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OLERICULTURA ECOLÓGICA
Autores:
Eng.º Agr.º Paulo Renato Poerschke
Eng.º Agr.º Jandir Vicentini Esteves
Eng.º Agr.º Ivan Guarienti
Eng.º Agr.º José Ivan da Rosa
Eng.º Agr.º Jose Ernani Schwengber
ii
iii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................V
LISTA DE QUADROS..............................................................................................VI
I. IMPORTÂNCIA ALIMENTAR DAS HORTALIÇAS.....................................7
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................7
2. A HORTA DOMÉSTICA E COMERCIAL..........................................................................7
3. QUALIDADE NUTRICIONAL DAS HORTALIÇAS.........................................................8
4. AS HORTALIÇAS E A SAÚDE HUMANA........................................................................9
5. PROPRIEDADES DE ALGUMAS ESPÉCIES DE HORTALIÇA....................................10
II. A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DAS HORTALIÇAS..........................14
1. GENERALIDADES...........................................................................................................14
2. CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS PELAS PARTES COMERCIÁVEIS:...............15
3. AS HORTALIÇAS NA ALIMENTAÇÃO HUMANA.......................................................16
4. CONCLUSÃO:...................................................................................................................19
III. INSTALAÇÃO DA HORTA.............................................................................20
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................20
2. TIPOS DE HORTA.............................................................................................................20
3. INSTALAÇÃO DA HORTA..............................................................................................21
IV. PRINCIPAIS ESPÉCIES E CULTIVARES DE HORTALIÇAS..................26
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................26
2. CALENDÁRIO DE SAFRA..............................................................................................27
3. ADAPTAÇÃO TERMOCLIMÁTICA DAS HORTALIÇAS.............................................29
4. CALENDÁRIO DE SAFRA DAS HORTALIÇAS PRODUZIDAS NO RIO GRANDE
DO SUL.....................................................................................................................................30
5. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE PLANTIO E CONSUMO DE SEMENTES DE
HORTALIÇAS...........................................................................................................................35
6. RECOMENDAÇÃO DE CULTIVARES POR ESPÉCIE...................................................39
7. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE PLANTIO E CONSUMO DE SEMENTES E
HORTALIÇAS...........................................................................................................................47
V. PRODUÇÃO DE MUDAS DE HORTALIÇAS..............................................48
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................48
2. SEMENTEIRA...................................................................................................................48
3. SUBSTRATO.....................................................................................................................50
4. BANDEJAS........................................................................................................................51
5. PLANTIO E MANEJO DA SEMENTEIRA......................................................................51
6. IRRIGAÇÃO DA SEMENTEIRA......................................................................................52
7. TRANSPLANTE................................................................................................................53
VI. ADUBAÇÃO DE HORTALIÇAS....................................................................55
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................55
2. ESTRUTURA DO SOLO...................................................................................................56
3. ANÁLISE DO SOLO.........................................................................................................57
4. ADUBAÇÃO ORGÂNICA................................................................................................57
5. CONFECÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS.............................................................59
iv
6. ADUBAÇÃO QUÍMICA...................................................................................................62
VII. PLANTIO E TRATOS CULTURAIS NAS HORTALIÇAS..........................65
1. INTRODUÇÃO:.................................................................................................................65
2. PRINCIPAIS TRATOS CULTURAIS:...............................................................................65
VIII.SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO.........................................................................75
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................75
2. NECESSIDADE DE ÁGUA PELAS PLANTAS...............................................................76
3. ARMAZENAMENTO DE ÁGUA.....................................................................................77
4. QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO.....................................................................78
5. TIPOS DE IRRIGAÇÃO....................................................................................................79
IX. MANEJO ECOLÓGICO DE PRAGAS..........................................................82
1. DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS INSETOS-PRAGA.......................................................82
2. MEDIDAS PREVENTIVAS E DE CONTROLE ECOLÓGICO DE PRAGAS.................85
X. MANEJO ECOLÓGICO DE DOENÇAS.......................................................91
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................91
2. CONTROLE PREVENTIVO DE DOENÇAS DAS PLANTAS........................................92
3. ROTAÇÃO DE CULTURAS.............................................................................................92
4. TRATAMENTO HIDROTÉRMICO DE SEMENTES DE HORTALIÇAS.......................94
5. SOLARIZAÇÃO................................................................................................................96
6. DEFENSIVOS ALTERNATIVOS......................................................................................97
XI. PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS EM AMBIENTE PROTEGIDO.............98
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................98
2. EFEITO ESTUFA...............................................................................................................98
3. VANTAGENS DO CULTIVO PROTEGIDO.....................................................................99
4. TIPOS DE ESTRUTURAS................................................................................................99
5. PRINCIPAIS ESPÉCIES CULTIVADAS.........................................................................100
6. MANEJO DOS TÚNEIS E ESTUFAS.............................................................................101
7. AMBIENTE PROTEGIDO PARA CULTIVO DE VERÃO.............................................102
XII. COMERCIALIZAÇÃO, ABASTECIMENTO E SEGURANÇA
ALIMENTAR...........................................................................................................103
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................103
2. COMERCIALIZAÇÃO....................................................................................................104
3. ABASTECIMENTO ALIMENTAR.................................................................................105
4. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL SUSTENTÁVEL...............................106
5. INTRODUÇÃO À HORTICULTURA.............................................................................107
6. PADRONIZAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E EMBALAGEM DE PRODUTOS
HORTIGRANJEIROS..............................................................................................................112
7. INDIVIDUALISMO X ASSOCIATIVISMO...................................................................114
8. ABASTECIMENTO.........................................................................................................115
ANEXOS................................................................................................................... 119
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................122
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Disposição da horta voltada para o norte e dos canteiros no sentido norte-sul
................................................................................................................................22
Figura 2 - Sistema de drenagem em solos muito encharcados (orgânicos) onde existe
uma vala principal para a qual convergem valas secundárias........................22
Figura 3 - Efeito de um quebra-vento semi-permeável protegendo uma área de cerca de
15 a 20 vezes sua altura.......................................................................................23
Figura 4 - Características climáticas de um vale, onde o ar frio tende a se acumular nas
partes mais baixas originando uma inversão térmica e, consequentemente, a
formação de geadas..............................................................................................23
Figura 5 - Esquema do movimento da água no sistema solo -planta-atmosfera..............76
Figura 6 - Composição volumétrica de um solo, que apresenta boas condições para o
desenvolvimento vegetal......................................................................................76
vi
LISTA DE QUADROS
1. INTRODUÇÃO
8
As frutas de 10% a 20% de hidrato de carbono são a amora, framboesa, sapoti,
abricó, ameixa, pêra, maçã, mamão, manga, fruta-do-conde, ata (pinha), cereja,
marmelo, uva, figo, banana, genipapo, caqui e fruta-pão.
9
5. PROPRIEDADES DE ALGUMAS ESPÉCIES DE HORTALIÇA
Abóbora
Agrião
Alface
Alho
Almeirão
Batata
Berinjela
Beterraba
Brócolis
Possui cinco vezes mais cálcio e 100 vezes mais vitamina A do que a couve-
flor. Além de ser poderosa em vitamina A, tem vitaminas B e C, sais minerais de
cálcio, ferro, fósforo, potássio e enxofre. Combate a anemia e mantém o bom
funcionamento dos rins, vesícula e intestino e reforça as defesas do organismo contra
infecções.
11
Cebola
Cenoura
Tomate
Repolho
Melancia
13
II. A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DAS HORTALIÇAS
1. GENERALIDADES
Hortaliças Tuberosas
Hortaliças Herbáceas
Hortaliças – Frutos
15
3. AS HORTALIÇAS NA ALIMENTAÇÃO HUMANA
16
Foi, contudo, a partir de 1950, no pós-guerra, que a olericultura arremeteu,
primeiramente na Europa e depois em todo o mundo, como um alimento de singular
importância. Naquele momento, em virtude dos horrores da guerra, a fome era o maior
problema da população dos países em conflito. E as hortaliças, pelo seu rápido ciclo,
foram, intensamente estimuladas.
No Brasil, na década de 1960 e a partir do Estado de São Paulo as plantas
oleráceas tiveram rápido e importante incremento, ao ponto de que, naquela década,
São Paulo era o responsável por 80% da produção brasileira de hortaliças. Partindo das
hortas caseiras do início do século passado, até às grandes culturas atuais, verificou-se
não só uma enorme expansão da área cultiva, como um aprimoramento técnico
notável.
Estima-se que a área ocupada no Brasil com hortaliças abarque ao redor de 800
mil hectares, com uma produção de 12 milhões de toneladas e um valor bruto de R$ 6
bilhões e 720 milhões de reais, ou US$ 1 bilhão e 920 milhões de dólares.
No Rio Grande do Sul o cultivo de hortaliças deslanchou a partir da
inauguração da CEASA/RS, no exercício de 1972.
Antes disso o costume de consumir hortaliças esteve prejudicado pela baixa
oferta, pela qualidade do produto e sobretudo pelos hábitos alimentares dos gaúchos,
direcionados para o consumo de carboidratos (grãos, farinhas, etc.) e de proteínas
(carnes, leite, queijo, ovos).
A comercialização das hortaliças também era feita em moldes rudimentares, não
estimulando o consumo.
O início das operações da CEASA/RS se constituiu em verdadeiro divisor de
águas, o antes e o depois, invertendo, gradativamente, a situação.
Ao longo das décadas de 70, 80 e 90, vem crescendo, o cultivo de hortaliças e a
sua diversificação alcançaram praticamente todo o Estado, com resultados altamente
positivos quanto a sua demanda.
No RS ainda subsistem uns poucos bolsões, onde a produção e o consumo
continuam pouco expressivos, qual seja a Depressão Central e a Fronteira.
17
Importância econômica
18
abóbora/moranga, batata-doce, aipim, repolho, beterraba, couve-flor, chuchu, alface,
pimentão, milho verde, vagem, etc.
4. CONCLUSÃO:
A vocação das pequenas e médias propriedades rurais, com áreas limite de até
50 hectares, é para as atividades intensivas, dentre as quais sobressai a olericultura, e
não as atividades extensivas, vocacionadas para extensão maiores.
Devemos lembrar que a agricultura familiar, com maior capacidade de mão-de-
obra e organização, e que já responde pela produção diversificada de muitos produtos
básicos da alimentação humana, está incorporando também a olericultura, com pleno
sucesso.
A demanda por hortaliças vem crescendo na proporção de 4% ao ano, no Brasil
e no RS, fato que assegura garantia de mercado.
Há que considerar-se, contudo, o fato da alta perecibilidade das hortaliças, o que
leva a dizer que o mercado tem de ser ágil e organizado, e para isso deve concorrer o
poder público constituído ( Prefeitura Municipais, por exemplo), com legislações
adequadas (Leis Orgânicas) e os próprios produtores, organizando-se e primando pela
qualidade dos produtos ofertados e regularidade.
Entendemos que a médio prazo poderemos depender minimamente de
importações de produtos olerícolas, e em alguns produtos, que possamos chegar a
exportá-los.
Assim é possível afirmar, com convicção, que o cultivo de hortaliças é um bom
negócio para o produtor familiar e que o Estado deve estimular ao máximo essa
alternativa.
19
III. INSTALAÇÃO DA HORTA
1. INTRODUÇÃO
2. TIPOS DE HORTA
3. INSTALAÇÃO DA HORTA
Local
21
frios vindos do Sul durante o inverno, bem como se permite que os primeiros raios de
sol da manhã incidam sobre as mesmas diminuindo a umidade e aquecendo o
ambiente.
Figura 1 - Disposição da horta voltada para o norte e dos canteiros no sentido norte-sul
Com relação ao solo, nem sempre temos a nossa disposição o tipo mais
adequado. Porém, sempre que possível devemos optar por solos de consistência média
(areno-argilosos), arejados, com baixa acidez, com bom teor de matéria orgânica, bem
drenados e com topografia levemente ondulada. Os solos argilosos, além de serem
difíceis de trabalhar, retém muita umidade e apresentam baixa aeração. Por outro lado,
os solos arenosos apesar de possuírem boa aeração e serem de fácil manejo, retém
muito pouca água exigindo irrigações muito freqüentes. Quando a área disponível não
possui boa drenagem, como é normalmente o caso de solos turfosos, é necessária uma
rede de drenos para evitar o encharcamento dos mesmos, além da construção de
canteiros altos.
Figura 2 - Sistema de drenagem em solos muito encharcados (orgânicos) onde existe uma vala principal
para a qual convergem valas secundárias
Vala secundária
Distância conforme o
grau de encharcamento
do solo
Vala principal
22
pode-se dizer que são necessários cerca de 60m 3/ha/dia de água. Porém, este valor
varia com as condições climáticas bem como com a cultura. Grande parte das
hortaliças são consumidas cruas, portanto a qualidade da água utilizada na irrigação
deve ser tal que permita a produção de hortaliças saudáveis, sem riscos de
contaminação por coliformes e/ou resíduos de todos os tipos. A água é importante
também na condução e absorção de nutrientes, assim como na regulação da
temperatura das plantas.
A horta deve ser protegida da incidência de ventos fortes e frios através da
utilização de quebra-ventos. Estes podem ser obtidos através do plantio de espécies
como o capim-elefante e outras, ou através da construção de quebra-ventos com o
auxílio de redes de polipropileno. Quando da instalação dos quebra-ventos, deve-se
tomar o cuidado para que os mesmos não sombreiem as plantas cultivadas e, ao
mesmo tempo, permitam a passagem de uma leve brisa como forma de evitar a
ocorrência de altas temperaturas durante o verão. Deve-se também ter o cuidado de se
evitar o turbilhonamento do ar por cima das plantas.
Figura 3 - Efeito de um quebra-vento semi-permeável protegendo uma área de cerca de 15 a 20 vezes sua
altura
Camada de Inversão
Térmica
Frio
23
A área a ser escolhida deve ainda ser livre de pragas, doenças e ervas de difícil
controle. É importante que se conheça o histórico da área através das culturas
precedentes e, da mesma forma, o uso de insumos. A ocorrência de problemas de solo
como bactérias, fungos e plantas daninhas como a tiririca (Ciperus spp.), impede o
cultivo de determinadas espécies inviabilizando a construção da horta.
Preparo do solo
24
plantas recicladoras e recuperadoras das características químicas, físicas e biológicas
dos solos. Também o uso do consórcio entre plantas, utilizando-se gramíneas e
leguminosas forrageiras, é recomendado.
Um conselho aos olericultores: Antes de fazer a semeadura devemos ter a
lavoura já preparada para receber a muda a fim de que não tenhamos surpresas:
choveu, não deu para preparar o solo e a muda está passando do ponto.
25
IV. PRINCIPAIS ESPÉCIES E CULTIVARES DE
HORTALIÇAS
1. INTRODUÇÃO
Variedade ou cultivar?
O termo variedade, utilizado no sentido agronômico, tem sido substituído pelo
termo técnico cultivar. Trata-se de um grupo de plantas cultivadas, semelhantes entre
si, que se distinguem de outros grupos por características de relevância agronômica e
comercial (Filgueira, 2000).
Um cultivar, em se tratando de olericultura, pode ser constituída por plantas
pertencentes a um dos quatro seguintes tipos de agrupamento (Filgueira, 2000):
Clone
Linhagem
Conjunto de plantas com aparência muito uniforme, propagadas por via sexual,
cujas características são mantidas por seleção, tendo um padrão em vista; exemplo:
cultivar de tomate Santa Clara.
Cultivar de polinização aberta
2. CALENDÁRIO DE SAFRA
27
varejista, devendo manter abastecida sua banca em feira livre ou num mercado
municipal.
As peculiaridades de cada cultura devem ser consideradas, porém é a
temperatura o fator determinante mais ponderável na organização do calendário de
plantio. Considerando-se as estações do ano, hortaliças de clima quente são plantadas,
geralmente, na primavera-verão; as demais de clima ameno no outono, exceto as
cultivares “de verão”, e aquelas de clima frio, no outono – inverno, com ressalva às
cultivares “ de verão”. Seguramente, a condição de temperatura e clima da localidade,
nos meses em que a planta estará no campo, é que determina a época mais adequada
de plantio de cada hortaliça.
Objetivando uma produção constante e diversificada de hortaliças ao longo do
ano, deve-se considerar o intervalo mais adequado para as datas de plantio. Para isso,
levam-se em conta o ciclo cultural até o início da colheita e a duração desta. Um
intervalo de 7 a 15 dias na semeadura pode assegurar suprimento constante de alface,
couve-brócolo, mostarda, couve-flor e rabanete; já o intervalo de 45 – 60 dias é
apropriado para beterraba, cenoura, batata-doce (esta última cultura na depressão
Central em plantios de setembro a fevereiro, conjugada com o armazenamento em solo
enxuto).
Algumas espécies, como alho, ervilha e morango, apenas permitem o plantio
dentro de uma faixa estreita, em determinados meses, por causa de sua exigência em
frio. Outras, devido ao ciclo mais longo, além de exigências climáticas peculiares,
possibilitam o plantio tão-somente em certos meses, como aspargo, cará, inhame,
mandioquinha-salsa e aipim.
Espécies como: tomate, pimentão, berinjela e quiabo podem ser semeadas de
julho a 10 de janeiro na Depressão Central e de setembro a dezembro nas regiões mais
frias do Estado do RS, por serem plantas de clima tropical.
A classificação das espécies pela exigência termoclimática apresentada
certamente é imperfeita e sujeita a alterações. Os fitomelhoristas têm ampliado a faixa
térmica favorável ao cultivo de certas espécies pela criação de cultivares “de verão” –
apropriadas para cultivo sob temperaturas mais elevadas. Esse termo deve ser
compreendido no sentido de que dentro de uma espécie típica de clima frio ou ameno
foram criadas novas cultivares adaptadas a clima mais quente. Bons exemplos ocorrem
28
em certas brássicas (couve-brócolos, couve-chinesa, couve-flor e repolho); e também
em alface e cenoura.
29
CLIMA FRIO CLIMA AMENO CLIMA QUENTE
Couve-chinesa* Tomate Inhame
Couve-de-bruxelas Jiló
Couve-flor* Maxixe
Couve-manteiga Melancia
Couve-rábano Melão
Couve-tronchuda Milho-doce
Ervilha Milho-verde
Espinafre Moranga
Fava-italiana Pepino
Funcho Pimenta
Mandioquinha-salsa Pimentão
Morango Quiabo
Mostarda-de-folha Taioba
Nabo
Rabanete
Rábano “daikon”
Repolho *
* Espécies que apresentam culivares de verão
30
Nº ESPÉCIES (*) Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
19 Batata Rosa X X X X X X X X X
20 Berinjela X X X X X X
21 Beterraba Caixa X X X X X X X X X X X X
22 Beterraba Molho X X X X X X X X X X X X
23 Brócolis X X X X X X X X X X X X
24 Cebola Nacional X X
25 Cenoura Caixa X X X X X X X X X X X X
26 Cenoura Molho X X X X X X X X X X X X
27 Cheiro Verde X X X X X X X X X X X X
28 Chicória X X X X X X X X X X X X
29 Chuchú X X X X X X X
30 Cogumelo X X X X X X X X X X X X
31 Couve X X X X X X X X X X X X
32 Couve Chinesa X X X X X X X X X X X X
33 Couve Flor X X X X X X X X X X X X
34 Cravo X X X X X
35 Crisantemo X X X X X X X X X X X X
36 Erva Doce X X X X X X X X X X X X
37 Ervilha X X X X X X X X X
38 Escarola X X X X X X X X X X X X
39 Espinafre X X X X X X X X X X X X
40 Fava X X X X
41 Feijão X X X X X X
42 Louro X X X X X X X X X X X X
43 Mandioca (Aipim) X X X X X X X X X X X X
44 Manjerona X X X X X X X X X X X X
45 Melancia X X X X X
46 Melão Comum X X X X X X
47 Melão Espanhol X X X X X X
48 Melão Prince X X X X X X
49 Milho Pipoca X X X X X
50 Milho Verde X X X X X X X X
51 Mogango X X X X X X
52 Moranga Cabotiá X X X X X X X
53 Moranga Comum X X X X X X X
54 Moranga Pataca X X X X X X X
55 Morango X X X X X X X X X
56 Mostarda X X X X X X X X X X X X
57 Nabo Comprido X X X X X X X X X X X X
58 Nabo Redondo X X X X X X X X X X X X
59 Pepino Conserva X X X X X X X X
60 Pepino Salada X X X X X X X X
61 Pimenta Vermelha X X X
62 Pimentão X X X X X X X
63 Pimentão Amarelo X X X X X X
64 Pimentão Capeleti X X X X X X X
65 Pimentão Verm. X X X X X
66 Quiabo X X X X X X
67 Rabanete X X X X X X X X X X X X
68 Repolho Roxo X X X X X X X X X X X X
69 Repolho Verde X X X X X X X X X X X X
70 Rosa X X X X X X X X X X X X
71 Rúcula X X X X X X X X X X X X
31
Nº ESPÉCIES (*) Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
72 Salvia X X X X X X X X X X X X
73 Tomate Cereja X X X X X X
74 Toamte S. Caqui X X X X X X X
75 Tomate S.L.V. X X X X X X X
76 Tomate Paulista X X X X X X X
77 Tomate Sta Cruz X X X X X X X
78 Vagem X X X X X X X X
Fonte: CEASA RS 2002.
Observação:
A fim de que tenhamos um bom desenvolvimento das variadas espécies de hortaliças, devemos levar em conta as
exigências climáticas.
Ao definirmos a melhor época para o plantio ou semeadura, devemos considerar aspectos ligados aos
microclimas regionais e também características específicas das cultivares.
32
5. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE PLANTIO E CONSUMO DE SEMENTES DE HORTALIÇAS
35
6. RECOMENDAÇÃO DE CULTIVARES POR ESPÉCIE
Quadro 4 - Relação das cultivares das hortaliças mais produzidas noRS com suas respectivas épocas de plantio
CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
ESPÉCIES
Abóbora híbrida tipo Tetsukalinto 1- Takayama,3- Tokita, Kanda e
Kiowa,2- Sakata, 4-Takii, 5-Fortuna
Abóbora Menina Brasileira Menina Brasileira
Abóbora Moranga Exposição, Coroa e Pataca
Abóbora tipo seca 1-Rajada Seca Melhorada, 2-Seca CAC
Melhorada, Menina Rajada, Squash
Spaguetti, 3-Tronco Redonda, híbrida:
Bárbara
Abobrinha Híbridas: 1-Caserta CAC Melhorada e
Redonda de Tronco, 2- Novita, Novita
Plus (resistente ao oídio)
Acelga Verde de Talos Brancos e Branca de
Lyon
Agrião 1-Folha larga melhorada, D’água Folha Obs.: evitar semeaduras:(agosto a
larga, Gigante Redondo, Agrião da outubro)
Terra (Picante) e Agrião do seco
Aipo Salsão 1-Florida-683, Topseller, Green King,
Cornel 619
Alcachofra Roxa Romana
ESPÉCIES CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
Alface tipo Americana Kaiser, Raider (meia Estação) Lorca ,Legacy, Empire Lucy Brown, Tainá
36
CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
ESPÉCIES
Alface tipo crespa Brisa, Hortencia Verônica, Salad Bowl Vera
Cultivares Roxas Rubra, Banchu Red Fire, Veneza Roxa
Alface tipo lisa Carolina, Elisa,1- Regina, Maravilha Carolina Regina e Elisa
Alface ripo lisa roxa das 4 Estações
Alho Porró 1-Titan Osena e Atal
Obs.: melhor semeadura outubro
ESPÉCIES CULTIVARES
37
CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
ESPÉCIES
Cebola Dias curtos: Aurora, Primavera,
Madrugada, Baia Precoce e Híb.
Mercedes (semeadura em abril/maio)
Dias intermediários: Petroline e Crioula
e Crioula Mercosul (semeadura junho)
Dias longos: Crioula Alto Vale e
Jubileu (semeadura em maio).
Cebola de verão: Alfa Tropical
(semeadura em Novembro/ Dezembro).
CULTIVARES
ESPÉCIES
TODO ANO INVERNO VERÃO
Cebolinha 1- Ano Todo
2- Nebuka
3- Futonegui
4- Hosonegui
Cenoura 1-Nates, Forto, Flakesse, Falkker, Brasília RL,1- Brazilandia, Kuronan,
Aline, Nantes Topseed, Shinkuroda, Carandaí HT (semeadura:
Híb. Tiger (Beta) de dezembro a abri)
Chicória Escarola Marina Gigante, Amazonas Gigante e
Marina
ESPÉCIES CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
Chicória Crespa Pancalieri
Chicória Radichio Carmem – cultivada no verão e outono
Coentro Português
Couve Brócolo tipo Ramoso Híbrido Flórida Ramoso Santana Ramoso Piracicaba
Couve Brócolo Tipo Cabeça Única 1-Legacy, 2-Marathon, Haitsu Magestic
Couve de Bruxelas Long Island e Híb. Jade
Couve Chinesa (Hakussai) Pe-Tisai Yuuki
Híbridas: Komachi, Kukai 65, 1-Kukai
70 e Taibyo-60
38
CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
ESPÉCIES
Couve-Flor Cultivadas na meia estação . Híb. 1-Teresópolis Gigante, Teresópolis Piracicaba Precoce.
Barcelona, Silver Streak e Yuki Precoce e Bola de Neve. 1-Híb. Verona 184, Híb. Luna,
Híb. Shiromaru III e Silver Streak Híb. Sharon, Híb. Shiromaru I,
Híb. Ramy
Couve Manteiga Georgia, Portuguesa, De Galho.
Híb. : Hi-Crop, Top Bunch e Revi-Crop
Couve-Rábano Branco de Viena e Roxo
Híbrida: Grand Duke
Chuchu Verde Liso e Verde Escuro
Erva Doce ou Funcho Romanesco e Hib. Carmo
Ervilha Grão Utrillo
Agroflora nº 40 e Itapuã-600
Ervilha Torta Torta da Flor Roxa e Torta HT
Espinafre Viroflay, Híb. Marutsubu e Megaton
ESPÉCIES CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
Espinafre da Nova Zelândia Espinafre da Nova Zelândia , Nova
Zelândia RS
Fava Água Doce e Luz de Outono
Feijão Vagem tipo Macarrão Trepador 1-Favorito,2- Preferido,3-Estrela,4-
Brasília,5- Atibaia
Feijão Vagem tipo Macarrão Rasteiro Macarrão Baixo, Conquista , Amarelo,
Mimoso e Nerina
Feijão vagem tipo manteiga trepador Talharim, Teresópolis
39
CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
ESPÉCIES
Melancias Redondas 1-Crimson Sweet Petoseed
Híb. Eureka, Híb. Jetstream, Híb.
Crimson , Select e Georgia
Melancias Compridas 1-Congo, 2-Jubilee II, 3-Charlerston
Gray, 4-Fairfax
Melão Gaúcho Caipira Redondo, Comprido, Gaúcho HT
Melão tipo amarelo Eldorado 300, Redondo amarelo. Híb.
AF – 642 e 682, Canariam Kobayashi,
Gold Mine, Joia Dourada, Rochedo
Melão tipo Cataloupe Imperial, Hales Best. Híb. Hy-Mark,
Magelan, Torreon
Melão Tipo Charentais Híb. Biora, Luxo, Nice e M 865
Melão tipo Galia Híb. Galia, Aravá, Galeão
Melão Honey Dew Híb Orange Flesh Sorbet 6232, Honey
Dew Orange Flesh
Melão tipo Net Melon Híb. Bonus II, Nero, Sunrise
Melão Pele de Sapo Tendency, Verde Nacional
Milho Doce Cristal, DO-04, Super Doce, Super
Doce Arruda
ESPÉCIES CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
Milho verde AG-519, Itapuã 700
Mostarda Crespa Giant Curled, Crespa Topseed,
Da Florida
Mostarda lisa Florida Broad Leaf
Nabo/Kabu Tokinashi Wase Kokabu, Híb. Taibyo
Hikari, Redondo Gota Branca e
Redondo Branco
Mogango Enrugado, Sul Mineiro
Morango Oso Grande, Camarosa, Campinas,
Sweet Charlie, Verão ou Serrano,
Dover, Vila Nova
Pepino tipo Aodai Aodai Melhorado,
Salada Aodai. Híb. Runner, Centurion,
Exocet, Sprint II
Pepino tipo Holandês Híb. Hana, Híb. Haten
40
CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
ESPÉCIES
Pepino tipo Caipira Caipira Verde, Rubi, 1-Híb. Safira,
Super Colonião, Magnum, Bugre e
Caipira
Pepino tipo Indústria Pickles para conserva, Wisconsin SMR
58, Híb. 1-Eureka, 4-Vlaspik, 3-
Primepak, Premier, Prêmio, Supremo,
2-Marinda (Partenocápico), Bianca
(Partenocárpico)
Pepino Tipo Japonês Nikkey, Natsusuzumi, Tsubasa
Pimenta Doce Agronomico 11, Cabuci, Doce
Comprida. Híbridas: Canal e Lipari
Pimenta Ardida Cayene (Dedo de Moça), Malaqueta.
Híbridas: Firenza, Jalepeño Grande
Pimentão Retangular Verde/Amarelo Amarelo SF 134 e Nacional.
Híbridos:1-Amanda, 2-Zarco, Matador,
Ori
Pimentão Retangular Verde/Vermelho Elisa, Magnum, Melody, Tango Vidi
Pimentão Cônico Verde/ Vermelho Magda, Casca Dura Ikeda. Híbridos –
2-Magali e 1-MagaliR, 3-Nathalie,
Acuário, Fresco e Luis
CULTIVARES
ESPÉCIES
41
CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
ESPÉCIES
Rábano ou Daikon Redondo
Híbrido: Hayabutori, Shogoin
Rábano – comprido Minowase, Tokinachi Híb. Shigatsu Wase
Híbrido: Minowase nº 3, Omny
Repolho verde Chato de Quintal, Coração de Boi, Fuyutoyo Louco de Verão
Híbridos: Kenzam, Fuyutoyo, Midori, Sinshei
Aoba, Astrus, Shinsey, Satohikari,
Ombrius, Aconcagua
Repolho roxo Marnuth gigante, Precoce, Híbridos: Shuto Ku 500 Rh (KK Cross)
Ruby Perfection, Red Ball, Rubro
Repolho Crespo Vertus
Híbrido: Crespo Savoy Ace
Rúcula Folha larga, Cultivada , Americana,
Selvática, Silvestre
Salsa Lisa Comum, Graúda Portuguesa, Preferida
Tomate Caqui – crescimento Floradade, Gaúcho Determinado –
determinado Híbrido: Rodas, Leila, Eros, Florida,
Athenas, EF-50
42
CULTIVARES
TODO ANO INVERNO VERÃO
ESPÉCIES
Tomate Caqui – crescimento Floradade, Gaúcho Determinado –
determinado Híbrido: Rodas, Leila, Eros, Florida,
Athenas, EF-50
Obs.: Os números que antecipam as cultivares significam a ordem de importância das hortaliças mais cultivadas.
43
7. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE PLANTIO E
CONSUMO DE SEMENTES E HORTALIÇAS
1. INTRODUÇÃO
2. SEMENTEIRA
Tipos de sementeiras
Localização da sementeira
47
- Distante de matos, árvores e construções;
- Local seco e arejado;
- Protegido de ventos;
- Longe das plantações definitivas.
3. SUBSTRATO
48
4. BANDEJAS
49
preciso envolver as sementes num tecido poroso e colocar de molho nesta
mistura por duas horas, deixar secar à sombra e efetuar a semeadura.
Devido ao pequeno tamanho das sementes da maioria das espécies,
deve-se, antes de realizar a semeadura, fazer a marcação. Esta prática que
consiste em preparar uma pequena cova em cada uma das células das
bandejas, tendo o cuidado para que estas fiquem no centro da célula e com a
mesma profundidade, o que permitirá uma germinação adequada e uniforme
das sementes.
As sementes deverão ser cobertas com uma fina camada de substrato,
sendo após levemente compactadas para permitir uma boa aderência com o
substrato.
Após, as bandejas devem ser levemente irrigadas, com o auxílio de um
regador de ralo fino, e pode-se empilhar uma bandeja sobre a outra, e
cobrindo-as com tendo o cuidado para que no início da germinação estas
bandejas sejam colocadas nos estrados, onde ficarão até o ponto de
transplante.
Quando houver necessidade deve ser efetuado o desbaste das mudas,
deixando-se somente uma por célula da bandeja.
6. IRRIGAÇÃO DA SEMENTEIRA
50
Deve-se ter o cuidado de não exagerar nas irrigações. Excesso de
umidade é sinônimo de doenças.
7. TRANSPLANTE
51
52
VI. ADUBAÇÃO DE HORTALIÇAS
1. INTRODUÇÃO
54
3. ANÁLISE DO SOLO
4. ADUBAÇÃO ORGÂNICA
55
A compostagem, que é a mistura de estercos com resíduos vegetais,
devidamente curtido ou fermentado é a prática que apresenta mais benefícios
ao desenvolvimento de hortaliças.
Entre os benefícios do uso de adubos orgânicos podemos citar: fonte de
macro e micro nutrientes; auxilia na solubilização dos minerais do solo,
deixando-os mais disponíveis para as plantas; promove a agregação das
partículas em solos arenosos, aumentando a capacidade de retenção de água no
solo e, diminui a pegajosidade em solos argilosos, tornando-os mais soltos e
arejados; favorece a proliferação de microorganismos úteis no solo; libera fito-
hormônios que estimulam o crescimento vegetal.
Os adubos orgânicos podem ser aplicados poucos dias antes do plantio
e, devem ser incorporados ao solo para que não se perca com a ação do sol.
A quantidade média de nutrientes em alguns adubos orgânicos é a
seguinte:
- 1 t. de cama de suínos: 21,4kg de N; 21,8 kg de P 2O5; 10,8 kg de
K2O;
- 1 t. de esterco de suínos: 5,2 kg de N; 7,0 kg de P 2O5; 7,2 kg de
K2O;
- 1 t. de esterco de aves, 3 lotes: 25,0 kg de N; 24,5 kg de P 2O5; 17,5
kg de K2O;
- 1 t. de esterco de aves, 6 lotes: 24,5 kg de N; 28,0 kg de P 2O5; 28,0
kg de K2O;
- 1 t. de esterco de aves, 1 lote: 21,0 kg de N; 21,0 kg de P 2O5; 14,0 kg
de K2O;
Quando adicionados ao solo, somente uma parcela dos fertilizantes
contidos nos adubos orgânicos estarão disponíveis para as plantas. Em média a
disponibilidades dos nutrientes é a seguinte:
Nitrogênio: 50% no 1o ano; 20% no 2o ano.
Fósforo (P2O5): 60% no 1o ano; 20% no 2o ano.
Potássio (K2O): 100% no 1o ano.
Na prática, não devemos exceder em 30 m2/ha de esterco de aves e 50
m2/ha de esterco de bovinos.
56
Recomenda-se cultivar hortaliças folhas e raízes somente após 6 meses
a aplicação de compostos orgânicos de origem animal, devido a possibilidade
de contaminação destas hortaliças com bactérias e ovos de vermes dos animais
de onde foram originários os estercos. Portanto a aplicação de compostos
orgânicos de origem animal deve ser bem planejada para não haver perigos
para a saúde humana.
Uma recomendação prática é fazer-se a aplicação do adubo orgânico,
incorporá-lo ao solo e, cultivar uma olerícola fruto, como tomate, e após
cultivar as olerícolas folhas ou raízes, pois passou 6 meses entre o tomate e as
folhosas ou raízes.
57
O composto estará pronto quando não houver mais aumento de
temperatura interna, não exalar mais o cheiro do esterco e ter consistência de
uma terra de mato.
O tempo de fermentação dura de 4 a 6 meses dependendo da
temperatura ambiente e dos cuidados acima mencionados no processo de
fermentação.
O processo de fermentação não mata todos os fungos, bactérias
patogênicas e ovos de vermes que causam doenças as plantas e ao homem.
Portanto o manejo destes compostos devem ser muito criteriosos para evitar-se
contaminações.
58
Compostagem de Resíduos Vegetais e Esterco Animal
Húmus de Minhoca
6. ADUBAÇÃO QUÍMICA
Nitrogênio
60
havendo menor contaminação ao ambiente e reduzindo ou até eliminando o
uso de fertilizantes nitrogenados como uréia, sulfato de amônia ou outros.
Fósforo
Potássio
61
Outros Nutrientes
Calcário
62
VII. PLANTIO E TRATOS CULTURAIS NAS
HORTALIÇAS
1. INTRODUÇÃO:
Drenagens Superficiais
64
- a prática da irrigação por aspersão pode ser utilizada no controle das
geadas. Para isto deve ser iniciada pela madrugada, quando a
temperatura chegar a 30C na relva e só encerrar pela manhã quando
abrir o sol.
Transplantio
65
Podas
Tutoramento e Amarrio
Cobertura morta
- Ambiente;
- Características das plantas cultivadas que traduz em produtividade e
qualidade do produto;
- Temperatura:
- Temperaturas abaixo do nível ótimo podem prolongar o ciclo ou
provocar o florescimento prematuro de certas hortaliças,
prejudicando o desenvolvimento da parte comerciável acima do
nível ótimo, podem ocasionar perda de qualidade do produto.
67
- As variações termoclimáticas determinam a época adequada para o
plantio de certas espécies ou cultivares.
- No cultivo de algumas solanáceas, principalmente, a variação
térmica entre o dia e a noite tem influência predominante na planta e
na produção.
- Sabe-se que a germinação, a emergência e o desenvolvimento inicial
das plântulas são diretamente condicionados pela temperatura do
leito no qual se efetua a semeadura. As condições ótimas são
aquelas que possibilitam acelerar a germinação, porém sem
diminuição da percentagem de sementes germinadas. Assim, cada
espécie olerácea apresenta suas exigências térmicas.
- A temperatura do solo está diretamente relacionada com a
temperatura do ar, com a duração do período luminoso a que foi
exposto tal solo e com algumas características inerentes ao próprio
solo. Exemplos: solos escuros aquecem mais do que solos claros.
- Na Depressão Central do RS é quase impossível produzir cenoura
ou beterraba nos meses de janeiro e fevereiro devido as
temperaturas do solo.
68
verão e menores durante o inverno. Nas localidades do centro-sul, os dias são
mais longos durante o verão e mais curtos no inverno.
Essa variação no período luminoso denomina-se “fotoperiodismo”, ao
qual algumas hortaliças, especialmente aliáceas, são muito sensíveis. Em
cebola e alho, somente ocorre a formação de bulbos quando os dias
apresentam duração acima de um número mínimo de horas de luz –
fotoperíodo crítico, característico de cada cultivar. De acordo com a exigência
fotoperiódica, há cultivares precoces e tardias, conforme necessidade de dias
menores e maiores, respectivamente, para a bulbificação. Essa é a principal
razão pela qual certas cultivares sulinas de cebola e de alho não produzem
bulbos se plantadas durante o outono – época normal de plantio de tais
culturas – no centro sul. Sendo cultivares tardias a exigência fotoperiódica não
é satisfeita, motivo pelo qual as plantas se mantém vegetativas.
A formação de flores também depende do fotoperíodo, estritamente, em
certas espécies. Por isso, cultivares européias e norte americanas de alface
pendoam, precocemente, quando cultivadas nos dias longos do verão.
Contrariamente, as cucurbitáceas produzem maior número de flores femininas,
com conseqüente aumento na produtividade, n os dias curtos do inverno. Já o
morangueiro somente floresce e frutifica em dias curtos, tornando-se
vegetativos durante os dias longos do verão.
Do ponto de vista prático, o fotoperíodo torna-se fator limitante
somente na produção de poucas espécies oleráceas, destacando-se o caso
peculiar da cebola e do alho. Em outras espécies, o fotoperiodismo afeta
menos o desenvolvimento da planta, bem como a produção. No entanto a
maioria das espécies comporta-se como pouco sensível a variação
fotoperiódica, ou mesmo indiferente, no caso das culturas de feijão-vagem e
tomate, por exemplo.
Termoperiodicidade diária
69
produzem melhor quandoa temperatura noturna é inferior a diurna – uma
diferença de 5 a 100C. Quando mantidas sob temperatura constante, tais
plantas são prejudicadas.
O efeito decisivo da termoperiodicidade diária tem sido mais bem
estudado em tomaticultura, em pesquisas conduzidas na Europa e nos Estados
Unidos, as quais demonstram que a temperatura noturna exerce maior efeito
no desenvolvimento da planta e na produção. Em altas temperaturas noturnas,
o crescimento vegetativo é acelerado, porém são prejudicadas ou até inibidas a
floração e a frutificação. Tem sido demonstrado que as temperaturas noturnas
de 13-180C e as diurnas de 20-250C são aquelas mais favoráveis à produção.
Como comprovação prática, é conhecido o caso de antigos tomaticultores
holandeses, muito cuidadosos, que se levantavam em meio à noite invernal
para aquecerem suas estufas. Entretanto, verificavam que seus tomateiros
apresentavam menor desenvolvimento e produção em relação às plantas de
vizinhos, mais comodistas, que deixavam cair a temperatura noturna,
propiciando termoperiodicidade diária adequada. Note-se que as temperaturas
indicadas foram aquelas obtidas nas condições do hemisfério norte, sob menor
luminosidade e com as cultivares lá utilizadas. A exigência de
termoperiodicidade também pode explicar a inadequação da tomaticultura a
regiões que apresentam temperaturas diurnas e noturnas igualmente elevadas,
como a Amazônia.
Outros estudos demonstram que as faixas térmicas diurna de 20-25 0C e
noturna de 10-160C são as mais favoráveis à bataticultura, nas condições
Européias e Norte Americanas. Isso explica o mau desempenho dessa cultura
em localidades de baixa altitude, as temperaturas constantemente elevadas, de
dia e de noite inversamente, tem sido demonstrado o sucesso da cultura em
altitudes acima de 800m, as temperaturas amenas e noturnas favoravelmente
menores, como ocorrem em planaltos e regiões serranas do centro-sul. Outras
culturas oleráceas menos estudadas, também apresentam exigências de
termoperiodicidade diária, devendo a temperatura noturna ser sempre mais
baixa que a diurna, a exemplo do pimentão, da beterraba, da ervilha e do
morango.
70
A influência da luz: intensidade
71
72
VIII. SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Todos esses elementos juntos nos darão uma certa precisão de quanta
água é necessário para um hortaliça.
74
Tudo isto é calculado mas, não substitui a capacidade de observação do
agricultor que deseja fazer uma boa irrigação.
Na prática, podemos aliar os conhecimentos acima descritos e a
observação do solo, da planta e do ambiente de acordo com os seguintes
passos:
- Passo 1: Fazer um buraco no solo até a profundidade média das
raízes da hortaliça que será irrigada. Por exemplo: alface, em torno
de 15 cm;
- Passo 2: Pega-se o solo com a mão e faz-se uma pequena bola ou
um boneco de terra;
- Passo 3: Se não for possível fazer a bola ou boneco de terra, é
porque está muito seco, necessita-se irrigar;
- Passo 4: Se apertarmos a bola ou boneco de terra com a ponta dos
dedos e ela não destorroar ou desmanchar, é sinal de que o solo está
encharcado e não necessita de irrigação.
- Passo 5: Se apertarmos a bola ou boneco de terra e ela destorroar ou
desmanchar, o solo não está encharcado, mas não precisa irrigar.
- Para sabermos o quanto irrigar, ou o quanto de água a ser colocada
no solo, também existem cálculos para este fim, mas na prática
também podemos fazer um buraco durante ou após a irrigação e ver
se a água chegou até aonde estão a maior quantidade das raízes.
3. ARMAZENAMENTO DE ÁGUA
75
Nos períodos de calor e secas intensas chega-se a necessidade 10 até 12
litros/m2/dia, ou seja 10.000 a 12.000 litros/ha/dia.
76
Costumamos dizer que a água que bebemos deve ser a mesma água
que devemos utilizar na irrigação, devido a sua importância para a saúde
humana.
5. TIPOS DE IRRIGAÇÃO
77
Irrigação por aspersão
78
A irrigação localizada ou por gotejamento favorece a economia de
água, pois a perda de água situa-se em torno entre 5 a 2%, podendo chegar
próximo a zero quando o solo é coberto com lonas pretas como é o caso do
moranguinho.
Como este sistema funciona com baixa pressão há uma maior economia
de combustível ou energia elétrica.
Há um grande economia de mão de obra no manuseio deste sistema
porque quando está instalado o único trabalho é ligar a bomba. Este sistema
também pode ser automatizado, ligando e desligando-se automaticamente
quando há falta de água no solo.
Este sistema pode ser usado em terrenos planos ou acidentados com a
mesma eficiência.
Há um diminuição na ocorrência de doenças e consequentemente na
utilização de produtos químicos, havendo economia e menos poluição e
contaminação às plantas, ao homem e ao ambiente.
Como desvantagem deste sistema temos o seu preço que ainda é
elevado em relação à aspersão, sua vida útil é menor e exige mais cuidado na
lavoura, pois pode ser furado ou cortado ou facilmente entupido se a água não
for bem filtrada.
Este sistema pela sua eficiência e economia deverá ser o mais utilizado
num futuro muito próximo.
79
IX. MANEJO ECOLÓGICO DE PRAGAS
Pragas iniciais
Grilo e Paquinha
Tanto os grilos quanto as paquinhas vivem em galerias no solo,
de onde saem, à noite, para se alimentarem, As fêmeas destes insetos fazem a
postura no fundo da galeria.
Alimentam-se de raízes e da parte aérea das plantas, também
cortam as mudas o que determina o replantio de mudas.
Lagarta Rosca
As lagartas apresentam coloração cinza escura, podendo atingir
até 4,5 cm de comprimento. De hábito noturno, permanecem durante o dia
enterradas ou sob torrões nas proximidades das plantas atacadas.
Alimentam-se de folhas, sendo que normalmente cortam as
mudas recém transplantadas na altura da superfície do solo, causando redução
da população de plantas.
Insetos sugadores
81
ovos. O ciclo completo dura de 15 a 18 dias. Causadores do vírus de mosaico
dourado em feijoeiro e em plantas de baraço.
Vaquinhas ou Patriotas
São pequenos besouros de 5 a 6 mm de comprimento e cabeça
castanha. É um dos insetos mais comuns nas hortas, principalmente a partir da
primavera até o verão. Se alimentam de folhas e ramos novos. Na fase de
larva, também atacam as raízes das plantas, causando a morte. São
especialmente prejudiaciais na fase inicial dos cultivos.
Traça do tomateiro e traça das crucíferas
Os adultos são pequenas mariposas de cor cinza-prateada, que
fazem a postura de seus ovos sobre as folhas , ponteiros e frutos, estes formam
pequenas lagartinhas que penetram na epiderme da folha, formando galerias
transparentes. É comum a presença de fezes escuras no local de ataque.
Quando o ataque é intenso podem causar perda total aos cultivos.
Mosca minadora
Os adultos são pequenas moscas de cor amarelo-brilhante, fazem
a fortuna nas folhas. As larvas penetram nas nervuras principais e até mesmo
no fecíolo das folhas, formando galerias em forma de pequenas estradas nas
folhas atacadas.
Broca-de-frutos
82
O adulto é uma mariposa de cor cinza-esverdeada, que fazem a postura
nos frutos As larvas perfuram os frutos vivem no seu interior. Podem atingir 4
a 5 cm de comprimento.
Ácaros
83
Medidas Preventivas para o manejo de pragas
Armadilha Luminosa
Através da atração pela luz é possível capturar algumas espécies de
insetos, principalmente mariposas, que têm hábito noturno. Recomenda-se
instalar, no meio da cultura a ser protegida, na altura de 1,5 m do solo,
armadilha com lâmpada fluorescente e embaixo desta uma bandeja com água e
óleo.
Brocas que atacam curcubitáceas, pimentão e tomate, e o adulto da
lagarta rosca podem ser capturados por este método.
Armadilhas Atrativas Coloridas
São armadilhas que podem ser fabricadas em forma de painéis,
placas ou faixas coloridas, contendo cola adesiva permanente. Os insetos são
atraídos pela cor e ficam presos na cola das armadilhas. A cor amarelo ouro
atrai a vaquinha, a mosca branca, a mosca minadora de folhas e as cigarrinhas.
A cor azul escuro atrai a mosca doméstica, a mosca do estábulo e
o tripes.
Também pode-se usar bacias destas cores com água e algumas
gotas de detergente de lavar louças. A vantagem destas é que podem ser feitas
em nível de propriedade.
Estas armadilhas são distribuídas nas bordaduras e no meio dos
cultivos, a uma altura pouco acima da cultura e em um número médio de 30 a
40 armadilhas por hectare.
85
É o uso de telas de malha fina, tornando-se uma barreira física à
entrada dos insetos. É bastante usado na produção de mudas de hortaliças
quando estas são produzidas em estufas sementeiras.
Plantas atrativas/repelentes
Muitas espécies possuem propriedades atrativas ou repelentes à
vários tipos de insetos. Conhecendo-se estas propriedades, pode-se utilizar
estas espécies na estratégia de manejo das pragas.
Algumas destas espécies são bastante usadas, como é o caso do
prorongo e Tajuja, que atraem a vaquinha; o girassol que atrai várias espécies
de insetos; o cravo de defunto (TAGETIS) e a crotalária que controlam o
nematóide; a abrobrinha caseiraé atrativa para vaquinha e brocas de frutos; o
milho, sorgo, berinjela atraem o tripes, estes são alguns exemplos.
Controle biológico
Consiste no emprego de microorganismos que combatem os
insetos-praga. Nos últimos anos este processo tem sido bastante estudado e os
resultados são animadores, pois muitas destas pragas já podem ser controladas
através do controle biológico.
Os principais microorganismos já em uso são os vírus e
niroides, onde o baculovirus anticárcia controla algumas espécies de lagartas
que se alimentam de folhas; os fungos como a BEÜVERIA BASSIANA e
METARHZUM ANISOPLIAE, combatem várias espécies de insetos como
tripes, cigarrinhas, cupins e coleobrocas; e as bactérias como as do gênero
BACILLUS controlam muitos tipos de lagartas e brocas.
Uso de inimigos naturais
Muitos insetos possuem na própria natureza inimigos naturais, ou seja
outros insetos que se alimentam dos insetos praga, mantendo no meio
ambiente um equilíbrio na população. Quando interferimos causando
desequilíbrio na população, às vezes as pragas predominam.
Hoje muitos destes inimigos naturais foram estudados e estão sendo
produzidos em laboratórios para dispersão nos cultivos.
86
A vespa parasitóide é um dos inimigos naturais mais comuns usados
neste controle, como é o caso do trichogramma que parasita os ovos da traça
do tomateiro; algumas espécies de vespas que parasitam percevejos e dos
ácaros FITOSEIDEOS que se alimentam de ácaros-praga.
Extrato de plantas
Muitas plantas possuem substâncias que combatem insetos, sem
no entanto, serem tóxicas ao homem.
Estas plantas podem ser usadas de diversas formas. Uma das
mais usadas é no preparo caseiro de extratos, usando-se principalmente folhas
e ramos.
Abaixo, relacionamos algumas espécies, com propriedades
inseticidas, e os insetos-pragas controlados.
87
feitos com microorganismos e plantas e alguns já estão disponíveis no
mercado.
É o caso do óleo de Nim extraído através da prensagem do fruto
da planta do Nim que controla vários tipos de insetos e do composto A,
inseticida que também controla a maioria dos insetos, além de outros
disponíveis nas agropecuárias.
Diversos
88
X. MANEJO ECOLÓGICO DE DOENÇAS
1. INTRODUÇÃO
3. ROTAÇÃO DE CULTURAS
Esta prática merece um capítulo à parte, pela importância que ela tem
no controle preventivo das doenças, em horticultura.
As plantas são classificadas em famílias, porque tem características
genéticas muito parecidas. Portanto, as plantas da mesma família tem uma
maior predisposição às mesmas doenças. Por exemplo: tomate, batata,
90
pimentão e beringela são da mesma família e portanto, tem predisposição às
mesmas doenças.
Rotação de culturas é a prática de não plantar no mesmo local, ou seja,
um cultivo após o outro, plantas da mesma família. Por exemplo: se for
cultivado repolho e depois tomate, e após beterraba, nenhuma destas três
espécies são da mesma família, logo não haverá transmissão de doenças de
uma para a outra.
Abaixo apresentamos um quadro com as principais famílias das
hortaliças:
Divisão das hortaliças por famílias:
Quadro 5 - Divisão das hortaliças por famílias
FAMÍLIAS ESPÉCIES
Apiaceas Cenoura, Coentro e salsa
Agrião, Brócolis, Couve Chinesa,Couve de Bruxelas,
Brassicaceas Couve de Folhas, Couve Flor, Mostarda, Nabo,
abanete, Rábano, Repolho
Chichoraceas Alface, Almeirão, chicória
Abóbora, Abobrinha, Melancia, Melão, Mogango,
Cucurbitaceas
Moranga, Pepino
Ervilha
Fabaceas
Feijão Vagem
Liliaceas Cebola, Cebolinha
Malvaceas Quiabo
Solanaceas Berinjela, Jiló, Pimenta, Pimentão, Tomate
Araceas Inhame
Convolvulaceas Batata Doce
Chenopodiaceas Beterraba
Tem-se observado que ainda não existem muitos estudos sobre o tempo
de permanência dos agentes causadores de doenças, como fungos, bactérias e
vírus no solo para determinar-se o tempo em que uma cultura pode voltar à
área em que foi cultivado pela primeira vez. Este seria um trabalho de grande
importância e que aliado ao tratamento de sementes reduziria muito a
incidência de doenças nas hortaliças.
Algumas pesquisas nos apontam para um período de três a quatro anos
para fungos e até doze anos para bactérias, o tempo necessário para que estes
agentes causadores de doenças desapareçam do solo.
91
Este é um assunto que deve ser pensado com muita profundidade,
porque nos leva à um redirecionamento muito grande do sistema de cultivo de
hortaliças.
92
Passos para fazer o tratamento hidrotérmico:
93
Nabo 50 20
Pepino 50 20
Rábano 50 20
Repolho chinês 50 20
Mostarda 50 15
Rabanete 50 15
Alface 45 30
Salsão 45 30
5. SOLARIZAÇÃO
Usos
94
- Duração do tratamento: como a camada superficial do solo é mais
rápida e intensamente aquecida do que as mais profundas, o tempo
de cobertura dos solo deve ser de 4 semanas ou mais. Quanto maior
for o período de cobertura, maior será a profundidade do solo
desinfestada (ver Quadro).
6. DEFENSIVOS ALTERNATIVOS
95
XI. PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS EM AMBIENTE
PROTEGIDO
1. INTRODUÇÃO
2. EFEITO ESTUFA
- Produção na entressafra;
- Precocidade das colheitas (encurta o ciclo);
- Melhor qualidade dos produtos;
- Uso racional dos fertilizantes, com menor perda;
- Economia de água (uso de gotejamento);
- Melhor controle das pragas e doenças;
- Redução no uso de agroquímicos;
- Uso racional da mão-de-obra;
- Aumento de rendimento (3 a 4 vezes mais);
- Menor risco de perdas por condições climáticas adversas.
4. TIPOS DE ESTRUTURAS
97
Outro sistema muito empregado, são os túneis baixos. Tem como
vantagens o menor custo, porém, exigem maior mão-de-obra no seu manejo.
São construídos com arcos metálicos, PVC ou bambú. Tem altura
central de 0,6m e largura média de 1,2 m, ou seja, permitem a proteção
individual de cada canteiro da horta,. Podem ser utilizados no cultivo de
espécies de porte baixo como morango e folhosas.
- Antecipação da colheita;
- Melhorar ponto de colheita;
- Proteção contra condições climáticas;
Morango
- Evitar queima de sol;
- Melhorar a qualidade;
- Diminuir a incidência de doenças.
- Produção na entressafra;
- Maior produção e melhor qualidade;
Pepino - Diminuir a incidência de doenças;
Melão - Encurtar o ciclo de produção;
- Colheita de frutos uniformes;
- Proteção contra as condições climáticas.
98
- Produção na entressafra;
- Maior produção e melhor qualidade;
Tomate
- Reduzir o uso de agroquímicos;
Pimentão
- Colheita de frutos uniformes;
Beringela
- Encurta o ciclo de produção;
- Manejo e condução mais adequada.
O uso de pequenas estufas sementeiras para produção de mudas,
também é uma alternativa muito empregada pelos olericultores da região.
Estas estruturas devem ser dotadas também de telas para proteção contra
insetos, e de sombrite, para uso nos meses de verão em que as temperaturas
são muito elevadas.
99
- Umidade Relativa do ar - este fator é muito importante, porque
interfere de forma decisiva no desenvolvimento das plantas. A
maioria da plantas tem como umidade ideal do ar entre 60 e 80%.
- Um ar demasiado seco, aliado a temperaturas altas, aumenta a
transpiração das plantas. Porém na nossa região, o maior problema
é a alta umidade do ar, que proporciona incidência de doenças. Para
amenizar este problema, a estufa deve ser ventilada, abrindo-se as
portas laterais, o que proporciona um maior movimento do ar,
fazendo com que a folhagem das plantas sejam rapidamente secas.
- É importante, em dias nublados, com temperaturas amenas (15 a
20°C), que a estufa seja aberta no início da manhã e fechada no final
do dia, evitando elevação da temperatura no interior da estufa e
fazendo com que as plantas se desenvolvam sem luminosidade
suficiente, causando um estiolamento.
Os próprios túneis e estufas que são utilizados nos períodos mais frios
podem ser adaptados para cultivos de verão, para isso, precisamos diminuir as
temperaturas e elevar a umidade do ar, no interior destes ambientes.
Uma das adaptações recomendadas é a aplicação, sobre as estruturas, de
algum material que diminua a incidência de radiação solar no interior das
estufas. Isto pode ser feito pintando-se com cal o plástico da cobertura,
usando-se um sombrite sobre a estrutura ou mesmo algum tipo de palha sobre
o sistema de sustentação dos cultivos, esta quebra na incidência da radiação
solar deve ser em torno de 30%.
100
XII. COMERCIALIZAÇÃO, ABASTECIMENTO E
SEGURANÇA ALIMENTAR
1. INTRODUÇÃO
2. COMERCIALIZAÇÃO
102
A estrutura de comercialização, que faz parte desse conjunto, tem sua
configuração completa na integração das estruturas de produção, de
distribuição e de consumo, envolvendo a análise dos bens, desde o momento
em que são produzidos até serem adquiridos pelo consumidor final.
Esta estrutura será mais eficiente quando minimizar custos e quando a
difusão exata de informações de preços for realizada de maneira rápida a todos
os agentes interessados e envolvidos no processo.
3. ABASTECIMENTO ALIMENTAR
103
escoamento e na formação dos preços e orientando o consumo. Essa tarefa,
que nasce na esfera Federal, responsabiliza, por igual, Estados e Municípios.
Quanto à questão institucional do abastecimento, a situação no País, hoje,
conduz a uma reflexão sobre segurança alimentar e à necessidade de sua
implementação enquanto objetivo permanente de Governo; entendendo-se por
Segurança Alimentar a garantia da disponibilidade e acesso de toda a população
ao consumo adequado e suficiente de alimentos, resultante da articulação de
diferentes políticas públicas relativas à produção, circulação, comercialização e
consumo de alimentos.
O enfoque sistêmico sobre o abastecimento demanda uma ação
articulada dos diversos órgãos ligados à produção e à distribuição de alimentos
(Secretarias de Estado da Agricultura e Abastecimento, Saúde, Órgãos da
Administração Indireta, ONGs e outros), cujos resultados, na forma de uma
Política Estadual de Abastecimento, devem contemplar alguns aspectos
fundamentais, quais sejam:
- Fomento à Produção de Alimentos Básicos;
- Aperfeiçoamento da Comercialização Agrícola;
- Formulação de Política de Preços para cesta básica alimentar;
- Educação Alimentar e Orientação ao Consumidor;
- Programas Suplementares de Alimentação e Nutrição.
104
Sustentável consiste em garantir a todos condições de acesso a alimentos
básicos seguros e de qualidade, em quantidade suficiente, de modo
permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais,
com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo assim para uma
existência digna em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa
humana.
5. INTRODUÇÃO À HORTICULTURA
105
um ano, pode ser utilizado em duas culturas de tomate transplantadas, em seis
culturas de alface transplantadas ou em doze culturas de rabanete semeadas
diretamente.
E, tal fato, representa maior renda para a família rural.
106
O mercado é mais conceitual do que físico e constitui parte integrante
dos diferentes processos por meio dos quais se transfere a propriedade dos
bens e serviços.
O mercado executa uma função de alocação de recursos de capital,
trabalho e terra. O mercado também influencia algumas decisões de múltipla
natureza, entre as quais as políticas referentes às áreas da pesquisa,
industrialização, transporte, comunicações, consumo e outras.
Vê-se que o mercado não funciona nos moldes de uma competição livre
e perfeita, onde os preços atuam como árbitros. Existem impedimentos
institucionais e informativos, além de econômicos, que afetam a maioria das
situações. As ideologias político-econômicas, assim como os valores sócio-
econômicos influem nas operações públicas e privadas do mercado.
Isto leva a entender que as decisões tomadas pelo produtor rural, muitas
vezes por desinformação, podem ir de encontro aos interesses do mercado.
De outra parte é conveniente considerar o sistema de comercialização
como o mecanismo primário para coordenação das atividades de distribuição e
consumo. Sob este ponto de vista, a comercialização inclui as atividades de
intercâmbio associadas com transferência dos direitos de propriedade de um
produto, manipulação dos produtos e arranjos institucionais que facilitam estas
atividades.
Pelo visto, e considerando que muitas decisões comerciais importantes
incluem planejamento de produção em relação às oportunidades de mercado,
parece inútil tentar estabelecer uma divisão conceitual arbitrária entre
“produção” e “comercialização”. È por este motivo que se evita uma definição
de comercialização restrita às atividades que ocorrem depois que o produto
deixa a empresa rural.
O Sistema de Comercialização
107
Os produtores familiares, entretanto, têm dificuldade de escoamento das
suas safras. As razões são muitas e de várias dimensões:
- a diversificação dos produtos é maior, conquanto o volume de oferta
seja menor;
- prevalece a comercialização individualizada;
- o produtor não possui meios de transporte dos seus produtos para o
mercado (feiras, CEASA, entrega direta, etc.);
- geralmente produz produtos da cesta básica ou perecíveis, cujo
mercado é mais dinâmico e exigente;
Há que entender, desde logo, que o produto, para percorrer o caminho
entre o produtor e o consumidor, necessita de diversos “serviços de
comercialização”, tais como: compra, venda, coleta, reunião, embalagem,
estocagem, transporte, beneficiamento, padronização, classificação,
financiamento, assunção de riscos, informações de mercado e outras.
Tais funções são executadas por diversos “agentes de comercialização”,
com experiência nesses tipos de operações e bom conhecimento de mercado. É
claro que o produtor, se tiver um membro da família com tal conhecimento, ou
vier a contratar um “expert” para essa função, também poderá fazê-lo. Isso,
porém, implica em custos.
A grande saída é o trabalho associativo, onde diversos produtores
juntam as suas produções, atendendo as exigências do mercado, e um deles,
com maior experiência no ramo, faz a comercialização pelo grupo. (vide
lâmina nos anexos)
108
molho, pé, etc.), mais o custo de comercialização (impostos, transporte,
embalagens, etc.) e mais uma margem de lucro não superior a 25%.
É verdade, principalmente para produtos com preço mínimo pré-fixado,
que, freqüentemente, o preço de venda é inferior aos custos. Isto costuma
acontecer por contigências do mercado, sobretudo quando a oferta de
determinado(s) produto(s) é superior à demanda. Também ocorre, vez por
outra, por incompetência oficial, que não leva em conta as situações
imponderáveis.
Há, contudo, uma tendência muito forte de parte dos produtores de
hortigranjeiros em queixar-se de que recebeu preços baixos e que é muito
pequena a sua parcela de participações no preço final pago pelo consumidor.
O fato, para ser analisado de modo imparcial, tem de admitir certo
despreparo ou ingenuidade de parte do produtor.
Isto acontece e continuará acontecendo se o produtor não se organizar e
não agregar valores ao seu produto, eliminando o intermediarismo e
assumindo, às suas custas ou na forma associativa, aquelas atividades
executadas por terceiros. Esta situação é mais visível quando das flutuações
estacionais (sazonalidade), momento em que o produtor sofre as maiores
penalizações.
109
Há alguns “macetes”, dos quais o produtor pode se socorrer, que
ajudam a minimizar riscos de concorrência, como se verá a seguir, mas nada
substituirá o profissinonalismo e o conhecimento do mercado.
As condições climáticas no RS, com excesso de umidade e frio em
alguns meses do ano (inverno) e estiagens em outros
(outubro/novembro/janeiro) induz o produtor a ter cuidados dobrados que o
levam a escolher o melhor local para estabelecer a plantação; a usar boa
tecnologia (plasticultura, irrigação por gotejamento, boas sementes, boas
mudas); a antecipar ou atrasar o plantio para fugir da época de maior oferta; a
diversificar a produção e em algumas situações a diversificar os pontos de
venda.
De qualquer sorte, afora o domínio da tecnologia ou do recebimento de
assessoria técnica, o produtor deve estar suficientemente equipado para
produzir e para comercializar os seus produtos.
110
Padronização
Classificação
Embalagem
111
primeira e principal embalagem utilizada foi a chamada “Caixa K”, destinada
ao acondicionamento do tomate. A “Caixa K” já era conhecida desde a época
da Segunda guerra mundial (1939/1945), quando protegia latas de querosene
destinada à força aérea. Trata-se de uma caixa de madeira, com dimensões
internas de: 495 mm de comprimento, 355 mm de largura e 200 mm de altura.
É usada até os dias correntes para a comercialização de tomate, batata doce,
aipim, chuchu, pimentão, quiabo, vagem e pelo menos mais uma vintena de
produtos.
Apresenta, entretanto, muitos pontos negativos, dentre os quais:
- as asperezas e os cantos em ângulo reto, danificam os produtos;
- o período de uso contínuo da Caixa K é de 10 a 16 meses e pode,
nesse tempo, pelas características da madeira, ser difusora de
doenças de uma plantação para outra;
- as embalagens de madeira apresentam dificuldade de esterilização.
7. INDIVIDUALISMO X ASSOCIATIVISMO
112
próprio segmento da comercialização e, de modo muito particular, aos
consumidores.
Afinal, são estes últimos que “mandam” no mercado e pagam a conta.
O horticultor brasileiro e, por extensão o gaúcho, é individualista, tendo
pouco ou nenhum espírito associativista.
Entretanto, é o associativismo a chave para numerosos problemas de
comercialização, sendo a solução mais completa e mais vantajosa, a médio e a
longo prazo.
A “associação de produtores” e principalmente a “cooperativa de
produção” são os melhores modelos associativistas, pois assumem toda a
responsabilidade pela colocação da produção dos seus associados, em
condições mais vantajosas.
Para o pequeno produtor familiar, que não tem escala de oferta nem
condições de comercializar aquilo que produz, somente a união produzirá a
força necessária e suficiente para o seu crescimento pessoal e coletivo.
8. ABASTECIMENTO
Sistema
113
equipamentos para a operacionalização do abastecimento; e vontade política
para fazê-lo.
114
- Produção;
- Preparo;
- Transporte;
- Armazenamento;
- Conservação;
- Distribuição;
- Controle dos Preço;
- Qualidade.
A distribuição de alimentos pode ser feita no atacado e no varejo. Para
tanto usam-se equipamentos públicos e/ou privados.
Atacado
Varejo
- Mercados;
- Feiras.
O Mercado é um equipamento típico de varejo. Porém, dependendo das
condições, pode abrigar operações de atacado. São aceitáveis instalações
simples como o galpão, o telheiro ou apenas a marcação no piso, chamado de
pedra. Também pode ser feita a dobradinha feira/mercado. Cria-se assim um
espaço onde acontecem atividades múltiplas, reservando-se as áreas cobertas e
melhor protegidas à comercialização de carnes.
A Feira é, por definição, de utilização transitória e momentânea.
Destina-se à venda de hortigranjeiros produzidos no Município ou em uma
microrregião. Pode, entretanto , permanecer instalada por períodos longos,
comercializar os mais diversos produtos e atingir regiões maiores.
115
Para organizar todas essas questões e saber o que deve ter importância e
o que pode ser deixado de lado, é bom lembrar sempre dos objetivos
desejáveis, quais sejam, entre outros:
- Elevar o nível de alimentação dos cidadãos;
- Diminuir as tensões econômicas e sociais;
- Melhorar os padrões gerais de saúde;
- Minimizar gastos na aquisição de alimentos;
- Prestigiar, ao nível de Município, os produtores e consumidores
locais.
116
ANEXOS
ANEXO 1
1) Inseticida de Angico
Ingredientes:
- 1 kg de folhas e vagens de angico
- 10 litros de água
Modo de preparar: Deixar de molho as folhas e vagens na água durante 8 dias,
após coar o produto
Uso: Misturar 1 litro do produto em 5 a 10 litros de água
Controla: pulgões, lagartas e formigas
2) Inseticida de Arruda
Ingredientes:
- 100 g de folhas
- 10litro de água
Modo de preparar: Picar as folhas, colocar água, aguardar 24 horas e, após, coar o
produto.
Uso: Misturar 1 litro do produto em 20 litros de água
Controla: Repelente contra vários tipos de insetos e formigas
3) Inseticida de Cinamomo
Ingredientes:
- 500 gramas de semente madura ou em pó
- 1 litro de álcool
- 1 litro de água
Modo de preparar: Misturar a água e o álcool e colocar as sementes nesta mistura.
Deixar de molho 4 dias. Depois, pode ser coado e armazenado em vidros escuros.
Uso: Misturar 1 litro do produto em 10 litros de água
Controla: Gafanhotos, pulgões e cochonilhas.
4) Inseticida de Marcela
Ingredientes:
- 100 gramas de marcela
- 2 litros de água
Modo de preparar: Ferver a água, derramar sobre a marcela, deixar esfriar e coar
Uso: Dissolver esta quantidade preparada em 10 litros de água
Controla: Pulgões
5) Inseticida de Pimenta-do-Reino
Ingredientes:
- 100 gramas de pimenta-do-reino
- 1 litro de álcool
- 125 gramas de sabão de coco
- 10 litros de água
Modo de preparar: Misturar bem a pimenta e o álcool, deixar repousar por uma
semana e coar
Uso: 250 ml em 10 litros de água
Controla: Pulgões
6) Inseticida de Urtiga
Ingredientes:
- 500 gramas de folhas de urtiga
- 1 litro de água
Modo de preparar: Colocar as folhas de urtiga de molho na água, esmagar bem,
deixar em repouso por dois dias e coar.
Uso: Usar esta quantidade preparada em 10 litros de água
Controla: Pulgões e lagartas
7) Extrato de fumo
Ingredientes:
- 2 kg de pó de fumo ou folhas picadas
- 10 litros de água
Modo de preparar: Misturar o fumo com a água e deixar de molho por 12 a 24
horas e coar. Se precisar armazenar por até 30 dias, acrescente 1 litro de álcool.
Uso: Diluir um litro de produto para cada 5 litros de água
Controla: Pulgões em geral
8) Óleo de NIM
O óleo de Nim é adquirido nas agropecuárias e aplicado na concentração de 0,5 a
1,0 litro para cada 100 litros de água. Controla vários tipos de insetos, como
pulgões, traças, lagartas e ácaros.
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ANEXO 2
PLANTAS COM PROPRIEDADES INSETICIDAS OU REPELENTES
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SGANZERLA, Edílio. Nova Agricultura: a fascinante arte de cultivar com
plásticos. Porto Alegre, Petroquímica Triunfo, 1986. 303 p.
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