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7º CONGRESSO NACIONAL DO PT
ETAPA ESTADUAL - BAHIA
ÍNDICE
CHAPA 400
- MAIS UNIDADE, MAIS AVANÇO. LULA LIVRE JÁ! 7
Representantes: Anisvaldo Daltro, Marcelo Delfim e Gutierres Gaspar
CHAPA 410
- DIÁLOGO E AÇÃO PETISTA 15
Representantes: Paulo José Riela, Hildete Farias e Vera Carneiro
CHAPA 420
- A ESPERANÇA É VERMELHA, LULA LIVRE! 19
Representantes: Jorge Braga, Silvia Fernandes e Cristiano Cabral
CHAPA 440
- RENOVA PT: DEMOCRACIA E LUTA 25
Representante: Elisangela dos Santos, Neusa Cadore, Maria Del Carmen
CHAPA 470
- OPTEI: LUCINHA PRESIDENTA, LULA LIVRE! 29
Representantes: Gabriel Oliveira, Danielle Ferreira e Lucineia Durães
CHAPA 490
- LULA LIVRE, FORA BOLSONARO 35
Representantes: Elen Coutinho, Filipe Souza e Iana Fraga
CHAPA 400
1 - Até aqui, o Governo Bolsonaro não negou as expectativas calamitosas que anunciava ser: um
projeto abertamente antidemocrático, antinacional e antipopular, e com aspectos protofascista.
Mesmo com a resistência do PT, dos partidos progressistas e dos movimentos sociais, já causou
grandes prejuízos ao Brasil e às condições de vida do povo brasileiro. A Nova Era anunciada por
eles é um plano de longo prazo contra o Brasil.
2 - A prolongada paralisia econômica; o desmonte das políticas sociais (que sacrifica, principal-
mente os mais pobres, mas não é menos nociva para trabalhadores e classe média assalariada,
usuários dos serviços públicos); uma Reforma da Previdência elitista e excludente, que penaliza a
parcela da população mais necessitada da atenção do Estado e os trabalhadores em geral para
beneficiar o capital financeiro e outros setores privilegiados; uma guerra moral e ideológica, in-
centivando um clima de intolerância e violência contra todos os que se mobilizam em defesa da
legalidade democrática, dos direitos dos trabalhadores e dos pobres e do respeito à diversidade:
negros, mulheres, comunidade LGBT, laicidade do Estado, entre outros; o fim das políticas de
controle social, onde conselhos de direitos são desativados ou tornam-se exclusivamente com-
postos por representações do poder público, com o objetivo de excluir a população, o terceiro
setor organizados e especialistas da participação democrática; o ataque a institutos como INPE,
Fiocruz, Ancine e IBGE, que foram proibidos de divulgar dados de suas pesquisas sob ameaça de
fechamento pelo atual governo; sucateamento do SUS, fim do Mais Médicos, corte na distribui-
ção de medicamentos e doenças crônicas; corte de verbas para educação superior, sucateamento
da educação básica, fim da política de incentivo à pesquisa e extensão; a perseguição e tentativa
de criminalização de partidos políticos de esquerda, principalmente o PT, Movimentos Sociais e
Movimento Sindical. Esse é o cenário atual de um país que experimentou a soberania e o avanço,
mesmo que ainda em seus primeiros passos, de um Estado de bem-estar social entre os anos de
2003 a 2015.
3 - Graças ao governo Lula e Dilma com suas conquistas econômicas e sociais, possuíamos uma
política externa “altiva e ativa”, ao mesmo tempo independente e cooperativa, que tornou possí-
veis grandes avanços no cenário regional e global. Com a quebra das empresas brasileiras, reo-
rientação do papel dos bancos públicos como indutor do desenvolvimento, a desestruturação do
BRICS e adoção de uma política de subordinação ao EUA, o Brasil está rapidamente perdendo seu
prestígio na geopolítica internacional.
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4 - Essa é a estratégia do atual governo brasileiro no campo internacional. Um presidente e chan-
celer que hostilizam gratuitamente os países árabes, provocam a China com bravatas ridículas,
desprezam a unidade da América do Sul, fazem a apologia de ditaduras militares e governos
fascistas, insultam a Organização Internacional do Trabalho (OIT-ONU), defendem o trabalho in-
fantil e o desmatamento da Amazônia, negam estupidamente as mudanças climáticas, atacam de
modo grosseiro o Acordo de Paris e os ambientalistas de todo o mundo, permitem a liberação
indiscriminada da utilização de agrotóxicos e incitam a perseguição às comunidades indígenas,
entre tantas outras barbaridades.
6 - O que estão fazendo com o Estado é justamente o contrário: é atrofiá-lo e sucateá-lo para fa-
vorecer ainda mais as elites dominantes e impedi-lo de cumprir novamente no futuro o seu papel
de indutor do desenvolvimento. Exemplo disso é o que vem sendo feito com a maior Empresa Es-
tatal, a Petrobrás, que outrora foi motivo de orgulho e fortalecimento da soberania nacional, nos
posicionando competitivamente no mercado internacional do petróleo. Hoje a Petrobras passa
por um processo de desmonte, com a privatização de seus ativos, mudanças da política de gás
com a abertura para as empresas internacionais, assim como a abertura de novas áreas do pré-sal
para as multinacionais.
7 - O resultado desse fracasso econômico é o aprofundamento da crise social, com alto nível de
desemprego, queda da renda média dos trabalhadores, crescimento da miséria e a volta do flage-
lo da fome, que havia sido erradicada no país. Esses fatores, unidos à uma política contracionista,
que dificulta a liberação de crédito, levam a uma acentuada redução no consumo das famílias, o
que torna ainda mais difícil a reativação do mercado interno.
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11 - O nordeste, com sua política de ampla aliança e enfrentamento ao antigo coronelismo, ga-
rantiu ao PT a vitória eleitoral em todos os estados da região. O perfil antidemocrático do atual
governo e a instabilidade econômica de sua condução levaram a uma atitude que deve ser en-
carada como o maior exemplo democrático de gestão da atualidade: o Consórcio do Nordeste,
embrião do enfrentamento “real” de problemas regionais em confronto com as ideais neoliberais
do governo federal. O Consórcio do nordeste, presidido pelo Governador da Bahia, Rui Costa,
tem como desafios resolver os problemas da seca extrema do sertão nordestino, que teve seus
períodos de políticas públicas nos governos do PT, e foram as primeiras políticas a serem extintas
pelo governo Bolsonaro. Prosseguir com os investimentos de infraestrutura, inovação tecnológica
e fontes de energia alternativas, que a partir do Nordeste, contribuíram para o fortalecimento da
soberania nacional; A mortalidade da juventude negra, o feminicídio e violências contra a popu-
lação LGBTQI+, que tem altos índices nesses estados.
12 - Na Bahia, vivemos o quarto mandato conduzido pelo PT, com uma extensa base aliada, que
no campo da política nacional transita na relação de interesses com o centrão e o governo fe-
deral. Mesmo nessa corda bamba da democracia, o Estado ainda se constitui num oásis político
e democrático, onde as demandas sociais encontram espaço institucional no Governo, a política
petista de atenção aos mais necessitados estão presentes, mas os interesses de uma base de coli-
são se chocam. O Estado da Bahia é ainda um dos que mais contribui para que o PT seja o partido
com maior bancada no congresso federal.
15 - Essa é o sentido de criação do PT: disputar o Poder para a classe trabalhadora. Fortalecer o
Estado enquanto condutor de desenvolvimento do país e agente de combate às desigualdades,
provedor de bem-estar social.
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mento de todos os setores.
17 - Por isso, é necessário pensar estratégias que atraia o campo progressista e o centro político-
-democrático para a sustentação do projeto coletivo conduzidos por nós e construído em conjun-
to com os setores progressistas e movimentos sociais. É de extrema importância o fortalecimento
partidário e consolidação de alianças nas eleições municipais de 2020 que nos possibilitem acu-
mular forças para 2022. Só assim conseguiremos manter uma expectativa de poder institucional,
ao lado do nosso fortalecimento na sociedade, com os vínculos com os movimentos sociais e suas
reivindicações.
18 - As condições políticas e institucionais atuais do país apontam a prévia dos conflitos que
teremos nas eleições municipais de 2020. Enfrentaremos mais intensamente a desqualificação e
criminalização da política, e consequentemente, o enfraquecimento da democracia. O governo de
Bolsonaro e as forças de extrema direita que se aliam a ele buscarão, de todas as formas, insuflar
o antipetismo para poder atacar os direitos da maioria do povo bem como a soberania do país
em benefício do capital financeiro estrangeiro.
19 - A maioria das cidades brasileiras enfrentam situações muito difíceis desde o golpe. A política
econômica iniciada por Michel Temer e aprofundada por Bolsonaro, compromete significativa-
mente as finanças dos municípios, especialmente dos pequenos e médios, diminuindo a cada
dia a capacidade e o dever de investimento do Estado, desmontando as políticas voltadas à dis-
tribuição da renda, à diminuição das desigualdades regionais, à garantia da seguridade social,
dos serviços básicos como saúde, educação, segurança, além da previdência e assistência social,
além da ampliação da infraestrutura, do fortalecimento da agricultura familiar, da ampliação das
condições de acesso à cultura e à moradia. Além disso, as políticas de transporte, tratamento do
lixo, saneamento básico e condições de infraestrutura urbana, especialmente nas grandes cidades
tendem também a serem comprometidas ou mesmo sucateadas.
21 - Neste sentido, é preciso entender que as próximas eleições municipais terão grande im-
portância para denunciar as políticas antipopulares e antinacionais do governo Bolsonaro, mas
também e, sobretudo, mostrar que há alternativa ao que está sendo feito. Ao apresentar nossas
propostas e políticas devemos recuperar as ações e políticas de nossos governos à frente de vá-
rias cidades e do governo do país para desmontar as falsificações e ataques contra as políticas
desenvolvidas. Mas, sobretudo, nossos programas devem buscar construir respostas e políticas,
em diálogo com a maioria do povo, para os problemas que afligem as pessoas e as cidades.
22 - Contudo, é necessário compreender que a composição de uma nova maioria está necessa-
riamente atrelada a nossa capacidade em apurar o olhar sobre a realidade social. A intersecciona-
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lidade, apresentada pelo feminismo negro a primeira gestão do Governo Lula, nos permitiu en-
xergar com maior nitidez realidades do povo brasileiro e com isso gestar políticas estruturantes,
afirmativas e reparatórias à sociedade brasileira.
25 - Nosso compromisso será o de discutir com a população, as cidades que queremos re/cons-
truir, nas quais os interesses do grande capital estejam subordinados as necessidades e possibili-
dades da maioria dos cidadãos, onde o espaço público seja fortalecido assim como a organização
e a participação ativa da sociedade, especialmente dos trabalhadores, trabalhadoras e setores
excluídos na decisão dos investimentos e das prioridades de cada localidade. Nossas cidades de-
vem abrigar a diversidade e o combate a todas as formas de discriminação.
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CULTURA, VIOLÊNCIA E TRABALHO NAS NOSSAS PERIFERIAS
30 - O dispositivo da guerra às drogas tem servido a este modelo. Do ponto de vista moral, o
combate às drogas tem sido a justiça cativa para o extermínio ou encarceramento de pessoas pre-
tas e pobres. Do ponto de vista legal, ele serve à operação da seletividade penal. Esta tem a finali-
dade de controle sobre determinadas populações desde o Código Penal do Império e até os dias
atuais. Esse quadro fica nítido quando verificamos os dados e o per l das pessoas presas no país.
31 - O Brasil já tem a terceira maior população carcerária do mundo com mais de 700 mil pessoas
presas. Destas, 62% são negras(os). Quase 36% são presos provisórios, que aguardam julgamento
privadas(os) de liberdade. Em estados como o Ceará esse percentual de prisões provisórias chega
a ser de 63,6% segundo dados de 2019 do Banco Nacional de Monitoramento das Prisões (BNMP)
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
32 - O tráfico de drogas aparece como a segunda maior causa das prisões, representando 27%
delas. Quando separado entre homens e mulheres estas alcançam 62% desses crimes. Entre 2005
e 2016 o encarceramento feminino cresceu 698% e quase 54% das pessoas encarceradas têm en-
tre 18-29 anos. Esses números nos demonstram o quanto a guerra às drogas tem sido na verdade
uma guerra contra pessoas e um sofisticado mecanismo de manutenção do genocídio contra
mulheres, jovens, negras(os) e pobres.
33 - Ao falar sobre o extermínio de vidas não podemos deixar de considerar o fato de que o Brasil
é o país que mais mata Travestis e Transexuais no mundo. Foram 167 vítimas entre outubro de
2017 e setembro de 2018 segundo a ONG Transgender Europe. O segundo colocado, México,
teve 71 mortes e o terceiro, EUA, teve 28. Ou seja, nós matamos mais do que o dobro do segundo
país e oito vezes mais do que o terceiro país. Apesar deste cenário somente neste ano o Supremo
Tribunal Federal (STF) equiparou o crime de LGBTfobia com o de racismo, criando um ordenamen-
to jurídico capaz de tipificar essas violências.
34 - A divisão sexual está intrinsicamente ligada à polarização e hierarquização dos papéis pre-
estabelecidos para homens e mulheres, ou seja, com muitos privilégios masculinos e muitas res-
trições femininas (SCOTT, 2013). A participação das mulheres no universo político perpassa por
vários preconceitos. As relações de poder patriarcais negaram às mulheres toda e qualquer parti-
cipação nas esferas partidárias ao longo de muitos anos, assim como o não reconhecimento delas
como ser político, reforçando a imposição sociocultural em torno de suas obrigações no âmbito
das tarefas domesticas e do meio privado.
35 - O Brasil apresenta o pior índice entre os países sulamericanos e ocupa 152º lugar em re-
presentatividade de mulheres na política, segundo o IBGE. Esse dado, monitorado pela Inter-
-Parliamentary Union – IPU, mostra uma porcentagem ínfima de apenas 10,7% de mulheres no
parlamento brasileiro fazendo com que a nossa Câmara Federal seja formada majoritariamente
por homens, brancos e ricos. Não foi à toa que o golpe contra a primeira Presidenta da Republica,
Dilma Rousseff, eleita legitimamente pela maioria do povo brasileiro foi orquestrado e operado
por essa maioria de masculina e machista presente na nossa casa legislativa.
Diante da política desastrosa do Governo Bolsonaro as mulheres são os principais alvos na per-
da de um conjunto de direitos conquistados, com ataques constantes à sua participação nos
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espaços públicos. Exemplo disto são os projetos pela revogação da lei de cotas partidária ou de
criminalização das mulheres. Neste sentido, acreditamos que projetos como o Elas por Elas cuja
perspectiva é impulsionar a participação das mulheres nos processos eleitorais garantindo assim
assistência jurídica, contábil e de comunicação, torna-se um instrumento central no enfrentamen-
to a ordem patriarcal.
37 - Citamos como exemplo os segmentos: Povos Indígenas, Povos de Terreiro, Povos Ciganos,
Comunidades Quilombolas, Comunidades de Fundo e Fecho de Pasto, Comunidades Extrativis-
tas (Pescadores Artesanais, Marisqueiras, Quebradeiras de Côco Licuri, Geraizeiros, entre outros).
Essas populações esperam que o Partido dos Trabalhadores assuma sua principal pauta, que é a
conquista e/ou a defesa das Terras e Territórios cuja manutenção passa pela promoção da igual-
dade de direitos.
38 - Na Bahia, mesmo diante da crise financeira que atravessam os estados, com orçamentos
deficitários, há 12 anos os governos Wagner e Rui Costa realizam mudanças estruturais na vida
do povo baiano nas áreas de saúde, educação, agricultura, infraestrutura e combate à violência
contra negras(os), mulheres e LGBT (mesmo que com orçamentos reduzidos, por conta dos cortes
federais).
39 - Cabe ao PT da Bahia formular propostas que incluam cada vez mais essa parcela da popu-
lação na agenda do Estado. Os índices apresentados, falam por si e não deixam escondidos os
prejuízos que causam na economia nacional e estadual. Não existe projeto de poder do povo
que trate essas questões dentro de caixas segregadas e não as coloque no centro da construção
de um projeto de desenvolvimento.
40 - O PT mostrou nos último anos que é o Partido com capacidade de conduzir a institucio-
nalidade alinhando os interesses dos movimentos sociais que caminham com ele. A construção
coletiva que é marca deste partido, prossegue sendo o principal caminho para retomada de
poder e garantia da governabilidade. A estrela vermelha do PT é a que faz os olhos dos traba-
lhadores e trabalhadoras brilharem com a possibilidade de semear sonhos e colher uma vida
melhor para todos e todas. É com unidade na luta que construiremos um futuro melhor para o
Brasil novamente, e continuaremos mudando para melhor a vida do povo baiano. Mais unidade,
mais avanços. Lula Livre, já!
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CHAPA 410
Fortalecer o PT!
Não à Reforma da Previdência. Defender os direitos e a democracia, fim do governo Bolsonaro!
Reorientar a política do governo Rui Costa!
Lava jato é fraude! Lula livre já!
Companheiras e companheiros,
1 - O desemprego bate recorde, cresce a informalidade e cai o poder aquisitivo. O governo au-
toritário, antipopular e obscurantista de Bolsonaro aponta para convulsão social. Aprofunda-se o
estado de exceção promovido pelo judiciário e militares nas instituições de Estado que mantem
Lula preso.
2 - A resistência continua como visto em maio e na greve geral em junho com as organizações,
que o PT participou, contra Reforma da Previdência, os cortes na educação e destruição dos di-
reitos e da soberania.
3 - Todas essas mobilizações revelam a disposição de luta e resistência popular para virar o jogo.
Sem dúvida, essas mobilizações se integram a uma resistência mundial mais ampla, às vezes
explosiva, que, apesar de todas as dificuldades, desenvolvem a luta dos povos nas condições de
cada país – seja na Venezuela ou no México, na França ou na Argélia, agora em Honduras, para
ficar em alguns exemplos de resistência contra a política do imperialismo.
4 - Pois a realidade da crise do capitalismo - o regime da grande propriedade privada dos meios
de produção - leva, na lógica do mercado financeiro, a reduzir o custo do trabalho, a desregula-
mentar, privatizar, e agora “uberizar” a economia, com uma nova onda de desindustrialização e
um aumento do parasitismo. O que agrava a redução das despesas sociais e o sacrifício dos direi-
tos em nome do pagamento da dívida pública aos bancos, de um lado, e, de outro lado, fragiliza
os Estados nacionais que se quer reduzir apenas à tarefa de manutenção da ordem.
5 - A nossa base social, que vive no Brasil esse drama mundial, todavia começa a retomar a ini-
ciativa.
6 - Ela precisa do PT com uma direção unida sobre as questões vitais, e liberta de certas ilusões
políticas que podem ser mortais nesta conjuntura, para poder ajudar amplamente a sua auto-
defesa da sanha desse governo a serviço das corporações capitalistas, o qual só faz endurecer
cada vez mais destruindo empregos, atacando aposentadoria, reduzindo verbas da educação e
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fazendo crescer a violência.
7 - Mas para isso, o PT também tem que se capacitar na sua organização para o dia-a-dia das lutas
populares e não apenas para eleições, e assim se colocar à altura para resistir à perigosa degra-
dação institucional autoritária do regime. O que, ao mesmo tempo, se liga à reconstrução da sua
relação com os trabalhadores e o povo.
9 - É possível a unidade partidária para reconstruir sua relação com os trabalhadores e o povo.
10 - Na Bahia o povo reelegeu Rui Costa (PT) de forma contundente, derrotando Bolsonaro e
aliados como ACM Neto (DEM) que só atacam direitos e conquistas. É preciso ouvir esse recado
e engrossar a resistência.
Defenderemos as conquistas obtidas com luta na Bahia durante os governos do PT como am-
pliação do acesso a luz e água, sobretudo no semiárido, pavimentação de estradas, consórcio
de saúde pública com ampliação de atendimentos e policlínicas. Mas, a Bahia não é uma ilha. O
governo Rui deve se apoiar na resistência popular das organizações e movimentos para ser uma
trincheira contra os ataques do governo federal. É o que espera o povo oprimido e a base social
que o reelegeu.
13 - Por isso, é inaceitável que Rui tenha defendido uma Reforma da Previdência e autorizado a
bancada baiana a negociar contrapartidas para votar a favor da PEC 06, quando a bancada do
PT votou contra o projeto, conforme decisão do partido. Direitos e conquistas não se negociam,
simplesmente se defende! É um redondo equívoco Rui dizer “posso cobrar mais 8% do servidor”,
cogitando aumentar outra vez a alíquota da previdência estadual que ele já aumentou em dezem-
bro de 2018 para 14%.
14 - É possível construir uma saída frente à pressão fiscal perversa da política de Bolsonaro que
atinge a arrecadação, diminui receitas, aumenta o desemprego e destrói as empresas públicas
como a Petrobrás. O governo deveria buscar renegociar dívidas com governo federal sem contra-
partidas de privatização e arrocho salarial e, sobretudo cobrar as dívidas dos grandes empresários
e diminuir os incentivos às grandes empresas. Essas medidas já seriam uma forma de ampliar
arrecadação.
15 - É preciso negociar salário com funcionalismo e não fechar canais de diálogo, tampouco dar
ordens e mandar a PM reprimir sindicalistas e estudantes como fez durante a greve docente em
junho, quando o próprio partido, a CUT, sindicatos e centenas de docentes apelavam por uma
saída negociada.
17 - É preciso defender a universidade pública e não cobrança de mensalidade como fez Rui em
maio. Tá certo a JPT ao dizer que “Rui ignora as posições históricas do partido, têm que escolher
o seu lado”.
18 - É preciso ampliar concursos e investimentos públicos nas escolas e não fechar turnos e apoiar
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militarização de escolas nos municípios.
19 - É preciso defender a Embasa e não privatizá-la, como denuncia o SINDAE “Parceria público
privada é privatização”.
20 - É preciso dar terra aos que nela trabalham e não interromper a Reforma Agrária como recla-
ma o MST.
21 - É preciso defender a vida dos jovens e dar fim ao genocídio da juventude negra promovida
pelo tráfico e pela PM em particular como denuncia o Movimento negro e a própria JPT.
22 - O partido deve ser mais ativo e cobrar que a política do governo seja reorientada. O gover-
nador precisa dialogar com setores sociais que o reelegeram e fortalecer o alicerce da resistência
para alimentar a contraofensiva. Ainda é tempo de mudar!
23 - É preciso o PT ter uma política ousada para 2020 lançando candidaturas próprias, onde pos-
sível, como já decidiu Feira de Santana, Terra Nova e outras. Isso deve acontecer o mais rápido
possível em Salvador, Camaçari, Conquista e outras tantas que é possível construir candidaturas
desde agora. É necessário formar uma frente anti-imperialista contra Bolsonaro e os golpistas,
sem o aliancismo sem porteira que só faz mal ao PT, como é o caso da experiência demonstra-
da nesta aliança com PSD de Otto Alencar e o PP de João Leão cujos parlamentares votaram na
Reforma da Previdência, na Reforma Trabalhista, apoiam a redução da maioridade penal e tantas
outras pautas contra o povo trabalhador. Defendemos alianças programáticas com PCdoB, PSOL
e setores do PSB, PDT e outros que defendam direitos e democracia.
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25 - São pautas que aprofundam as decisões do 6º Congresso do PT e, muitas delas, são oriundas
do Congresso Estadual do PT BA em maio de 2017.
26 - Respeitamos as regras do jogo que não criamos, o PED, cujo questionamento foi outra vez
remetido a um plebiscito futuro. Nós defendemos a volta dos encontros de delegados, como
mecanismo de deliberação e de eleição das direções.
27 - Estamos convencidos de que o PED enfraquece o partido num tipo de eleição que predomina
o clientelismo e o afastamento da base partidária das discussões, fazendo com que a maioria dos
filiados apenas ouça ecos do processo sem nele intervir de forma ativa.
28 - Não obstante, é preciso renovar os diretórios para que o PT se coloque à altura dos desafios.
Atualizar a compreensão da conjuntura, avaliar os acertos e erros da nossa trajetória nos gover-
nos para aprender com a experiência e não repetir erros. O PT BA deve as medidas corretas do
governo Rui e, preservar sua independência para divergir do que é errado.
29 - Somos defensores dos direitos constitucionais conquistados, mas não nos confundimos com
a defesa como tal da Constituição de 1988, contra a qual o PT votou e, emendada para pior, ba-
seia as instituições golpistas que mantem Lula preso.
31- É possível vencer as batalhas se apoiando na resistência que deve continuar após o sinal po-
sitivo das ruas em maio e junho.
Renovamos o chamado a mais ampla unidade possível por uma plataforma à altura dos desafios.
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CHAPA 420
A ESPERANÇA É VERMELHA, LULA LIVRE!
Representantes: Jorge Braga, Silvia Fernandes e Cristiano Cabral;
Com Lula livre e na defesa dos trabalhadores do Brasil: coerência e compromisso na mudança
que o PT precisa!
Texto para debate, elaborado a partir de discussão inicial realizado entre a Articulação de Esquer-
da, Esquerda Unida e militantes do movimento social.
Tempos sombrios marcam a vida da classe trabalhadora e de todos os que lutam por liberdade,
democracia e uma sociedade mais igualitária. Nessa quadra histórica a conjuntura se desenha de
maneira desfavorável tanto a nível internacional quanto nacional.
No Brasil, desde o golpe de estado de 2015 enfrentamos um governo ilegítimo que implementou
tremendos retrocesos para o país como o teto de gastos para o orçamento primário e a reforma
trabalhista. Assim como também tivemos a prisão da maior liderança popular que esse país já
teve. Dessa maneira, em razão do golpe e da prisão de Lula, a eleição de Bolsonaro, com seu con-
junto de incertezas e retrocessos nas mais diversas áreas da ação do Estado, impôs um conjunto
de desafios aos movimentos sociais e às organizações políticas, que hoje são responsáveis por
conduzirem a resistência ao projeto perverso de poder que marca esse (des)governo.
Diante do urgente desafio de defender a classe trabalhadora, seus direitos e sua própria existên-
cia, enquanto agente político desse país, é que conclamamos os e as militantes, filiados e filiadas,
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e todas e todos que estão nas ruas lutando contra o golpe e pela liberdade do Presidente Lula e
que se referenciam no Partido dos Trabalhadores, principal organização política de esquerda no
país, a se somarem no processo de construção política do 7º Congresso Nacional.
Realizamos esta convocação para que todas e todos participem ativamente do processo de cons-
trução do congresso do PT, por entendermos que a luta contra a ofensiva golpista, pela libertação
do Presidente Lula e por todos os nossos direitos que estão ameaçados, passa, necessariamente,
pela posição e atuação do Partido dos Trabalhadores nessa conjuntura.
A tendência Articulação de Esquerda, o Coletivo Esquerda Unida, demais militantes petistas, todas
e todos que estão nas ruas desde 2016, atuantes em comitês e movimentos sociais da cidade de
Salvador, estão unidos programaticamente e possuem legitimidade política para participarem
desse processo e, portanto, podem e devem contribuir para que o Partido dos Trabalhadores
possa voltar a ter protagonismo político nas lutas que precisamos travar em todo o país.
No segundo semestre deste ano, 2019, teremos uma importante página na história do PT. Fruto
da pressão dos militantes e de uma ação conjunta de dirigentes das mais diversas tendências, o 7º
Congresso já é uma realidade na vida partidária, sendo um processo mais que fundamental para
dialogarmos acerca das mudanças que são fundamentais para o PT que precisamos.
Por meio do PED (Processo de Eleições Diretas), teremos a oportunidade de eleger as direções
municipais e estaduais e os delegados para a etapa nacional do encontro. Em tais eleições, qual-
quer militante que for filiado até 8 de junho de 2019 estará apto a participar. Nessa conjuntura
que nos desafia a mobilizar a classe trabalhadora e o povo pobre para derrotar aqueles que ilegi-
timamente tomaram o governo, é de fundamental importância, mais do que nunca, que todas e
todos que esperam que o Partido dos Trabalhadores atue como um partido de massas, democrá-
tico e de luta, participem, para que o partido esteja ao nosso lado nas ruas e nas lutas.
Elencaremos os principais pontos que orientam nossa posição política no interior do debate so-
bre o PT que queremos e, desde já, convidamos você, petista ou militante que luta ao nosso lado,
que deseja um partido socialista, presente nas lutas da cidade e sem conciliação de classes, a se
somar conosco na luta por um partido da classe trabalhadora, de massas, radicalmente democrá-
tico e presente nas lutas cotidianas dos trabalhadores e do povo.
CARTA-MANIFESTO
3 - Não há dúvidas de que o PT da Bahia é uma das maiores forças políticas do Estado. Não so-
mente por ser governo, sua estrutura conta com uma importante presença na capital e no interior,
fruto de uma grande militância presente em diferentes espaços de construção política. Nesse
sentido, silenciar-se sobre os equívocos de medidas do Governo Rui com o povo baiano significa
recusar-se a participar de uma oportunidade histórica de refletirmos sobre a aplicação do projeto
político que defendemos. Estar à frente do governo não significa fechar os olhos para os erros co-
metidos pela gestão. Impor mudanças desfavoráveis na previdência aos servidores estaduais, cor-
tes massivos orçamentários nas universidades estaduais, não constituir diálogo com movimento
de greve dos trabalhadores, defender militarização nas escolas, promover a terceirização irrestrita
no sistema de saúde do estado, e aprofundar a mesma estrutura conservadora de segurança
pública, são exemplos de equívocos que distanciam o Governador do projeto de transformação
social que devem ser os governos petistas. Queremos um governo petista que reestruture nossas
cidades baianas, mas também seja referência nas políticas de saúde, educação, direitos humanos
e tantas outras pautas que significam o modo Petista de governar.
5 - Diante dessa nova conjuntura, o congresso do Partido ganha importância para reorientar a
ação partidária, seu programa e sua estratégia. É necessário realizar um balanço crítico acerca
do último período, apontando acertos, mas também os erros cometidos por nossos governos. O
debate político interno também deve reafirmar a defesa da democracia partidária e da represen-
tatividade, por meio de política de cotas e paridades em nossas direções. Como um partido de
trabalhadores, somos brancos, negros, indígenas, LGBTs, mulheres, homens, jovens e mais velhos.
Queremos construir um PT com a cara do Brasil.
6 - Enquanto principal força política da esquerda brasileira, devemos lutar para que nossas ações
sejam coerentes com aquilo que se espera de um partido como o PT. É por isso que defendemos
um profundo processo de formação política, envolvendo desde os militantes mais recentes, mas
também nossos parlamentares e governadores. Desta maneira, estaremos preparando nossa base
para os desafios impostos por uma conjuntura adversa e nossos representantes para que exerçam
seus cargos com responsabilidade e compromisso com as bandeiras do partido.
21
7 - Capital nacional da informalidade, alvo da violência urbana e de problemas relacionados à
infraestrutura, com a grande maioria de sua população abandonada pelo poder público, ao mes-
mo tempo em que o poder econômico por meio da prefeitura transforma a cidade em fonte de
produção de riquezas, com privatizações de áreas públicas e obras de grande porte, enquanto na
periferia a população convive com falta de saneamento básico, educação e saúde de qualidade,
coleta de lixo, espaços de cultura e lazer, transporte de qualidade, entre outros. Elaborar coletiva-
mente um programa que garanta a população da periferia o direito a cidade é fundamental para
a organização e o fortalecimento do PT na cidade. Nesse sentido, o PT municipal que queremos
é aquele que esteja presente visivelmente nas lutas dessa cidade, seja por meio de uma atuação
forte nos bairros, seja também pela articulação entre nossas representações políticas e as comuni-
dades. Aproximar mais o partido da metrópole é um dos passos fundamentais para conseguirmos
dar uma virada no sombrio contexto que nos atinge diariamente.
8 - No entendimento que a luta por Lula Livre é fundamental para a recuperação de um projeto de
transformação social, articular as ações de rua e diálogo com a população deve ser prioridade de
uma direção municipal petista. A luta pela liberdade do ex-presidente não está nos tribunais, mas
sim na verdadeira arena das grandes cidades e da opinião pública. Assim, este será um elemento
estruturante de nossa práxis política para o próximo período da história do PT. A população da
nossa cidade sabe que a prisão do Presidente do Lula ocorreu única e exclusivamente para eleger
o Bolsonaro e aprofundar a retirada de direitos sociais e trabalhistas. Por isso mesmo é que não
podemos, em momento algum, dissociar a luta em defesa da previdência social e pública, contra
os cortes no orçamento da educação, por exemplo, da luta pela imediata libertação do Lula.
9 - Sob o ideal de construção da uma unidade sem comprometer a diversidade, somos uma alter-
nativa política que busca dialogar com as diferentes temáticas que hoje compõem o debate pú-
blico nacional. Assim, a mudança que o PT precisa deve estar aberta às discussões e construções
políticas nas mais diversas áreas, como gênero, ecologia, educação, mobilidade urbana, direito à
cidade, etc. Um partido do tamanho do nosso não pode estar ausente de nenhuma grande ques-
tão que faça parte da realidade de nossa cidade, de nosso estado ou de nosso país.
11 - Um partido capaz de lutar exitosamente contra o golpismo deve ser militante e de combate,
com direções e organismos de base vocacionados para organizar a luta cotidiana do conjunto
da classe trabalhadora, capazes de defender um programa de reformas estruturais articuladas
com o socialismo, preparados para implementar uma estratégia de luta pelo poder, dispostos a
fazer uma oposição radical ao governo de extrema-direita, nacionalmente e em nossa cidade. Um
partido que tem como única e principal preocupação a disputa eleitoral e institucional, que só
funciona em anos pares, cujas instâncias não organizam a intervenção partidária no dia a dia da
luta de classes, um partido exclusiva ou principalmente eleitoral não irá contribuir para a derrota
do golpismo e muito menos para a luta pelo socialismo no Brasil.
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13 - Para resistir, para derrotar a coalizão golpista, vamos precisar de uma nova estratégia, ba-
seada na premissa de que há interesses antagônicos em conflito. Uma nova estratégia que nos
permita trilhar um caminho que nos leve não apenas a uma vitória eleitoral, mas ao poder e ao
socialismo. E vamos precisar de um Partido organizado e disposto a vencer a guerra que a classe
dominante deste país abriu contra nós. Queremos um PT que ocupe as ruas e faça frente aos
“tempos de guerra”.
Conclamamos assim toda a militância petista para as mobilizações do dia 30 de maio e dia 14 de
junho e a somarem fileiras na disputa por um PT de massas e socialista junto à nossa chapa rumo
ao 7º Congresso do PT em 2019.
A esperança é vermelha!
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24
CHAPA 440
“Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.”
Cecília Meireles
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centes, nas ruas e nas redes. É preciso colocar as greves, protestos, as mobilizações de rua e das
redes na ordem do dia, lado a lado com as eleições de 2020 e 2022.
4 - Mesmo após o GOLPE que derrubou o legítimo Governo Dilma, e o nítido reforço da presen-
ça dos interesses econômicos norte-americanos e do grande capital internacional, que alterou a
correlação de forças no país, a Bahia e o Nordeste permaneceram como trincheira democrática
da resistência. Inspirados na Era Lula, investindo em políticas públicas, no desenvolvimento e na
justiça social, sem perder a capacidade de gerar emprego, renda e de atrair novas obras e inves-
timentos, os Estados do Nordeste, reunidos no inédito consórcio regional, seguem como contra-
ponto ao desmantelo do Governo Bolsonaro e marcam posição enquanto foco da alternativa real
de poder no país.
5 - As eleições dos companheiros Jaques Wagner e Rui Costa, todas em primeiro turno, tornaram
a Bahia um exemplo do modo petista de governar que trouxe expressivos resultados para os indi-
cadores do nosso Estado, melhorando substancialmente a vida dos baianos, sobretudo, dos que
mais precisam.
6 - Importante ressaltar que esta exitosa experiência teve a estratégia e o programa gestado no
interior do PT, discutido e consolidado em fóruns de massa, constituídos por representantes de
entidades da sociedade civil organizada e, simultaneamente, na frente constituída pelos partidos
aliados para a disputa eleitoral de 2006 – consolidado no Novo Modelo de Desenvolvimento que
foi anunciado pelo então governador Wagner em sua posse.
7 - Garantir a continuidade do projeto político que vem mudando a vida das baianas e baianos,
com protagonismo do PT, e ampliar a forte presença no cenário nacional que a Bahia já tem, é
tarefa central para a nova direção partidária.
9 - Caberá ao PT, a partir de uma ampla unidade interna, reafirmar sua identidade política e seu
papel protagonista – sem arrogância ou presunção. Com firmeza política, deve também afirmar
rumos, dialogar com o Governo do Estado e fazer a interlocução altiva com os partidos aliados
com vistas as eleições municipais de 2020, e estaduais de 2022.
11 - Para isso, o PT da Bahia deve colocar o programa político de emancipação popular, de pro-
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moção do bem estar social, como premissa para a composição das alianças. Defender o legado
dos governos Lula e Dilma, defender o legado do governo Wagner, defender o governo Rui, são
elementos fundamentais para a composição em 2020. O bolsonarismo, e sua aliança local com o
DEM, devem sair fragorosamente derrotados das eleições. 2020 está umbilicalmente conectado
com 2022. Portanto, o pleito de 2020 deve estar voltado para o crescimento do PT, a afirmação do
seu protagonismo na Bahia e a consolidação do campo político liderado por Rui Costa e Jaques
Wagner.
12 - Por fim, mas não menos importante, nesta caminhada, é de fundamental e inestimável im-
portância intensificar e ampliar a luta pela liberdade de LULA, por tudo que significa na alteração
da correlação de força. A liberdade de LULA é a possibilidade de ver nosso projeto de um país
independente, justo e inclusivo novamente livre e possível.
13 - Na atual quadra da política, onde a ultradireita se fortaleceu no Brasil e a nível mundial, temos
que reavaliar nossas estratégias, nossas táticas e, sobretudo nossa prática. Temos que fortalecer
o companheirismo e a solidariedade, engrandecendo nosso partido, respeitando a militância e
democratizando ainda mais a vida partidária. Precisamos, de maneira urgente, sair do atual imobi-
lismo e movimentar o partido, fomentar a luta política, renovar nosso fôlego interno. Aprofundar
a sua democracia interna está na ordem do dia, pois é na nossa pluralidade e diversidade que
residem a força e a vitalidade do PT. É preciso renovar o PT.
14 - Para cumprir essas tarefas vamos construir um novo método de direção em nosso estado.
Uma direção colegiada, que fortaleça e dê vida às instâncias partidárias, criando um novo pacto
de governabilidade, evitando a divisão partidária em frações, mas que, ao contrário, seja a uni-
dade das forças políticas. É preciso o exercício da democracia para tomar decisões, unidade para
executá-las. A direção partidária deve ser dinâmica e democrática, pautada no respeito às normas
e regimento internos, na coerência e no respeito aos dirigentes, aos militantes, ao partido.
15 - Em um país cujas estruturas políticas são elitistas e reproduzem sua tradição oligárquica,
escravagista e opressora, temos o desafio partidário de renovar a possibilidade de representati-
vidade efetiva dos negros, das mulheres, dos jovens, da cidadania LGBTQ, dos mais pobres, das
periferias, da zona rural, da classe trabalhadora.
17 - Neste sentido, o diálogo geracional ganha papel fundamental. Por isso apresentamos os no-
mes dos companheiros Éden Valadares e Emiliano José como uma síntese deste encontro entre
gerações, capaz de resgatar o legado dos nossos valores e renovar a vitalidade do nosso projeto.
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13 PONTOS PARA RENOVAR O PT:
- Criar uma política de modernização do PT, com a utilização de tecnologias que permitam
a participação direta dos filiados nas decisões da direção estadual.
- Desenvolver uma nova Política de Comunicação que priorize a formação de redes de pro-
dução e disseminação de conteúdo.
- Criar a Secretaria de Relações Internacionais do PT, tendo em vista o caráter global das
relações sociais contemporâneas e as suas consequências no cotidiano dos trabalhadores.
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CHAPA 470
1 - Após seis meses de governo, Bolsonaro nada tem nada de positivo para oferecer ao país, em
geral, e à sua base, em particular. E lembremos que desde meados de 2016, o país é governado
pela mesma racionalidade: “menos” Estado e menos regulamentações; o que supostamente atrai-
ria investimentos externos e liberaria os internos.
2 - Bolsonaro recebeu um país com uma legislação trabalhista bem flexibilizada, com ênfase no
incentivo às terceirizações, com a desestruturação dos sindicatos dos trabalhadores, com várias
medidas que desregulamentavam fiscalizações nas atividades produtivas, ampliando o uso de
veneno na agricultura, com restrições orçamentárias de recursos para a saúde, para a educação,
meio ambiente etc. Enfim, Bolsonaro subiu a rampa do Palácio do Planalto já no atalho da “Ponte
para o futuro”.
3 - Há três anos que um projeto de economia vem sendo implantado no país. O que o atual gover-
no faz é tentar aprofundá-lo, legitimado pelos votos em 2018. Como já dito, tal projeto se ampara
no velho mantra liberal de que “menos Estado” corresponde a “mais investimentos privados”. E,
via de consequência, mais empregos seriam gerados. Era previsível que nada disso aconteceria: a
começar pelos supostos seis milhões de empregos da dupla Temer/Meirelles, que brotariam com
a flexibilização das regras de contratação de trabalhadores pelas empresas. A propaganda enga-
nosa da ocasião era de que os direitos e as supostas amarras da legislação trabalhista impediam
mais ousadias de empresários, investidores e poupadores.
4 - Com a sanção das Leis 13.429/2017 (lei da terceirização) e 13.467/2017 (reforma trabalhista,
o ano de 2017 entrou para a história.” Essa frase ufanista do jornal O Globo saudava, à época do
golpista Temer, o advento de duas das ferramentas que prometiam o paraíso aqui na terra cha-
mada Brasil. Somadas às cláusulas do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) imposto aos estados
endividados, que incentivavam privatizações, a diminuição de gastos públicos em áreas sensíveis
para as populações mais vulneráveis, arrocho salarial, demissão no serviço público, restrição de
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novos concursos, as leis acima criariam um ambiente favorável para o novo governo.
5 - Portanto, em meados de 2019 já seria tempo de se anunciar a colheita de frutos e perspectivar
o futuro. E o que temos? O despencar do investimento e dos gastos federais não obrigatórios
em escala assustadora e uma estabilização das altas taxas de desemprego em 13%, estabilização
esta ancorada em ocupações precárias e com evidente baixa de remuneração. Temos 14 revisões
sequenciais de queda do PIB em 2019. Desce a níveis exorbitantes o faturamento real da indústria.
Segundo critérios do Banco Mundial, a pobreza cresce para cerca de 55 milhões de homens e
mulheres no país (em 2016 o número era de 52,8 milhões). Ou seja, não há sinais de que as medi-
das da “Ponte para o futuro”, aprofundadas por Bolsonaro, possam cumprir as promessas liberais:
gerar desenvolvimento a partir de uma quimera do século XIX, que é a enganosa apologia ao livre
mercado. Numa palavra: estagnação.
7 - Contudo, o rebatimento dessa situação econômica vem de forma lenta na política. A oposição
democrática e de esquerda ainda investe na reorganização de suas forças e redefinição de sua
estratégia. Nesse sentido, os principais problemas do governo Bolsonaro são suas contradições
internas. O núcleo econômico tem sido incapaz de dialogar com sua base parlamentar no Con-
gresso. Esta base, que não abre mão do fisiologismo, da demanda por cargos e espaços onde tra-
dicionalmente podem extorquir empresas e ramos de produção, tem sido o principal contraponto
ao governo central. Descontando manifestações de vaidades pessoais aqui e acolá (como as pro-
tagonizadas pelos filhos do presidente), essa crise do Governo Federal com o Congresso reflete
as contradições e interesses econômicos bancários, industriais, de serviços e do agronegócio.
Perpassadas por ligações externas de cada um desses quatro setores e seus conflitos exógenos,
sobre os quais não se tem controle no Brasil, as contradições originadas nas disputas pela riqueza
nacional afloram em cada emenda legislativa às proposições do governo. E o preço da aprovação
de seus principais projetos não é outro que não o desembolso imoral de emendas parlamenta-
res. Ou seja, a velha e tradicional política do toma lá, da cá continua presidindo a relação entre
Executivo e Legislativo. Nem mesmo as bravatas ditas “ideológicas” do núcleo ultraconservador e
fundamentalista do governo têm o condão de sustentar suas quedas de pesquisas.
8 - O fato novo são as revelações do The Intercept Brasil sobre a Lava Jato e sua repercussão
em parcelas da mídia tradicional. Inclusive sua repercussão internacional. Aquilo que setores de-
mocráticos e de esquerda denunciavam há tempos, agora aparece com robustas provas: a tal
Operação Lava Jato (que juntava MPF e PF) e a Justiça, representada por Moro, pela maioria do
TRF-4, STJ, TSE e STF se transformaram em um dique de contenção da candidatura Lula em 2018.
Estes estupraram a Constituição Federal, desrespeitaram Convenções Internacionais (com desta-
30
que para a recomendação da ONU em relação ao registro da candidatura de Lula), o Código de
Processo Penal, a Lei de Execuções Penais, o Estatuto da Magistratura e o Código de Ética da Ma-
gistratura. Esse rasgar de “contratos” políticos e sociais terá graves repercussões nos curto, médio
e longo prazos. Basta a crise social se agravar e o “somos todos Moro” vai ter o mesmo destino
que o “somos todos Cunha”.
9 - Atenção especial deve ser dada na movimentação dos militares em relação ao governo Bolso-
naro. Há evidentes sinalizações de que o consenso forçado de apoio a ele nas FFAA começa a ser
minado. Dar cargos, altos salários, estrutura de ministérios e de empresas públicas para alguns
não tem sido suficiente para aplacar as incertezas no meio de cada uma das “forças”. Autocentra-
das, as FFAA – sobretudo o Exército – se acham fiadoras de uma suposta ética nacional. No en-
tanto, sem um núcleo nacionalista e democrático – de fato – estas se sentem ameaçadas em seu
prestígio, seja pelas lambanças econômicas do governo, ou mesmo pelas confusões envolvendo
o fisiologismo e a corrupção que cerca o clã Bolsonaro e vários de seus auxiliares.
10 - O momento, portanto, é mais de preparar a contra ofensiva do que ficar apenas na resistên-
cia, o que significa propor ao PT, aos movimentos sindicais e sociais, aos democratas e à esquerda
em geral:
- Enfatizar a tragédia social que se avizinha com as ações ultraliberais em curso no país,
que fazem da dupla Temer/Bolsonaro um todo único (em termos de personalização de um
projeto de economia, de Estado e de redistribuição perversa da riqueza nacional). O carro-
-chefe é a Reforma da Previdência. Somada esta aos cortes na Educação, o desemprego e
precarização do trabalho, a crescente carestia atingindo os mais pobres, a violência domés-
tica incentivada pelas bravatas ideológicas de Bolsonaro, o recrudescimento do racismo, do
machismo, da homofobia, lesbofobia e transfobia. A reconexão do Partido e da esquerda
com sua base histórica encontra férteis condições de prosperar.
- Já no caso das revelações do The Intercept Brasil, o PT deve enfatizar, ao mesmo nível do
que as estas significam para a injusta condenação e prisão de Lula, a ameaça que a conduta
de Moro e da chamada “força tarefa” à democracia, propriamente dita. Não são apenas o PT
e a esquerda que estão sob ameaça. É o conjunto das instituições que garantem o Estado
de direito, com todas suas imperfeições, que estão sob ameaça neofascista do punitivismo
seletivo, inconstitucional e antijurídico, da Lava Jato. Também aí o PT deve superar sua pos-
tura de defensiva e apenas de resistência no debate sobre a corrupção. Devemos ousar nas
proposições que ampliem a transparência das instituições, inclusive no judiciário. Exemplo
disso seria estabelecer algum tipo de controle e publicidade dos chamados “acordos de co-
laboração premiada” para evitar que os mesmos sejam usados para que se efetivem negó-
cios jurídicos e financeiros imperfeitos, como os patrocinados pela Lava Jato. Inaceitável que
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um Alberto Youssef seja beneficiado, mesmo sendo reincidente na mesma prática de crime.
Inaceitáveis os acordos secretos com delatores, mantendo-se com eles boa parte de seus
patrimônios adquiridos por sua atividade criminosa, como “prêmio” para criminalizarem o
PT e Lula. Tamanha arma jurídica, nas mãos de juízes, procuradores e policiais política e ide-
ologicamente motivados representa uma ameaça concreta à maior parte das autoridades
da República. Absurdos como a doação, pelo Departamento de Justiça dos EUA, de dinheiro
arrancado de multas sobre a Petrobras para um ONG a ser criada pelos procuradores de
Curitiba também deve ser objeto de clara proibição, assim como a remuneração externa de
agentes policiais brasileiros por organismos exógenos.
- Finalmente, o PT deve se preparar para se expor mais diretamente nas ruas, com seus sím-
bolos e bandeiras, evitando sua diluição nas manifestações. Sem prejuízo de manter e até
aprofundar alianças com forças que demonstram solidariedade ativa ao PT, nosso partido
tem base social e autoridade para buscar a inversão dos termos do debate sobre corrupção.
Esta deve ser tratada como uma coisa inerente à economia de mercado, como espinha dor-
sal do capitalismo. A competição intercapitalista no mundo pressupõe, e até mesmo exige, a
presença da espionagem industrial, de esquemas ordinários de pagamento de propina e su-
bornos a agentes públicos e privados, de fraudes documentais, de mecanismos de extorsão
diversos, de violação de normas de fabricação de vários produtos. Nos EUA, na Alemanha,
Inglaterra, na França, Japão e em outros países, nas últimas décadas, empresas privadas es-
tiveram no epicentro de grandes escândalos na condição de corruptoras, fraudadoras, so-
negadoras, dentre outras posturas criminosos. No entanto, prevalece a narrativa que inverte
a realidade dos fatos. A hora é de denunciar essa farsa, para além das “bolhas” da esquerda.
11 - No Estado da Bahia, como de resto na região nordeste, o projeto político liderado pelo PT
manteve fôlego após as eleições de 2018, com os resultados extremamente positivos nas eleições
majoritárias e proporcionais. No entanto, é preciso fazer uma leitura precisa dos riscos e poten-
cialidades colocadas para conseguir fazer avançar o projeto do campo democrático e popular a
nível local.
13 - São três os desafios principais postos para a esquerda baiana. Em primeiro lugar, é preci-
so fazer uma profunda revisão programática, assentada num balanço crítico nos nossos quatro
governos, a fim de poder apresentar a população não apenas os pontos positivos das gestões
petistas, mas também um projeto de futuro que avance mais ainda na tarefa de combater a mi-
séria, garantir o emprego e renda, eliminar desigualdades raciais e de gênero, incentivar o desen-
volvimento econômico de todas as regiões do Estado, fortalecer a agricultura familiar e a reforma
agrária, enfim, apresentar aos baianos e baianas o que o PT tem de oferecer para o futuro do
Estado e dos Municípios.
14 - Em segundo lugar, é preciso ter máxima atenção com o que significa a proximidade do DEM,
presidido por ACM Neto, com o governo Bolsonaro. Ao mesmo tempo em que nitidamente se de-
32
senha uma disputa pela liderança do campo da direita na Bahia, esse pólo tem chances de agluti-
nar forças e trazer para o centro do debate político temas e forças sociais que, até então, estavam
tímidas no Estado. Não se deve subestimar a capacidade do governo federal, aliado ao carlismo,
sabotar e atacar o governo estadual petista, algo dito pelo próprio Bolsonaro recentemente.
15 - Em terceiro lugar, é preciso fortalecer o PT nas disputas municipais de 2020 e visar as elei-
ções majoritárias e proporcionais de 2022. O PT não pode se acomodar, deixar de apresentar seu
projeto no âmbito dos municípios e de utilizar a campanha eleitoral para disputar os corações e
mentes da população. É preciso, sim, eleger mais prefeitos e prefeitas petistas e aumentar nossas
bancadas parlamentares, sob pena de tornar o PT um coadjuvante dentro da coalizão que ele
hoje lidera.
16 - O PT baiano tem, com certeza, papel a jogar na resistência ao avanço fascista representado
por Bolsonaro. Só poderá fazê-lo, porém, se for capaz de preservar e ampliar sua força política,
disputar as opiniões da sociedade e aprofundar as relações com os movimentos sociais no Estado,
sem subestimar os adversários ou ter ingenuidade nas alianças construídas.
17 - O Partido dos Trabalhadores é uma das mais importantes ferramentas de luta construída pela
classe trabalhadora na história do Brasil, por essa razão ele deve ser o espaço de convergência das
lutas populares em defesa de direitos e liberdades civis. Não cabe em nossa história e em nosso
futuro a mera luta institucional.
18 - A atual conjuntura também nos impõem enquanto partido a necessidade de nos aproximar
das realidades locais onde o enfrentamento à crescente onda conservadora e fascista é cotidiano
e, muitas vezes, violento. Isso aumenta a necessidade da presença da direção estadual do partido
nos diversos territórios do estado para dar respaldo às direções municipais nesse enfrentamento.
19 - É necessário ainda que a direção estadual do partido seja impulsionadora dos pilares progra-
máticos que serão apresentados ao conjunto da sociedade nas eleições de 20 e 22, para tanto é
de fundamental importância que esse debate seja feito entre os atores sociais que compõem as
fileiras do partido, bem como aqueles e aquelas que possuem identidade com as lutas que par-
ticipamos e construímos. É necessário ainda envolver nesta discussão os quadros do partido que
possuem experiência prática na condução da máquina pública, compartilhando suas experiências
bem sucedidas.
20 - Para aumentar o grau de participação da militância de base e dos dirigentes municipais nos
destinos do partido entendemos ser indispensável a criação de um espaço que envolvam ato-
res locais para debater os destinos do partido. Nesse sentido defendemos a criação dos COLE-
GIADOS TERRITORIAIS DO PT do qual seriam membros os presidentes de diretórios municipais,
membros do diretório estadual, prefeitos e prefeitas, vice prefeitos e você prefeitas, vereadores
e vereadoras que fariam reuniões ordinárias antecipando as reuniões do diretório estadual para
que os temas debatidos pela direção estadual sejam também amplamente discutidos nos territó-
rios. Esse colegiado também funcionária como uma forma de integrar a militância petista de um
mesmo território dando ao partido uma melhor capacidade de
33
sucedidos em suas administrações, com todos as informações necessárias para que estes progra-
mas e projetos possam ser replicados em outras gestões petistas. As experiências administrativas
do PT são ricas em ações que promovem o bem estar do povo e está ferramenta cumpriria o pa-
pel de resgatar a ideia do MODO PETISTA DE GOVERNAR em nosso estado. Esse mesmo espaço
também serviria para que parlamentares petistas compartilhassem iniciativas legislativas bem
sucedidas para que elas pudessem servir de base para a atuação legislativa do partido.
22 - O PT governou o Brasil e Bahia por quatro governos consecutivos até hoje. Para isso foi ne-
cessária uma estratégia que permitisse ao partido manter-se como principal força do campo polí-
tico que sustentou estes governos, no entanto, invariavelmente essa estratégia impactou a dispu-
ta de hegemonia do poder local. Sendo assim, é fundamental que nesta nova quadra histórica o
partido se debruce com mais atenção as disputas locais em cada município da Bahia, ajudando os
diretórios municipais a construírem uma ação política que tenha como objetivo tornar o PT uma
força política protagonista em cada município. Essa iniciativa se faz ainda mais urgente diante do
fato de não haver mais coligações proporcionais para as eleições legislativas, o que exigirá do
partido muita atenção ao processo de composição das chapas legislativas municipais.
23 - A disputa de hegemonia ideológica na sociedade está atingindo um grau poucas vezes vis-
tos na história. O capitalismo tem se valido de diversas ferramentas para estabelecer um padrão
estético e de consumo que influenciam decisivamente nos valores cultivados na nossa sociedade.
Diante deste quadro entendemos que o partido deve construir grandes campanhas anuais sobre
temas que nos são caros para que eles sejam levados a debate em cada canto onde o partido se
organiza, envolvendo diversos atores sociais, com debates políticos, atividades culturais e mate-
rial áudio visual que possibilitem à nossa militância fazer a disputa de hegemonia ideológica com
mais vigor e eficácia.
24 - Além dessas iniciativas é fundamental que o partido atue de forma protagonista na Frente
Brasil Popular, que se articule de forma mais constante com os demais partidos de esquerda, que
mantenha foco na campanha Lula Livre e esteja sempre conectado com as bandeiras de luta dos
diversos movimentos sociais que tem relação com o nosso partido como uma forma necessária
de avaliar criticamente nossa atuação política e fazer as correções de rumo necessárias para que
cheguemos ao Socialismo Democrático, nosso objetivo estratégico desde a fundação do Partido
dos Trabalhadores.
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CHAPA 490
Hannah Arendt
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dos pilares da agenda do movimento abolicionista, foi encarado como um dos principais desafios
para o desenvolvimento do país e de seu povo. O direito à moradia, a ampliação do acesso à saú-
de, o direito à segurança alimentar, entre outros direitos, foram introduzidos na agenda pública
de maneira mais efetiva.
3 - disputa geopolítica no mundo adquiriu radicalidade com a assunção de Trump nos Estados
Unidos. Acordos como o do Clima de Paris, consignado por 195 países, foi rechaçado pelo go-
verno estadunidense, que também rompeu unilateralmente os Tratados de contenção de arma-
mentos nucleares com a Rússia e com o Irã. A disputa por hegemonia política e econômica leva
os Estados Unidos a amplificar a guerra comercial com a China, fortalecida pelos avanços nos ra-
mos de alta tecnologia e pela ampla presença no comércio mundial. A América Latina, que vinha
consolidando maioria de governos nacionais-populares, aplicando uma agenda antineoliberal
com destacados resultados sociais e econômicos, em contraste com os resultados medíocres das
experiências orientadas pelo receituário neoliberal, passa a sofrer um ataque brutal provocado
pelo centro do Império. O Golpe de Estado ocorrido no Brasil, com o impedimento da Presidenta
Dilma Rousseff foi a grande tacada para desferir uma derrota estratégica à esquerda no territó-
rio latino-americano. A tática de lawfare aplicada contra LULA, o maior líder político da história
do Brasil e referência em toda a América Latina e no Mundo, dão a dimensão da luta de classes
neste momento do capitalismo. Cristina Kirchner e Rafael Correa, ex-presidentes da Argentina e
Equador também sofreram perseguições políticas através do uso truculento e classista do sistema
judiciário. A Bolívia foi alvo de várias tentativas de desestabilização e a Venezuela, líder mundial
em reservas de petróleo, sofre cerco implacável que asfixia sua economia e deteriora as condições
de vida do seu povo, além de ameaças golpistas de todo tipo. A ampliação do bloqueio econô-
mico a Cuba é mais um indicador de um horizonte de destruição de uma perspectiva de relações
soberanas de multilateralidade e convivência pacífica e respeitosa entre os povos.
4 - É fundamental para o Partido dos Trabalhadores o desafio de reinterpretar o Brasil à luz dos
efeitos da escravidão e do autoritarismo sobre a nossa história política e compreender a centra-
lidade da questão Democrática no mundo capitalista atual. O Brasil hoje apresenta um roteiro
exemplar para a compreensão da radicalidade da LUTA DE CLASSES, nesta quadra de expansão
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do capitalismo financeiro. O país está sendo alvo de uma guerra de ocupação sem preceden-
tes. Os efeitos desta guerra são altamente corrosivos: Soberania Nacional aniquilada, economia
destruída, direitos dos trabalhadores devastados e ataque ao pensamento crítico e aos direitos
humanos.
7 - Para compor o cenário das condições em que se movimenta a sociedade brasileira hoje é
indispensável compreender o significado do crescimento das igrejas evangélicas no Brasil. Estas
igrejas se enraizaram nas comunidades, oferecendo proteção social, através de grupos de apoio
mútuo, desempenhando um papel de articulador social, respondendo às angústias e carências
do povo trabalhador, quase a única alternativa de sociabilidade solidária para estas comunidades.
Esta base social alimenta o projeto de poder destes grupos que vêm ampliando significativamen-
te suas bancadas nos parlamentos.
8 - Outra questão que assumiu proporção impensável é o assalto das milícias ao poder, parte in-
tegrante do crime organizado e do tráfico. As redes milicianas, especialmente no Rio de Janeiro,
berço do bolsonarismo, também assumiram um papel de coordenação e controle social, na lacu-
na deixada pelo Estado, entrando no mercado de imóveis, de prestação de serviços de internet e
de TV a cabo, entre outros.
9 - Sem condições de adotar Ditaduras à moda antiga, estes grupamentos neonazifacistas aderi-
ram à solução de uma Ditadura de perfil Orwelliano, que exigem povo cada vez menos educado
e cada vez mais manipulado por ideologias totalitárias, que são ofertadas pelas milícias e pelo
mercado das igrejas.
37
11 - O Partido dos Trabalhadores tem todas as condições de nuclear um processo de renovação
política da esquerda e de contribuir com propostas que orientem a retomada da Democracia e de
um desenvolvimento econômico inclusivo socialmente e sustentável ambientalmente.
12 - O Partido dos Trabalhadores avança com vigor para o seu VII Congresso envolto num intenso.
É necessário aproveitar todas as etapas do VII Congresso para aprofundar os conteúdos políticos
e indicar caminhos para enfrentar a extrema direita ultraneoliberal e seu programa de desmonte
do Estado Brasileiro e dos direitos dos trabalhadores. Precisamos apresentar alternativas para sair
deste caos autoritário a que o governo Bolsonaro condenou o país. Há um mal-estar na socieda-
de brasileira e a esperança de um retorno à democracia vai sendo minada pela naturalização dos
absurdos cotidianos cometidos por Bolsonaro e por dirigentes do seu governo. Esta naturalização
é gravíssima, pois indica que o neofascismo está tomando conta do espaço político.
13 - Considerando a gravidade da naturalização das abusivas circunstâncias atuais que confron-
tam a Democracia no país e o tamanho da destruição provocada pela ocupação imperialista,
devemos assumir como uma das nossas principais bandeiras o FORA BOLSONARO, antes que o
estrago nas condições econômicas e na vida do nosso povo nos leve a repetir a tragédia da Ale-
manha Nazista. Devemos, preliminarmente, fazer uma releitura das interpretações do Brasil que
nos legaram, juntamente com as teorias dos patrimonialismos, a ideia de que toda a corrupção no
Brasil se concentra no Estado. Esta vertente de pensamento produziu o álibi perfeito para as elites
do atraso atacarem, com as bandeiras falso moralistas da corrupção, todos os governos e polí-
ticos que avançaram na destinação de parte do Orçamento do Estado, ainda que minimamente,
para a realização de políticas de caráter social. O objetivo é abrir espaço no Orçamento do Estado
para a real corrupção que é praticada pelo capital financeiro. Austeridade apenas para conter os
programas sociais e liberalidade total para direcionar os recursos do Estado para os bancos.
15 - A crítica ao nosso distanciamento das bases deve ser enfática. Esta questão deve ganhar lugar
de destaque nos debates do VII Congresso.
17 - As eleições de 2020 ocorrerão num cenário de intensa luta pelo Poder no País, para além
da disputa eleitoral pelos Governos Municipais. Estas eleições terão forte influência na definição
do contexto nacional e nas perspectivas para 2022. É fundamental que relacionemos as grandes
questões políticas do país com as realidades municipais. Para tanto, é importante associar nossos
Programas Municipais de Governo com o Programa de Governo apresentado por Haddad nas
eleições presidenciais de 2018.
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1) SOBERANIA NACIONAL E POPULAR NA REFUNDAÇÃO DEMOCRÁTICA DO BRASIL
2) INAUGURAR UM NOVO PERÍODO HISTÓRICO DE AFIRMAÇÃO DE DIREITOS
3) NOVO PACTO FEDERATIVO PARA PROMOÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS
4) PROMOVER UM NOVO PROJETO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
5)TRANSIÇÃO ECOLÓGICA PARA A NOVA SOCIEDADE DO SÉCULO XXI
19 - Este programa tem o mérito de ultrapassar os limites de uma economia neocolonial de me-
ros produtores de commodities, ao introduzir, pela primeira vez em um Programa de Governo, a
proposta de transitarmos para um outro perfil de economia, de baixo carbono, através de uma
Transição Ecológica e da proposta de promoção de um novo projeto nacional de Desenvolvimen-
to, além de recuperar bandeiras históricas, como o ORÇAMENTO PARTICIPATIVO.
20 - Temos que eleger um grande número de Prefeitas e Prefeitos. Sem coligações proporcionais,
é fundamental competir com chapas próprias para as Prefeituras, para impulsionar a eleição de
um expressivo número de Vereadoras e Vereadores para os Parlamentos Municipais, ampliando
nossa presença com bancadas comprometias com os interesses populares e da cidadania.
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•Relação orgânica com as lutas do povo trabalhador do Estado.
•Criar condições para o funcionamento e a interiorização dos setoriais do Partido. Estruturar
a Secretaria de Movimentos Populares de forma a atender as demandas dos diversos cole-
tivos e secretarias setoriais.
•A direção estadual do PT da Bahia deve se dedicar a auxiliar na construção de chapas, pro-
porcionais, candidaturas majoritárias para o PT nos municípios onde o PT tiver presença. A
direção não pode se restringir a acompanhar apenas as 35 ou 50 maiores cidades do Estado.
23 - Precisamos fortalecer a Juventude do PT, abrindo espaços para que ela se organize e tenha
uma densa formação política para ser um poderoso instrumento na direção das lutas das juventu-
des do Brasil. O PT deve garantir o investimento político para que a Juventude do PT seja de LUTA
e de MASSA, como também deve ser o Partido dos Trabalhadores.
24 - A luta por LULA LIVRE hoje sintetiza o caminho da LIBERDADE do Brasil e da retomada da
DEMOCRACIA. A prisão de LULA, através de uma farsa judicial aviltante, é um atestado da bur-
guesia nacional e internacional de que o Partido dos Trabalhadores e LULA são, hoje, os maiores
inimigos de classe do Capital. LULA representa o sucesso da classe trabalhadora no Governo. A
experiência de transformação social realizada ao longo dos governos LULA mudou a vida de mi-
lhões de brasileiros, com destaque para o ingresso, pela primeira vez, da juventude negra e pobre
nas Universidades, indicando uma renovação da base intelectual da sociedade. asil há mais de 500
anos, foi ameaçado pela primeira vez. O agravamento da crise do capital internacional acelerou
o processo de perseguição implacável ao Partido dos Trabalhadores e a LULA, a liderança mais
potente que a classe trabalhadora já produziu em toda nossa história. LULA foi impedido de par-
ticipar do processo eleitoral de 2018 porque ganharia as eleições no primeiro turno. Sua conde-
nação sem crime algum e sem nenhuma prova, num processo fraudulento é o exemplo maior da
dimensão do ataque à Democracia que sofreu o Brasil, numa afronta às regras mais elementares
de qualquer disputa eleitoral na própria e rebaixada Democracia burguesa. Esta é a compreensão
que deve orientar nossa luta por LULA LIVRE, que deve assumir prioridade absoluta dentro do
Partido dos Trabalhadores. LULA É UM PRESO POLÍTICO do capital internacional. Sua liberdade é
condição primordial para o restabelecimento pleno do regime democrático no Brasil. LULA LIVRE
É BRASIL DEMOCRÁTICO, SOCIALMENTE JUSTO E SOBERANO!
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