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FOUCAUT, Michel. A ordem do discurso.

Aula inaugural no Collège de France,


pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga Almeida Sampaio. São
Paulo: Loyola,1999. 79. Tradução de: Lòndre du discours. Leçon inaugurale au College
de France.

Resenhado por Liliane Pessoa Seixas¹

Michel Foucaut (1926-1984) filósofo francês é conhecido por suas teorias acerca
da relação entre poder e conhecimento, iniciou seu trabalho com uma aproximação do
movimento teórico em antropologia social conhecido como estruturalismo, do qual veio
a se distanciar mais tarde, que lhe rendeu o desenvolvimento de uma técnica
historiográfica própria, a qual chamou "arqueologia". Michel. Em 1961 publicou sua
grande obra: “História da Loucura na Era Clássica”, aborda em suas teorias a temática da
loucura e do poder.

Foucaut dedicou seus estudos a área que envolve o pensamento e suas relações
com a sociedade, buscando refletir sobre os aspectos constitutivos do pensamento, suas
pesquisas são de grande relevância nos estudos do discurso por investigar como o
processo de formação discursiva reflete na sociedade e nela se forma e transforma.
Este trabalho tem por objetivo analisar o discurso de acordo com a ordem em que
ele é regido, apresentando classificações bem como as funções de cada elemento
transformador do discurso, o que modifica também os sentidos. O sujeito no discurso se
posiciona e ao fazê-lo pensa ser ele o autor da fala, a voz operante, mas o discurso já está
fixado, o sujeito apenas o retoma e assim expressa uma ideia, sendo este tomado pelo
discurso, quando uma pessoa vai a seu julgamento, os promotores e advogados irão fazer
uso das leis para determinar se o réu é considerado culpado ou não do crime, ao fazer este
uso, estes retomam uma voz que não os pertence, mas sim a todos, por exemplo, no caso
da Constituição. O discurso nesta perspectiva é tido como formador de conceitos, ao passo
que ele muda o sentido ele também é transformado por eles.
Os começos solenes, formas ritualísticas de inicio de um discurso representam
entronizações de falas de outros no passado ao referir-se a algo semelhante no presente,
bastante recorrente nos discursos presentes na bíblia. A ordem no discurso é uma
tentativa de impedimento do caos, a sociedade implementa leis, direitos e deveres para
que a todos os cidadãos cumpram, a fim de que a ordem prevaleça. A instituição, por
exemplo, o estado é responsável por instruir o cidadão neste aspecto e trazer a ele a “paz
de espirito” ao afirmar que todos estão no mesmo barco, seguindo a mesma proposta, o
que tranquiliza o ser a cerca de seus anseios e expectativas. De acordo com esta proposta
a sociedade ser poder, sem normas, sem autoridade, sem uma ordem formadora não seria
suficiente para abarcar os problemas, as conjunturas hierárquicas são responsáveis por
sustentar e garantir a ordem.
Segundo Foucaut, a produção do discurso na sociedade é organizada com o
proposito de avaliar os poderes e perigos, com isto as instituições exercem poder sobre
seus participantes podendo representar perigo ou não para a sociedade. Os procedimentos
de exclusão, exteriores: a) interdição: é o momento em que certo discurso é interditado
por ser considerado inadequado ao ambiente, muito recorrente no caso dos tabus, o
discurso referente ao poder torna-se objeto de desejo; b) segregação da loucura: o louco
é totalmente rejeitado, seu discurso perde totalmente o valor; c) oposição entre verdadeiro
e falso ou vontade de verdade: este se sobrepõe aos anteriores, quem o domina exerce seu

¹ Graduanda do 7º período do curso de Licenciatura Plena em Letras-Português da Universidade


Estadual do Piauí.
poder na sociedade, neste o mais importante são as perguntas, poder de convencer sobre
a sua verdade, por exemplo, o homem ao proferir palavrões está representando
cognitivamente sua força, por isso o estranhamento quando falado por mulheres, que
atualmente representa mutações e/ou novas formas de vontade de verdade.
Nos procedimentos internos o discurso é produzido sem a interferência da
sociedade, são eles: a) comentário: nele o discurso é reproduzido desnivelado,
representando os vários discursos repetidos; b) autor: é o principio regulador do discurso,
uma unidade primaria de sentidos; c) disciplina: um conjunto de regras que orientam um
determinado discurso, um continuo de reatualização que controla a produção do discurso.
As condições de funcionamento são responsáveis por estabelecer regras aos
indivíduos, de acesso restrito para a maioria, são eles: a) o ritual: corresponde a uma
situação preestabelecida por indivíduos qualificados, que regem todo um conjunto de
signos no discurso, neste se destacam o discurso religioso e politico que exige toda uma
preparação calculada de ações e reações tanto positivas, quanto negativas; b) sociedade
de discurso: a manutenção de discursos distribuídos em locais restritos, que se inter-
relacionam no jogo de segredo e divulgação, presentes no discurso econômico e/ou
politico; c) doutrina: exige que os participantes reconheçam as mesmas verdades e
aceitem a regra, questionando tano o enunciado quanto o enunciador, um através do outro,
interliga indivíduos entre si e os diferencia; d) sujeito fundante: é atravessado pelo vazio,
as significações e histórias são explicadas em seguida; e) sujeito fundador: faz uso dos
signos, mas para manifestá-los não recorre ao discurso; f) experiência originária:
reconhece aspectos anteriores ao tratado no discurso presente.
O autor destaca o discurso como um jogo entre os signos, em que o principio de
inversão reconhece o lado negativo recortado no discurso, avalia e lida sutilmente com
este. O principio de descontinuidade afirma que o discurso pode se descontinuar, se cruzar
se ignorar e se excluir desestruturando a ideia de continuidade fixada no principio
anterior. O principio de especificidade é regido pela imposição, uma espécie de violência.
A regra da exterioridade analisa o discurso a partir dele mesmo.
De acordo com a ideia do texto o discurso é classificado pelos seus sentidos, o que
evidencia a capacidade de relação entre os elementos externos e internos que se
correspondem e se relacionam o que confere ao discurso o poder transformador de
opiniões, questionador de hipóteses e avaliador de verdades, nesta mesclagem de sentidos
a “ordem do discurso” se insere como texto rico em visões e exemplos explicativos,
indicado para todos os estudiosos de Língua, Pensamento e Sociedade, por enfatizar a
ideia de que todos os aspectos formadores estarem conectados e exercerem uns sobre os
outros sua influência.

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