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A verdade, ao contrário do conhecimento, é algo que só o olhar enga-

jado, o olhar do sujeito que “crê” consegue enxergar. P.15

Não existe Evento para o observador objetivo não engajado. Sem es-
sa posição engajada, por mais acuradas que sejam as descrições do estado
de coisas, elas não conseguem gerar efeitos emancipatórios p.15
Ideologia liberal de vitimação, que leva a política a evitar o pior, a
renunciar a todos os projetos positivos e buscar a opção menos pior. ...O
preço que costumamos pagar pela sobrevivência é a nossa vida p.16
Utopia liberal = a política deveria ser meticulosamente expurgada
das ideias moais e tornada “realista”, para aceitar as pessoas como são,
contar com sua verdadeira natureza e não com exortações morais. Aqui o
mercado é exemplar: a natureza humana é egoísta, não há como mudá-la: o
que é necessário é um mecanismo que faça os vícios privados trabalharem
pelo bem comum (as “artimanahas da razão”) p.48-49

O liberal totalmente consciente de si mesmo deveria limitar intencio-


nalmente sua disposição altruísta de sacrificar seu bem pessoal pelo bem
dos outros, ciente de que a maneira mais eficaz de agir pelo bem comum é
seguir o egoísmo privado. O anverso inevitável do tema das artimanhas da
razão (vícios privados, bem comum) é: “Bens privados, desastre comum”.
Desde o seu surgimento, há no liberalismo uma tensão entre a liberdade
individual e os mecanismos objetivos que regulam o comportamento da
multidão. P.49
O liberalismo concebe a si mesmo como “política do mal menor”,
sua ambição é produzir a “sociedade menos pior possível”, evitando assim

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o mal maior, já que considera qualquer tentativa de impor diretamente um
bem concreto a fonte suprema de todo mal. ... Essa visão é sustentada por
um pessimismo profundo a respeito da natureza humana: o homem é um
animal egoísta e invejoso e, se alguém criar um sistema político que apele
para a bondade e o altruísmo, o resultado será o pior tipo de terror.... No
entanto, a crítica liberal da “tirania do bem” tem seu preço: quanto mais seu
programa permeia a sociedade, mais ele se transforma em seu oposto. A
pretensão de só querer o menor dos males, depois de afirmada como princí-
pio da nova ordem global, repete pouco a pouco as mesmas características
do inimigo que ela alega combater. A ordem liberal global afirma-se clara-
mente como o melhor dos mundos possíveis; a modesta rejeição das utopi-
as termina com a imposição de sua utopia liberal de mercado, que suposta-
mente se tornará realidade quando nos submetermos de maneira apropriada
aos mecanismos do mercado e dos direitos humanos. Por trás de tudo iso,
esconde-se o supremo pesadelo totalitário, a visão de um novo homem que
deixou para trás toda a velha bagagem ideológica. p.50-51

Mas e se a dualidade do pai “normal” e do pai primordial com acesso


ilimitado ao gozo incestuoso fosse lida não como um fato do princípio da
história da humanidade, mas como um fato libidinal, da “realidade psiqui-
ca”, que acompanha como sombra obscena a autoridade parterna “normal”
que prospera nas profundezas obscuras das fantasias inconscientes? Esse
subterrâneo obsceno é perceptível em seus efeitos (em mitos, so-
nhos,lapsos, sintomas e, às vezes, ele impõe sua realização perversa direta)
p.57

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