicações.

Devido a esta estreita relação entre VoIP e telefonia IP, sendo mencionadas juntamente todo
o tempo, é plausível o fato da consideração que os dois termos tratem do mesmo assunto e
sejam encarados como equivalentes. Equivalência ao ponto da junção destes termos em um
só: Telefonia VoIP. Porém devido também as diferenças, VoIP e telefonia IP devem ser
mencionadas dentro de seus respectivos escopos.

O que é perceptível e comum aos dois termos, seja utilizando VoIP ou telefonia IP, é que seja
necessária a comunicação não apenas no nível de usuários com as ligações telefônicas, mas
entre os terminais da rede com VoIP. Como foi citado, há a troca de informações
computacionais do computador entre o gatekeeper, entre o gatekeeper e o gateway, entre os
telefones IP, e os ATA's. Essa comunicação no nível computacional entre os terminais é
realizada pelos protocolos.

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8. Protocolos
Os protocolos são responsáveis pela comunicação entre os equipamentos utilizados na
tecnologia VoIP, essa comunicação é estabelecida no nível computacional, para resultar na
comunicação no nível de usuário, ou seja, nas ligações telefônicas.

Há basicamente dois processos simultâneos que ocorrem numa comunicação em VoIP:

• Sinalização e controle de chamadas telefônicas: estabelecimento,


acompanhamento e finalização.
• Processamento da informação a ser enviada e recebida: controle e transporte da
mídia (voz e/ou vídeo).

Para que a tecnologia VoIP alcance o seu pleno funcionamento possibilitando a comunicação
entre os diversos terminais, esses processos precisam ser realizados. E para que eles sejam
realizados, os protocolos de VoIP são implementados cada qual com sua função específica
nos processos correspondentes.

O principal protocolo utilizado para transporte dos datagramas é o UDP (User Datagram
Protocol). Uma aplicação VoIP gera um volume de dados e é sensível ao atraso que afeta a
qualidade de serviço (QoS). Apesar de ser um protocolo de transporte confiável, o protocolo
de controle de transporte TCP (Transmission Control Protocol) não suporta transmissão de
voz em tempo real porque ele recupera os dados perdidos por retransmissão, assim o
fornecimento dos dados, deve esperar por todas as retransmissões, gerando grandes atrasos.
Já o protocolo UDP não tem esse problema, mas tem a desvantagem de ser não confiável.
Como o atraso tem que ser evitado em aplicações de voz, pode-se concluir que o UDP é a
melhor escolha dentre os protocolos de transporte.

Alguns dos principais protocolos utilizados para sinalização de chamadas são:

• SIP (Session Initiation Protocol);


• H.323;
• MGCP (Media Gateway Control Protocol);
• H.248/MEGACO (MEdia GAteway COntrol);
• Jingle;
• IAX-2 (Inter Asterisk eXchange).

Alguns dos principais protocolos utilizados no transporte de mídia:

• RTP (Real-time Transport Protocol);


• RTCP (Real-time Transport Control Protocol).

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8.1. H.323
H.323 é uma recomendação criada pela ITU para o estabelecimento, controle e término das
chamadas, ou seja, é uma recomendação que especifica os protocolos de sinalização e
controle das ligações. Ela é mais antiga e complexa, atualmente está sendo menos usada nos
sistemas VoIP. Ela tem como características:

• Suporte a conferência ponto a ponto e multiponto: estabelecimento da chamada


entre dois ou mais usuários.
• Heterogeneidade: o equipamento com H.323 obrigatoriamente deve dar suporte a
comunicação de áudio. Vídeo e dados são opcionais, porém aplicáveis.
• Suporte a contabilidade e gerência: prevê a contabilidade para a tarifa dos serviços
e bloqueio de chamadas.
• Segurança: autenticação dos usuários.
• Serviços suplementares: transferência e redirecionamento de chamadas.

A recomendação contém um conjunto amplo de protocolos.

Figura 7: Alguns protocolos da recomendação H.323.

A pilha H.323 se firma no protocolo de rede IP e nos protocolos de transporte TCP e UDP.

Os demais protocolos mostrados na figura 9 são:

• H.245: negocia aspectos de conexão, como taxa de bits e algoritmos de compactação


de voz (codecs).
• H.225 (RAS): se comunica com o gatekeeper, sendo responsável pelo registro,
admissão e status dos equipamentos de rede. As mensagens RAS podem ser
trocadas entre os gatekeepers e os terminais, gateways e MCU. A troca de mensagens
RAS também ocorre entre gatekeeper de zonas distintas.

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• H.225 (Q.931): estabelece e encerra conexões, fornece tons de discagem e gera sons
de chamada.
• H.235: estabelece autenticação e segurança para os terminais VoIP.
• H.450: estabelece transferência e redirecionamento de chamadas, atendimento
simultâneo, chamada em espera, identificação de chamadas entre outros.

A recomendação H.323 tem outros protocolos, cada qual com seu uso específico:

Uso Protocolos
Vídeo (codecs) H.261; H.263; G.711; G.722; G.723.1; G.726; G.728; G.729
Áudio (codecs) G.711; G.722; G.723; G.726; G.728; G.729
Dados T.120; T.122; T.124; T.125; T.126; T.127
Controle H.225; H.235; H.245; H.246; H.248; H.450
Transporte RTP; RTCP
Tabela 1: Mais protocolos da H.323.

Como observado na tabela 1, a H.323 pode ser utilizada em diversas aplicações baseadas
em VoIP, como vídeo, áudio e dados multimídia.

Como exemplo de uso, considera-se um computador em uma LAN com um gatekeeper que
pretende se comunicar com um telefone comum, através da pilha H.323. O computador envia
um pacote UDP de difusão para descobrir o gatekeeper na rede. Depois de descoberto o
gatekeeper, o computador envia uma mensagem RAS do protocolo H.225 solicitando largura
de banda. Sendo a largura de banda liberada, inicia-se o estabelecimento da ligação
telefônica com uma mensagem SETUP de Q.931 do H.225 com o número do telefone do
destino. O gatekeeper responde com CALL PROCEEDING confirmando a solicitação e
encaminhando a mensagem SETUP ao gateway.

O gateway, por sua vez, entra em contato com o telefone comum e envia de volta uma
mensagem ALERT de Q.931 informando ao computador que a chamada teve início. Quando
o telefone é atendido, é enviada outra mensagem chamada CONNECT de Q.931, indicando
ao computador que houve a conexão.

O protocolo H.245 é usado para negociar os parâmetros da chamada, como a manipulação


de vídeo, chamadas de conferência, codecs aceitos etc. Dependendo da negociação os
protocolos de vídeo, dados e áudio são usados. Mas como o terminal de destino é um telefone
comum, a negociação é relacionada ao áudio. Depois da negociação, é atribuído a cada parte
um codec e outros parâmetros. Só a partir disso que o fluxo de dados (voz digitalizada)
começa com o protocolo RTP, que por sua vez é gerenciado pelo RTCP para controlar
possíveis congestionamentos.

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Quando a ligação termina, o computador manda uma mensagem RAS para o gatekeeper
liberando a largura de banda que recebeu para uso.

Além dos terminais IP, gateways e gatekeepers, a recomendação H.323 tem um componente
opcional chamado Multipoint Controller Unit (MCU), que permite videoconferências entre três
ou mais terminais. Um MCU se compõe de um controlador multiponto (MC), e um processador
multiponto (MP). O MC centraliza as chamadas multipontos para a negociação de parâmetros
entre os participantes da videoconferência, e o MP se responsabiliza pelo fluxo de áudio,
vídeo e dados, utilizando-se dos protocolos RTP e RTCP. O componente MCU pode residir
nos gateways e gatekeepers, não sendo necessariamente um equipamento físico distinto.

8.2. SIP
O SIP (Session Initiation Protocol) foi padronizado pela IETF e é descrito na RFC (Request
for Comments) 3261. O SIP é um módulo projetado para interoperar bem com aplicações da
Internet já existentes para a utilização da tecnologia VoIP.

Com o SIP é possível efetuar chamadas entre computadores, entre telefones IP, e de um
computador para um telefone comum, havendo o gateway apropriado entre a Internet e o
sistema de telefonia tradicional neste último caso.

Uma rede com arquitetura SIP contém os principais componentes:

• Cliente
o Agente do usuário: emite e recebe solicitações do protocolo. O agente do
usuário se compõe de duas partes: a que emite as solicitações é o User Agent
Client (UAC), e a parte que recebe as solicitações é o User Agent Server
(UAS). O agente do usuário reside nos terminais de origem e destino, como os
telefones IP, softphone e ATA's.
• Servidores
o Servidor de redirecionamento: fornece a resolução de nome e a localização
do terminal de destino para o terminal de origem a fim de que eles entrem em
contato diretamente. Portanto o servidor de redirecionamento realiza o
mapeamento de endereços.
o Servidor proxy SIP: faz o roteamento para outra entidade mais próxima do
destino. O proxy também desempenha a função de impor políticas de uso,
como autorizações de acesso.
o Registrador: servidor que aceita solicitações REGISTER, retendo informações
e endereços SIP e IP do dispositivo que se registrou. Assim ele armazena a

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informação de onde um destino pode ser encontrado. O trabalho de registrador


é em conjunto com o servidor de redirecionamento e o servidor proxy.
o Serviço de localização: usado pelos servidores de redirecionamento e proxy
para obter as localizações dos terminais. Para essa obtenção, o serviço
mantém um banco de dados de mapeamento dos endereços SIP e IP.

Figura 8: Agentes de usuário e servidores SIP.

Os servidores são definidos na RFC 3261 como dispositivos lógicos. Portanto podem ser
implementados separadamente, configurados na Internet, ou combinados numa única
aplicação residindo num único servidor físico.

O SIP define os números telefônicos como URL's (Uniform Resource Locators). Por exemplo,
um número de telefone no SIP pode ser sip:usuario@fantasia.com.br, semelhante a um
endereço de e-mail. Mas os endereços SIP também podem ser endereços IP ou os números
dos telefones propriamente ditos.

Esse protocolo permite que a comunicação tenha além de áudio, também vídeo e dados,
podendo ser utilizado em videoconferência. O SIP incorpora o uso do protocolo SDP (Session
Description Protocol) que justamente define o conteúdo desta comunicação.

O SIP somente configura, gerencia e encerra as chamadas, ele é um protocolo de sessão.


Outros protocolos são encarregados pelo transporte de dados, normalmente o protocolo UDP,
por motivos de desempenho. Assim o SIP fornece seus próprios mecanismos de
confiabilidade, mas o TCP também pode ser usado. O protocolo RTP se encarrega pelo
tráfego em tempo real da informação, muito importante na comunicação de voz, e
consequentemente em conjunto com o RTP, também há o RTCP, que controla os fluxos de
dados em tempo real.

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Figura 9: Posição do SIP na pilha de protocolos.

O protocolo é modelado com base no HTTP (HyperText Transfer Protocol), com transações
de solicitações e respostas. O SIP usa a maior parte dos cabeçalhos, códigos de
status e regras de codificação do HTTP. Há seis métodos que o SIP usa nos
cabeçalhos de suas mensagens:

• INVITE: solicita o início da sessão (comunicação).


• ACK: confirma que a sessão foi iniciada.
• OPTIONS: consulta os recursos do destino.
• REGISTER: informa a localização atual do destino.
• CANCEL: cancela uma solicitação pendente.
• BYE: termina a sessão entre os dois agentes SIP.

Para estabelecer uma sessão com SIP, o agente de origem envia uma mensagem com o
método INVITE como convite ao agente de destino. Se o agente de destino aceitar a ligação,
ele responderá com um código de resposta 200, que por sua vez será confirmado pela origem
com uma mensagem de método ACK. Depois disso os dois podem trocar dados de voz pelo
protocolo RTP.

O método OPTIONS consulta o agente de destino sobre os seus recursos, para descobrir se
ele é capaz de se comunicar em VoIP. Assim o método OPTIONS não estabelece a chamada,
somente realiza essa verificação.

O método REGISTER notifica uma configuração SIP de seu endereço IP atual e as URL's que
o agente gostaria de receber chamadas. Com esse método é possível controlar a localização
de cada usuário com uma operação de redirecionamento se o usuário estiver em outro lugar.
O método REGISTER é manipulado pelo servidor registrador para esse controle.

O método CANCEL cancela uma solicitação pendente, mas não cancela uma chamada
completada. E o método BYE termina a comunicação entre os dois agentes SIP.

O SIP tem dois modos de comunicação baseados em sua arquitetura, a comunicação ponto
a ponto, e a comunicação via servidor proxy. Na comunicação ponto a ponto, um agente do
usuário SIP troca mensagens de solicitação e reposta com outro agente de usuário sem a

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presença de nenhum servidor. Devido a essa simplicidade, não há suporte de diversos


recursos e serviços, como de localização, por exemplo. Na comunicação via proxy, o agente
do usuário envia sua solicitação ao servidor proxy, que encaminha as mensagens
adequadamente a fim de controlar a entrada e a saída das mesmas no sistema. O servidor
proxy como já citado anteriormente, pode se encontrar integrado aos servidores de
redirecionamento e registrador, que também realizam as suas respectivas funções.

Mais uma característica a ser descrita do SIP é a implementação da segurança. Mensagens


SIP podem ser transportadas pelo protocolo Transport Layer Security (TLS) das quais os
endereços SIP se iniciarão com "sips:".

O SIP for Telephones (SIP-T), define uma arquitetura para integrar a sinalização das ligações
telefônicas da rede de telefonia tradicional com as técnicas de encapsulamento e tradução
das mensagens SIP. Assim as chamadas podem se originar na rede de telefonia tradicional,
atravessar um gateway e alcançar um telefone IP que suporta SIP, por exemplo. O inverso
também pode ocorrer, o telefone IP se comunica através do gateway com a rede de telefonia.
Dessa forma, as ligações se originam e se destinam na rede de telefonia, porém atravessam
uma rede baseada em SIP pelo caminho.

8.2.1. Comparação entre H.323 e SIP

A recomendação H.323e o SIP têm em comum a possibilidade de chamada entre dois ou


vários participantes, com terminais independentes de serem computadores ou telefones.

Ambos também negociam parâmetros, têm recursos de segurança e utilizam o protocolo RTP
para transportar o fluxo de dados.

Apesar dessas semelhanças, eles se diferem em vários aspectos. A recomendação H.323 é


típica da indústria de telefonia tradicional, com a definição de protocolos específicos, trazendo
a ele a dificuldade de se adaptar a aplicações futuras. Por outro lado, o SIP é típico da Internet,
por ser um módulo que interopera bem com os outros protocolos da rede mundial, trazendo a
ele maior flexibilidade e melhor adaptação a novas aplicações.

Característica H.323 SIP


Projetado por ITU IETF
Compatível com a telefonia Grande Maior
tradicional
Compatível com a Internet Não Sim
Arquitetura Monolítica Modular
Negociação de parâmetros Sim Sim
Transporte de informação RTP/RTCP RTP/RTCP

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Endereçamento Número de host ou URL


telefone
Segurança com criptografia Sim Sim
Implementação Grande e complexa Moderada
Tamanho do documento de 1.400 páginas 269 páginas
padrões
Estado atual Tornando-se menos Tornando-se mais
utilizado em VoIP, mas utilizado em VoIP, em
ainda disponível. expansão.
Tabela 2: Comparação entre H.323 e SIP.

8.2.2. Interoperabilidade de H.323 e SIP

Para a interoperabilidade de comunicação entre agentes SIP e terminais H.323, é necessário


um conversor de protocolos: o SIP-H.323 InterWorking Function (IWF). O IWF pode se integrar
a um gatekeeper H.323 ou a um servidor SIP. Ele faz a intermediação para que os dois
protocolos se comuniquem.

Figura 10: Interoperabilidade entre H.323 e SIP.

As funcionalidades de um IWF são:

• Mapear sequências de estabelecimentos e encerramento de chamadas.


• Registrar os terminais SIP e H.323 com os servidores registradores SIP e os
gatekeepers.
• Realizar a resolução de endereços SIP e H.323.
• Negociar a capacidade dos terminais e agentes.
• Abrir e fechar os canais de mídia.
• Mapear os codecs de mídia para as redes SIP e H.323.
• Reservar e liberar recursos relacionados à chamada.
• Processar as mensagens de sinalização da chamada.
• Tratar serviços e facilidades adicionais.

O IWF trata somente da conversão das mensagens entre os protocolos nos processos de
sinalização da chamada telefônica. Em relação ao nível do fluxo de dados, como ambos SIP

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e H.323 utilizam o RTP, os pacotes de voz são trocados diretamente entre os terminais e
agentes, o IWF pode até encaminhar os pacotes, mas sem modificá-los.

8.3. Codecs
Os codecs são necessários na tecnologia VoIP para codificação e decodificação dos dados
analógicos (voz humana) em digitais (bits) para que a comunicação ocorra na rede IP. Eles
são protocolos extras que adicionam funcionalidades e maior qualidade na comunicação.

Além da conversão, os codecs também realizam a compressão dos sinais de voz. De acordo
com o nível de compressão, atinge-se um equilíbrio entre largura de banda e qualidade de
voz para o sistema VoIP. Os equipamentos suportam sempre mais de um codec, para que
haja a negociação de qual será utilizado na comunicação.

Os codecs podem ser classificados como codificadores de forma de onda, dos quais codificam
o sinal apenas baseando-se na sua forma de onda, desprezando outras características. É o
que ocorre com o codec G.711, que tem a qualidade muito boa, mas uma taxa de transmissão
muito alta. Já o codec G.729, pode ser considerado um codificador de fonte ou paramétrico,
que codifica o sinal apenas na fonte como foi gerado, a qualidade é boa (não tão quanto o
G.711), mas a taxa de transmissão é baixa.

Os codecs de áudio fazem a conversão por amostragem do sinal de áudio milhares de vezes
por segundo. Por exemplo, o codec G.711 tira amostras do áudio 64 mil vezes por segundo.
Ele converte os dados digitalizados e comprime para transmissão. Quando as 64 mil amostras
são reunidas, partes do áudio são perdidas entre cada tomada de amostra, mas elas são tão
pequenas que, ao ouvido humano, soam como um segundo contínuo de áudio digital.

O codec G.729 tem a velocidade de amostragem de 8 mil vezes por segundo e é o mais usado
em VoIP. Apesar do codec G.711 oferecer ótima qualidade de voz, o G.729, provê um
equilíbrio entre a qualidade (que é considerada boa) e a eficiência da largura de banda.

As principais características dos codecs são:

• Taxa de transmissão em Kbit/s: quantidade de informação em bits por segundo que


precisam ser transmitidos para entregar um pacote de voz.
• Intervalo de amostra: o tempo de amostragem em que o codec opera. Por exemplo,
o codec G.729 tem um intervalo de amostra de 10 ms.
• Tamanho da amostra: os bytes capturados em cada intervalo de amostra. No caso
do G.729, o tamanho da amostra é de 10 bytes (80 bits), pois tem um intervalo de 10
ms, sendo a taxa de 8 Kbit/s.

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• Tamanho do payload de voz: a carga útil de voz realmente transportada em um


pacote IP. O tamanho do payload influencia na ocupação da largura de banda.

Na tabela 1 há uma listagem dos codecs de áudio que podem ser utilizados em VoIP. Apesar
da tabela especificar os codecs de áudio como parte da recomendação H.323, eles não são
exclusivos desta pilha de protocolos. O protocolo SIP, também pode utilizar os mesmos
codecs.

Os codecs operam usando algoritmos avançados que ajudam a amostrar, selecionar,


comprimir e montar os pacotes de dados de áudio. O algoritmo CS-ACELP é um dos
algoritmos mais predominantes em VoIP. Ele ajuda a organizar e aperfeiçoar a largura de
banda disponível e é utilizado pelo codec G.729. Há também os codecs de vídeo, como H.261
e H.263.

É possível entre os equipamentos ocorrer o processo de transcodificação, que converte um


codec em outro, como o G.729 para o G.711. Mas isso pode prejudicar a qualidade do áudio
da ligação telefônica. O ideal é que os equipamentos possuem os mesmos codecs, para não
utilizarem a transcodificação.

8.4. RTP e RTCP


O protocolo RTP (Realtime Transport Protocol) é responsável pelo fluxo de voz já convertida
em dados na tecnologia VoIP. A voz precisa ser transmitida em tempo real e é o protocolo
RTP que possibilita essa transmissão. Ele é utilizado tanto na pilha de protocolos H.323 como
com o SIP. Já o protocolo RTCP (Realtime Transport Control Protocol) monitora a entrega
dos dados, além de ter funções de controle e identificação.

8.5. IAX
O RTP tem uma limitação de funcionalidade quando uma rede IP tem um sistema de NAT
(Network Address Translation). O RTP do terminal de origem escolhe dinamicamente uma
porta para a transferência de dados da qual é armazenada na tabela NAT. Porém quando o
terminal de destino tenta se comunicar, ele pode passar pelo problema da porta utilizada na
transmissão não estar mais na tabela NAT. Isso impossibilita um PABX IP de se comunicar
com uma rede IP externa que tenha o sistema de NAT. Daí surgiu o protocolo IAX (Inter
Asterisk eXchange), para resolver este problema.

O protocolo IAX tem como propósito definir um modelo de comunicação entre servidores
Asterisk, (para PABX IP), com recursos de multiplexação de dados de mídia e sinalização
através do mesmo canal, evitando os problemas relacionados a NAT. Ele também proporciona
a simplificação das configurações de firewall. O IAX é um protocolo de aplicação e ele utiliza

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a porta 4569 sobre o protocolo UDP. Ele é também um protocolo aberto, onde atualmente há
a expectativa de que seja padronizado pela IETF.

Esse protocolo se divide em cliente e servidor. A troca de mensagens é em formato binário.


As mensagens são classificadas como frames. Ele se utiliza dos chamados full frames, para
transmissão de dados de sinalização, ou seja, a chamada telefônica é estabelecida,
monitorada e encerrada com a troca de full frames, que são enviados de tempos em tempos.
Já os chamados mini frames, são responsáveis pela transmissão dos dados de mídia (voz).

O tráfego de informação do protocolo IAX também pode ser feito em modo trunk, de tal
maneira que várias chamadas podem ser agrupadas em um único conjunto de pacotes, com
um único cabeçalho IP, economizando os recursos de rede, diminuindo o atraso dos pacotes
de voz.

Atualmente o protocolo se encontra em sua versão dois: IAX2. Ele não é somente utilizado
em servidores Asterisk, mas também pode ser encontrado em softphones, ATA's e gateways.

8.6. Softswitch (protocolos de gateway)


O equipamento de gateway, ou softswitch, também tem a necessidade da utilização de
protocolos, para o controle das ligações telefônicas por ele gerenciadas na tecnologia VoIP.
Assim como os protocolos SIP e a recomendação H.323, os protocolos de gateway são
usados para o processo de sinalização das chamadas. São descritos, portanto, os protocolos
MGCP e MEGACO.

8.6.1. MGCP

O MGCP (Media Gateway Control Protocol) foi definido na RFC 2705 da IETF e é usado para
controlar as chamadas nos gateways do sistema VoIP. O MGCP implementa uma interface
de controle usando um conjunto de transações do tipo comando/resposta que criam,
controlam e auditam as chamadas. Estas mensagens usam como suporte os pacotes UDP
da rede IP, e são trocadas para o estabelecimento, acompanhamento e finalização das
ligações. O MGCP tem como finalidade principal a simplificação do uso da tecnologia VoIP,
eliminando a necessidade de terminais complexos para a telefonia IP.

8.6.2. H.248/MEGACO

O MEGACO (MEdia GAteway COntrol) realiza as mesmas funções do MGCP. Ele foi criado
com o esforço conjunto da IETF e ITU. Ele pode ser utilizado em um gateway com funções
implementadas em único equipamento ou em um gateway com funções que podem ser
distribuídas por vários equipamentos.

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O MEGACO também possui uma interface de sinalização para diversos sistemas de telefonia,
tanto fixa como móvel. Esse protocolo representa uma alternativa ao MGCP, pois enfoca
requisitos técnicos e recursos de conferência multimídia omitidos pelo seu antecessor. Ele
também controla melhor a execução ordenada de comandos por meio de transações, e define
modos de transporte específicos das mensagens sobre outros protocolos além do UDP, como
o SCTP (Stream Control Transmission Protocol), um protocolo de transporte mais recente,
por exemplo.

9. Aplicações VoIP no Ambiente Doméstico


Há alguns tipos de aplicações da tecnologia VoIP que se tornam presentes no ambiente
doméstico. O usuário pode realizar ligações telefônicas por meio de seu computador pessoal,
ou aplicar VoIP na comunicação de seu aparelho de telefone comum, através de ATA's.

9.1. VoIP entre computadores


Os computadores já se podem prover dos recursos disponíveis para a comunicação em VoIP.
Como citado anteriormente, a aplicação da VoIP em computadores é a mais simples e de fácil
utilização. O computador precisa de acessórios multimídia que já são largamente disponíveis
no mercado:

• um headset (fone de ouvido com microfone acoplado);


• uma webcam (para as imagens de vídeo).

Esses acessórios são conectados ao computador, geralmente na placa-mãe ou placa de som


dedicada (referindo-se ao headset).

O computador também precisa ter:

• conexão com a Internet de velocidade razoável;


• instalação do softphone.

O ideal é que a conexão com a Internet seja do tipo banda larga, com velocidade de no mínimo
40 Kbit/s, apesar do uso de Internet discada também possibilite a comunicação em VoIP.

9.1.1. Softphone

O softphone é o programa que contém as funcionalidades para a realização de ligações


telefônicas entre os computadores. Ele usa mecanismos que capturam e reproduzem o áudio,
de forma a transmitir e receber as amostras da voz digitalizada nos pacotes IP.

A maioria dos aplicativos desse tipo tem uma interface de uso bem intuitiva e simples, com
um teclado virtual, simulando o teclado de um aparelho de telefone. Eles também usam o
protocolo SIP por padrão, podendo ser configurados para lidar com NAT e firewalls.

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É possível realizar o download de diversos softphones gratuitos pela Internet. Mas há a


necessidade da utilização de uma provedora de serviços de VoIP, possibilitando assim a
ligação telefônica gratuita entre usuários da mesma provedora. Um detalhe interessante é que
o usuário pode se comunicar fazendo a ligação telefônica utilizando o softphone, e ao mesmo
tempo executar suas tarefas rotineiras no computador.

Alguns recursos adicionais que os softphones podem oferecer são:

• Incluir compressão de dados, cancelamento de eco e redução de ruídos;


• Suportar uma visualização de identificação da chamada;
• Oferecer recursos de viva-voz;
• Oferecer recursos de conferência;
• Suportar uma transmissão por vídeo;
• Incluir um catálogo de endereços para discagem rápida;
• Suportar transferência de ligações;
• Permitir gravação das ligações.

Ao instalar um softphone, são necessárias algumas configurações para que ele funcione
plenamente. Se o computador que receber a instalação do aplicativo estiver protegido por um
firewall, certas portas necessitam ser liberadas, como a porta 5060, por exemplo, assim como
indicar ao antivírus que a instalação não seja impedida.

Para utilizar o softphone, o usuário cadastra um username e senha para se comunicar com
outras pessoas. O username e senha são fornecidos pela provedora de serviços VoIP.

Alguns exemplos de softphones disponíveis são: 3CXPhone, EyeBeam, Pangolin, Bria 3.0,
Zoiper, InWise Softphone 2.0, Idefix, WengoPhone, Ekiga, Kphone, Linphone, etc.

Os softphones X-Lite, Express Talk e Adoresoftphone são outros exemplos.

Figura 11: Interface do Adoresoftphone.

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Com os softphones, também é possível realizar ligações do computador para um telefone


comum, com o pagamento de uma tarifa de baixo custo estipulada pela empresa provedora
do serviço de VoIP. Portanto um softphone simula as funcionalidades de um telefone no
computador.

9.1.2. Skype

Outro programa VoIP usado atualmente que permite a comunicação de voz na Internet com
chamadas telefônicas é o Skype.

O Skype foi criado por Niklas Zennström. O programa utiliza uma rede distribuída ponto a
ponto (P2P), que foi desenvolvida inicialmente para aplicações de compartilhamento de
arquivos, dividindo as atividades computacionais e as distribuindo aos computadores dos
usuários para fazer o processamento destas atividades.

Este programa é de aquisição gratuita, podendo ser adquirido pela Internet. E além de
estabelecer a comunicação por voz, ele também tem a função de mensageiro instantâneo.

Com o Skype, o usuário pode efetuar uma ligação telefônica para qualquer outro computador
do mundo que também tenha o Skype instalado, sem nenhum custo. A realização das ligações
do computador para o telefone fixo também é possível, sendo esses serviços chamados de
SkypeOut e SkypeIN. Nesses serviços há uma tarifa pela ligação, porém de baixíssimo custo.
Alguns dos recursos adicionais do aplicativo são ativados pela compra de créditos.

Dentre esses recursos que o Skype oferece estão:

• Identificação de chamada: quando uma ligação telefônica é feita pelo Skype, ela
pode ser identificada por telefones fixos ou celulares do destino;
• Envio de arquivos: o aplicativo permite a transferência de arquivos, independente do
tamanho;
• Encaminhamento de chamadas: as chamadas recebidas pelo Skype podem ser
encaminhadas para um telefone fixo ou celular;
• Transferência de chamadas: semelhante ao recurso de encaminhamento, as
chamadas que foram recebidas ou que ainda estão em andamento, podem ser
transferidas para telefone fixo ou celular;
• Correio de voz: gravação e encaminhamento de mensagens das ligações não
atendidas. A mensagem de voz pode ser convertida para mensagem de texto;
• Acesso remoto: a tela do computador de origem pode ser exibida para o computador
de destino ou vice-versa por meio do Skype;
• Conferência: comunicação telefônica com vários participantes;

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• Ligações telefônicas com vídeo e videoconferência: o aplicativo permite a


comunicação exibindo a imagem entre origem e destino com uso de uma webcam;
• Suporte a Wi-Fi: o aplicativo através de um notebook se conecta a hotsposts sendo o
acesso pago por minuto;
• Envio de SMS: o Skype permite o envio de mensagens de texto para celulares.

Este aplicativo não recebe intervenções de firewalls, por utilizar a porta 80, a mesma usada
por aplicações Web. Ele também contorna problemas de NAT, nem sempre superados por
outros softphones, e as chamadas são criptografadas, para garantir privacidade. O Skype
utiliza-se de protocolos e codecs proprietários, como o codec iLBC. O aplicativo também não
realiza chamadas de emergência.

Para a implementação do Skype, é feito primeiramente o download do softphone


gratuitamente pela Internet e posteriormente a sua instalação. Ao utilizar o programa pela
primeira vez, é necessária a configuração de um nome de usuário e senha, por exemplo:
apelido01, o nome de usuário é semelhante ao de um endereço de e-mail. Após isso o Skype
oferece opções de adição de outros usuários.

A interface é bem simples de usar, com a exibição de uma lista de outros usuários (amigos),
que estão conectados (on-line), ou não conectados (off-line). O programa também oferece o
armazenamento do histórico das chamadas feitas.

Para efetuar uma ligação, por exemplo, para outro usuário on-line, basta dar duplo-clique no
nome correspondente, o destino ouvirá o som de uma companhia simulando um telefone,
ligação esta que poderá ser aceita ou rejeitada, através da opção correta no aplicativo. Ao
atender a ligação, a comunicação por voz se inicia, podendo ser encerrada por ambas as
partes, com a opção "Desligar".

Figura 12: Interface do Skype.

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Devido a sua implementação proprietária, o Skype não utiliza os protocolos padronizados


H.323, SIP, RTP e codecs. Apesar de transportar voz sobre uma rede IP, como a Internet, ele
pode não ser considerado uma aplicação típica de VoIP. Ele pode ser classificado como uma
aplicação VoIP numa rede P2P, com funcionamento diferenciado em relação aos outros
softphones.

10. Aplicações VoIP no Ambiente Corporativo


A tecnologia VoIP é um grande atrativo para as empresas, devido à redução de custos em
ligações telefônicas e a convergência de dados e voz em uma única rede de comunicação.
Entre as aplicações para o ambiente corporativo estão os telefones IP, o PABX IP, que pode
ser implementado com o sistema Asterisk, e a wireless VoIP.

10.1. Telefone IP
O telefone IP é um aparelho criado para a telefonia IP, ele contém características exclusivas
para lidar com a tecnologia VoIP. Uma delas mais visíveis é a sua conexão RJ-45, diferente
do telefone comum, que contém a conexão RJ-11.

Esse tipo de telefone contém um sistema ativo que permite a conversação telefônica e acesso
as funcionalidades de um PABX IP. Ele também possui, de forma nativa os protocolos de
sinalização H.323 e/ou SIP, e RTP para a transmissão de voz. O telefone IP necessita do
endereço IP, que pode ser obtido pelo servidor com o protocolo DHCP (Dynamic Host
Configuration Protocol), possivelmente já existente na rede. O aparelho também recebe
suporte à segurança e os típicos codecs de voz. A implementação de qualidade de serviço,
(QoS), pode ser incluída num aparelho de telefone IP. Modelos mais sofisticados desse tipo
de telefone podem conter funcionalidades para a videoconferência.

Os telefones IP têm como outras características específicas a conexão direta a Internet,


identificador de chamadas, chamadas em espera, viva voz, configurações via browser, entre
outros.

Figura 13: Telefone IP Cisco SPA942 4-Line.

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O telefone IP se conecta diretamente a rede IP por meio de sua interface RJ-45, mas há
também o telefone Universal Serial Bus (USB).

O telefone USB é conectado ao computador, que terá um softphone instalado anteriormente


para que a ligação telefônica seja feita. Portanto o telefone USB só funciona enquanto o
computador estiver ligado, conectado à Internet e com o softphone em execução.

11. Exercícios de Fixação


1) Fale sobre as principais características da tecnologia VoIP.
2) O que é um softswitch? E um softphone?
3) Descreva o funcionamento de uma ligação telefônica utilizando VoIP.
4) Como se dá a implementação de VoIP para que telefones comuns possam se comunicar?
5) Sobre os protocolos utilizados em VoIP, comente sobre o H.323 e o SIP.
6) Qual a função dos protocolos RTP e RTCP?

12. Referências
• VoIP
o http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialvoipconv/default.asp
o http://www.clubedohardware.com.br/artigos/saiba-mais-sobre-voip/99
o http://pt.wikipedia.org/wiki/Voz_sobre_IP
o http://tecnologia.hsw.uol.com.br/voip.htm

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