Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
gradiente,
divergência e
rotacional
(revisitados)
NOTA PRÉVIA
Os apontamentos que se seguem não são um texto matemático: não se procura, aqui, o
rigor de uma formulação matemática. O que se procura, nestas notas abreviadas sobre
os três operadores diferenciais – gradiente, divergência e rotacional – é, antes de mais,
a formação de uma intuição. O objectivo é o de, deste modo, fazer com que as equações
de Maxwell – que são escritas em termos de rotacional e divergência – possam ser mais
do que fórmulas com uma pura existência formal, evitando-se assim que o seu conteúdo
físico permaneça vago e nebuloso.
Página 1
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
1, m n
em en mn
0, m n
e1 e2 e1 .
x y z
vectorial F : 3
3
tal que
F Fx , Fy , Fz Fx x, y, z e1 Fy x, y, z e2 Fz x, y, z e3 .
gradiente e1 e2 e3 ,
x y z
Fx Fy Fz
divergência F ,
x y z
F Fy Fx Fz Fy Fx
rotacional F z e1 e2 e3 .
y z z x x y
Página 2
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
e1 e2 e3
F 11 e1 12 e 2 13 e3
x y z
Fx Fy Fz
em que
Fz Fy
11 ,
y z
Fx Fz
12 ,
z x
Fy Fx
13 .
x y
Definições
F 0,
0.
Por exemplo,
Fz Fy Fx Fz Fy Fx
F
x y z y z x z x y
2 Fz 2 Fz 2 Fx 2 Fx Fy Fy
2 2
x y y x y z z y z x xz
0
Página 3
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
2 Fz 2 Fz
,
x y y x
2 Fx 2 Fx
,
y z z y
2 Fy 2 Fy
.
z x x z
F 0 F A,
F 0 F .
2 2 2
2 ,
x2 y 2 z 2
2F 2 Fx e1 2 Fy e2 2 Fz e3 .
Demonstra-se que
F F 2F .
dado por
u ux e1 u y e2 uz e3
uˆ ax e1 a y e2 az e3 ,
u ux2 u y2 uz2
em que
Página 4
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
ux uy uz
ax , ay , az .
ux2 u y2 u 2 ux2 u y2 u 2 ux2 u y2 u 2
x x0 s ax
y y0 s a y
z z0 s a z
P0 P P P0 x x0 e1 y y0 e2 z z0 e3 s ax e1 a y e2 az e3 s uˆ .
d dx d y dz
ax ay az
ds x ds y ds z ds x y z
d
uˆ .
ds
2 x y z e1 x 2 e2 x e3 , de forma que
d 4 x y 2 z 2 x2 x
uˆ
ds 3
d
cos ,
ds
Página 5
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
d d r .
EXEMPLO 1
T 2 x y z e1 2 y x z e2 x y e3
d
42 7 2 2 2 69
ds
Página 6
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
EXEMPLO 2
Consideremos, agora, a superfície x3 y 2 z 1 . Comecemos por determinar o vector
3 x2 y 2 z e1 2 x3 y z e2 x3 y 2 e3 ,
36 e1 12 e2 4 e3 9 e1 3 e2 e3 9 e1 3 e2 e3
n .
362 122 42 92 32 12 91
r t r0 v t , v 9 e1 3 e2 e3 .
Logo, fazendo
r x e1 y e2 z e3
P0 x0 , y0 , z0 r0
r0 x0 e1 y0 e2 z0 e3
u v 0 9 x x0 3 y y0 z z0 0
9 x 1 3 y 2 z 3 0 .
EXEMPLO 3
Página 7
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
B
E 0
homogéneas t
B 0
D
H J
não-homogéneas t
D
D 0 E E 0
B 0 H H 0
de forma que
H
E 0 E E 2E 2E
t
H 2E
E E 0 H
H 0 t
0
t
0 0
t2
t
1 2E
2E 0 .
c2 t 2
1
c
0 0
Página 8
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
1
0 8.854187817 1012 F m1 .
0 c 2
Analogamente, vem
H H 2 H 2 H
E 2H
H 0 0 E 0 0 2
t t t
1 2H
2 H 0 .
c2 t 2
1 2
2
2
c2 t 2
EXEMPLO 4
Consideremos o campo vectorial
y e1 x e2
F , x, y 0, 0 .
x2 y 2
x2 y 2
F 1, x, y 0, 0 .
x2 y 2
Fx Fy
F 0.
Fy xy x y
y
x y2
2 3
Página 9
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
e1 e2 e3
x y
F e3
x y z x x 2 y 2 y x 2 y 2
Fx Fy 0
1
F e3 .
x y2
2
de forma que
2 Fx 2 Fx y y 2 x
2 2
3 x2 y y
Fx
2
x2 y 2
x y
2 2 5
x y 2
x y
2 5 2 2 3
2 Fy 2 Fy 3 x y2 x x 2 y 2
x
2
2 Fy
x2 y2
x x y x y
5 2 5 2 3
2
y2 2 2
y e1 x e2
2F .
x 2
y 2 3
Note-se que, como F 0 , se tem
e1 e2 e3
y e1 x e2
2F F
x y z
x y2
2 3
1
0 0
x2 y 2
Página 10
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
d y Fy x, y
.
d x Fx x, y
x2 y 2 c2 .
EXEMPLO 5
Consideremos, agora, o campo vectorial
x e1 y e2
F , x, y 0, 0 .
x2 y 2
e1 e2 e3
y x
F
x y z x x 2 y 2 y x 2 y 2
Fx Fy 0
xy xy
x y2 x y2
2 3 2 3
0.
Isto significa que este campo vectorial é conservativo: existe um potencial x, y tal
que F , i.e.,
x
Fx x, y x2 y 2 y
x x y
2 2
y d
Fy 0 y 0
y x2 y 2 dy
x, y x2 y 2 0 .
Página 11
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
x, y x2 y 2 .
Note-se que
F 2 0 .
Logo, como o campo não é solenoidal, as linhas de forças são abertas. Com efeito, estas
satisfazem a equação diferencial
dy y dy dx y
ln y ln x k ln k y ek x
dx x y x x
em que k é uma constante de integração. Mas então, introduzindo c ek , infere-se que
as linhas de força são as rectas que passam pela origem, i.e.,
y cx .
x2 y 2 a2 .
Como o campo é irrotacional, tem-se
1
F F 2F 0 2F F
x 2 y 2
1 1 x e1 y e2
2F e1 e .
x x 2 y 2 y 2 2
x y
2 2 3
x 2
y
Página 12
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
u ux e1 u y e2
u ux e1 u y e2 uˆ .
u ux2 u y2
u e1 e2 é uˆ e1 e2 2 e, consequentemente,
d x y
.
ds 2 x2 y 2
d
1, 1 1 .
ds
EXEMPLO 6
Vamos agora comparar o rotacional dos seguintes campos vectoriais:
v a x, y y e1 x e 2 ,
y2
v b y v0 exp 2 e 2 ,
b
x2
v c x v0 exp 2 e 2 .
a
Tem-se
Página 13
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
v a 2 e3 ,
v b 0,
2x x2
v c v0 2 exp 2 e3 .
a a
O primeiro campo vectorial, v a , tem um rotacional que é dirigido segundo o eixo z :
podemos imaginar que se trata de um fluido, em movimento, em que cada ponto tem,
em função do tempo, as coordenadas
x t a cos t ,
y t a sin t .
va x, y v a x, y a sin 2 t cos2 t a .
dy x 1 2 1
y d y xdx y x2 k
dx y 2 2
2k c 2 x2 y 2 c2 .
Um torniquete, formado por uma roda hidráulica com pás (i.e., um roda de palhetas),
colocado em qualquer ponto do fluido irá rodar sempre com a mesma velocidade
angular . Já no caso do campo de velocidades vb y , em nenhum ponto o torniquete
irá rodar: em qualquer ponto a velocidade do fluido dirige-se, sempre, segundo y , i.e.,
as linhas de força são as rectas
d y vb
dx 0 xc .
dx 0
torniquete roda com uma velocidade angular que depende da coordenada x : apesar de a
velocidade linear estar sempre orientada ao longo do eixo y , o fluido exerce um
momento angular que não é nulo e, assim, provoca a rotação de uma roda de palhetas
(excepto quando x 0 , caso em que o momento angular se anula).
Página 14
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
EXEMPLO 7
Consideremos o campo vectorial
F x c1 z e1 c2 x 3z e2 x c3 y c4 z e3 .
e1 e2 e3
F Fy Fx Fz Fy Fx
F z e1 e2 e3
x y z y z z x x y
Fx Fy Fz
Fz Fx Fy
c3 c1 c2
y z x
Fy Fz Fx
3 1 0
z x y
c3 3 e1 c1 1 e2 c2 e3 0 .
Logo, se o campo é irrotacional, deverá ter-se
c1 1
c2 0 F x z e1 3 z e2 x 3 y c4 z e3
c3 3
F x z e1 3 z e2 x 3 y z e3 .
1
Fx x z x 2 x z y, z
x 2
1
Fy 3 z 3 z x2 x z 3 y z z
y y 2
d
Fx x 3 y z x 3y x 3y z
z z dz
Página 15
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
d 1
z z 2 0 .
dz 2
Portanto, deve ter-se
1 1
x2 x z 3 y z z 2 0 .
2 2
Admitindo, então, que o potencial é nulo em 0, 0, 0 , infere-se por fim que
x, y, z
2
z x2 z 3 y x .
1 2
EXEMPLO 8
Um campo vectorial F F x, y, z diz-se um campo de Beltrami se existir uma
F F .
Isto significa que um campo de Beltrami é paralelo ao seu próprio rotacional. Para um
certo valor próprio , um campo de Beltrami é o campo próprio do operador
rotacional. Uma definição alternativa para um campo F de Beltrami é a seguinte:
F F 0,
uma vez que F F 0 . Note-se que, em rigor, não é necessário que seja uma
constante para que F seja um campo de Beltrami: o que é necessário, apenas, é que
F F , i.e., que se tenha F F 0 . Comecemos por verificar que um campo
e1 e2 e3
d d Fy dF
F 0 0 e1 x e 2
dz dz dz
Fx Fy 0
Página 16
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
d Fy d 2 Fx Fx z z
Fx 0 Fx cos sin
dz d z2 2
d Fx d 2 Fy Fy z z
Fy 0 Fy cos sin
dz d z2 2
z z z z
F cos sin e1 cos sin e2 .
EXEMPLO 9
São exemplos importantes de campos de Beltrami as ondas electromagnéticas com
polarizações circulares ortogonais. Para uma onda (no vácuo) com PCD (polarização
circular direita) o campo eléctrico escreve-se
E z, t E exp i t
E0
E z e1 i e2 exp i k0 z Ex z E y z
2
de forma que
e1 e2 e3
d d Ey d Ex E
E 0 0 e1 e 2 k0 0 e1 i e 2 exp i k0 z
dz dz dz 2
Ex Ey Ez
PCD E k0 E
E z, t E exp i t
E0
E z e1 i e2 exp i k0 z Ex z E y z
2
e, consequentemente,
Página 17
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
e1 e2 e3
d d Ey d Ex E
E 0 0 e1 e 2 k0 0 e1 i e 2 exp i k0 z
dz dz dz 2
Ex Ey Ez
PCE E k0 E .
EXEMPLO 10
Consideremos, agora, o campo de Beltrami
z e1 e2
F .
1 z2
e1 e2 e3
d d Fy dF 1 ze e
F 0 0 e1 x e 2 1 2
dz dz dz 1 z2 1 z 2
Fx Fy 0
1
F F .
1 z2
F F 0
o que se verifica neste exemplo. O campo é, ainda neste caso, solenoidal. Com efeito,
tem-se
Fx Fy Fz
F 0
x y z
d y Fy z0 1 1
y x xc .
d x Fx z0 z0 z0
G G G .
e1 e2 e3 .
x y z
d
e3 2 z e3 .
dz
Assim, neste caso,
1
G F F 1
1 z2 G G F
1 z2
G F 0
Fx e1 Fy e2 2 z e3 0 .
1
G
1 z2
Este resultado coincide, como não podia deixar de ser, com o facto de se ter
Fx Fy
F F G F 0 G .
x y
EXEMPLO 11
Consideremos, agora, a questão seguinte: em que condições é que a forma diferencial
d F dr
corresponde a uma forma diferencial exacta? Por definição, uma forma diferencial (ou
simplesmente uma diferencial) é exacta desde que F , i.e., desde que o campo
vectorial F x, y, z seja irrotacional ou conservativo:
F e1 e2 e3 .
x y z
Logo, em geral, para se ter uma diferencial exacta
d F d r Fx x, y, z d x Fy x, y, z d y Fz x, y, z d z
é necessário que
Página 19
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
Fx Fy
Fx
x y x
Fx Fz
Fy
y z x
Fy Fz
Fz
z z y
e1 e2 e3
F 3 z 2 3 z 2 e 2 2 x 2 x e3 6 z 2 e 2 ,
x y z
2 x y z3 x2 3 x z2 1
em que se tem
e1 e2 e3
F 3 z 2 3 z 2 e 2 2 x 2 x e3 0 ,
x y z
2 x y z3 x2 3 x z2 1
é uma forma diferencial exacta. Para determinar o potencial x, y, z neste caso, tem
de verificar-se então
Página 20
[GRADIENTE, DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL
Prof. Carlos R. Paiva (REVISITADOS)]
2 x y z3
x x 2 y x z 3 y, z
x2 x2 x2 y, z z
y y
d
3 x z2 1 x2 y x z3 z 3 x z 2 3 x z 2 1
z dz
d
1 z 0 .
dz
Conclui-se, deste modo, que o potencial procurado é dado por
x, y, z x 2 y x z 3 z 0 .
Por vezes, na literatura, uma diferencial exacta é também designada por forma
diferencial de Pfaff – em memória do matemático Johann Friedrich Pfaff (1765-1825).
Página 21