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ANEXO XVIII - Exemplo relatório de avaliação final

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

Nome:
Número de Processo:
Data de Nascimento: 2007-06-02

O Ricardo tem atualmente 8 anos de idade e foi é atendido na Clínica da Encarnação


desde dezembro de 2013, sendo que a primeira consulta foi realizada a pedido dos pais e da
escola. Em fevereiro de 2014 realizou uma avaliação psicológica a pedido do pedopsiquiatra.
Foi encaminhado pelo pedopsiquiatra para a psicomotricidade em outubro de 2014. As
principais queixas prendem-se com a irrequietude, impulsividade e baixa resistência à
frustração bem como dificuldades na relação com os pares. O Ricardo vive com a mãe e o
padrasto com quem se mudou para lisboa em 2012.
A avaliação inicial deste menino baseou-se na avaliação formal e observação
psicomotora.
AVALIAÇÃO FORMAL
A avaliação formal do Ricardo foi constituída pelos seguintes instrumentos:
 Behavior Assessment System for Children (BASC), tendo sido entregue um
questionário aos pais e outro à professora do Ricardo. Este instrumento baseia-se na
descrição de comportamentos da criança em casa e na escola, cujas respostas são
dadas de acordo com a frequência em que ocorrem. Foi ainda preenchido um
questionário de autoavaliação por parte da criança, apenas no final da intervenção.
 Draw a Person Test (DAP) - Realizado pela criança. Prova aplicada ao desenho da
figura humana, que permite obter o nível de integração cognitiva da imagem do próprio
corpo bem como compreender aspetos emocionais e psicomotores essenciais e ainda
a forma como se dá a interação com o envolvimento.
Relativamente à BASC, através da análise das respostas dadas pela mãe, para o perfil
clínico (Gráfico 1) verifica-se que a subescala de hiperatividade (T=73) é a única que apresenta
resultados clinicamente significativos, i.e. T≥70. Como subescalas em risco i.e., 60≥T≤60,
apresentam-se as subescalas de: agressividade (T=67), problemas exteriorizados (T=64) e
depressão (T=60). No perfil adaptativo (Gráfico 2), a subescala de adaptabilidade (T=39) é
considerada em risco, embora se encontre já quase fora da linha de risco. As restantes
subescalas encontram-se fora de zonas problemáticas, verificando-se um bom perfil
adaptativo.
No questionário entregue na escola, para o perfil clínico (Gráfico 3) os resultados
clinicamente significativos, i.e. T≥70, verificaram-se nas seguintes subescalas: hiperatividade
(T=71), depressão (T=74) e índice de sintomas comportamentais (T=78). Como subescalas em
risco i.e., 60≥T≤60 apresentam-se as subescalas de: agressividade (T=63), problemas

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exteriorizados (T=61) e problemas interiorizados (T=69). No que respeita ao perfil adaptativo,
traçado pela escola (Gráfico 4), verifica-se que nenhuma das subescalas se encontra em risco,
revelando o Ricardo um bom perfil adaptativo, uma vez que esta é uma escala positiva i.e.,
quanto mais elevado o valor, melhor o resultado. O Ricardo revela assim boas capacidades ao
nível da liderança, competências sociais e das competências relacionadas com o estudo. Esta
visão está próxima da visão da família, excetuando no que se relaciona com as competências
sociais.
No DAP (tabela 1), o Ricardo obteve uma classificação "deficitário", sendo que o
desenho é muito imaturo tendo em conta a sua faixa etária. Traço realizado com muita força,
marcado com agressividade. Não aceita realizar os desenhos em folhas diferentes, usando
preferencialmente o espaço inferior esquerdo. Não separa muito os desenhos, e o desenho do
homem não apresenta elementos que o distingam e tornem "masculino". A sua representação
é a única em que está presente um sorriso. Não usa cores, ainda que estas estejam
disponíveis.
Em junho de 2007 (tinha o Ricardo 6 anos), realizou-se uma avaliação psicológica, no
sentido de apurar a sua dinâmica afectivo-relacional e necessidades de apoio
psicopedagógico. Foram aplicadas provas de nível intelectual (MCPR, Matrizes Coloridas
Progressivas de Raven), provas instrumentais (Prova Gráfica de Organização Preceptiva Baby
Bender) e Teste de Avaliação da Lateralidade, técnicas expressivas (Desenho da Figura
Humana e Desenho da Família) e ainda técnicas projetivas (CAT, Childrens Apperception
Test).
No que concerne ao plano intelectual, o Ricardo apresenta um raciocínio lógico-
dedutivo com valores acima da capacidade intelectual média para o grupo etário e nível
escolaRicardo No plano instrumental, a área grafo-perceptiva está ligeiramente abaixo do
esperado para a idade. O Ricardo é destro mas a lateralidade não está totalmente integrada à
direita no que respeita à coordenação olho mão e olho pé, pelo que poderá ter implicações na
motricidade fina e perceção visuo-espacial.
Nos desenhos expressivos, é notada uma vivência de angústias muito arcaicas face a
um perigo de destruição, sendo perante isto mobilizadas defesas maníacas pela omnipotência.
Ao nível do traço também está presente alguma agressividade. Na representação da família, as
figuras são pouco investidas e desenhadas muito pequenas, pelo que poderá sentir a família
como uma unidade pouco contentora.
O relatório aponta ainda uma labilidade emocional, sendo que a instabilidade
psicomotora será usada como um mecanismo de defesa primário, contra sentimentos de
abandono. É ainda sublinhada a necessidade de suporte e de sentimentos de inferioridade,
que são alternados com posições de omnipotência (mecanismo de defesa), agressividade
contida e problemas na elaboração do conflito edipiano. Há ainda fragilidades narcísicas e
traços depressivos de base anaclitica, que sobressaem quando a atividade motora é contida.

OBSERVAÇÃO PSICOMOTORA

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O Ricardo é um menino com um desenvolvimento estato-ponderal adequado à sua
faixa etária e uma imagem cuidada e investida. Na primeira sessão separa-se da mãe sem
ansiedade. Ainda nesta primeira sessão foi potencializada uma exploração espontânea,
verificando-se que a criança não define um interesse específico e não explora simbolicamente
objetos. No sentido de mediatizar a relação com o objeto e de dar significado aqueles que
selecionava, foram propostas atividades de envolvimento simbólico com esses objetos, que
aceitava mas acabava por abandonar para se focar num novo objeto ou lugaRicardo
Nessa sessão pede ajuda para construir uma casa, e a terapeuta responde: "Muito
bem, vamos fazer uma casa, o que precisamos? Como vai ser a casa?". A criança hesita um
pouco mas acaba por responder "precisamos de construir paredes da casa e o jardim". Com
ajuda da psicomotricista faz algumas paredes e enquanto construíam o jardim, com relva e
uma piscina, abandona a ideia e diz que afinal não quer fazer a casa mas sim um avião. No
final da sessão já não houve tempo para desenvolver essa atividade e, perante essa
impossibilidade, é visível que a criança provoca a terapeuta em resposta à frustração de não
haver tempo para construir o avião.
No seguimento do processo terapêutico, a criança interessa-se frequentemente por
atividades que exigiam coordenação, porém na ausência de sucesso desiste, parecendo existir
falta de conhecimento dos seus limites de ação em termos de previsibilidade e noção
sensoriomotora de causalidade. Outra das suas atividades de eleição era o boxe, que se
manifestava como uma atividade funcional. Mesmo sendo uma atividade que ele gostava
bastante desistia rapidamente, pois não acertava no saco. Tentando motivá-lo a terapeuta
realiza também o jogo. "Já vi que gostas de boxe, e que tal se praticássemos juntos? Eu
ponho-me de um lado, dou um murro e depois o saco vai para o teu lado e dás tu, que achas?".
Esta atividade serviu para que a criança encarasse a expressão da sua agressividade de uma
outra forma, com um acordo numa relação organizada e com continuidade assegurada pela
alternância e pela imitação.
Algo que lhe causa muito medo são os terramotos e pergunta no final de uma das
primeiras sessões: "Vai haver um terramoto?". A terapeuta quis tranquilizá-lo, dando sentido ao
que ouvira na televisão. Disse-me "Vi na televisão o terramoto aqui em Lisboa… Vai haver
outro?". Fez mais algumas perguntas antes de sair da sala e, chegados à sala de espera onde
se encontrava a mãe, a criança abraçou a psicomotricista dizendo em jeito de despedida
"Obrigada, já não tenho medos!".
O interesse pela construção da casa esteve sempre presente em todas as sessões. As
sessões são preenchidas pela construção e vivência da casa e das coisas à sua volta, e.g. o
carro e jardim. Pede sempre ajuda, e inicialmente é ele que decide onde fica a porta, o jardim e
o sofá, pelo que a psicomotricista não faz muitas observações e vai apenas alimentando este
seu interesse e auxiliando na realização do que ele idealiza, suportando emocionalmente a
casa. Durante as atividades que se relacionam com a construção e vivência da casa a criança
atribui à terapeuta um papel de cuidadora, moram na mesma casa, e esta é responsável por

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tarefas como lavar a loiça, cozinhar e conduzir, o Ricardo é um menino que brinca todos os
dias no jardim.
Uma situação particular em que um colega psicomotricista bateu à porta da sala, o
Ricardo escondeu-se de imediato, sem saber de quem se tratava. Quando o outro terapeuta
saiu, atirou com bolas na direção da porta e disse "Já se foi" e começou a construir uma
armadilha atrás da porta, para o inimigo que podia entrar na casa e roubar o almoço que a
terapeuta fizera.
Numa das sessões seguintes, diz de cima do banco "Sou o mais rico da minha escola,
tenho vários Lamborginis e Ferraris e tenho mais de 10 namoradas". A terapeuta escuta
atentamente e questiona-o sobre as cores dos carros e sobre as namoradas. No final dessa
sessão o Ricardo pergunta "Acreditaste que eu tinha todos esses carros e namoradas?", a
terapeuta respondeu "Eu percebi logo que estavas a brincar comigo, mas já sei que gostas
muito de carros…". A criança sorri mostrando-se algo surpreso com a resposta. Por vezes
refere ser muito rico, referindo ter muitos carros e muitas namoradas, mas no final da sessão
diz sempre a verdade ("Sabes, não tenho carro/namorada nenhuma").
Pela presença e proximidade constante da terapeuta, foi possível uma base de
confiança para tentar e falhar, aceitava agora melhor atividades que exijam destreza e
coordenação (e.g. boxe com a bola pendurada).
Quer sempre prolongar a sessão, "Quem me dera que isto durasse 5 horas!" e continua
a trazer as preocupações para a sessão, "Quando eu for para o 5º ano, como venho ter
contigo?". As suas questões continuam a ser valorizadas e significadas, uma vez que ele
recorre à terapeuta para que muitas respostas a perguntas naturais na sua idade lhe sejam
devolvidas de forma simples.
Nas últimas sessões, por vezes a criança para e diz que vai descansar, pedindo para
ser tapado quando fica dentro da roda de esponja. A terapeuta diz que pode sempre descansar
quando estiver cansado e que também vai aproveitar para se sentar um bocadinho.
A desorganização, destruturação, medos, agir sem pensar, impulsividade, falta de
confiança e auto estima foram assim suportados na contenção da relação terapêutica, na
calma de ser compreendido, na possibilidade de se pensar e de definir interesses… Na escuta
atenta que teve naquele tempo, no seu tempo. No brincar pacifico e apaziguador, algumas
vezes compreensivo e outras organizador, mas sempre possibilitador de expressões.

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ESTABELECIDA


A intervenção com o Ricardo decorreu em contexto individual, com frequência semanal,
às quintas-feiras, das 9:00 às 9:30.

REGULARIDADE/PONTUALIDADE/ASSIDUIDADE
O Ricardo ao longo deste ano letivo veio sempre às sessões regularmente. Ao longo
deste período, o Ricardo beneficiou de 30 sessões de psicomotricidade de um total de 31
sessões previstas. Veio sempre acompanhado pela mãe, sendo sempre muito pontual.

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REAVALIAÇÃO
A reavaliação desta criança foi realizada através da replicação dos instrumentos
utilizados para a avaliação inicial, bem como da observação ao longo de todo o processo
terapêutico.

Perfil Clínico - Pais


80 7368
67 64 64
70 60 62
Pontuação T

55 55 53 53 58 53 58
60 47 44 48 48 47
50
4541
3639 38
40
30
20
10
0

Isolamento
Somatização

Atipicidade
Prob. Comportamento

ISC
Depressão

Prob. Atenção
Agressividade

Ansiedade

Interiorizados
Hiperatividade

Exteriorizados

Problemas
Problemas

Av. Inicial Av. Final 60-69 Em risco ›70 Clinicamente significativo

Gráfico 1 - Comparação entre a avaliação final e inicial do perfil clínico do questionário BASC pais.

Perfil Adaptativo - Pais


60 48 52
43
Pontuação T

50 39 41 42 41 42
40
30
20
10
0
Competências
Adaptabilidad

Liderança

CCA
Sociais
e

Av. Inicial Av. Final ‹30 clinicamente significativo 31-40 Em Risco

Gráfico 2 - Comparação entre a avaliação final e inicial do perfil adaptativo do questionário


BASC pais

185
Perfil Clínico - Professores

90 78
80 71 74
65 65
Pontuação T

70 63 63 61 64 59 59
56 54 55 54 48 57 58
60 52 56
47 46 47 47 50 45
50 43 45
40
30
20
10
0

Somatização

Isolamento
Atipicidade

ISC
Agresssividade

Ansiedade

Competências
Hiperatividade

Depressão

Prob. Atenção

Problemas de Apz
Prob. Conduta

Interiorizados
Exteriorizados

Problemas
Problemas

Escolares
Av. Inicial Av. Final 60-69 Em risco ›70 Clinicamente significativo

Gráfico 3 - Comparação entre a avaliação final e inicial do perfil clínico do questionário BASC professores

Perfil Adaptativo - Professores


60 48
52 51 48
45 45 47
Pontuação T

50 43 43 43
40
30
20
10
0
Adaptabilidade

Liderança

Comp. Estudo
Comp. Sociais

CCA

Av. Inicial Av. Final ‹30 clinicamente significativo 31-40 Em Risco

Gráfico 4 - Comparação entre a avaliação final e inicial do perfil adaptativo do questionário BASC
professores

Relativamente à BASC, analisando-se a avaliação no que respeita ao preenchimento


do questionário para pais (gráfico 2), verifica-se que houve uma redução da expressão
sintomática em quase todas as subescalas. Ficando a agressividade (T=55) e os problemas
exteriorizados (T=55) fora das subescalas em risco. A subescala de hiperatividade (T=63), que
possuía significado clinico deixou assim de o ter, sendo apenas tida em conta como estando
em risco.
Verifica-se que ao nível da hiperatividade, a mãe refere que o Ricardo já não se levanta
da mesa nos tempos de refeição, faz menos birras. Ao nível da agressividade, a mãe menciona
que o Ricardo se queixa menos das regras e das rotinas e é mais capaz de partilhar
brinquedos.

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Relativamente às subescalas que aumentaram, a primeira a considerar foi a depressão
(T=62) que aumentou dois pontos, uma vez que a mãe do Ricardo descreve que ele chora
mais facilmente. Outra subescala que aumentou foi a de somatização (T=39), pois na BASC
final a mãe referiu que o Ricardo "esteve frequentemente doente", uma vez que o Ricardo
esteve constipado ao longo do período, ainda assim convém mencionar que nesta subescala o
Ricardo se situa no percentil 9%. As subescalas de atipicidade (T=53) e isolamento (T=47),
revelaram também subidas. O aumento da subescala de atipicidade encontra-se relacionado
com o facto de repetir uma atividade mais vezes e de buscar a proteção parental mais
frequentemente. Apesar da tendência ao isolamento ter aumentado, há que sublinhar um
aspeto benéfico adjacente, i.e, este facto deve-se a forma como o Ricardo descreve as suas
interações e.g. procura menos competir com as outras crianças e a mãe descreve que o
Ricardo já realiza jogos individuais adequados em casa.
No que concerne ao perfil adaptativo (gráfico 3), verifica-se que o Ricardo mantém um
bom perfil adaptativo, que registou mesmo assim melhorias. A subescala de competências
sociais (T=41) encontra-se quase fora da zona de risco e nas outras subescalas registou-se
também um aumento, o que dá sinal de um perfil adaptativo mais forte. Neste âmbito a mãe
refere que o Ricardo argumenta sempre, mas fá-lo de um modo mais organizado e está mais
disponível para ajudar os pares.
No que se relaciona com as respostas dadas pela professora do Ricardo, verifica-se
redução sintomática em particamente todas as escalas, registando-se apenas ligeiros
aumentos em duas subescalas (gráfico 4).
As subescalas de hiperatividade (T=63) e depressão (T=64) registaram descidas que
as deixam sem significado clinico, sendo apenas consideradas como em risco. O Ricardo
revela menos pressa em terminar os trabalhos, dá sugestões para a resolução de problemas, e
distrai-se com menos facilidade. O índice de sintomas comportamentais (T=65) deixa de ser
clinicamente significativo.
A subescala de agressividade (T=56), problemas exteriorizados (T=54) e problemas
interiorizados (T=52) deixam de se situar na zona de risco. O Ricardo culpa menos as outras
crianças, tem ideias que partilha de forma mais organizada, está capaz de analisar os
problemas antes dos resolver e participa mais nas aulas.
As subescalas de problemas de atenção (T=48) e de problemas de aprendizagem
(T=47), apresentam também descidas apesar de nunca terem sido consideradas
problemáticas.
Relativamente ao perfil adaptativo traçado pela professora (gráfico 5), verificam-se
igualmente evoluções, não se encontrando nenhuma subescala em risco. A professora
descreve que o Ricardo está mais solidário com os colegas, oferecendo ajuda e aceitando
sugestões, realçando o seu sentido de humor.
Relativamente ao DAP, os resultados podem ser comparados através da figura 1. Na
primeira avaliação, os desenhos realizados pelo Ricardo situaram-se no percentil inferior a 2,
estando ao nível das crianças com cinco anos e zero meses. Porém na segunda avaliação, o

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Ricardo tem uma classificação acima da média, situando-se no percentil 75-90, ao nível das
crianças de 8 anos e 6 meses.
É possível verificar que as duas avaliações têm resultados muito diferentes. Na
segunda representação, os desenhos são maiores, o pescoço é representado, os membros
apresentam-se já representados bidimensionalmente ainda que não sejam representados os
cinco dedos em cada mão, à exceção do desenho de si mesmo. As faces aparecem já com
expressão e muito mais ricas em pormenores (e.g. sorriso, boca, olhos, nariz e pestanas). Na
representação de si, o Ricardo investe muito, sendo o desenho mais demorado, referindo que
se ia retratar como um super-herói e que por isso tinha que desenhar um fato da tropa.
Menciona ainda que neste desenho não pode desenhar orelhas porque estão dentro do
capacete. No desenho inicial o Ricardo não realizou quaisquer verbalizações sobre os
desenhos que criava.
A figura masculina foi mais investida, e ganhou elementos que permitem identificar o
género masculino (e.g. desenha cabelo curto, assinala tronco e desenha roupas masculinas).
Percebe-se também um grande investimento na figura feminina, desenhando pestanas
compridas, brincos e cabelos, e assinalando ainda vestuário feminino, i.e., um vestido.
Os três desenhos apresentam-se com traços mais precisos e controlados, o que
poderá indicar uma maior definição dos seus limites corporais, que poderá consequentemente
traduzir-se numa maior capacidade de auto-regulação emocional.
Homem Mulher O próprio
Avaliação Inicial 15 18 15
Avaliação Final 42 50 43
Tabela 1 - Comparação entre os resultados DAP inicial e DAP final

O Ricardo com o decorrer das sessões tem-se revelado mais disponível e concentrado
nas tarefas e no respeito pelos tempos e rituais da mesma.
No início da sessão descalça-se sozinho e sem ser necessário dar indicações. Tem
progressivamente ficado mais disponível para partilhar aspetos do quotidiano, e coisas sobre a
escola. Por vezes vem logo na sala de espera partilhar as suas conquistas. Está mais
disponível para atividades que envolvam coordenação, mais confiante e disponível para a
relação.
Acede ao final da sessão ainda que muitas vezes tente prolongar as sessões.
CONCLUSÃO
Considera-se que o Ricardo teve uma boa evolução, sendo aconselhado que no
próximo ano letivo integre um grupo, pois já se encontra preparado para aceder bem a esse
registo de terapêutica.

Os elementos do Serviço de Psicomotricidade,


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Lisboa, Julho de 2015

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