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No texto, o autor fala da vida dos trabalhadores rurais do Rio Muru. Ao logo do
“rio das cigarras” era possível encontrar uma grande diversidade de sujeitos com
suas singularidades, eram eles: caçadores, seringueiros, pescadores, peões de
derrubadas, dentre outros. Deve-se lembrar, que não só os homens, mas também
mulheres e crianças exerciam estas e outras funções no dia-a-dia da região. Esses
sujeitos sociais formavam uma sociedade homogênea, apesar das distintas formas
de trabalho que exerciam no seu cotidiano, pois a grande maioria é oriunda do
trabalho extrativista dos seringais, resultando em uma “cultura seringueira”.
Segundo o autor essas pessoas trazem consigo contradições, vozes, tristeza, solidão
e esperanças, e por isso são carregadas de simbologias. Para esses atores, o Rio
Muru é seu lar, e eles fazem da floresta seu meio de sustento, e suas tradições e
costumes são transmitidos oralmente para seus descendentes. Dividiam seu tempo
em plantar, colher, caçar, e claro, extrair látex.
Os residentes do Rio Muru viam a luta pela terra de maneira diferente das pessoas
que se diziam donas do local. Eles lutavam com o intuito de continuar no local em
que formaram seus lares. Não tinha interesses sobre o valor que as terras poderiam
valer, mas desejavam manter a sua cultura e seu meio de vida. Eles tinham muito
receio de sair da região de mata e ir para cidade, pois havia relatos de dificuldade
de encontrar trabalho, sobretudo de encontrar um local para chamar de seu, uma
vez em que eles faziam o cultivo e criação de animais que serviam para sua
subsistência. Já os patrões e grandes proprietários de terras, como diz o autor, viam
esses moradores como preguiçosos que não queriam trabalhar, e viam na região
uma ótima oportunidade comercial, e queriam “limpar” a região, arrancando as
pessoas das terras para, em sua maioria, vendê-las. Alguns desses “donos” de
terras, a fim de evitar conflito com os camponeses, ofereciam dinheiro pela terra,
mas o valor oferecido era muito baixo, porém ainda haviam os que aceitassem, pois
sofriam constantes ameaças, outros “batiam o pé” e se recusavam a sair do local,
assim como pagar aluguel para ficar onde estavam.