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PSICOLOGIA

Analise do filme UMA PROVA DE AMOR


à luz do texto "Paciente terminal e a questão da morte"
de Maria Júlia KOVÁCS

JOSÉ LAMARTINE NETO


VIVIAN COLORIO

Trabalho apresentado como requisito de avaliação da


2ª. Unidade da disciplina PSI199 – Práticas
Psicológicas em Hospitais e outras Instituições de
Saúde de Psicologia, turma PSI9SM da Faculdade de
Tecnologia e Ciências, campus Salvador

Orientador: Prof. MSc. Carla M. C. Góes


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Salvador - BA
Novembro/2010

Analise do filme UMA PROVA DE AMOR


à luz do texto "Paciente terminal e a questão da morte"
de Maria Júlia KOVÁCS
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Salvador - BA
Novembro/2010
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Quando se pensa na morte, seu conceito é relativo, já que todos nós temos/vemos a
morte como o fim do nosso desenvolvimento. A questão do tempo de vida também é algo
relativo, pois, as pessoas de um modo geral têm a crença de que idosos ou pacientes com uma
doença grave estão mais próximos da morte, visto que, muitas vezes pessoas jovens e sadias
morrem mais cedo.
O conhecimento do fato de que se trata de uma doença terminal desencadeia no
paciente, na família e na equipe de saúde aspectos importante a serem considerados.
No filme a família não conseguia enxergar o que sua filha doente, com leucemia,
queria na realidade, estavam apenas investindo seu tempo no tratamento a fim de curá-la e
mantê-la viva, não conseguia enxergar de fato a vontade da filha.
Existe um mito, responsável por um dos grandes medos do século atual, que é o do
sofrimento na hora da morte. Há uma crença de que o processo da morte é sempre
acompanhado de sofrimento e dor insuportável.
Quando se trata do câncer, esse carrega consigo um estigma da morte, mesmo
sabendo-se que hoje em dia 50% dos cânceres têm uma probabilidade de cura ou podem ser
controlados. Quando é diagnosticado câncer no individuo, torna-se uma tarefa desafiante
focalizar o paciente como pessoa e tratá-lo como ser humano, fazer com que este participe do
tratamento. É difícil encarar a morte como um fenômeno natural, principalmente quando essa
doença atinge uma criança. É o que acontece com a família em questão mostrada no filme,
que desde três ou quatro anos de idade foi diagnosticada leucemia na filha do casal, que a
partir daí usam de todos os atributos para a salvação da filha, sendo um destes a procriação de
outro filho.
Os doentes são raramente consultados sobre seus desejos. Os médicos preocupam-se
apenas em combater a doença, preocupam-se com órgãos, pulsações, secreções e não com a
pessoa. O paciente não é encarado como pessoa e sim como objetos, em alguns casos são
tratados assim pelos familiares, como por exemplo, a mãe da garota com leucemia presente no
filme, que não a deixa fazer certas coisas na qual tem vontade, pois há um receio de que esta
pegue alguma infecção, gripe, etc. havendo assim um controle da mãe na vida da filha. O
paciente perde seu lugar social, fica privado de suas vontades e consciência, não é consultado
em suas necessidades mais básicas.
É de grande valia que esses pacientes pudessem falar sobre suas necessidades,
expectativas enquanto ao tratamento e a cura e até mesmo sobre a possível morte.
Ao ser diagnosticado uma doença grave, como o câncer, o paciente passa por alguns
estágios, com:
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1- Negação e isolamento: ocorre quando é dada a noticia da doença. Um grau de


negação com certeza esta presente, pois é impossível encarar a questão da morte o tempo
inteiro.
2- Raiva: quando não é mais possível negar a realidade, ela é substituída pela
raiva, revolta, ressentimento. O contato com este paciente torna-se difícil, sendo assim as
visitas acabam tornando-se penosas e até mesmo despertar na equipe e nos familiares
sentimentos de culpa. Tendo uma compreensão da raiva que assola o paciente, é uma maneira
mais fácil de ajudá-lo.

3- Barganha: o paciente passa a comportasse como criança, fazendo promessas de


que ira se alimentar bem, descansar, fazer exercícios, pois acreditam que assim irão ganhar
mais um tempo de vida. Este mecanismo pode estar ligado a aspectos de culpa, relacionados
com o surgimento da doença.
4- Depressão: após a negação e a raiva, pode aparecer um sentimento de perda. É
um estado de preparação para a perda de todos os objetos amados. Esse é um momento difícil
para a família também, que tenta de todas as formas animar seu ente. A Kate, em visível crise
de auto-imagem com a queda do cabelo, sentindo-se feia, “uma aberração”, se surpreende
coma a mãe que raspa o cabelo para ficar igual a filha.

5- Aceitação: os pacientes que viveram sua doença e receberam apoio, poderão


ultrapassar os estágios precedentes e chegar a uma aceitação da morte. É muito difícil para os
familiares aceitarem este momento, pois tudo o que eles mais querem é trazer o ente para a
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vida. Como foi mostrado no filme, a menina já não agüentava mais os tratamentos invasivos,
dolorosos para o combate a sua doença que já estava ‘’instalada’’ há anos, aceitou a morte e
optou por viver normalmente sua vida, fazer coisas que gostava mas que ficou restrita em
função da doença. A família, em especial a mãe não aceitava, ela queria continuar a luta pela
sobrevivência da filha.
Weisman (1972), citado por Kovács (2002), quando discute a problemática de como
agir com o paciente quando não estão mais em questão o diagnóstico e a cura, aponta para três
estágios que ocorrem ao longo deste processo de hospitalização. O filme acaba tratando de
todos eles.
O estágio 1 se dá a partir do início dos sintomas até o diagnóstico. Entre os
mecanismos de defesa mais observados estão a negação e o deslocamento. Isso parece ter
afetado muito mais a mãe do que propriamente Kate, ainda muito jovem para entender o que
estava por vir.
No estágio 2, que se tua no intervalo entre o diagnóstico até o estágio terminal,
período em que está concentrada a maior parte do tratamento, cujo objetivo é combater a
doença e buscar a cura. Neste estágio ocorre a decisão de um novo filho com possibilidades
de compatibilidade para futuras doações à irmã enferma. Através da fertilização in vitro, Anna
foi trazida ao mundo como uma combinação genética para a sua irmã mais velha.
Segundo Weisman (1972) citado por Kovács (2002), há oscilações entre a negação, o
abrandamento e o deslocamento, até chegar a uma aceitação da irreversibilidade dessa
condição, dependendo da trajetória da doença. Neste ponto pode-se perceber com clareza a
postura da mãe de Kate em não desistir dos tratamentos para a filha, inclusive o transplante de
rim da filha mais nova, Anna.
O pai e os filhos já haviam entendido que estariam prorrogando o inadiável.

Isso caracteriza no estágio 3, período em que o tratamento ativo diminui; há uma


ênfase maior na busca do alívio de sintomas e nos cuidados pessoais é percebido quando
passam atender a alguns desejos da filha como por exemplo, o pai levá-la à praia, com
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autorização médica, mesmo sob os protestos da mãe que acreditava que isso abreviaria a
morte da filha. A mãe se rende à situação e os encontra na praia.
Kovács (2002), afirma que “cada estágio favorece uma outra percepção da vida e da
morte”. As necessidades do paciente são muito diferentes em cada período; ele começa a
vivenciar as perdas como isolamento e afastamento da relação familiar, como o “sumiço” no
namorado de Kate. Ao mesmo tempo percebe que com a morte dele nota a perda da
autonomia sobre o próprio corpo. O luto não começa no momento da morte para Kate, e sim
quando percebe que ela é inevitável.
Somente alguns pacientes chegam à aceitação, como foi mostrado no filme, já muitos
lutam contra a morte enquanto estão morrendo com grande inquietude e desespero.
Erickson (1974) expõe a questão da comunicação que muitas vezes está prejudicada
na relação entre o paciente e as pessoas que o rodeiam. No caso da menina, ela já tinha
aceitado a doença e a conseqüente morte e seus pais não enxergavam isso, especialmente a
mãe. A estratégia adotada por Kate foi conseguir o apoio dos irmãos e, num gesto inusitado a
filha mais nova e doadora totalmente compatível, processar os pais para obter emancipação
médica e os direitos sobre seu próprio corpo.
Por todos os estágios que o paciente passa ao saber o diagnostico de uma doença
grave, seus familiares vivencias juntamente com o paciente. A forma de enfrentamento irá
depender da estrutura de cada um dos indivíduos e da relação que se estabelece entre eles.
Com a internação do paciente, a família sofre uma desorganização.
Quando se trata de um paciente terminal, segundo Lamerton (1980), é importante
tratar os sintomas e não a doenças. Esses pacientes regridem e necessitam de conforto físico e
de cuidados maternais. Segundo Le Shan (1973) o paciente com tempo limitado de vida, não
importando qual é o tempo objetivo, necessita realizar o desligamento das pessoas e objetos
amados. Como foi ilustrado no filme, quando os pais já haviam aceitado a decisão da filha,
quando estavam todos no hospital com a menina, comendo pizza, ela de despede de todos e
fica somente com a mãe, havendo assim o desligamento com ela também.
Muitas vezes quando o paciente esta em fase terminal, traz uma idéia falsa de que já
não pode fazer mais nada por este, o que é uma idéia errônea, pois, é justamente neste
momento que o paciente necessita mais de ajuda física como psíquica. Seus desejos e metas
continuam enquanto ainda há vida.
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Quando se pensa em um trabalho psicoterápico, é justamente com o desejo que vamos


trabalhar. A possibilidade de autoconhecimento encontra-se aberta. Esse método não tem
como meta a cura da doença nem o prolongamento da vida, embora isto possa ocorrer. Este é
um espaço para falar da doença, do medo da morte, da vida ou de quaisquer outros temas que
ele julgar importantes.
Tratar destes pacientes não é uma tarefa fácil, sentimentos de impotência e frustração
podem ocorrer. Reações contratransferências podem ser comuns.
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REFERENCIA:

KOVÁCS, Maria Júlia. Paciente terminal e a questão da morte. In: KOVÁCS, Maria Júlia
(Cord.). Morte e desenvolvimento humano. 4. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, pp.
195-211.

UMA PROVA DE AMOR (My Sister’s Keeper). Direção: Nick Cassavetes. Interpretes:
Abigail Breslin, Cameron Diaz, Jason Patric, Thomas Dekker, Sofia Vassilieva, Joan Cusack,
Alec Baldwin. PlayArte Pictures, EUA, 2009.1 CD (109 min), son., color.; DVD.

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