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Epistemologia do Conhecimento e ciência da informação: uma

retomada histórica com foco no papel da universidade geracao


de conhecimento na sociedade da informação.
Tereza Raquel Merlo1

RESUMO
O artigo seguinte traz o conceito de epistemologia do conhecimento a partir de uma abordagem em torno de
alguns pensadores da história da humanidade e suas teorias sobre construção de saber, tema sobre o qual se
debruça para analisar a geração formal de conhecimento ao longo da história. Evoluindo do aspecto conceitual,
o trabalho aborda o princípio da construção de conhecimento na universidade, entendida como principal
organização formal voltada à produção de saber. A análise apresenta, ainda, um olhar voltado à ciência da
informação, à luz dos aspectos tecnológicos que suportam os conteúdos e ferramentas informacionais. Baseado
em levantamento de literatura, o trabalho conclui que a diversidade dos ambientes informacionais, suas fontes
e tecnologias de acesso à informação, vêm redirecionando a forma de recuperação e distribuição de
informações em diferentes suportes, para múltiplos usuários, alterando a validade e limites de produção e uso
do saber e seus aparatos tecnológicos, no cerne de uma sociedade definida como informacional.

Palavras-Chave: Epistemologia do Conhecimento – Informação – Tecnologia – Sociedade.

ABSTRACT

The following article brings the concept of epistemology of the knowledge starting from an approach around
some thinkers of the humanity's history and their theories about construction of knowledge, theme on which
leans over to analyze the formal generation of knowledge along the history. Developing of the conceptual
aspect, the work approaches the beginning of the knowledge construction in the university, understood as main
formal organization returned to the production of knowing. The analysis presents, still, a glance returned to the
science of the information, to the light of the technological aspects that you/they support the contents and tools
informational. Based on literature rising, the work ends that the diversity of the atmospheres informational,
their sources and access technologies to the information, they are redirecting the recovery form and
distribution of information in different supports, for multiple users, altering the validity and production limits
and use of the knowledge and their technological apparatuses, in the center of a defined society as
informational.
Keywords: Knowledge – Information – Technology - Society.

1
Mestre em Ciência da Informação, UFBA – Universidade Federal da Bahia, raquelmendes_p@yahoo.com.br
As categorias do pensamento humano nunca são fixadas de forma definitiva; elas se fazem, desfazem e
refazem incessantemente: mudam com o lugar e com o tempo.
Durkheim

Considerações iniciais

A evolução social do conhecimento é apresentada neste trabalho, como necessária à


discussão sobre geração de conhecimento na Universidade, o que representa foco da
abordagem. Dessa forma é proposto, a partir do conceito de epistemologia e da
compreensão, que “Produzir conhecimento é uma capacidade e uma necessidade humana”
(LUCKESI, 1984, p.79), uma evolução histórica, através de pensadores que contribuíram,
cada qual a seu modo e de forma expressiva para esclarecimento e compreensão acerca do
processo de construção do saber. De forma indissociável, como será proposto no decorrer do
trabalho, a Universidade é apresentada como principal organização de geração e mediação
de conhecimento e responsável pela consolidação de um ambiente democrático e de livre
produção e reflexão sobre os aspectos sociais.

Epistemologia do Conhecimento

Ao se estabelecer uma abordagem acerca do conhecimento e da ciência, do exame de


seus aparatos, critérios e princípios, caminha-se ao encontro da epistemologia, ou, “discurso
crítico sobre o método científico”, no sentido lato. Em meio a debates epistemológicos
contínuos deparamo-nos, ao longo da história, com interrogações provocadas por cientistas,
objetivando tratar dos pressupostos e alcance da atividade científica, fruto de suas reflexões.
Na perspectiva de Costa & Costa (2001, p.4), epistemologia “[...] é o estudo do
conhecimento científico do ponto de vista crítico”.
Segundo Laville & Dionne (1999, p. 13) epistemologia pode ser entendida como:
“Estudo da natureza e dos fundamentos do saber, particularmente de sua validade, de seus
limites, de suas condições de produção”.
Entre coisas e idéias, surge um modelo científico que alcança um lugar de
sobreposição ao modelo metafísico, visto como representativo por folósofos em determinada
época, como forma de buscar compreender a realidade e encontrar a essência das coisas.
Nesse argumento, a perspectiva científica busca a representação da “verdade”,
através de um discurso civado de valores e que se pretende objetivo e exato na compreensão
do fenômeno, considerando a ciência como neutra. Entretanto, o pensamento da ciência
indissociável da sociedade, seu desenvolvimento e progresso, por si justificam a função e
importância social, em meio a discursos controversos, entre momentos empiristas e
racionalistas que buscam compreender e interagir frente ao desafio de definir e controlar o
conhecimento e a própria ciência.
A necessidade de compreender e explicar o mundo é antiga como a própria origem
do homem, que, praticou magia, o mito e a religião para alcançar a ciência e tecnologia. No
entanto, é no século XVIII que a ciência adquire um sentido mais preciso e próximo ao
atual, embora suas raízes estejam na Grécia antiga, onde sua origem e abrangência,
começam a ser pensados à luz de duas dimensões: natureza e sociedade.
O conhecimento apresenta suas raízes históricas fundamentadas em duas partes:
técnica, relacionada aos artesãos e sua produção material, e intelectual, que se refere aos
escribas sacerdotes com produção de natureza mais teórica. Por vários períodos aparecem
indícios das atividades de desenvolvimento de utensílios utilizados pelos homens da idade
da pedra, pelas práticas de pintura em cavernas - as pinturas rupestres-, até surgir nova
tradição que convergia à ciência sob perspectiva autônoma envolvendo elementos técnicos e
práticos que evoluem e na fase da Idade Média participa da construção da filosofia. Assim, a
ciência dá seus primeiros passos e evolui, influenciando a própria história ao tentar definir
suas raízes.
O surgimento dos primeiros agrupamentos humanos dividiu-se em dois períodos:
Paleolítico, que correspondeu a idade da pedra lascada; e o segundo, o período Neolítico,
idade da pedra polida. Entretanto, o nascimento das cidades e o próprio desenvolvimento de
civilizações, ocorrereu a partir da utilização das terras propícias ao cultivo e exploração das
atividades de agricultura, o que acarretou no surgimento das primeiras cidades e metrópoles;
em aproximadamente 3.000 a.c. no Vale do Tigre-Eufrates do Nilo (MASON, 1962).
As primeiras civilizações foram estruturadas por sacerdotes, aos quais cabiam a
responsabilidade dos sistemas administrativos e as atividades do sistema de vida. Nesse
mesmo período, a partir da necessidade de controlar e centralizar a produção e numerosos
bens econômicos que começavam a se formar como produto das atividades técnicas, os
sumérios contribuíram com o primeiro sistema numeral e a primeira escrita pictográfica, que
tornaram-se, mais tarde, medidas convencionais para o desenvolvimento de literatura
versando sobre: Matemática, Astronomia, Medicina, História, Religião.
O desenvolvimento da linguagem surge como passo decisivo do homem rumo à
revolução da comunicação, iniciando um processo de contínuo esforço para transferir e
perpetuar conhecimentos ao longo da história da humanidade. A escrita, relevante meio de
comunicação, permite a “imortalidade” do pensamento, teorias e culturas, ampliando as
formas de registro da própria ciência e das civilizações, através de um espaço de ampla
discussão, muitas teorias e expressivos teóricos (empiristas, racionalistas, positivistas, entre
outros), legando preciosas contribuições para a configuração de novas sociedades e
pensamentos.
Percebe-se que, cada autor, em seu tempo, pensa, reflete e analisa suas questões
várias, deixando-nos a lição e responsabilidade de, no nosso tempo, tomar como base as
reflexões lançadas e nos debruçarmos sobre paradigmas que sinalizem, de forma
investigativa e analítica, soluções antevistas ou imediatas para questões críticas da
sociedade, tornando-nos senhores do nosso tempo.
A herança dos escribas-sacerdotes na valorização e utilização da palavra escrita e a
utilização das mesmas, tanto quanto do ferro, foram forças dissolventes das antigas
civilizações da idade do bronze, instaurando a expansão do comércio marítimo, que
propulsiona o desenvolvimento intelectual com o surgimento de um berço filosófico em
Mileto (meados do séc. VI a. c.), muitos pensadores registraram teorias e/ou práxis, métodos
(ou contra-método) e questionamentos que movimentaram (e ainda movimentam), de
alguma forma a sociedade, inserindo-se no universo epistemológico em seus diferentes
momentos.
Pitágoras e sua teoria de que “tudo é matemática”, tem sua própria existência
dubitável; entretanto, sua teoria pitagorista representa marco decisivo no desenvolvimento
do pensamento racional científico; elevando a matemática da condição de uma mera técnica
à ciência pura, ainda que revestida de religiosidade.
Heráclito explica o mundo a partir das contradições e oposições entre si, causando
uma tensão que forma o todo, o mundo. Ao contrário de Anaximandro, em sua teoria de
descrença no equilíbrio de forças iguais e na harmonia, surge a figura de Parmênides (540-
450 a. c.) em oposição, eliminando o variável e o contraditório.
Empédocles (438-430 a. c.) nascido em Agrigento, na Magna Grécia, médico e
místico, defensor da democracia, preserva a idéia de eternidade e indivisibilidade,
entendendo, em companhia de outros, o mundo como composto por quatro princípios ou
raízes; água, ar, fogo e terra; enquanto Anaxágoras (filósofo de Atenas 487 a. c.) defende a
pluralidade das coisas, embora não despreze as variações de diferenciações e proporções.
Em contraposição, Leucipo e Demócrito apresentando o conceito de átomo como
princípio, entendem que o mundo é composto de átomos, palavra grega que significa
indivisível, imutável, eterno e sempre idêntico a si mesmo.
O segundo período da história do pensamento grego é o chamado período
sistemático, culminando em Aristóteles, precedido de Sócrates e Platão, delimitou o
conhecimento, discorreu sobre sua essência, contando, também, com precedente crise cética
da sofística. O interesse dos filósofos gira, de preferência, não em torno da natureza, mas em
torno do homem e do espírito; da metafísica passa-se à gnoseologia e à moral. Daí ser dado
a esse segundo período do pensamento grego também o nome de antropológico, pela
importância e o lugar central destinado ao homem e ao espírito no sistema do mundo, até
então limitado à natureza exterior.
O período sofista, cujo termo apresenta em seu significado literal a interpretação de
sábio, sofreu críticas severas quanto a sua real contribuição para a construção do saber,
chegando a ganhar sentido pejorativo de embasamento em discurso demagogo, baseado em
falsos argumentos. Teve sua introdução a partir de Protágoras (485-410 a. c.), considerado o
primeiro sofista com o lema “O homem é a medida de todas as coisas”, tenta conceber o
homem separado das coisas naturais, limitando o seu conhecimento aos sentidos.
As contribuições de: Platão, Aristóteles e Sócrates, auxiliaram na construção da
filosofia. Através da figura de Sócrates (469 ou 470 a. c.) a filosofia se consolida colocando
todos os filósofos anteriores em posição de pré-socráticos.
Sócrates viveu em Atenas num período confuso, inquieto, em meio a uma crise
democrática, jamais retomando sua posição democrática inicial, devido às modificações que
a crise nos valores políticos e morais intensos provocaram, sob a égide do lema “Só sei que
nada sei”. Esse lema propõe um “método de investigação que encaminhe o pensamento em
direção à essência das coisas, sem desvios” (MASON, 1962), levando Sócrates a sobressair-
se como fundador da Ética, graças ao seu comprometimento com as questões sociais,
humanas e morais.
Sócrates propõe não responde a perguntas lançadas ou preocupar-se com
ensinamentos. Seu real exercício foi de busca de descoberta e despertar da essência humana
de onde acreditava emanar o verdadeiro saber.
Como importante continuador da obra de Sócrates, Platão (428-347 a. c.)
considerava a vida de Atenas prova viva do que Sócrates demonstrava, questionando o falso
saber dos homens e seus valores. Interessado por certo tempo pelas questões políticas,
Platão logo se desilude e resolve dedicar-se a verdadeira filosofia e seus estudos, fundando a
Academia, quando constitui uma irmandade para estudos, versando sobre: matemática,
música e astronomia.
Ao entrar no mundo que visa contemplar as idéias passa a preocupar-se com a
essência do saber, entende o mundo como espaço sensível e real, onde a subjetividade é
entendida como fator que modifica a essência dos fatos: “A verdade plena de luz”.
Não poderia deixar de abordar a importante contribuição de Aristóteles (384 a. c.),
cuja versão cristã, no final da Idade Média, torna-se doutrina oficial da igreja, vindo a
influenciar pensadores como Kant (século XVIII), Hegel e Marx (Século XIX), que o têm
como fonte de inspiração. Apesar de ter Platão como mestre, culmina por diatanciar-se de
seus princípios, diferenciando-se de seu gênero.
Para Aristóteles o conhecimento é um processo de abstração pelo qual o intelecto
produz conceitos universais que, ao contrário das idéias de Platão, não residem
separadamente das coisas e do intelecto. A percepção do mundo sensível mostra que as
coisas transformam-se continuamente. Segundo ele, o conhecimento do ser é imprescindível
para fornecer bases sólidas às ciências. Sua proposição: “O homem é um animal
racional”, traduz sua preocupação com o homem, a natureza e a interação de ambos.
Passando por Epicuro (341-270 a. c.) e sua teoria de felicidade como algo
essencialmente resultante da satisfação física, a contribuição de Aristarco, famoso
bibliotecário de Alexandria, a quem se deve a primeira medição científica da circunferência
da terra, e, Arquimedes, que destacou-se em várias áreas como: geometria, aritmética, física
e engenharia, depois do Império Helênico e Romano, encontramos Santo Agostinho,
tentando conciliar fé e razão, na elaboração da “filosofia cristã”. Para ele, o homem e seu
intelecto, mutáveis e perecíveis, não podem representar o conhecimento, posto que a
verdade é entendida como eterna; logo, devendo estar acima dos homens e das coisas, daí
sua proposição “Compreender para crer, crer para compreender”.
Na Idade Média, vista como a era do obscurantismo ∗, pelo Renascimento, têm-se um
período que se estendeu por mil anos, marcado por doenças como peste negra, guerras
incessantes, retração econômica e um pavor generalizado. Nesse momento a Igreja Católica,
culpada pelo retrocesso evidente, acaba por contribuir pelo pensamento clássico greco-
romano que se preserva graças ao trabalho dos monges e a profunda dedicação destes com a
organização do trabalho rural, a cópia, a compilação, tradução de obras em latim, entre
outras, originando o desenvolvimento da Escolástica, graças, também, a fé cristã e o de
preservação das obras.
Com a imposição da unificação cristã e do uso do latim, tornou restrito, mas
possível, o intercâmbio de informações entre os monges. Nessa fase a teologia, seguindo o
pensamento de Agostinho, é bastante marcada pelo platonismo.
Em referência ao período de dominação escolástica sobre a informação, Umberto
Eco (1986) traz a luz uma questão que compreende o uso da informação como instrumento
para definir parâmetros sociais, limitar, ou até mesmo, castrar a produção científica e
disseminação de informação e conhecimento; ao mesmo tempo em que impõe domínio e
poder frente à sociedade. Sua crença era de que:

“[...] em certas épocas, talvez nos tempos de Augusto e Constantino, a função de


uma biblioteca fosse também a leitura [...]. Mas, acho que posteriormente foram
criadas bibliotecas cuja função não era proporcionar leitura, mas esconder, não
divulgar o livro.” (ECO, 1986, p.12).

Assim, a escolástica revelava certa preocupação com as palavras, e isso é bem


traduzido na obra: O nome da rosa, de Umberto Eco, onde é evidenciada a importância da
Bíblia, considerada sagrada, justamente por ser entendida como fonte de verdade, devendo
ser lida apenas por aqueles capazes de distinguir o sentido literal do simbólico. Por isso a


em razão das limitações impostas à produção do conhecimento pela visão aristotélica-tomista transformada
em dogma pela igreja católica.
escolástica, nas universidades medievais, apresenta o primeiro estudo da linguagem
(trivium), para depois partir para análise das coisas (quadrivium).

O tratamento dispensado à informação nessa época, entretanto, não correspondeu a


algo isolado e esquecido na história social. A importância dispensada à informação e seu uso
prevalece ao longo do tempo e renasce no início da Europa moderna para depois ser alvo de
reflexões sociais, em todos os segmentos, no século XIX, a partir da industrialização.
Ainda na Europa moderna “[...] as elites freqüentemente identificavam o
conhecimento com o conhecimento que detinham, e às vezes argumentavam, como o cardeal
Richelieu em seu Testamento político, que o conhecimento não devia ser transmitido às
pessoas do povo para evitar que ficassem descontentes com sua posição na vida.” (BURKE,
2003, p.21). Assim, as informações e o conhecimento vêm sendo utilizados numa
perspectiva escolástica ainda nos tempos atuais, especialmente pelos governantes e elites.
Partindo para uma abordagem islâmica e a colaboração e compromisso da cultura
Árabe com a busca do saber e da ciência, como ato obrigatório de todo muçulmano, homem
ou mulher. Iniciando nas palavras proféticas a necessidade em desenvolver conhecimento
por meios racionais e aproximando o homem da sabedoria divina. Essa percepção acaba
incentivando a explosão científica do Islã, que significa submissão à vontade divina e se
estende até séc. X e XII.
Ainda num contexto teológico surge Santo Tomás de Aquino pensador tido
racionalista, na verdade um sério teólogo e religioso, para quem a filosofia deve seguir a fé,
a qual todos devem se submeter. Seu pensamento assumiu a condição de doutrina oficial do
catolicismo, levando a sua canonização. É com ele que a escolástica conhece seu apogeu.
Após o apogeu da Antiguidade Clássica, e a escola de Alexandria, culturalmente
frutífera em conhecimento e exploração de métodos; a Idade Média e a abordagem do
pensamento aristotélico por Santo Tomás de Aquino; o período renascentista tem início
levando a Revolução Copernicana alargando o campo científico do conhecimento apesar da
resistência Católica e a instauração da Inquisição.
“O homem modelo do mundo”, lema do homem renascentista que busca moldar o
mundo à sua imagem e semelhança, quando, em meio a descoberta da própria
individualidade o homem produz maravilhas culturais e artísticas, revelando nomes como
Leonardo Da Vinci; William Shakespeare; Nicolau Maquiavel. Este último, participa
ativamente da vida política, onde demonstra convicções republicanas conduzindo-o ao exílio
e esquecimento no ambiente político, graças aos questionamentos e insatisfações que
causara. Se por um lado, Maquiavel questiona, revoluciona, por outro, Thomas Morus sonha
com a sociedade ideal.
Montaigne e seu lema: “Estudar minha vida olhando-me na dos outros”,
acreditava na capacidade mutante do homem, que impossibilitava a construção de um
método que o definisse, pois qualquer tentativa neste sentido só iria aprisioná-lo
(HISTÓRIA, 1999).
Quanto a Erasmo de Roterdam e sua importante obra: Elogios a Loucura, provoca
toda a sociedade Européia e consegue fama e apogeu, ao questionar a própria loucura e
colocá-la como, metaforicamente, a própria Igreja, que manipula propriedades e pessoas,
através de acúmulo significativo de riquezas e poder.
A Reforma, com início em Martinho Lutero, parte de uma postura crítica e agressiva
a Igreja Católica, contestou, principalmente contra a venda de Indulgências. Lutero propôs a
abolição da hierarquia papal, que além de intermediar entre Deus e o homem, comete vários
abusos, para ele o homem deve buscar Deus num ato espontâneo e individual.
Enquanto João Calvino (1509-1564) acreditava na predestinação do homem,
colocando a impossibilidade de ajuda de qualquer natureza na interpretação da palavra.
Segundo Calvino, nem mesmo os sacerdotes eram capazes de interceder, ou até mesmo
compreender a palavra divina, que seriam predestinados e transcendentes, inacessível à
razão e sentimento humano.
Um novo momento se configura e surge: “Saber é poder”, proposição de Francis
Bacon (1561-1626), que propõe um método experimental, rigoroso, onde é necessário
descrever todas as circunstâncias em que um fenômeno ocorre. Defensor do método
indutivo, favorável à exploração de fenômenos naturais e humanos na tentativa de gerar
resultados positivos para o homem e desvendar fenômenos que possibilitem controlar a
natureza (HISTÓRIA, 1999).
Bacon entende que a ciência não produz conhecimentos apenas pelas verdades, o
erro também possui valor científico; ele defende que: “tudo que é digno de existir é digno
de ciência, que é a imagem da realidade”. Sob a ótica do método científico, Bacon foi o
primeiro a perceber que o conhecimento científico daria ao homem poder sobre a natureza e
muito contribuiu para estudos nesta direção, especialmente, quando em 1662, fundou a
Royal Society, consagrando-se patrono intelectual da sociedade; ao mesmo tempo em que
provoca um ambiente de troca de informações e idéias e contribui para o surgimento das
primeiras universidades.
Galileu, generaliza a concepção de perfeição do mundo, representa a lei da inércia e
desperta o interesse de René Descartes que desenvolve uma doutrina cartesiana, método
científico, marcando o século XVII como a “era do método”. “Penso, logo existo”, reflete
um pensador cético, que exauria, ou, pelo menos, tentava fazê-lo, ao examinar
criteriosamente as coisas (HISTÓRIA, 1999).
Nesse sentido, Wilhelm Leibniz (1646) e sua teoria de que tudo na vida pode ser
harmonizada. Segundo sua posição, o método consiste não tanto em raciocinar
ordenadamente, mas em buscar a ordem inscrita nas coisas.
Numa abordagem empírica, John Locke (1632-1704), defensor da experiência como
forma de construir conhecimento defende o princípio de que o conhecimento não é inato,
entende a mente humana como “papel em branco”, uma tabula rasa, que aos poucos é
preenchido pelas experiências.
Considerado, na história da filosofia, o Pai Fundador do Empirismo, apesar de não
ter sido o primeiro empirista, Locke apresenta algum movimento no sentido político,
opondo-se seriamente ao Absolutismo, que considera arbitrário e avesso aos valores e
desejos da sociedade, entendendo a necessidade de uma rebelião como forma de inaugurar a
verdadeira sociedade.
No Século das Luzes – século XVIII – quando idéias proliferam na Inglaterra, França
e Alemanha, intencionando combater o obscurantismo, surge Isaac Newton (1642) e sua
lógica da filosofia experimental, numa perspectiva racionalista, percorrendo o caminho
inverso ao racionalismo, usando a arma do empirismo e sua teoria de que: “Tudo que não é
deduzido dos fenômenos deve ser considerado como hipótese” (HISTÓRIA, 1999).
Nesse sentido, David Hume (1711-1776) surge orientando seus estudos dentro da
perspectiva empirista de não admitir hipóteses. Coloca que tudo que reside na mente
humana origina-se da percepção, resultando no conhecimento que é, nada mais, que o
resultado das idéias, conexão das impressões. Sua postura céptica é colocada como
inevitável na construção do conhecimento científico, que sempre pretendeu guiar-se pela
razão.
Já Immanuel Kant, considera o conhecimento como iniciado a partir da experiência,
sem, entretanto originar-se nela, pois a experiência pressupõe sujeito como condição de
possibilidade. A evolução do seu pensamento foi lenta. Kant considera que o conhecimento
provêm da intuição, propondo nova forma na busca de conhecimento, diferente do
empirismo e do racionalismo. Sua visão de síntese epistemológica teve grande importância
para abordagens metodológicas weberiana e marxista.
Para Hegel (1770-1ª metade do século XIX), com a proposta da “universalidade do
pensamento”, sinaliza uma universalidade abstrata, que só existe no pensamento. O
conhecimento sensível é tido como via de acesso à verdade “o belo como reflexão
filosófica”.
A pretensão de Hegel é atingir o absoluto, inserção consciente do espírito na
totalidade. Hegel atribui à filosofia a responsabilidade de conferir expressão autêntica à
expansão plena do espírito, abarcando a totalidade. Em sua filosofia ecoa a idéia de
Heráclito: a realidade é o movimento dos contraditórios. Seu método é fenomenológico,
consiste no estudo dos fenômenos, daquilo que aparece como percebido, pensando e tomado
como objeto de reflexão
Após a caracterização dos momentos epistemológicos descritos, instaura-se um novo
momento para a construção do saber, definido como quinto momento epistemológico que
sucede o período das Revoluções Científicas.
Nesse momento, Adam Smith (Segunda metade do século XVIII) foi um dos
primeiros a investigar as transformações econômicas e sociais causadas pela adoção do
progresso da técnica, fruto da introdução da maquinaria ao sistema produtivo. Seus estudos
contribuíram para o estímulo ao crescimento das forças produtivas, a partir da divisão do
trabalho, sob o lema fisiocrata: “Laissez faire, laissez passer”. Para Smith a economia se
equilibra a partir de um jogo de oferta e procura, e, a luz de sua proposta, alguns temas vêm
à tona para discussão na sociedade. Dentre esses temas; a carência de recursos e
sobrevivência dos operários, responsáveis pela produção da riqueza e vítimas da sociedade
capitalista.
Entre os séculos XVIII e XX, partindo do registro da introdução da máquina a vapor
no desenvolvimento das atividades produtivas, houve um aquecimento sobremaneira do
mercado, refazendo as relações trabalhistas, sociais, familiares e contribuindo para a
construção de um fenômeno de industrialização intensa, seguida do que se define hoje como
Revolução Informacional, ou “Informacionalismo”, conforme descrito por Castells (2000).
Segundo Baiardi:

O surgimento da grande indústria utilizando máquinas-ferramentas movidas por


força não-muscular foi precedido por uma série de invenções e aperfeiçoamentos
no campo da mecânica, da metalurgia, da química, da mineração, etc, os quais só
estariam disponíveis para um emprego generalizado no setor produtivo – ou seja,
iriam atingir o estágio de inovação – na primeira metade do século XIX.
(BAIARDI, 1996, p.146-147)

A introdução gradativa de aparatos tecnológicos no segmento produtivo, sem dúvida,


otimizou o desenvolvimento dos processos, até então artesanais e lentos; entretanto, sérias e
profundas mudanças econômicas e políticas delineiam-se agressivamente, impondo um
ambiente altamente instável e desordenado, com impactos profundos nas esferas: pessoais,
religiosas e profissionais, como exemplos.
Alguns autores consideram o início desta fase a meados do século XVIII, quando as
primeiras transformações despontam na sociedade inglesa, com a ostentação da indústria
manufatureira e o iniciar do processo de êxodo rural. Entretanto, para Marx, o marco de tal
revolução dá-se com a introdução das primeiras máquinas-ferramentas desprezando certa
força muscular e introduzindo a divisão e subdivisão do trabalho operário.
Nesse momento de “consciência coletiva”, não a descrita por Lévy2, pois diferentes
paradigmas os distanciam, mas de uma forma quase hegemônica que converge ao
assentimento das profundas e abrangentes transformações que se processara e tão bem foi
traduzido por Baiardi (1996).
Avançando pelo sexto momento epistemológico, retratado pelo pensamento
científico contemporâneo, contamos com contribuições bastante relevantes à configuração
da história científica e social. Dentre eles, figuram pensadores como: Marx, Engels, Comte,

2
Pierre Lévy coloca a questão da consciência coletiva numa perspectiva de inteligência coletiva, como
fundamental para o desenvolvimento da sociedade; bem como para a própria democratização da informação e
geração de conhecimento; propondo em seu livro Tecnologias da Inteligência, profundas reflexões acerca do
atual ambiente informacional, perpassando pelas NTIC’s (Novas Tecnologias de Informação e Comunicação)
e seus impactos, e propõe um método para quantificar, mensurar a inteligência.
Popper, Thomas Kuhn, Feyerabend e Lakatos, revelando suas contribuições metodológicas
no avanço epistemológico, atento aos rumos das ciências sociais.

2.1 PENSANDO A CIÊNCIA SOCIAL

A compreensão do conceito de ciência social nasce a partir da Revolução Industrial,


quando problemas sociais aumentam, com o êxodo rural e crescimento das cidades, de
forma prescritiva visando, basicamente, melhorar produção e distribuição. Nesse sentido,
Karl Marx é considerado como um dos fundadores das ciências sociais e sua obra reflete um
profundo descontentamento com a visão clássica da economia política porque não colocava
a questão do conflito de classes sociais no devido lugar. Para Marx, os economistas clássicos
haviam adotado a ideologia burguesa e, por esse motivo, eram incapazes de perceber em
profundidade os problemas sociais causados pelo capitalismo nascente.

Entretanto, Lênin quem segmenta, com clareza, a natureza da ideologia em dois


aspectos: um de caráter burguês, e outro de proletário, passando a definir ideologia como
qualquer doutrina sobre a realidade social que tenha vínculo com a posição de classe.

Tentando definir melhor as questões conceituais, Karl Manheim escreve um livro


Ideologia e Utopia, na tentativa sociológica de distinguir Ideologia de Utopia, partindo da
percepção de se tratar de elementos provenientes de um mesmo fenômeno.
Dentro de uma perspectiva social de visão: ideológica e utópica, surge a análise
dialética e definição de seu método, introduzido por Goethe, fala de Fausto na obra de
Goethe, registrando a primeira grande obra da dialética Fausto: “[...]Eu sou o espírito que
sempre nega, e isso com razão porque tudo que existe merece acabar” (HISTÓRIA, 1999,
p.54)”.
A hipótese fundamental calcada na inexistência da eternidade, do absoluto, o
princípio da dialética é de que “tudo o que existe na vida humana e social está em perpétua
transformação, tudo é perecível, tudo está sujeito ao fluxo da história.” (LÖWY, 2002, p.
14).
Tal princípio se aplica tanto a vida humana quanto natural, sendo traduzido pelo
filósofo italiano VICO como: “A diferença entre a história natural e a história humana é
que fomos nós que fizemos a história humana, mas não a história natural (LÖWY, 2002, p.
15). Lema que é adotado por Marx que utiliza-se de tais elementos metodológicos na
distinção de seu método e na fundamentação de suas teorias de economia política burguesa,
onde os fenômenos econômicos e sociais são percebidos como produto da ação humana,
podendo ser transformados por esta mesma ação.
Esse pensamento representa o elemento essencial da análise dialética, do método
dialético, a transitoriedade dos fatos cujos princípios não são eternos, nem imbuídos de
verdades absolutas.
Alguns pensadores diferenciam os métodos dialéticos de Marx e Hegel como
materialista e idealista, respectivamente; o primeiro por retratar uma teoria científica com
bases em interesses materiais, sobretudo econômico; e o segundo, por abstrair a infra-
estrutura econômico-social.
Assim, temos, Marx, cuja práxis revolucionária reside em interpretar, mas, sobretudo
transformar a realidade partindo do ponto de vista da classe dominada, oprimida. Hegel, por
outro lado, tentando reconciliar com a realidade a interpretação dos fatos; tentando explicar,
descrever e legitimar.
A totalidade é a segunda categoria do método marxista que objetiva introduzir o
princípio revolucionário nas ciências sociais, não pretendendo traduzir a totalidade da
realidade, pois seria utópico; mas, partindo da compreensão do elemento, numa perspectiva
de conjunto do geral para obter sua real dimensão. Parte da necessidade de vincular as
classes sociais relacionando com o conjunto da vida econômica, política, religiosa,
ideológica, etc.
Num outro aspecto tem-se a contradição como o terceiro elemento do método
dialético, que parte da análise das contradições internas da realidade, quando se inserem as
interpretações das ideologias e dialéticas de Hegel e Marx, contribuindo para a observação e
descrição da realidade; bem como para sua integração e transformação, reiterando a
necessidade de práticas sociais, partindo das idéias.
Marx propõe romper com as questões puramente ideológicas partindo do
desenvolvimento de um processo revolucionário pelas classes dominadas, dialeticamente
divididas entre o social e o ideológico, quiçá ultradialético, pois o próprio método pregado
por Marx torna-se de complexa definição, vista por uns como materialista, por outros como
revolucionária, sua práxis é entendida como superação dialética, ou como Hegel definia
Aufhebung3, no sentido em que destrói termos de contradição e eleva o nível dos problemas.
A práxis marxista prega a ascendência do abstrato para o concreto e do concreto para
o abstrato como forma científica de criação, onde população é entendida como abstração
sem classes sociais, que por sua vez é abstração sem relação de produção. Para ele o
conceito aparece no pensamento como resultado induzindo à ações, ao concreto que
representa a síntese de múltiplas determinações.
O pensamento de Marx trouxe uma maneira nova de entender e enfrentar questões
relativas a idéias e ações ou práticas sociais conseguindo dar fundamento filosófico, teórico-
metodológico à sua teoria revolucionária (auto-emancipação do proletariado ou oprimidos)
partindo de um sentido mais amplo, entendendo que o rompimento do círculo vicioso, até
então vigente, só iria se romper no momento em que as idéias, ideologias e a consciência
social, direcionassem no sentido de transformar a própria sociedade, como exemplo da
capacidade de determinação da ideologia de uma classe social.
Para Marx, em sua obra Ideologia Alemã, “[...] o Estado é o Estado da classe
dominante, as idéias da classe dominante são as idéias dominantes em cada época”. (2001,
p. 32), segundo sua visão, todas as teorias econômicas influenciam a sociedade em todos os
aspectos, inclusive o religioso.
O capitalismo dos séculos XX e XXI é diferente da origem genuína do capitalismo
plenamente constituído, dito por Marx, a medida em que a prática protestante demonstrava
uma postura asceta, sem ostentação capitalista (material) e certa tendência à assumir riscos,
sem valer-se de quaisquer proteção estatal, mas demonstrando uma visão Calvinista e
Luterana, a partir de ações morais e responsáveis, onde primava, ao contrário de hoje, pelo
pagamento dos impostos sem desvios ou falcatruas.

Enquanto Marx entende a dialética não como um método para se chegar à verdade,
apenas, mas, como a concepção do ser humano, da sociedade e da relação de ambos no
mundo. Sua definição reside na defesa do movimento de oposição, de contrários, de
contradição; assim como Hegel. Na dialética materialista figurada em O Capital, Marx
revela que os fatos em si não existem independentes do homem, mas parte da sua figuração

3
Aufhebung é uma palavra alemã que tem três significados no uso cotidiano da língua: significa abolição,
destruição, eliminação, mas também quer dizer guardar, conservar e, ainda, levantar. Para explicar a superação
de si mesmo, a partir de sua produtividade material, do seu trabalho e construção, o que lhe
possibilita construir sua história e validar como ser humano. Mao Tse Tung resume o
pensamento de Marx:

[...] a concepção materialista-dialética entende que, no estudo do desenvolvimento


dum fenômeno deve partir-se do seu conteúdo interno, das suas relações com os
outros fenômenos, [...], deve-se considerar o desenvolvimento dos fenômenos
como sendo o seu movimento próprio, necessário, interno, encontrando-se, alias,
cada fenômeno no seu movimento, em ligação e interação com outros fenômenos
que o rodeiam. A causa fundamental do desenvolvimento dos fenômenos não é
externa, mas interna; ela reside no contraditório do interior dos próprios
fenômenos. No interior de todo fenômeno há contradições, daí o seu movimento e
desenvolvimento [...] (HISTÓRIA, 1999, p. 78).

Marx não nega o valor e a necessidade da subjetividade no conhecimento, para ele o


mundo é sempre uma "visão" do mundo para o ser humano, é o mundo refletido. Enquanto a
dialética não apresenta um caráter espiritual processado no interior do entendimento
humano. Existe uma determinação recíproca entre as idéias da mente e as condições reais de
sua existência, o essencial é que a análise dialética compreenda a maneira pela qual se
relacionam, encadeiam-se e determinam-se reciprocamente, as condições de existência
social e as distintas modalidades de consciência.

O fato básico da vida moderna, conforme vê Marx, é que essa vida é radicalmente
contraditória em sua base:

De um lado, tiveram acesso à vida forças industriais e científicas de que nenhuma


época anterior, na história da humanidade, chegara a suspeitar. De outro lado,
estamos diante de sintomas de decadência que ultrapassam em muito os horrores
dos últimos tempos do império Romano. Em nossos dias, tudo parece estar
impregnado do seu contrário. O maquinário; dotado do maravilhoso poder de
amenizar e aperfeiçoar o trabalho humano, só faz, como se observa, sacrifica-lo e
sobrecarrega-lo. As mais avançadas fontes de saúde, graças a uma misteriosa
distorção, tornaram-se fontes de penúria. As conquistas da arte parecem ter sido
conseguidas com a perda do caráter. Na mesma instância em que a humanidade
domina a natureza, o homem parece escraviza-se de outros homens ou à sua
própria infâmia. Até a pura luz da ciência parece incapaz de brilhar senão no
escuro pano de fundo da ignorância. Todas as nossas invenções e progressos
parecem dotar de vida intelectual às forças materiais, estupidificando a vida
humana ao nível da força material. (HISTÓRIA, 1999, Pág 82)

Percebe-se atualmente certa necessidade de retomada e repensar a práxis marxista,


sob a égide da dialética e do novo quadro paradigmático; bem verdade, que numa
abrangência inimaginável por este, mas apropriada ao momento de inúmeras e extensas

dialética Hegel teve a idéia de usar tal palavra, reunindo os tre significados.
possibilidades de construção social, em meio a certo vazio ideológico. Talvez num registro
de novo advento niilista, remontando à Nietzsche e sua teoria cética ao extremo.
O evidente é o repensar deste método buscando rever, avaliar para planejar,
direcionar esforços com vistas a salvar o homem de si mesmo e de suas dualidades
individuais e existenciais notadamente fundamentais à construção da sociedade que dele
emana; resultado de suas idéias e ideais, transformada em prática modificadora e propulsora
das transformações que se fazem mais que essenciais; emergentes e necessárias no
desenvolvimento da sociedade.
Apenas analisar o ambiente em que se vive, nunca foi tão pouco, num contexto
informacional acelerado que requer “reações revolucionárias” no sentido de mudar
conceitos; quebrar certos paradigmas e rever outros; mas, sobretudo construir um novo
ambiente, cujo índice de desigualdades torne-se aceitável, ou menos cruel, no sentido
capitalista protestante.
Talvez assim, possamos encontrar saídas para questões cruciais como: regulação e
regulamentação do papel do Estado, políticas de segurança dos direitos essenciais aos
trabalhadores; redução dos índices de desigualdades sociais e tecnológicas, entre outras.
Um profundo repensar dessas questões poderá sinalizar a construção de um momento
cientificamente produtivo; pois despertará, indubitavelmente, práticas sociais fundamentais
no processo de construção epistemológica; o que configura o real dessa era “informacional”,
tendo na ciência uma variedade de pensamentos sociais e filosóficos que se fundem e
impulsionam o surgimento de uma ciência “nova” e abrangente que é a Ciência da
Informação, cujos princípios calcados no tratamento e disseminação do insumo informação,
permeiam todos os espaços (sociais, culturais, econômicos, virtuais...) e aceleram a
necessidade de rediscutir aspectos científicos, terminológicos, legais, comunicacionais e
tecnológicos, com vistas a solidificar um novo e produtivo ambiente de informação.

2.2 CONSIDERAÇÕES EPISTEMOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS E A CIÊNCIA DA


INFORMAÇÃO

Nos séculos XX e XXI temos alguns depoimentos inseridos em ambiente de sistema


capitalista e informacional, quando nascem férteis debates no segmento epistemológico
contemporâneo através das obras de Popper, Kuhn, Weber, Feyerabend e Lakatos, por
exemplo, e, em último momento, LE COADIC.
O filósofo Karl Popper (1902-1994) afirma a impossibilidade em se comprovar e/ou
verificar hipóteses de caráter geral como leis científicas. Seu princípio parte de que todas as
hipóteses, mesmo que não possam ser comprovadas, podem ser refutadas, baseado em
conjecturas e refutações, seu método é descrito na máxima: “A ciência é feita de
conjecturas de hipóteses que tentamos confirmar, mas também refutar”.
Popper dispensava sérias críticas ao método indutivo; ao passo em que tentava
construir uma teoria acerca do método científico e do conhecimento que não fosse
vulnerável ou induzido.
Em outro aspecto, Thomas Kuhn (1922-1996), segundo o qual a ciência avança pela
vitória de novos paradigmas – novas explicações e/ou procedimentos para entender o mundo
sobre verdades estabelecidas – assume a defesa de uma abordagem paradigmática como
elemento influenciador e influenciado pela natureza, ambiente, sociedade e sua construção.
Sua teoria revela a função do paradigma em resolver problemas, a partir do que sobrevive,
começando a ser criticado no momento que não o fizer satisfatoriamente (HISTÓRIA,
1999).
Para Kuhn, as idéias científicas de determinado ambiente apresentam na mudança de
paradigma seu símbolo de maturidade, cabendo ao pesquisador a tarefa de romper com o
velho e, através do que é definido como Revolução Científica, impor novo ambiente de
construção e descobertas.
Em A estrutura das Revoluções Científicas (1962), sua obra mais importante, Kuhn
apresenta oposições dialéticas aos positivistas lógicos, tanto quanto, aos racionalistas
críticos popperianos. Nessa obra ele defende que a história da ciência e seu estudo
apresentam métodos diferentes dos propostos por tais escolas.
Kuhn, desprezando o título de irracional e relativista, rever o conceito de paradigmas
por algumas vezes e até admite ter perdido o controle sobre o termo, vezes utilizado em
sentido mais amplo; outras, em sentido mais restrito. Repensando paradigmas Kuhn, através
de sua obra, entra por questões conceituais da “ciência normal”, dentro de perspectiva
própria; bem como, por questões de anomalias. Finalmente, para Kuhn é através dos
paradigmas que se poderá afirmar algo sobre o mundo.
Não distante da teoria de Kuhn, encontramos: Feyerabend (1924-1994) cuja filosofia
consiste na percepção de que nenhuma teoria está em concordância com todos os fatos,
havendo uma necessidade em proceder ajustes qualitativos e quantitativos nas mesmas.
Segundo ele, são comuns problemas de linguagem e percepção objetiva e subjetiva em face
da representação do objeto.
A necessidade de combate ao chauvinismo que Feyerbend coloca, apresenta caráter
relevante, especialmente se se considerar o quanto tal fator pode alterar a construção
científica; nessa perspectiva sua teoria apresenta certa intolerância. Irme Lakatos (1922-
1974), também próximo à sua teoria, acredita na refutabilidade das teorias, desde que suas
hipóteses auxiliares sejam modificadas.
É pertinente retomar o positivismo como algo que designa conjunto de valores e
ideologias com prejuízos, preconceitos ou prenoções. Sua idéia principal de que ciência para
ser verdadeira deverá eliminar interferências de tais preconceitos e prenoções é de extrema
importância. O positivismo teve destaque nas colocações de Augusto Comte, ao aplicar seu
conceito numa perspectiva ideológica conservadora; bem como através de seu seguidor
Emile Durkheim, que remodelou tal teoria aplicando-a em perspectiva sociológica,
universitária e burguesa.
Durkheim considera imprescindível a oposição dos cientistas sociais a métodos
irracionais, pré-concebidos ou apaixonados; colocando a importância da imparcialidade
científica no estudo da realidade social.
Segundo Max Weber, não há possibilidade de existirem valores universais. Dentro
de sua teoria, cada nação, cultura, religião, etc tem valores diferentes, partindo de sua
percepção a análise dos fatos não conduz logicamente à conclusão política ou moral. A
realidade, para ele, deve ser estudada a partir do que denomina tipo ideal, que representa o
elemento fornecedor de critérios e motivações em relação a valores. Torna-se ideal porque é
construído no pensamento e inspirado na percepção empírica possível.
As transformações pós Segunda Guerra Mundial impulsionaram um outro ambiente
favorável à questão do conhecimento, trazendo um clima de inquietações e ansiedade
sugeridos com a introdução da informática na sociedade e ampliação das possibilidades
inúmeras que as redes lançam.
Nesse contexto, surge uma nova ciência: a Ciência da Informação, aproximadamente
em 1948, que destaca o momento como reflexo de um novo paradigma, que emerge e
reestrutura todos os segmentos de atividade humana.

2.2.1 Natureza da Ciência da Informação e conhecimento

O que a Ciência da Informação traz é basicamente uma necessidade de se perceber,


coletar, processar, disseminar informações, e quantas mais informações e possibilidades de
acesso, dentro de uma dinâmica inimaginável. E, como toda ciência, sua atividade social é
determinada por condições históricas socioeconômicas, tendo como responsabilidade o
estudo das propriedades da informação e os processos envolvidos em sua construção,
comunicação e uso, como bem afirma LE COADIC (1996).
Uma importante característica torna esta nova ciência bastante particular, pois, sua
natureza interdisciplinar possibilita abrangência e articulação por múltiplas áreas do
conhecimento humano, mais fortemente na área de Biblioteconomia, que encontra em seu
objeto de estudo, desde sua origem, a função de tratar a informação tendo como base a
análise bibliométrica, a história do livro, evoluindo para teorias de classificação e indexação.
A T&I – Tecnologia de Informação, a partir do período de sua introdução no
mercado global dá um Start, uma avalanche telemático, cibernético, robótico que reestrutura
as bases de competitividade, posturas estratégicas e desempenhos organizacionais, hora
voltadas para o desafio de lidar com a relação homem X máquinas (aparatos) num ambiente
produtivo.
É patente que transformações dramáticas e intensas despontam a cada instante.
Algumas, capazes de modificar significativamente o ambiente individual/social, de forma a
impor questões que destoam de estabilidade e permanência na chamada “zona de conforto”,
mas numa urgência em reagir e interagir como requisito de sobrevivência ao “Olho do
furacão” que se configura. Tal fenômeno é traduzido por alguns como calcado em
paradigmas pós-moderno ou pós-industrial; enquanto para outros, sua concepção representa
uma oportunidade de repensar o que seria a modernidade, ou, ainda, a postura de sua total
negação.
De modo geral, a tecnologia sempre esteve presente no universo, modificando as
relações e formas de interações. O que se registra na atualidade é uma dinâmica do processo
de expansão de tais recursos, através da percepção de mercado empresarial no que tange o
valor de sua aplicação no meio de produção, que modifica e reestrutura a própria cadeia
produtiva e o paradigma econômico.
A arte tecnológica parte da necessidade do homem em extrair da natureza
possibilidades de melhorar sua qualidade de vida; bem como, interagir com os demais
indivíduos que a cercam, de onde provem sua capacidade de comunicar, tanto com a
natureza, quanto com o outro, que caracteriza a utilidade e importância tecnológica.
Os primeiros vestígios tecnológicos se confundem com o próprio registro do
nascimento da comunicação, mas o impacto expressivo das novas tecnologias de informação
e comunicação que despontam no final da Segunda Guerra Mundial, modifica todos os
segmentos de atuação humana: religiosa, social, cultural, política, econômica etc e provoca
uma convergência de atenções e estudos globais com o propósito de avaliar a dimensão dos
impactos trazidos, inclusive por sua influência dramática no processo de comunicação,
defendida por alguns teóricos, como McLuhan e sua teoria “Aldeia Global”, como
ampliação das possibilidades de articulação e extensão do homem.
Ao mesmo tempo, outros teóricos contrapõem a esse conceito e compreendem o
fenômeno como instrumento que desagrega e fragmenta o próprio indivíduo, a sociedade,
ampliando as desigualdades e diferenças sociais e a família.
Hoje, após a ratificação de uma necessária contribuição da sociologia do
conhecimento na compreensão, uso e classificação de conhecimentos múltiplos, a Ciência
da Informação se depara com o desafio de sistematizar várias discussões, multidisciplinares
e multilaterais em torno do renascimento da questão do saber na atualidade.
O desafio dessa nova ciência maior do que pode parecer em primeiro momento,
especialmente em se considerando os múltiplos instrumentos de informação e comunicação,
as NTIC´S – Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, que imprimem uma
velocidade impressionante no tratamento da informação.
O desenvolvimento expressivo das tecnologias de informação e comunicação
provoca uma explosão informacional a partir de 1948 com a instauração de uma dinâmica e
de revoluções tecnológicas, produtivas e econômicas na sociedade.
Esse fenômeno ampara-se na ASIS – American Society for Information Science, em
1968 precisamente, na tentativa de reunir dados e estruturar soluções de desordem
informacional. Nesse momento, o ambiente científico depara-se com novos questionamentos
acerca da nova ciência que desponta: a Ciência da Informação, de natureza interdisciplinar,
dinâmica, surge como novo campo de conhecimento que reúne disciplinas como: psicologia,
lógica, telecomunicações, economia, entre outras, induzindo o repensar de reestruturações
em algumas áreas do conhecimento, assim como em algumas profissões como a
biblioteconomia, cuja base engloba os primeiros fatos da natureza.
A ciência da informação, como toda ciência, é determinada por condições históricas
e socioeconômicas, e, inserida num contexto produtivo, busca estudar propriedades da
natureza e seus impactos para a sociedade objetivando reagir e interagir a tais modificações,
especialmente se tais mudanças incluem o delinear de uma Sociedade da Informação,
influenciada por fatores que LE COADIC (1996, p.19) coloca: “Mudanças culturais,
tecnológicas e econômicas provocaram simultaneamente mudanças espistemológicas“.
O próprio objeto de estudo da ciência da informação é diferente da biblioteconomia,
e sua preocupação reside no esclarecimento de questões sociais concretas, preservando e
valorizando a função de assegurar a difusão e promoção da ciência junto a um público, cada
vez mais, heterogêneo e interdisciplinar.
O processo de disseminar informações nesse contexto é colocado sob a seguinte
perspectiva (LE COADIC, 1986, p. 20):

As comunidades científicas são, sobretudo, redes de organizações e relações


sociais formais e informais que desempenham várias funções. Uma das funções
dominantes é a de comunicação (como a de regulamentação, decidir o que é
importante). O papel da comunicação consiste em assegurar o intercâmbio de
informações sobre os trabalhos em andamento, colocando os cientistas em contato
entre si.

Nunca houve tanta necessidade em se compreender a tênue diferença entre dado,


informação e conhecimento; pois nunca como de umas décadas até hoje, o gerenciamento da
informação e a geração de conhecimento tiveram tanta importância em toda a sociedade.
Assim, a diferenciação dos termos é necessária e fundamental para dar continuidade ao
movimento dessa nova sociedade de aprendizado, inclusive para melhor uso fazer do
insumo estratégico que é a informação.
Isaac Barrow, diretor do Trinity College em Cambridge, discutia o estudo como
vocação ou “chamamento” em seu trabalho “Da indústria”, argumentando que o “negócio”
dos acadêmicos era “encontrar a verdade” e “alcançar o conhecimento”. Por conhecimento
Barrow entendia não a informação sobre “questões óbvias e vulgares”, mas sobre “[...]
temas sublimes, abstrusos e intrincados, distantes da observação e do senso comum”. (apud
BURKE, 2003, p. 31).
De forma ampla, nesse período, o conhecimento é entendido como a consciência e a
compreensão de um conjunto de informações e de como elas podem ser usadas.Foucault,
que conhecia história da medicina e era formado em filosofia, gradualmente ampliou seus
interesses e inventou todo um vocabulário – “arqueologia”, “genealogia”, “regime” e assim
por diante – para discutir a relação entre conhecimento e poder em diferentes níveis, desde o
micronível da família até o maconível do Estado, e também para analisar os vários espaços
ou “lugares” do conhecimento – clínicas, escolas etc. Já Thomas Kuhn:
“[...] chocou ou estimulou seus colegas ao afirmar que revoluções científicas são
recorrentes na história e que têm uma ´estrutura´ ou ciclo de desenvolvimento
semelhante, originando-se na insatisfação com uma teoria ou paradigma ortodoxo
e terminando na invenção de um novo paradigma que passa a ser visto como
´Ciência normal´ até que outra geração de pesquisadores por sua vez não se
satisfaça com esse conhecimento convencional. (BURKE, 2003, p. 31).

O tema conhecimento atraiu a atenção de muitos dos principais teóricos da sociedade


e da cultura da última geração, Pierre Bourdieu “[...] trouxe o conhecimento de volta para o
mapa da sociologia numa série de estudos sobre ‘prática teórica’, ‘capital cultural’ e o poder
de instituições como as universidades para definir o que conta e o que não conta como
conhecimento legítimo” (BOURDIEU apud BURKE, 2003, p.16)
Discussão fomentada por Durkheim tendo como seguidores nomes como Foucault,
Bourdieu e Lévi-Strauss o conhecimento é motivo de debate há muitas décadas. Seu
interesse pelas categorias e pelas classificações, embora, como a maioria dos pensadores
criativos, sempre esteve preocupado com o a caracterização do conhecimento legítimo.
Sublinhado na obra de Bourdieu, sua importância já era óbvia para o satírico vitoriano que
pôs na boca de Benjamin Jowett o dito segundo o qual “o que eu não conheço não é
conhecimento”.
Preocupação que se encontrava no cerne das discussões da primeira geração da
sociologia do conhecimento tem em sua segunda geração alguma diferença, graças as suas
ênfases, particularmente quatro:
“[...] em primeiro lugar, a ênfase passou da aquisição e transmissão do
conhecimento para sua ‘construção’, ‘produção’ ou mesmo ‘manufatura’,
mudança que faz parte de uma inclinação pós-estruturalista ou pós-moderna na
sociologia e em outras disciplinas.
Em segundo lugar, esses detentores do conhecimento são vistos como um grupo
maior e mais variado do que antes. Os conhecimentos práticos, locais ou
cotidianos, bem como as iniciativas dos intelectuais, são hoje levados a sério pelos
sociólogos, especialmente os da escola dita ‘etnometodológica’.
Um terceiro aspecto pelo qual a sociologia do conhecimento difere da antiga é seu
maior interesse pela microssociologia, pela vida intelectual cotidiana de pequenos
grupos, círculos, redes ou “comunidades epistemológicas”, vistas como as
unidades fundamentais que constroem o conhecimento e conduzem sua difusão
por certos canais. Seguindo os passos de Foucault, essas comunidades
epistemológicas são freqüentemente estudadas nos microespaços em que operam,
dos laboratórios a bibliotecas. Dessa maneira a nova abordagem está próxima da
antropologia, e a expressão “antropologia do conhecimento” ganhou uso regular.
Em quarto lugar, quando a escola alemã de sociologia afirmava que o
conhecimento era socialmente situado, pensava acima de tudo na classe social
(embora pelo menos Manheim também levasse em consideração as gerações). Na
fase atual, por outro lado, dedica-se maior atenção ao gênero e à geografia.
(BURKE, 2003, p.17)

Responder a definição de conhecimento é amplamente complexo, seria como


traduzir, em palavras, o conceito de verdade, entretanto, as discussões primordiais acerca do
conhecimento nos deixam legado de grande valor, entrando no consenso de se tratar de um
elemento de valor intangível, intrínseco e cumulativo. Desde o princípio da história da
Europa moderna, quando as obras de referência se multiplicavam, as bibliotecas se
expandem e as enciclopédias surgem em maior volume. Todos recursos disponíveis para
promover geração de conhecimento. Segundo Burke (2003, p. 19) a sabedoria, essa sim,
“[...] não é cumulativa, mas tem de ser adquirida mais ou menos penosamente por cada
indivíduo”.
Burke (2003, p. 21) defende que “[...] a crescente especialização em escolas e
universidades em particular durante o século XX, produziu estudiosos com um
conhecimento bem mais limitado que o dos antigos (ainda que a menor amplitude tenha sido
compensada pela maior profundidade)”.

Consideraçãoes finais
Hoje, em meio a extensos mecanismos de manipulação de informação, as
enciclopédias e demais fontes primárias de informação, cedem espaços às formas eletrônicas
de transmissão de informação, incorrendo numa “explosão do conhecimento” seguindo a
invenção da imprensa e grandes descobrimentos da chamada “revolução científica”. Se, por
um lado, essa nova forma de relacionamento eletrônico de informações, soluciona muitos
problemas de gerenciamento de informações; por outro, sugere novos problemas quanto a
meios, processos e uso das informações: sua captura, armazenamento, gerenciamento,
disseminação e uso.
Assim, as universidades, principais e primordiais mediadoras de informação e
geradoras de conhecimento, encontram-se no cerne de discussões na tentativa de contornar
alguns desses limites, se é que existem, em vistas de se consolidar como instituição de
geração de saberes, através da promoção de pesquisas, apoio à ciência e à tecnologia.

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