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2 MISSIONAL
MISSIONAL
uma jornada da devoção à missão
por João Costa
ISBN: 978-85-65202-11-4
www.editorainterferencia.com
contatos@editorainterferencia.com
É permitida a reprodução de partes deste livro,
twitter.com/EdInterferencia desde que citada a fonte e com autorização
facebook.com/editorainterferencia escrita dos editores.
JOÃO COSTA 3
“João Costa é um homem de Deus, que ama seu Senhor e que vive
para glorificar o nome daquele que o arregimentou. Recomendo o
livro “Missional, uma jornada da devoção a missão” a todos aqueles
que desejam viver e pregar o evangelho de forma contextual e mis-
sional. Tenho certeza que através da leitura desse material você será
ricamente abençoado, bem como desafiado a servir ao Senhor com
seus dons, talentos e ministério.”
Renato Vargens
Conferencista, escritor, plantador de igrejas e pastor da Igreja
Cristã da Aliança.
“Foi uma grata surpresa conhecer o João Costa há cinco anos atrás.
O mais surpreendente é perceber o quanto ele está crescendo e am-
pliando o seu mundo. A prova cabal de tal expressão é o seu livro.
De maneira ágil e dinâmica, João apresenta o cristianismo pra uma
geração midiática, pluralizada, líquida e secularizada. O seu texto é
um convite desafiador a todos aqueles que anseiam por uma teologia
missional bíblica e santa.”
Vladimir Oliveira Souza
Pastor senior da PIB do Cosmorama, professor de Teologia
Sistemática e escritor.
agradecimentos
sumário
prefácio . . . . . . . . . . . . 9
apresentação . . . . . . . . . . . . 11
introdução . . . . . . . . . . . . 13
PRIMEIRA PARTE
Por que Somos Missionários? Porque Deus é cheio de Glória.
Capítulo 1 - Glória e Graça . . . . . . . . . . . . 21
Capítulo 2 - O Missionário Definitivo . . . . . . . . . . . . 31
Capítulo 3 - Esperança na Eternidade . . . . . . . . . . . . 41
SEGUNDA PARTE
Por que Somos Missionários? Porque Somos a Comunidade de Discípulos
Capítulo 4 - Senso de Pertencimento . . . . . . . . . . . . 51
Capítulo 5 - Reconhecimento e Revelação . . . . . . . . . . . . 61
Capítulo 6 - Comunicação Expressa . . . . . . . . . . . . 71
TERCEIRA PARTE
Por que Somos Missionários? Porque Somos a Cidade de Deus
Capítulo 7 - Proteção . . . . . . . . . . . . 81
Capítulo 8 - Santificados na Urbe . . . . . . . . . . . . 89
Capítulo 9 - Fronteiras da Contextualização . . . . . . . . . . . . 99
QUARTA PARTE
Por que Somos Missionários? Porque o Mundo Carece de Deus
Capítulo 10 - Expandindo a visão . . . . . . . . . . . . 111
Capítulo 11 - Perspectivas da Unidade . . . . . . . . . . . . 119
Capítulo 12 - Ágape . . . . . . . . . . . . 125
8 MISSIONAL
JOÃO COSTA 9
prefácio
Jonas Madureira
teólogo e doutorando em Filosofia
JOÃO COSTA 11
apresentação
Evangelho está sendo pregado? Ele é saudável? Ele tem exaltado a Cristo?
Este Evangelho tem sido fiel ao conceito de Missão? As igrejas que vem
sendo plantadas neste país têm pregado fielmente todo o Evangelho?
João Costa nos coloca frente a frente a esta discussão extremamente
importante. Não é simplesmente uma discussão sobre como devemos ir
para a missão ou ao discipulado. É uma discussão sobre como devemos
ser fiéis na contextualização do Evangelho. E isto é um convite para
nos engajar em nossa missão de proclamar o Evangelho de Cristo da
melhor forma possível. Isso me faz lembrar o autor e missionário Leslie
Newbingen, que destaca a crise vivida nos dias de hoje na igreja européia:
ele afirma que isto é o resultado do abandono da missão do Evangelho.
Depois de anos de estrada, em meio à igreja brasileira, posso olhar
novamente esta questão e refletir sobre como temos perdido uma
geração inteira de evangélicos cheios de potencial. E isto não é porque
haja falta de igrejas suficientes ou evangelismo. Isto tem acontecido
porque o Evangelho pregado por muitas destas igrejas simplesmente
não é o Evangelho de Cristo. É um evangelho desprovido de poder,
porque se limita a buscar Deus simplesmente pelo que ele pode nos
dar, em detrimento da busca pelo que Ele realmente é.
Eu gostaria de encorajá-lo a ler este livro de João Costa. Faça isso de
mente aberta sobre como podemos nos envolver com a cultura sendo
radicalmente firmado em Cristo. João tem sido um bom exemplo nisto em
minha vida. O que ele relata neste livro é fruto de sua experiência pessoal.
Você pode não concordar com todas reflexões e conceitos expostos,
mas lhe asseguro que sempre é tempo de reconsiderar nossa Missão à
luz da multifacetada beleza desta jóia que nós chamamos de Evangelho.
Jay Bauman
Restore Brasil
Atos 29 Brasil
JOÃO COSTA 13
introdução
*Referência a música Carta aos Missionários, da banda Uns e Outros - single de sucesso nas
rádios FM brasileiras nos anos 1980.
14 MISSIONAL
o dialeto missional tomou conta da minha vida. Uma coisa que aprendi
desde aqueles primeiros dias na jornada cristã, e hoje reverbera na vida
da comunidade de fé onde sirvo, é que todos somos missionários! Se
apropriando da declaração creditada ao célebre pregador CH Spurgeon,
“todo cristão é um missionário ou é um impostor”, vamos nesta introdução
observar alguns aspectos que dão muito sentido a tal frase.
O grande século das missões, o século XlX, deixou marcas que
definitivamente transformaram o mundo, a ponto de hoje termos um
segmento cultural onde este livro será lido, apenas para citar um exem-
plo. Podemos dizer que no Brasil, os que receberam a mensagem do
Evangelho propagada séculos atrás foram ao longo dos anos criando
seu gueto, e esse gueto foi se particionando em tribos, à medida que
as denominações foram surgindo no fluxo de divergências históricas,
doutrinárias e até mesmo culturais. A realidade contemporânea nos
mostra o crescimento vertiginoso de estatísticas que apontam pra
popularidade do cristianismo evangélico.
Não temos muito o que comemorar com isso se pesarmos na
balança o fato de que muitas pessoas são na verdade apenas dados
do IBGE, do que de fato discípulos de Jesus. O cenário fica mais
dramático ao vermos o fenômeno de constante evasão de pessoas
da fé, ou na verdade, a constatação de que a conversão que tiveram
foi apenas à denominação da qual fazia parte, ou a figura de um líder
carismático. Com isso, comunidades de fé que não se entregam ao
populismo da teologia da prosperidade ou a rigidez ascética de algu-
mas igrejas históricas, buscam em novas configurações a relevância
dos “homens que tem causado alvoroço no mundo”.
A propósito, em nome desta relevância muito se tem feito, fala-
do, escrito e cantado. E neste ciclo de ativismo frequente e desejoso
de cumprir a grande comissão, temos transformado sermões em
palestras, colocado em primeiro lugar as ações sociais como salvo-
-conduto da nossa consciência e orgulho manchado pelos abusos e
16 MISSIONAL
1
Conceito adaptado por: Mark Driscoll - Reformissão: como levar a mensagem sem compro-
meter o conteúdo - pg 20-22 - 2009 - Editora Tempo de Colheita
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JOÃO COSTA 19
PRIMEIRA PARTE
capítulo 1
Glória e Graça
“Quando colocarmos as nossas mãos no arado, sem olhar para trás, nos lembraremos:
existimos para a glória de Deus, pois Deus é maior do que nós.”
Ronaldo Lidório
“Depois de falar essas coisas, Jesus levantou os olhos ao céu e disse: Pai, chegou a hora.
Glorifica teu Filho, para que também o Filho te glorifique, assim como lhe deste autori-
dade sobre toda a humanidade, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.”
João 17.1-2
qual entrou traga glória para o seu Pai, e que seus seguidores, em consequência
de sua morte e exaltação, sejam preservados do mal pelo privilégio sem preço de
ver a glória de Jesus, que imita completamente, em seu próprio relacionamento, a
reciprocidade de amor manifestada pelo Pai e pelo Filho.” 2
2
D. A. Carson - O Comentário de João - pg 551,552 - 2007 - Shedd Publicações
JOÃO COSTA 23
3
John Owen - Comunhão Com o Deus Trino - pg 109 - 2010 - Editora Cultura Cristã
JOÃO COSTA 25
4
R.C. Sproul - A Glória de Cristo - 2ed - pg 136 - 2004 - Editora Cultura Cristã
26 MISSIONAL
5
John Piper e Justin Taylor (editors) - The Supremacy of Christ in a Postmodern World - pg
132 - 2007 - Crosswsay Books
6
Apostila Introdução à Cristologia- pg. 6 - acesse em: http://migre.me/99FkR
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7
Mark J. Penn - Microtendências - pg 503,504 - 2008 - Editora Best Seller
JOÃO COSTA 29
8
Leslie Newbigin - Trinitarian Doctrine for Today’s Mission - pg 36 - 2006 - Wipf and Stock
Publishers
30 MISSIONAL
capítulo 2
O Missionário Definitivo
“Deus poderia muito bem requerer uma obediência “cega”, mas Ele nos chama a uma
obediência baseada em relacionamento, entendimento e discernimento.”
Beth Wood
“E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo,
que enviaste. Eu te glorifiquei na terra, completando a obra da qual me encarregaste.”
João 17.3-4
9
Michel Foucalt - Power/Knowledgment: Selected Interviews and Other Wriitings - pg 131 -
1980 - Colin Gordon
10
John Piper e Justin Taylor (editors) - The Supremacy of Christ in a Postmodern World - pg
48,49 - 2007 - Crosswsay Books
JOÃO COSTA 33
11
Uma boa análise crítica dessa identificação: Jesus and the Cynics: Survey and Analysis of a
Hypothesis - Hans Dieter Betz - http://www.jstor.org/stable/1203757
34 MISSIONAL
13
Ed Stetzer - Breaking The Missional Code - pp 22 - Broadman & Holman Publishers - 2006
JOÃO COSTA 39
John Piper - Alegrem-se os povos - a asupremacia de Deus em missões - São Paulo-SP - Ed.
14
capítulo 3
Esperança na Eternidade
15
George Eldon Ladd - O Evangelho do Reino: Estudos bíblicos sobre o reino de Deus - p
25 - Ediçòes Vida Nova - 2008
JOÃO COSTA 43
çará pela Sua Palavra, revelada nas Sagradas Escrituras. Como declara o
renomado professor de Teologia bíblica e sistemática, Wayne Grudem:
“A suficiência das Escrituras significa que elas contêm todas as palavras que
Deus deseja que seu povo tenha em cada estágio da história da redenção e que
Deus nos diz, pela Bíblia, tudo que precisamos saber sobre a salvação, sobre
confiar nele de maneira perfeita e sobre como obedecer a ele de forma perfeita.
Essa definição enfatiza o fato de que somente nas Escrituras devemos procuras
às palavras de Deus para nós. Isso também nos lembra que Deus considera o
que Ele nos diz na Bíblia como suficiente para nós e que devemos nos regozijar
e nos contentar com a grande revelação que ele nos outorgou.” 16
A imersão nas Escrituras desperta em nós o fascínio que se transfor-
ma no culto racional, fruto de mentes com entendimento renovado. A
experiência da adoração é uma disciplina espiritual que se desordenou ao
longo dos anos, e precisamos resgatá-la com todo zelo, pois se existe uma
forma de nos conectarmos com a realidade da eternidade é nos prostrando
em apaixonada devoção diante de Jesus, e servindo ao próximo, para que
de fato sirvamos ao Senhor, que não vemos com nossos olhos naturais.
As nossas discordâncias particulares devem ser colocadas de lado
ante a infinita grandeza da concordância entre Pai e Filho. A glória neste
versículo reforça tudo o que foi tratado até aqui: a deidade da Pessoa de
Jesus. Ele possuía a glória divina antes do mundo existir, na eternidade
que chamamos de passada. Portanto, deve ser glorificado agora com
essa glória juntamente com o Pai. O Senhor tem participação na glória
divina não por si mesmo, mas junto com o Pai, pois Ele e o Pai são um.
Esta unidade na eternidade é um sinal de esperança para
nós no tempo chamado hoje. E na verdade um alento para re-
pensarmos a nossa missão. Como já afirmamos, ser missional diz
respeito a estar alinhado com a missio Dei, a missão de Deus. Por-
tanto, alguns temores com as temporalidades, como os discípulos
16
Wayne Grudem - O Dom de Profecia - pp 336 - Editora Vida
JOÃO COSTA 45
“Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma
que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras,
mantenhamos a nossa esperança. O Deus que concede perseverança e ânimo
dê-lhes um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus, para que com um só
coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo. Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo os
aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus.” Romanos 15:4-7
48 MISSIONAL
JOÃO COSTA 49
SEGUNDA PARTE
capítulo 4
Senso de Pertencimento
“Sendo cristãos, entendemos que não somos de nós mesmos, mas fomos comprados por
preço. Por meio de sua graça salvadora, o Senhor Jesus se apropriou de nosso coração de
pedra, e o regenerou, e o transformou em um coração espiritualmente maleável, derramando
nele o seu amor, mediante o Espírito Santro, que nos foi dado”
Burke Parsons
“Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus, e tu os deste a
mim; e eles obedeceram à tua palavra. Agora sabem que tudo quanto me deste vem de ti”
João 17.6-7
19
Sandra D. Souza - Transito religioso e construções simbólicas temporárias: uma bricolagem
contínua - p. 164,165
JOÃO COSTA 55
20
Dietrich Bonhoffer - Life Together:The Classic Exploration of Faith in Community- p 42 - Harper Collins - 1978
21
Thabiti Anyabwile - O que é um membro de Igreja Saudável - p.66 - Editora Fiel - 2010
56 MISSIONAL
CONFIAR EM JESUS.
AMADURECER EM SANTIDADE.
justiça que vão nos levar a esta estatura (Ef 4.13). Mas, devemos entender
que santidade não é de uma hora para a outra. Santidade é uma colheita
(Gl 6.7). Nós temos duas estratégias aqui. Em primeiro lugar, para amadu-
recer, nós devemos nos tornar bem familiarizados com as áreas da nossa
personalidade que extraem o pior de nós, onde nós somos mais propen-
sos a pecar. A fim de vencer os impulsos da carne, nós temos que saber
como, quando e onde eles são mais efetivos. Peça ao Espírito Santo para
lhe convencer dos pecados que precisam ser identificados e combatidos.
Em segundo lugar, é importante saber o porquê de gravitarmos
em certos pecados. Precisamos investigar em nós mesmo porque so-
mos atraídos para estes pecados. Quais as vantagens que eles trazem?
Aceitação, satisfação, auto-estima, significado? Conheça a mentira
em que você acredita quando você cede a estes impulsos. Santidade
resulta do enfraquecimento habitual da carne através de uma busca
intencional de uma vida guiada pelo Espírito Santo.
VIVER EM MISSÃO.
24
Tim Chester - A Meal With Jesus - p.46 - Re: Lit/Crossway - 2011
25
Brad House - Community - pg 91 - Re: Lit/Crossway - 2011
60 MISSIONAL
JOÃO COSTA 61
capítulo 5
Reconhecimento e Revelação
“Por sua própria natureza, o fascínio é algo que nos pega desprevenidos e está acima de
qualquer expectativa ou suposição, E não pode ser colocado dentro de um esquema nem
explicado. Requer a presença e o envolvimento da pessoa.”
Eugene Peterson
“Porque lhes transmiti as palavras que tu me deste, e eles as acolheram e verdadeiramente
reconheceram que vim de ti e creram que tu me enviaste.”
João 17.8
Sua Igreja, você não pode trabalhar separado daquela Igreja, isto é, não
relacionado com ela. Não abrigue a idéia de que os pastores, líderes ou
pessoas com evidência eclesiástica são os únicos missionários que Deus
estabeleceu no Corpo e para o Corpo. Realmente não são os únicos.
Cada membro do Corpo é designado por Deus para trabalhar para
Deus, o Corpo e a edificação do Corpo. Não é que alguns são obreiros
e outros são simplesmente membros do Corpo. Todos são obreiros,
por isso enfatizamos aqui, todos são missionários.
O Corpo de Cristo deve edificar a si mesmo, porque a origem
dessa edificação é o Cabeça, Jesus Cristo, e por meio do seu Espírito
temos a revelação que nos faz reconhecer Cristo em todas as partes
do Corpo. Pedro Arruda diz:
“A falta de revelação impede muitos de encontrarem Cristo na leitura da Bíblia
ou na oração. Pelo mesmo motivo, a grande maioria não consegue encontrar Cristo
no outro. Trata-se da mesma revelação que fez a opinião de Pedro distinguir-se
das outras, que eram baseadas no conhecimento humano das Escrituras, quando
respondeu a Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!” (Mt16.16). Foi essa
revelação também que possibilitou a Simeão olhar para o menino Jesus e ver o
que o sacerdotes que o circuncidaram não viram (Lc 2.26)” 26
Na verdade, a obra de Deus (não nossa obra, mas a obra de Deus
através de nós) só começa quando há revelação. Exteriormente é a
visão celestial, interiormente é a revelação. Deus não quer que faça-
mos uma espécie de trabalho genérico ou uma miscelânea de obras
para Ele. Ele deseja que conheçamos todo o Seu plano e trabalhemos
com Ele em direção a um plano e propósito claros. Pois não somos
apenas Seus servos, mas também Seus amigos (Jo 15:15).
Toda entrega e consagração é valiosa, mas, falando francamente,
só depois da revelação é que a entrega e a consagração podem ser
26
Pedro Arruda - A Comunhão Nossa de Cada Dia - pg 74 - CCC Edições - 2010
64 MISSIONAL
Os dons são necessários? Sim, eles são até certo ponto. Toda-
via, não devem continuar além do ponto em que o Senhor busca
27
John Stott - O Discípulo Radical - p.36 - Editora Ultimato - 2011
68 MISSIONAL
Isaque representa aquele que tinha tudo por meio dos dons. Ob-
serve que tudo o que ele recebeu veio do seu pai. Era algo objetivo
para ele, algo fora dele. Até mesmo quando Isaque abençoou os
filhos, ele ficou bastante confuso, pois estava quase cego e con-
fundiu os rapazes. Não foi assim com Jacó, pois ele foi quebrado e
realmente despedaçado pelo Senhor e o Espírito de Deus trabalhou
interiormente a própria vida de Deus nele, até que ele disse: “A Tua
salvação espero, ó Senhor!” (Gn 49.18).
Quando abençoou seus filhos, ou melhor, os filhos de José,
Jacó sabia exatamente o que estava fazendo. Ele o fez com in-
teligência. Ele disse: “Eu sei, meu filho, eu o sei” (Gn 48.19).
Muitos perguntam: “Por que muitos servos bastante usados por
Deus falham ou terminam sendo colocados de lado, isto é, não
são mais usados por Ele?” Quem pode dizer que Deus já os ha-
via usado? E se Ele usou, foi apenas concedendo os dons. Deus,
em Seu direito soberano, escolheu alguém para lhe conceder um
dom temporário, para ser usado por ele durante algum tempo,
porque o homem não era interiormente digno de qualquer outro
JOÃO COSTA 69
28
Leslie Newbigin - The Gospel in a Pluralist Society - p. 224 - Eerdmans - 1995
JOÃO COSTA 71
capítulo 6
Comunicação Expressa
“O ponto de partida para quem deseja viver pela fé é reconhecer que Deus revelou
tanto a respeito de sua vontade que temos além do suficiente para viver sem precisar-
mos ouvir mais nada”
Erwin McManus
“Eu rogo por eles. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus.
Todas as coisas que me pertencem são tuas, e as que te pertencem são minhas; e neles
sou glorificado.”
João 17.9-10
Por mais amplo que seja o amor de Deus (Jo 3.16), por mais salvífica que seja a
postura de Jesus para com o mundo (Jo 12.47), há um relacionamento peculiar
de amor, intimidade, exposição, obediência, fé, dependência, alegria, paz, bênção
escatológica e frutificação que une os discípulos entre si e com a divindade. Esses
temas dominaram o discurso da despedida. Somente se pode orar pelo mundo com
o objetivo de que alguns que nesse momento pertencem a ele possam abandoná-lo
e juntar-se a outros que foram escolhidos do mundo. (…) Orar pelo mundo, a
ordem moral criada que está em ativa rebelião contra Deus, seria o mesmo que
blasfemar. Não há esperança para o mundo. Há esperança somente para alguns
que nesse momento constituem o mundo, mas que cessarão de ser o mundo e se
juntarão àqueles a quem Jesus se refere ao dizer pois são teus.” 29
Essa passagem deixa claro que o peso da nossa mensagem, não
é direcionado exclusivamente, como enganosamente alguns pressu-
põem, para o ‘mundo perdido’. Tudo é sobre Jesus e a Sua glória.
Pertencemos a Ele, conhecemos a Ele e nossa expressão como co-
munidade comunica direta e expressamente quem Ele é, a medida
em que Ele é glorificado em nós.
Quando olhamos os esforços missionários empreendidos pela Igreja
enquanto instituição se sucateando nos últimos anos, temos nas bases
das comunidades de discípulos missionais, um sinal de esperança para
a proclamação do Reino de Deus no presente século. Isso não significa
que tais comunidades são uma alternativa global à Igreja como instituição.
Bill Clem adverte:
“Frequentemente, nossa necessidade e desejo de ser agraciado nos faz distorcer
o conceito de comunidade. São nossos desejos ou necessidades sentidas que
tendem a nos motivar a ingressar num grupo em primeiro lugar. (…) É mais
seguro concluir que a maioria das distorções são nascidas e criadas no porque
de formarmos ou ingressarmos em um grupo.” 30
29
D.A. Carson - O Comentário de João, pg 561,562 - Shed Publicações - 2007
30
Bill Clem - Disciple - pg 141,142 - Re:Lit/Crossway Books - 2011
JOÃO COSTA 73
31
Leonard Sweet - Peregrinos do Novo Século - pg 124 - Garimpo Editorial - 2010
76 MISSIONAL
TEXTO
TEOLOGIA
Mova-se do texto para a teologia, através do entendimento da
motivação do autor. Nesse ponto, tente desvendar a mensagem cen-
tral do capítulo. Abra espaço para questionamentos. Se esforce em
ser cristocêntrico, e não centrado na aplicação de um programa. O
objetivo não é “aplicar”, mas imergir na beleza do texto com Jesus,
não é “fazer”, mas se deleitar Nele. Então, do nosso deleite Nele e
por crer em suas promessas, nós podemos aplicar o texto as questões
do cotidiano. Faça de Jesus a pessoa central.
VIDA
Mova-se da teologia para a vida, traga sua vida para a conversa-
ção. Não limite demasiadamente o tempo para essa parte. Levante
perguntas. Graciosamente e amorosamente, encoraje uns aos outros
a discernir as motivações não direcionadas por Deus das motivações
do Evangelho. Em contrapartida, esse não é um estudo bíblico. Com-
partilhe suas vidas, não seus insights. É um ambiente para oração,
confissão, arrependimento e mover do Espírito Santo para que haja
encorajamento para enfrentar o tumultuado dia a dia das cidades e
que, para nesse turbulento cenário, as vidas sejam inspiradas a ponto
de comunicar com as mesmas, o Evangelho.
JOÃO COSTA 79
TERCEIRA PARTE
capítulo 7
Proteção
“Em cada cidade terrena, existem duas cidades competindo por controle: a cidade
dos homens e a cidade de Deus”
Agostinho
“Não estarei mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo guarda-
-os no teu nome que me deste, para que sejam um, assim como nós. Enquanto eu estava
com eles, eu os guardei e os preservei no teu nome que me deste. Nenhum deles se perdeu,
senão o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas agora vou para ti. E
digo isso enquanto estou no mundo, para que eles tenham a minha alegria em plenitude.
Eu lhes dei a tua palavra; o mundo os odiou, pois não são do mundo, assim como eu
também não sou. Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno.”
João 17.11-15
32
Agostinho - A Cidade de Deus - XIV, XXVIII, 2 - pg 169 - Editora Vozes - 2002
JOÃO COSTA 83
33
Jonathan Wilson-Hartgrove - New Monastics: What it has say to today’s church - pg
15 - Brazos Press - 2008
84 MISSIONAL
pelo poder do Espírito Santo de toda cidade, de todo país, enfim, quer
redimir toda a criação que geme e sofre sob o cativeiro do pecado (Rm
8.19). Para corresponder a esse mandato do Evangelho é urgente buscar
em humildade uma dimensão da espiritualidade capaz de amar além
das dimensões do bem-estar pessoal e familiar.
É sintomática a percepção de que jamais ou excepcionalmente
uma comunidade, como um todo, tenha sido despertada para se le-
vantar em nome do Senhor contra um mal que ameaça a cidade ou
um povo. Geralmente as iniciativas missionárias brotam de pessoas
que recebem uma visão ou passam por uma profunda experiência
de conversão, ou então, as iniciativas por transformações brotam de
grupos que desencadeiam movimentos de inovação ou reforma. Por
outro lado, sem aprofundar a questão aqui, é notório que no Brasil de
nossos dias tenha surgido uma enormidade de comunidades e movi-
mentos. Alguns expurgados de igrejas históricas, outros resultantes
de competição religiosa entre líderes despóticos, outros como fruto
genuíno do Espírito Santo. Na verdade, a Igreja evangélica brasileira
hoje deve creditar a grande parcela de seu crescimento, numérico e
qualitativo, à ação desses movimentos. À medida que eles se organi-
zam, abrem-se as portas para um diálogo promissor de aprendizado
mútuo para varrer esse país com a misericórdia do Senhor.
Grandes metrópoles, como o Rio de Janeiro, com seus contrastes
e ambiguidades apontam para uma ideia das duas cidades, que nesse
momento da sociedade expurgam todas suas mazelas, incubadas du-
rante décadas de ouro da modernidade positiva, como bem descreve
Arnaldo Jabor na introdução da obra “Cidade Partida” de Zuenir
Ventura: “Na verdade, já existiam então “duas cidades” ou uma cidade partida,
mas a convivência amena, a obediência civil, a falta de antagonismos de classe e
a despreocupação com os problemas sociais nem sempre deixavam perceber que
havia um ovo de serpente chocando no paraíso.” 34
34
Zuenir Ventura - Cidade Partida - pg 11 - Companhia das Letras - 1994
JOÃO COSTA 85
35
Tim Keller - The Reason For God: Belief in an age of skepticism - pg 53 - Penguin Books - 2008
JOÃO COSTA 87
36
Justo L. Gonzalez - Cultura e Evangelho: O lugar da cultura no plano de Deus - pg 31 -
Editora Hagnos - 2011
88 MISSIONAL
“Deus, através dos seus profetas, instruí seu povo a construir casas numa
terra estrangeira, e vivendo ali, plantar jardins e comer de sua colheita. Leva
tempo construir casas. Leva tempo plantar e cuidar de jardins. O que me
parece é que Deus está ordenando ao seu povo a se enraizar profundamente
na estrutura dessa cidade perversa”. 37
A palavra do Senhor neste momento, não nos tira do mundo.
Temos uma missão a cumprir aqui na perversidade urbana. E pela
palavra do Senhor, seremos guardados do maligno para o cumpri-
mento da missão.
37
Darrin Patrick - Church Planter: The man, the message, the mission - pg 227 - Re: Lit/
Crossway Books - 2010
JOÃO COSTA 89
capítulo 8
Santificados na Urbe
manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois os seus atri-
butos invisíveis, seu eterno poder e divindade, são vistos claramente
desde a criação do mundo e percebidos mediante as coisas criadas, de
modo que esses homens são indesculpáveis; porque, mesmo tendo
conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças; pelo contrário, tornaram-se fúteis nas suas especulações, e o
seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-
-se loucos e substituíram a glória do Deus incorruptível por imagens
semelhantes ao homem corruptível, às aves, aos quadrúpedes e aos
répteis. É por isso que Deus os entregou à impureza sexual, ao desejo
ardente de seus corações, para desonrarem seus corpos entre si; pois
substituíram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram
à criatura em lugar do Criador, que é bendito eternamente. Amém”.
Francis Schaeffer discerniu sua época à luz dessa verdade, e con-
cordamos com ele quando diz:
“Qual então deve ser a nossa mensagem nesse contexto ao mundo, à Igreja e
a nós mesmos? Nós não temos que tentar adivinhar o que Deus diria sobre
isto, porque existiu um período da história bíblica, que grandemente se com-
para aos nossos dias. É o tempo de Jeremias. O livro de Jeremias e o livro
de Lamentações mostram como Deus olha para uma cultura que o conheceu
e deliberadamente virou-lhe as costas. Mas isto não é somente o caráter dos
tempos de apostasia de Jeremias. É o meu tempo. É o seu tempo. E se vamos
ajudar nossa própria geração, nossa perspectiva deve ser aquela de Jeremias
“(…) que no meio das suas lágrimas, falou sem mitigar sua mensagem de jul-
gamento para um povo que tinha tido tanto e ainda assim havia se desviado” 38
Em razão disso, nas cidades, vários ambientes estão impregnados de
preconceitos anticristãos. Trata-se dos intelectuais, universitários, pro-
fessores e alunos de colégios públicos ou particulares, dos empresários,
38
Francis A. Schaeffer - Morte na Cidade: A mensagem à cultura e à igreja que deram as costas
a Deus - pg 15 - Editora Cultura Cristã - 2003
JOÃO COSTA 91
39
J.C. Ryle - Santidade - pg 52 - Editora Fiel - 2002
92 MISSIONAL
40
William Wilberforce - Cristianismo Verdadeiro: Discernindo a fé verdadeira da falsa - pg
116 - Editora Palavra - 2006
94 MISSIONAL
capítulo 9
Fronteiras da Contextualização
“Uma das razões pelas quais estamos cada vez mais sem voz em nossa cultura, é que
abaixamos o Cristianismo a um nível extremamente ridículo. Talvez seja tempo dos
Cristãos viverem uma vida tão emocionante, tão desafiadora e tão interessante que as
pessoas naturalmente queiram entender o que nos leva a viver do jeito que vivemos”
Todd Hunter
“Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei ao mundo. E por eles me
santifico, para que também eles sejam santificados na verdade.”
João 17.18,19
42
Alan Hirsch - The Forgotten Ways Handbook: A pratical guide for developing missional
churches - pg 38 - Brazos Press - 2009
JOÃO COSTA 101
43
Rene Padilla - Missao Integral - Ensaios sobre o Reino e a Igreja - pg 95 - Fraternidade
Teologica Latinoamericana - Setor Brasil - 1992
104 MISSIONAL
A estrutura da ação: ser tudo para com todos sem entrar no esquema
44
João Calvino - Institutes of Christian Religion, 3.7.1 - Grand Rapids: Eerdmans - 1947
108 MISSIONAL
JOÃO COSTA 109
QUARTA PARTE
capítulo 10
Expandindo a visão
ENCARNACIONAL
AUTÓCTONE
INTENCIONAL
com os outros. A cruz provê o quadro geral pra nossa teologia (no
que nós cremos e como nós nos relacionamos com Deus). Mas é a
encarnação que provê o quadro geral da nossa missiologia (no que
nós cremos e como nós nos relacionamos com a cultura).
Driscoll e Breshears descrevem bem isso ao constatar que:
“na maioria das religiões, o homem mais sagrado dos homens era aquele que
se afastava da cultura e dos pecadores. Reciprocamente, Jesus Cristo veio para
dentro da desordem da história humana e gastou tempo em comunhão com
crentes e não crentes, semelhantemente” 48
Durante seu ministério terreno, nós vemos Jesus amando pessoas,
gastando tempo com pessoas, e compartilhando sua vida com pessoas.
Nós vemos um pária ministrando a outros párias, nós vemos graça
manifesta na vida de uma prostituta, de um adúltero, de um coletor de
impostos. Nós vemos um Deus-homem vivendo com absoluta com-
paixão, enxergando as pessoas ao seu redor que “andavam atribuladas
e abatidas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9.36). E Ele diz: Eu
estou aqui. Eu estou aqui para buscar e salvar aquele que está perdido.
Uma Igreja missional não vê as pessoas e a cultura como inimigos,
mas como tesouros perdidos que Deus está restaurando. A restauração
só é feita completa e abertamente, através do Evangelho, sendo co-
municado pelo povo enviado por Deus, a Igreja. Isso é ser missional.
Nós temos um remetente (Jesus), uma mensagem (o Evangelho), e
os destinatários (pessoas reais inseridas na cultura). Estar em mis-
são nos faz compreender aquilo que muitos tem buscado de várias
formas: a Igreja é ao mesmo tempo instituição e acontecimento. É
instituição na sua organização que vem do passado, na sua esturtura
sacramental, ministerial, dogmática e liturgia. A instituição garante a
continuidade histórica e insere a fé no conjunto da sociedade. Mas
48
Mark Driscoll e Gerry Breshears - Doctrine - what christians should believe - pg 240 - Re:Lit/
Crossway Books - 2010
JOÃO COSTA 117
David Bosch - Transforming Mission: Paradigms shifts in theology of mission - pg 454 - Orbis
49
Books - 1991
118 MISSIONAL
JOÃO COSTA 119
capítulo 11
Perspectivas da Unidade
52
Pedro Arruda - A Comunhão Nossa de Cada Dia: A reforma da unidade da igreja - pg 112 - CCC
Edições - 2010
JOÃO COSTA 125
capítulo 12
Ágape
“Deus é o maior bem do ser humano, e o amor por Ele á a única alegria que pode
satisfazer nossas almas”
Jonathan Edwards
“Pai, meu desejo é que aqueles que me deste estejam comigo onde eu estiver, para que
vejam a minha glória, a qual me deste, pois me amaste antes da fundação do mundo.
Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheço; e estes reconheceram que tu
me enviaste. E fiz que conhecessem o teu nome e continuarei a fazê-lo conhecido; para
que o amor com que me amaste esteja neles, e eu também neles esteja.”
João 17.24-26
53
Gottfried Brakemeier - O Ser Humano em Busca de Identidade: Contribuições para uma
antropologia teológica - pg 191,192 - Editora Sinodal/Paulus - 2002
JOÃO COSTA 127
54
Leslie Newbigin - The Open Secret: An introduction to the theology of mission - pg 40 -
Eerdmans - 1995
55
John Stott - A Missão Cristã no Mundo Moderno - pg 27 - Editora Ultimato - 2009
128 MISSIONAL
IMPERDÍVEL!!!
CATÁLOGO
www.editorainterferencia.com
134 MISSIONAL
JOÃO COSTA 135
Percepção
Enxergando um Deus imutável em meio
a um mundo mutante
Autor: J. C. Ryle
64 páginas
Formato: 14 X 21 cm
Músicos, calados!
Porque música é enfeite de louvor.
Autor: Márcio de Souza
64 páginas
Formato: 14 X 21 cm
O Sangue
Autor: Dwight L. Moody
64 páginas
Formato: 14 X 21 cm