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O MAPA COMO FERRAMENTA CARTOGRAFICA MEDIADORA

DO ENSINO DE GEOGRAFIA

Autores: Edson Viana de Sousa1


Maria Géssica de Jesus2
Orientadora: Lidiane Bezerra Oliveira3

RESUMO

Educar para a vida pessoal e profissional ainda é um grande desafio para muitos
docentes, devido a inúmeras situações ainda presente no contexto educacional
Brasileiro. Quando se fala em trabalhar com a disciplina de geografia esse desafio pode
ser um pouco maior, devido ao caráter dinâmico dessa disciplina e muitas vezes pela
falta de recursos pedagógicos ou não utilização correta pelos professores dos que estão
disponíveis, pois hoje muitos professores abandonaram o mapa em prol da utilização a
apenas do Datashow e/ou tv. Nesse contexto apresente pesquisa discorre sobre e
importância do mapa como uma ferramenta facilitadora no ensino de geografia. A
mesma caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa e faz uso da revisão bibliográfica
destacando–se os autores (CALLAI,2010); (OLIVEIRA,2008); (SOUZA,2000) sendo
utilizada também uma pesquisa de campo onde foi utilizado um questionário como
instrumental de coleta de dados. Ao fim constatou-se que o mapa apesar de subutilizado
por muitos professores ainda é importante recurso didático para inúmeros conteúdos da
disciplina de geografia e com o planejamento adequado enriquece e dinamiza as aulas
dessa desse componente curricular, no que se refere a etapa da pesquisa feita em loco
destaca-se que prática pedagógica do professor se mostrou satisfatória.

Palavras-chave: Ensino de Geografia. Cartografia Escolar. Mapa

1
Graduando do curso de Licenciatura Plena em Geografia – UESPI, dinho.r.f.f.s.a@gmail.com
2
Graduanda do curso de Licenciatura Plena em Geografia – UESPI, gessik.mary@hotmail.com
3
Professora Me. em Geografia, lidianeoliveira@ifpi.edu.com.br
1 INTRODUÇÃO

A compreensão da leitura e interpretação de mapas é fundamental para o


crescimento do aluno desde as fases iniciais da escola, se faz necessário que os
discentes aprendam a se localizar no espaço. Moreira (2011) relata que o ensino
atualmente deve ser baseado em ações dinâmicas e atuais que façam uso de ferramentas
e estratégias que facilita o processo de aprendizagem. Existem várias estratégias que
facilitam a percepção das diferentes formas de representar o espaço geográfico, como
cidades, ambientes, países e etc.
A presente pesquisa intitulada: “O mapa como ferramenta cartográfica
mediadora do ensino de geografia”, desenvolvida na turma de 7º ano do ensino
fundamental da Unidade Escolar Professora Hilda Cardoso Viera, localizada no bairro
Mutirão em Castelo do Piauí-PI procura responder a seguinte pergunta: a utilização de
mapas configura-se como uma ferramenta cartográfica que pode contribuir para a
melhor compreensão dos conteúdos de geografia?
Este trabalho tem por objetivo principal analisar o uso de mapa como
instrumento que possa contribuir para a compreensão dos conteúdos de geografia no
ensino fundamental. Os mapas estão presentes no cotidiano do ensino da Geografia e
para poder compreender o processo de ensino-aprendizagem estabelecido nesse
contexto escolar, foi necessário seguir os seguintes objetivos específicos: Discutir a
importância da presença da cartografia escolar no ensino de geografia; Verificar se o
mapa é utilizado no desenvolvimento dos conteúdos pelo professor de geografia;
Identificar de que forma os mapas estão sendo utilizados nas aulas de geografia;
Compreender se o mapa contribui na assimilação dos conteúdos de geografia, por parte
dos alunos.
Ao fim da pesquisa verificou-se que o mapa enquanto ferramenta pedagógica,
reúne diversos elementos que otimizam o ensino de geografia, mesmo não sendo uma
tecnologia moderna como muitas outras disponíveis, ele pode ser utilizado como
instrumento de inovação pedagógica pelo professor dessa disciplina, sobre isso Moreira
(2007) destaca a importância da Cartografia na concepção e análise do espaço
geográfico e o impacto que a geografia e suas formas exerceram na humanidade ao
longo da história. Além de ser uma área da ciência com bastante relevância quando se
fala em estudar explorar e ocupar uma determinada região.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa possui uma abordagem, qualitativa que fez uso de procedimentos
mistos, como a utilização de elementos textuais, coleta e análise de dados gerados a
partir de uma pesquisa de campo do tipo exploratória assim como da execução de
entrevista com professor e observação da sua prática pedagógica. Orientado pelos
objetivos, fazendo uso da descrição afim de melhor situar o leitor sobre a temática, para
que seja contemplado com informações completas, claras e objetivas, quanto aos
procedimentos de coletas.
No que concerne à parte de revisão de literatura foi realizado levantamento
bibliográfico, a princípio selecionando livros e artigos que colaboraram com o trabalho.
Esses foram analisados e fichados, fazendo uso também de fontes eletrônicas (sites), no
procedimento de coleta de campo foi utilizado à observação da aula ministrada e
também de uma entrevista.
Todo o processo da pesquisa foi anteriormente planejado com o aval tanto da
Unidade Escolar Professora Hilda Cardoso Vieira, quanto do professor regente da
disciplina, assim o processo se deu de forma sistematizada, os alunos estavam cientes da
pesquisa, que em primeira parte se limitou a observação da aula, nesse momento não
houve interação oral e nem escrita entre pesquisador e docentes ou discentes, apenas no
desenvolvimento da entrevista é que houve essa interação, sempre norteada pelos
objetivos da pesquisa.

3 ENSINO DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA: REFLEXÕES TEÓRICAS

Vive-se uma época de muitas mudanças, desenvolvimento e reformulação de


conceitos, pesquisas e etc. Tudo isso impacta diretamente na educação que precisa estar
atenta a essas mudanças e conseguir trabalha-las para que os educandos tenham acesso
as informações pertinentes a essas transformações.
O contexto exposto acima mostra o quanto trabalhar com educação é desafiador
para os profissionais da área (professores, coordenadores, diretores e demais
profissionais) precisam ficarem atentos a ocorrências afim de melhor desenvolver seu
trabalho. Isso se torna ainda mais desafiador pelo fato de muitas vezes a escola não ter o
apoio de outros segmentos na complexa missão de educar, assim o professor acaba
sendo o principal responsável por essa missão.
[...] todo educador é necessário que possua uma ideia clara de educação”,
contudo, o conceito de educação não é definido numa única perspectiva, mas
sim em várias, dependendo sobretudo da base psicológica de apoio ou do
tipo de aprendizagem, isso justifica-se a necessidade de uma educação onde
haja a participação da família e outros agentes tendo em vista a complexidade
do processo de educar.; (QUINTAS;MUÑOZ,2012.p.4)

Vianna (2008), nos fala que educação, em sentido amplo, representa tudo aquilo
que pode ser feito para desenvolver o ser humano e, no sentido estrito, representa a
instrução e o desenvolvimento de competências e habilidades, e análise crítica da
realidade vivida no presente. Falando sobre realidade vivenciada no momento atual e os
desafios para os professores frente ao processo de ensino aprendizagem, é válido
destacar a questão do ensino de geografia, pois, essa disciplina tem um caráter bastante
dinâmico e potencialmente desafiador para alunos e professores. A própria BNCC (Base
Nacional Curricular Comum) discorre sobre geografia informando aos discentes: sobre
a necessidade de orientar o seu análise para os fenômenos ligados ao espaço, reconhecer
as contradições e os conflitos econômicos, sociais e culturais, tornar-se sujeito do
processo ensino-aprendizagem para se descobrir convivendo em escala local, regional,
nacional e global.

O ensino da Geografia possibilita aos educandos a compreensão de sua


posição nas relações da sociedade com a natureza; bem como suas ações,
individuais ou coletivas, emitem consequências tanto para si como para a
sociedade. De modo similar, permite que adquiram conhecimentos para
compreender as diferentes relações estabelecidas na construção do espaço
geográfico onde se encontram inseridos, enquanto sujeitos, tanto no contexto
local como mundial. (BRASIL, 1998.p.5)

Analisando a citação acima fica claro que o ensino de geografia vai além da
visão tradicional de apenas repassar conteúdos aos alunos para que os mesmos
prossigam seus estudos, pois essa disciplina colabora de forma bastante significativa
para que o aluno desenvolva uma visão critica e reflexiva de que ele é um sujeito
integrado dos temas desenvolvidos da disciplina.
Segundo Moreira (2011) o ensino de geografia é desafiador, pois algumas
informações como geopolítica, cartografia, acordos comerciais podem mudar de um dia
para outro, assim muitas informações contidas no livro didático (um dos principais
recursos didáticos utilizados nos dias de hoje) podem está em desacordo com algumas
mudanças ocorridas mais recentemente, dessa forma os professores que trabalham com
essa disciplina devem estar vigilantes e atentos às todas as fontes de informações que
tem disponíveis.

A Geografia como ciência do espaço, tem deixado sua marca ao longo do


tempo, possibilitando desvendar as relações sociais que se processam neste
espaço. Ela também ganhou importância no contexto escolar, uma vez que
aborda as transformações no espaço geográfico que permeia o cotidiano dos
indivíduos. A Geografia escolar tem possibilitado o entendimento e, além
disso, a análise dos fenômenos espaciais. Com a Geografia escolar, temos
oportunidade de desvendar o espaço produzido pela sociedade, mas
também, produtor desta. (CALLAI, 2010,p. 17)

Ao analisarmos a citação acima é possível ter uma noção da importância e da


abrangência da geografia enquanto ciência, que vai muito além dos conteúdos que são
ensinados na escola, tendo em vista que essa disciplina estuda além do próprio espaço,
chegando a englobar relações econômicas e sociais da população que habitam esse
espaço ou região, como também pode ser chamada.
Segundo Oliveira (2008), o ensino de Geografia é fundamental para que as
novas gerações possam acompanhar e compreender as transformações do mundo, pois o
dinamismo dessa área acompanha as transformações do dia-a-dia. Seus conteúdos
possibilitam também aos alunos desenvolver uma visão crítica sobre a realidade,
orientando-os como enfrentar os problemas expostos pela sociedade, e ainda
trabalhando os conhecimentos com o objetivo de reconhecer sobre seus deveres e
responsabilidades e então formando um cidadão capaz de fazer mudanças que
contribuam para a evolução e melhoria da sociedade.

Entende-se então que trabalhar uma disciplina que abrange tantas vertentes é
bastante desafiadora para muitos professores, porém nos últimos anos
pautando numa visão mais abrangente e aberta os professores desse
componente curricular passaram a utilizar melhor recursos didáticos para
potencializar o sucesso de suas ações, destacando-se que esses recursos
podem ser: mapas, globos, Datashow e etc., que ao serem utilizados de forma
planejada podem aumentar significativamente a compreensão dos alunos.
(LEÃO, 2008.p.87)

Ressalta-se que com o surgimento de recursos tecnológicos mais modernos


como Datashow e a própria internet, muitos professores foram abandonando recursos
didáticos (vistos como mais simples), porém que podem trazer bastante clareza para as
aulas que são por exemplo, os mapas e representações do globo terrestre, é importante
frisar que devido a baixa utilização existe inclusive muitos alunos que não consegue
utilizar e interpretar os mapas.
[...] Outro ponto abordado dentro deste ensino é a não compreensão do
discente diante de alguns conteúdos existentes como: a cartografia,
urbanização, dinâmicas culturais dentre outros. Pois percebemos de maneira
geral que as escolas são desprovidas de meios que proporcione um ensino
qualificado. Vemos por exemplo, o estudo dos mapas onde muitos
professores pouco utilizam este recurso em suas aulas, e como resultado
negativo disso, é que o aluno não constrói habilidades para realizar uma boa
leitura cartográfica, sendo que os mapas são fundamentais, enquanto recursos
de auxílio para entender os fenômenos naturais e sociais estudados pelos
discentes. (CAVALCANTI, 2002.p.45)

A não utilização dos mapas traz grandes prejuízos ao processo de ensino


aprendizagem dos alunos, pois os mapas em seu contexto mais amplos podem ser
interpretados como a representação gráfica de áreas reais, assim sua correta
interpretação possibilita uma visão muito próxima da imagem real, além de trazer
inúmeras outras vantagens de uso como: baixo investimento para aquisição, facilidade
de transporte e durabilidade (dependo de cuidados na hora do uso e do armazenamento).

A disciplina geografia deve encaminhar o aluno a desvendar o mundo de


vida, percebendo que a globalização atual se faz, se concretiza no local.
Deve, portanto, permitir que o aluno tenha os fundamentos essenciais para
conhecer e reconhecer o lugar em que vive como uma reprodução do mundo
globalizado, para estudar o local de sua vida cotidiana e compreendê-lo no
contexto maior (CALLAI, 2010, p.266).

Falando em globalização e conhecimento da área onde o aluno resiste bem como


outras partes do planeta remonta-se a importância das ferramentas cartográficas como o
mapa, que pode ser considerado instrumento de apoio para se trabalhar os conteúdos
dessa disciplina.
Passini (2004) relata que existem cinco passos metodológicos importantes para
que o aluno possa desenvolver e aprender os conceitos cartográficos e assim
consequentemente interpretar um mapa. No primeiro entendimento o autor relata que o
aluno deve ser inicialmente o mapeado, construindo assim uma formação cognitiva ao
que se refere a utilização da simbologia cartográfica, após isso esse autor fala sobre a
ideia do espaço que então será mapeado, que deverá fazer parte do cotidiano do
indivíduo. Já o terceiro se refere a organização, ordenação e quantificação do espaço
vivido, por meio da elaboração dos símbolos. O quarto fala sobre compreensão e
significância da relação espaço-tempo. O quinto e último trata-se da inclusão de espaços
vividos, na percepção de que aquele espaço conhecido e/ou vivido é integrante de outro
espaço ainda maior.
Nesse contexto inserir o mapa no plano de aula e, consequentemente na
execução desta, implica dizer que o professor trabalha a situação de forma analítica e
desenvolvendo um pensamento crítico, caso contrário a aula será apenas com
observação de mapa, sem conseguir atingir os objetivos propostos no plano de aula.

A compreensão do espaço geográfico através da cartografia pressupõe o


desenvolvimento do olhar espacial, especialidade da área estudada, o qual
proporciona as condições para a efetiva aprendizagem geográfica,
valorizando o movimento, a contextualização e o cotidiano dessa área.
Assim, é preciso possibilitar ao aluno, o desenvolvimento do olhar espacial
para que o mesmo, tenha condições de analisar e refletir sobre o mapa que foi
analisado. (ALMEIDA, 2008.p.45)

Incluir os mapas de maneira satisfatória, ou seja, que atinjam os objetivos


propostos em seu planejamento é outro desafio para o professor da disciplina de
geografia, no entanto ao fazer isso proporcionando aos alunos uma análise mais
profunda do objetivo de estudo e ao mesmo tempo refletir e comparar informações entre
mapas, e até mesmo contrapor informações vistas nos mapas com as informações que
eles observam na área onde vivem.

3.1 A Cartografia na prática Docente: O uso do mapa como instrumento para o


ensino de Geografia

Na implementação da pesquisa, optou-se por pesquisar a Unidade Escolar


Professora Hilda Cardoso Vieira, a escolha da instituição se deu pelo fato dessa se
destacar na implementação de boas práticas pedagógicas além de desenvolver muitos
projetos em prol da potencialização do processo de ensino aprendizagem.
Nessa etapa, procedeu-se a priori com um contato telefônico e visita prévia para
agendar melhor dia e horário que o representante da Escola poderia receber os
pesquisadores, assim como a entrega da carta convite ao professor de geografia do 7º
ano. Feito isso, foi elaborado um roteiro de observação e um roteiro de entrevista com
perguntas abertas para ser aplicado com o professor.
Atualmente a cartografia tornou-se indispensável principalmente no âmbito
escolar, pois facilita a interpretação espacial através das diversas formas de representar
o espaço geográfico. Uma grande contribuição da representação cartográfica no ensino
se dá ao uso de mapas que é um meio de representação do espaço. Os mapas auxiliam
na compreensão dos estudos nas diversas áreas do conhecimento em especial ao da
Geografia. Hoje a Cartografia está representada nos livros didáticos e nas práticas em
sala de aula em diversas atividades, para melhor compreensão do espaço geográfico.
O Professor é formado em História (UESPI, 2005), especializado metodologia
do ensino de história e cultura afro-brasileira está cursando o 5º período de geografia na
Universidade Federal do Piauí (UFPI) possui uma carga horária considerada extensa de
60 horas e trabalha em dois municípios ministrando aulas de geografia, história, arte e
filosofia, isso traz consequências como o cansaço e muitas vezes situações estressantes,
falta de tempo para planejamento, pesquisas e ações para a formação continuada.
Durante as observações das aulas de geografia, pode-se ver o domínio e
habilidade do professor que ao decorrer das aulas esteve sempre procurando mostrar e
ensinar aos alunos a fazer a leitura e interpretação dos mapas contidos no livro para que
o aluno assimilasse o conteúdo exposto. O professor sempre estava instituindo um
diálogo e criando situações que valorizavam as experiências trazidas por eles, de forma
que se promoviam aproximações entre o conteúdo desenvolvido e a realidade dos
alunos sempre abordando os conhecimentos planejados para a aula de forma mais
dinâmica facilitando sua aprendizagem. Nesse processo, os alunos eram levados a
explicitar um conjunto de sentidos e representações que eles dispunham sobre o
conteúdo trabalhado, no caso divisão territorial e do Brasil, que foi trabalhando
observando as divisões em regiões, estado e município. Em alguns momentos, deixava
espaço para que eles expusessem suas dúvidas a respeito do assunto em questão.
A geografia é uma disciplina que proporciona aos alunos o entendimento sobre
as transformações no mundo de forma estruturada, partindo do local (Castelo do Piauí)
para compreender o global e vice-versa. O conhecimento deve partir da realidade vivida
do aluno, sendo resultado das ações do indivíduo e do social. Segundo Straforini (2008,
p. 23) “o ensino de Geografia para crianças é uma possibilidade da formação do cidadão
através de um posicionamento crítico em relação às desigualdades sociais identificadas
na realidade concreta das próprias crianças”. Sendo mais fácil construir o conhecimento
a partir do que ele vive, para então, se posicionar, comparar o que se vê.
Com base nas observações das aulas pode-se perceber que apesar do professor
ainda não ser formado na área de geografia, possui muita experiência em ministrar aulas
dessa unidade curricular e faz o uso dos mapas com bastante clareza e segurança para
um melhor entendimento por parte dos alunos.
Em uma das aulas o professor pediu para que os alunos levassem recortes de
mapas da divisão político-administrativa do Brasil. Na ocasião dividiu a turma em
grupos para confeccionarem cartazes e apresentarem seus trabalhos de acordo com o
conteúdo abordado, diante disso pode-se observar que a grande maioria da turma
conseguiu fazer a leitura e a interpretação dos mapas, detalhando assim a conversão de
escala, símbolos e seus significados, além de compreender as delimitações (fronteiras,
divisas e limites) entre determinadas áreas.
De acordo com (SOUZA & KATUTA, 2000.p.60) “A linguagem cartográfica
[...] uma das que indubitavelmente devem ser utilizadas no ensino, pois representa a
territorialidade dos diferentes fenômenos, razão de ser da própria ciência geográfica”.
Corroborando com a citação, compreende-se que o ensino da cartografia é essencial no
processo de ensino e aprendizagem de Geografia, pois auxilia na compreensão e leituras
de mapas e contribui para que o aluno conheça sua posição no espaço e como ele se
relaciona com outros elementos tornando-se uma ferramenta para o estudo da
territorialidade e os fenômenos que a circundam. Segundo Simielli (1999, p.98):

O importante dentro da fase de alfabetização cartográfica é desenvolver a


capacidade de leitura e de comunicação oral e escrita por fotos, desenhos,
plantas, maquetes e mapas. Enfim uma alfabetização cartográfica que supõe o
desenvolvimento de noções: Visão obliqua e visão vertical, Imagem
tridimensional, imagem bidimensional; Alfabeto cartográfico: ponto, linha e
área; Construção da noção de legenda; Proporção e escala;
Lateralidade/referencias, orientação.

De acordo com a autora é preciso que haja noções básicas para ler e interpretar
mapas, primeiro tendo noções básicas de cartografia, e em seguida conhecendo os
diferentes tipos de mapas, para facilitar o desenvolvimento do aluno nos aspectos de
comunicação e descrição de espaços através da construção e de orientações próprias.
Assim o discente compreenderá como interpretar um mapa dentro de suas
características, além de conseguir relacionar a representação aos fenômenos na
realidade vivida, proporcionando-lhe uma maior clareza e consciência do mundo em
que está inserido.
É importante destacar que mesmo frente às ferramentas tecnológicas existentes
hoje, os alunos se mostram motivados em usar o mapa como recurso proposto pelo
professor, isso evidencia que nem sempre inovar nas aulas implica a utilização de
celulares, computadores, tabletes e internet. É possível inovar com o uso do mapa, pois
ressignificá-lo diante da nova forma de conceber o espaço, representa uma forma de
inovação.
O fato é que, na escola, o mapa é, ainda, o símbolo e a forma de linguagem
reconhecida da geografia. E, por isto mesmo, os programas escolares
começam com as noções e expressões vocabulares da representação
cartográfica. A leitura do mundo se faz por intermédio das categorias da
localização e da distribuição, mesmo que o problema do primado da primeira
sobre a segunda, as categorias da distribuição e da extensão entrando para o
fim da montagem do discurso do geográfico como a unidade espacial dos
fenômenos. Aí ainda aprendemos o ritual banal do trabalho geográfico:
localizando-se e distribuindo-se é que se mapeia o mundo.
(MOREIRA,2007.p.67-68)

As palavras de Moreira (2007) reforçam a opinião de muitos outros autores e


pesquisadores, sobre a importância do mapa como recurso didático nos dias atuais,
destacando que sua utilização para esse fim já feita há muito anos.
A pesquisa foi realizada uma entrevista com o professor para saber seu ponto de
vista com relação ao uso dos mapas nas aulas de geografia. Uma das questões da
entrevista foi para saber o porquê ele havia escolhido geografia, e foi relatado o
seguinte:

[...] É por causa de ser afim com a história e tendo também a questão de
lotação por isso preferiu se qualificar para está preparado para atuar
também na área de geografia. E também por desde 2006 sempre a secretaria
de educação completam minha carga horária com a disciplina de geografia
(Professor, 2019).

No que diz respeito à formação do professor e a sua atuação em sala de aula, nos
deparamos muito com desvio de função entre a formação e a atuação em sala de aula,
ou seja, licenciados passam vários anos em uma universidade pesquisando, estudando,
analisando desenvolvendo métodos de ensino em sua área específica de estudo e muitas
vezes depois de formados são inseridos no mercado de trabalho, principalmente na rede
pública, passam a atuar em disciplinas diversas, para as quais muitas vezes não estão
preparados e capacitados.
Nesse contexto destaca-se que em meio à importância de todos os sujeitos
responsável pela educação, o professor assume uma posição de destaque por ser a
pessoa mais próxima desse processo de mediação do conhecimento. “É de fundamental
importância para a formação do professor a relação ensino-pesquisa, pois através da
pesquisa o professor poderá apreender e aprender processos de produção do
conhecimento em sua área específica” (DINIZ, 2000, p. 43).
Questionado se acha importante o uso de mapas nas aulas de geografia e por
quê? Ele enfatizou que:
[...] Sim. A utilização de mapas é fundamental e significante, portanto muito
importante para que ocorra uma melhor assimilação do conteúdo, pois é
uma ferramenta que auxilia o professor em geografia e atrai e chama a
atenção do aluno (Professor, 2019).

A cartografia escolar e a geografia estão entrelaçadas, pois uma depende da


outra. Na geografia a cartografia representa uma forma de linguagem de suma
importância, pois ela traz consigo conhecimentos indispensáveis sobre o espaço na
formação e conhecimento habitual das pessoas. Partindo desse viés, Castellar (2005)
comenta que:
A cartografia, então, é considerada uma linguagem, um sistema código de
comunicação imprescindível em todas as esferas da aprendizagem em
geografia, articulando fatos, conceitos e sistemas conceituais que permitem
ser e escrever as características do território. Nesse contexto, ela é uma opção
metodológica, que implica utilizá-la em todos os conteúdos da geografia,
para identificar e conhecer não apenas a localização dos países, mas entender
as relações entre eles, compreender os conflitos e a ocupação do espaço
(CASTELLAR,2005.p. 216).

Dessa forma a geografia enquanto ciência se utiliza da espacialidade como


categoria pra discutir as transformações ocorridas no espaço geográfico. A cartografia
representa um mecanismo didático e eficaz com relação às mudanças ocorridas no
espaço a partir do encadeamento da sociedade e a natureza, isso vai ao encontro do
caráter dinâmico da própria geografia.
Outra questão abordada foi para saber se o professor utiliza mapas em suas
aulas? E como eles são utilizados? A seguir a resposta do professor:

[...] sim. Utilizo sempre que o texto traga de forma a ilustrar melhor o evento
estudado. Costumo explorar bem as informações contidas e quando esses
não estão tão legíveis costumo utilizar os impressos em tamanho maior bem
como os que procuro na internet. Eu utilizo-os aproveitando primeiramente o
titulo, depois legenda e também associação da legenda com o texto
explorado (Professor, 2019).

É fundamental que seja orientado aos educandos desenvolver uma visão e um


censo crítico sobre mapas prontos e acabados e isso ocorre a partir dos conhecimentos
da cartografia que tem como um dos seus objetivos fazer com que a compreensão de
informações seja clara e desestimulando assim as representações prontas e acabadas que
não levam para um bom desenvolvimento das opiniões e interpretações inerentes. De
acordo com Simielli (1999, p.99):
O aluno copiador de mapa como um fato do passado, uma vez que esta
trabalha a cartografia sob dois eixos: o primeiro com produtos cartográficos
já elaborados (cartas, plantas e mapas), ou seja, o aluno como leitor crítico; e
o segundo eixo trata do aluno participante do processo como mapeador
consciente, sendo um momento de transição para os alunos adquirirem
competências para trabalhar com analise, localização e correlação.

Os discentes precisam desenvolver esses dois eixos para que eles tenham
domínios das capacidades para analisar, localizar e relacionar os mapas com suas
realidades espaciais, no primeiro o alunos aprende a ser um leitor que conhece as
diferenciações dos mapas se tornando um ser atuante e participante na criação de seus
próprios mapas como, por exemplo, maquetes e croquis. No segundo consolida os
primeiros conhecimentos aliando essas competências para a leitura e interpretação e
construção dos mapas.
A última questão lançada buscou saber a opinião do professor, se o uso de mapas
contribui para a compreensão dos conteúdos de geografia e como eles podem
contribuir?

[...] sim, pois o mesmo ajuda no melhor entendimento e dependendo do mapa


e do texto ajuda a entender de forma visual e o mais perto da realidade
retratada o que contribui para uma melhor compreensão dos conteúdos.
Podendo se ter uma contribuição maior quando se trabalha com a realidade
dos alunos buscando trazer o cotidiano deles para dentro da sala de aula,
tornar o espaço vivido o conteúdo a ser trabalhado na aula e, a partir disso,
problematizar e agregar novos conhecimentos (Professor, 2019).

A utilização de mapas nas aulas de geografia tem um papel muito importante no


processo de ensino-aprendizagem, uma vez que trás informações mais próximas da
realidade dos alunos de forma e tamanhos menores o que facilita a compreensão e como
resultado a aprendizagem. Isso porque com o uso do mapa fica mais fácil o aluno
aprender sobre um determinado assunto do que simplesmente obstruir conceito.
Segundo Freitas (2008, p. 05) a relação com o conteúdo ministrado e a realidade
do aluno é um elemento importante para que ele possa materializar os conteúdos até
então abstratos para sua realidade. Ele faz uma análise que parte do meio onde o aluno
vive e a inserção desse espaço no contexto mais geral.
A pesquisa mostrou ainda que a utilização de mapas no ensino de geografia foi
de fundamental importância por se tratar de uma ferramenta indispensável para que
aconteça o aprendizado interpretativo sobre diversas realidades, especialmente ao que se
refere ao contexto social dos alunos participantes na pesquisa.
No estudo realizado observou-se que o uso de mapas é de grande relevância para
o aprendizado dos alunos e deve sempre estar presente nas aulas de geografia. A
compreensão sobre a leitura e interpretação de mapas é importante desde as séries
iniciais até o final do ensino médio uma vez que proporciona um melhor entendimento
da representação do espaço.
A partir de uma análise mais ampla da pesquisa, constatamos que o mapa é uma
poderosa ferramenta cartográfica e indispensável ao professor e ao aluno, uma vez que
usada de forma bem orientada, ou seja, alinhada com o planejamento do conteúdo e as
ferramentas pedagógicas disponíveis, possibilitam uma visão mais ampla sobre o
conhecimento discutido em sala de aula.
Então é dessa forma que o uso dos mapas nas aulas de geografia torna-se de
grande importância para o ensino aprendizado dos discentes, mas para se alcançar o
objetivo principal da prática em sala de aula é necessário o empenho e
comprometimento do professor para com os temas cartográficos e sempre abordá-los de
forma dinâmica, fazendo dos alunos construtores e leitores críticos, facilitando assim a
compreensão no desenvolver das aulas de Geografia.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dedicando-se a leitura para esse trabalho torna-se mais forte a sensação de que
trabalhar com ensino e aprendizagem é uma das tarefas mais nobres, porém mais
desafiadoras no momento atual, isso porque as Escolas vivem um conjunto de
dificuldades, muitas vezes a família não assume sua parte na responsabilidade na
educação dos filhos, juntamente com inúmeros outros problemas como indisciplina,
falta de estrutura e etc., porém mesmo diante de tudo isso ainda há muitos outros
motivos para continuar com a missão de ser professor.
Constatou-se que com o passar do tempo e sistematização mais organizada da
educação, as disciplinas tornaram-se mais claras e direcionadas para seus
conhecimentos e ao mesmo se entrelaçaram de modo a uma contribuir com outra a
chamada interdisciplinaridade, isso levou o ensino para outro patamar e deixou o
processo de ensino aprendizagem de certa forma mais rico, e tudo isso refletiu na visão
dos alunos em relação aos conteúdos trabalhando em sala de aula.
Destaca-se que a Geografia em si agrega conhecimentos de várias outras áreas,
por exemplo, complementa seus conteúdos a partir da política, economia, relações
sociais, história e etc.. Tudo isso articulado através de leis e normativas do Ministério de
Educação, e planejado in loco pelo próprio professor.
No decorrer da pesquisa foi verificado que a Geografia possui um caráter muito
dinâmico, o que de certa forma é um dos grandes desafios para o docente que trabalha
com ela, pois suas informações podem mudar em curto espaço de tempo, podendo gerar
um desencontro de informações, por exemplo, algumas informação presentes no livro
didático que foi selecionado e entregue para os alunos no início do ano, pode ser
alterada durante o ano letivo, exemplo de situações: saída de um determinado país de
um bloco econômico (a saída da Inglaterra da União Europeia), emancipação de um
determinado território. Assim o docente dessa área deve está atendo a muitas outras
fontes de pesquisa.
A pesquisa mostra também que alguns recursos didáticos que por muitas vezes
foram considerados obsoletos, frente a outros recursos são de extrema importância para
o desenvolvimento dos conteúdos de geografia e enriquecimento da aula, como é o caso
do mapa. O mapa é uma ferramenta cartográfica acessível e duradoura, que pode levar
aos alunos ampliar sua percepção não apenas do conteúdo estudado como percepção de
mundo através do estudo e análise deles dentro ou fora da sala de aula.
Destacando-se que o mapa enquanto ferramenta educativa ajuda a ampliar a
compressão do aluno sobre um determinado assunto, pode ser utilizado como
instrumento de localização, além de serem carregados de outras informações que vão
além da representação imagética de uma determinada área, por isso é de extrema
importância os professores dessa disciplina façam uso desse recurso e ensinem seus
alunos a fazer de forma correta a leitura e interpretação dos mapas.
Através da coleta de dados foi notório como o uso de mapas nas aulas de
geografia possibilita uma melhor compreensão dos conteúdos dessa disciplina geografia
sendo usados de forma adequada, ou seja, contextualizando o mapa com o conteúdo
abordado, motivando os alunos a apreender a utilizar e ler os mapas, tudo isso faz com
que haja uma melhor aprendizagem por parte do educando.
Outro ponto que se verificou é que o professor da escola pesquisada, é bem
democrático e organizado em relação a seleção de quais recursos utilizar, o mapa é
presente constante em seu planejamento e o mesmo procura sempre explora as
informações que se encontram de forma mais sutis nesses mapas, fazendo com seus
alunos fiquem mais atendo quando estão explorando essas representações gráficas.
REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Rosângela Doin (org.) Cartografia Escolar. São Paulo: Contexto, 2008.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Geografia. Secretaria de Educação


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