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Magistratura Estadual
CURSO EXTENSIVO
Direito da Criança
e do Adolescente
Lições preliminares
MATERIAL DE APOIO
coordenador:
Jamil Chaim
1. INTRODUÇÃO
O ECA é o principal diploma legal relativo aos direitos das crianças e dos adolescentes,
possuindo forte inspiração nas normas de índole constitucional.
O ECA se funda no princípio (ou doutrina) da proteção integral, posto que tem por objetivo
tutelar as crianças e os adolescentes de forma ampla, nos mais diversos aspectos da vida, desde o
nascimento até a maioridade. Segundo Guilherme Barros, por proteção integral deve-se
compreender o “conjunto amplo de mecanismos jurídicos voltados à tutela da criança e do
adolescente”. A proteção integral é consagrada logo no primeiro artigo do ECA:
Se à luz do ordenamento anterior os “menores” eram vistos como meros objetos de direito,
atualmente a percepção não é a mesma. No âmbito da CF/88 e do ECA, as “crianças” e
“adolescentes” são efetivos sujeitos de direito.
Isso resta muito claro a partir da simples leitura dos arts. 3º e 5º do ECA:
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
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Assim, temos:
OBS.: A distinção entre criança e adolescente é relevante, por exemplo, no que se refere à
aplicação das medidas socioeducativas. Para o adolescente que pratica ato infracional, pode ser
aplicada medida socioeducativa ou medida de proteção. Por outro lado, à criança que pratica ato
infracional, só é cabível a aplicação de medida de proteção.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto
às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
a) Se um adolescente praticar ato infracional aos 17 anos e 11 meses de idade, por força da
teoria da atividade, estará sujeito às normas do ECA e, portanto, a processo e julgamento pela
Justiça da Infância e Juventude, mesmo após completar a maioridade. A aplicação do ECA cessará
apenas quando a pessoa completar 21 anos (art. 121, §5º, ECA);
b) A adoção de maior poderá ser pleiteada perante a Justiça da Infância e Juventude, mas
apenas se o adotando já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes (art. 40, ECA).
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se
já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
6. INTERPRETAÇÃO DO ECA 4
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige,
as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição
peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
A segunda parte é ainda mais relevante: destaca que a interpretação do ECA deve estar
atenta à condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
As crianças e os adolescentes vivem o período de maior transformação do ser humano, haja vista
que ainda estão desenvolvendo a sua personalidade. Nesse passo, é evidente que a interpretação
dos textos normativos precisa considerar tal peculiaridade.
7. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA