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CURSO TÉCNICO DE

ELETRÔNICA
Sumário

1 Técnicas de soldagem de componentes ........................... 3


1.1 Limpeza do ferro de solda ................................................. 3
1.1.1 Manutenção do ferro de solda ........................................... 4
1.2 A solda .............................................................................. 5
1.2.1 Aplicação de solda nos circuitos eletrônicos...................... 6
1.3 Sugadores de solda .......................................................... 7
1.3.1 Uso correto do sugador de solda....................................... 8
1.4 Acessórios para soldagem ............................................... 8
1.5 Pistola de solda ................................................................. 9
2 O Multímetro ................................................................... 10
2.1 O Multímetro Analógico ................................................... 11
2.1.1 O Multímetro com volltímetro de tensão contínua ........... 12
2.1.2 O Multímetro com volltímetro de tensão alternada .......... 12
2.1.3 O Multímetro para medir corrente elétrica ....................... 13
2.1.4 O Multímetro funcionando como ohmímetro .................... 14
2.2 O Multímetro Digital......................................................... 15
2.2.1 O Multímetro Digital na medida de tensão contínua ........ 15
2.2.2 O Multímetro Digital na medida de tensão alternada ....... 16
2.2.3 O Multímetro Digital para medir corrente elétrica ............ 16
2.2.4 O Multímetro Digital no teste de resistores ...................... 17
2.2.5 O Multímetro Digital para testar transistores e diodos ..... 17
3 Classificação de Linus Pauling ........................................ 18
4 Física dos Semicondutores ............................................. 20
4.1 Bandas de Energia .......................................................... 21
4.2 Materiais Semicondutores ............................................... 22
4.3 Corrente nos Semicondutores ......................................... 23
4.4 Semicondutores Extrínsicos ............................................ 24
5 O Semicondutor Diodo .................................................... 25
5.1 A junção PN .................................................................... 25
5.2 Simbologia ...................................................................... 26
6 Polarização direta e reversa as junções .......................... 26
6.1 Ruptura ........................................................................... 28
6.2 Resistor de limitação de corrente e Reta de carga .......... 28
6.3 Dissipação máxima de potência ...................................... 29
6.4 O diodo Ideal ................................................................... 29
7 Nota Histórica .................................................................. 29
Eletrônica 3
Professor João Luiz Cesarino Ferreira

1 Técnicas de soldagem de componentes

Esta página é muito importante para aqueles que trabalham ou querem trabalhar
com eletrônica ou mesmo para quem gosta de eletrônica por hobbie. Uma boa
soldagem é o primeiro passo para o perfeito funcionamento de qualquer circuito
eletrônico. Atualmente os ferros de solda mais utilizados são os de 30 e os de 40
W. Abaixo vemos estes dois tipos, assim como a estrutura interna desta
importante ferramenta:

O ferro de solda ou soldador é formado por um tubo de ferro galvanizado


contendo uma resistência de níquel-cromo e uma ponta metálica em seu interior.
Ao passar corrente elétrica pela resistência, esta aquece a ponta até chegar
numa temperatura apropriada para derreter a solda. Abaixo temos vários ítens
relacionados com uma boa soldagem. É só clicar:

1.1 Limpeza do ferro de solda

Existem muitas marcas de ferros de solda. Algumas muito boas como "Hikary",
"Weller", "Fame", etc e outras não tão boas. Porém qualquer que seja a marca
do soldador, devemos tomar alguns cuidados para ele durar o máximo tempo
possível:

Limpeza e estanhagem da ponta - Segure o ferro pelo cabo e à medida que


ele vai esquentando, derreta a solda na ponta para esta ficar brilhante e da cor
do estanho. Abaixo vemos como deve ficar:
Eletrônica 4
Professor João Luiz Cesarino Ferreira

Quando a ponta já está quente, vai acumulando uma crosta de sujeira. Para
limpá-la basta passar numa esponja de aço ou numa esponja vegetal úmida,
daquelas que vêm no suporte do ferro. Também é possível comprar esta
esponja separada. NÃO SE DEVE NUNCA LIXAR OU LIMAR A PONTA. ISTO
ACABA RAPIDAMENTE COM A MESMA.

1.1.1 Manutenção do ferro de solda

1 - Troca da resistência - Os ferros mais caros podem ter a resistência trocada


com certa facilidade e compensa. Desparafuse e retire a ponta. Tire os
parafusos do cabo e empurre o fio da resistência para dentro. Retire o
"espaguete" da emenda da resistência. Não perca estes "espaguetes" já que
além de isolantes elétricos, são isolantes térmicos. Coloque a nova resistência
dentro do tubo metálico. Refaça a emenda do cabo de força e recoloque os
"espaguetes". Posicione a resistência até ela encostar bem perto da ponta.
Recoloque os parafusos do cabo e a ponta. Abaixo vemos o procedimento:
Eletrônica 5
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2 - Troca da ponta - Basta retirar o parafuso que prende a mesma e retirá-la do


tubo da resistência. Na colocação da ponta nova, não deixe-a muito para fora
senão ela esquentará pouco. Abaixo vemos como deve ficar:

1.2 A solda

Existem diversas marcas de solda para eletrônica. Uma marca de solda é


considerada de boa qualidade quando, ao se fazer uma soldagem com um ferro
de solda limpo e estanhado, esta soldagem ficar brilhante. Se ficar opaca (cinza)
a solda não é de boa qualidade. As soldas de boa qualidade são "Best", "Cobix",
"Cast", etc. Abaixo vemos um tubinho e uma cartela de solda. Ela também é
vendida em rolo de 500 g e 250 g como visto:
Eletrônica 6
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As soldas usadas em eletrônica possuem 30 % de chumbo e 70 % de estanho,


além de uma resina para a solda aderir ao circuito. Esta resina era substituída
antigamente pela "pasta de solda" (breu).

1.2.1 Aplicação da solda nos circuitos eletrônicos


1 - Segue o ferro de solda da mesma forma que o lápis para escrever;
2 - Limpe e estanhe a ponta do ferro de solda;
3 - Encoste a ponta ao mesmo tempo na trilha e no terminal do componente.
Mantenha o ferro imóvel durante esta operação;
4 - Aplique solda na trilha até ela cobrir toda a ilha e o terminal do componente;
5 - Retire o ferro rapidamente. A operação da soldagem deve ser feita
rapidamente para não danificar as trilhas da placa. Abaixo vemos o
procedimento:
Eletrônica 7
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1.3 Sugadores de solda

Esta ferramenta é usada para retirar a solda do circuito. É formada por um tubo
de metal ou plástico com um embolo impulsionado através de uma mola. Abaixo
vemos diversos modelos de sugadores de solda:

Para o sugador durar o máximo de tempo possível, de vez em quando temos


que desmontá-lo para fazer uma limpeza interna e colocar grafite em pó para
melhorar o deslizamento do embolo. Também podemos usar uma "camisinha"
para proteger o bico. A "camisinha" é um bico de borracha resistente ao calor e
adquirido nas lojas de ferramentas ou componentes eletrônicos.
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1.3.1 Uso correto do sugador de solda

Abaixo vemos a sequência para aplicar o sugador de solda e retirar um


componente de uma placa de circuito impresso:

1 - Encoste a ponta do ferro na solda que vai ser retirada. O recomendável aqui
é colocar um pouco mais de solda no terminal do componente. Isto facilita a
dessoldagem;
2 - Derreta bem a solda no terminal do componente;
3 - Empurre o embolo (pistão) do sugador e coloque-o bem em cima da solda na
posição vertical, sem retirar o ferro;
4 - Aperte o botão, o pistão volta para a posição inicial e o bico aspira a solda
para dentro do sugador;
5 - Retire o ferro e sugador ao mesmo tempo. Agora o componente está com o
terminal solto. Se ficar ainda um pouco de solda segurando o terminal, coloque
mais e repita a operação.

1.4 Acessórios para soldagem

Estes acessórios são basicamente uma esponja vegetal que deve ser
umedecida para limpar a ponta do ferro, suportes para colocar o ferro aquecido
e a pasta de solda (breu) usada quando vamos soldar numa superfície onde é
difícil a aderência da solda.
Eletrônica 9
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Abaixo vemos os elementos citados:

1.5 Pistola de solda

É um tipo de ferro de solda que aquece a ponteira quase instantaneamente


quando apertamos um botão que ele tem em forma de gatilho. Também tem
uma pequena lâmpada para iluminar o local onde está sendo feita a soldagem.
Este ferro é indicado para soldas mais pesadas, ou seja, componentes grandes
com terminais mais grossos. Abaixo vemos um tipo de pistola:
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2 O Multímetro

O multitester ou multímetro é o aparelho usado para medir corrente elétrica


(DCmA) ou (DCA), tensão contínua (DCV), tensão alternada (ACV) e resistência
elétrica (Ω). A função do multímetro pode ser escolhida através da chave
seletora localizada abaixo do painel.Existem dois tipos de multímetros: o
analógico (de ponteiro) e o digital (de visor de cristal líquido). Cada um tem
sua vantagem: o analógico é melhor para testar a maioria dos componentes
enquanto o digital é melhor para medir tensões e testar resistores.

Abaixo vemos os dois tipos citados.


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2.1 O Multímetro Analógico

Possui um ponteiro no painel para indicar o valor da unidade a ser medida. É


menos preciso que o digital na medida de tensões ou resistências, porém é o
mais eficiente no teste de componentes eletrônicos. O ideal é que o multímetro
analógico tenha a escala de X1 e X10K. Abaixo mostramos um modelo, onde
basta clicar em cada função indicada em volta da chave seletora para aprender
como se utiliza a mesma:

DCV -TENSÃO CONTÍNUA


OHM - RESISTÊNCIA
DCA -CORRENTE CONTÍNUA
ACV -TENSÃO ALTERNADA
Eletrônica 12
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2.1.1 O multímetro como voltímetro de tensão contínua

Esta função pode ser usada para medir a tensão de pilhas, baterias ou em
qualquer ponto de um circuito eletrônico como por exemplo nos terminais de um
transistor ou CI.

1. Escolher a escala mais próxima acima da tensão a ser medida (DCV 2,5 -
10 - 50 - 250 - 1000). Por exemplo para medir a tensão de uma pilha (1,5
V) usamos a escala de DCV 2,5;
2. Colocar a ponta preta no terra do circuito ou no ponto de menor tensão
(pólo negativo das pilhas e baterias);
3. Colocar a ponta vermelho no ponto de maior tensão no circuito;
4. A leitura no painel é feita da esquerda para a direita, usando como base o
fundo de escala igual ou parecido com a escala que estiver a chave
seletora. Veja abaixo:

2.1.2 O multímetro como voltímetro de tensão alternada

O procedimento para a medida de tensão alternada é muito parecido com a


medida de tensão contínua. As escalas são parecidas, a leitura do painel é feita
da mesma forma que a função DCV. A diferença é que a tensão alternada não
tem polaridade, portanto a posição das pontas do multímetro não alteram em
nada a medida. Este teste é feito na rede elétrica ou nos transformadores dos
circuitos eletrônicos. Abaixo vemos como é feita a medida de tensão num
transformador e também na rede elétrica:
Eletrônica 13
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2.1.3 Multímetro para medir corrente elétrica

Para este tipo de teste, devemos desligar uma parte do circuito e colocar a ponta
vermelha no ponto mais próximo do +B e a preta mais próximo do terra, de tal
modo que a corrente do circuito passe por dentro do multímetro. Porém este
teste não é realizado em consertos de circuitos, devido à dificuldade de
colocação das pontas de prova no circuito e ao fato da corrente do circuito não
vir indicada nos esquemas dos circuitos.

Abaixo vemos como é feito o teste:


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2.1.4 Multímetro funcionando como ohmímetro

Para usar a função de ohmímetro, antes temos de tomar alguns cuidados. Para
testar os componentes eletrônicos no circuito, o mesmo deve estar desligado da
alimentação. Também não devemos guardar o multímetro na função de
ohmímetro, em nenhuma das escalas, pois isto acaba rapidamente com as
pilhas e baterias. Para saber se o ohmímetro está queimado, coloque a chave
em X1 ou X10 e segure nas pontas pela parte metálica. O ponteiro não deve
mexer, caso contrário, a escala está queimada (resistor interno X1 geralmente
usa um de 18 ohms e X10 um de 200 ohms).

1. Coloque o multímetro na escala do ohmímetro apropriada ao componente


(X1, X10, X100, X1K ou X10K);
2. Zere o multímetro (encoste as pontas e ajuste o potenciômetro do painel
até o ponteiro parar no zero)
3. Coloque as pontas no componente, faça a leitura na última fileira de cima
do painel e acrescente os zeros da escala que estiver a chave seletora
(X1 - leitura direta, X10 - acrescenta um zero, X100 - acrescenta dois
zeros e assim por diante). Abaixo vemos como zerar o multímetro:
Eletrônica 15
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2.2 O Multímetro Digital

Possui um visor de cristal líquido o qual já indica o valor medido diretamente.


Abaixo temos um exemplo deste tipo com as funções indicadas na chave
seletora. É só clicar em cada função para saber como usá-la:

2.2.1 Multímetro digital na medida de tensão contínua

Coloque a chave na escala DCV mais próxima acima da tensão a ser medida.
Ponha a ponta preta no terra ou qualquer outro ponto com potencial mais baixo
e a vermelha no ponto de tensão mais alta. A leitura será próxima ao valor
indicado.Isto dependerá da precisão mo multímetro. Veja abaixo:
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2.2.2 Multímetro digital na medida de tensão alternada

Coloque a chave na escala ACV mais próxima acima da tensão a ser medida. A
maioria dos multímetros digitais só têm duas escalas ACV: até 200 V e até 750
V. Meça a tensão não se importando com a polaridade das pontas. A tensão
alternada nos circuitos eletrônicos costuma ser medida na entrada da rede ou
nos secundários do transformador de alimentação do mesmo. Abaixo vemos
como é feito este tipo de teste:

2.2.3 Multímetro digital para medir corrente elétrica

Para usar o amperímetro, coloque a chave seletora na escala mais próxima


acima da corrente a ser medida. Para isto é necessário saber qual a corrente
que passa pelo circuito. Interrompa uma parte do circuito. Coloque a ponta
vermelha no ponto mais próximo da linha de +B e a preta no ponto mais próximo
do terra. Em assistência técnica quase não se usa o amperímetro devido a
dificuldade da colocação das pontas de prova. Abaixo vemos como se mede a
corrente num circuito simples:
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2.2.4 Multímetro digital no teste de resistores

Escolha uma escala do ohmímetro mais próxima acima do valor do resistor a ser
medido (200, 2K, 20K, 200K, 2M, 20M se houver). Meça o componente e a
leitura deve estar próxima do seu valor. Este teste pode ser feito com bobinas,
fusíveis, chaves, etc. Abaixo vemos o teste:

2.2.5 Multímetro digital para testar transistores e diodos

• Diodos - Coloque a chave seletora na posição com o símbolo do diodo e


meça o componente nos dois sentidos. Num sentido o visor deve indicar
um valor de resistência e no outro ficar apenas no número "1". Veja
abaixo:
Eletrônica 18
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3 Classificação de Linus Pauling

Os elétrons estão distribuídos em camadas ao redor do núcleo. Admite-se a


existência de 7 camadas eletrônicas, designados pelas letras maiúsculas:

K,L,M,N,O,P e Q. À medida que as camadas se afastam do núcleo, aumenta a


energia dos elétrons nelas localizados.

As camadas da eletrosfera representam os níveis de energia da eletrosfera.


Assim, as camadas K,L,M,N,O, P e Q constituem os 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º
níveis de energia, respectivamente.

Por meio de métodos experimentais, os químicos concluíram que o número


máximo de elétrons que cabe em cada camada ou nível de energia é:

Nível de energia Camada Número máximo de elétrons


1º K 2
2º L 8
3º M 18
4º N 32
5º O 32
6º P 18
7º Q 2

Em cada camada ou nível de energia, os elétrons se distribuem em subcamadas


ou subníveis de energia, representados pelas letras s,p,d,f, em ordem crescente
de energia.

O número máximo de elétrons que cabe em cada subcamada, ou subnivel de


energia, também foi determinado experimentalmente:
Eletrônica 19
Professor João Luiz Cesarino Ferreira
energia crescente
---------------------------------->

Subnível s p d f
Número máximo de elétrons 2 6 10 14

O número de subníveis que constituem cada nível de energia depende do


número máximo de elétrons que cabe em cada nível. Assim, como no 1ºnível
cabem no máximo 2 elétrons, esse nível apresenta apenas um subnível s, no
qual cabem os 2 elétrons. O subnível s do 1º nível de energia é representado por
1s.

Como no 2º nível cabem no máximo 8 elétrons, o 2º nível é constituído de um


subnível s, no qual cabem no máximo 2 elétrons, e um subnível p, no qual
cabem no máximo 6 elétrons. Desse modo, o 2º nível é formado de dois
subníveis, representados por 2s e 2p, e assim por diante.

Resumindo:

Nível Camada Nº máximo de elétrons Subníveis conhecidos


1º K 2 1s
2º L 8 2s e 2p
3º M 18 3s, 3p e 3d
4º N 32 4s, 4p, 4d e 4f
5º O 32 5s, 5p, 5d e 5f
6º P 18 6s, 6p e 6d
7º Q 2 7s *7p

Linus Gari Pauling (1901-1994), químico americano, elaborou um dispositivo


prático que permite colocar todos os subníveis de energia conhecidos em ordem
crescente de energia. É o processo das diagonais, denominado diagrama de
Pauling, representado a seguir. A ordem crescente de energia dos subníveis é a
ordem na seqüência das diagonais.
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1s, 2s, 2p, 3s, 3p, 4s, 3d, 4p, 5s, 4d, 5p, 6s, 4f, 5d, 6p, 7s, 5f, 6d
--------------------------------------------------------------------->
ordem crescente de energia

4 Física dos Semicondutores

Dos materiais utilizados no campo da eletrônica, temos:

CONDUTOR - Material que mantém um fluxo de carga quando uma tensão, de


amplitude limitada, é aplicada em seus terminais.

ISOLANTE - Material que oferece um nível muito baixo de condutividade quando se


aplica uma fonte de tensão.

SEMICONDUTOR - Material que mantém um nível de condutividade entre os


extremos de um isolante e um condutor.

BONS CONDUTORES - Cobre é um bom condutor – 29 prótons e vinte nove elétrons,


bem como ouro e prata.
Somente um elétron na última camada – força menor para anular a atração do núcleo.
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4.1 Bandas de Energia

Um átomo é formado por elétrons que giram ao redor de um núcleo composto por
prótons e nêutrons.

Os elétrons giram em órbitas ou níveis bem definidas conhecidas como


K,L,M,N,O,P E Q.

Elétrons de maior energia estão situados nas órbitas mais externas.

Cada órbita possui um número máximo de elétrons.

Ne = 2n2 Ge Si
K = (n=1) = 2 2 2
L = (n=2) = 8 8 8
M = (n=3) = 18 18 4
N = (n=4) = 32 4 0
32 14

Modelo atômico de Bohr

Órbita externa = Órbita de valência ou Banda de Valência – controla as propriedades


elétricas do átomo. Elétrons nesta banda pode se libertar ou se ligar a outro átomo através
de ligações covalentes. A quantidade de elétrons nesta camada tem influencia
significativa nas características elétricas do elemento.

Elétrons livres – Órbita mais externa ou Banda de Condução, qualquer tensão faz
com um elétron livre circule de um átomo para o outro.
Banda proibida – região entre uma órbita e outra onde não é possível existir elétrons. A
largura dessa banda, define o comportamento elétrico do material.

FATORES QUE INFLUENCIAM NA DIFERENÇA ENTRE DIVERSOS


MATERIAIS:

Composição química – cobre, carbono, silício, etc.


Ligação – covalente, iônica ou metálica
Forma de organização – Estrutura amorfa – quando estão desorganizados
– Estrutura cristalina – quando estão organizados
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ION POSITIVO – Quando um átomo neutro perde um ou mais elétrons.
ION NEGATIVO – Quando um átomo ganha elétrons ele fica negativamente carregado.

4.2 Materiais Semicondutores

Os semicondutores possuem 4 elétrons na camada de valência e precisam de mais 4 para


se tornaram estáveis, e o fazem com a participação dos átomos vizinhos => todos entre si
=> formando uma ligação firme e estável chamada de cristal.

LIGAÇÃO COVALENTE – Cada átomo compartilha um par de elétrons com os


vizinhos.

Obs.: Existem também materiais conhecidos como semicondutores III-V que são
formados a partir da ligação entre um elemento trivalente e um pentavalente. Os mais
comuns são o arseneto de gálio (GaAs) e o fosfeto de índio (InP).

O Silício (Si) por ser o mais abundante na natureza é o material mais utilizado (pode ser
obtido a partir de quartzo que é encontrado na areia da praia e na terra) e portanto, é mais
barato.

ESTRUTURA ATÔMICA DO ÁTOMO DE SILÍCIO


Eletrônica 23
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Quando átomos de silício se combinam para formar um sólido, cada átomo cede dois
elétrons para o seu vizinho (ligação covalente), de tal forma que cada um fica com oito
elétrons na ultima camada, tonando-se, portanto estável, segundo um padrão ordenado
chamado de Cristal.

4.3 Corrente dos Semicondutores

Dois tipos de fluxo de corrente – quando há ruptura de uma ligação covalente em um


semicondutor, será deixada uma lacuna na estrutura do cristal em virtude da perda de um
elétron. Como as lacunas são preenchidas por elétrons próximos, deixando em seu lugar
uma outra lacuna, o efeito total é de uma unidade de carga positiva deslocando-se do
primeiro para o segundo átomo, corrente de lacunas e em sentido oposto corrente de
elétrons.

Obs.: A Energia térmica pode causar uma Corrente no cristal pela agitação dos elétrons,
quanto maior a temperatura, maior será as vibrações mecânicas.

Corrente de deriva – quando se aplica uma diferença de potencial em um semicondutor,


o campo elétrico estabelecido no material faz com que os elétrons livres desloquem-se
numa direção e as lacunas em outra oposta, essas duas componentes somam-se em vez de
cancelarem-se. Os elétrons livres e as lacunas são muitas vezes chamados de portadores.
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SEMICONDUTOR INTRÍNSECO – é um semicondutor puro, ou seja, todos os átomos
do cristal são de silício (Si), ou germânio (Ge) ou arseneto de gálio (GaAs) ou fosfeto de
índio .

Obs.: A –273oC o semicondutor intrínseco se comporta como um isolante


perfeito.

4.4 Semicondutor Extrínsico

Forma de se aumentar a condutibilidade de um semicondutor, isso significa adicionar


impurezas aos átomos. Um condutor dopado é chamado de semicondutor extrínseco.

Para aumentar o número de elétrons livres, adiciona-se átomos pentavalentes ao silício


em fusão, ex.: arsênio (As), antimônio(Sb) e fósforo (P) este processo é chamado de
dopagem.

Por possuírem elétrons livres em excesso são chamados de material tipo N.


Num material tipo N os elétrons livres são chamados de portadores majoritários e as
lacunas de portadores minoritários.

Tipo N Tipo P

Para aumentarmos o número de lacunas, utilizamos impurezas trivalentes, cujos átomos


possuem apenas três elétrons de valência, ex.: alumínio (Al), boro (Bo) e gálio (Ga).

Por possuírem lacunas em excesso são chamados de material tipo P.


Num material tipo P as lacunas são os portadores majoritários e os elétrons os
portadores minoritários.
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5 O Semicondutor Diodo

5.1 A junção PN

O diodo semicondutor é formado juntando-se um bloco de material tipo P com um bloco


de material tipo N – Junção PN

Diodo não polarizado – No momento da junção haverá uma corrente de difusão, criando
uma região de íons negativos e positivos não combinados chamado de Região de
Depleção e a distribuição da carga nessa área é chamado de Carga Espacial.

A largura da região de depleção dependente dos níveis de dopagem dos materiais P e N.

O Campo elétrico que aparece na região de depleção devido aos íons positivos e
negativos é chamada de Barreira de potencial.

À temperatura de 25o C, a barreira de potencial é aproximadamente 0,3 V para o Ge e 0,7


V para o Si.

Formação da Junção PN – A= átomos aceitadores; h = lacunas associadas; D = átomos


doadores; e = elétrons associados; + = íons positivos e - = íons negativos.
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5.2 Simbologia

O lado P da junção PN é conhecido como anodo (A) do diodo e o lado N como catodo
(K).

6 Polarização direta e reversa das junções

Uma junção PN polarizada diretamente, os elétrons livres do lado N são atraídos pelo
pólo positivo da fonte externa e as lacunas são forçadas a entrar na região P. Elétrons
difundem-se pela região de depleção e recombinam-se com as lacunas do material P. A
região de depleção estreita-se com a polarização direta. A tensão direta aplicada tem que
ser maior do que a diferença de potencial que aparece na junção, que para o semicondutor
de silício, está compreendida ente 0,5 e 0,8 V (valor normalmente utilizado 0,7 V)

Uma junção PN polarizada reversamente a fonte de tensão está invertida aumentando a


barreira de potencial na junção.
Eletrônica 27
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Nesse tipo de polarização, o pólo positivo atrairá os elétrons e o pólo negativo as lacunas,
aumentando assim a barreira de potencial, não havendo, portanto condução de corrente
elétrica devido aos portadores majoritários, existindo apenas uma corrente devido aos
portadores minoritários – corrente de Saturação (Is), que para o Silício é da ordem de
nanoamperes (nA), tornando-se desprezível e muito menor que a do Germânio, daí o
silício ser muito mais utilizado.

Corrente de Fuga da superfície – corrente que circula na superfície do cristal devido as


ligações covalente quebradas.
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6.1 Ruptura

Valor de tensão reversa que um diodo pode suportar. Ao se aumentar a tensão reversa os
portadores minoritários são acelerados e colidem com os átomos do cristal liberando
elétrons de valencia, ou seja, produzem elétrons livres, que por sua vez colidem com
outros átomos liberando mais elétrons livres, que vão se somando aos já existentes até
que a corrente se torne muito alta e o diodo conduz intensamente. A tensão de ruptura
depende do nível de dopagem. Diodos retificadores possuem tensão de ruptura
geralmente maior que 50V.

O EFEITO ZENER

Diodos fortemente dopados a camada de depleção é muito estreita fazendo com que a
tensão de ruptura ocorra para valores de tensão mais baixos, significa dizer que a tensão
permanece constante independente da corrente (reversa) que circule por ele. Diodos que
utilizam esta propriedade são chamados de diodo Zener, muito utilizados como referencia
de tensão.

6.2 Resistor de limitação de corrente e Reta de carga

A corrente no diodo será:

Vs − Vd
I=
R
R é chamado de resistor de limitação de corrente, pois a corrente que circula nele é a
mesma que circula no diodo.
Eletrônica 29
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6.3 Dissipação máxima de potência

O produto da corrente pela tensão direta determinará a potência máxima, no entanto, uma
vez respeitada a corrente nominal máxima o diodo não queimará.

6.4 O diodo Ideal e as aproximações do diodo

• O diodo ideal funciona como uma chave;


(Primeira aproximação do diodo)

• Considerando que o diodo só conduz após ter vencido a barreira de potencial de


0,7V;
(Segunda aproximação do diodo)

• Considerando a resistência de corpo rB do diodo;


(Terceira aproximação do diodo)

7 Nota Histórica

Em 1880 Thomas Edison observou que o vidro das lâmpadas escurecia com o
tempo, o que o levou a suspeitar de que algo se deslocava no interior das
lâmpadas que usava. Em 1904 Ambrose Fleming utilizou este chamado “efeito
Edison” para fabricar o primeiro diodo um dispositivo com dois eletrodos ao qual
ele chamou ”válvula”.
O primeiro diodo foi construído num invólucro de vidro "fechado a vácuo",
tal como a lâmpada elétrica de filamento inventada por Edison.

Um dos eletrodos denomina-se


catodo e é aquecido de tal modo que liberta
elétrons. O outro eletrodo denominado
anodo, ou placa, capta os elétrons emitidos
pelo catodo.
Eletrônica 30
Professor João Luiz Cesarino Ferreira

Esta passagem de corrente elétrica só se verifica se o sinal da carga no


anodo for positivo. Caso a carga do anodo seja negativa não existe passagem
de corrente elétrica.

Embora o diodo tenha sido construído


inicialmente para detectar ondas hertzianas
de alta frequência, foi também utilizado como
retificador de corrente.

John Ambrose Fleming usou uma lâmpada como esta, com um eletrodo de fio
extra no seu interior. Fleming lembrou-se disso em 1904, quando procurava um
detector para ondas de rádio.

No diodo é possível analisar um sistema binário 0 e 1 através da detecção


da passagem ou não de corrente elétrica. Por este fato foi o primeiro dispositivo
eletrônico utilizado na construção dos computadores. Com vários diodos foi
possível construir a memória binária.
Eletrônica 31
Professor João Luiz Cesarino Ferreira

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