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FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso.

Aula inaugural no Collège de France,


pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São
Paulo: Loyola, 1999. 79p.Tradução de: Lòndre du discour. Leçon inaugurale au Collège de
France. P, 1-51.

Resenha Por Rebeca Ellen Moraes Soares


Graduanda de Letras Português Pela Universidade Estadual do Piauí.

Michel Foucault cresceu em instituições escolares conservadoras e religiosas, sendo que todos
em sua família eram médicos. Nascido em 15 de outubro de 1926 na França, Foucault foi o
primeiro em sua família se desviar dos passos do pai ao se interessar por história e filosofia.
Em 1946 conseguiu entrar na École Normale, em 1948 se licenciou em Filosofia na Sorbone e
em 1949 formou-se em psicologia. Em 1970 tornou-se professor da cátedra História dos
Sistemas do Pensamento, no Collège de France, até 1984 o ano de seu falecimento. Este é um
breve resumo de tudo que Foucault foi e fez, sem dúvidas foi um grande historiador, filósofo,
crítico literário, professor e escritor, que deixou uma grande contribuição para a sociedade
através de suas obras, uma de suas mais importantes obras “A ordem do discurso” será
resenhado neste trabalho, trata-se do texto com a versão integral do seu discurso inaugural no
Collège de France em 02 de dezembro de 1970.
Foucault começa revelando seu desejo de não ter que começar o discurso, e o fato de que os
discursos sempre começam de uma forma ritualizada, e de maneira igual, que muitas pessoas
acabam prolongando esse início de discurso e demoram para encontrar-se com as palavras
certas. Para Foucault o ideal seria continuar ou interromper um discurso já iniciado
anteriormente e deixar que as palavras o envolvam para que o discurso possa fluir de modo
mais natural e conciso. É uma discussão sobre o que é o “discurso”, como deve ser iniciado e
proferido, e qual é esta ordem a ser seguida durante o discurso. Para isso Foucault explica alguns
procedimentos que naturalmente acontecem durante um discurso supondo “(...) que em toda
sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e
redistribuída por certo número de procedimentos(...)”(FOUCAULT, 1970) para ele tais
procedimentos podem “(...) conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento
aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade.”.
O primeiro procedimento que é o da exclusão que se divide, em três: o princípio da interdição
da palavra, da segregação da loucura, e dá vontade de verdade. O procedimento de interdição
da palavra é aquele que restringe as palavras proibidas, os assuntos vistos como tabu para a
sociedade, assuntos como aborto, a sexualidade e até mesmo alguns assuntos políticos, que
muitas vezes são excluídos do discurso por conta da interdição humana um processo que muitas
vezes é feito de forma tão sutil que mal podemos perceber. O princípio da segregação da loucura
é o princípio que exclui o discurso do “louco”, ou daquele que é considerado pela sociedade
como incapaz de proferir um discurso que muitas vezes é apenas ouvido por profissionais da
área da psicologia, que utilizam esses discursos para diagnosticar a loucura do paciente, são
discursos excluídos pela sociedade pelo fato de serem considerados insanos ou impróprios, sem
que se busque de fato saber do que se trata aquele discurso. A vontade de verdade é a mais
frequente desse processo pelo fato de ao longo dos anos a sociedade nunca ter deixado esta
vontade de verdade, todos temos vontade de verdade por alguma coisa e essa vontade de
verdade nos leva a ir em busca de respostas ou de uma verdade que muitas vezes não existe
para satisfazer a nossa própria vontade, Foucault se prolonga bastante ao falar dá vontade de
verdade para ele, ela funciona como “uma espécie de pressão e como que um poder de coerção.”
Excluindo do discurso tudo aquilo que não faz parte da sua verdade.
Em seguida Foucault menciona alguns procedimentos internos, são eles comentário, autor e
disciplinas que segundo ele distribuem os discursos por ordem de classificação, ordenação
tratando-se de outra dimensão do discurso a do acontecimento e a do acaso. O comentário poder
ser considerado como uma repetição disfarçada, é comentar um discurso anteriormente dito,
esse comentário muitas vezes se sobrepõe ao texto antigo, fazem parte desse procedimento texto
antigos que são comumente retomados em discursos atuais, a exemplo: textos religiosos e
jurídicos. O autor dá ao discurso um certo valor, sendo muitas vezes necessário para que o
discurso seja aceito, com isso aquele que profere o discurso é determinante para a sua aceitação.
A disciplina por sua vez de acordo com Foucault “se opõe tanto ao princípio do comentário
quanto do autor(...)”. tem a ver com o conteúdo do discurso e que deve seguir uma ordem
segundo a disciplina abordada no discurso para ser aceito como verdadeiro.
Após apresentar esses procedimentos internos, Foucault menciona os procedimentos de
controle do sujeito são eles: ritual, sociedade do discurso, doutrina e apropriação social dos
discursos. O ritual e a doutrina fazem parte do discurso religioso e cultural, que qualificam os
indivíduos, são discursos repassados ao longo dos anos e que perduram por gerações, muitas
vezes sem que sejam modificados embora interpretados de maneiras diferentes por cada
indivíduo. A sociedade do discurso trata-se de discursos que são proferidos somente em
determinadas sociedades, discursos secretos e que só podem ser ditos e ouvidos por aqueles que
fazem parte da sociedade. O maior exemplo de apropriação social de acordo com o autor, é o
sistema de educação que através daqueles (políticos) que o propagam, modificam ou buscam
manter a apropriação social desses discursos educacionais. Michel Foucault conclui como uma
explicação geral de todos esses procedimentos e como eles se interligam proporcionando ao
discurso uma ordem a ser seguida, e deixa algumas sugestões para sairmos desta ordem
“questionar nossa vontade de verdade; restituir ao discurso seu caráter de acontecimento;
suspender, enfim, a soberania do significante.”
A ordem do Discurso trás um fantástico questionamento sobre o discurso e a ordem que
seguimos ao realiza-lo, e faz de isso de modo muito inteligente e que envolve o leitor, e que
nos leva a reconhecer o quão presos estamos a essa ordem do discurso, embora complexo o
texto não é de difícil compreensão e faz jus ao título, trazendo uma poderosa reflexão de como
a sociedade impôs essa ordem no discurso e a forma sutil que ela acontece, e que
particularmente eu não notado sem ter feito a leitura do texto ou talvez já soubesse e Foucault
apenas me abrira os olhos.
O livro é excelente para aqueles que buscam uma leitura inteligente e cheia de reflexões, bem
como para estudantes da área de letras que estudam a análise do discurso, importante saber que
após a leitura do mesmo, nenhum dos procedimentos citados no texto lhe passaram
despercebidos.

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